História do Direito. Entre rupturas, crises e descontinuidades

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1 História do Direito Entre rupturas, crises e descontinuidades

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3 ARNO WEHLING GUSTAVO SIQUEIRA SAMUEL BARBOSA (Organizadores) História do Direito Entre rupturas, crises e descontinuidades Belo Horizonte 2018

4 Álvaro Ricardo de Souza Cruz André Cordeiro Leal André Lipp Pinto Basto Lupi Antônio Márcio da Cunha Guimarães Bernardo G. B. Nogueira Carlos Augusto Canedo G. da Silva Carlos Bruno Ferreira da Silva Carlos Henrique Soares Claudia Rosane Roesler Clèmerson Merlin Clève David França Ribeiro de Carvalho Dhenis Cruz Madeira Dircêo Torrecillas Ramos Emerson Garcia Felipe Chiarello de Souza Pinto Florisbal de Souza Del Olmo Frederico Barbosa Gomes Gilberto Bercovici Gregório Assagra de Almeida Gustavo Corgosinho Gustavo Silveira Siqueira Jamile Bergamaschine Mata Diz Janaína Rigo Santin Jean Carlos Fernandes CONSELHO EDITORIAL Jorge Bacelar Gouveia Portugal Jorge M. Lasmar Jose Antonio Moreno Molina Espanha José Luiz Quadros de Magalhães Kiwonghi Bizawu Leandro Eustáquio de Matos Monteiro Luciano Stoller de Faria Luiz Henrique Sormani Barbugiani Luiz Manoel Gomes Júnior Luiz Moreira Márcio Luís de Oliveira Maria de Fátima Freire Sá Mário Lúcio Quintão Soares Martonio Mont Alverne Barreto Lima Nelson Rosenvald Renato Caram Roberto Correia da Silva Gomes Caldas Rodolfo Viana Pereira Rodrigo Almeida Magalhães Rogério Filippetto de Oliveira Rubens Beçak Vladmir Oliveira da Silveira Wagner Menezes William Eduardo Freire É proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio eletrônico, inclusive por processos reprográficos, sem autorização expressa da editora História do direito: entre rupturas, crises e descontinuidades / H673 [organizado por] Arno Wehling, Gustavo Siqueira [e] Samuel 2018 Barbosa. Belo Horizonte: Arraes Editores, p. ISBN: ISBN: (E-book) Impresso no Brasil Printed in Brazil 1. Direito. 2. Direito História. 3. Práticas políticas Século XVI-XX. 4. Direito penal. 6. Greve Brasil. I. Wehling, Arno (Org.). II. Siqueira, Gustavo (Org.). III. Barbosa, Samuel (Org.). IV. Título. CDD(23.ed.) CDDir Arraes Editores Ltda., Coordenação Editorial: Fabiana Carvalho Produção Editorial e Capa: Danilo Jorge da Silva Imagem de Capa: Acervo IHGB Revisão: Zilvanny Faria Elaborada por: Fátima Falci CRB/6-700 Matriz Av. Nossa Senhora do Carmo, 1650/loja 29 - Bairro Sion Belo Horizonte/MG - CEP Tel: (31) Filial Rua Senador Feijó, 154/cj 64 Bairro Sé São Paulo/SP - CEP Tel: (11) arraes@arraeseditores.com.br Belo Horizonte 2018

5 Sumário APRESENTAÇÃO... VII Capítulo 1 AS CORES E A INSTITUIÇÃO DA ORDEM NO MUNDO DE ANTIGO REGIME Antonio Manuel Hespanha... 1 Capítulo 2 TRADIÇÕES JURÍDICAS E HISTÓRIA DO DIREITO Thomas Duve Capítulo 3 NA IDADE DAS MÁQUINAS. DIREITO CODIFICADO E INCERTEZAS CLASSIFICATÓRIAS DOS JURISTAS Giovanni Cazzetta Capítulo 4 BACK TO THE FUTURE : TEXTOS ANTIGOS PARA UMA NOVA CIÊNCIA JURÍDICA Cristina Vano Capítulo 5 REPÚBLICA POR AÇÕES. METÁFORAS MERCANTIS E PRÁTICAS POLÍTICAS (SÉCULOS XVI XX) Carlos Petit Capítulo 6 ESQUARTEJAR OU CONTROLAR? A FORMAÇÃO DA ÁREA PENAL NO BRASIL Ricardo Marcelo Fonseca V

