Projecto Hidroagricola da Baixa de Óbidos. Localização. Objectivos

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1 Projecto Hidroagricola da Baixa de Óbidos Regadio e Aproveitamentos Hidroagrícolas» Aproveitamentos hidroagrícolas em projecto» Projecto Hidroagricola da Baixa de Óbidos Localização A vila de Óbidos situada numa encosta com vista sobre a Lagoa de Óbidos, a cerca de 80 km a Norte de Lisboa, é circundada por várzeas muito férteis onde o Ministério da Agricultura reconheceu haver grande necessidade e interesse na intervenção ao nível da melhoria das infra-estruturas hidroagrícolas, decidindo realizar o Aproveitamento Hidroagrícola das Baixas de Óbidos, que abrange as freguesias de São Pedro, Santa Maria, Vau, Sobral da Lagoa, Amoreira, Olho Marinho, do concelho de Óbidos e Roliça e Pó, do concelho de Bombarral. Objectivos O Aproveitamento Hidroagrícola das Baixas de Óbidos, com uma área regável de 1185 ha, tem como objectivos: Criar uma reserva de água que garanta a rega ao nível da globalidade do perímetro hidroagrícola de forma a criar uma agricultura competitiva e sustentável com base no regadio, em particular para as culturas horto-industriais e fruteiras para as quais a região está particularmente dotada; Reabilitar o sistema fluvial actual e controlar as inundações futuras, de forma a atenuar a acção destruidora das cheias no semestre húmido; Diminuir o risco de cheias no semestre seco, de forma a criar, no perímetro, condições favoráveis de exploração agrícola num período significativamente mais dilatado (Março a Setembro); Proteger o perímetro contra a entrada de água salgada (penetração das marés); Melhorar a qualidade dos acessos dentro do perímetro e a sua ligação às povoações e/ou à rede de estradas nacionais e/ou municipais, bem como assegurar o acesso a todas as parcelas de uma forma racional e eficiente. Infra-Estruturas Construidas 1 - Barragem da Arnoia A barragem do Arnoia localiza-se, no Rio com o mesmo nome, a cerca de 1,5 km a montante da Vila de Óbidos e constitui?o ponto de captação? de água para os blocos de rega, e foi concluída no ano de 2005

2 Tratamento da Fundação Para melhorar as características mecânicas da fundação foram realizadas cerca de colunas de brita com 80 cm de diâmetro e comprimentos variáveis entre os 3 e os 13 m. Tapete Impermeável Construído a montante do aterro, sobre a zona tratada com colunas de brita, numa extensão de 60 m e a toda a largura do vale, este tapete e composto por uma tela de Polietileno de Alta Densidade (PEAD) de 1,5 mm de espessura protegida por uma camada de areia com 1 m de espessura. Aterro Tipo "aterro zonado", com núcleo central, filtro chaminé inclinado e maciços estabilizadores a montante e jusante do núcleo. O paramento de montante é protegido com enrocamento e o de jusante com revestimento vegetal. Descarregador de superfície De tipo frontal construído na margem direita com dois vãos equipados com duas comportas automáticas. Descarga de fundo A descarga de fundo utilizará parte do circuito hidráulico da adução à Estação Elevatória, sendo a descarga realizada através de uma válvula de jacto oco. Tomada de Agua A tomada de água é feita através da torre, com entradas a dois níveis, equipadas com grades finas e comportas planas comandadas a partir do topo.

