PROF. EDUARDO HOFFMANN

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1 FACULDADE SUL BRASIL CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO LOGÍSTICA DIREITO APLICADO À LOGÍSTICA PROF. EDUARDO HOFFMANN Assessor Jurídico da Câmara Municipal de Toledo (PR). Advogado militante no escritório Canan e Poletto Advogados em Toledo (PR) Professor das Disciplinas de Direito Civil e Processual Civil no Curso de Direito da Faculdade Assis Gurgacz, de Cascavel (PR) Professor das Disciplinas de Direito Empresarial e Tributário nos Cursos Tecnológicos e de Administração da Faculdade Sul Brasil, de Toledo (PR) Especialista em Função Prática do Direito, ênfase em Direito Público pela Unisul (SC) Especialista em Direito Tributário pela Unisul (SC) Mestre em Direito Processual Civil e Cidadania pela UNIPAR (Umuarama - PR) Endereço Eletrônico: adv.hoffmann@hotmail.com 1

2 SUMÁRIO 1. NOÇÕES DE DIREITO Conceito A organização do Estado Os poderes do Estado Espécies normativas O ordenamento jurídico CONCEITOS JURÍDICOS FUNDAMENTAIS DE DIREITO PRIVADO Conceito de pessoa Personalidade jurídica Capacidade jurídica PESSOA NATURAL Conceito da pessoa natural Capacidade jurídica da pessoa natural Individualização da pessoa natural Incapacidade da pessoa natural Extinção da personalidade natural PESSOA JURÍDICA Conceito Natureza jurídica Classificação da pessoa jurídica Começo da existência legal da pessoa jurídica Seu domicilio Fim da pessoa jurídica DIREITO CONTRATUAL Requisito subjetivos Requisitos objetivos Princípios fundamentais do direito contratual Princípio da autonomia da vontade Princípio da obrigatoriedade da convenção Princípio da relatividade dos efeitos do contrato Princípio da boa-fé Princípio da função social do contrato Princípio do equilíbrio econômico-financeiro da relação contratual Formação do contrato Elementos indispensáveis à constituição do contrato Fases da formação do contrato Negociações preliminares Proposta Aceitação Momento da conclusão do contrato Lugar da celebração Classificação dos contratos Quanto a natureza da obrigação entabulada Quanto à forma Quanto a sua denominação Quanto ao objeto Quanto ao tempo de execução Quanto à pessoa do contratante Contratos reciprocamente considerados Extinção do contrato Extinção normal do contrato Causas de dissolução anteriores ou contemporâneas à formação Causas extintivas do contrato supervenientes à sua formação CONTRATO DE COMPRA E VENDA (CC, 481 a 532) Conceito Caracteres

3 Elementos constitutivos Consequências jurídicas Cláusulas especiais à compra e venda LOCAÇÃO Conceito e espécie Caracteres gerais LOCAÇÃO DE COISAS LOCAÇÃO DE OBRA OU EMPREITADA CONTRATO DE MANDATO Definição Caracteres jurídicos Requisitos Espécies Direitos e deveres do mandatário Direitos e obrigações do mandante Modos terminativos do mandato CONTRATO DE SEGURO Conceito e caracteres Requisitos Modalidades Direitos e deveres do segurado Direitos e deveres do segurador Extinção CONTRATO DE TRANSPORTE Conceito e caracteres jurídicos Espécies de transporte Transporte de coisas Efeitos jurídicos Transporte de pessoas Obrigações e direitos do transportador Direitos e deveres do passageiro TÍTULOS DE CRÉDITO Caracterização Cartularidade ou incorporação Literalidade Autonomia Abstração Inoponibilidade das exceções pessoais aos 3ºs de boa-fé Legalidade ou tipicidade Classificação dos títulos de crédito Quanto ao modelo Quanto ao prazo Quanto à circulação Quanto à estrutura Quanto à natureza quanto ao emitente Quanto ao número Requisitos formais dos títulos de crédito LETRA DE CÂMBIO Caracterização Elementos Letra incompleta ou em branco Aceite Falta ou recusa de aceite Letras não aceitáveis Cobrança do título e os devedores cambiários Endosso Endosso e cessão civil Aval Aval e fiança

