PLD (Preço de Liquidação das Diferenças)

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1 08 5 PLD (Preço de Liquidação das Diferenças) Fonte: PLD: CCEE / PLD médio: PONDERAÇÃO COMERC. PLD médio é a média ponderada dos valores já divulgados do PLD, pelas horas das semanas publicadas. 2. PLD médio 2 supondo que o último PLD publicado se estenda pelas semanas restantes de agosto de 205. Patamares do PLD da ª semana de Agosto Fonte: CCEE Custo Marginal de Operação (CMO) Fonte: PLD CCEE e CMO ONS À exceção do Nordeste, o CMO subiu nos demais submercados na segunda semana de agosto em relação à primeira semana do mês: DE AGOSTO 205

2 Sudeste: de R$,57/MWh para R$20,99/MWh, Sul: de R$,57/MWh para R$20,99/MWh Nordeste: de R$25,48/MWh para R$209,85/MWh Norte: de R$,57/MWh para R$20,99/MWh. Histórico dos níveis de reservatórios em agosto Fonte: ONS Atualizado em: 09/08/205 Até 0 de agosto, os níveis dos reservatórios apresentaram recuperação se comparados com agosto do ano passado, exceto no Nordeste. O maior submercado, o Sudeste, subiu 6,6 pontos percentuais. Mesmo assim, continua aquém da média observada nos últimos 5 anos de 58% da capacidade máxima. Os submercados Sul e Norte, por sua vez, registraram níveis de reservatório acima da média dos últimos 5 anos - 73% e 63% da capacidade máxima, respectivamente. Em relação ao histórico, o Nordeste está em nível crítico se comparado com a média dos últimos 5 anos, que foi de 53% da capacidade máxima. Até 0 de agosto, o nível registrado é de 2%, próximo ao mínimo ocorrido em 200, de 7% da capacidade máxima. DE AGOSTO 205 2

3 Análise de sensibilidade dos Preços O ONS considerou a previsão de vazão para a segunda semana operativa de agosto para realizar os estudos de sensibilidade do CMO (Custo Marginal da Operação), conforme o gráfico abaixo: Fonte: ONS Legenda: LS: Limite Superior VE: Valor Esperado LI: Limite Inferior A análise de sensibilidade indica o possível comportamento dos preços de curto prazo (PLD), baseado no Modelo Newave e nas vazões previstas pelo ONS. Os gráficos abaixo indicam a sensibilidade do CMO em relação às previsões de vazões: Fonte: ONS Caso a ENA se mantenha próxima ao Valor Esperado pelo ONS, o CMO da próxima semana pode se manter perto do valor observado para a segunda semana de agosto, cerca de R$2/MWh. Em um cenário otimista de vazões, sendo uma vazão DE AGOSTO 205 3

4 prevista. por exemplo, 98% da MLT no Sudeste e 35% da MLT no Sul -, o CMO poderia chegar a R$2,7/MWh. Por enquanto, o acumulado mensal observado até 0 de agosto é: Sudeste/Centro-Oeste = 04% Sul = 20% Norte = 54% Nordeste =9% Governo anuncia programa de incentivo ao Setor Elétrico O Governo Federal lançou, em /08/205, um programa com medidas de estímulo ao Setor Elétrico. O intuito é o incentivo a novos investimentos em Geração e Transmissão de Energia, chamado Programa de Investimento em Energia (PIEE). No evento de lançamento, o Governo mencionou a redução do valor da Bandeira Vermelha entre 5% a 20%, a partir de setembro. Ou seja, a Bandeira Vermelha que atualmente possui o valor de R$ 55/MWh pode ficar entre R$4,25/R$44/MWh. Em março de 205, a Bandeira Vermelha sofreu um acréscimo de R$25/MWh. (Para mais informações clique aqui). Outra medida anunciada foi a Proposta de Emenda à Constituição PEC, com o objetivo de criar meios mais rápidos para o licenciamento ambiental de empreendimentos de infraestrutura. Como está o Déficit da Geração Hídrica (ou GSF)? Em abril de 205, o Panorama Comerc analisou a queda do GSF e seus impactos financeiros sobre as geradoras pertencentes ao MRE (Leia o post aqui). Em complemento ao post, os gráficos abaixo revelam que os níveis dos reservatórios tiveram pequena melhora desde o início do ano. Fonte: ONS DE AGOSTO 205 4

