Antiguidade Clássica: A Grécia

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1 Antiguidade Clássica: A Grécia O mundo helênico nasceu e desenvolveu-se em quadro geográfico bem mais amplo do que a atual Grécia. A ilha de Creta, a Grécia continental, a costa do Mar Egeu da Ásia Menor, as ilhas dos mares Jônico e Egeu foram seu berço inicial. As características geoecológicas destas regiões que passaram a se chamar simplesmente de Grécia condicionaram profundamente a origem e o desenvolvimento da sociedade grega: o litoral extremamente recortado, com golfos e baías profundas, possibilitou aos gregos a ascensão nas atividades marítima e comercial e o relevo da península extremamente acidentado, com o predomínio de elevações montanhosas, ocasionou, em termos políticos, o surgimento de cidades-estado autônomas. Chamada de Hélade pela mitologia (o ancestral seria Heleno, filho de Deucalião e Pirra) compreende a Grécia Continental (Grécia Européia), a Grécia Insular ( as ilhas do Mar Egeu) e a Grécia Peninsular (Peloponeso e Ática.) POVOAMENTO Provavelmente os primeiros povos a habitar a Grécia foram os Pelasgos ou Pelágios. Por volta do ano 2000 a.c. teve inicio na Grécia um grande período de invasões pelos povos arianos indo-europeus: Os Aqueus fundaram Micenas, cidade que constituiu o berço da civilização creto-micênica. Os Jônios que se estabeleceram na Península da Ática, fundando Atenas; Os Eólios que se fixaram na Grécia central onde fundaram a cidade de Tebas. Por últimos, chegaram os Dórios: essencialmente guerreiros, ao que parece, foram eles os destruidores da civilização creto-micênica, de muitas cidades gregas e responsáveis pelo deslocamento de grupos humanos da Grécia Continental para diversas ilhas do Mar Egeu e para a costa da Ásia Menor. Esse processo é chamado de Primeira Diáspora Grega. A vida urbana enfraqueceu-se, assim como a vida política e econômica, caracterizando um processo de regressão da Grécia a uma fase primitiva e rural. PERÍODO HOMÉRICO: A SOCIEDADE GENTÍLICA A célula básica da sociedade grega após o século XII era o GENOS: grande família ainda não decomposta em famílias menores. Todos os descendentes do mesmo grupo, viviam no mesmo lar. São características básicas do genos: o chefe era o pater famílias que dirigia o culto aos antepassados, responsável pela justiça (baseada nos costumes) e pela administração. A propriedade era coletiva: não podia ser vendida, nem cedida, nem dividida. O trabalho também era coletivo, realizado em iguais condições. A produção era distribuída igualitariarnente, impedindo a diferenciação econômica. Era uma economia exclusivamente agro-pastoril. Se existisse excedente, a família comprava escravos, contratava artífices e adquiria mercadorias (tesouro do genos). Resumindo: a nível econômico temos o coletivismo, do ponto de vista social a igualdade e, do ponto de vista político, a autoridade do pater-familias. Desintegração do Genos: Em primeiro lugar, o crescimento da população não era acompanhado, no mesmo ritmo, pelo crescimento da produção, pois as técnicas de cultivo eram muito rudimentais. Isso significa a diminuição da renda familiar, diminuição, portanto, da renda individual, gerando descontentamento. Conseqüências da desintegração: no plano social, diferenciação social, aparecimento de grandes proprietários de terra, pequenos proprietários e os sem nada que tomaram-se demiurgos e piratas, e que tiveram que buscar uma alternativa - a Segunda Diáspora Grega - na vida ao longo do litoral, tornando-se precursores do comércio marítimo; no plano político, passagem do poder do pater famílias para os parentes mais próximos os Eupátridas os bem nascidos. Isso deu origem à aristocracia grega; no plano econômico, surge a propriedade privada. 1

2 Os Genos, conforme suas afinidades culturais, agrupava-se em irmandades denominadas fratrias para aumentar a segurança das famílias. As fratrias agrupavam-se em tribos. A desagregação da estrutura tradicional e a diluição do poder entre os eupátridas provocaram o surgimento de instâncias de poder superiores às dos antigos organismos. Surgia, assim, a pólis ou cidade-estado, organização típica da Grécia Antiga. O processo de desagregação dos genos e de formação da pólis marca a transição do período Homérico para o Arcaico. Durante este período, as cidadesestado gregas atingiram seu esplendor, transformando-se na organização política mais característica da Grécia Antiga. De todas as pólis, duas se destacaram: Atenas e Esparta. OBS: A desagregação das comunidades primitivas da Grécia e, posteriormente, das de Roma, evoluiu para uma sociedade de classes cujo sistema de produção era escravista. O que isto quer dizer? Quando queremos compreender o modo de vida de uma sociedade, devemos começar observando o modo pelo qual os homens produzem os meios de subsistência. Sociedade de base escravista significa que apareceram relações de produção em que uns poucos indivíduos passaram a deter, em regime de propriedade privada, não só os instrumentos de trabalho mas também a terra e, finalmente, o trabalhador que foi reduzido à condição de escravo. Para que esse processo se desencadeasse, a precondição fundamental foi a acumulação de riquezas (rebanhos, terras, instrumentos,...) que se originou sobretudo do saque às populações vencidas em guerra. O emprego da força de trabalho dos prisioneiros de guerra ou de populações inteiras que foram escravizadas passou a sustentar a comunidade. O Estado, entre os gregos, surgiu no final do Período Homérico e no início da chamada era Arcaica. À gradativa diferenciação da sociedade em classes - fenômeno ocorrido quando da desintegração do sistema gentílico - correspondeu o progressivo distanciamento do poder político, que tendeu a se concentrar nas mãos da aristocracia de nascimento e a se separar da maioria da sociedade, opondo-se a ela. Ao mesmo tempo, as comunidades ligadas pelo parentesco passaram a se unir sob o princípio da territorialidade formando a polis. Os gregos não ultrapassaram a concepção de cidades-estados: as polis gregas permaneceram isoladas, constituindo estados autônomos. Nenhuma das cidades- estado chegou a atingir o equilíbrio interno dos diferentes fatores econômicos e sociais que permitisse lançar-se a empreendimentos exteriores capazes de impulsionar a unificação da Grécia. Quando os gregos se referem a uma polis, não tinham em mente apenas seu território. Ao dizer, por exemplo, Atenas, referiam-se ao mesmo tempo aos atenienses e ao seu governo. A pólis não é, portanto, um lugar geográfico, mas um espaço político. As cidades-estado gregas tinham vários traços em comum, mas suas particularidades se destacavam. Ciosas de sua independência e de suas peculiaridades, elas tendiam a rivalizar em todos os campos esportivo, artístico, militar uma com as outras. PERÍODO ARCAICO : A CIDADE-ESTADO de ESPARTA Esparta ou Lacedônia situa-se na Península do Peloponeso, na planície da Lacônia. Foi fundada no século IX a.c. e invadida pelos Dórios que submeteram as populações ali estabelecidas e se apossando da maior parte do território. No século VIII a.c., os dórios conquistaram a Messênia. O motivo da conquista foi a escassez de terras, causada por sua vez pelo crescimento da população dória. Apesar da reação os messênios foram todos reduzidos à condição de escravos. Do ponto de vista político temos: A DIARQUIA: uma monarquia composta por dois reis (para evitar a autocracia). Os reis escolhidos entre os membros das famílias mais importantes tinham cargo hereditário e possuíam o comando supremo do exército - um deles comandava as tropas em guerra e o outro permanecia em Esparta. Eram os sumo-sacerdotes e juizes supremos. A GERÚSIA: representa o senado espartano, composto por 28 membros da aristocracia, com idade superior a 60 anos. Cabia à Gerúsia tomar as decisões importantes e legislar, além de controlar os diarcas O EFORADO: composto por 5 membros eleitos pela assembléia do povo. Possuíam as funções executivas, administrativas e fiscalizavam a vida pública A APELA: ou assembléia do povo, formada por todos os cidadãos espartanos maiores de 30 anos. Vota as leis e escolhe os gerontes SOCIEDADE ESPARTANA 2

3 Havia em Esparta TRÊS CAMADAS SOCIAIS bem diferenciadas: Os espartanos ou espartíatas eram a classe dominante, formada pelas famílias dos conquistadores dórios. Estavam proibidos de se dedicarem à agricultura, ao comércio ou a qualquer outra atividade que não fosse a política e a guerra: eram verdadeiros soldados profissionais. A segunda camada social era formada pelos periecos. Eram os elementos que haviam se submetido, sem oporem grande resistência aos conquistadores dórios. Eram camponeses, comerciantes e artesãos, podendo possuir terras e bens móveis; gozavam de uma certa autonomia, vigiada por funcionários espartanos e obrigados a pagar tributos. O casamento entre espartanos e periecos era proibido. Serviam no exército em unidades à parte, pois o serviço militar lhes era obrigatório. A última camada social era composta pelos hilotas. Representam as populações dominadas e reduzidas à escravidão pública. Trabalhavam na agricultura nos kleros (lotes de terra) para sustentar o proprietário e sua família. O que distinguia, em primeiro lugar, os hilotas dos outros escravos de outros estados gregos é que eles eram propriedade do Estado, escravos públicos. Além disso, um conjunto de fatores permite que eles sejam caracterizados mais como servos do que como escravos propriamente ditos. Cultivavam a terra com suas ferramentas e pagavam uma renda anual fixa (apófora) in natura: trigo. vinho, queijo, azeite. Os Hilotas iam muitas vezes á guerra, como escolta, carregadores, criados. Sua vida era tão dura que o poeta espartano Tirteu os comparou a "asnos sobrecarregados". Suas revoltas eram freqüentes o que colocava os dominadores espartanos sob constante ameaça. Para prevenir essas revoltas, os espartanos exerciam, anualmente, matanças de hilotas nas aldeias (as críptias ) O GOVERNO ESPARTANO A legislação espartana baseava-se num código de leis atribuído a um legislador lendário Licurgo, cuja existência é posta em dúvida pela história. Essa legislação preservava a sociedade assegurando aos espartíatas totais privilégios. Toda sociedade e a educação espartanas estavam voltadas para a guerra. Nesse tipo de organização social o exército tinha importância fundamental. Era sobre ele que se assentava a ordem interna e a defesa externa. O estado espartano regulamentava minuciosamente a vida familiar. Não existe em Esparta a vida privada e a vida pública, pois o Estado sintetiza todas as atenções e os interesses. Do ponto de vista cultural o governo estimula o laconismo, a xenofobia e a xenelasia. O laconismo consiste em falar tudo de maneira sintética, em poucas palavras. Isso para limitar a capacidade de raciocínio e o espírito crítico dos cidadãos. A xenofobia (aversão aos estrangeiros) e xenelasia (expulsão dos estrangeiros) impedem o contato com idéias inovadoras e, portanto, consideradas subversivas para o sistema espartano. Tanto o laconismo, quanto a xenofobia e xenelasia, eram meios para reforçar o status quo e evitar mudanças. O medo dos hilotas fortaleceu o estado e militarizou Esparta que organizou a sociedade basicamente em torno de dois objetivos: formar os mais adestrados e disciplinados soldados e, ao mesmo tempo, criar mecanismos que garantissem o máximo de coesão e solidariedade entre eles. O mais importante passo dado nesse sentido foi a distribuição eqüitativa das terras conquistadas, em forma de lotes (Kleros) para as famílias espartanas. Esses lotes, embora transmissíveis por herança, não eram propriedade privada, mas estatais. Nele trabalhavam os hilotas que eram escravos do Estado cedidos aos cidadãos. Isso inibia a concorrência e o individualismo, introduzindo a uniformidade entre os espartanos, que, orgulhosamente, chamavam a si próprios de homoioi (iguais). Por outro lado, atendidos em suas necessidades básicas pelo trabalho dos hilotas, os espartanos dedicavam-se integralmente à vida militar. E isso fazia sentido numa sociedade na qual, para cada espartano, existiam dez hilotas. A superioridade numérica dos hilotas precisava ser contrabalançada pela qualidade militar dos espartanos. Nesse sentido, Esparta procurou sempre tornar suas leis imutáveis, tornando-se um Estado conservador e reacionário. Para garantir o status quo, isto é, a dominação de uma minoria sobre a maioria de escravos e periecos, Esparta organizou um sistema especial de educação. Os cidadãos deviam viver para o Estado e não para a família ou para si mesmos. Deviam fazer guerra contra os inimigos de Esparta e procriar os filhos necessários para fortalecer as fileiras do exército. Isso explica a relativa liberdade sexual: até os empréstimos de esposas eram tolerados, desde que a finalidade fosse procriar filhos para o Estado. A EDUCAÇÃO ESPARTANA 3