6 Capítulo 7 A DEFINIÇÃO DOS DIREITOS NO DISCURSO POLÍTICO- JURÍDICO DA INDEPENDÊNCIA TRADIÇÃO, LIBERALISMO E EMERGÊNCIA DA LIBERDADE NEGATIVA Arno Wehling; Maria José Wehling Capítulo 8 REGULAMENTAR A CONSTITUIÇÃO: UM NOVO DIREITO PENAL E PROCESSUAL PARA UM NOVO PAÍS. PROJETOS, TRAMITAÇÃO E APROVAÇÃO DOS PRIMEIROS CÓDIGOS DO IMPÉRIO DO BRASIL ( ) Monica Duarte Dantas; Vivian Chieregati Costa Capítulo 9 O PROJETO DE TEIXEIRA DE FREITAS: UM CÓDIGO CIVIL ANTINAPOLEÔNICO? CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DO COMPARATISMO JURÍDICO NO SÉCULO XIX Alan Wruck Garcia Rangel Capítulo 10 O CONCEITO DE CRISE CONSTITUCIONAL: ESBOÇO, DELIMITAÇÃO E SUA APLICAÇÃO À HISTÓRIA DO BRASIL REPÚBLICA Cristiano Paixão; Claudia Paiva Carvalho Capítulo 11 UM CRIME QUE VIRA DIREITO: A GREVE NOS DEBATES NA ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE DE 1946 Gustavo Silveira Siqueira; Gabriel Melgaço; Julia de Souza Rodrigues VI

7 Apresentação Acostumadas às certezas, continuidades e teleologias, as pesquisas em Direito, especialmente no Brasil, pouco pensam em temas complexos como as incertezas, rupturas, crises e mudanças de paradigma. O IX Congresso Brasileiro de História do Direito, realizado entre os dias 04 e 06 de setembro de 2017, trouxe ao debate esses temas pouco discutidos. Organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Direito da UERJ, pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e pelo Instituto Brasileiro de História do Direito, o Congresso teve como tema Rupturas, Crises e Direito?. Colocamos aos pesquisadores as seguintes questões: quais as formas os direitos assumem nas rupturas políticas? Como os direitos e seus intérpretes reagem aos processos de mudança ou manutenção? O direito altera ou conserva uma sociedade? Diversas foram as respostas, os pontos de vista, os enfoques. E o presente livro reúne as palestras realizadas no IX Congresso de História do Direito e fornece ao leitor um panorama das principais pesquisas desenvolvidas no Brasil e no mundo. Antonio Manuel Hespanha, catedrático da Universidade Nova de Lisboa, abre o livro com o capítulo As cores e a instituição da ordem no mundo de Antigo Regime, mostrando a criativa e singular relação dos direitos com as cores. Em seguida, Thomas Duve, diretor do Max Planck-Institu-für europäische Rechtsgeschichte, discute as relações entre as Tradições Jurídicas e a História do Direito, abrindo um diálogo produtivo com o direito comparado. Giovanni Cazzetta, da Università di Ferrara, discute A Idade das Máquinas e o Direito Codificado com as incertezas classificatórias dos juristas. Por sua vez, Cristina Vano, da Università di Napoli Federico II, discute a relação entre textos antigos e uma nova ciência do Direito. Práticas que também são analisadas por Carlos Petit, da Universidad de Huelva, no seu artigo que discute também as metáforas mercantis dos Séculos XVI-XX. Já as incertezas para o recorte brasileiro são pensadas por Ricardo Marcelo Fonseca, da Universidade Federal do Paraná, que discute a formação da área VII

8 penal no Brasil. Arno Wehling e Maria José Wehling, professores eméritos da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, escrevem sobre o discurso jurídico e a tradição de liberalismo na independência. Mônica Dantas e Vivian Costa, da Universidade de São Paulo, analisam os primeiros códigos do Império do Brasil e a elaboração de novos códigos para um novo país. Alan Rangel problematiza a codificação brasileira e a codificação francesa, bem como os projetos envolvidos nestas construções. Cristiano Paixão e Claudia Paiva Carvalho, da Universidade de Brasília, problematizam o conceito de crise constitucional e a suas relações com a história do Brasil. Gustavo Siqueira, Júlia Rodrigues e Gabriel Melgaço analisam um crime que vira direito nos debates da Assembleia Nacional Constituinte de O que une todos os textos é a preocupação com as fontes e os problemas históricos e uma análise dos direitos frente a processos de rupturas, crises e descontinuidades. Esperamos que a obra possa contribuir para o debate. Boa leitura, ARNO WEHLING GUSTAVO SIQUEIRA SAMUEL BARBOSA VIII