MANIFESTO DA FRENTE DE LUTA POPULAR
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- Bernadete Santos Paranhos
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1 MANIFESTO DA FRENTE DE LUTA POPULAR VIVEMOS NUMA SOCIEDADE ONDE A VIDA É PARA POUCOS Porque a maioria das famílias e das pessoas não tem uma vida propriamente dita, mas uma existência de sofrimento e insegurança, sem garantia de emprego, de saúde, moradia, educação, paz, lazer, cultura e tudo o mais que é necessário aos seres humanos para viverem felizes, tranqüilos e criativos. De toda a riqueza que é produzida, a maior parte é controlada e usufruída por uma parcela pequena da sociedade, os ricos, patrões e poderosos (burguesia). Esses poucos vivem no luxo e no desperdício, e além de tudo controlam os governos que gastam em coisas inúteis e mortíferas (segurança publica e privada, armas, guerras, publicidade, especulação, etc) recursos valiosos que poderiam estar sendo utilizados em proveito do povo. Mas não foi sempre assim? Não existiram sempre ricos e pobres, desigualdade, violência, guerras e desperdício? UMA OUTRA FORMA DE SOCIEDADE É POSSÍVEL Há muito tempo atrás, quando a história humana começou, todos viviam em comunidades onde as riquezas pertenciam a todos e eram repartidas igualitariamente. Não é preciso nem ir tão longe na história. Aqui mesmo no Brasil, antes de chegarem os colonizadores europeus, viviam povos (depois chamados de indígenas) que não tinham em sua sociedade propriedade privada, desigualdade social, polícia, prisões, nada disso, e que viviam muito mais felizes do que nós vivemos hoje e em harmonia com a natureza. Com os europeus vieram coisas como livros e técnicas mais aperfeiçoadas, mas também veio a escravidão e toda a podridão de uma sociedade desigual. Mas mesmo dentro de uma sociedade tão opressiva, os mais explorados de todos, os escravos seqüestrados na África e seus descendentes, conseguiram se organizar, lutar, fugir e construir comunidades (os quilombos) onde viviam igualitariamente. No entanto, as diferenças culturais criaram uma série de preconceitos que impediram a união dos escravizados contra os colonizadores europeus e, até hoje, essas diferenças são utilizadas pelos exploradores para dividir os oprimidos. Por isso, o povo nunca poderá se libertar enquanto não superar esses preconceitos (contra os negros, contra as mulheres, contra os homossexuais, etc.) de forma completa. AS SOCIEDADES DESIGUAIS SE BASEIAM NA VIOLÊNCIA E NA MENTIRA Por essa história percebemos que toda sociedade onde há desigualdade nasceu da violência, e depende da violência para continuar a existir. No passado eram os senhores de escravos com o açoite, os grilhões e o tronco. Hoje, são os ricos e governantes com seus exércitos e polícia. Mas a violência não é suficiente, para manter a desigualdade os dominadores construíram todo um sistema de mentiras para justificar seu poder. No passado, inventaram, por exemplo, que os negros africanos e indígenas eram inferiores e nem tinham alma, por isso podiam ser escravizados. Todos os preconcei-
2 tos que existem até hoje (racismo, machismo, etc) têm origem nessas mentiras. Mas hoje em dia as mentiras são mais sutis, mais elaboradas. Dizem que hoje todos têm os mesmos direitos e as mesmas oportunidades, e que se há desigualdade, é porque uns são mais capazes ou trabalharam mais que os outros. Volta e meia contam estórias de alguém que nasceu pobre e ficou rico como prova desta mentira. Mas não dizem que estas estórias são as exceções, que quem é rico quase sempre já nasceu rico e que a maioria que nasce pobre permanece pobre a vida inteira. Os ricos e patrões de hoje (burgueses) herdaram suas riquezas dos ricos de ontem (senhores de escravos, coronéis latifundiários, etc). Os ricos de qualquer época sempre tratam para que seus filhos tenham a melhor educação possível, e ao mesmo tempo cuidam para que os pobres tenham o mínimo de acesso à educação e cultura, porque a diferença de conhecimentos é outra base para a desigualdade social. Se há pobres que, apesar de tudo, conseguem instruir-se mais, é por esforço e mérito deles, nada devem aos governos e ricos. A DESIGUALDADE ATINGE COM MAIS FORÇA AS MULHERES No passado, as mulheres indígenas e as mulheres negras foram vítimas da violência e do abuso dos colonizadores europeus, humilhadas e destruídas em sua condição de ser humano. Ainda hoje vemos como as mulheres pobres são desrespeitadas e tratadas como objeto pela