5 Devido a uma política de preservação do nível dos reservatórios, o despacho térmico manteve-se alto, conforme mostra o gráfico abaixo: Fonte: ONS e CCEE Mesmo com o recente aumento das vazões e a ligeira recuperação dos reservatórios, o nível de despacho térmico manteve-se, até junho de 205, no mesmo patamar observado nos meses anteriores, na faixa de 4 a 5 GWmédios, conforme demonstra a área vermelha destacada no gráfico acima. Fonte: ONS e CCEE O gráfico acima revela a melhora do GSF em 205. Em janeiro, a geração foi,3 GW médios inferior à garantia física contra uma diferença de 9,8 GW médios em junho. Mesmo com a redução da diferença, a geração hídrica está inferior à garantia física dos empreendimentos. Entre janeiro e junho de 205, esse déficit custou R$8 bilhões às geradoras. A conta do risco hidrológico não será paga por todas as hidrelétricas, devido às liminares obtidas por algumas usinas. O impacto disso foi na liquidação financeira da CCEE que aumentou a inadimplência em agosto. As usinas hidrelétricas poderão gerar mais energia para atender à carga, melhorando o índice do GSF no MRE (Mecanismo de Realocação de Energia), devido à recente decisão do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) que aceitou a proposta do ONS para o desligamento de 2 usinas térmicas com CVU acima de R$600/MWh (publicado anteriormente no Panorama). DE AGOSTO 205 5

6 Por que o CMSE desligou mais de MW de térmicas? No início de agosto, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) comunicou o desligamento das térmicas com CVU acima de R$600,00/MWh, conforme publicado aqui. Para tomar a decisão, o ONS apresentou estudo ao CMSE definindo os níveis mínimos de armazenamento para o final do período seco do próximo ano, descritos a seguir. Premissas para chegar ao nível mínimo de armazenamento em 30//206 com 20% da capacidade máxima no SE/CO e NE: Fonte: ONS Gráfico Comerc ENA (vazões nos rios): segundos piores cenários de afluências no SE/CO e NE entre maio e novembro de 206: o SE/CO: ano de 955 o NE: ano de 2002 ENA (vazões nos rios): A média das afluências no período úmido 205/206 (/2/205 a 30/04/206) deveria ser: o SE/CO: 70% da MLT o NE: 50% da MLT Geração térmica máxima com CVU inferior a R$600,00/MWh Reservatórios: Terminar o período úmido em 30/4/206 com: o SE/CO: 55% da capacidade máxima o NE: 4% da capacidade máxima Segundo o ONS, com as premissas acima, o risco de atendimento à carga, ou risco de déficit, é nulo para ambas as regiões e, por consequência, para o Sistema Interligado Nacional (SIN). O cenário conservador adotado nas simulações efetuadas pelo ONS forneceu o embasamento técnico para o CMSE adotar a redução da geração térmica. DE AGOSTO 205 6

