ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gab. do Des. Genésio Gomes Pereira Filho

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1 ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gab. do Des. Genésio Gomes Pereira Filho ACÓRDÃO APELAÇÃO CÍVEL N /001 3 a Vara de Família Comarca de Campina Grande RELATOR: APELANTE: ADVOGADO: APELADOS: ADVOGADO: Exmo. Sr. Des. Genésio Gomes Pereira Filho lasmini Giovanelly Silva, representada por sua genitora Manai do Socorro Silva José Washington Machado Herdeiros do Espólio de Habib Noujaim Naked El - Khoure Euclides Dias de Sá Filho e outros e` CIVIL Apelação Cível Ação de Investigação de Paternidade Pretenso genitor falecidb Exame fealizaclo com amostras de sanguè dos irmãos do de cujus Prova pericial de*. IDNio negativa Alegação de ser o referido exame, carente de cunho probatório - Não acolhimento Pedido subsidiário em apelação Questão não discutida na sentença Impossibilidade de, inovação recursal Sentença mantida Desprovimento do recurso.. A manutenção da sentença que julga improcedente o pedido de investigação de paternidade é medida que se impõe quando a prova pericial de DNA, realizada em laboratório credenciado, exclui a qualidade de pai atribuída ao investigado. VISTOS, relatados e discutidos os presentes acima identificados. ACORDAM os integrantes da E. Terceira Câmara Cível do Colendo Tribunal de Justiça da Paraíba, à 'unanimidade, negafi l provimento ao apelo, nos termos do voto do relator e da certidão de julgamento de fls. çrt5.

2 RELATÓRIO IASMINI GIOVANELLY SILVA, representada por sua genitora Maria do Socorro Silva, ingressou no juizo da 3a Vara da Família da comarca de Campina Grande com a presente Ação de Investigação de Paternidade, contra os HERDEIROS DO ESPÓLIO DE HABIB NOUJAIM NAKED EL - KHOURE, objetivando o reconhecimento do estado de filiação com o falecido. Na exordial (fls. 02/11), afirma a requerente que Habib Noujaim Naked El - Khoure manteve com a sua mãe um relacionamento amoroso de fevereiro de 1987 até o seu falecimento, em 03 de dezembro de Juntou procuração e documentos às fls. 11/17. Citados (fls. 20/22); os herdeiros do espólio contestaram a inicial (fls. 23/24) e afirmaram que o investigado era estéril e que, por isso, não há como ser reconhecida a paternidade ora questionada. Em audiência preliminar (fls. 49) acordaram as partes em realizar exame de DNA. O exame deixou de ser realizado em virtude do não comparecimento dos promovidos, conforme certidão de fls. 66 v.. Às fls. 81/83 os promovidos interpuseram agravo retido, tendo este sido recebido (fls. 93) e contrarrazoado pela promovente e pelo Ministério Público, respectivamente, às fls. 102/103 e 105/107. As partes conciliaram, na audiência de fls. 127, em marcar outro exame de DNA. de forma particular, devendo cada qual arcar com 50% (cinquenta por cento) do valor. # Frustada por diversas vezes a realização do exame ante a ausência dos promovidos, requereu o representante do MP. a designação de audiência de instrução e julgamento (fls. 166 v.). Na audiência instrutória (fls. 195 e 195 v.), restou consignado a realização de novo DNA, desde que uma vez oficiado ao laboratórid' este informasse a probabilidade de acerto do exame a ser realizado com a investigante e os supostos tios, ora promovidos. Não tendo sido realizado o exame na data marcada (certidão -de fls v.), peticionou a autora (fls. 224/225) requerendo a continuação da audiência de instrução e julgamento ou, se for o caso, a exumação de* cadáver. Em nova audiência (fls. 247), foram ouvidas testemunhas e, a requerimento das partes, marcado novo exame de DNA. Realizado o exame, foi juntado o resultado àsfls. 249/ ' o Sobre o resultado do exame, manifestaram-se as partes às fls. 262/263 e 270/271. A promovente requereu a realização de novo DNA ou 'exumação do cadáver, e os promovidos o _ acolhimento do laudo para julgar ÇV'w improcedente a ação.

