Movimento ISSN: X Escola de Educação Física Brasil

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1 Mviment ISSN: X Escl Educçã Físic Brsil Cir Spesst, Bárbr; Vlentini, Nádi Cristin; Krebs, Ruy Jrnd; Berleze, Adrin Educçã infntil e intervençã mtr: um lhr prtir d teri bieclógic Brnfenbrenner Mviment, vl. 15, núm. 4, ctubre-diciembre, 2009, pp Escl Educçã Físic Ri Grn d Sul, Brsil Dispnível em: Cm citr este rtig Númer cmplet Mis rtigs Hme d revist n Redlyc Sistem Infrmçã Científic Re Revists Científics d Améric Ltin, Cribe, Espnh e Prtugl Prjet cdêmic sem fins lucrtivs senvlvid n âmbit d inicitiv Acess Abert

2 Educçã infntil e intervençã mtr: um lhr prtir d teri bieclógic Brnfenbrenner Bárbr Cir Spesst * Nádi Cristin Vlentini ** Ruy Jrnd Krebs *** Adrin Berleze **** Resum: Este estud investigu relçã entre enriqueciment d cntext d creche e legislçã vigente. Três estuds cs cm bebês frm cnduzids n prdigm d Teri Bieclógic. Os resultds mnstrrm que s bebês presentrm nvs cmpetêncis mnipulçã, cntrle psturl e interçã scil. Entretnt qulid ds cuidds ferecids n creche er restrit à higiene e limentçã. A intervençã p ser implementd n espç d creche; entretnt fz-se necessári se fzer cumprir legislçã n que diz respeit à frmçã e cpcitçã educdres e à rzã crinç-educdres pr efetivmente trnsfrmr cráter ssistencilist d educçã infntil. Plvrs-chve: Creches. Legislçã cm ssunt. Intervençã precce (Educçã). Educçã infntil. 1 INTRODUÇÃO Est pesquis é frut um crescente precupçã cm relçã à educçã infntil n que diz respeit cráter educcinl e senvlviment bebês que frequentm creches n primeir n vid. Váris ftres mbientis influencim senvlviment * Mestre em Ciêncis d Mviment Humn. Prfessr d Escl Educçã Físic d UFRGS. Prgrm Pós-grduçã em Ciêncis d Mviment Humn. Prt Alegre, RS, Brsil. E-mil: brbrspesst@gmil.cm ** PhD. Helth And Humn Perfrmnce. Prfessr Adjunt d Escl Educçã Físic d UFRGS. Deprtment Educçã Físic. Prt Alegre, RS, Brsil. E-mil: ndicv@esef.ufrgs.br *** PhD. Educçã Físic. Prfessr d Universid Estdul Snt Ctrin. Flrinóplis, SC, Brsil. E-mil: d2rjk@pbx.usc.br **** Dutr em Ciêncis d Mviment Humn. Prfessr d Universid d Regiã d Cmpnh. Deprtment Educçã Fisic. Sã Gbriel, RS, Brsil. E-mil: drinberleze@yh.cm.br

3 148 Artigs Originis Bárbr Cir Spesst, et l. infntil, cm, pr exempl, um nutriçã qud, cndições sciis fvráveis (águ ptável, snement qud) e educçã cm qulid. Os investiments n crinç sã mis eficientes e grntem retrns mires d que qulquer utr investiment pr prte d gvern, pis esse investiment cntribui pr iguld scil e scensã ecnômic (SANTOS, 2004). Entretnt, esses ftres ind recebem d scied em gerl precupçã vid, pis um menr precupçã cm cráter educcinl necessári pr senvlviment bebês se bserv ns cntexts ds creches e ds berçáris (ALMEI- DA, VALENTINI, LEMOS, 2005; ARNS, 1998; HUIJBREGTS, LESEMAN, TAVECCHIO, 2008). Diverss estuds mnstrm s prejuízs crretds pel trs n senvlviment n primeir infânci, prejuízs esses que cbm se trnnd precupções sciis (ALMEIDA, 2004; ALMEIDA, VALENTINI, GUERREIRO, 2005; BOMBARDA, 2008; RAMEY, RAMEY, 1998; RAMEY, BRYANT, SUAREZ, 1990; RECH, 2005; WASIK, RAMEY, BRYANT, 1990). Atrss n primeir infânci estã relcinds cm psterir evsã esclr, grviz n dlescênci e linquênci juvenil (RAMEY, BRYANT, SUAREZ, 1990). Cnsirnd-se que senvlviment mtr pen d interçã entre indivídu, mbiente e tref(krebs, 1995; ROSE, 1997), um mbiente inqud, inibidr u puc estimulnte p repercutir frm negtiv n senvlviment infntil (BOATO, 2003; RAMEY, BRYANT, SUAREZ, 1990). Em um visã dinâmic d senvlviment d crinç, precupçã em sber qul nturez, int u dquirid, que termin mneir cm crinç cresce e se senvlve, pss ser té mesm puc relevnte; pis se hereditried termin ptencil humn, el é mei que intermedi s cnquists d ser humn (BRONFEN- BRENNER, 1996; GALLAHUE, OZMUN, 2001; HAYWOOD, GET- CHELL, 2004; NEWELL, 1986). As interções (hereditáris e mbientis) cbm influencind s principis mudnçs d crinç, csinnd senvlviment d mesm em ritms e intensids diferentes (BEE, 1996; PAPALIA, OLDS, 2000). Cnsirnd-se que crinçs cnhecem mund prtir d explrçã mtr, seu senvlviment glbl penrá, Prt Alegre, v. 15, n. 04, p , utubr/zembr 2009.