polícia e bandidos nas comunidades pobres, nos meios de transporte, pelos patrões e chefes nos locais de trabalho. Ainda hoje, na maior parte dos casos, as mulheres continuam recebendo salários menores que os homens inclusive quando executam a mesma função. Além de serem mais exploradas no trabalho que os homens, na maior parte das vezes a mulher ainda é obrigada a cumprir uma outra jornada de trabalho quando chega em casa. Apesar de muitos homens hoje em dia compartilharem as tarefas domésticas e de criação dos filhos, na maior parte dos casos ainda recai sobre a mulher essa responsabilidade, que desta maneira é duplamente explorada: pelos patrões (e patroas) e por aquele que deveria ser seu companheiro. É CADA VEZ MAIS DIFÍCIL PARA A MAIORIA MELHORAR DE VIDA ATRAVÉS DO TRABALHO Simplesmente porque há cada vez menos trabalho para todos. O conhecimento da humanidade avançou muito, e hoje há tecnologias e máquinas que permitem produzir em muito menos tempo muito mais coisas que antigamente. Se vivêssemos numa sociedade igualitária, onde o que importa é o bem-estar de todos, todo esse avanço seria utilizado para que todos pudessem trabalhar, e trabalhar pouco, produzindo tudo que é necessário e ainda todos teriam tempo para a cultura, o lazer, o amor e a convivência. Mas na sociedade em que vivemos o que importa é o lucro dos ricos (capitalistas), e eles para aumentar seus lucros fazem com que suas empresas trabalhem com o mínimo de gente possível, fazem quem tem emprego trabalhar como loucos enquanto para a maioria é cada vez mais difícil conseguir um emprego estável. Como há muita gente desempregada e disposta a trabalhar por qualquer salário, os capitalistas obrigam a quem tem emprego a se conformar com salários muito baixos, com a perda de conquistas que tinham, etc. Assim, seja para quem está desempregado, seja para quem está empregado, a possibilidade de melhorar de vida nesta sociedade é cada vez mais distante. Muita gente que não consegue emprego estável tenta sobreviver de outra maneira, sem ter que trabalhar para um patrão, mas esse tipo de alternativa também vai ficando cada vez mais difícil. Chega uma hora que não há mais merca-
3 do para tantos camelôs, perueiros (que conduzem suas vans), biscateiros, pequenos agricultores, etc. O CONSUMISMO TOMOU O LUGAR DA FELICIDADE E DA LIBERDADE Ao mesmo tempo em que nega a possibilidade de renda para cada vez mais pessoas, a sociedade atual continua a estimular o consumismo. Através de propaganda e outros meios, se espalha a idéia de que viver bem significa ter muito dinheiro para comprar carros, roupas caras, jóias, ir a restaurantes e boates luxuosas, etc. Na cabeça do povo é martelado o ideal de viver como vivem os personagens principais da novela da moda. Formas de cultura, esporte e lazer que exigem poucos recursos e são praticadas em coletivo são desvalorizadas, e o consumo individualista que exige muito dinheiro é colocado como o objetivo supremo. Afinal, as grandes empresas que dominam a economia e o poder na sociedade querem é vender e lucrar cada vez mais. As coisas realmente importantes da vida são a saúde, a cultura, a convivência com os filhos, familiares e amigos, desfrutar da natureza, amar, conhecer e aprender coisas novas, conversar, etc. Mas, hoje, tudo isso parece menos importante que ter dinheiro para comprar coisas quase sempre inúteis. Alguns poucos conseguem dinheiro, trabalhando a vida toda em empregos que detestam para comprar coisas que não precisam. A maioria continua sem renda e mal consegue sobreviver, e além de tudo frustrada por não poder consumir como a minoria. E, alguns, estimulados a consumir mas não tendo renda, acabam partindo para a criminalidade, condenando-se a morrer ainda jovem ou passar o resto da vida na prisão. produz a maior parte dos gases tóxicos que poluem a atmosfera. Se toda a humanidade consumisse como os norteamericanos, não haveria minério de ferro, petróleo, madeira, gado e outros produtos para tanto desperdício. Se todos vivessem como prega o consumismo, o planeta em pouco tempo estaria completamente destruído. Quem domina a sociedade no fundo sabe disso, por isso os ricos se esforçam tanto para manter e aumentar a desigualdade econômica e social em todo o mundo. Querem continuar vivendo no luxo e no desperdício, e para isso condenam a grande maioria das pessoas à miséria, ao sofrimento e à ignorância. Em países como o Brasil, uma pequena parte vive mais ou menos como os