DPU em foco. Agosto, 2011 Ano 1 nº 6. Destaque

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1 DPU em foco Agosto, 2011 Ano 1 nº 6 EDITORIAL O DPU em foco mudou! Nesta edição você vai ver que as novidades não estão apenas nas matérias. O informativo da DPU/CE está de cara nova. Destaque Onde o povo está! Agora o DPU em foco conta também com notícias atualizadas publicadas nos flanelógrafos da unidade. E na versão imprensa, o informativo trás reportagens especiais. Nessa edição, a seção Destaque faz um balanço da participação da DPU/CE na 3ª edição do Mundos do Trabalho na Praça. E na Coluna Nossos Números, você vai ficar sabendo qual é a média mensal de ligações telefônicas para a nossa unidade. Você já pensou em tocar violino? Tem gente na DPU/CE que se garante nesse instrumento. Confira em A gente lá fora. E na coluna Com a palavra... o Defensor, Dr. Marcelo Barroso fala sobre um assunto super discutido no momento: a tutela de liberdade no processo penal. Boa Leitura! Em maio desse ano, a DPU/CE participou da terceira edição do Mundos do Trabalho na Praça. Durante cinco dias, Defensores, servidores, terceirizados e estagiários se revezaram para garantir um atendimento de qualidade a cerca de 200 pessoas que procuraram o stand da instituição. Mas, apesar do ritmo intenso, quem participou do evento afirma que a experiência foi muito gratificante. EXPEDIENTE Defensoria Pública da União no Ceará Rua Costa Barros 1227 Aldeota Fortaleza Tel: (85) / dpu.ce@dpu.gov.br Defensor Público-Chefe: Dr. Carlos Eduardo Paz Defensor Público-Chefe Substituto: Dr. Sérgio Luís Marques Jornalista Responsável: Mônica Marli Gomes Registro Profissional: RJ Siape monica.gomes@dpu.gov.br Estagiária: Waleska Mesquita Colaboração: Larissa Martiniano Sugestões de pauta, críticas e elogios: dpuemfoco@gmail.com

2 Senti como se tivesse cumprido meu papel na Defensoria Veronice Lemos A gente que estava trabalhando também aprendeu muito Paula Regina A ex-estagiária do 1º Ofício Regional, Veronice Lemos, conta que gostou muito de participar do evento: O tipo de atendimento que a gente fez lá foi basicamente o mesmo que a gente faz aqui, só que parece que lá o trabalho tem mais valor, porque estamos indo atrás das pessoas. Veronice comenta que, num primeiro momento, o fato de estar se despedindo da DPU foi o estímulo que ela encontrou para se oferecer como voluntária. Era como se fosse a última chance de eu poder participar de um projeto desse, justifica. Mas, segundo Veronice, a decisão valeu a pena. Senti como se tivesse cumprido meu papel na Defensoria, afirma. Quem também se orgulha de ter participado do Mundos do Trabalho na Praça é a Assessora do Ofício Cível, Paula Regina. Foi uma experiência muito boa, principalmente porque tivemos um contato mais direto com as pessoas

3 que a gente assisti aqui, explica. A servidora conta que o evento foi muito útil para a população e que tambémfoi um aprendizado para quem estava trabalhando. O Mundos do Trabalho na Praça foi muito bacana porque eram muitos órgãos, então, realmente, a população ia lá e conseguia resolver alguma coisa. E a gente que estava trabalhando também aprendeu muito. Vimos todos os tipos de problemas, até questões que não diziam respeito à DPU, lembra. O Mundos do Trabalho na Praça é um evento muito importante para Defensores e para a sociedade. Feliciano de Carvalho Para o Defensor Feliciano de Carvalho, o evento trouxe benefícios tanto para a DPU quanto para seus seus assistidos. Nós pudemos fazer uma divulgação muito boa da nossa instituição. Poucas pessoas sabem exatamente o que a gente faz e em eventos como esses nós temos a oportunidade de divulgar a Defensoria e, por consequência, ajudar as pessoas que precisam da gente, explica Feliciano e completa: O Mundos do Trabalho na Praça é um evento muito importante para Defensores e para a sociedade. E, além disso, é muito divertido participar. Uma prova de que a participação da DPU/CE deu visibilidade à instituição e acabou por aproximá-la da população pôde ser observada no penúltimo dia do evento, quando a Defensoria Pública da União participou do Bom Dia Ceará. Em entrevista ao telejornal, foi possível esclarecer a