4 Assim que nascia, a criança era examinada pelos velhos, que decidiam sobre sua vida ou sua morte. Se fosse robusta, sem defeitos físicos, a criança devia viver; se não, era lançada do alto do Monte Taigeto, para que não transmitisse mais tarde sua inferioridade física. A criança ficava sob os cuidados da mãe até os sete anos de idade. Em seguida era entregue ao Estado que lhe dava educação cívica até os doze anos. Todos os ensinamentos baseavam-se nos valores próprios do Estado; Em grupos meninos e meninas eram instruídos e acordo com os interesses dos espartanos. Aos 12 anos, os meninos eram mandados para o campo onde deviam sustentar-se por conta própria. Esta era a fase de educação militar propriamente dita. Dormiam ao ar livre, sobre camas feitas de bambu que colhiam com as próprias mãos, sem ferramenta às margem do Rio Eurotas. Tudo o que comiam era roubado. Aprendiam a roubar com destreza e habilidade, pois se fossem surpreendidos roubando seriam espancados até a morte, não por causa do roubo, mas pela demonstração de inabilidade. Esta fase de educação tinha por finalidade fortalecer o físico e desenvolver a destreza, indispensáveis ao bom soldado. Aos 17 anos, os rapazes eram submetidos a uma prova de habilidade, a Kríptia. Durante o dia os meninos se espalhavam pelo campo munidos de punhais; à noite degolavam todos os escravos que conseguiam apanhar. Aqueles que passavam por esta prova tornavam-se maiores e recebiam um lote de terra. Em seguida passavam a viver como soldados no quartel. Até os 30 anos os espartíatas não podiam se casar, apenas coabitar. Dos 30 anos em diante podiam participar da Assembléia, casar e deixar o cabelo crescer. Aos 60 anos se aposentavam do exército e podiam tomar parte no Conselho dos Anciãos (Gerúsia). Essa educação, ao mesmo tempo em que preparava para a guerra, contribuía para eliminar uma parte de escravos. Isso impedia seu crescimento exagerado (que representava uma ameaça para os espartíatas) e facilitava o seu domínio através do terror. Mas o próprio aumento da população espartíata era limitado por esse tipo de educação. De fato, embora numerosos devido à liberdade sexual existente, muitos filhos morriam logo depois de nascer, ao serem lançados do Taigeto; outros desapareciam durante a fase de educação militar, mortos pela fome, pelo frio, pelos castigos ou na luta contra os escravos. Desse modo, o número de escravos não aumentava e o dos cidadãos também não. Essa estabilidade demográfica contribuía para a preservação do imobilismo da sociedade, pois aliviava a pressão dos escravos e diminuía a necessidade de mais terra para novos cidadãos. A educação feminina restringia-se a fazer das mulheres mães de crianças sadias. As jovens praticavam ginástica e eram habituadas a se mostrar nuas nas festas, podendo chegar a serem emprestadas, visando, evidentemente o aprimoramento da raça. Comparativamente, elas eram muito mais livres do que as mulheres de Atenas, já que a vida familiar era reduzida a quase nada. A educação das crianças era tarefa do Estado e os maridos passavam a maior parte do tempo nos quartéis. 1. A Monarquia PERÍODO ARCAICO : ATENAS (EVOLUÇÃO POLÍTICA) Havia o baileus (o rei), portanto uma monarquia hereditária. O rei é chefe de guerra, juiz e sacerdote. Seu poder é limitado por um Conselho de aristocratas (Areópago). A população dividia-se em cinco classes: Eupátridas: os bem nascidos. representam a aristocracia agrária, dona das melhores terras Geomores: (georgoi) formada pelos pequenos proprietários de terras. Demiurgos: comerciantes e artesãos Metecos: classe social constituída de estrangeiros. Eram comerciantes, pessoalmente livres, mas sem direitos civis ou políticos Escravos: prisioneiros de guerra, sem direitos políticos, eram inicialmente inexpressivos, mas logo se transformaram na base da produção agrária. Em Atenas atuavam em todos os ofícios, exceto na atividade política. Podiam chegar à liberdade, mas nunca à cidadania. Os eupátridas, donos das maiores e melhores terras na planície (pédion), buscavam preservar seus privilégios e o poder. Já os comerciantes buscavam mudanças a fim de conseguir participação no poder. Em pior situação estavam os georgois, habitantes da montanha, vivendo em péssimas condições e sem direitos políticos. Muitos recorriam a empréstimos para poder cultivar suas terras, visando a sobrevivência. Não podendo satisfazer suas contas, muitos tinham hipotecado suas terras aos ricos e depois, como eram incapazes de pagarem as dívidas, eram reduzidos por ele à escravidão e até vendidos para o estrangeiro. (escravidão por dívida) 2.Oligarquia No século VIII a.c., a realeza já se encontrava em dissolução; a obediência ao rei era apenas nominal, por parte dos chefes das famílias aristocratas. A monarquia cedeu lugar a um regime aristocrático: o 4

5 Arcontado composto por nove pessoas: Arconte-Polemarco comandante do exército, Arconte-Epónimo assuntos internos (administração), Arconte-Rei funções sacerdotais, Arcontes-Tesmótetas (seis) encarregados pela legislação. Através dessa estrutura juridico-política, os eupátridas exerciam seu domínio sobre toda a população da Ática, enquanto a massa trabalhadora não possuía qualquer poder de decisão política. Com o Arcontado o Governo de Atenas passa a ser oligárquico. Com a colonização os comerciantes e os artesãos tomaram-se cada vez mais numerosos, iniciando um processo de ascensão social. Os aristocratas eram, portanto, pressionados pelos enriquecidos pelo comércio e pelos pobres marginalizados. Queriam ambos a participação política. Inicia, assim, em Atenas um período de reformas entre as quais destacam-se como mais importantes a de Drácon e a de Sólon. 3. A Timocracia Drácon foi encarregado de preparar uma lei escrita, pois até então só era oral. As leis elaboradas por ele eram extremamente severas e previam a pena de morte para a maioria dos crimes. A legislação de Drácon foi importante, pois a partir de sua aprovação, a lei, a justiça, deixaram de ser privilégios dos eupátridas. O estado se fortalece com isso. No plano prático, porém, pouca coisa mudou. Sólon, aristocrata de nascimento, comerciante de profissão, estimulou a vinda de estrangeiros (metecos); introduziu a reforma monetária criando a dracma (moeda grega). Do ponto de vista social suprimiu o direito à primogenitura e foi autor da Lei Seisachtéia que proibia a escravidão por dívida, eliminando as hipotecas, devolvendo assim as terras aos antigos proprietários. Do ponto de vista político determinou a abolição do poder pela aristocracia (critério de nascimento) e introduziu o critério de renda. A sociedade ficou assim dividida: pentacosiomedimnus riqueza equivalente a 500 dracmas anuais; Hipeis (cavaleiros) 300 dracmas anuais; Zeugitas com 200 dracmas por anos e os thetas com renda inferior a 200 dracmas OBS:A reforma de Sólon foi importante porque grande foi a perda da classe aristocrata que viu os comerciantes crescerem e ocuparem os altos escalões do governo ateniense. Por ser um governo formado pelos mais ricos é chamado de plutocracia ou timocracia. A grande importância da Reforma de Sólon foi a possibilidade de todos os cidadãos ateniense daí excluídos os estrangeiros, as mulheres e os escravos poderem participar da assembléia do povo, que elegia todos os funcionários do Estado. A reforma de Sólon desagradou aos eupátridas que tiveram que fazer grandes concessões e descontentou as classes inferiores, acirrando a luta de classe em Atenas, favorecendo o advento da Tirania. 4.Tirania No século VI a.c. os diversos interesses em jogo cristalizaram-se em Atenas três agrupamentos sociais, geograficamente bem delimitados. Os pedianos, grandes proprietários da planície; os diacrianos, formado por camponeses que desejavam mudanças mais radicais na estrutura sócio-política da Ática. Os paralianos partido constituído pelos ricos comerciantes e armadores e proprietários de oficinas artesanais, beneficiados com a nova ordem estabelecida por Sólon. O partido diacriano foi encabeçado por Psistrato, cujo governo destacou-se pelo caráter antiaristocrático. De fato, Psistrato resolve a questão agrária devolvendo terras aos antigos proprietários que tinham perdido suas terras (hectemoros). No setor urbano realizou grandes obras públicas para a urbanização de Atenas, gerando emprego para uma multidão de desempregados. O comércio e o artesanato foram incrementados construindo uma grande frota de comércio e estabelecendo relações comerciais com o exterior. Ao fazer isso conseguiu o apoio dos comerciantes (paralianos) tornando-os aliados na luta contra os eupátridas. Após a morte de Psistrato assumiram o poder Hiparco e Hipias seus filhos mas que não conseguiram dar continuidade ao governo do pai. OBS: Com a tirania as pequenas e médias propriedades se consolidaram e a nobreza perdeu o monopólio político que detinha. Tal período representa a transição para a democracia. 5. A reforma de Clístenes: a DEMOCRACIA Os atenienses foram divididos em cem circunscrições territoriais demos distribuídas por três regiões: a cidade, a costa e o interior. Os cem demos foram agrupados em dez tribos, levando-se em conta um detalhe importante: cada tribo era formada por um número proporcional de demos de cada uma das três divisões regionais (cidade, costa, interior) para evitar particularismos. Com isso todos os cidadãos independentemente de sua condição, passaram a pertencer a um demos. A influência dos interesses locais foi neutralizada em favor dos interesses gerais como também foi neutralizada a influência política das grandes famílias aristocráticas. Com esta reforma Clístenes organizou seu novo governo, do qual participavam todos os cidadãos gregos. CARACTERÍSTICAS E LIMITES DA DEMOCRACIA GREGA Mas quem era cidadão em Atenas? Vamos procurar entender. Não eram todos os habitantes da cidade! Em uma população calculada em 400 mil pessoas, eles somavam 40 mil. 5