4 Educçã infntil e intervençã mtr: um lhr prtir d sucess que els vivencirem ness etp inicil. Intervir n cntext d creche, u d escl educçã infntil, trnnd- um mbiente estimulnte e educcinl, p fvrecer senvlviment ds crinçs. A intervençã ness fix etári se prpõe mdificr qulid estímuls prprcinds às crinçs, lternd mbiente imedit, u crind um nv sistem n qul crinç é inserid. Em mbs s css, diverss nvs trefs sã prpsts e crescentds di--di d crinç. À medid que esses estímuls mdificm senvlviment glbl d crinç, eles lterm mneir n qul crinç interge cm mbiente. A mudnç n frm interçã p fvrecer criçã um mir riquez estímuls e curisid, que levrá scberts pr prte d crinç. Esss scberts pssibilitm bebê influencir mbiente em que está inserid, gernd pssíveis mudnçs ns ppéis (BEZIER, HUNSINGER, 1994; BROFENBRENNER, 2002; KREBS, 2003). Ess cmplex interçã dinâmic entre s tributs d pess em senvlviment e s pressões d cntext em que senvlviment se dá e que crrem lng d temp está representd (figur 1) n ml bieclógic (BRONFEN- BRENNER, 1995; BRONFENBRENNER, CROUTER, 1983; BRONFENBRENNER, MORRIS, 1998; BRONFENBRENNER, LÜSHER, 1995). N Brsil, direcinment ds pesquiss fundmentds n teri bieclógic fcliz-se principlmente em estuds scritivs cm crinçs em id esclr (KREBS, ZUCHETTO, 2008; VIEIRA, 2003; COPETTI, 2003, BERLEZE, 2002; COPETTI; KREBS, 1997). Alguns estuds brsileirs (e.g. MELCHIORI; ALVES; SOUZA; BUGLIANI, 2007; BHERING, NEZ, 2002) investigm bebês e seu cntext cnsirnd micrssistem (creche, mbiente fmilir). Infelizmente litertur é crente estuds que relcinem seus resultds cm utrs sistems presentes n ml bieclógic (e.g. messsistem, exssistem, mcrssistem) e estuds interventivs cm bebês ntr ss perspectiv teóric. As intervenções cm bebês tenm centrr-se em váris dinâmics intervenções, verificnd influênci ds mesms n prgress mtr (BOMBARDA, 2008; ALMEIDA, 2005; RECH, 2005). Nest pers-, Prt Alegre, v. 15, n. 04, p , utubr/zembr 2009.

5 150 Artigs Originis Bárbr Cir Spesst, et l. pectiv, retrtr relid d cntext sóci-culturl ns quis s crinçs estã inserids; prduzind infrmções cnfiáveis, que pssm vir uxilir n intificçã prblems mis preccemente pssível, refrçm imprtânci st pesquis. A implementçã estrtégis ser incrprds n rgnizçã fmilir e n creche p repercutir em ções efetivs que pssm prvcr mdificções psitivs pr s bebês. Figur 1. Ml interçã ds elements d Teri Bieclógic Brnfenbrenner (KREBS; ZUCHETTO, 2008) Um ds ftres terminntes pr senvlviment infntil sã s circunstâncis sciis e s pssibilids esclhs que fmíli tem cess. Dess frm, este estud investigu relçã entre micrssistem, creche que bebê frequent, enriquecid pr mei um intervençã mtr, e mcrssistem, qul envlve legislçã que regulment esss creches e s plítics públics pr infntes. Pr que esse bjetiv fsse lcnçd, buscu-se cmpreenr cm ptencil educcinl d micrssistem se relcin cm s diretrizes educcinis estbelecids pel legislçã cmpetente., Prt Alegre, v. 15, n. 04, p , utubr/zembr 2009.

6 Educçã infntil e intervençã mtr: um lhr prtir MATERIAIS E MÉTODOS Os prcediments metdlógics ste estud estã pids ns princípis d cnfirmçã e scbert linements bieclógics (BRONFENBRENNER, 2005). Qunt à cnfirmçã, este estud implementu hipóteses e linements lterntivs pesquis fim verificr rel plicbilid e vlid ds resultds btids e su replicbilid n ctidin ds bebês. Qunt à scbert, prte empíric st pesquis piu-se em três estuds cs cm bebês que prticiprm um intervençã mtr n mbiente d creche n primeir n vid. Cm esse linement pel md d scbert, busc-se prver bses científics pr linement plítics sciis e prgrms mis efetivs, que pssm se cntrpr às nvs e emergentes influêncis disruptivs senvlviment humn. 2.1 DELIMITAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS PARÂMETROS DO CONTEXTO DO ESTUDO O estud d senvlviment infntil interpretd pels prâmetrs d cntext bieclógic englb: ) crinç em senvlviment, em que cresciment está sempre em cnstnte prgress, reestruturnd seu mei; b) reciprcid, n qul crre um interçã entre crinç e mei mbiente, u sej, mei mbiente exerce influênci n senvlviment infntil; e c) s intercnexões entre esses mbientes e s influêncis externs prvenientes meis mis mpls. Esses mbientes sã chmds micr-, mes-, ex- e mcrssistem. Eles sã dispsts n rm círculs cncêntrics, s áre mis intern té mis extern, send que tds estã ntr d dimensã temp (BRONFENBRENNER, 1996). O micrssistem está relcind sistem mis imedit d bebê n qul mesm prticip tivmente em um mbiente, cm creche, pr exempl. O messsistem inclui s inter-relções entre dis u mis mbientes d micrssistem em que bebê prticip tivmente fmíli e creche. Já exssistem cmpreen s interligções entre dis u mis mbientes, send que em pel mens um sses mbientes crinç está inserid. Prém esse fet indiretmente seu sen-, Prt Alegre, v. 15, n. 04, p , utubr/zembr 2009.

7 152 Artigs Originis Bárbr Cir Spesst, et l. vlviment, tend-se cm exempl trblh ds pis. O mcrssistem é últim nível d ml, pnd ser explicd cm cntext scil mis brngente, que cb influencind senvlviment d crinç. Cm exempl sse nível tem-se sistem públic sú e educçã ferecids n nss pís. Cm bse nesses elements, fi lined ml pr nálise utilizd n presente estud. Esse ml é mstrd n figur 2. Figur 2. Os cntexts d Educçã Infntil n presente estud prtir d Teri Bieclógic Brnfenbrenner N ml presentd n figur 2, pms perceber s interções cnstruíds prtir d intervençã que s bebês ds css investigds receberm n micrssistem creche. Esse micrssistem mntém um re sistêmic cm s plítics públics reginl, estdul e ferl, representds pels respectivs Secretris Educçã Municipl e Estdul e Ministéri d Educçã. A Uniã exerce sus cmpetêncis relcinds à educçã pr mei d Ministéri d Educçã, send els: frmulçã d plític ncinl; crnçã ncinl (rticulçã cm utrs órgãs e ministéris que tenhm plítics e prgrms pr crinçs 0 6 ns); estbeleciment, Prt Alegre, v. 15, n. 04, p , utubr/zembr 2009.