4 6.4.8 Vencimento Apresentação Pagamento Protesto Cancelamento do protesto Ação cambial Prescrição NOTA PROMISSÓRIA CHEQUE Cheque irregular Cheque pós-datado Cheque incompleto ou em branco Cheque cruzado Cheque para ser creditado em conta Cheque visado Cheque de viagem (ou turismo) Cheque administrativo Circulação do cheque Endosso Aval Apresentação do cheque para pagamento Ação cambial e prescrição Aspectos criminais - Fraude no pagamento por meio de cheque Tratamento do cheque pelo Banco Central do Brasil DUPLICATA Aceite a pagamento Aval Protesto Triplicata Ação cambial Prescrição Duplicata simulada DIREITO DO TRABALHO Princípios Fontes normativas Sujeitos do contrato de trabalho Trabalhadores com regulamentação própria Contrato de trabalho Remuneração e salário Salário in natura Características Duração do trabalho Férias anuais Medicina e segurança do trabalho Proteção da Mulher Proteção do menor Garantias Constitucionais DIREITO EMPRESARIAL Noções gerais História do direito comercial no Brasil Teorias dos atos do comércio Comerciante Empresa Empresário Capacidade para ser empresário Registro do empresário e da sociedade empresária Obrigações dos empresários Dever de inscrição Dever de escrituração Dever de levantamento do balanço patrimonial

5 8.7 Estabelecimento empresarial Título do estabelecimento Ponto comercial Nome empresarial Proteção ao nome empresarial Alteração e extinção do nome empresarial Prepostos do empresário Gerente Contabilista Regime jurídico das sociedades empresárias Sociedades não personificadas Sociedade em comum Sociedade em conta de participação Sociedades personificadas Classificação das sociedades Elementos constitutivos e estruturais das sociedades empresárias Pluralidade de sócios Da affectio societatis Da constituição do capital social Da participação nos lucros e nas perdas Dos atos constitutivos das sociedades empresárias Dos direitos e deveres dos sócios Das sociedades contratuais Sociedade em nome coletivo Sociedade em comandita simples Sociedades limitadas Linhas gerais Do contrato social Do nome empresarial Das cotas Da administração Conselho fiscal Da deliberação dos sócios Do aumento e da redução do capital social Resolução da sociedade em relação aos sócios Sociedades institucionais Sociedades anônimas Sociedade em comandita por ações Quadro das sociedades empresárias

6 1. NOÇÕES DE DIREITO 1.1 Conceito A palavra direito é oriunda do adjetivo latino directus, ou seja, é uma qualidade do que está conforme a reta, que não tem inclinação, não possui desvio ou curvatura, que provém do particípio passado do verbo dirigo, equivalente a guiar, conduzir, traçar ou alinhar. Examinando o vocábulo do ponto de vista objetivo, direito é um conjunto de normas de conduta social, imposto coercitivamente pelo Estado, para a realização da segurança, segundo os critérios de justiça. Ainda, Direito é lei e ordem, isto é, um conjunto de regras obrigatórias que garante a convivência social graças ao estabelecimento de limites à ação de cada um de seus membros. Pode-se dizer que o direito se divide em duas grandes classes, sendo a primeira delas o direito público, que trata das relações a que se referem ao Estado e traduzem o predomínio do interesse coletivo (direito constitucional, administrativo, tributário e etc). De outro ponto, tem-se o direito privado, que o direito que trata da relação que existe entre pai e filho, ou então, entre quem compra e vende determinado bem, seja móvel ou imóvel (direito civil, comercial, empresarial e etc). 1.2 A organização do Estado Os tipos estatais não têm um curso uniforme, muitas vezes exercendo influência em períodos descontínuos, no entanto, pode-se apontar como origem do estado, o fato de ser um elemento universal, ou seja, é principio organizador e unificador em toda organização social da humanidade, considerando-o, onipresente na sociedade humana. Pode-se ainda dizer que este visa atender necessidades ou as conveniências dos grupos sociais, sendo que sua aparição foi de acordo com as condições concretas de cada lugar. Ainda, tem-se a sociedade política dotada de certas características muito bem definidas. Há quem diga que a apresentação do estado como o conhecemos se deu no ano de 1648, quando da assinatura da paz de Westfália 1. Quanto à formação do estado, apontam-se duas formas. A originária, quando agrupamentos humanos ainda não integrados em qualquer estado se reúnem