4 população qual é o trabalho realizado pela DPU e quais são os procedimentos necessários para conseguir a assistência da instituição. No dia que a reportagem foi ao ar, o número de atendimentos na praça dobrou. O Defensor-chefe da unidade, Carlos Eduardo Paz, relembra, ainda, que a participação da DPU/CE no Mundos do Trabalho na Praça, além de ter trazido visibilidade e ter levado a Defensoria para mais próximo de seu público, também foi uma tentativa de colocar a instituição dentro da Justiça do Trabalho. Nós já deveríamos estar lá desde o nosso nascedouro, mas por questões estruturais a nossa atuação está suspensa, comenta. Para o Defensor, embora haja uma força de trabalho diminuta na instituição, o engajamento demonstrado pela equipe foi superior a essa dificuldade. Entre os principais pontos positivos da atuação da DPU/CE nesse evento pode-se destacar a motivação e o compromisso dos setores envolvidos, que foram até a Praça do Ferreira atender aos cidadãos, atender ao chamado das instituições coparticipantes e perceber que Defensoria se faz assim: muito mais na rua, na praça, do que em gabinetes e fóruns, afirma. Defensoria se faz assim: muito mais na rua, na praça, do que em gabinetes e fóruns Carlos Eduardo Paz E o trabalho realizado pela DPU/CE foi reconhecido não só internamente, como também pelos realizadores do evento. Em ofício enviado no dia 08 de Junho, o presidente do Tribunal Regional do Trabalho no Ceará, Cláudio Soares Pires, elogiou e agradeceu a colaboração da instituição.

5 Nossos números 800 Essa é a média de atendimentos telefônicos mensais da DPU/CE. O setor recebe em torno de 40 ligações diárias. Segundo a atendente Emanuele de Lima, na maioria das vezes, os assistidos entram em contato com a Instituição para saber como está o andamento de seus processos. Emanuele conta que as ligações são consecutivas e o maior volume ocorre no período da manhã, em dias como segunda, quarta e quinta-feira. O telefone não para, é uma ligação atrás da outra. Isso acontecia principalmente pela manhã, mas, ultimamente, o período da tarde também está bem movimentado, diz. A atendente explica que o contato telefônico inicial é feito na recepção e, de acordo com a informação solicitada, a ligação é transferida para o atendimento. De acordo com Emanuele, não existe limitação de tempo para as chamadas, já que, para que a informação repassada ao assistido seja bem detalhada, situando-o sobre o andamento de seu processo, a consulta é feita através de três a cinco sites diferentes, como por exemplo o site da Justiça Federal e o da Defensoria Pública da União.

6 A Gente Lá Fora Entre Pajs e Partituras Quem não se encanta por um som de violino? Dificilmente alguém pode pensar o contrário. Marjorie Rocha, estagiária do 1 ofício Regional da DPU/CE, é a pessoa ideal para nos falar um pouco mais sobre este instrumento. Segundo Marjorie, o contato com o violino aconteceu meio por acaso, já que ela tinha apenas a intenção de desenvolver novas habilidades. Marjorie disse que já procurou aprender até desenho, mas não se sentiu bem sucedida nessa atividade. Mas segundo o que conta, na música, o resultado foi bem diferente. Ela revela que possui uma vantagem anatômica para o instrumento: Meus dedos são bem separados, o que ajuda bastante no desempenho com o violino!, diz. A estagiária fala que não recebeu indicação nenhuma, decidiu buscar conhecimento sobre o instrumento por conta própria. Sempre gostou muito de orquestras e o violino era o que mais lhe emocionava. E Marjorie destaca que uma das principais qualidades desse instrumento é o fato dele ser extremamente portátil. Quando você sai com os amigos, pode levar e tocar em qualquer lugar, brinca.