7 O custo total de operação da geração térmica decorrente dessa decisão é de R$, bilhão por mês, totalizando uma redução de R$ 5,5 bilhões até dezembro de 205. Este custo do despacho fora da ordem de mérito é ressarcido via encargo (ESS). OSCILAÇÃO MADDEN-JULIAN E SEUS IMPACTOS NAS CHUVAS SOBRE A AMÉRICA DO SUL Anderlan Henrique Batista Siqueira Meteorologista, COMERC Energia. A previsão do tempo e do clima é essencial para a sociedade. No entanto, prever fenômenos atmosféricos e o regime de precipitação sobre a América do Sul não é tarefa fácil. O sistema elétrico brasileiro (SEB), cuja matriz é essencialmente de origem hidrelétrica, depende de uma melhor previsão de precipitação tanto diária quanto semanalmente. É possível, contudo, ter uma noção do que pode ocorrer utilizandose um prognóstico climático que leva em conta as escalas mensal e sazonal. Cada escala temporal pode ser associada a fenômenos distintos que mudam as condições de tempo em determinada região. Por exemplo, as frentes frias, ao entrar na região sul do País, mudam as condições de tempo entre dias e semanas. Esses fenômenos podem ser governados por outros de escala planetária. Este artigo busca estudar um desses fenômenos, a oscilação Madden-Julian (OMJ). A OMJ é uma perturbação tropical que se propaga do Oeste para o Leste em torno da região tropical do globo, com um ciclo de 30 a 60 dias. Seus impactos são amplos e atingem os padrões de precipitação nas regiões tropicais e extratropicais, a circulação atmosférica e a temperatura da superfície (HIGGINS e MO, 997; HIGGINS e SHI, 200). Há a evidência de que a OMJ influencia o ciclo El Niño-Oscilação Sul. Embora não cause o El Niño ou La Niña, ela pode contribuir para acelerar o seu desenvolvimento e intensidade. Sobre a América do Sul, a OMJ pode ajudar ou inibir a formação de nuvens e, por consequência, aumentar ou diminuir a quantidade de chuva. A identificação da ocorrência da OMJ se dá por meio do campo da velocidade potencial, a uma pressão atmosférica de 200 MiliBar e a aproximadamente 2 quilômetros de altura. A figura, abaixo, mostra o campo da velocidade potencial e a temperatura do topo das nuvens, em Kelvin. As linhas verdes (valores negativos de velocidade potencial) favorecem a formação de nebulosidade; as linhas marrons (valores positivos de velocidade potencial) desfavorecem a formação de nebulosidade. DE AGOSTO 205 7

8 Figura : Campo da velocidade potencial e temperatura de brilho do topo das nuvens para o dia 7 de julho de 205. Fonte: CPC/NCEP/NOAA. Nota-se no dia 7 de julho de 205 a predominância de valores negativos (linhas verdes) e alta nebulosidade sobre a região centro-sul da América do Sul. Com essa configuração, a região pode apresentar um aumento de chuva neste dia. Entretanto, alta nebulosidade não significa necessariamente em um aumento das precipitações. A figura 2, abaixo, apresenta um diagrama esquemático do deslocamento e da evolução da OMJ sobre a região do Oceano Pacífico tropical em direção à América do Sul. Figura 2: Diagrama esquemático da evolução da Oscilação Madden-Julian sobre o oceano Pacífico Tropical. Fonte: As etapas de evolução da OMJ podem ser definidas e apresentadas na seguinte ordem:. Formação de um sistema de baixa pressão e convecção profunda no oceano Índico, próximo à Indonésia; DE AGOSTO 205 8

9 2. O sistema desloca-se para a região da piscina de água quente do Pacífico na costa norte da Austrália, ganha força e o desenvolvimento vertical das nuvens se intensifica (linhas verdes na figura ); 3. A oeste e a leste da nuvem de desenvolvimento vertical são formados sistemas de alta pressão que inibem a formação de nebulosidade (linhas marrons na figura ); 4. O sistema desloca-se para leste. Ao se aproximar da América do Sul, a alta pressão se intensifica e inibe a formação de nuvens, principalmente na região tropical da América do Sul, sobre o Brasil; 5. Com a continuidade do movimento para leste, o sistema de baixa pressão passa sobre a América do Sul e favorece a formação de nebulosidade, que pode ou não aumentar a precipitação. Referências Higgins, R. W., and S. D. Schubert, 996: Simulations of persistent North Pacific circulation anomalies and interhemispheric teleconnections. J. Atmos. Sci., 53, Higgins, R. W., and K. C. Mo, 997: Persistent North Pacific circulation anomalies and the tropical intraseasonal oscillation. J. Climate, 0, Higgins, R. W., J. K. Schemm, W. Shi and A. Leetmaa, 2000a: Extreme precipitation events in the western United States related to tropical forcing. J. Climate, 3, Higgins, R. W., and W. Shi, 200: Intercomparison of the principal modes of interannual and intraseasonal variability of the North American Monsoon System. J. Climate, 4, L'Heureux, M. L. and R. W. Higgins, 2008: Boreal Winter Links between the Madden-Julian Oscillation and the Arctic Oscillation. J. Climate, In press. Kousky, V. and M. Kayano, 994: Principal modes of outgoing longwave radiation and 250-mb circulation for the South American sector. J. Climate, 994, Kayano, M. and V. Kousky, 999: Intraseasonal (30-60 day) variability in the global tropics: principal modes and their evolution. Tellus, 5, Madden, R.A. and P. R. Julian, 972: Description of global-scale circulation cells in the tropics with a day period. J. Atmos. Sci, 29, Mo, K. C. and R. W. Higgins, 998: Tropical influences on California precipitation. J. Climate,, Seo, K., W. Wang, J. Gottschalck, Q. Zhang, J. Schemm, W. Higgins and A. Kumar, 2008: Evaluation of MJO Forecast Skill from several statistical and dynamical forecast models, J. Climate, Submitted. Wheeler, M. and H. Hendon, 2004: An All-Season Real-Time Multivariate MJO Index: Development of an Index for Monitoring and Prediction. Mon. Wea. Rev., 32, DE AGOSTO 205 9