6 Deve-se entender que a noção de cidadania para os gregos estava intimamente vinculada à defesa militar da cidade. Somente aqueles que estavam aptos para o combate e dispostos a arriscar a propria vida para defende-la tinham o direito à cidadania plena. Encontravam-se nesta categoria todos os guerreiros que fossem também proprietários de terra e, portanto, capazes de se equipar às próprias custas. Com base em tais critérios, mulheres e crianças estavam excluídos dessa categoria por não serem combatentes, apesar de leais à cidade. Os escravos, em geral capturados em guerra, eram considerados potenciais inimigos. Quanto aos estrangeiros, as cidades gregas jamais mostraram disposição para incorporá-los. Ao proibir que adquirissem terras, deixavam clara esta disposição. Por isso não lhes era atribuída a responsabilidade de defender a cidade e, conseqüentemente, não se cogitava em que se tornassem cidadãos. Tudo isso fazia com que o universo de cidadãos se restringisse a escassos 10% da população. Em comparação com o moderno conceito de democracia, a grega era bastante limitada, pois, de fato, excluía a maioria da população das decisões políticas. A democracia grega difere da moderna ainda em outro ponto: era uma democracia direta, enquanto a nossa é representativa. Foram, porém, eliminadas as desigualdades políticas entre os cidadãos. Todos passaram a ter o mesmo direito de participação, independentemente de sua origem social ou riqueza. Os órgãos mais importantes desse sistema eram a Eclésia, ou Assembléia popular, da qual participavam todos os cidadãos. Depois existia a Bule ou Conselho dos 500 que possuía funções legislativas. O poder judiciário era exercido pela Heliéia e o poder executivo confiado inicialmente aos arcontes, passou a ser exercido por generais denominados estrategos Uma importante inovação do governo de Clístenes foi a instituição do Ostracismo, uma espécie de medida defensiva do Estado contra o ressurgimento da tirania: qualquer cidadão que por má atuação política se tornasse perigoso à democracia, seria banido e teria seus direitos cassados por 10 anos, findo os quais poderia reintegrar-se à vida pública, recuperando seus direitos. Pode-se dizer que, na verdade, o governo de Clístenes ampliou e aprofundou as reformas da época de Sólon, democratizando o regime político de Atenas. OBS: Como percebemos, a Democracia ateniense era uma Democracia escravista: o trabalho escravo era a base da vida econômica da sociedade, e os trabalhadores escravos, que constituíam a maioria, pelo menos uma parcela considerável da população da Ática, não possuíam quaisquer direitos civis ou políticos. Nestas condições a democracia ateniense, quando confrontada com nossas modernas concepções, surge como uma oligarquia de fato, simplesmente menos estrita que as oligarquias de direito. O PERÍODO CLÁSSICO Os séculos VI e V a.c. constituem o que os autores denominam a época de ouro da história grega, o período clássico. Com efeito, foi nesse momento que a civilização grega atingiu seu apogeu: o fortalecimento da democracia, as obras dos principais artistas e filósofos são dessa fase. Não podemos esquecer, nesse período o Governo de Péricles que realizou inúmeras reformas, fortalecendo a democracia: Instituiu a mistoforia, ou seja, a remuneração pelo desempenho de cargos públicos Soldados e marinheiros passaram a receber salários Os funcionários (magistrados e outros), exceto os Estrategas eram escolhidos por sorteio Com o objetivo de reduzir as pressões sociais, através do aumento da oferta de empregos, empreendeu-se uma política de grandes construções públicas Os espetáculos artísticos e as diversões públicas foram incrementadas. Os cidadãos recebiam uma soma em dinheiro, o teóricon, para poderem assistir aos espetáculos teatrais A fim de reduzir as despesas do Estado, o governo restringiu o direito de cidadania: somente os filhos de pai e mãe ateniense seriam considerados cidadãos. As mulheres, os metecos e os escravos continuavam desprovidos de quaisquer direitos políticos Fundação de muitas colônias - as Klerúquias - para dar terras aos que não tinham No entanto, foi também nesse período que alguns problemas graves surgiram, contribuindo para que, em seguida ao apogeu, tivesse lugar a decadência da Grécia. Exerceram particular influência nesse aspecto a guerras contra os persas e, em seguida a guerra que envolveu as duas maiores cidades-estado, Atenas e Esparta. As guerras contra os persas, denominadas de Guerras Médicas foram resultado da expansão dos persas sobre a Ásia Menor, onde existiam cidades gregas. Quais seriam as causas? Choque de interesses entre o imperialismo grego e o imperialismo persa, pois ambos visavam aos mercados consumidores do Oriente Próximo. A revolta das cidades gregas da Ásia Menor contra o domínio persa. Tais cidades não se submeteram e foram apoiadas pelas cidades do continente, dando início ao conflito. Curiosamente, as cidades-estado gregas, que até aquele momento haviam existido de forma autônoma e sem maiores ligações entre si, 6

7 criaram uma aliança - Confederação de Delos - para enfrentar os persas. O expansionismo ateniense valeu-se da posição hegemônica que a cidade ocupava na Liga. Como conseqüências das Guerras Médicas temos: A hegemonia de Atenas sobre as demais cidades gregas O revigoramento da democracia ateniense A decadência do império persa A formação da Confederação de Delos, liderada por Atenas A rivalidade entre Esparta e Atenas Na época de Péricles, a Liga de transformou em um verdadeiro império de Atenas, que realizou intervenções políticas, financeiras, judiciárias e econômicas, reduzindo as cidades aliadas a estados-vassalos. Se a aliança mostrou-se eficaz, pois de fato os persas foram derrotados, revelou-se nefasta num segundo momento. Atenas encabeçando a Liga de Delos e Esparta, a Liga do Peloponeso, tornaram-se imperialistas, dominando ou exercendo influência sobre outras cidades-estado. Do choque desses dois imperialistas resultou uma nova guerra, desta vez envolvendo as próprias cidades gregas: a Guerra do Peloponeso, tendo como causas: Hegemonia de Atenas sobre as demais cidades gregas Diferenças culturais, políticas, econômicas, sociais entre Esparta e Atenas Interesses dos atenienses em dominar o Golfo de Corinto, a rota para a Sicília e a Itália Meridional A guerra foi concluída com a vitória espartana. Isso significou a decadência do comércio e da democracia que será substituída pela oligarquia e a hegemonia espartana sobre as cidades gregas. Mas na realidade, toda a Grécia perdeu: o enfraquecimento das cidades-estado era visível, e elas foram fácil presa para um conquistador estrangeiro Felipe da Macedônia - que conquistou toda a península. Após sua morte a dominação foi mantida por seu filho Alexandre Magno. Alexandre, após consolidar o domínio da Grécia, avançou seus exércitos em direção ao Oriente, chegando próximo da Índia. A esse momento os autores denominam de Período Helenístico, definindo este termo como o resultado da fusão da cultura grega com a oriental. A EDUCAÇÃO EM ATENAS "A educação ateniense, posta em prática na escola e na cidade, tinha duas finalidades precisas: o desenvolvimento do cidadão fiel ao Estado e a formação do homem que adquiriu plena harmonia e domínio de si" sendo, por isso mesmo, absolutamente autárquico. Portanto, todo o problema educativo girava, essencialmente, à volta da educação do homem como ser individual - por isso o objetivo fundamental da educação era a formação do homem, tratando-se de saber qual o caminho que o processo educativo devia seguir para que o homem, cada homem, pudesse alcançar o ideal, a aretê individual. Para além de formar o homem, a educação deve, sobretudo, formar o cidadão. A finalidade cívica da educação passa, claramente, a primeiro plano. É originariamente grega a idéia, tão atual, de que a educação é preparação para a cidadania. Habitante da Pólis, o homem só é o que é porque vive na cidade e sem ela não é nada. E o que diz respeito à cidade, é comum, isto é, afeta a todos enquanto comunidade e afeta cada um enquanto cidadão ou membro dessa comunidade. Neste sentido, é evidente que, antes de mais, o homem é um animal político, como bem o captou Aristóteles, distinguindo-o, assim, do animal pela sua qualidade de cidadão, e o Biós Politikos é a forma própria e sublime de vida do homem como habitante da pólis. Com exceção de Esparta, onde as mulheres desfrutavam de relativa liberdade, a condição feminina em toda a Grécia era de completa submissão ao mundo masculino. As mulheres eram oprimidads pelos homens, e a sua situação chegou a ser equiparada à dos próprios escravos: o senhor se impunha ao escravo da mesma forma que os homens submetiam as mulheres aos seus desígnios. O próprio Aristóteles era da opinião de que talvez a mulher seja um ser principalmente inferior e o escravo um ser totalmente medíocre. Em Atenas, as mulheres viviam confinadas num aposento da casa, o gineceu. Na reforma de Sólon, uma das suas primeiras medidas foi proibir as mulheres de saírem de casa à noite. Para os gregos, as mulheres tinham apenas uma função: a de gerar filhos, de preferência homens. ESCRAVISMO e DEMOCRACIA O direito grego considerava escravo, simultaneamente, uma pessoa que tinha direito à proteção e uma mercadoria que podia ser vendida, doada, leiloada. Enquanto ser humano, fazia parte de uma comunidade doméstica que o protegia, sendo tido come membro da família de seu proprietário. A civilização grega é considerada, desde muito tempo, como a mais refinada e expressiva da antiguidade. No entanto, existem dois aspectos básicos que merecem uma reflexão maior, quando se analisa aquela civilização: a escravidão e a democracia. Com relação à escravidão, sua importância foi tão significativa que os autores marxistas consideram a Grécia e Roma como sociedades que vivenciaram o modo de produção escravista. As cidadesestado gregas tornaram a escravidão pela primeira vez absoluta e dominante, transformando-a, desse modo, em modo de produção bem definido. 7

8 Sem a escravidão, não haveria o Estado grego, não haveria arte nem ciências gregas. Sem a escravidão não haveria o império romano e sem a base do helenismo e do Império Romano não haveria o mundo moderno. Foi nas cidades comerciais e principalmente em Atenas que o escravismo grego alcançou verdadeiro apogeu. Fora as atividades políticas, privilégios dos cidadãos, quase não houve ofício ou ocupação em que não encontrássemos escravos. As tarefas domésticas parecem ter sido uma das poucas atividades rejeitadas pelos cidadãos. O escravo urbano ocupava-se nas tarefas de produção domésticas. Buscava os gêneros alimentares na propriedade senhorial ou comprava-os no mercado e preparava os alimentos. Fiar, tecer, e confeccionar vestimentas eram outras importantes atividades, principalmente da escrava. Estas tarefas eram dirigidas pela senhora da casa; não raro, o escravo ocupava-se, alternadamente, no trabalho doméstico urbano e na parcela agrária senhorial, se a distância permitisse. Mesmo as famílias mais pobres esforçavam-se em ter, pelo menos, um escravo. O cativo constituía importante fonte de renda senhorial. Era comum a compra de escravos para alugá-los a particulares e ao Estado. As grandes obras e as minas eram mercado seguro para esta forma de aplicação. Era igualmente comum conceder uma ampla liberdade de iniciativa e movimento aos escravos sob a obrigação de entrega de uma renda periódica prefixada. Estes cativos podiam até mesmo habitar independentemente e chegar a juntar considerável pecúlio, se habilidosos e cometidos. Nesta situação, labutavam escravos dedicados a diversas atividades artesanais ou a várias formas de prestação de serviços. Em Atenas e outras regiões da Grécia, escravos foram empregados como funcionários públicos ; comprados pelo Estado, trabalhavam como varredores, agentes policiais, carrascos, verificadores de pesos e medidas, escrivães...geralmente recebiam o suficiente, segundo parece, para se vestires e alimentarem. As condições de vida e trabalho do escavo urbano dependiam mais do contexto em que trabalhavam e das funções que exerciam do que se seu status jurídico. Um escavo do Estado empregado em importante função burocrática vivia existência aprazível. Um cativo exercendo tarefas duras e pesadas como o transporte de mercadorias ou a moagem de grãos podia vegetar execravelmente. No geral, a vida do escravo urbano parece ter sido suportável, segundo os padrões da época. Na Grécia Antiga, os escravos mineradores conheceram os mais duros padrões de trabalho e existência. A importante produção argentífera ateniense do Láurio sustentou-se essencialmente sobre o trabalho escravo. O trabalho era pesadíssimo, o repouso escasso, a comida pouca. Acredita-se ter sido comum os escravos trabalharem acorrentados e receberem castigos físicos. Dormiam em senzalas estreitas, insalubres e estritamente vigiadas. A fuga de cativos mineradores era fato corriqueiro e, quando da invasão da Ática pelos espartanos, na última década da guerra do Peloponeso, milhares de escravos desertaram e fugiram. Para Aristóteles, o escravo é uma propriedade instrumental provida de alma. Todos os seres, desde o primeiro instante do seu nascimento, são por assim dizer marcados pela natureza, uns para comandar, outros para obedecer. Considerado do ponto de vista da natureza, o escravo é para o senhor aquilo que o corpo é para a alma. Todos aqueles que só têm para nos oferecer o uso do corpo estão condenados pela natureza à escravidão. E melhor para eles servir do que serem abandonados a si próprios. Em resumo, é naturalmente escravo todo aquele que tem pouca alma e tão poucas qualidades que se sujeita a colocar-se na dependência de outrem.(...) Com relação à democracia que, no plano político, é, sem dúvida, a grande contribuição dos gregos para o mundo moderno, é necessário que se façam algumas considerações. De fato, para muitos críticos, é bastante estranho que, numa cidade como Atenas, por exemplo, se fale de democracia, quando se sabe que as mulheres, os metecos e os escravos não possuíam qualquer direito político. Mais uma vez temos que considerar a questão sob a ótica da época. Não podemos julgar a democracia grega a partir dos nossos conceitos atuais. E importante entender a democracia a partir de três conceitos básicos: a igualdade política, a igualdade social e governo do povo. A igualdade política significa que é democrático um Estado onde a lei é a mesma para todos (isonomia), igual também a participação nos negócios (isegoria) e no Poder (isocracia) A igualdade social se traduzia na possibilidade de todos os cidadãos participarem da vida pública, até mesmo os pobres. E o governo do povo significa que todo e cada cidadão tem o dever de participar dos assuntos da cidade. Uma das mais expressivas conceituações da democracia ateniense foi formulada no século V a. C., por Péricles: Nossa constituição política não segue as leis de outras cidades, antes lhe serve de exemplo. Nosso governo se chama democracia, porque a administração serve aos interesses da maioria e não de uma minoria. De acordo com nossas leis, somos todos iguais no que se refere aos negócios privados. Quanto à participação na vida pública, porém, cada qual obtém a consideração de acordo com seus méritos e, mais importante, é o valor pessoal que a classe à que pertence, isto quer dizer que ninguém sente o obstáculo de sua pobreza ou da condição social inferior quando o seu valor o capacite a prestar serviços a cidade.(...) Por estas razões e muitas mais ainda nossa cidade é digna de admiração. 8