7 Marjorie conta ainda que quando decidiu, enfim, levar mais a serio sua admiração pelo violino, ligou para um professor e passou a ter aulas em casa. A estagiária conta que, incrivelmente, não sentiu dificuldades com o instrumento, achou o contato muito natural, mas revela sorrindo: Existem técnicas que ainda tenho que dominar!. A relação de Marjorie com o instrumento já existe há um ano. Com o estágio na Defensoria, ela revela que deu uma pausa nos ensaios, mas já tem planos de retomar o ritmo, inclusive com o auxílio do regente André Figueiredo, que está à frente do Coral da DPU/CE. Quando perguntada sobre a opinião dos amigos a respeito do violino, ela é bem sincera: Acham uma perda de tempo, uma palhaçada. Dizem que eu deveria fazer algo melhor!. A estagiária conta que não tem nenhuma pretensão maior com o instrumento, pratica-o por puro lazer, mas admite: Se houver convites, quem sabe.... Ela afirma que no momento, sua prioridade é a carreira, mas, posteriormente, pretende aprofundar mais os seus conhecimentos sobre o violino.

8 Com a palavra... o Defensor ATUAÇÃO DA DPU E A TUTELA DA LIBERDADE NO PROCESSO PENAL: NOVOS HORIZONTES Em que pese o conteúdo garantista da Carta Magna de 1988, por muito tempo a legislação brasileira permaneceu em completa desarmonia com o arcabouço constitucional, notadamente no que toca à tutela jurídica da liberdade do cidadão que teve a sua liberdade cerceada em razão de prisão provisória. Nesse passo, recentemente, em , foi publicada a Lei n.º , que disciplina vários aspectos sobre a prisão, liberdade provisória e outras medidas cautelares. Em linhas gerais, o novel diploma legal destaca o caráter excepcional da prisão provisória, restringindo a possibilidade de cerceamento da liberdade do cidadão que não ostente condenação criminal transitada em julgado. Saindo do clássico binômio prisão/liberdade, foram criadas várias medidas cautelares diversas da prisão, tais como a proibição de acesso a determinados lugares (ex: estádios de futebol, casas de forró), proibição de manter contado com pessoa determinada (vítimas, testemunhas), recolhimento domiciliar, internação provisória (inimputáveis e semi-imputáveis), recolhimento do passaporte, suspensão do exercício de função pública ou outra atividade remunerada e a monitoração eletrônica. Doravante a autoridade policial poderá conceder fiança nos crimes punidos com pena privativa de liberdade que não ultrapasse 04 (quatro) anos. O cabimento da prisão preventiva ficará reduzida aos crimes punidos com reclusão cuja pena máxima exceda a 04 (quatro) anos, devendo o juiz demonstrar ainda que não são cabíveis a adoção de outras medidas cautelares bem como apresentação de fundamentação concreta, mediante justificação da presença dos pressupostos (prova da materialidade e indícios suficientes de autoria) e requisitos (garantia da ordem pública, garantia da ordem econômica, conveniência da instrução criminal e garantia de aplicação da lei penal). Ante a série de restrições impostas pela lei à manutenção da prisão provisória do indivíduo preso cautelarmente, a Defensoria Pública da União dispõe agora de fundamentação normativa mais sólida com vistas à obtenção da liberdade dos assistidos. A lei foi alterada, espera-se agora o mais difícil: uma mudança de mentalidade e, sobretudo, de atitude dos operadores jurídicos. Marcelo Lopes Barroso Defensor Público Federal