8 Educçã infntil e intervençã mtr: um lhr prtir diretrizes geris; ssistênci técnic e finnceir s Estds, Distrit Ferl e s Municípis; clet, nálise e disseminçã infrmções educcinis; regulmentçã e nrmtizçã pel CNE (Cnselh Ncinl Educçã); frmçã universitári prfessres; e fment à pesquis. Os Estds exercem sus cmpetêncis pr mei d Secretri Estdul d Educçã, send esss: frmulçã d plític estdul; crnçã estdul; execuçã ds ções estduis; ssistênci técnic e finnceir s Municípis; nrmtizçã pel CEE (Cnselh Estdul Educçã); utrizçã, recnheciment, crenciment, fisclizçã, supervisã e vliçã ds estbeleciments d seu sistem ensin; frmçã universitári prfessres; fment à pesquis; frmçã prfessres n mdlid Nrml, em nível médi. Já Municípi exerce sus cmpetêncis pr mei d Secretri Municipl Educçã, send els: frmulçã d plític municipl; crnçã d plític municipl; execuçã ds prgrms e ds ções; nrmtizçã pel CME (qund huver Cnselh Municipl Educçã); utrizçã, recnheciment, crenciment, fisclizçã, supervisã e vliçã ds estbeleciments d seu sistem ensin; frmçã cntinud prfessres em exercíci; fment à pesquis. 2.2 A SELEÇÃO DOS CASOS PARA O ESTUDO A seleçã ds css pr estud cnteceu mneir prbbilístic, intencinl, n ppulçã crinçs creches cnvenids cm re públic e cráter filntrópic Prt Alegre, RS, que utrizrm utilizçã ds sus pendêncis, vi term utrizçã institucinl. Qurent bebês cm ids seis it meses vid prticiprm um estud prévi intervençã mtr (ALMEIDA, 2004). Desses 40 bebês, três permnecerm cm trss mtres pós primeir estud, evincind necessid cntinuid d intervençã. Pr ssegurr nnimt, s bebês prticipntes tiverm seus nmes reis substituíds pr nmes fictícis. O term cnsentiment livre e infrmd fi btid pr cd prticipnte, e pesquis fi prvd pel cmitê étic d UFRGS (Prcess nº )., Prt Alegre, v. 15, n. 04, p , utubr/zembr 2009.

9 154 Artigs Originis Bárbr Cir Spesst, et l. 2.3 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DOS DADOS E INSTRUMENTOS UTILIZADOS Os três bebês selecinds pr este estud frm vlids ntes e pós períd d intervençã pr mei d Escl Desenvlviment d Cmprtment d Crinç n Primeir An Vid (PINTO; VILANOVA; VIEIRA, 1997). A fim grntir bjetivid ds vlições est fi relizd pr três vlidres send dis inpenntes d pesquisdr que presentrm 100% cncrdânci entre eles. Os cmprtments vlids pr mei d Escl Desenvlviment d Cmprtment d Crinç n Primeir An Vid(PINTO; VILANOVA; VIEIRA, 1997) frm: ) xil espntâne cmunictiv pstur e slcment, rrstr, engtinhr, cminhr; b) xil espntâne cmunictiv cmunicçã verbl, emissã sns guturis, vcálics e se bebê repete mesm sílb; c) xil estimuld -cmunictiv se bebê prcur lclizr sm e present esquiv frente estrnhs; d) xil estimuld cmunictiv respst mtr estímul verbl u crprl, que indic se bebê brinc escn-chu e rege jgs crpris; e) pendiculr espntâne -cmunictiv mnipulçã bjets, se bebê lev mã à bc, tem preensã plmr simples, pinç; f) pendiculr espntâne cmunictiv mnipulçã em relçã utr, se bebê tc ns óculs, rst e cbels dults; g) pendiculr estimuld -cmunictiv mnipulçã ds bjets presentds, se bebê tent pegr um bjet suspens, blnç um brinqued snr, chclh; h) pendiculr estimuld cmunictiv respst slicitções verbis, dá tchu, ten slicitções simples, fz crinh. Esses it itens frm vlids em um escl tip Likert, cm cinc níveis: 1) trs, 2) risc, 3) regulr, 4) bm, 5) excelente. N vliçã, frm utilizds brinqueds (chclhs, cminhã pins, espelh, entre utrs) fim investigr presenç ds diferentes hbilids mtrs pr mei tivids lúdics. 2.4 IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA DE INTERVENÇÃO O prgrm intervençã fi relizd três vezes pr semn, durnte dis meses, em um ttl 18 intervenções vid às usêncis ds bebês. Durnte tds s etps d estud, s bebês frm fil-, Prt Alegre, v. 15, n. 04, p , utubr/zembr 2009.

10 Educçã infntil e intervençã mtr: um lhr prtir mds. Tds s bservções relizds durnte intervençã e pr mei ds filmgens frm registrds em um diári cmp que serviu cm suprte pr nálise e discussã ds resultds. O diári screve s bservções feits durnte intervençã reltiv à mtricid, interçã, cmprtment ds bebês e funcinment d creche. A bse ds scrições d diári cmp referentes senvlviment mtr fi bsed n Albert Infnt Mtr Scle (PIPER; DARRAH, 1994). As intervenções erm relizds três vezes pr semn, n própri creche, cm sessã dividid em três prtes: ) perseguiçã visul, b) explrçã sensóri-mtr e c) slcment. A perseguiçã visul er relizd cm clrids chclhs, bichinhs pelúci u brrch e cnsisti bsicmente em mstrr brinqued e mvimentá-l, fim gerr interesse (dispsiçã gertiv) n bebê, que pri cmpnhr mviment cm lhr e tentr lcnçál (cmpetênci u disfunçã). Cs bebê lcnçsse e pegsse brinqued, esse er entregue em sus mãs e ssim iniciv-se um mviment cm utr brinqued, tirnd tençã d brinqued inicil e pssibilitnd mnutençã d dinâmic n períd prpst. A explrçã sensóri-mtr cnsisti bsicmente n mnipulçã bjets, send relizd d seguinte frm: frm presentds bebê brinqueds diferentes frmts, cres e texturs; cs bebê persse interesse n primeir brinqued u tivesse explrd stisftrimente s pssibilids pegds, um nv brinqued er ferecid. Pr relizçã d slcment, bebê er psicind em prn e estimuld cm brinqueds n linh visã, send entã utilizds utrs brinqueds snrs fr d linh visã pr crir necessid trc pstur. O bebê er ixd livre pr reslver quisquer dificulds lcmtrs ( cntrle psturl e mnipulçã) que precessem durnte intervençã. Qund resluçã d prblem mtr er lcnçd frm inpennte, bebê recebi uxíli n su execuçã. Se, mesm ssim, ele cnseguisse lcnçr seu bjetiv e presentsse crcterístics frustrçã, prblem er slucind temprrimente, send presentd nvmente n crrer d sessã frm diferencid., Prt Alegre, v. 15, n. 04, p , utubr/zembr 2009.