9 A CULTURA e A RELIGIÃO A religião grega é essencialmente hierofânica, antropomórfica e naturalista. Herofânica enquanto vê em qualquer evento cósmico uma manifestação do divino: tudo o que acontece é obra dos deuses; todos os fenômenos naturais são provocados por eles: os trovões, os raios, os ventos, as ondas do mar. Antropomórfica enquanto os deuses são forças naturais calcadas em formas humanas idealizadas, aspectos do homem sublinhados, personalizados, forças do homem cristalizadas em belíssimas formas. Em outras palavras, os deuses não são mais do que homens ampliados e idealizados; são, pois, quantitativamente superiores a nós, não, porém, qualitativamente diferentes. O que os deuses exigem do homem não é a mudança intima de seu modo de pensar, nem a luta contra as tendências naturais e seus impulsos; ao contrário, tudo o que para o homem é natural vale diante da divindade como legítimo; o homem mais divino é aquele que cultiva com o máximo empenho suas forças humanas e o comprimento do dever religioso consiste essencialmente nisto: que o homem faça em honra da divindade o que é conforme à sua própria natureza. Outra característica da religião pública grega é não ser revelada, mas natural. Os gregos, diversamente dos hebreus, dos povos do Oriente e dos egípcios, não tinham livros sagrados ou tidos como fruto de revelação divina. Por isso eles não tinham uma dogmática fixa e imutável. Pelo mesmo motivo não havia na Grécia uma casta sacerdotal encarregada da guarda dos dogmas. Nesta ausência de dogmas e de encarregados de sua guarda, ausência que permitia a mais ampla liberdade à especulação filosófica, os historiadores vêem com razão um dos fatores mais importantes do aparecimento e do desenvolvimento da filosofia entre os gregos. Ressaltamos, para concluir, que a religião grega é politeísta : havia grande quantidade de deuses morando no Monte Olimpo. Cada cidade tinha seus deuses protetores. No culto aos deuses, os gregos pediam proteção para a família, a tribo ou a cidade, não a salvação da alma. As lendas que contam as aventuras dos deuses são chamadas Mitos e o conjunto de mitos forma a mitologia. O mito representa a primeira tentativa de explicar a realidade. Trata-se portanto de uma verdade intuitiva, não racional, não se discute, se aceita. A filosofia No período clássico, a filosofia tornou-se a atividade intelectual mais importante da Grécia, exercendo grande influência sobre a arte, a literatura, a política e outras áreas de conhecimento. Os pensadores desse período preocupavam-se fundamentalmente com a busca do conhecimento lógico para explicar a origem das coisas e do universo. A grande revolução filosófica ocorreu na segunda metade do século V a.c., com o aparecimento do sofista (= homem do saber). Sustentam os sofistas que não existe verdade absoluta. A ciência, a moral e os credos religiosos eram criações humanas válidas para determinados grupos sociais em um determinado período. Existe, portanto, uma verdade, ma de acordo com os interesse de cada um. Contra a ação nefasta dos sofistas destaca-se a figura de Sócrates, defensor de uma verdade estável e válida para todos. Sócrates - Criou a maiêutica, método de reflexão que consistia em multiplicar as perguntas para obter, a partir da indução de casos particulares, um conceito geral do objeto. Para Sócrates, a virtude era uma ciência que se podia aprender. Uma voz interior, daimon, indicaria o caminho do bem. Irônico, hábil em confundir o interlocutor, cercado de discípulos extravagantes, atraiu muitos inimigos. Acusado de renegar os deuses e corromper a juventude, Sócrates foi condenado a beber cicuta, o que fez com bravura e serenidade. Platão - Principal discípulo de Sócrates, fundou a Academia de Atenas. Segundo sua teoria, baseada nas idéias (formas essenciais), o mundo real transcende o mundo das aparências, o qual nada mais é do que uma derivação das idéias matrizes. Em suas obras políticas, destaca como virtudes essenciais a bravura, a serenidade e a justiça. Obras importantes: Apologia de Sócrates, O Banquete, Fédon, Pedro e A República. Aristóteles - Considerado por muitos como o maior filósofo de todos os tempos. Abarcou todos os conhecimentos de seu tempo Lógica, Física, Metafísica, Moral, Política, Retórica e Poética. Partindo de 9

10 Sócrates e Platão, Aristóteles sistematizou os princípios da Lógica, formando uma ciência que ele chamou de Analítica. Sua Metafísica estuda o ser enquanto ser e investiga os primeiros princípios e as causas primeiras do ser. Em sua Teologia, Aristóteles procura demonstrar racionalmente a existência de Deus, o primeiro motor imóvel, o não-vir-a-ser, o ato puro. História Herôdoto de Halicarnasso - O Pai da História, como o chamou o orador romano Cícero, relatou as guerras pérsicas. Tinha concepção religiosa, pois em seu tempo os fatos eram vistos como resultado da vontade dos deuses. Mas se preocupava em conhecer os povos cujas histórias contava: visitou o Egito, a Itália e a Ásia Menor. Tucidedes - Escreveu a História da Guerra do Peloponeso. Considerava que causas políticas determinavam os fatos históricos. Por isso, é tido como criador da história objetiva, que ele apresentava como modelo para a vida prática. Deixou obra rica em reflexões. Xenofonte - Escreveu Anabase, sobre a campanha de Ciro, o Jovem. Tragédias e comédias A democratização das cidades-estado foi a grande responsável pela evolução do teatro. Esse tornou-se uma arte popular, assitido, inclusive pelos cidadãos pobres. Atenas foi a cidade que teve o teatro mais desenvolvido. Os atores seram sempre homens, mesmo nos papeis femininos, já que a exibição pu lica era vetada às mulheres, e utilizavam máscaras que os despersonificavam para que pudessem representar os diversos papéis em uma mesma peça. Os espetáculos teatrais parecem ter se originado nos festejos em homenagem ao deus Dionísio. Havia dois tipos de espetáculos: tragédia e comédia. A tragédia representava os problemas pessoais, os sentimentos humanos e os problemas da pólis, sendo por isso, de grande contribuição para a educação. O triunfo da justiça tinha por finalidade emocionar os assistentes e desenvolver a consciência cívica, valorizando a vida em sociedade. A comédia, cujo maior representante é Aristófanes, era um espetáculo com a finalidade de provocar riso, o que lhe garantiu, desde o início, maior liberdade e vitalidade. Tinha como alvo os deuses, colocados sempre em situações grotescas e os políticos democratas de seu tempo. Destacam-se: Ésquilo - Exaltou Atenas e os deuses justiceiros. Deixou Os Persas (onde canta o orgulho insensato e a punição de Xerxes); Os Sete Contra Tebas (narra o destino infeliz de Édipo); e Oréstia (narra a sorte da família de Agamenon). Sófocles - Suas obras mostram os heróis lutando contra as armadilhas do destino. Em Antigona, a heroína põe o irmão numa sepultura proibida pelas leis urbanas; Édipo Rei mostra os velhos heróis encontrando a paz e a morte num bosque sagrado. Eurípedes - Menos religioso que os anteriores, crítico e pessimista. Em Alceste e Medéia, mostra sua preocupação com os problemas do homem, suas grandezas, misérias e paixões. O helenismo Com a morte de Felipe II, rei da Macedônia, Alexandre iniciou a sua campanha contra a Pérsia, anexando em seguida a Mesopotâmia e o Egito e chegando até a Índia com o objetivo de realizar o sonho de um império universal. Nos territórios orientais conquistados, Alexandre fundou quase setenta cidades, muitas das quais batizadas com o nome de Alexandria, sendo a mais famosa a do Egito. Essas cidades transformaram-se em importantes centros de difusão da cultura grega, originando o fenômeno conhecido como Helenismo, ou seja, a difusão e a fusão da cultura grega com o oriente. Destacam-se três correntes de pensamento: o estoicismo, o epicurismo e o ceticismo. Os estóicos afirmavam que tudo o que ocorre no universo tem uma finalidade racional, que seria o triunfo do bem. O homem não é o senhor de seu destino, podendo aceita-lo ou não, mas não modifica-lo. Os epicuristas acreditavam que o prazer seria a suprema aspiração do homem, condenando apenas os excessos depravados dos prazeres carnais. O mais elevado de todos os prazeres era a satisfação da alma, sua serenidade, obtido através do expurgo de todo medo, principalmente do sobrenatural. O ceticismo pregava que todo conhecimento era obtido por intermédio dos sentidos humanos e, por serem eles falhos, era relativo e limitado. Como nada podia ser comprovado, a base da felicidade era a despreocupação na busca da verdade. Arte, harmonia e simplicidade Os gregos buscavam a perfeição, mesmo quando produziam os objetos mais comuns para o uso em seu dia-a-dia, o que os levou a deixar uma herança artística tão fina e criativa que até hoje serve de inspiração para muitos artistas. As edificações remanescentes da Grécia Antiga impressionam pela beleza de suas linhas e pelo equilíbrio de suas proporções. As obras dos escultores gregos chegaram a atingir a perfeição ao reproduzir o corpo humano. Suas pinturas, que 10

