ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA CONVOCADA PELA GESTÃO CONSTRUINDO O CAMINHO Ata da Assembléia Geral Extraordinária do dia 11/03/2009

Transcrição

1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE DIREITO CENTRO ACADÊMICO ANDRÉ DA ROCHA CAAR GESTÃO CONSTRUINDO O CAMINHO Avenida João Pessoa, nº 80, térreo - (51) caarufrgs@gmail.com ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA CONVOCADA PELA GESTÃO CONSTRUINDO O CAMINHO Ata da Assembléia Geral Extraordinária do dia 11/03/2009 Aos onze dias do mês de março do ano de dois mil e nove, em segunda chamada, às 9h, no Salão Nobre da Egrégia Faculdade de Direito, reuniram-se os acadêmicos de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, convocados pela gestão Construindo o Caminho do Centro Acadêmico André da Rocha. Compareceram e se fizeram presentes à Assembléia, mesmo que esporadicamente, os 166 acadêmicos que constam na lista de presença em anexo, inicialmente sob a presidência de BRUNO IRION COLETTO, Presidente do CAAR que, posteriormente, passou a presidência a BRUNO RODRIGUES DA SILVA, Vice-Presidente do CAAR. Iniciada a Assembléia em segunda chamada, o Presidente do CAAR, BRUNO IRION COLETTO, declarou-se impedido de presidir a Assembléia, devido a problemas de ordem ética, já que trabalha como estagiário no escritório que presta auxílio jurídico ao DCE, autor da denúncia que deu início à Ação Civil Pública objeto da Assembléia, e Assistente Litisconsorcial do MPF no processo. Narrou que já atuou no processo, inclusive tendo assinado petições. Contudo, disse que, apesar de se sentir impedido de presidir, ainda assim, se faria presente à Assembléia e se utilizaria da palavra na condição de estudante, caso achasse necessário. Ressaltou que o impedimento era apenas para presidir, não para deliberar. Ao finalizar sua fala, ele ainda expressou a felicidade de fazer parte da gestão que já no primeiro mês de aulas promoveu uma Assembléia Geral para discutir um tema tão relevante. Segundo o que se recorda, a última Assembléia havia sido há cerca de cinco anos, para discutir a obrigatoriedade da monografia de conclusão de curso. Passando, então, a presidir a Assembléia, o Vice-Presidente do CAAR, BRUNO RODRIGUES DA SILVA, inicialmente advertiu os presentes de que a Assembléia estava sendo gravada para auxiliar na elaboração da ata e explicitou a todos a ordem do dia: discussão acerca do posicionamento dos estudantes da Faculdade de Direito da UFRGS em relação aos cursos de especialização lato sensu na UFRGS, tendo em vista a decisão proferida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região nos autos do processo nº De forma preliminar, apresentou aos presentes um abaixo-assinado endereçado à gestão e assinado por cerca de cento e oitenta e cinco acadêmicos da Faculdade, que pedia o adiamento da Assembléia para o dia 31 de março, pelo turno da noite. Foi dito, ainda, que o assunto já fora discutido na reunião de gestão do dia anterior, e que, mesmo o entendimento da Gestão sendo na direção de adiar a Assembléia, não o fez por entender que apenas uma Assembléia por ser a instância máxima de decisões dentro do Centro Acadêmico teria o poder de se transferir. Ou seja, uma vez tendo a Diretoria Executiva do CAAR convocado a Assembléia, não poderia desconvocála. Assim, leu-se o inteiro teor do abaixo-assinado, abrindo-se, após, um tempo para falas e exposições. 1