11 156 Artigs Originis Bárbr Cir Spesst, et l. 3 ANÁLISE DOS RESULTADOS Os dds frm nlisds frm scritiv e individul, vist que er bjetiv d estud cmprr s bebês entre si, ms sim interpretr s efeits d intervençã n prcess d senvlviment d cmprtment ds bebês e screver cntext d creche. A nálise fi relizd prtir d tringulçã ds infrmções cletds n pesquis cmp, em que se prcuru sscir à legislçã vigente referencil teóric, suprte st pesquis, s dds presentes n diári cmp, riunds d intervençã e d filmgem. 3.1 RESULTADOS CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE E A ROTINA DIÁRIA DA CRECHE OBSERVADA AO LONGO DA INTERVENÇÃO As intervenções frm relizds em dus creches Prt Alegre. Esss creches recebem crinçs prvenientes lres bix rend fmilir. A primeir tinh um médi 11 bebês pr tennte, que permnecim pr, n mínim, 7 hrs/di n creche. Er rgnizd pr um grn númer vluntáris. As educdrs pssuím frmçã em nível fundmentl. Os brinqueds erm escsss, fruts dções e mviments rrecdçã recurss relizds principlmente pel vluntrid. A segund creche ssisti em trn 8 bebês pr tennte e presentv um mir estrutur n sentid brinqueds que fvrecim senvlviment ds bebês em cmprçã cm primeir, ms ind ssim puc quds em númer e funçã. As educdrs hvim cncluíd ensin médi e pssuím hbilitçã em curs superir. Ns dus creches, s bebês permnecim mir prte d di n berç, que limitv ind mis s sus pssibilids scberts, lém ds limitções impsts pel mbiente físic, restrit um únic sl. A rtin ds creches er estbelecid crd cm s hráris limentçã e trc frlds. A chegrem n creche, s bebês recebim primeir refeiçã e lg em seguid cmeçv primeir sessã trcs frlds. Qund tennte cbv trc, tinh, Prt Alegre, v. 15, n. 04, p , utubr/zembr 2009.

12 Educçã infntil e intervençã mtr: um lhr prtir um pequen intervl e lg se dv iníci s preprtivs pr nv refeiçã, seguid pr nv trc frlds, md que tennte tinh muit temp pr brincr e intergir cm s bebês CARACTERIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DOS BEBÊS AO LONGO DA INTERVENÇÃO Os tributs pessis dignsticds n pré-teste, bem cm s cmpetêncis e s disfunções mtrs serã presentds tlhdmente ns qudrs 1 e 2 respectivmente. Jã Cmpetêncis 1- Cmprtment xil espntâne cmunictiv 2- Cmprtment xil estimuld -cmunictiv 3- Cmprtment xil estimuld cmunictiv 4- Cmprtment pendiculr espntâne cmunictiv 5- Cmprtment pendiculr estimuld -cmunictiv 6- Cmprtment pendiculr estimuld cmunictiv 1- Cmprtment xil estimuld -cmunictiv 2- Cmprtment xil estimuld cmunictiv Descriçã d Cmprtment () repete s própris sns, (b) tem reçã esquiv () tir pn d rst, (b) lcliz sm, (c) segue bjet 180 () vir-se qund chmd pel nme () bte ns óculs, n nriz e ns cbels ds dults () tent pegr bjet suspens, (b) chclh () respn "vem", estennd s brçs, (b) bte plms, (c) dá "tchu" () srri e vcliz dinte d espelh, (b) tir pn d rst () vir-se qund chmd pel nme, (b) brinc escn-chu, (c) rege jgs crpris An Mri 3- Cmprtment pendiculr espntâne -cmunictiv 4- Cmprtment pendiculr espntâne cmunictiv 5- Cmprtment pendiculr estimuld -cmunictiv 6- Cmprtment pendiculr espntâne cmunictiv 1- Cmprtment xil espntâne cmunictiv 2- Cmprtment xil estimuld cmunictiv 3- Cmprtment estimuld pendiculr 4- Cmprtment xil estimuld -cmunictiv 5- Cmprtment pendiculr estimuld -cmunictiv () em prn, lcnç bjet, (b) peg bjet pós ixá-l cir, (c) encntr bjet escndid, (d) us bjet intermediári () bte ns óculs, n nriz e ns cbels ds dults () tir pins grns, (b) tir pins pequens, (c) clc bjet em recipiente () respn "vem" estennd s brçs, (b) bte plms, (c) execut gests simples pedid () srri, (b) repete s própris sns () vir-se qund chmd pel nme () bte ns óculs, n nriz e ns cbels ds dults () srri e vcliz dinte d espelh () blnç brinqued snr, (b) chclh Qudr 1. Atributs pessis dignsticds n pré-teste cm Cmpetêncis, Prt Alegre, v. 15, n. 04, p , utubr/zembr 2009.