norteamericanos de classe média, enquanto a maioria é obrigada a sobreviver como os pobres da África ou da Índia. O CONSUMISMO LEVA À DES- TRUIÇÃO DA NATUREZA E À DESIGUALDADE Mesmo só beneficiando uma minoria da sociedade, a economia do consumismo tem destruído o meio ambiente como nunca na história da humanidade. Nos Estados Unidos, onde nascem a maioria dos modelos de consumo, vivem mais ou menos 3% das pessoas do mundo, mas naquele país se consome a maior parte do petróleo e se O POVO POBRE É LEVADO A ACREDITAR QUE NÃO É CAPAZ Essa é outra grande mentira através da qual tentam manter os pobres conformados, ou quietos no seu desespero. Mas a verdade é que, se o povo não fosse tão criativo e capaz, viveríamos muito pior. É a capacidade do povo que o faz cultivar formas de solidariedade e trabalho que ajudam aqueles que passam por maiores necessidades. Apesar de
4 todo o mau exemplo dos ricos e da sua ideologia do cada um por si, o povo pobre ainda é solidário e compartilha tanto seus bons momentos como suas dificuldades. É o que de melhor herdamos de nossos antepassados indígenas, africanos e europeus pobres que viviam em comunidades. Apesar de dizerem que os pobres são incapazes, os ricos dependem tanto de nossa capacidade e criatividade que sempre pegam o que criamos e modificam para pensarmos que não é mais criação nossa. Isso vale tanto para bens materiais como roupas e automóveis como para criações culturais. Vejam o exemplo do samba e do carnaval popular: foram criações do povo das favelas e subúrbios, mas hoje estão controlados por grandes empresas e são elas que lucram. PRECONCEITOS SÃO CONSTRUÍDOS CONTRA OS POBRES A mentira da incapacidade do povo serve para destruir nossa auto-estima, para alimentar preconceitos contra os pobres, o que por sua vez justifica lançar contra os pobres todo tipo de violência e abuso, como faz a polícia e outros bandidos nas favelas e bairros pobres. Tudo que é relacionado aos pobres, os lugares onde moramos, a linguagem que utilizamos, nossos hábitos, tudo é visto como inferior, perigoso ou sem importância pelos ricos e sua ideologia. Porém, o mais perverso preconceito é o que associa os pobres ao crime. Na verdade, se entendermos o crime não o que é contra a lei (pois existem muitas leis injustas e feitas para defender os privilégios da minoria rica), mas como o que prejudica a sociedade, sejam indivíduos ou seja toda a comunidade, temos que concluir que os maiores criminosos, os grandes ladrões e assassinos, são os poderosos que exploram o povo, desviam verbas públicas, destroem serviços públicos como saúde e educação. São grandes empresários, políticos e militares que comandam o grande crime organizado, o tráfico de drogas e de armas, o tráfico de crianças, mulheres e órgãos humanos. Ninguém nas favelas e bairros pobres fabrica fuzis ou metralhadoras, ou planta maconha ou coca, nem tem navios e aviões para trazer drogas e armas. A maior parte dos pobres que se perde no crime faz por desespero, ou como reação a traumas e humilhações que sofreu na vida. E muitos, na ilusão de se livrarem de uma vida sofredora, acabam é ajudando a enriquecer os grandes criminosos de colarinho branco. Esses grandes criminosos quase nunca são presos e pagam pelo que fizeram, nas poucas vezes que são presos têm direitos a prisão especial e outras regalias. Enquanto isso, são os pobres que superlotam as cadeias e presídios, onde vivem no que há mais próximo do inferno, um lugar em que são jogados para serem destruídos, e não recuperados. O POVO SEMPRE RESISTIU E LUTOU Acima de tudo, a mentira da incapacidade do povo pretende que esqueçamos a principal de nossas capacidades: a capacidade de lutar. Desde o indígena ou o africano seqüestrado que se levantou contra o colonizador, a história do povo pobre está cheia de exemplos de luta, coragem e determinação. Confederação dos Cariris, Palmares, República Guarani, Canudos, Cabanagem, Revolta dos Malês, Contestado, são algumas das grandes lutas que o povo travou contra a exploração, mas que não são ensinadas nas escolas nem merecem programas de TV. Os dominadores não só derrotaram estes levantes com violência, mas também tentam a todo custo apagá-los da memória do povo, para que o exemplo de luta não permaneça. Nos últimos cem anos também foram grandes as lutas do povo. Desde as grandes greves que pararam São Paulo e Rio em 1917, passando pelas revoltas e lutas operárias dos anos 20 e 30, as Li-
