PODER EXECUTIVO C O N S E L H O E S T A D U A L D E S E G U R A N Ç A P Ú B L I C A

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Micaela Escobar Coelho
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1 TIPO: Processo Reclamação por Providência n 026/2009 Interessado: Sebastião Pereira dos Santos. Assunto: Apurar desaparecimento do corpo de Carlos Roberto Rocha Santos. Relator: Conselheiro Evilásio Feitosa. ACÓRDÃO Nº 012/2010 RECLAMAÇÃO POR PROVIDÊNCIA. FATOS OCORRIDOS HÁ MAIS DE CINCO ANOS. AÇÃO DISCIPLINAR PRESCRITA. ARQUIVAMENTO DO PROCESSO. 1. Reclamação por providência que tem por suporte supostas condutas passíveis de punição disciplinar, ocorridas há mais de 05 (cinco) anos. 2. Impossibilidade do Conselho em atender ao pedido do reclamante, não só em razão de ausência de meios materiais, como também em face da prescrição da pretensão punitiva disciplinar. 3. Arquivamento da reclamação. Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Senhores membros do Conselho Estadual de Segurança Pública, na 12ª sessão ordinária, realizada no dia 22 de março de 2010, por unanimidade, pelo arquivamento dos presentes autos, nos termos do voto do Relator. Depois da decisão, o Presidente do órgão acrescentou que fosse oficiado à Polícia Judiciária, ao Ministério Público e à Distribuição do Fórum de Maceió, para que informe se existe processo para apurar o desaparecimento do corpo, assunto esse objeto deste processo. Participaram do julgamento os seguintes conselheiros: Participaram do julgamento os seguintes Conselheiros: DELSON LYRA DA FONSECA (Presidente), CLAÚDIA MUNIZ DO AMARAL (Vice-presidente), ELAINE CRISTINA PIMENTEL, LUIZ ANTÔNIO HONORATO, PAULO HENRIQUE FALCÃO BRÊDA, EVERALDO BEZERRA PATRIOTA, EVILÁSIO FEITOSA DA SILVA (Relator), RODOLFO OSÓRIO GATTO HERRMANN, RODRIGO RUBIALE, ANTIÓGENES MARQUES DE LIRA E ANDRÉ CHALUB LIMA. Maceió/AL, 22 de março de Cons. DELSON LYRA DA FONSECA Presidente Cons. EVILÁSIO FEITOSA DA SILVA Relator

Reclamação por providência que tem por suporte supostas condutas passíveis de punição disciplinar, ocorridas há mais de 05 (cinco) anos. 2.

2 TIPO: RP 026/2009 INTERESSADO: Sebastião Pereira dos Santos ASSUNTO: Apurar desaparecimento do corpo de Carlos R. Rocha dos Santos RELATOR: Conselheiro Evilásio Feitosa. RELATÓRIO Cuida-se de RECLAMAÇÃO POR PROVIDÊNCIA, manifestada por SEBASTIÃO PEREIRA DOS SANTOS, mediante declaração prestada neste Conselho, através da qual solicita os préstimos do Colegiado no sentido de apurar responsabilidades de agentes públicos no desaparecimento do corpo de seu filho, Carlos Roberto rocha Santos, no Instituto Médico Legal (IML) do Estado de Alagoas. Perante a autoridade policial encarregada de colher seu depoimento, neste colegiado, declarou que seu filho Carlos Roberto Rocha Santos fora vítima de homicídio no dia 12 de agosto de 2004, tendo como suspeito a pessoa do Cabo Luiz Pedro e outros. Declarou também que naquele dia, por volta das 02h00min hortas da madrugada recebeu uma ligação do seu filho Carlos André, dando conta de que homens dizendo serem policiais da Delegacia de Repressão às Drogas (DRD), invadiram o barraco em que seu filho CARLOS ALBERTO morava com sua nora e o levaram e que tentou inteirar-se dos fatos ligando para a residência do Sr. Manoel Messias Gerônimo da Silva, amigo da família e funcionário do IML recebendo do mesmo a informação de que já era conhecedor do fato e que tão logo recebesse informações mais precisas levaria ao seu conhecimento. Disse, ainda, que a partir daí o declarante foi diversas vezes ao IML sem, entretanto, encontrar o corpo do seu filho e que, só em abril de 2007, por conduto da Promotora Marluce Falcão, que recebera informações anônimas sobre o caso, é que veio a localizar o Laudo de Exame Cadavérico nº 1775/2004, através do qual reconheceu as características físicas do seu filho.

sentido de apurar responsabilidades de agentes públicos no desaparecimento do corpo de seu filho, Carlos Roberto rocha Santos, no Instituto Médico Legal (IML) do Estado de Alagoas.