13 Bárbr Cir Spesst, et l. 158 Artigs Originis, Prt Alegre, v. 15, n. 04, p , utubr/zembr Qudr 2. Atributs pessis dignsticds n pré-teste cm Disfunções (Cntinu...) isfunçã D cmprtment d Descriçã Jã pendiculr Cmprtment 1- -cmunictiv espntâne su pós bjets pnhv (b) em prn, bjets lcnçv () segurv (d) utr, pr mã um bjets trnsferi (c) qued, mã em um pins dis espntâne xil Cmprtment 2- -cmunictiv sentd pr prn pstur d pssv (b) engtinhv, () estimuld xil Cmprtment 3- -cmunictiv em jg plvrs s cmbinv (b) sílb, mesm repeti () silábic An espntâne xil Cmprtment 1- -cmunictiv pi, cm mínim em pé mntinh se (b) engtinhv, () cm cminhv (d) sentd, pr prn pstur d pssv (c) uxíli espntâne xil Cmprtment 2- cmunictiv sílb, mesm repeti (b) vcálics, sns emiti () estrnhs frente esquiv reçã pssuí (c) Mri espntâne xil Cmprtment 1- -cmunictiv mãs, ds pi sem sentd ficv (b) rrstv, se () em pé mntinh se (e) rlv, (d) sentr, pr puxv se (c) pi cm mínim pendiculr Cmprtment 2- -cmunictiv espntâne intermediári, bjet usv (b) em prn, bjet lcnçv () pequens, pins tirv (d) mã, em um pins dis retinh (c) em recipientes bjets clcv (e) mês rimeir P s mê egund S intervençã d Términ Jã bemum bebê er meses, it Tinh senti se Qund humrd. sisti lcnçr, pr frustrd pr lhv e tentr expecttiv n interventr prn A pstur bjet. receber mnipulçã, limitv dtd bjets pegr pdi bebê pis d pi fizessem retirr que A frequênci ntebrç. er pstur ness mnipulçã di sétim N expressiv. muit rrstv se bebê intervençã, um pdrã dtnd que psterir pr slcment A direçã. mudnçs dificultv ds pi sem sentd pstur cm segurnç, mntid er brçs e mnipulçã pssibilitnd pssibilids ds explrçã erm bjets queds As pegd. frequentes. bstnte prn pstur n lcnç O bebê em extensã. brç d pi cm trcv bebê sentd, pstur N d Sí prn. pr psiçã se prn pr sentd psiçã brçs, cm s empurrnd crrer N perns. ds us fzend pssu bebê intervençã, d tmbém que ft engtinhr, n imprtnte frm cntribuiu pssibilids ds explrçã trnubebê que vist mviment, cm mis buscr cpz se que event u bjet eficiênci tençã. su chmv gts pstur mntinh O bebê ds pi utilizv sentd, e, mnstru Ele superires. membrs interesse crescente um ument presentds, tivids pels n melhr um sscids A mviment. d qulid tnt precis mis ficu mnipulçã pstur n cm em sestçã n um ument Ocrreu prn. e nn n queds frequênci e psturl O cntrle sessã. décim melhrrm slcment reções s sensivelmente, finids mis trnrm-se equilíbri tiv mis trnu se Ele eficientes. e cm e bjets cm s interçã n d términ A interventr. presentv bebê intervençã trss. mis An presentv meses, nve Tinh ns lhr em fixr dificulds cm A interçã pesss. cnteceu interventr cm Arrstv-se grdtivmente. ss us fzend eficiênci, grn rrmente slcment frm qutr pstur buscnd vezes, mis srrir Pssu pis. intergir e brinqueds s pntr A mbiente. cm mis se fi bjets mnipulçã reduzind e precis mis trnnd Adtv queds. númer ds sem pi sentd pstur cm pstur mudv brçs, bstnte Explrv fcilid. frm d ms mbiente, fixv Dificilmente esperd. u educdr interventr, n lhr crinçs. utrs ns mesm e szinh principlmente Brincv vzi. n lhr fixv pis em qutr Ficv psiçã, n brincnd mdificds, Ess frente. pr mver se pnd n um ument mnstrv pstur um permiti pis psturl, cntrle prn pstur d dinâmic mudnç interesse Demnstrv sentd. pr mnipulv, s e brinqueds pr d prte à estr prém preci Ess cercv. que mbiente minimizd send fi crcterístic s pis, temp, d pssr cm intergir pssu bebê pucs, utrs. cm s tiv mis frm cm lterl cminhd Relizu n eficiente trnu-se pi, A gts. psiçã n slcment mis ser pssu visul perseguiçã e brrch brinqueds s e tiv, ser tiverm que chclhs mis O bebê substituíds. prn, pstur n bjets mnipulv s explrr pr sentr se pssu hbilid Adquiriu bjets. send eficiente, frm slcr-se intervençã, mdificr necessári temp n lterções exigind cm Mesm tivid. cd temp mntid fi mudnç, lternd minuts, 15 intervençã tivids ds distribuiçã smente bebê. d interesses cm s crd já iníci n presentd O trs presente. fzi se

14 Educçã infntil e intervençã mtr: um lhr prtir (cntinuçã) Mri Sete meses, intergi e bservv utr cm trçs nsied. A fmíli vesti, vid à su cndiçã sciecnômic, cm rups menres que seu tmnh, que dificultv su mvimentçã. Nã relizv perseguiçã visul, fixv lhr n interventr. A mnipulçã er imprecis. Demnstrv scntentment pr mei d chr n pstur prn e presentv reções equilíbri e prteçã precáris. O slcment d lhr d interventr pr bjet cnteceu prgressivmente, send cmpnhd pr melhrs n qulid d mviment, n ument d frequênci d mnipulçã e n mir interçã cm bjet. Em prn s trnsferêncis pes erm scntrlds e mviment puc crnd. Sentd crp cmeçv buscr linh médi, ms permneci n psiçã szinh. Pssu mnipulr n pstur prn dtd. Buscv mnter pegd inicil, presentv um númer elevd queds d bjet. O bebê cnquistu pstur sentd sem pi ds membrs superires. Ess pstur pssibilitu um melhr n mnipulçã, vist que bebê mis pendi uxíli extern pr permnecer sentd. Pssu brincr cm s bjets e reduziu em prte temp fixçã lhnd pr interventr. Pssu ter mir dmíni d pstur prn, send cpz rlr prn pr supin. Tlerv pstur prn n penúltim semn intervençã s que rst d interventr estivesse n seu cmp visã, u sej, bebê pssu tlerr pstur n medid em que se percebeu mis segur e intergind scilmente. Sentv-se inpenntemente e lcnçv cm rtçã. O lcnçr bjets suspenss e mnipulçã em gerl pssrm ser feits cm mir precisã. Apesr mnipulçã brinqueds presentr crcterístics rudimentres, fi pssível perceber prgress ns mviments pr mei ds crcterístics lcnce e pegd bimnul. Percebeu-se um reduçã n númer queds ds bjets. Mri presentu trss términ d intervençã. Qudr 3. Cmprtments mtres n intervençã Os bebês presentrm mudnçs psitivs lng d intervençã ns diferentes cmprtments. Tds s cmprtments respectivs à id que erm presentds n iníci d intervençã frm send cnquistds lng d períd interventiv (qudr 3). Os bebês presentrm melhr tnt n mnipulçã bjets qunt n cntrle psturl. As cnquists cntrle psturl e slcment pm ser bservds n figur 3, cnsirnd-se sessã n qul cmprtment prece pel primeir vez crd cm s scrições d diári cmp., Prt Alegre, v. 15, n. 04, p , utubr/zembr 2009.

