Escrevo esta carta para pedir sua ajuda, pois só assim eu poderei, enfim, realizar meu sonho de estudar no Conservatório de Amsterdam.

Transcrição

1 Olá, meu nome é Lucas Bernardo da Silva, tenho 19 anos, sou aluno de violino da EMESP Tom Jobim e spalla da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo. Conheci o violino ainda criança, frequentando a igreja com minha família. Naquele momento, há mais de 10 anos, eu não imaginava que a música seria tão importante em minha vida. Comecei a ter aulas na própria igreja com o Professor Allan; estudei durante 6 meses no Projeto Guri, no Polo Don João Maria de Ogno, próximo a minha casa na Zona Leste de São Paulo. Aos 11 anos passei no processo seletivo da EMESP Tom Jobim, onde estudo desde então com a professora Inna Meltser. As orientações da Professora Inna e a experiência como Bolsista da Orquestra Jovem me prepararam para que eu pudesse chegar aonde cheguei hoje. Depois de 10 anos do meu primeiro contato com o violino, recebi a notícia de que fui aprovado para fazer a graduação no Conservatório de Amsterdam! Sei que essa experiência de estudar em um dos melhores conservatórios de música do mundo e de morar sozinho fora do país mudará minha vida e de minha família. Conversei com meus pais, e apesar de ter todo o apoio deles, nós não temos condições financeiras para que eu possa realizar esse sonho. Por isso, com o apoio da equipe da Santa Marcelina Cultura, tomei a iniciativa de promover uma campanha para complementar os recursos que preciso para os 4 anos de graduação. Fiz um estudo financeiro e para que eu possa me manter em Amsterdam e focar em meus estudos, terei um custo mensal de aproximadamente R$ 3.750,00 ou 1.237,26. Este valor contempla a taxa anual de matrícula do Conservatório de Amsterdam, taxa de visto e imigração, exame de inglês, os custos de moradia, alimentação, seguro saúde, transporte e passagens aéreas. Ano Euros/Ano* Euros/Mês* Reais/Ano Reais/Mês 2014/ , ,26 R$ ,00 R$ 3.750, / , ,78 R$ ,00 R$ 3.333, / , ,78 R$ ,00 R$ 3.333, / ,73 962,31 R$ ,00 R$ 2.916,67 Total para os 4 anos ,60 R$ ,00 (*) Cotação Euro em 30/06/2014: R$ 3,0309 Se eu conseguir arrecadar esse valor, poderei me dedicar integralmente aos estudos. No Conservatório de Amsterdam, terei aulas com o violinista Peter Brunt, que conheci em 2012, quando ele realizou master classes na EMESP. Anexo a esta carta encaminho também um pouco da minha trajetória e o papel da música em minha vida. Escrevo esta carta para pedir sua ajuda, pois só assim eu poderei, enfim, realizar meu sonho de estudar no Conservatório de Amsterdam. Muito obrigado pela sua atenção em ler minha carta, conhecer minha história e participar da minha campanha! Abraços, Lucas Bernardo da Silva

2 Como você pode ajudar: Por meio de doação de recursos financeiros nas seguintes contas: Banco do Brasil Agência Conta Corrente Banco Bradesco Agência Conta Corrente: Lucas Bernardo da Silva CPF: Saiba mais sobre minha campanha: Telefone: Santa Marcelina Cultura Relacionamento Institucional Página no Facebook: Lucas Bernardo da Silva

