Cinegrafista assassinado durante o golpe militar no Chile (1973) Leonardo Henriksen - cinegrafista argentino
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- Branca Flor Monteiro Bentes
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1 Cinegrafista assassinado durante o golpe militar no Chile (1973) Leonardo Henriksen - cinegrafista argentino AULA 4 La Batalla de Chile Patrício Guzman 1
2 Efemérides AULA 4 20/03/ Invasão do Iraque pelos EUA 21/03/ Persia se torna oficialmente Irã 24/03/ Golpe de Estado de Jorge Videla contra o regime de Isabel Perón, na Argentina 24/03/ Kirchner transforma a ESMA - centro de tortura da ditadura argentina - no Museu da Memória NOMIC Nova Ordem Mundial da Informação e Comunicação Relatório MacBride Unesco 1980 Trechos do artigo Concentração midiática, mídia alternativa e Internet - Por Laércio Torres de Góes, disponível em: O documento foi elaborado pela Comissão Internacional para Estudos dos Problemas da Comunicação, presidida pelo irlandês Sean MacBride, fundador da Anistia Internacional, prêmio Nobel e prêmio Lênin da Paz. O grupo era formado por 16 integrantes com representação de todos os continentes e composto em maioria por membros vindos de países do terceiro mundo ou em vias de desenvolvimento, incluindo personalidades como Gabriel Garcia Márquez. O Relatório MacBride nasce em um contexto de crescente questionamento da ordem vigente internacional, principalmente, em relação à concentração midiática dos fluxos de comunicação. Em 1976, realizou-se em Colombo, capital do Sri Lanka, a quinta conferência dos países não-alinhados quando foi lançada definitivamente a ideia de uma nova ordem mundial da informação e comunicação (NOMIC) 2
3 AULA 4 Relatório MacBride Unesco 1980 O alvo principal das discussões sobre os desequilíbrios comunicacionais dos países nãoalinhados foram as quatro agências de notícias que concentram boa parte das informações destinadas ao público mundial. As duas principais agências europeias, a Agence France Presse (AFP) e a britânica Reuters, e as duas agências americanas, a Associated Press (AP) e a United Press International (UPI). Depois de mais de dois anos de trabalho, no Relatório MacBride constatou-se que o fluxo de informações se dava de forma ordenada e concentrada nos sentidos Norte/Sul e Oeste/Leste explicitando a divisão do mundo em termos de pobreza e ideologia. Era primeira vez que um documento, legitimado por uma instituição das Nações Unidas, dava visibilidade aos desequilíbrios estruturais no campo da comunicação e propunha algumas sugestões para solucioná-los. Foi a primeira visão estrutural crítica sobre a ordem cultural e comunicacional emitida por uma instituição internacional e também a primeira a tratar os problemas de comunicação em sua dimensão histórica (MATTELART, 2005; 2006). O documento focava a exclusão midiática de grupos, comunidades, povos e regiões e fazia um diagnóstico sobre a problemática da comunicação no mundo contemporâneo, propondo soluções utópicas para reduzir as desigualdades tecnológicas, os desequilíbrios informativos e as carências do conhecimento existentes no planeta (MELO, 2005). Além disso, legitimava as demandas de uma nova ordem mundial da informação e da comunicação, desafiando as lógicas de concentração do poder informacional e a falta de igualdade nas transferências de tecnologia (MATTELART,
4 AULA 4 Relatório MacBride 11 princípios para a consolidação da NOMIC (1) Fim dos desequilíbrios e desigualdades que caracterizam a situação vigente; (2) eliminação dos efeitos negativos de determinados monopólios, públicos ou privados, e a excessiva concentração de poder; (3) remoção dos obstáculos internos e externos para um livre fluxo e mais ampla e equilibrada disseminação das informações e ideias; (4) pluralidade de fontes e canais de informação; liberdade de imprensa e de informação; (5) liberdade para os jornalistas e todos os profissionais nos meios de comunicação; (6) liberdade inseparável da responsabilidade; (7) preparação dos países em desenvolvimento para buscarem melhoras em suas próprias nações, sobretudo no que diz respeito à aquisição de equipamentos próprios; 8) capacitação de pessoal, recuperação da infraestrutura, além de tornarem os meios de informação e de comunicação sintonizados com suas próprias aspirações e necessidades; (9) compromisso sincero dos países desenvolvidos para ajudar os demais a alcançar esses objetivos; (10) respeito à identidade cultural de cada povo e ao direito de cada nação para informar o público internacional sobre seus interesses, aspirações e respectivos valores sociais e culturais; (11) respeito aos direitos de todos os povos para participar de intercâmbios de informação, baseando-se na igualdade, justiça e benefícios mútuos e, respeito aos direitos da coletividade, assim como de grupos étnicos e sociais, para que possam ter acesso às fontes de informação e participar ativamente dos fluxos de comunicação. 4