7 Podem decorrer de origem familiar ou patriarcal; origem em atos de força, de violência ou de conquista; origem em causas econômicas ou patrimoniais, e; origem no desenvolvimento interno da sociedade. De outro lado, temos a formação derivada, quando há a formação de novos estados a partir de outros preexistentes, podendo ser por fracionamento ou união de dois ou mais estados anteriormente existentes. A criação propriamente dita de um estado, não é uniforme, contudo, entende-se que tal se dá com o reconhecimento da existência do novo estado pelos demais, não sendo este indispensável, sendo mais importante haver uma ordem jurídica interna eficaz e que tenha viabilidade 2. Devido a ausência de uniformidade na criação e desenvolvimento do estado, podemos no curso da história identificar várias nuances de um estado para outro, deste modo, pode-se proceder a uma classificação nos seguintes termos: a) Estado antigo, oriental ou teocrático: a família, a religião, o Estado, a organização econômica formavam um conjunto confuso, se diferenciam aparentemente, por conseqüência, não se distingue pensamento político, da religião, da moral, da filosofia ou das doutrinas econômicas. O governante é considerado um representante do poder divino. b) Estado grego: não havia a existência de um estado único, englobando toda a civilização helênica, mas sim, a formação de cidades-estado. A direção competia a classe política, havendo certa restrição na ordem privada. c) Estado romano: constituído de uma base familial (civitas). Não havia unificação dos povos conquistados, havendo hierarquia entre as pessoas. Caracala naturalizou todos os povos, com objetivos políticos, religioso, fiscal e social. d) Estado medieval: instável e heterogêneo, contudo, quebrou a rígida e bem definida idéia de estado romano, revelando novas possibilidades e novas aspirações, o que acabou por culminar no estado moderno. Seus principais elementos foram o cristianismo (unidade da igreja e igualdade dos homens luta entre papa e imperador), as invasões bárbaras (pouca resistência de unidades desorganizadas) e o feudalismo (tudo gira em torno das terras, havendo as pessoas que cultivam estando sob a proteção e mando do senhor feudal). e) Estado moderno: território, povo e soberania (finalidade)

8 1.3 Os poderes do Estado Deve-se ao Barão de Montesquieu a sistematização da repartição dos poderes do Estado 4. Observou-se à época a existência de três funções básicas: uma produtora do ato geral; outra produtora do ato especial e uma terceira solucionadora das controvérsias, sendo que as duas últimas aplicavam o disposto no ato geral. Era visto no estado absoluto, que o poder contido na mão de uma única pessoa não era benéfico em vista de que tal conduta poderia gerar injustiças, em vista da ausência de superior hierárquico, isto é, ninguém poderia frear a conduta do soberano. Assim, foi por Montesquieu proposto que isto fosse feito por vários órgãos, criando a fórmula dos freios e contrapesos, concebendo-se a partir de então a tripartição dos poderes, na forma como conhecemos atualmente. A Constituição da República Federativa do Brasil 5 enumera nos termos do artigo 18 os poderes do Estado brasileiro: 6 a) Executivo: formado pela União (CF, 20), pelos Estados Federados (CF, 25), Municípios (CF, 29) e Distrito Federal e Territórios (CF, 32). b) Legislativo: formado no âmbito federal pelo Congresso nacional (CF, 44) que é subdivido entre a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. No âmbito estadual tem-se as Assembléias legislativas e por fim nos municípios à Câmara Municipal. c) Judiciário (CF, 92), que é composto em ordem descrente pelo Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça, Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais, Tribunais e Juízes do Trabalho, Tribunais e Juízes Eleitorais, Tribunais e Juízes Militares e Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. 8

9 1.4 Espécies normativas A legislação é o modo de formação de normas jurídicas por meio de atos competentes. Estes atos são sancionadores no sentido de estabelecedores de normas soberanas. Deve-se estabelecer de pronto que a Constituição Federal é a norma máxima de um Estado soberano. Entende-se por constituição como a lei fundamental de um país, que contém normas respeitantes à organização básica do Estado, ao reconhecimento e à garantia dos direitos fundamentais do ser humano e do cidadão, às formas, aos limites e às competências do exercício do Poder público (legislar, julgar e governar). No Brasil, não diferente de outros países, consta na Constituição às várias espécies normativas a que todos estão submetidos. Confira-se, nos termos do artigo 59 da Constituição Federal: O processo legislativo compreende a elaboração de: I - emendas à Constituição; (CF, 60)II - leis complementares; (CF, 61)III - leis ordinárias; (CF, 61)IV - leis delegadas; (CF, 68)V - medidas provisórias; (CF, 62) VI - decretos legislativos; VII - resoluções. 9

10 1.5 O ordenamento jurídico O ordenamento jurídico nacional é conhecido como sistema piramidal, pois que, é hierárquico, isto é, uma norma é superior a outra, devendo as inferiores estarem em consonância com as superiores sob pena de inconstitucionalidade destas normas inferiores