3 Quando conheci o Violino Conheci o violino frequentando a igreja com minha família. Desde muito cedo, a orquestra de lá me chamava atenção, porém, o violino sempre me impressionava mais do que os outros instrumentos. Foi então, no meu aniversário de 9 anos, que ganhei meu primeiro violino e comecei a ter aulas na própria igreja. Gostei tanto que em um ano já estava tocando na orquestra. A partir daí comecei a procurar outros lugares para aprender música, e acabei conhecendo o Projeto Guri, onde estudei durante 6 meses. Foi lá, pela primeira vez, que ouvi a palavra musicalidade. Minha professora chamou meus pais e disse O Lucas tem uma musicalidade que vocês não podem deixá-lo perder. O professor da igreja, ao também perceber minha facilidade, comentou sobre alguns conservatórios para que eu pudesse me aprofundar sobre o instrumento. A Escola de Música do Estado de São Paulo EMESP Tom Jobim Professora Inna Meltser Participei do processo seletivo da EMESP Tom Jobim, aonde fui aprovado, aos meus 11 anos. A partir daí, comecei a ter aulas com a professora Inna Meltser, com quem estudo até hoje. No início as aulas foram difíceis, mas a Inna teve muita paciência comigo durante esse período de adaptação com a nova técnica de tocar violino. À medida que os anos passavam as aulas com a Inna significavam para mim muito do mais do que aprender tocar violino; além de me formar musicalmente, ela também se preocupou com a minha formação pessoal. Aos 15 anos, depois de 4 anos estudando na EMESP, decidi que queria ser violinista. Além da admiração que eu sempre tive pela musicista Inna, minha professora, foi neste período que comecei a frequentar concertos como ouvinte e principalmente a tocar os primeiros recitais de alunos, concertos de música de câmara e de orquestra. Recital na EMESP Tom Jobim Todas essas experiências me fizeram entender o que realmente é, para mim, fazer música. Quando ia a concertos, as performances que eu mais gostava eram aquelas que mantinham minha atenção e o interesse em nada mais além da música que estava sendo tocada naquele momento. E foi isso me fez querer ser músico: quando estou no palco, busco fazer minha música interessante para que essa troca entre o músico e o ouvinte seja a mais intensa possível. E quando isso acontece, eu acho que a música realiza o seu propósito.

4 Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão e o meu primeiro contato com o Conservatório de Amsterdam. Em 2008, com 13 anos, passei pela primeira vez como bolsista do Festival de Inverno de Campos do Jordão. Essa experiência foi muito marcante para mim musicalmente e pessoalmente. Era muito novo, nunca tinha viajado sozinho, e ainda tinha pouco tempo de violino. Concerto com a Orquestra Acadêmica do 38º Festival de Campos do Jordão Foi nessa época que o Conservatório de Amsterdam me chamou a atenção pela primeira vez, quando tive aulas com Kees Hülsmann, professor de lá. Eu não só gostei muito das aulas dele, mas também, percebi que o estilo que ele tocava era o mais próximo de mim. Depois disso participei ainda das edições de 2009, 2010, 2011 e Nesta última ganhei um prêmio de destaque das cordas um intercâmbio de três meses em um conservatório no exterior, que somam US$ 3,000, e também me ajudará no início do meu curso no Conservatório de Amsterdam. Em 2011, cheguei a ser convidado por ele para ter aulas no Conservatório, mas ainda era muito cedo para mim. O fato é que daí em diante Amsterdam passou a ser um plano em minha vida. Orquestra Jovem do Estado de São Paulo Com 16 anos entrei na Orquestra Jovem. Fiquei interessado em fazer a prova, pois naquele ano houve uma reformulação, o Claudio Cruz seria o novo maestro e ele é um músico que sempre admirei. Tive a felicidade de ser aprovado como Spalla da Orquestra, mesmo sendo o aluno mais jovem. Nunca tinha tido a experiência de spallar uma orquestra, mas tive a ajuda do maestro Claudio, que por sua experiência, me ensinou muito sobre a função. Afinando a Orquestra Jovem em Concerto na Sala São Paulo Participei dos dois primeiros concursos internos Jovens Solistas da Orquestra Jovem, em 2012 e Fiquei muito feliz em ter ganhado o primeiro lugar as duas vezes. No primeiro, toquei uma peça muito desafiadora, o Concerto n.1 de Prokofiev, e a novidade de solar com uma orquestra sinfônica foi um desafio ainda maior. No segundo, toquei o Concerto de Mendelssohn em Mi menor. Prêmio Jovens Solistas 2013 na Sala São Paulo