3 Em harmonia com o parecer ministerial (fls. 272), foram indeferidos os pedido formulados pela autora (fls. 274). As razões finais foram apresentadas pelas partes às fls. 278 e 279/280. O representante do MP opinou pela improcedência da ação (fls. 282/283). A lide foi julgada (fls. 285/286) nos seguintes termos finais, in verbis: "(...) Ex positis, por tudo que dos autos consta e princípio da, direito aplicáveis, à espécie, em consonância com o parecer ministerial, JULGO IMPROCEDENTE o pedido em faca da prova técnica apresentada que excluiu a paternidade atribuída ao ao promovente, o que se confronta com os fatos alegados na exordial.".!nconforrnada, -a. --investiganda apelou (fls. 291/292) requerendo a reforma da sentença, ante a não precisão do exame e a% provas testemunhais. Subsidiariamente, pediu a exumação do corpo do investigado para realização de novo exame de DNA. Em contrarrazões (fls. 298/299), os promovidos pugnam pela manutenção da sentença. Nesta instância, a douta Procuradoria de Justiça, em parecer de fls. 305/308, opinou pelo desprovimento do recurso. É o relatório. VOTO 4111 Cuida-se de apelação cível interposta por IASMIN1 GIOVANELLY SILVA, representada por sua genitora Maria do Socorro Silva, em face da sentença proferida pelo Juízo de Direito da 3 a Vara de Família da Comarca de Campina Grande que julgou improcedente a presente Ação de Investigação de Paternidade, por recorrente ajuizada. Sem razão a apelante. Compulsando-se os autos, verifica-se qüe acertou o MM. Juiz de primeiro grau, em julgar improcedente o pedido do promovente. As provas carreadas aos autos, em especial o exame DNA (fls. 249/260) ao qual se reportou a magistrada de primeiro grau; quando do julgamento da querela, são transparentes e cabais para concluir que não é o investigado genitor da apelante. Ora, a alegação da recorrente de que o exame de DNA não é um meio infalível de se reconhecer a paternidade não merece amparo. Como se sabe, o exame de DNA constitui método cientifico de grande credibilidade, pois o exame é altamente confiável para determinar a paternidade, especialmente quando chega à conclusão negativa. Com relação a incerteza aduzida pelo apelante,t

4 com relação ao exame de DNA, trago a baila o ensinamento de Sérgio Danilo J. Pena': "(...) deve ter ficado claro que em determiwação de paternidade a prova testemunhal deve ser avaliada 'cum grano salis', já élue a concepção ocorre no interior do corpo da mulher e, como anteriormente explicado,' não admite testemunhas. Desta maneira, a única forma de comprovar confiavelmente a paternidade é pela perícia técnica, mais especificamente pelos exames de DNA." Portanto, não há qualquer elemento capaz de ferir a confiabilidade trazida pelo exame genético realizado perante o laboratório BIOCOD (fls. 249/260), que excluiu a paternidade do pretenso genitor. Assim, verifica-se que a pretensão da recorrente, ao alegar que o exame de DNA realizado não pode ser considerado como prova decisiva é, na verdade, uma tentativa de protelar ainda mais um resultado que já está suficientemente provado nos autos, com assertivas despiciendas e evasivas. No tocante ao pedido de realização de INovo exame de DNA através da exumação do cadáver do suposto pai, este não deve prosperar, porquanto trata-se de inovação recursal, uma vez que a recorrente deixou de questioná-lo quando do seu indeferimento às fls Ademais, a douta Procuradoria de Justiça 'ern seu parecer de fl. 307, esclarece com muita propriedade que: "Desse mbdo, demonstra-se descabida a alegação da parte apelante que, nessa fase processual, vem arguir eventual incerteza no que se refere ao referido exame, quando,. na verdade, deveria ter se insurgido à sua realização em momento oportuno, dando, se fosse o caso, preferência à exumação. Porém, assim não o fez". Pelas razões acima expostas, NEGO PROVIMENTO AO RECURSO DE APELAÇÃO para manter a sentença monocrática em todos os seus termos. É como voto. Presidiu a Sessão o Exmo. Sr. Des. Márcit# Murilo da Cunha Ramos. Participaram do Julgamento, o Exmo. Des. Genésio Gomes Pereira Filho, o Exmo. Des. Márcio Murilo da Cunha Ramos e o Exmo. Des. Saulo Henriques de Sá e Benevides. Presente ao Julgamento o Exmo. Dr. Marcos Vilar Souto Maior, Procurador de Justiça. Sala de Sessões da Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, João Pessoa/PB, 28 de junho de s Pereira Filho PENA, Sérgio Danilo J..Repensando o direito de familia, coordenador Rodrigo da Cunha Pereira, Belo Horizonte, Dei Rey, 1999, p. 345., 1

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