5 gas Camponesas nos anos 50 e 60, as guerrilhas contra a ditadura militar nos anos 60 e 70, as greves e lutas por liberdade política nos anos 80, até as lutas dos sem-terra e sem-teto hoje em dia. Essas lutas todas fizeram algumas vezes os exploradores recuarem e obtiveram algumas conquistas, como os direitos trabalhistas no século XX, mas não conseguiram acabar com o poder dos ricos. Por isso, mesmo as conquistas pequenas sempre estiveram a ponto de ser perdidas, como hoje os patrões retiram muitos direitos dos trabalhadores. Algumas lutas queriam mesmo acabar com o poder dos exploradores e construir o poder do próprio povo, como Palmares e Canudos, mas não foram muito fortes ou ficaram restritas a pequenas regiões, e foram derrotadas. Outras foram fortes e se espalharam por todo o país, como as greves e lutas sindicais dos anos 80, mas se limitaram a buscar conquistas dentro da sociedade atual, sem querer derrubar o poder dos ricos. Enfraqueceram-se e conseguiram poucas conquistas, muitas das quais estão sendo anuladas agora. Apesar da história, ainda hoje muita gente diz que é a favor da luta, mas não para acabar com o poder da burguesia e construir o poder popular, mas para conseguir conquistas dentro do estado que existe. Isso porque não compreendem (ou fingem não compreender) que o estado que existe (governos, judiciários, câmaras e assembléias, polícia e forças armadas, etc) não é de todos, mas serve para defender os privilégios dos poucos ricos que dominam a sociedade. Quando o estado cede alguma coisa ao povo, não é porque é nosso, mas por pressão de nossa luta ou como medida preventiva, para evitar que o povo se revolte. NÃO EXISTE LIBERTAÇÃO DO POVO SEM A LIBERTAÇÃO DA MULHER Como são oprimidas duplamente, as mulheres têm que lutar mais que os homens. Sua luta não só é maior como é uma luta mais completa pela liberdade. Muitos homens só compreendem a luta contra a opressão dos pobres pelos ricos, mas as mulheres, além disso, também têm que combater outras formas de violência: o machismo, a exploração sexual, o autoritarismo dentro da família, etc. Por isso, uma ótima medida do avanço de um movimento popular é a participação grande e ativa das mulheres. Quando as mulheres forem tão ou mais numerosas e importantes que os homens na luta do povo, estaremos mais perto da vitória. A FORÇA DA LUTA DO POVO ESTÁ NA ORGANIZAÇÃO As lutas populares que mais avançaram, que mais tempo resistiram e que maiores conquistas conseguiram foram aquelas onde a organização do povo foi maior. Organização quer dizer união, todos participando e decidindo juntos o que fazer, e lutando todos unidos sem dar brecha para o inimigo explorador. A organização popular para cumprir seus objetivos deve ser independente, autônoma e auto-sustentável, o que quer dizer não ter ligação com o estado, empresas capitalistas, partidos políticos ou igrejas nem depender deles. Muitas or-
6 ganizações populares que eram fortes e combativas perderam-se porque não observaram esse princípio da independência. Por exemplo, a maioria das associações de moradores nas favelas e bairros populares nasceu para organizar a luta do povo por infra-estrutura, saneamento, saúde, educação, etc; mas aos poucos foram se transformando para servirem como intermediárias de programas governamentais (tickets de leite, garis comunitários, programas sociais do favela-bairro, etc) e com isso deixaram de organizar os moradores e passaram a ser propriedade de pequenos grupos e panelinhas geralmente ligados a algum político. Também a maioria dos sindicatos e centrais sindicais depende hoje de verbas oficiais, como as do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) para sobreviver, e por isso não travam a luta contra os patrões e o governo como faziam anteriormente. A organização de que precisamos deve ser baseada na participação de todos, e não deve dar oportunidade para que aventureiros e mal-intencionados dela se aproveitem para objetivos pessoais. Seja nas favelas e bairros, nos locais de trabalho, nas ocupações de terra ou nas escolas, devem existir comissões, núcleos de base ou coletivos através dos quais cada um possa participar no dia a dia das discussões, decisões e ações. Daí devem ser eleitas comissões (coletivos sem presidentes) que prestem contas regularmente e possam ser modificadas a qualquer hora. Apesar dos golpes e atrasos que a luta popular sofreu nos anos 90, vemos hoje surgirem novas e importantes lutas, e junto com elas novas organizações populares