3 Adução à Estação Elevatória A adução à futura Estação Elevatória é realizada através de uma conduta em aço com 1,0 m de diâmetro. Num primeiro troço instalada numa galeria de betão armado construída sob o aterro da barragem. Um segundo instalado em vala sob o leito do rio. Estrada de Acesso à Barragem O acesso definitivo à barragem será efectuado por estrada que liga o coroamento à passagem superior da A15, junto ao Convento de S. Miguel. Equipamento Hidromecânico Duas comportas de segmento com 9,0 metros de largura por 6,0 de altura cada, instaladas no descarregador de cheias; Duas comportas planas com 1,0 metro de largura por 1,0 de altura cada, instaladas na torre de tomada de água; Uma válvula de jacto oco com 80 cm de diâmetro instalada na descarga de fundo; Uma válvula de borboleta com 1,2 m de diâmetro instalada no circuito hidráulico de adução à Estação Elevatória; Uma válvula anular 150 mm de diâmetro instalada no circuito de caudal ecológico. Equipamento Eléctrico Accionamento de comportas; Accionamento de válvulas; Iluminação do coroamento; Iluminação do paramento de jusante; Grupo gerador de emergência. Equipamento de Observação Foram instalados diversos equipamentos que permitirão observar o comportamento estrutural da obra tendo em vista assegurar a sua segurança, tais como: Inclinómetros; Piezómetros; Marcas superficiais. Outros Trabalhos Realizados Foram ainda realizados outros trabalhos acessórios mas imprescindíveis à qualidade final da obra: Estabilização de taludes através de pregagens e betão projectado; Execução de aterros experimentais; Realização de ensaios permeabilidade; Ensaios de compactação do aterro; Rebaixamento do nível freático da fundação; Reposição de taludes e execução de valetas. Principais Características Albufeira Área Inundada (NPA) Capacidade (NPA) Volume Útil Aterro Altura máxima acima da fundação Desenvolvimento do coroamento Volume de aterro Volume de escavação Descarregador de Cheias Caudal de dimensionamento (5.000 anos) Cota da soleira Descarga de Fundo Caudal de dimensionamento Torre de Tomada de Água Altura Diâmetro interior Caudal de dimensionamento 97 ha 6,8 milhões de m3 5,5 milhões de m3 24 m 150 m m m3 608 m3/s 27,5 m 2,74 m3/s 19 m 2,0 m 1,11 m3 O custo final da construção da barragem foi aproximadamente de , Revisão de Preços e IVA incluído. A obra foi financiada no âmbito do QCA III, 75% pelo Programa Comunitário AGRIS e 25% pelo Estado Português. 2 - Ponte do Arnoia

4 A subida do nivel da albufeira da Barragem do Arnoia provocou a a submersão de um pequeno pontão que existia na estrada de ligação de Casais do Alvito a À- dosnegros, o que obrigou à construção de uma nova ponte de para ligação entre aquelas localidades. Principais Características Comprimento do tabuleiro 200 m Largura total do tabuleiro 10 m Altura máxima da ponte 17 m Largura da faixa de rodagem m Pilares 7 (duplos) Pilares com fundação directa 2 Pilares fundados em estacas 5 Número total de estacas 30 Profundidade máxima das estacas 13 m Volume do aterro dos encontros de aproximação m3 O custo final da construção da ponte foi aproximadamente de , Revisão de Preços e IVA incluído. A obra foi financiada no âmbito do QCA III, 75% pelo Programa Comunitário AGRIS e 25% pelo Estado Português. 3 - Protecção dos Pilares do Viaduto Sobre a A8 Quando ocorrerem descargas e para protecção dos pilares do viaduto a A8, localizado cerca de 500m a jusante da barragem, o troço do rio Arnoia, na zona do referido viaduto, foi objecto de revestimento com geotêxtil, brita e enrocamento. O custo final do revestimento deste troço do rio Arnoia foi aproximadamente de , Revisão de Preços e IVA incluído. A obra foi financiada no âmbito do QCA III, 75% pelo Programa Comunitário AGRIS e 25% pelo Estado Português. 4 - Deslocalização da Estrada Casais do Alvito - Casais da Areia