2 Ata da Assembléia Geral dos Extraordinária - 11/03/2009 Página 2 de 5 De início, apareceram duas propostas aparentemente conflitantes, o que, após a primeira fala, mostraram-se idênticas. Na sua fala, o acadêmico FAGNER AZEREDO defendeu o adiamento. Argumentou que, assim como muitos outros, trabalha pelo turno da manhã, tendo inclusive que faltar ao seu compromisso. Disse, ainda, que iria propor o adiamento para hoje à noite, mas não o fez por haver jogo do Grêmio. Colocou-se favorável à proibição dos Cursos de Especialização. Após, o acadêmico BRÁULIO DE MATOS, que iria defender o outro lado, desfez o malentendido, declarando-se também a favor do adiamento. Foi decidido por unanimidade que não se deliberaria hoje, mas que, pelo menos, se iniciariam os debates, inclusive com a apresentação do painel programado, à exceção do acadêmico JOSÉ ARTIGAS RAMMINGER. Passou-se imediatamente a palavra aos painelistas convidados pela Gestão do CAAR para explanar sobre o tema na pauta, conforme previamente disponibilizado aos acadêmicos da supracitada Faculdade por via eletrônica e física na convocatória da Assembléia. Os painelistas presentes eram: Prof. CARLOS KLEIN ZANINI, Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Direito da UFRGS e RODOLFO MOHR, Tesoureiro do Diretório Central dos Estudantes da UFRGS e membro Conselho Universitário da UFRGS. O Prof. ZANINI, teve a palavra por primeiro, assim definido por sorteio. Iniciou sua fala, em resumo, elogiando a posição do CAAR em convocar a Assembléia. Afirmou que a questão jurídica será discutida nos tribunais, sendo que só deveríamos discutir na presente Assembléia a questão política. Segundo ele, portanto, deve ser feita uma analise pragmática: são ganhos certificados, não diplomas; mesmo não trazendo melhorias diretamente à comunidade acadêmica, indiretamente a pós-graduação lato sensu traz muito dinheiro e palestras abertas à Faculdade. Declarou-se cético e desesperançoso em relação a financiamentos públicos. Terminou agradecendo o CAAR pela iniciativa e o DCE pelo comparecimento. O representante do DCE, RODOLFO MOHR, em resumo começou agradecendo a todos. Após, disse ser essencial diferenciar pragmatismo e paixão, explicitanto que se deve, sim, lutar por verbas do governo. Lembrou da história de lutas do CAAR e do DCE em proibir quaisquer tipos de pagamento feito por alunos. Afirmou ser impossível descentralizar o gerenciamento do dinheiro, trazendo inclusive balancetes da FAURGS. Defendeu, ainda, que os Cursos de Espeialização servem para complementar a renda dos docentes (disse, porém, que não gostaria de generalizar). Enumerou problemas causados por Cursos de Especialização, tais como a fuga de professores das salas de aula da graduação em prol dos já citados cursos; a transformação da UFRGS em uma marca que pode ser comprada; o espaço público sendo usado para fins privados. Para finalizar, fez uma forte crítica à FAUFGS, exigindo transparência das contas da Universidade. Após estes primeiros cinco minutos para cada painelista, foi aberto um espaço para perguntas escritas pelos acadêmicos presentes, para serem sorteadas na mesa não mais do que cinco perguntas para cada painelista. O tempo para as respostas de cada um foi aumentado de cinco para sete minutos pela mesa. Como quem começou falando no primeiro bloco foi o Prof. ZANINI, RODOLFO deu início às exposições. Iniciou sua fala afirmando que os recursos dos Cursos de Especialização entram direto para o caixa da FAURGS, o que ele não considera democrático, defendendo que a distinção entre público e privado seja reativada. Afirmou, ainda, ter certeza de que a UFRGS não quebrará. Barrar a Pós-graduação Lato sensu é 2