15 160 Artigs Originis Bárbr Cir Spesst, et l. Figur 3. Emergênci cmprtments lng ds sessões interventivs Fnte: DARRAH, 1994., Prt Alegre, v. 15, n. 04, p , utubr/zembr 2009.

16 Educçã infntil e intervençã mtr: um lhr prtir DISCUSSÕES 4.1 O MICROSSISTEMA E AS MUDANÇAS NAS COMPETÊNCIAS MOTORAS Qunt cntext, bservu-se que principl funçã exercid pels educdrs restringi-se s cuidds ssistenciis, cm higiene e sú ds bebês. Ess funçã ds educdrs creche vem encntr d reltd pr Arns (1999) e Almeid, Vlentini e Lems (2005), u sej, trblh restrit às trefs trc frlds e limentçã. Durnte limentçã, mment que pri ser interçã e trcs entre educdr e bebê, s bebês erm clcds ns crrinhs em círcul, e educdr entregv um mmir pr cd bebê. As crinçs mis velhs tmbém ficvm n círcul enqunt educdr s limentv individulmente, seguind rm sistemticmente. Ness situçã, interçã tmbém ficv prejudicd, pis pesr d necessid çã individulizd, educdr estv sempre cm tençã vltd pr grup. O mment trc frlds preci ser que prprcinv mir interçã entre dí educdr-bebê. Ness situçã, s educdrs cnversvm e mstrvm mires sinis fetivid. Cm s mteriis pedgógics erm escsss, s bebês que se slcvm livremente pendim d interçã cm educdr pr mnipulr lgum brinqued. A restringir interçã entre educdr e crinç, própri senvlviment infntil fic restrit n mbiente institucinl (BRONFENBRENNER, 1995; KREBS, 1995). Esse ft fi frtemente bservd ns vlições iniciis, ns quis s bebês prticipntes evincirm trss expressivs n senvlviment mtr, s quis limitvm tmbém sus interções cm mbiente. Apesr sses trss estbelecids inicilmente, s quis ind erm prevlentes mesm pós intervençã prévi, intervençã individulizd e prlngd, relizd n espç ds creches, evinciu um impct psitiv n cmprtment mtr. Os resultds d presente estud sã semelhntes s encntrds pr Almeid, Vlentini e Lems (2005) cm crinçs n terceir trimestre vid creches públics pós 10 sessões interventivs; s Rech (2005) cm bebês premturs prticipnd brdgens interventivs individulizds e em grups pós 24 sessões; bem cm s Bmbrd (2008),, Prt Alegre, v. 15, n. 04, p , utubr/zembr 2009.

17 162 Artigs Originis Bárbr Cir Spesst, et l. tmbém cm 24 semns, cm crinçs entre 06 e 18 meses id que presentvm trss n senvlviment mtr, vivend em situçã vulnerbilid sciecnômic. A experiênci prprcind pel intervençã uxiliu n primrment cmprtments presentes n repertóri mtr d bebê, bem cm pssibilitu ument imprtnte ds estímuls mtres, pis bebês que nterirmente recebim tençã restrit e mteriis pedgógics escsss pssrm experimentr um enriqueciment d mbiente e sus experiêncis pssrm ser medids pr um educdr (BOATO, 2003; BRONFENBRENNER, 2002; KREBS, 1995; LOBO, GALLOWAY, SAVELSBERGH, 2004). A intervençã pssibilitu às crinçs um série nvs interções cm educdr, cm um mbiente enriquecid cm brinqueds quds à fix etári e cm s trefs prpsts. As trefs respeitvm s sejs ds bebês ntr d que intervençã se prpunh. Ess flexibilid intervençã permiti um reciprcid n interçã d interventr e d bebê mesm que, n mir prte d temp, s trefs prpsts n prtcl interventiv fssem mntids. A cmplexid d tref interventiv umentv grdtivmente, qund-se às necessids senvlvimentists ds bebês. Ess mudnç n cntrle d situçã prece ser benéfic bebê em senvlviment (BRONFENBRENNER, 2002; KREBS, 2003), que pss experimentr mbiente cm mir utnmi. Ess reciprcid lcnçd em um dí tivid cnjunt (inter-relçã entre dus pesss que relizm lg em cnjunt) permitiu ument n mtivçã e n engjment d intervençã e pssivelmente influenci cmprtment d crinç mesm qund um ds prticipntes, neste cs educdr, está presente (BRONFENBRENNER, 2002; KREBS, 2003; LOBO, GALLOWAY, SAVELSBERGH, 2004). Aind cm relçã à interçã scil, permnênci d mir interesse n educdr em vez n bjet fi bservd pens em um bebê, Mri. Esse interesse gerlmente cmeç se reduzir ds qutr s seis meses id, send tençã direcind bjet prgressivmente (ROCHAT, 2001). Esse trs crret em utrs dificulds, vist que pegd pen ções sequenciis cm visulizçã d bjet, perseguiçã visul, mviment d cbeç em, Prt Alegre, v. 15, n. 04, p , utubr/zembr 2009.

18 Educçã infntil e intervençã mtr: um lhr prtir direçã bjet e çã d membr superir(lobo, GALLOWAY, SAVELSBERGH, 2004). Esss dificulds presentds inicilmente pr Mri frm send superds grdtivmente, lng d intervençã. A estimulçã sensóri-mtr, prpst n intervençã, prprcinu explrçã diret ds crcterístics ds bjets, pssibilitnd vivênci um nv situçã intercinl. As trcs estbelecids entre bebê e educdr pr mei tivids lúdics pssibilitrm bservçã d melhr n hbilid mnipulçã e pri-mrment d interçã mã-brinqued ns três bebês(lobo, GALLO- WAY, SAVELSBERGH, 2004). Durnte intervençã, s bjets erm presentds diferentes frms n fse d mnipulçã, pis frm cm brinqued é presentd p fetr precisã d pegd (ROCHAT, 2001). As diferentes frms presentçã d bjet, implementds ns sessões, gerrm necessid d scbert nvs estrtégis mtrs, pssibilitnd um mir explrçã ds pssibilids mviments e, cnsequentemente, um repertóri mtr mis mpl. Esse ument n repertóri mtr pssibilitu s bebês cnstruírem diferentes percepções d crp n espç, que é tmbém um ftr imprtnte n t lcnçr(spencer, VEREIJ- KEN, DIETRICH, THELEN, 2000). A utilizçã diferentes estrtégis mtrs, explrçã ds pssibilids mviment e bservçã ds cnsequêncis sss ções n mbiente prpicirm s bebês utilizçã um seleçã ds cmprtments mis bemsucedids, primrnd repertóri mtr (LOBO, GALLOWAY, SAVELSBERGH, 2004). O cntrle psturl é um cnquist imprtnte pr ument ds experiêncis mnipultivs, vist que elevr brç, fstnd- d crp fim lcnçr um bjet, cus sequilíbris que serã cmpensds pr justes psturis (SAVELSBERGH, HOFSTEN, JONSSON, 1997). Entretnt, pr experiencir esses justes s bebês precism ser mnipulds e sequilibrds em sus psturs pr mei d intervençã d educdr, situçã que se bservv n rtin d creche e fi implementd ns sessões interventivs. Sem esses justes, bebê present mir dificuld mnipulçã e imprecisã n mviment. Bebês que sentm inpenntemente, Prt Alegre, v. 15, n. 04, p , utubr/zembr 2009.