10 Zhang, C. and J. Gottschalck, 2002: SST Anomalies of ENSO and the Madden-Julian Oscillation in the Equatorial Pacific. Journal of Climate, 5, Meteorologia da semana º a 7 de agosto de 205 A figura mostra o comparativo entre os valores da precipitação prevista, observada, normal climática para o período de 98 a 200 e a porcentagem do desvio em relação à climatologia para a semana de º a 7 de agosto de 205. Todas as regiões do país apresentaram as características de período seco (figura b), ou seja, não houve totais significativos na maior parte do País. As exceções ocorreram em algumas regiões no litoral e na região centro-sul do Rio Grande do Sul, que apresentaram valores acima de 5 mm e 20 mm respectivamente (figura d). Comparando a previsão de precipitação do modelo ETA (figura a) com o verificado (figura b), a previsão de precipitação ficou próxima da registrada. Figura : Fonte: Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climático/Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais/Operador Nacional do Sistema (CPTEC/INPE/ONS) e Climate Prediction Center/National Centers for Environmental Prediction/National Oceanic and Atmospheric Administration (CPC/NCEP/NOAA). DE AGOSTO 205 0

11 A figura 2 mostra as previsões de precipitação feitas pelos modelos ETA (CPTEC/INPE/ONS), figura 2a, e COSMO (INMET), figura 2b, para semana operativa de 8 a 4 de agosto. A figura 3 mostra a normal climática de 98 a 200 (OMM) para a mesma semana operativa. Para a semana operativa atual, de 8 a 4 de agosto, as previsões dos modelos ETA (figura 2a) e COSMO (figura 2b) mostram que todas as regiões do País não apresentam totais significativos de precipitação, o que caracteriza a estação seca observada nesta época do ano. As únicas regiões com totais significativos são a costa da Bahia e o extremo sul do Rio Grande do Sul. Este fato pode ser observado também na normal climática para o período (figura 3). Figura 2: Fonte: Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climático/Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais/Operador Nacional do Sistema (CPTEC/INPE/ONS) e Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Figura 3: Fonte: Climate Prediction Center/National Centers for Environmental Prediction/National Oceanic and Atmospheric Administration (CPC/NCEP/NOAA). DE AGOSTO 205

12 Legenda: Figura : Mapas de precipitação para semana de º a 7 de agosto, em (a) precipitação acumulada prevista pelo modelo ETA (CPTEC/INPE/ONS), em (b) precipitação acumulada observada para semana, em (c) normal climática (98 a 200) para a semana e em (d) porcentagem do desvio em relação a normal climática (CPC/NOAA). Figura 2: Precipitação acumulada prevista pelos modelos em (a) ETA 40 km (CPTEC/INPE/ONS) e (b) COSMO 7 km (INMET) para o período de 8 a 4 de agosto. Figura 3: Normal climática de 98 a 200 (OMM) para a semana operativa do ONS de 8 a 4 de agosto de 205. Energia em Pílulas: Em 04 de agosto, a ANEEL aprova o Reajuste Tarifário das seguintes distribuidoras: Celesc Escelsa Celpa Iguaçu Para ler o Glossário de Termos, clique aqui ARTIGO: DE AGOSTO 205 2