5 AULA 4 Segundo o professor Venício Lima, É desnecessário lembrar que o Relatório e a Unesco enfrentaram fortíssima oposição dos conglomerados globais de mídia e dos países hegemônicos. No auge da onda neoliberal, em clima de "guerra fria" e sob a liderança de Ronald Reagan e Margaret Thatcher, foi lançada uma ofensiva mundial a favor do "livre fluxo da informação", bandeira com "poder de fogo" equivalente ao princípio da liberdade de imprensa. Correndo o risco de simplificação demasiada, a batalha foi "vencida" quando tanto os Estados Unidos (1984) como a Inglaterra (1985), alegando a politização do debate, se desligaram da Unesco. A partir daí, o apoio da própria Unesco à Nomic foi minguando progressivamente e a discussão institucionalizada do desequilíbrio no fluxo de informações Norte-Sul foi sendo oficialmente deslocada para o âmbito do GATT (Tratado Geral sobre as Tarifas Aduaneiras e o Comércio), mais tarde transformado em OMC (Organização Mundial do Comércio). 5
6 Quais os fatores que dão pouco espaço quantitativo e qualitativo à América Latina, no noticiário da grande imprensa? Porque as estirpes condenadas a cem anos de solidão não tinham uma segunda oportunidade sobre a terra. Gabriel García Márquez - América Latina na Indústria Cultural Me volví para Santiago sin comprender el color con que pintan la Noticia cuando el pobre dice NO, Violeta Parra
7 Governos da América Latina
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12 Categorias de Seleção de Notícias Internacionais Óculos dos jornalistas: a grande imprensa enxerga as categorias de interesse da América Latina Oficial mercado, centro do capitalismo (Europa e EUA) e despreza, ou criminaliza, a América Latina Popular. Relações de trabalho: Os óculos dos jornalistas tornam-se os óculos das empresas jornalísticas em que trabalham. Mito da imparcialidade: a fantasia do jornalismo objetivo da grande imprensa disfarça o fato de ser o aparelho ideológico da América Latina Oficial. Exploração do trabalho: menor tempo de reflexão e obsessão pelo furo. Agências de notícias: sediadas nos países vencedores da História controlam o jornalismo internacional e transportam os óculos imperialistas para os que dependem de seu material. Formação acadêmica: desconhecimento da cultura, da geografia, da sociedade e da História da América Latina desde o ensino básico.
13 Agências de Notícias para a América Latina A América Latina Popular e a América Latina Oficial são excludentes. Se a historiografia oficial e a grande imprensa desprezam a América Latina Popular, criminalizam e desqualificam os movimentos populares e disfarçam a ideologia dominante pelo mito da objetividade jornalística, resta à América Latina Popular manifestar-se pelas mídias alternativas. A imprensa alternativa tem a tarefa de documentar a história,os movimentos sociais, o cotidiano e a cultura da América Latina Popular e tentar livrá-los da exclusão e do esquecimento. Estabelece-se uma guerra de guerrilhas entre a imprensa das classes subalternas e a grande imprensa.
14 Agências de Notícias para a América Latina ALAI Agência Latino-americana de Informação
15 ADITAL Agência Frei Tito de Informação para a América Latina
16 Agência Carta Maior
17 Red Por Tí América
18 Tele Sur
19 Prensa Latina
20 Considerações Finais A América Latina Popular e a América Latina Oficial são excludentes. Se a historiografia oficial e a grande imprensa desprezam a América Latina Popular, criminalizam e desqualificam os movimentos populares e disfarçam a ideologia dominante pelo mito da objetividade jornalística, resta à América Latina Popular manifestar-se pelas mídias alternativas. A imprensa alternativa tem a tarefa de documentar a história,os movimentos sociais, o cotidiano e a cultura da América Latina Popular e tentar livrá-los da exclusão e do esquecimento. Estabelece-se uma guerra de guerrilhas entre a imprensa das classes subalternas e a grande imprensa. Ustedes que ya escucharon la historia que se contó no sigan allí sentados pensando que ya pasó. No basta solo el recuerdo, ya no basta con llorar. No es tiempo de lamentarse, cuando es tiempo de luchar.
21 AULA 4 Bibliografia UNESCO. Um mundo, muitas vozes (Relatório MacBride). Rio de Janeiro: FGV, 1983 Revista PJ:Br - Jornalismo Brasileiro ISSN Edição 13 Outubro 2010 XXV Aniversario del Informe MacBride: Comunicación internacional e políticas de comunicación. Quaderns del CAC, nº 21, jan.-abr Disponível em: p?id_content=27&id_article=15 BARBOSA, Alexandre. A Solidão da América Latina na grande imprensa brasileira. Dissertação de Mestrado. Universidade de São Paulo, SP, Siento al caminar toda la piel de América en mi piel... Todas las voces, todas, todas las manos, todas, toda la sangre puede ser canción en el viento. Canta conmigo, canta, hermano americano. Armando Tejada Gómez 21
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