19 164 Artigs Originis Bárbr Cir Spesst, et l. e recebem estbilizçã d qudril ind ssim crnm flexã trnc e t lcnçr (SAVELSBERGH, HOFSTEN, JONSSON, 1997). Bebês que sentvm inpenntemente presentvm mires prtunids lcnce unimnul d que bebês que precisvm suprte pr sentr, evincind frte ssciçã entre cntrle psturl sestçã e crnçã d membr superir n t lcnçr (ROCHAT, 2001). Pr que crr um mir númer tenttivs mnipulçã bjets é necessári que bebê tenh estbilid n pstur sentd e sej cpz crrigir s sequilíbris cusds pel mnipulçã ds brinqueds. O enfque d intervençã prprcinv mínim uxíli pssível n mnutençã ds psturs, exigind d bebê s justes psturis fim evitr qued. Em relçã às mudnçs ns hbilids lcmçã, s mesms estã sscids ument d cmpreensã prfundid e à nçã psicinment d própri crp n espç (ROCHAT, 2001). Esse ft prece explicr tmbém, md indiret, cert influênci d dmíni d cntrle psturl n mnipulçã, vist que t lcnçr mnd um cálcul prfundid fim grntir mir precisã d mviment. 4.2 MACROSSISTEMA INFLUENCIANDO AS PRÁTICAS DOS EDUCADORES Cnsirnd-se que mcrssistem termin s plítics que interferirã em tds s mis níveis d ml bieclógic, s cntexts inerentes às creches e instituições educçã infntil vem ser nlisds em funçã sus interções, tmbém, e ds plítics prvenientes d mcrssistem. Em 1996, cm Lei Diretrizes e Bses d Educçã Ncinl nº 9.394, 20/12/1996, n rt. 29, educçã infntil pssu ter mir stque, send cnsird prte integrnte d educçã básic. Ou sej, ess etp pssu brigtrimente ter cunh educcinl, e trblh relizd ns creches pss ser mis ssistencilist, tend, entã, respnsbilid uxilir n senvlviment ds crinçs 0 6 ns. Refrçnd imprtânci d educçã ness fse inicil d vid ns dispsições geris d LDBEN, rt. 22, cnsnte à resluçã d CEB nº 1, 07/04/1999, rt. 3,, Prt Alegre, v. 15, n. 04, p , utubr/zembr 2009.

20 Educçã infntil e intervençã mtr: um lhr prtir estbelece s finlids d educçã básic, send um ls senvlver educnd, refrçnd ind mis necessid prprcinr experiêncis que senvlvm ptencil infntil. A imprtânci d cráter educcinl é mnstrd tmbém n númer crinçs frequentnd creches; segund PNE, em 1998, frm efetuds 2,7 milhões mtrículs em creches municipis, crrespnnd 66,3% tds s mtrículs efetuds. Pr grntir que esss crinçs vivenciem prpsts eductivs s iníci d vid, rgnizçã ds prpsts pedgógics pr educçã infntil fi estbelecid cm cráter mndtóri pels Diretrizes Curriculres Ncinis Ensin Infntil (CEB nº 1, 7 bril 1999). Nesse mesm sentid, Referencil Curriculr Ncinl pr Educçã Infntil (RCNEI) prpõe bses cmuns pr educçã ncinl, presentnd um cnjunt referêncis e rientções pedgógics fculttiv implementçã. P-se perceber mnutençã ss estrutur n dignóstic d Pln Ncinl Educçã (Lei nº ) que present relçã 21 luns ( qutr seis ns id) pr prfessr n esfer municipl e 23,4 luns n estdul n educçã infntil, mnstrnd que miri ds mbientes cnt cm prfissinis qulificds, senvlve prgrm educcinl, dispõe mbiliári, brinqueds e utrs mteriis pedgógics quds. Qudr semelhnte fi encntrd ns creches n s bebês submetids à intervençã frequentvm, presentnd um númer elevd bebês pr educdres, escssez mteril pedgógic, espç físic restrit e restriçã físic ds bebês berçs e cirinhs, lém pssuírem em seus qudrs funcináris, n su grn miri, educdres sem qulificçã específic pr tivids eductivs. As educdrs que presentm flt u limitçã qulificçã específic restringem sus tivids à reprduçã prátics prentis, rtin cuidds culturlmente cnstruíds. A cultur influenci frm interçã cm s bebês, bem cm s própris vlres e crençs ds educdrs respeit d que é imprtnte pr senvlviment ds bebês; e, d seu própri ppel n creche (EDWARDS et l., 2005; HARKNESS, et l., 2007; HUIJ- BREGTS, LESEMAN, TAVECCHIO, 2008). A cultur prece, muits vezes, exercer um ppel mir imprtânci ns prátics, Prt Alegre, v. 15, n. 04, p , utubr/zembr 2009.