5 No final desse ano, o meu primeiro na Orquestra Jovem, participei de mais um concurso interno, o 1º Prêmio Ernani de Almeida Machado. Fiz o concurso e acabei ganhando um dos prêmios, a bolsa para comprar instrumento. Exceto o meu primeiro violino que ganhei aos 9 anos, até então eu só tinha tocado com instrumentos emprestados, e com esse recurso poderia enfim comprar o meu próprio instrumento. Com a ajuda da EMESP e da Embaixada da Áustria, conheci o luthier Peter Möerth, que faz violinos num padrão bem alto, e me ajudou muito daí pra frente nos meus estudos. 1º Prêmio Ernani de Almeida Machado, entregue por Renata Bittencourt, Coordenadora da UFC da Secretaria de Estado da Cultura, em 2012 Em 2013, inscrevi-me no 2º Prêmio Ernani de Almeida Machado. Estava muito empenhado para conseguir ganhar o primeiro lugar do concurso, pois já havia começado a buscar alguns lugares para estudar fora do país. Consegui conquistar o primeiro lugar, e daí em diante os planos para estudar fora passaram a ser o meu próximo foco. Com meus pais Fátima e João, quando recebi o 2º Prêmio Ernani de Almeida Machado em 2013 Com Paulo Zuben, Diretor Artístico-Pedagógico da Santa Marcelina Cultura, meus pais, Dr. Moshe Sendacz e Dra. Raquel Novaes da Machado, Meyer, Sendacz e Ópice Advogados, patrocinadores do Prêmio Ernani de Almeida Machado.

6 Mais um encontro com o Conservatório de Amsterdam Em setembro de 2012, conheci outro professor do Conservatório de Amsterdam, o violinista Peter Brunt, durante uma master class na EMESP. Mais uma vez, fiquei impressionado de ter me identificado com o estilo de aula e de tocar daquele professor. Comentei com a equipe da EMESP Tom Jobim sobre esse meu interesse em ter aulas com Peter. Peter Brunt em master class na EMESP, 2012 Em 2013, participei de master classes com outros professores do Conservatório de Amsterdam, quando a EMESP recebeu uma Comitiva da Holanda, entre eles diretores do Conservatório de Amsterdam e da Orquestra Real do Concertgebouw. Com Jan Raes, Diretor da Orquestra Real do Concertgebouw, Jet Bussemaker, Ministra de Cultura, Janneke van der Wijk, Diretora do Conservatório de Amsterdam e Paulo Zuben na EMESP Tom Jobim, 2013 Então, meses depois, a equipe da EMESP me ajudou a ir a Amsterdam por uma semana para conhecer o Conservatório e, claro, gostei muito. Fiz outras aulas com o Professor que tinha conhecido no Brasil, e estava realmente muito animado com a possibilidade de estudar lá. Quando voltei para o Brasil, no final de 2013, conquistar o prêmio principal da segunda edição do Concurso Ernani de Almeida Machado ganhou um novo significado: seria essencial para que eu pudesse ir para Amsterdam fazer o curso de Bacharelado. Mas ainda tinha o principal desafio: ser admitido no Conservatório. A prova de admissão para o bacharelado estava marcada para abril de A prova era dividida em 3 etapas: teórica, prática e auditiva. Tive muita ajuda da minha professora Inna e do professor Hermes com a parte teórica. No dia da prova prática, sozinho em Amsterdam, estava muito nervoso e muito ansioso para tocar, porém, acima de tudo, muito animado. Estava a poucos passos de realizar um grande sonho, que há tempos me acompanhava. Talvez por isso que foi uma das provas que eu mais gostei de tocar: consegui esquecer da formalidade que é fazer uma prova e levei aquilo como se fosse mais uma apresentação. O resultado oficial saiu depois de um mês. Apesar de muito ansioso, sentia-me confiante, pelo retorno que tive no dia do teste de alguns professores. Acabei passando e enfim o sonho de estudar em Amsterdam ficou mais perto de se tornar realidade!

7 Expectativas para o futuro Espero poder absorver o máximo dos 4 anos de Amsterdam. Espero poder me desenvolver o máximo como violinista, tecnicamente, para que consiga passar minha música com mais facilidade. Espero aprender muito com essa nova cultura desse novo país que irei morar, e que isso possa servir de forma positiva para mim como pessoa, e também como músico. Independente das oportunidades que eu tiver por lá, um dia pretendo sim voltar para o Brasil, pelo motivo de querer contribuir aqui com a formação de novos músicos, de trazer o conhecimento que eu tive lá fora para os estudantes daqui. Isso é uma das coisas que realmente quero fazer, pois espero que um dia o Brasil tenha a tradição de criar bons músicos, e se for possível, espero poder contribuir o máximo com isso. Concerto sob regência de Frank Shipway no Teatro da Hebraica, 2012 Intercâmbio com a Deutsche Symphony Orchestra em 2012 Concerto sob regência de George Stelluto da Juilliard School e o solista Marc Coppey na Sala São Paulo, 2014 Concerto sob regência de Cláudio Cruz e Julia Thornton como solista convidada na Sala São Paulo, 2014 Obrigado!

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