3 Ata da Assembléia Geral dos Extraordinária - 11/03/2009 Página 3 de 5 barrar uma grande parte do dinheiro dos beneficiados (professores) e uma pequena parte da UFRGS. Haveria, segundo ele, meios de conseguir mais recursos, basta que se lute por isso. Para ilustrar seu ponto de vista, citou o exemplo da FABICO. ZANINI falou da sua paixão pela UFRGS. Afirmou, ainda, que a nossa biblioteca é insuficiente, mesmo com a atual ajuda da pós-graduação. Perguntou, ainda, o que há de tão grave em usar a marca da UFRGS, além de perguntar por que não deixar mais pessoas utilizarem a UFRGS. Quanto à legitimidade processual, afirmou que, se o DCE tem, o CAAR também tem. Quanto ao desvio de recursos disse que não são todos exemplos que são tão ruins. Afirmou que, caso os Cursos de Especialização sejam novamente permitidos, a prestação de contas será feita. Admitiu que abusos e desvios são cometidos, mas tudo será resolvido com a devida fiscalização. Disse ainda que não é impossível um acordo entre alunos e professores, pois ambos querem e buscam o bem da Universidade. Após as respostas, foi dado a cada painelista o tempo de 5 minutos para considerações finais. O primeiro a apresentar suas considerações foi o Prof. ZANINI. Ele deu início à sua fala respondendo às perguntas que não haviam sido sorteadas no bloco anterior. Explicou que, na graduação, nenhum pagamento pode ser feito, o que não é válido para os Cursos de Especialização, devido ao fato de que não são alunos regulares da Universidade. Falou ainda que os Cursos contratam pessoas de fora da Faculdade, e, quando contratam servidores de dentro da Faculdade, o fazem nos horários de folga e pagam hora extra. Testemunhou, também, que o CAAR vem há muito tempo tentando controlar esses cursos. Para finalizar, disse que os professores têm de ser transparentes, pois estamos inseridos em uma Universidade Federal. RODOLFO, em sua fala final, disse ser o poder econômico que define quem estuda na Universidade e quem não estuda, e que a Pós-Graduação lato sensu paga só aumentará ainda mais essa realidade. Afirmou ainda que o Brasil atual não é rico, mas não melhorará sem investimentos nos setores certos, como a educação superior pública. Disse, ainda, que não devemos desvirtuar a coisa pública. Concluiu dizendo que o quadro atual permite uma acomodação dos professores no que se refere a busca de verbas, o que teria um fim caso os Cursos de Especialização fossem proibidos de cobrar inscrições. Após as considerações finais dos painelistas, o microfone foi aberto para que os acadêmicos de Direito desta Faculdade pudessem opinar sobre o assunto que fora disponibilizado por meio da convocação. A saber: discussão acerca do posicionamento dos estudantes da Faculdade de Direito da UFRGS em relação aos cursos de especialização lato sensu na UFRGS, tendo em vista a decisão proferida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região nos autos do processo nº A primeira fala foi feita pelo acadêmico BRÁULIO DE MATOS, defendendo os Cursos de Especialização, inclusive comparando a UFRGS à Harvard onde, segundo ele, a pós-graduação lato sensu é paga e a graduação não se sente diminuída por isso. BRUNO FRANKE referiu-se à histórica luta do CAAR para conseguir a prestação de contas dos cursos, mostrando a todos a dificuldade em consegui-las. Perguntou, ainda, ao professor ZANINI se o dinheiro repassado à biblioteca pelos cursos era migalha. Foi dada, pela mesa, voz ao Prof. ZANINI, que pediu para que todos os cursos fossem vinculados à pós, e não aos departamentos como é feito hoje. Ele acredita que, assim, as verbas serão melhor administradas. 3