independentes. Nas ocupações de terrenos e prédios abandonados, nas rádios comunitárias realmente independentes (não aquelas que se dizem comunitárias mas na verdade pertencem a um político ou uma igreja), nos pré-vestibulares comunitários e outras iniciativas de educação popular, nos movimentos culturais que crescem nas favelas independente da grande indústria cultural, nas cooperativas onde todos trabalhadores são iguais e não são gatas (sub-empreiteiras) disfarçadas, nos movimentos e protestos contra a violência policial, em todo lugar onde o povo cansou das promessas e mentiras e parte para conquistar o que precisa através da luta, a organização popular está sendo construída. DA ORGANIZAÇÃO NASCERÁ O PODER POPULAR Tudo que conquistemos com nossa luta estará ameaçado enquanto o poder dos exploradores, que é o poder do estado e do dinheiro, ainda estiver de pé. Sempre que a luta popular atinge determinado vulto e ameaça seus interesses, a classe rica e seus funcionários (polícia, forças armadas, grande imprensa, etc) começa uma campanha de repressão, mentiras e subornos para tentar deter e destruir a luta. Vemos hoje o que fazem contra os sem-terra, por exemplo. Por isso a única garantia de nossas conquistas e nossa vida é ampliarmos cada vez mais nossa luta, fortalecermos cada vez mais a organização popular para que assumamos o controle de tudo o que hoje está nas mãos da minoria rica exploradora e que deveria ser de toda a sociedade: os serviços públicos, a educação e cultura, a saúde, a produção dos bens e serviços necessários a uma vida livre e feliz. Isso significa que o objetivo final de nossa luta deve ser quebrar o poder da minoria exploradora e construir nosso próprio poder, o Poder Popular, baseado em nossa organização criada nas lutas e iniciativas independentes. A Frente de Luta Popular reúne militantes e lutadores de diversas áreas do movimento popular que resolveram se unir para colocar em prática essas idéias e objetivos. Não somos ligados a nenhum partido ou religião, mas a Frente é aberta a todas as pessoas que estejam dispostas a lutar e contribuir na organização do povo pobre construindo o Poder Popular.
7 ORGANIZAR A LUTA POR PAZ, MORADIA, CULTURA E TRABALHO! CONSTRUIR O PODER POPULAR! Sem-teto e moradores de favelas no Shopping Rio Sul, protesto contra o consumismo e a desigualdade social. Julho de Dia de Luta do Povo contra a Violência, 7 anos da Chacina de Vigário Geral. Agosto de Ataque ao Relógio dos 500 anos da Rede Globo, em protesto contra as comemorações oficiais dos 500 anos de massacres, exploração e preconceitos. Abril de Grafite na comunidade da Lagartixa Comemoração do Dia da Consciência Negra em Santa cruz. Novembro de Grafite na comunidade Santa Marta, lembrando os 8 anos da chacina de Vigário Geral Ato contra o fechamento da Rádio Bicuda. Setembro de Protesto contra a violência policial na comunidade da Lagartixa. Dezembro de Ocupação 17 de Maio (Nova Iguaçu). Junho de Ocupação da fábrica abandonada da Rheem Metalúrgica, em protesto contra o desemprego. 1º de Maio de 2003 Manifestação da comunidade do Borel contra a chacina de 16/04/2003. Junho de Manifestação da comunidade de Acari contra a chacina de 28/06/2003. Julho de 2003.
8 Manifestação Posso me Identificar no Palácio Guanabara. Abril de Manifestação Posso me Identificar no Largo do Machado. Abril de Ocupantes da Chiquinha Gonzaga manifestam-se no Incra. Julho de Início da Ocupação Chiquinha Gonzaga, em prédio abandonado pelo Incra há mais de 20 anos. 23 de Julho de Um ano da Ocupação 17 de Maio. Maio de Manifestação contra a Violência do Estado e das Elites. Abril de A Rede de Comunidades e Movimentos contra a Viiolência no Fórum Social Mundial. Janeiro de Grito dos Excluídos. Setembro de Manifestação contra a Chacina de Nova Iguaçu. Abril de Prédio conquistado pela Ocupação Zumbi dos Palmares, estava abandonado há mais de 15 anos. Abril de Manifestação da Ocupação Zumbi dos Palmares na Rio Branco. Junho de Grito dos Excluídos. Setembro de Assembléia no início da Ocupação Zumbi dos Palmares. Abril de 2005.
país. Ele quer educação, saúde e lazer. Surge então o sindicato cidadão que pensa o trabalhador como um ser integrado à sociedade.
Olá, sou Rita Berlofa dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Brasil, filiado à Contraf e à CUT. Quero saudar a todos os trabalhadores presentes e também àqueles que, por algum motivo, não puderam
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