21 166 Artigs Originis Bárbr Cir Spesst, et l. dtds pels educdrs d que cnheciment educcinl frml. Embr s mães e educdrs creditem que mbiente d creche exerç um ppel relevnte n educçã ds bebês, muits vezes subestimm imprtânci ds educdrs nesse prcess (MELCHIORI, ALVES, SOUZA, BUGLIANI, 2007). Prtnt, embr s leis ssegurem necessid educçã infntil ns creches, muits vezes rtin e estrutur funcinment ds creches ssim cm ns creches ds bebês que prticiprm d intervençã fvrecem enfque educcinl, mntend ind um estrutur ssistencilist. Cnsirnd-se imprtânci d educçã n primeir infânci LDBEN, n rt. 25, estbelece cm bjetiv ds utrids respnsáveis lcnçr um relçã qud entre númer luns e prfessr, crg hrári e s cndições mteriis d estbeleciment. Ess medid prprcin mis prtunids pr s prfessrs intergirem cm seus luns ness fse, um vez que temp fic restrit tenr às necessids básics tds s luns. N mesm sentid LDBEN n rt. 62 estbelece necessid qulificçã ds dcentes que trblhm cm esss fixs etáris, estbelecend cm frmçã mínim pr exercíci d mgistéri n educçã infntil ferecid em nível médi, n mdlid Nrml. O Pln Ncinl Educçã prvd pel Lei nº , 09/01/2001, dignsticu que n Educçã Infntil em trn 13% ds prfessres pssuem pens ensin fundmentl, cmplet u incmplet; 66% sã frmds em nível médi e smente 20% têm curs superir. Fi estbelecid cm met que, em cinc ns d dt d prvçã, tds s dirigentes instituições educçã infntil pssuíssem frmçã mínim em nível médi n mdlid nrml e que em 10 ns tivessem nível superir. A dmissã dcentes prtir d vigênci d pln ve entã respeitr frmçã mínim em nível médi n mdlid nrml. Esss mets sã estbelecids pel necessid d frmçã específic ser necessári pr tenr às necessids educcinis crinçs zer seis ns. Entretnt, s resultds d presente estud sugerem que esss mets té presente mment estã send lcnçds. Prém cbe enftizr, que s prblems d efetivid d legislçã, enqunt, Prt Alegre, v. 15, n. 04, p , utubr/zembr 2009.

22 Educçã infntil e intervençã mtr: um lhr prtir mcrssistem que exerce influênci ns experiêncis mtrs ns crinçs, é um únic spect que fet diretmente educçã infntil. A cultur cmum um grup (educdrs creches), n se express, trvés titus e ilgis culturis, cstumes e vlres sciis exercem influêncis terminntes n senvlviment d bebê (BRONFENBRENNER, 1995). 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Cnsirnd mcrssistem, é imprtnte ressltr que pesr d legislçã e sus dispsições referentes à Educçã Básic, que buscm um situçã il trblh e educçã, percebe-se, trvés d presente estud, dissnânci d relid n micrssistem ds creches. O presente estud mnstr, trvés d nálise três css, que incrprr prátics educcinis cm intervençã mtr ns creches benefici senvlviment ds crinçs. Cm relçã à intervençã, é imprtnte perceber que mbiente d creche p ser estimulnte frm bstnte simples. O cráter educcinl presente n intervençã p ser fcilmente reprduzid pels educdrs. As principis dificulds pr que iss crr resim n scnheciment cm trnr eductiv pr s bebês temp pssd n creche, grn númer bebês pr educdr respnsável e ft d imprtânci d trblh relizd pels educdrs ser recnhecid. A flt estímuls e interçã ds educdrs er frut um flt interesse, ms d scnheciment d ptencil educcinl ds seus trblhs e d necessid tenr às necessids básics tds s crinçs, questões que pm ser crrigids pr mei d frmçã qud sses educdres. A melhri d frmçã e prticipçã em curss cpcitções e frmçã cntinud prim reduzir esss dificulds. A frmçã educdres e reduçã d rzã luns-prfessr pr turm vem ser implementds, um vez que esss situções já sã prevists pel legislçã, prtnt cumpriment d lei prece ser imprescindível pr melhri d qulid d Educçã Infntil. Pr fim slient-se que s ções sú e educçã vem ser estruturds tend cm bse implementçã ções prmçã, Prt Alegre, v. 15, n. 04, p , utubr/zembr 2009.

23 168 Artigs Originis Bárbr Cir Spesst, et l. d qulid vid ds crinçs. Cbe slientr que qulquer tenttiv melhrr qulid d senvlviment infntil, em terms senvlviment mtr, tem cm cntexts primrdiis fmíli e creche. Prtnt, cbe educdr intergir cd vez mis cm fmíli, prpicind ssim um mir cmprmetiment pr prte tds cm relçã à sú e educçã d crinç., Prt Alegre, v. 15, n. 04, p , utubr/zembr 2009.

24 Educçã infntil e intervençã mtr: um lhr prtir Children eductin nd mtr interventin: lk frm the bieclgicl thery f Brnfenbrenner perspective Abstrct: This study investigted the reltins between the enrichment f the dycre cntext nd legisltin. Three cse studies f bbies tk plce with the thereticl supprt f the Bieclgicl thery f humn velpment, signed by Brnfenbrenner. The results shwed tht the bbies velped: mny new cmpetencies, mnipultive, psturl cntrl nd scil interctin skills. Hwever the qulity f cre ffered by the dycres ws restricted t hygiene nd feeding. The mtr interventin cn be implemented in the dy cre cntext; hwever it is necessry t ssure tht the legisltin is held lible when it cmes t techer eductin nd children-techer rti t effectively chnge the ssistnce chrcter f children eductin. Keywrds: Child Dy Cre Centers. Legisltin s Tpic. Erly Interventin (Eductin). Child rering. Educción infntil e intervención mtriz: un mird prtir l terí bieclógic Brnfenbrenner Resumen: El estudi h investigd l relción entre enriquecimient l cntext l gurrí infntil y l legislción vigente. Tres estudis cs cn bebés fuern cnducids en el prdigm l Terí Bieclógic. Ls resultds hn mstrd que ls bebés presentrn nuevs cmpetencis mnipulción, cntrl psturl e intercción scil. Sin embrg, l clidd ls cuidds que brind l gurrí er restrict higiene y limentción. L intervención pue ser implementd en el espci l gurrí; per es necesri hcer cumplir l legislción cn respect l frmción y cpcitción educdres y rzón niñseducdres pr efectivmente trnsfrmr el crácter sistencilist l educción infntil. Plbrs clve: Jrdines Infntiles. Legislción cm Asunt. Intervención Precz (Educción). Crinz l niñ. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Crl Skilhn. Intervençã mtr: efeits n cmprtment d bebê n terceir trimestre vid em creches Prt Alegre f. Dissertçã, Prt Alegre, v. 15, n. 04, p , utubr/zembr 2009.

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