5 Com a subida do nivel da albufeira da Barragem do Arnoia foi necessário deslocalizar para uma cota superior um troço estrada, numa extenção de 1 400m, entre as localidades Casais do AlCom a subida do nivel da albufeira da Barragem do Arnoia foi necessário deslocalizar para uma cota superior um troço estrada, numa extenção de 1 400m, entre as localidades Casais do Alvito e Casais da Areia, uma vez que a ligação que existia ficou submersa.ito e Casais da Areia, uma vez que a ligação que existia ficou submersa. Principais Características Perfil transversal Drenagem Sinalização e Segurança Plataforma de 7m, sendo 6m de faixa de rodagem e 1m de bermas Valetas em betão com secção triangular numa extensão de 1750 m 6 Aquedutos 2 Pontões de passagem de linhas de água Sinalização de trânsito vertical Marcas rodoviárias horizontais Guardas de protecção metálicas semi-flexíveis, incluindo a protecção para motociclistas O custo final do novo troço de estrada, entre as localidades de Casais do Alvito e Casais da Areia, foi de aproximadamente de , Revisão de Preços e IVA incluído. Infra-Estruturas Projectadas: 1 - Estação Elevatória de Rega A estação elevatória, que permitirá a distribuição de água em pressão a todo o Aproveitamento, situar-se-á na margem direita do rio Arnóia, imediatamente a jusante da barragem com o mesmo nome, sobranceira ao canal de restituição do descarregador de cheias. Será equipada com um conjunto de quatro grupos elevatórios principais, iguais entre si, e mais dois grupos elevatórios de menor caudal, também iguais entre si: Os grupos principais serão equipados com variação de velocidade e terão uma capacidade total de elevação de l/s (caudal máximo requerido) a uma altura de elevação de 65 m.c.a. Os dois grupos de pequeno caudal serão também equipados com variação de velocidade. Destinam-se a fazer o enchimento e pressurização inicial das condutas elevatórias, assim como para fazer face aos pequenos consumos da rede. A água bombada será filtrada num sistema de filtros automáticos com auto-limpeza, que será instalado imediatamente a jusante da estação elevatória. A malha filtrante permitirá um grau de filtragem mínimo de 1,5 mm, atendendo à sensibilidade dos equipamentos a instalar na rede de rega. 2 - Rede de Rega O Aproveitamento Hidroagrícola das Baixas de Óbidos, com 905 proprietários, desenvolve-se a SE de Caldas da Rainha, sendo constituído por dois blocos fisicamente separados: Bloco das Baixas de Óbidos com 747 ha; Bloco da Amoreira com 438 ha. A área beneficiada desenvolve-se nos concelhos de Óbidos e do Bombarral, situando-se o Bloco de Óbidos apenas no concelho de Óbidos, enquanto que o Bloco da Amoreira se localiza nos dois concelhos. A distribuição da área do Aproveitamento pelos dois concelhos é de 80 % no de Óbidos e de 20 % no do Bombarral.