11 sobreviveram apenas através de cópias em objetos de cerâmica e alguns mosaicos, poucas vezes foram superadas na história da arte. Os principais monumentos eram templos, e as esculturas, em sua maioria, representavam deuses. Suas marcas eram a harmonia, a simplicidade, o equilíbrio e unia decoração perfeitamente adaptada ao conjunto. O século de Péricles (V a.c.) assinala o apogeu, com os monumentos da Acrópole e as obras-primas de Fídias; com a cerâmica e seus vasos, cobertos de cenas expressivas; com o domínio da técnica de esculpir e de executar a planta dos templos. As colunas se apresentavam em estilo dórico, o mais simples; jônico, mais gracioso; e coríntio, com capitel (parte superior) ornamentado em forma de folhas. Antiguidade Clássica: Roma INTRODUÇÃO: A cidade de Roma situa-se no centro da parte ocidental da Península Itálica. Esta península ocupa uma posição de destaque no Mar Mediterrâneo, separando as suas bacias oriental e ocidental. A leste, a península é banhada pelo mar Adriático e, a oeste pelo Mar Tirreno. Os primitivos habitantes chegaram à Itália por volta de 2000a.C., povos indo-europeus que se estabeleceram na planície do Pó. Já, a partir do primeiro milênio, diversos povos, vindos principalmente dos Alpes, ocuparam o centro da península. Foram chamados de italiotas ou itálicos. Eles se dividiam em latinos, samnitas, umbrios e outros. No século VIII a.c., os gregos fundaram colônias na parte sul da península e na Sicília ( este conjunto de colônias ficou conhecido como Magna Grécia) e os etruscos conquistaram o norte. A respeito da origem de Roma, possuímos duas versões: uma lendária e uma histórica. Segundo a tradição clássica, que foi responsável pela permanência da origem lendária ao longo dos tempos, a cidade de Roma foi fundada por Rômulo. De acordo com a lenda, Rômulo e seu irmão Remo foram abandonados nas margens do rio Tibre quando eram muito pequenos. Protegidos e amamentados por uma loba, foram, posteriormente, recolhidos por pastores estabelecidos nas colinas localizadas às margens do rio. Mais tarde Rômulo fundou Roma, após ter matado o irmão. Segundo a história, Roma foi fundada por volta do ano 753 a.c. quando povoações latinas espalhadas à margem do Rio Tibre fundiram-se em um única comunidade, edificando uma fortaleza para se defenderem dos Etruscos que conquistaram o Lácio Tradicionalmente, a história de Roma na Antigüidade Clássica é dividida em três grandes períodos: A Realeza da fundação da cidade até o ano 509 a. A República de 509 a.c. a 27 a.c. Império de 27a.C. em diante A ÉPOCA DOS REIS O período monárquico iniciou-se com a fundação da cidade de Roma. Durante a monarquia a vida política e social estava baseada nas gens ou comunidades gentílicas, que podemos definir como uma comunidade formada por um grupo que se reconhecem descendentes de um antepassado comum e organizavam sua vida econômica e social baseada na solidariedade. A gens romana, entretanto, não tinha características de comunidade igualitária, pois constituía uma organização aristocrática, fortemente hierarquizada e proprietária de escravos. A organização em gens era restrita à população nativa da cidade e seus lideres eram conhecidos como patrícios, derivação da palavra latina pater, que tinha direito de vida e morte sobre os outros membros. A reunião de dez gens constituía uma cúria e da reunião de dez cúrias formava-se uma tribo. O conjunto das tribos formava o populus romanus. Só pertencia ao povo romano quem fosse membro de uma tribo. Segundo a tradição Roma teria sido governada por sete reis, os primeiros quatro lendários - Rômulo, fundador da cidade, Numa Pompílio, Túlio Hostílio, Anco Márcio e três comprovados historicamente: Tarquínio Prisco, Sérvio Túlio e Tarquínio, o Soberbo. A realeza tinha caráter eletivo e vitalício, com atribuições militares, administrativas, jurídicas e religiosas. Temos ainda o Senado, formado pelos chefes das gentes, (era uma assembléia de caráter consultivo) e a 11

12 Assembléia por Cúrias da qual participavam todos os patrícios que, segundo a tradição, elegia o rei, declarava guerra e fazia a paz e votava as leis A organização social também sofria mudanças importantes, dividindo-se em classes sociais. A gens foi se desintegrando em famílias restritas, e algumas famílias apropriaram-se dos melhores lotes de terra. Os patrícios constituíam uma aristocracia de nascimento, cujo poder econômico era baseado na propriedade privada da terra. Eram homens livres, possuíam terras, pagavam impostos e prestavam serviço militar. A maioria da população, que não possuía organização gentílica passou a constituir a plebe, isto é, homens livres, porém sem direitos políticos. Os plebeus eram geralmente camponeses ou artesãos, os mais ricos comerciantes. Representam as populações não nativas anexadas a Roma nas guerras, pelos estrangeiros que afluíram durante a dominação dos etruscos e aqueles membros da gens que ficaram com pouca ou nenhuma terra quando da desintegração do sistema gentílico romano. Não participam das decisões políticas, sendo-lhes proibido possuir religião gentílica, casar com elementos das famílias patrícias e usar a terra comum. Não pagam impostos e estão sujeitos à escravidão por dívida. Integram o exército romano. Havia ainda uma camada intermediária os clientes formada por elementos da plebe, geralmente estrangeiros, que se colocavam sob a dependência de uma família patrícia para obter proteção jurídica em troca de prestação de serviços. Para melhor entender, podemos dizer que muitos plebeus conseguiram enriquecer-se com o comércio, vindo a possuir bens móveis (dinheiro e mercadorias); para protegerem seu patrimônio necessitavam de cobertura jurídica de que só gozavam os patrícios, que tinham o culto aos antepassados. Eram pessoas que queriam ser incluídas no testamento do patrono, que pretendiam fazer carreira, pobres coitados que não tinham como se alimentar, intelectuais pobres que dependiam dos favores do aristocrata, comerciantes que esperavam proteção do político para seus negócios. A clientela tornou-se mais importante na República e no Império, quando passou a fornecer o grande eleitorado que votava em seus protetores para os cargos públicos. Os clientes também não têm direitos políticos. Nesta fase os escravos eram em número muito reduzido e trabalhavam ao lado dos proprietários escravidão (patriarcal ou doméstica). O escravismo só adquire grande importância com a expansão territorial no período republicano. OBS: durante o reinado de Tarquínio, o Soberbo, a classe aristocrática (patrícios) procurou limitar o poder do rei. Em vista disso, ele adotou medidas favoráveis à plebe, com o objetivo de reforçar a sua autoridade. Os patrícios sentiram-se ameaçados e depuseram o último rei etrusco, dando origem a um movimento de reação, contra a dominação política estruca. Em 509 a.c. tal movimento aboliu a monarquia e implantou uma republica, na qual apenas eles tinham acesso aos cargos políticos. Iniciava o período republicano. ROMA REPÚBLICA O poder executivo, que antes pertencia ao Rei, passou a ser exercido por dois cônsules supremos magistrados com atribuições administrativas e militares. Cada cônsul tinha poder de veto sobre as decisões do outro. Em caso de guerra ou de grave crise interna, era escolhido o ditador, com poderes absolutos pelo prazo de seis meses O Senado tornou-se o principal órgão da República. Seus membros vitalícios e descendiam dos antigos chefes de gens. A Assembléia Curiata, foi perdendo sua importância, ficando apenas com funções religiosas. Suas atribuições foram transferidas para a Assembléia Centuriata, em que cada centúria possuía um voto. Também os plebeus participam dessa assembléia mas representam a minoria. A assembléia elege os cônsules e vota as leis. As atribuições religiosas cabiam ao Colégio dos Pontífices chefiado pelo Pontífice Máximo Formou-se um complexo aparelho de Estado: havia os pretores, encarregados pela justiça, os questores, (finanças públicas), os censores, (censo e moralidade pública), os Edis (abastecimento e policiamento da cidade, além dos jogos públicos) A República foi implantada pela aristocracia patrícia, portanto na sua primeira fase o regime político, econômico dos patrícios era completo. Por isso falamos de República Patrícia ou república aristocrática. A primeira fase da República é marcada pela luta de classe entre patrícios e plebeus. Quais seriam as causas desta luta? As guerras pela expansão territorial de Roma, obrigavam os plebeus a abandonarem suas terras. Retornando das guerras encontravam suas terras abandonadas, passando a contrair dívidas junto aos patrícios Muitos plebeus eram reduzidos à escravidão por dívida A maior parte dos espólios de guerra era dos patrícios Reivindicavam a redação de um código de leis comum Exigiam a autorização dos casamentos entre patrícios e plebeus Lutavam pela obtenção de direitos políticos, civis, jurídicos e religiosos 12

13 Os plebeus, revoltados com esta situação de pobreza e exclusão, em 494 a.c., abandonaram Roma e refugiaram-se no Monte Sagrado para fundarem aí uma cidade só de Plebeus. A classe patrícia assustada enviou Menenio Agrippa para negociar a volta dos plebeus, pois Roma não poderia dispensar a força deles no exército. Dessa maneira tiveram que ceder às pretensões dos plebeus. Através de uma longa luta, os plebeus foram conseguindo, gradativamente, importantes modificações nas leis romanas, que resultaram na conquista de direitos políticos, religiosos e de justiça. Vale a pena citar as principais: Tribunos da Plebe eram os representantes dos plebeus. Defendiam as suas reivindicações e lutavam pelos seus direitos, procurando impedir que fossem aprovadas leis contrárias aos interesses da Plebe. O tribuno era considerado maldito e intocável Concilium Plebis trata-se de uma Assembléia só de Plebeus. Tomavam decisões sem valor oficial que chamavam de Plebiscitus ( a plebe aceita). Os plebiscitos traziam a posição da plebe diante dos problemas de Roma. Mais tarde a Lei Hortência estabeleceu que as decisões do Concilium Plebis teriam força de lei. Lei das Doze Tábuas - Existia em Roma o direito consuetudinário e as leis, baseadas nas tradições e costumes, eram facilmente reformadas e manipuladas pelos patrícios. Os plebeus prejudicados exigiram a elaboração de leis escritas, para que tivessem conhecimento exato das leis e evitar distorções. Dez juristas, nomeados pelo senado os decênviros elaboraram as primeiras leis escritas de Roma, gravadas sobre doze tábuas de bronze e expostas no Fórum, para conhecimento de toda a população. As leis significam, de um lado, a vitória dos plebeus, mas, de outro, a manobra dos patrícios em conter as reivindicações da plebe. De fato não foi abolida a escravidão por dívida, os casamentos continuavam proibidos entre patrícios e plebeus. Não podemos, porém, esquecer que as Leis das Doze Tábuas constituem um dos fundamentos do Direito Romano. Lei Canuléia permite o casamento entre patrícios e plebeus, concedendo, portanto a igualdade civil. Observe-se, porém, que, à época da promulgação dessa Lei, a expansão comercial de Roma enriquecia muitos plebeus, enquanto que a desvalorização da terra como única fonte de riqueza arruinava muitas famílias patrícias. Assim, era desejo de muitos plebeus ricos se unirem a famílias nobres ( pois a propriedade da terra ainda conferia prestígio social) e o patriciado decadente tinha interesse em se unir pelo casamento com a plebe rica, devido ao poder econômico desta. Os casamentos mistos formalizaram a criação de uma aristocracia de dinheiro a Nobreza patrício-plebéia. Leis Licinias-Sextias dava aos plebeus o direito de se candidatarem ao Consulado. Após esta lei o consulado foi repartido: passaram a ser eleito dois cônsules, um patrício e outro plebeu. Determina ainda que os juros já pagos fossem descontados do montante das dívidas e proíbe a escravidão por dívida. Limita a posse de particulares em territórios públicos (ager publicus) 14.5 hectares de terra e 500 cabeças de gado. Lei Olgúnia permitiu o acesso dos plebeus aos colégios sacerdotais e ao cargo de Pontífice Máximo. De fato os plebeus não podiam exercer função sacerdotal, pois era privilégio dos patrícios. Havendo forte vinculação entre religião e estado, tal lei teve grande importância para os plebeus. Lei Hortência - as decisões da Assembléia Popular teriam força de lei, sem passar pela aprovação do senado. OBS.: Os resultados das lutas sociais em Roma foram benéficos sobretudo para a camada rica da plebe os grande comerciantes que, através de casamentos, uniu-se às famílias patrícias. As famílias mais representativas dessa nova aristocracia, cujo poder era baseado na riqueza, e não mais no nascimento, passaram a ocupar os mais altos cargos da República. A parte pobre da população, em sua maioria camponesa e artesãos, embora tivesse alargado o espaço de manobra política, permaneceu espoliada. A igualdade, para os plebeus pobres era quase que uma ficção: na verdade, nunca ocupariam os altos postos da administração do Estado. O IMPERIALISMO E SUAS CONSEQÜÊNCIAS Durante o período republicano, Roma deu início ao imperialismo. Inicialmente, os romanos dominaram toda a península itálica. Nos séculos III e II a.c., após três guerras contra os cartaginenses - as Guerras Púnicas motivadas pela rivalidade dos dois povos, no que diz respeito ao comércio e à navegação no Mediterrâneo, Roma conquistou a Sicília e o Norte da África, a Península Ibérica e os reinos helenísticos. Ao final das Guerras Púnicas, Cartago encontrava-se destruída e o Mar Mediterrâneo totalmente nas mãos dos Romanos. A diferença entre a pequena cidade-estado construída às margens do rio Tibre e a toda poderosa Roma, senhora do Mediterrâneo, era muito grande. As transformações provocadas pelas conquistas romanas foram profundas, atingindo o setor econômico, social, político, religioso e cultural. Repercussões econômicas: 13