3 Narrou ainda o reclamante que, nada obstante a existência do Laudo de Exame Cadavérico em que reconheceu as características físicas do seu filho e ainda as diversas exumações realizadas no Cemitério Divina Pastora (utilizado para enterrar corpos não identificados), sendo uma na cova indicada no documento (Laudo nº 1775/2004) e diversas outras, não obteve êxito na busca do corpo; que foi tentada uma outra exumação, sendo que, nesse caso, o administrador do cemitério havia mexido na ossada antes da chegada dos peritos, razão pela qual foi o mesmo preso imediatamente; que só após a requisição do Juízo da 4ª Vara da Capital é que surgiram fotos do corpo do seu filho, retiradas dentro do IML, na bandeja de recolhimento já com a identificação numérica e que até hoje o corpo continua desaparecido. Ao processo foram anexados documentos extraídos dos autos da ação criminal nº , em que são denunciados por Crimes de Seqüestro, Cárcere Privado e Formação de Quadrilha, ADÉZIO RODRIGUES NOQUEIRA, CÍCERO PEDRO DOS SANTOS, LAÉRCIO PERREIRA DE BARROS, LEONE LIMA, NAELSON OSMAR VASCONCELOS DE MELO, ROGÉRIO DE MENEZES VASCONCELOS E VALTER PAULO DOS SANTOS, processo aparentemente ainda em tramitação, conquanto nenhum documento foi juntado acerca do encerramento da ação criminal. A reclamação foi distribuída, em maio de 2009, ao Conselheiro que me antecedeu, tendo o mesmo despachado ordenando que se requisitasse do IML informações quanto ao destino do corpo da vítima e, bem assim, sobre os registros de quem recebeu o corpo, com a exibição dos respectivos comprovantes. Em 21 de janeiro de 2010 a Diretora do CONSEG expediu Oficio ao IML, reiterando a ordem, sendo que a resposta só chegou a este conselho em 23 de fevereiro p. passado quando então o processo foi a mim efetivamente apresentado, eis porque só agora foi possível trazê-lo à apreciação do plenário do Conselho. No essencial, é este o relatório.

uma outra exumação, sendo que, nesse caso, o administrador do cemitério havia mexido na ossada antes da chegada dos peritos, razão pela qual foi o mesmo preso imediatamente; que só após a requisição

4 VOTO Como observou o eminente Conselheiro que me antecedeu, o objeto da Reclamação é confuso uma vez que solicita providência impossível de ser realizada pelo Conselho Estadual de Segurança Pública, qual seja, a localização do corpo do seu filho, seja em razão de notórias dificuldades materiais, seja por força do tempo transcorrido entre a ocorrência do fato e o seu pedido. Já em relação à apuração da responsabilidade sobre o desaparecimento do corpo, embora, em tese, esteja inserida dentre as atribuições do Conselho, presentemente encontra óbice intransponível à sua efetivação. É que, desde a ocorrência dos fatos que ocasionaram o desaparecimento do corpo do filho do reclamante, já transcorreram mais de cinco (5) anos, donde frustrada qualquer pretensão à punição disciplinar dos eventuais autores, única providência possível de ser adotada pelo Conselho Estadual de Segurança Pública. Veja-se o que prescreve o art. 144 da Lei Estadual nº 5.247/91 (Regime Único dos Servidores Civis do Estado de Alagoas): Art A ação disciplinar prescreverá: I em 05 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão; II em 02 (dois) anos, quanto à suspensão; III em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência. Como se pode observar, mesmo admitindo-se que a infração cometida seja passível da mais grave punição, ainda assim a ação disciplinar estaria prescrita, em face da regra insculpida no inciso I do preceptivo acima, sendo inócua qualquer iniciativa no sentido da promoção de abertura de processo punitivo, na esfera disciplinar. Assim, inviável a instauração de procedimento disciplinar, em virtude da prescrição da pretensão punitiva, voto no sentido do arquivamento do processo.

Já em relação à apuração da responsabilidade sobre o desaparecimento do corpo, embora, em tese, esteja inserida dentre as atribuições do Conselho, presentemente encontra óbice intransponível à sua

5 É como voto. Maceió/AL, 22 de março de EVILÁSIO FEITOSA DA SILVA Conselheiro Relator

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