4 Ata da Assembléia Geral dos Extraordinária - 11/03/2009 Página 4 de 5 RODOLFO, então, pediu a voz, para que a equidade no debate fosse reestabelecida, o que foi aceito pela mesa. O Tesoureiro do DCE/UFRGS falou que agora é o momento de depuração. Segundo ele, nós não podemos punir os bons pelos maus. Caso os Cursos de Especialização continuem sendo pagos, devemos combater os maus, não podendo nos calar. Após a intervenção dos painelistas, o próximo estudante a falar foi VITOR RAMOS, que fez um breve relato do tempo em que participava do movimento estudantil. Perguntou ao professor ZANINI o porquê de a abertura ao diálogo por parte dos professores ter início somente agora, tendo em vista que esse debate vem sendo pedido pelos acadêmicos há muito tempo, e nunca antes houve o espaço propositivo. Afirmou, para concluir, que a pós-graduação lato sensu diminui, sim, a qualidade dos cursos da graduação. ZANINI declarou-se contra as cotas na graduação, elencando vários motivos. Após, afirmou que os Cursos de Especialização não podem ser comparados à graduação, pois os primeiros trazem benefícios principalmente financeiros a todos os outros cursos da Unidade. RODOLFO, em resposta, falou que é muito pequeno pensar que é obrigação apenas dos Cursos de Especialização trazer palestrantes importantes e renomados. Ele fez, em seguida, uma defesa das cotas na graduação. Para JOSÉ ARTIGAS, não deve ser discutido o dinheiro que entra, pois é sabido por todos que entra, mas sim o quanto se perde tendo os Cursos de Especialização dentro de nossa Faculdade. Defendeu, ainda, que se pague o aluguel das salas de aula utilizadas pelos cursos. Logo depois, o acadêmico FAGNER AZEREDO se dirigiu novamente ao microfone, para dizer que quem deve discutir a legalidade são os tribunais. Declarou ainda ser inadmissível que professores parem de dar aulas para a graduação em favor dos já tão citados cursos. Ressaltou, ainda, que acredita que os professores devem receber mais, e lançou a idéia de que se dê bolsas gratuitas nos cursos. BRUNO COLETTO afirmou que a discussão não deve ser de quanto se recebe ou de quanto se deve receber, mas sobre a concepção de Universidade Pública. Para ele a discussão é uma questão da função da Universidade no país. Sobre o que foi dito pelo colega FAGNER, bolsas dentro dos cursos são uma reivindicação antiga do CAAR, e já vem sendo dadas. Quanto aos relatórios de gastos: eles são dados, mas de forma tão confusa que só quem é formado em economia ou em contabilidade pode entendê-los. Para RAFAEL LEMES, o CAAR não pode entrar na lide. O acadêmico ainda falou sobre a moção aprovada no CEB (Conselho de Entidades de Base) do DCE, que pede para que os Centros Acadêmicos não apóiem a UFRGS no já citado processo. Disse, também, que o corporativismo está, hoje, entranhado na Universidade. Ao finalizar, ressaltou a importância dos painéis na conscientização dos alunos da Faculdade. VITOR GUIMARÃES levantou uma dúvida que, segundo o mesmo, cada aluno deve manter consigo: será que, depois de aprovados os Cursos de Especialização, os professores aceitarão a regularização? Por último, subiu ao microfone o graduando LEONARDO OLIVEIRA, que propôs um caminho jurídico caso seja mantida a decisão proferida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Ele defendeu, também, que se faça uma espécie de acordo com os professores nesta questão. Sem mais, em função do horário adiantado, às 11h e 20min declarou-se suspensa a Assembléia Geral Extraordinária até dia indefinido, a ser convocada e 4

5 Ata da Assembléia Geral dos Extraordinária - 11/03/2009 Página 5 de 5 devidamente publicizada pela executiva do Centro Acadêmico André da Rocha. A gestão também se comprometeu a realizar novos debates e painéis sobre o tema. Assim eu, FRANCISCO PONZONI PRETTO, Secretário-Geral do CAAR, lavro a presente ata em conjunto com BRUNO IRION COLETTO, Presidente do CAAR que iniciou os trabalhos e com BRUNO RODRIGUES DA SILVA, Vice-Presidente do CAAR, que presidiu os trabalhos.********************************************************************************** FRANCISCO PONZONI PRETTO, Secretário-Geral do CAAR BRUNO IRION COLETTO, Presidente do CAAR BRUNO RODRIGUES DA SILVA, Vice-Presidente do CAAR 5