14 Enormes espólios de guerra Grandes contingentes de escravos vendidos posteriormente nos mercados Divisão das terras férteis entre os ricos proprietários que participavam das campanhas militares acompanhada pela expulsão em massa dos pequenos proprietários. Isso contribuiu para a formação dos latifúndios, grandes propriedades territoriais, exploradas com mão de obra escrava. Os produtos das províncias convergem para Roma deixando os proprietários romanos sem condições de concorrer com os importados A economia romana de agro-pastoril, transformou-se numa economia apoiada no comércio Repercussões sociais Aumento das grandes possessões de terra e ruína da camada dos pequenos agricultores. Migração de grandes massas de camponeses para as cidades, não podendo concorrer com a economia escravista. Formação nas cidades de um grande contingente de desempregados e ex-camponeses, onde o Estado fornecia pão e vinho e espetáculos no circo romano (política de pão e circo) com a finalidade de alienar essa multidão, cuja potencialidade revolucionária era evidente A elite patrícia teve enormes lucros, através do monopólio dos cargos públicos, do comando do exército e dos governos provinciais, além da apropriação de vastas porções de terras. Surgimento de uma nova classe social: os Cavaleiros, grandes comerciantes que se dedicavam a atividades rendosas como a cobrança de impostos na qualidade de publicanos, arrendamento da exploração de minas e construções de obras públicas. Repercussões culturais Influência da cultura helênica e helenística na sociedade romana Mudanças nos costumes da população romana: abandono dos costumes tradicionais. A disciplina familiar debilitou-se: ambição, individualismo, gosto pela riqueza e pelo luxo... influência da religião grega com a introdução dos mistérios, das festas em homenagem aos deuses relegando a segundo plano os cultos tradicionais. Influência da cultura grega na formação intelectual dos romanos (escravos trazidos a Roma eram elevados à condição de pedagogos dos jovens das famílias romanas) Repercussões políticas Fortalecimento do Estado, em função da exploração das regiões conquistadas pagamento de impostos, fornecimento de gêneros alimentícios, principalmente cereais, transferência de metais preciosos... Assimilação do ideal político oriental ( regimes personalistas, divinização dos governantes, despotismo oriental. Briga pelo poder, pelos cargos públicos e, ao mesmo tempo clamor da plebe urbana e dos povos conquistados. A república romana estava às portas da guerra civil, a qual acabaria por desintegrá-la e implantaria o regime imperial de governo. A SITUAÇÃO DOS ESCRAVOS Como resultado da expansão romana na Itália e no Mediterrâneo, estendeu-se amplamente a escravidão. Entre as fontes fornecedoras de escravos temos: a guerra os prisioneiros de guerra eram convertidos em escravos e obrigados a trabalhar nos campos, oficinas artesanais, minas e serviços domésticos a pirataria e o comércio internacional. O Mediterrâneo era palco de um importante comércio escravista: prisioneiros de guerras locais, devedores insolventes, mulheres e homens raziados, crianças e jovens vendidos pelos parentes, etc. o crescimento natural da população escrava medidas foram tomadas para estimular a natalidade escrava a população livre era também uma sementeira de escravos. O pai podia, por direito abandonar seu filho. Aquele que o criasse podia tê-lo como escravo. Muitos tornavam-se escravos por dívidas ( o addictus devedor obrigado a trabalhar até o pagamento de sua dívida) Os escravos constituíam uma mercadoria como qualquer outra; eram vendidos nos mercados e pelo Direito Romano o escravo era uma peça... Pode ser comprado, vendido ou alugado e, em geral, punido ao gosto de seu senhor. Sobre o trabalho manual, os romanos tinham uma concepção moral negativa, e sobre os assalariados, essa negatividade era acentuada, já que o salário era considerado um atestado de escravidão a outro homem. Era mais digno ser cliente, viver de favores de um aristocrata, do que assalariado. Em Roma havia escravos públicos, particulares e libertos: Públicos: pertenciam ao estado e eram utilizados nos trabalhos das grandes construções (edifícios, aquedutos), em obras de urbanização, nos serviços domésticos dos templos, nas minas e pedreiras 14

15 particulares: dividiam-se em urbanos e rurais. Os escravos urbanos desempenhavam as mais variadas formas de funções domésticas cozinheiros, tecelões, pedagogos dos filhos das famílias aristocráticas. Outros eram utilizados nas oficinas artesanais. Os rurais trabalhavam no campo, desvinculados da cidade. Com o desenvolvimento da escravidão, a agricultura, tomou novos aspectos: o vinho e o azeite constituíam praticamente os únicos produtos de exportação. libertos: escravos emancipados. A concessão da liberdade a um escravo era, geralmente, a recompensa por seus serviços. Muitas vezes, os libertos tornavam-se empregados dos seus antigos donos, sem receberem qualquer remuneração, em troca apenas de roupa e alimentação. Os principais beneficiados com a emancipação eram os escravos domésticos e os qualificados profissionalmente. Os escravos que trabalhavam nas propriedades agrárias, localizadas fora da cidade, em geral, não eram contemplados com a manumissão. Sempre ocorreram fugas e revoltas de escravos, em modo particular na Sicília e na Ásia Menor. Formas mais quotidianas de resistência do que a insurreição o roubo, a fuga, o justiciamento do senhor, a escassa dedicação ao trabalho determinaram profundamente o escravismo antigo. No mundo romano, como no grego, a possibilidade de o escravo alcançar a liberdade pela fuga era preocupação eterna da classe senhorial. Recapturado tinha geralmente o rosto marcado a ferro; em Roma, entre outros suplícios, era hábito condená-lo às correntes e ao ergástulo. Nem vigilância nem castigos sobrepuseram-se, porém, à tentação da fuga. Senhores consultavam os oráculos sobre as íntimas intenções de seus escravos. Estes procuravam saber nos vaticínios se seriam felizes na aventura. Na península itálica, na Sicília, na Grécia continental e insular, as montanhas eram tradicionais coutos de escravos fugidos que, muitas vezes, organizavam bandas de assaltantes. Não raro o escravo alcançava voltar após mil peripécias, à sua terra natal. Nem sempre uma fuga almejava a libertação. Os cativos gregos martirizados pelos senhores tinham o direito de refugio em certos templos. Se os sacerdotes aceitassem suas súplicas, os senhores eram obrigados a vendê-los. As fugas de escravos oneravam a produção escravista. Para um pequeno senhor o desaparecimento de um escravo artífice podia significar a miséria. A simples eventualidade de fuga já era danosa ao senhor. Os agrônomos romanos via como uma das grandes desvantagens dos latifúndios escravistas os necessários gastos com a vigilância da escravidão. Algumas vezes, na Antigüidade, a fuga de escravos tornou-se movimento multifundiário. No final da década de 70 a.c., milhares de escravos rebelaram-se, liderados por Espartacus, e durante longo tempo, resistiram aos ataques dos exércitos de Roma, derrotando-os repetidas vezes, mas sendo, finalmente, dizimados. Ao contrário das outras insurreições, a revolta de Espartacus colocou em xeque a ordem romana. Quando 74 gladiadores escaparam, em Cápua e se refugiaram no Monte Vesúvio, o fato não provocou grande interesse. Nesta tumultuada época, outros bandos de escravos, libertos e livre-pobres, infestavam a Itália. A banda de Espartacus cresceu porém em numero e organização e, confiante, ingressou em outras regiões, onde recebeu maciça adesão dos escravos pastores. O movimento comandado por Espartaco não almejava, formar um estado autônomo, como ocorreu nas revoltas na Sicília, Após subir a península itálica pretendeu assaltar Roma, o coração da República. Apesar de vitorioso num primeiro momento, sucumbiu diante da repressão romana. A escravidão teve grande importância na evolução da economia e da sociedade romana. O sistema escravista constituiu a base na qual assentaram a agricultura de mercado, e o artesanato urbano; e o tráfico de escravos um importante setor do comércio marítimo. Sendo uma instituição solidamente enraizada nas sociedades antigas, jamais se propôs sua abolição. Mesmo nas grandes rebeliões de escravos, os revoltosos não possuíam uma nítida consciência de classe: pretendiam conseguir a liberdade individual e não a supressão da ordem escravista. A CRISE AGRÁRIA E AS TENTATIVAS DE REFORMA No século II a.c. os pequenos proprietários rurais e os camponeses pobres atravessavam um período muito difícil. A concorrência do trigo provincial, o crescimento dos latifúndios e o emprego em larga escala do trabalho escravo, constituem as causas da situação miserável dos pequenos proprietários. Alguns representantes da aristocracia compreenderam que os movimentos camponeses e as sublevações de escravos punham em perigo a própria sobrevivência do Estado Romano. Era urgente uma solução. Entre os reformadores romanos, sobressaíram os irmãos Tibério e Caio Graco. A Reforma de Tibério Graco: Eleito tribuno da plebe, apresentou seu projeto de Reforma Agrária: nenhum cidadão poderia ter mais de 500 jeiras de terras públicas (correspondem a 123 hectares); se o concessionário de terra tivesse dois filhos, esse total teria que ser duplicado. As terras assim excedentes deveriam ser repartidas em lotes e distribuídas aos cidadãos pobres, mediante arrendamento e uma taxa especial ao Estado. O objetivo desta reforma era reabilitar o pequeno proprietário, base do recrutamento militar, e, assim, fortificar o Estado Romano. Plutarco fez no plenário o seguinte comentário sobre a proposta de Tibério. Tibério Graco, o tribuno adepto da Lex Agraria, denunciou o empobrecimento dos pequenos camponeses. Os homens que combatem e morrem pela Itália têm o ar e a luz, mas mais nada [...] Lutam e perecem para sustentar a riqueza e o luxo de outros, mas, embora sejam chamados os senhores do mundo, não têm um único torrão de terra que seja seu. 15