6 No que diz respeito à distribuição percentual das culturas integradas, o pomar ocupa a maior área no aproveitamento (30 %), seguindo-se, nas culturas de Verão, a cebola e a cenoura com uma representatividade de 15,5 % e 13 %, respectivamente, e nas culturas de Inverno, a couve, 18 %, a fava, o alho e os brócolos com uma ocupação de 13 % cada. Os métodos de rega considerados foram a rega localizada e a rega por aspersão em, respectivamente, 30% e 70% da área beneficiada. Os horários de rega considerados são função da estrutura fundiária existente, variando entre as 12 h/dia na pequena propriedade (? 4 ha) e as 20 h/dia na grande propriedade (? 10 ha ), sempre durante 6 dias por semana. Também o caudal específico foi calculado em função da estrutura fundiária, tendo sido obtido o valor médio de 1,41 l/s/ha. A pressão mínima a garantir à saída das bocas de rega deverá ser de 4,0 bar (a todas as parcelas situadas abaixo da cota 25 m, o que corresponde a mais de 95 % da área beneficiada). Para equipar os dois blocos de rega prevê-se a instalação de condutas enterradas em PEAD e FFD em diâmetros que variam entre os 90 mm e os 1200 mm, sendo utilizado o PEAD até aos 500 mm, inclusive. O fornecimento de água em pressão será feito através da instalação de hidrantes. A rede de rega projectada tem as seguintes características: Bloco de Rega Área Beneficiada (ha) Extensão Rede de Rega (km) Número de Hidrantes / Bocas de Rega Óbidos , / 256 Amoreira ,10 78 / Rede de Caminhos O projecto da rede viária, que assenta nas estradas nacionais e municipais existentes, tem como principais objectivos: Assegurar a ligação a todas as povoações situadas no interior e imediações do perímetro de rega, e à rede de estradas nacionais ou municipais existentes; Assegurar a circulação no interior do perímetro e o acesso à maior parte das parcelas de forma racional e eficiente. Uma vez que as ligações entre as povoações e os principais caminhos existentes são relativamente boas, tanto em número como em estado de conservação, valorizouse o segundo ponto, relativo à beneficiação/criação de caminhos agrícolas que permitam o acesso aos prédios agrícolas, maioritariamente de pequena propriedade. Deste modo, o projecto de rede viária consiste, principalmente, na beneficiação dos caminhos agrícolas existentes que se encontram em mau estado de conservação e na criação de novos troços / caminhos, de modo a assegurar o acesso à maioria dos prédios rústicos e proporcionar a sua articulação com a rede viária principal. A intervenção consistirá, em linhas gerais, na limpeza da superfície do terreno, regularização da plataforma, abertura da caixa de fundação, construção das várias camadas definidas no perfil tipo de cada um dos caminhos e na abertura de valetas de drenagem ajustadas a cada situação. A rede viária proposta é a seguinte: Bloco Número de caminhos Comprimento (km) Óbidos 24 24,4 Amoreira 23 15,6 4 - Rede de Drenagem A intervenção na actual rede de drenagem do perímetro tem como objectivo reformular a rede de valas (sistema de drenagem secundário), através da optimização da entrega gravítica e do controlo de caudais, mediante a instalação de comportas de maré.

7 A implementação do projecto da rede de drenagem secundária baseia-se nas seguintes actividades: Reabilitação da rede de valas secundárias (limpeza e reperfilamento das valas existentes e, pontualmente, prolongamento de valas e correcção do traçado actual); Introdução de comportas de maré nas confluências das valas com as linhas de águas primárias, no sentido de evitar o refluxo dos caudais. Salienta-se que a grande maioria das valas já existem, limitando-se as intervenções a construir pequenos troços para correcção de traçado e pequenas valas, para prolongamento de valas já existentes. O traçado da rede de drenagem secundária, para além de atender ao traçado original das valas existentes, considerou: Os locais mais favoráveis para entrega de caudais na rede primária de drenagem; As zonas de inundação preferencial a manter, que poderão funcionar como bacias de recepção de caudais excedentários; As zonas de pomares, onde a largura de boca das valas deverá ser minimizada, de modo a reduzir a área de intervenção; A compatibilização com os traçados das futuras redes viária e de rega, e ainda com as redes de águas residuais domésticas previstas para a zona. O projecto relativo ao Bloco da Amoreira prevê a intervenção em 18 valas, numa extensão total de aproximadamente 10 km. 5 - Ponte do Rio Real Como complemento da rede viária foi também projectada uma ponte a implantar no troço de jusante do Bloco de Óbidos, sobre o rio Real, que substituirá a já existente. Esta ponte foi projectada tendo em conta as características do caminho em que se insere e permitirá, futuramente, a instalação de um açude insuflável. Trata-se de uma ponte com um vão de cerca de 22 m e com perfil transversal do tabuleiro com 6,5 m, cujas fundações serão indirectas através de estacas de betão armado com 0,6 m de diâmetro. 6 - Candidatura Apresentada ao PRODER Infra-Estrutura Montate (Meuros) Estação Elevatória 4,7 Rede de Rega 17,9 Rede de Caminhos 3,8 Rede de Drenagem 0,7 Ponte do Rio Real 0,5 Despesas Várias 3,9 TOTAL 31,5