16 A Assembléia Popular aprovou a lei agrária. Entretanto, a maioria reacionária do Senado, representando os interesses dos latifundiários, fez forte oposição e tentou impedir, de todas as maneiras possíveis, a demarcação e a redistribuição das terras públicas. O próprio Tibério terminou sendo assassinato. OBS:Se houvesse tido êxito, Tibério teria desempenhado em Roma um papel equivalente ao do tirano Psistrato em Atenas. Mas a situação em Roma era outra. Os pequenos proprietários, arrancados de suas terras para servir ao exército, estavam ausentes, e os que residiam em suas terras encontravam-se dispersos. A plebe romana, que teoricamente era o contingente a ser beneficiado pela reforma agrária, já não manifestava interesse pela volta ao campo e ao trabalho, ociosa e corrompida que estava por sua transformação em clientela das grandes famílias. Na verdade o projeto de Tibério era impraticável numa sociedade que havia assumido plenamente a feição escravista. A Reforma de Caio Graco: Como Tibério, seu irmão Caio, elegeu-se Tribuno da Plebe. Fundou várias colônias agrícolas na Itália e nas províncias e mandou aprovar a Lei Frumentária, mediante a qual o Estado era obrigado a vender trigo à população urbana por preço inferior ao de mercado. A oposição senatorial foi, mais uma vez violenta. Caio foi obrigado a se suicidar. OBS: Os irmãos Graco foram para os romanos a derradeira chance de encaminharem sua sociedade para a democracia. Mas as bases sociais para o êxito dessas reformas aquelas forças que na Grécia, se opuseram com sucesso ao egoísmo aristocrático estavam totalmente corroídas. Em Roma a aliança entre plebeus ricos e plebeus pobres era impossível. Temendo a massa popular miserável e corrompida pelo clientelismo, os plebeus ricos aliaram-se à nobreza fortalecendo a posição desta última. O fracasso dos irmãos Graco selou o destino da república romana. A CRISE DA REPÚBLICA Após a morte dos Graco, houve em Roma a polarização política seguida da radicalização nas lutas governamentais, e a República Romana entrou em crise. De um lado estavam os aristocratas, preocupados com a manutenção da ordem existente; de outro, os populares ansiosos por reformas. Destacam-se nesse período o general Mário, defensor da plebe e Silas defensor dos conservadores. Mário, conseguiu transformar o exército, cujos postos eram privilégio dos cidadãos, em um exército popular, composto por assalariados. Os soldados passaram a receber um soldo (salário), participação dos espólios e, ao cabo de 25 anos de carreira, direito a um pedaço de terra. Com a morte de Mário, Silas estabeleceu uma ditadura militar e perseguiu violentamente os antigos seguidores de deu antecessor. Em 60 a.c., o senado acabou elegendo três fortes políticos ao Consulado: Júlio César, Pompeu e Crasso que governaram juntos no chamado Primeiro Triunvirato dividindo entre si os domínios romanos. Crasso morreu combatendo na Pérsia e Pompeu eleito cônsul único destituindo César do comando militar da Gália (França). César ganhou a briga, mas em 44 a.c. foi assassinado a punhaladas no senado. Marco Antônio, Otávio e Lépido formaram o Segundo Triunvirato. A vitória de Otávio sobre Marco Antônio representou a passagem da República para o Império Romano. O IMPÉRIO Otávio Augusto, o fundador do Império Romano, estabeleceu em Roma a forma de Governo chamado de Principado, por ter recebido do senado o título de Príncipe, primeiro entre os iguais. Augusto concentrou em suas mãos todos os poderes, evitando, porém o título de rei ou de ditador. Possuía as prerrogativas de cônsul, de comandante do exército, de tribuno e de prefeito dos costumes. Dividiu as províncias em senatoriais e imperiais; reorganizou a economia do império, incentivando a produção e protegendo as rotas comerciais, estabeleceu o serviço imperial de correios, embelezou a capital, construindo termas, aquedutos, mercados teatros e pontes, incentivou o desenvolvimento cultural (Roma caput mundi); tentou revigorar as crenças religiosas tradicionais e purificar os costumes, restabeleceu o poder nas fronteiras, dando às gerações futuras um período de paz chamado de Paz Romana. A CRISE DO ESCRAVISMO NO SÉCULO III 16

17 O império romano no século III foi afetado pela crise geral do escravismo. A causa desta crise foi a diminuição da produção nos latifúndios. Isso aconteceu porque havia menos escravos para trabalhar. E a escassez de escravos explica-se por três fatores: militar, religioso, econômico. Militar: a partir do início do império as guerras diminuíram. Os imperadores preferiram consolidar as fronteiras das regiões conquistadas. Começava uma fase de guerras defensivas. Como resultado, o número de escravos à venda caiu e seu preço aumentou. Ficou difícil encontrar mão-de-obra para as grandes propriedades. O trabalho escravo chegava a dar prejuízo. Religioso: no início do século III, o cristianismo já tinha um número razoável de adeptos no Império. Acontece que a doutrina cristã proíbe a escravidão. Naquela época, o cristianismo tolerava apenas a escravização de indivíduos que não pertenciam à sociedade cristã, por exemplo, de pagãos aprisionados como escravos. Mas os cristãos consideravam a liberdade como um dom natural. Por isso, a libertação de escravos era reconhecida como um ato piedoso, que contribuía para a salvação da alma. De modo que a expansão do cristianismo fazia diminuir o número de escravos. Econômico: a manutenção de um grande número de escravos ficava cada vez mais difícil. Para alimentá-lo, vesti-los, o proprietário às vezes gastava toda a produção do latifúndio. Além disso, os escravos exigiam muita vigilância, difícil de ser conseguida com soldados. E as invasões dos bárbaros facilitavam as fugas do campo. Assim os grandes proprietários começaram a arrendar parcelas de terras a agricultores livres (colonos) que pagavam a renda da terra com uma parte da produção e, em sua maioria, estavam presos ao solo que cultivavam. Era o sistema de colonato, implantado em primeiro lugar nas propriedades dos imperadores e logo adotado nas províncias o Oriente e Ocidente. Diante da crise econômica foram necessárias algumas reformas políticas e administrativas. Diocleciano, elevado ao poder pelo exército, para conter a pressão das invasões bárbaras sobre as fronteiras do império, realizou uma reforma político-administrativa conhecida como tetrarquia (governo de quatro). O império foi dividido em quatro partes e governado simultaneamente por quatro imperadores. Constantino restabeleceu a unidade política do império. Em 313, promulgou o Edito de Milão, concedendo liberdade religiosa ao Cristianismo e, em 330, transferiu a capital do império para o Oriente Constantinopla. Teodosio dividiu o império romano entre os seus dois filhos: nascia o Império Romano do Ocidente com capital Roma e o Império Romano do Oriente com capital Constantinopla A CRISE GERAL DO IMPÉRIO No século III, observa-se uma redução na expansão do império. A contração das fronteiras era resultado da crise que havia se instalado no interior da sociedade escravista romana. Como o império não mais se estendia, também o número de escravos não crescia. Com o aumento do número de ociosos, também cresceram os gastos do Estado Romano. Esses cidadãos recebiam trigo gratuitamente e o império romano promovia uma série de espetáculos, também gratuitos, para o divertimento e o controle dessa multidão. Desse jeito a manutenção do império tornou-se difícil. Um grande exército permanente era essencial para a defesa das fronteiras. Era necessário equipar e pagar o exército, cujo custo aumentou quando os imperadores se viram obrigados a contratar mercenários bárbaros do estrangeiro para suprir a escassez de recrutas nativos. A administração e arrecadação das rendas exigiam um imenso e custoso serviço público. O sistema econômico, enquanto se expandia, pôde suportar facilmente a ampliação das despesas do Estado, mas à medida que se aproximava dos limites máximos tornou-se visível o desequilíbrio entre as rendas e os gastos. Uma alternativa encontrada foi o aumento dos impostos, principalmente daqueles que recaiam sobre as províncias que compunham o império. No entanto, elas também, se encontravam em dificuldades, diante da falta de mão de obra. O grande defeito da economia romana é não ter sabido criar novas fontes de riqueza. Durante o período de conquista, Roma viveu de tributos que impunha aos povos vencidos; a partir do século III vive das suas reservas, no século IV esgotou-as. A crise provocou o empobrecimento do império e o declínio populacional. O artesanato urbano perdeu importância, e o comércio entre a parte ocidental do mundo romano e a parte oriental tornou-se constantemente deficitário para os ocidentais. A decadência e, até mesmo, o desaparecimento de muitas cidades, associadas às ameaças dos bárbaros, levaram os grandes proprietários a abandonar a vida urbana. Muitos passaram a residir na vila. A vila não era apenas a residência no nobre latifundiário, mas também a própria fazenda produtiva. Geralmente localizava-se numa região fértil, próxima das rotas do comercio ou dos portos. Nessas grandes propriedades rurais, praticamente auto-suficientes, o trabalho, com a crise do escravismo, modificou-se nas relações sociais. Para que o volume de produção fosse mantido, mesmo com a 17

18 redução do número de escravos, os latifundiários tomaram medidas interessasse pelo processo de produção. As principais medidas foram: para que o trabalhador direto se a) a divisão dos latifúndios em duas partes: as reservas senhoriais e os lotes dos camponeses b) a sujeição do camponês livre ou mesmo do pequeno proprietário que, em troca de proteção e do direito de permanecer nas terras, deveria prestar serviços e pagar tributos ao latifundiário. Houve assim, uma mudança na condição jurídica do camponês: de trabalhador livre para colono. A decadência de Roma, iniciada no século III, atingiu o seu apogeu no século V. Segundo Engels: Quanto mais o império ia decaindo, mais subiam os impostos e taxas e maior era a falta de vergonha com que funcionários saqueavam e ameaçavam. O empobrecimento era geral: declínio do comércio, decadência dos ofícios manuais e da arte, diminuição da população, decadência das cidades. Retorno da agricultura a um estágio mais atrasado. Além da feição econômica da crise, que provocou a ruralização da produção e a modificação das relações de produção, os historiadores apontam outros sintomas que nos revelam o processo de decadência do império Romano do Ocidente: a corrupção resultante das conquistas, que atingiu toda a sociedade e o exército o enfraquecimento do poder do estado a mudança nos valores políticos e religiosos, após a expansão romana crise econômica, que provocou a desvalorização da moeda, declínio da indústria e do comércio, abandono das terras, concentração de numerosos desocupados nas cidade, agitações e fome penetração dos bárbaros, que provocaram o abandono de grande áreas de cultivo a incapacidade dos imperadores, elevados ao poder pelos exércitos que travavam guerra entre si, em várias partes do império. burocracia administrativa, dirigidas por oficiais incompetentes e funcionários que operavam o tesouro público Impostos elevados que provocaram o descontentamento e o desinteresse pelos empreendimentos de ordem econômica. O CRISTIANISMO Surgido na Palestina, região integrada ao Império Romano, o Cristianismo sintetizou o misticismo oriental, o messianismo hebraico, o estoicismo helenístico e o universalismo romano. Suas origens encontramse na doutrina de Jesus de Nazaré, cujos ensinamentos estão contidos no Novo Testamento e apresentam como princípios fundamentais o monoteísmo, crença na ressurreição dos corpos e o Juízo Final, o amor a próximo, a igualdade entre os homens... Quando Cristo nasceu, por volta do ano 4 a.c., o imperador romano era Augusto, fundador do império. Quando foi crucificado, o imperador era Tibério. Mas foi no governo de Nero, no ano de 64, que se deu a primeira grande perseguição aos cristãos de Roma. As perseguições se repetiram por mais nove vezes num espaço de 249 anos. Por que isso ocorria? A razão principal é que o cristianismo de opunha ao paganismo. Os cristãos se recusavam a adorar os deuses, protetores de Roma. Quando ocorria alguma calamidade, peste, seca, fome, incêndios, os pagãos consideravam que era obra dos deuses, revoltados com a presença dos cristãos. Não aceitando o paganismo, os cristãos não aceitavam também a origem divina do imperador. Por isso, negavam-se a fazer o culto ao imperador. Os cristãos se opunham também a todas as instituições imperiais, por estarem impregnadas de paganismo. Uma razão principal para a perseguição foi a prática do culto secreto pelos cristãos. O culto cristão era reservado aos iniciados, isto é, aos indivíduos catequizados e batizados. Pagãos não podiam participar. Isso levantava suspeitas, pois a grande maioria de cristãos era formada de indivíduos pobres e principalmente de escravos. Para essas camadas da população o cristianismo era uma verdadeira consolação e a promessa de uma felicidade numa outra vida. As revoltas de escravos eram temidas. Havia o exemplo de Espartaco. Por isso o culto cristão adquiriu um caráter subversivo. Além disso as reuniões secretas eram proibidas, a fim de evitar conspirações contra o governo. Não sabendo o que os cristãos faziam nas suas reuniões, os pagãos acusavam-nos de adorar a cabeça de um asno, de assassinar crianças e cerimônias orgíacas e macabras. Finalmente o cristão era motivo de divertimento. Tornou-se comum martirizar os cristãos nos circos, diante da plebe romana, que tinha aprendido a gostar da violência nos espetáculos de feras e gladiadores. Os cristãos resistiam ao sofrimento e esse comportamento era um desafio às massas pagãs; Os carrascos que inventassem novas formas de martírio recebiam prêmios. As perseguições não eram contínuas. Num período de 249 anos, elas foram mais intensas em dez oportunidades. Em geral essas perseguições coincidiam com as crises econômicas que aumentavam as pressões sociais e políticas. Elas serviam, então, como válvula de escape para essas pressões. Nero promoveu a primeira grande perseguição em 64. Outros imperadores que mandaram martirizar os cristãos foram Domiciano, Trajano, Marco Aurélio, Décio, Aureliano, Valeriano e Diocleciano. Em 313, o imperador Constantino publicou o Edito de Milão, legalizando o cristianismo. Isso por entender que a massa dos cristãos estava aumentando consideravelmente, podendo constituir uma das bases de apoio político a seu governo. Além disso, fez devolver aos cristãos os seus bens, proibiu o trabalho nos 18

19 domingos e o assassinato de escravos, restringiu as práticas do divórcio. Ao fundar a cidade de Constantinopla, o imperador consagrou-a à Virgem Maria, Mãe de Jesus. O progresso do cristianismo se acelerou a partir da sua oficialização. Foi nas camadas urbanas que encontrou mais adeptos. O imperador Teodosio fez-se batizar em 380 e em 391 aboliu definitivamente o paganismo. Nesse momento o cristianismo tornava-se religião oficial do Império. Como religião oficial, sofreria muitas transformações, tornando-se poderosa instituição de um Império decadente. De qualquer maneira muita coisa mudou em Roma com o advento e a vitória do cristianismo: O divino foi decididamente colocado fora da natureza visível e acima dela. Deus aparece como ser único, universal, dispensando todos os outros deuses Enquanto a religião no mundo romano nada mais era que um conjunto de práticas, uma série de ritos que se repetiam sem nenhum sentido, uma seqüência de fórmulas, recebendo o caráter sagrado senão de sua Antigüidade, o cristianismo representava um conjunto de dogmas e um grande objetivo proposto à fé O cristianismo não era a religião doméstica de uma família, a religião nacional de uma cidade ou de uma raça, mas destinava-se à humanidade inteira Antes o direito de praticar o culto era um privilégio. O estrangeiro, o plebeu eram rejeitados pelos templos. O cristianismo apresenta um Deus único, um Deus universal, de todos, sem distinção de raças, famílias nem estados O sacerdócio deixou de ser hereditário, porque a religião não era mais um patrimônio e o culto não foi mais mantido em segredo Durante a monarquia e a república, a religião e o estado eram uma só coisa. O cristianismo irrompe separando a religião do estado dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus Isso porque antigamente César era o sumo sacerdote, o chefe e órgão principal da religião romana O pai perdeu a autoridade absoluta que seu sacerdócio lhe outorgara outrora. O direito à propriedade foi mudado na sua essência; os limites sagrados dos campos desapareceram, a propriedade não derivou mais da religião, mas do trabalho Também o direito mudou de natureza. Em todas as nações antigas, inclusive em Roma o direito estava sujeito à religião. A lei estava contida nos livros sagrados ou na tradição religiosa. Com o cristianismo, o direito tornou-se independente procurando suas regras na natureza, na consciência, e na idéia de justiça. A CULTURA: O DIREITO Entre as sociedades antigas, o Direito fazia parte da Religião. As antigas leis não passavam de prescrições religiosas aplicadas às relações dos homens entre si. Assim aconteceu também em Roma: as leis costumeiras - baseadas nos costumes, chamadas Leis Reais - não foram criadas por um determinado legislador ou pelos votos das Assembléias, mas correspondiam às crenças religiosas dos antigos povoadores da cidade. O primeiro código escrito apareceu por volta do século V a.c.: as Leis das Doze Tábuas. Estas conservavam muito o caráter mágico-religioso do Direito Costumeiro e são uma das principais fontes do Direito Romano. As Leis das Doze Tábuas tratavam de assuntos referentes ao Direito Civil e ao Direito Penal. O papel dos Pretores, magistrados especiais que passaram a julgar os processos civis, foi fundamental na evolução do Direito Romano. Para a aplicação da lei aos estrangeiros, que juntamente com os escravos não tinha acesso aos tribunais, foi criada uma nova magistratura (Pretor Peregrino) e desenvolvido o Ius Gentium (Direito das Gentes) que levava em conta os interesses das comunidades submetidas a Roma. O Ius Gentium é considerado como fonte do Direito Internacional. Em Roma havia uma nítida distinção entre o Direito Público - que regulava as relações entre o cidadão e o Estado - e o Direito Privado - que tratava das relações dos cidadãos entre si. Deve-se acrescentar que as mulheres não eram passíveis de serem julgadas pelos tribunais públicos. Competia ao pater famílias exercer o direito de justiça, na sua própria casa, sobre os membros da família, subordinados à sua autoridade. O Direito Romano evoluiu lentamente, sob a pressão dos acontecimentos sociais, econômicos e políticos. A diversidade étnica e cultural do império, as relações comerciais entre Roma e as províncias e a concessão da cidadania romana a todos os habitantes livres fizeram com que, aos poucos, o Direito Romano se universalizasse e perdesse muito do seu excessivo formalismo. Essa evolução foi determinada pela necessidade objetiva do império em que, por vezes, conflitavam o Direito Civil e os códigos penais. Nesse sentido, foi muito importante a contribuição do Direito Natural - mais uma filosofia do que uma teoria de Direito - reforçado pelo Cristianismo, que afirmara que todos os homens nasciam livres. A HISTÓRIA No campo da História, os primeiros autores apareceram no período das Guerras Púnicas, destacando-se o grego Políbio, que escreveu a História Romana. Nos fins da República, Júlio César escreveu os seus Comentários sobre as Guerras das Gálias, de grande valor histórico. A partir do principado de Augusto, destacaram-se Tito Livio, autor de sua História Romana, desde as suas origens, cercando de lendas, glorificando e idealizando o passado romano, sem qualquer espírito crítico; Suetônio - Vida dos Césares, relatando aspectos pitorescos das biografias dos imperadores. Tácito, autor dos Anais e Plutarco, de origem grega, com as Vidas paralelas, relatos biográficos que inspiraram autores de outras épocas. Evidentemente não se tratava de uma História científica, como a entendemos hoje. Eram meras descrições de feitos atribuídos aos deuses e aos grandes homens, relatos de acontecimentos que os homens da 19

20 época atribuíam a forças obscuras e/ou à vontade de alguns poucos privilegiados. Além disso, era uma história a serviço das concepções dominantes de supremacia do Estado escravista romano. A FILOSOFIA No domínio da Filosofia, os pensadores romanos também foram muito influenciados pelos filósofos gregos do período helenístico, principalmente pelas doutrinas do Epicurismo e do Estoicismo. A filosofia materialista de Epicuro reduzia todo o conhecimento à existência sensível. O Epicurismo pretende libertar os homens do medo dos deuses e da morte, afirmando que a felicidade estava na satisfação dos desejos físicos naturais, na busca do verdadeiro prazer, porém com um profundo sentido ético e moral. O prazer no qual, para Epicuro consiste a felicidade é a vida pacífica, a paz da alma e a ausência de qualquer preocupação; prazer, portanto como ausência de dor e a virtude é o meio para conseguir o verdadeiro prazer. O estoicismo, concebia o universo regido por um determinismo lógico e racional. Portanto, os homens deviam proceder de conformidade com a natureza - a vida segundo a Natureza (ou seja, Deus e a Razão Universal ) - aceitando, resignadamente, o destino traçado. Tal corrente filosófica pregava a valorização do dever, o equilíbrio espiritual, a autodisciplina e a submissão à ordem natural das coisas. Para os estóicos, o conhecimento derivava das impressões recebidas pelos sentidos e sintetizadas pela inteligência (Razão). Seneca, Epíteto e Marco Aurélio foram os grandes representantes do estoicismo em Roma. A EDUCAÇÃO ROMANA Na república dos primeiros tempos, a educação adquire feição aristocrática, endereçando-se aos patrícios. Era poderosa a influência do pater famílias, mas também é verdade que a matrona romana ocupou no lar uma posição mais elevada do que na Grécia. Tratava-se de uma sociedade sóbria e austera que ministrou um tipo de educação mais moral do que intelectual. A partir do século III a.c., porém, em virtude da expansão romana pelo Mediterrâneo, a educação desse povo sofre sensíveis mudanças. Enriquecendo-se, a sociedade romana acentuou a divisão entre os economicamente poderosos e a plebe. Ainda mais: ocorre a invasão da cultura grega. Os cidadãos mais ricos passam a ter preceptores (mestres) particulares, geralmente gregos imigrados. O espírito da nova educação resume-se na palavra humanitas, uma espécie de educação de caráter universal, humanista, supranacional. No império a educação deixa de ser assunto particular e adquire um caráter mais técnico que filosófico: aplica-se, de preferência aos problemas práticos. A educação militar era, também, uma das preocupações do Estado Romano. Tanto assim que, para os jovens das famílias mais influentes, o treinamento militar iniciava-se desde cedo: disciplina, retidão moral, adestramento físico, prontidão e habilidade no manejo das armas faziam parte do cotidiano daqueles que freqüentavam o Campo de Marte - local onde eram realizados exercícios de arremesso de disco e de dardos, de equitação. Essa educação, essencialmente voltada para a guerra, contribuiu, segundo alguns autores, para a expansão do império, na medida em que dela resultaram quadros de legionários capacitados. De maneira geral as principais características da cultura e da educação romana são as seguintes: No humano, a valorização da ação, da vontade, sobre a reflexão e a contemplação no político, a acentuação do poder, do afã de domínio, de império no social, a afirmação do individual e da vida familiar na cultura, falta de uma filosofia, de investigação desinteressada, mas, em compensação, criação das normas jurídicas em direito na educação, acentuação do poder volitivo do hábito e do exercício, com atitude realista, ante a intelectual e idealista grega a consideração da vida familiar e sobretudo do pai no exercício da educação. TEXTOS COMPLEMENTARES I Leia com atenção o texto do historiador inglês contemporâneo M. I. Pinley sobre a escravidão na Antiguidade, baseado em relato de Aulo Caprélio Timéteo, mercador de escravos da época: "Inevitavelmente, os gregos e romanos também tentaram justificar a escravidão com base numa inferioridade natural dos escravos. A tentativa fracassou por diversas razões. Em primeiro lugar, havia uma minoria muito grande a quem tal teoria não se aplicava. Por exemplo, após derrotarem os cartagineses de Aníbal, os romanos voltaram-se para o leste e conquistaram o mundo grego, trazendo para a Itália centenas de milhares de prisioneiros no decorrer dos dois séculos seguintes. Esta invasão grega involuntária teve como um de seus efeitos uma verdiu/eira revolução cultural A Grécia cativa cativou seu rude conquistador ; disse o poeta romano Horácio; e era evidentemente impossível aplicar a doutrina da inferioridade natural (que pode ria até servir no caso dos germanos) a um povo que lhes fornecia a maior parte dos professores, e que introduziu a filosofia, o 20

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