AVALIAÇÃO DAS CONCENTRAÇÕES DE OZÔNIO NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO EMPREGANDO O MÉTODO DOS TUBOS PASSIVOS

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1 AVALIAÇÃO DAS CONCENTRAÇÕES DE OZÔNIO NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO EMPREGANDO O MÉTODO DOS TUBOS PASSIVOS Luiz Francisco Pires Guimarães Maia Departamento de Meteorologia IGEO CCMN UFRJ Ilha do Fundão Rio de Janeiro RJ maia@meteoro.ufrj.br Vinícius de Oliveira Secretaria Municipal de Meio Ambiente Preitura da Cidade do Rio de Janeiro CASS 12º andar Cidade Nova Rio de Janeiro RJ vinioliveira@pcrj.rj.gov.br ABSTRACT The present work shows the air quality monitoring results of the ozone concentrations in Rio de Janeiro City and vicinities using the passive difusion methods during the periods from november 18 to 25 and from november 25 to december 02 of The values obtained showed first time in Rio de Janeiro how were the spatial distributions of ozone concentrations in terms of relative lows and highs. This view will provide na important background to near future action planning and air quality manegement. INTRODUÇÃO Um amostrador passivo ou tubo de difusão ou tubo passivo é um aparato capaz de tomar amostras de gases da atmosfera à uma taxa controlada pela difusão molecular e que não requer o movimento ativo do ar dentro do amostrador. O tubo de difusão consiste de um tubo que numa de suas extremidades contém uma película impregnada com uma solução absorvente que fixa o poluente desejado. Após a exposição dos amostradores, durante períodos que variam de alguns dias a poucas semanas, os tubos são fechados e enviados ao laboratório para análise. De acordo com o tipo de mecanismo e o poluente medido, a análise pode ser realizada usando diferentes técnicas, tais como colorimetria, cromatografia de íons e outras. Os amostradores passivos, hoje em dia, são utilizados para um grande número de poluentes gasosos, como dióxido de enxofre (SO2), dióxido de nitrogênio (NO2), ozônio (O3), monóxido de carbono (CO), Amonia, Benzeno, entre outros. No Rio de Janeiro, o método do tubo de difusão ou tubo passivo foi empregado pela primeira vez, em 1996, em duas campanhas sucessivas de 21 dias cada, para avaliar a distribuição espacial das concentrações de dióxido de nitrogênio (NO2) - poluente primário originado das emissões veiculares e precursor do ozônio - e dióxido de enxofre (SO2) poluente secundário originado da queima de combustíveis fósseis, a partir das amostragens em 40 pontos espalhados por toda a Cidade. Os resultados permitiram, também pela primeira vez, avaliar a distribuição espacial das concentrações desses parâmetros, levando à identificação das áreas de máximos valores relativos. O método contribuiu para o delineamento da proposta da Rede de Monitoramento de Qualidade do Ar da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, entre outras aplicações locais. A proposta de realização de mais uma campanha utilizando tubos passivos, dessa feita para o parâmetro ozônio, e nos mesmos 40 locais anteriores onde foram amostrados os parâmetros SO2 e NO2, acrescidos de 20 pontos adicionais em áreas do entorno da Cidade - e que se queria ter conhecimento do estado da qualidade do ar para o ozônio - reverte-se de grande importância diagnóstica e estratégica, haja vista o parâmetro a ser monitorado constituir-se num dos mais agressivos poluentes à saúde humana. As grandes áreas metropolitanas tropicais, com elevada contribuição de emissões veiculares e temperaturas sobreelevadas em razão da formação das ilhas de calor urbano passam a ser mais susceptíveis a formação do ozônio. Outra justificativa para a realização das campanhas de ozônio diz respeito a configuração da chamada Bacia Aérea III da região Metropolitana do Rio de Janeiro, compreendida pelo setor norte do Rio de Janeiro e parte ou totalidade dos Municípios de Duque de Caxias, Nova Iguaçú, São João de Merití, Nilópolis, Magé, Queimados e Belford Roxo.

2 A Bacia Aérea III abriga cerca de 7 milhões de habitantes e é considerada pela FEEMA e outras instituições que pesquisam a poluição do ar como a mais degradada em termos de qualidade do ar de toda a Região Metropolitana do Rio de Janeiro, fato que se justifica pela presença de grande número de fontes fixas e móveis e baixa capacidade dispersiva da atmosfera, em função da topografia acidentada circundante e a freqüente ocorrência de inversões térmicas matinais. Meteorologicamente, não existe uma limitação física entre cada Município da Bacia Aérea III no que concerne ao transporte de poluentes. Isto pode ser verificado, por exemplo, à cada 5-7 dias, onde o regime de circulação de alterna de sul-norte (situação frontal e imediatamente pós-frontal) a norte-sul (situação pré-frontal), o que promove nitidamente o transporte de poluentes originados na Cidade do Rio de Janeiro para os Municípios ao norte e vice-versa, respectivamente. A migração é constante e sujeita aos mecanismos de circulação atmosférica de grande-escala e mesmo locais. O grande impacto da poluição do ar sobre a saúde da população residente nos Municípios da Bacia Aérea III levou, inclusive, o Banco Mundial a escolher a Cidade do Rio de Janeiro, juntamente com as cidades do México, Lima-Callao e Buenos Aires como focos centrais do programa intitulado "Ïniciativa para o Ar Limpo em Cidades da América Latina", lançado em dezembro de 1998 em Washington, D.C. Estados Unidos e que no Rio de Janeiro é coordenado pelo Secretário Municipal de Meio Ambiente. Portanto, os objetivos que levaram a realização do presente estudo foram os seguintes: a) Avaliar as concentrações de ozônio ao nível da superfície sobre a Cidade do Rio de Janeiro; b) uscar o entendimento dos possíveis mecanismos de migração de elementos precursores do ozônio e do próprio ozônio entre o Rio de Janeiro e os Municípios da Bacia Aérea III da Região Metropolitana do Rio de Janeiro; c) Complementar o conhecimento acerca das configurações espaciais médias de SO2 e NO2 na Cidade do Rio de Janeiro. MATERIAL E MÉTODOS Foram instalados 42 tubos passivos para o monitoramento do ozônio nos mesmos 40 locais anteriormente selecionados para os monitoramentos de dióxido de enxôfre (SO2) e dióxido de nitrogênio (NO2), acrescidos de 2 novos locais, embora adensando maior número de pontos amostrais no setor norte da Cidade. Adicionalmente, foram instalados tubos de difusão em mais 18 locais periféricos, distribuídos estratégicamente pelos Municípios de Duque de Caxias, Nova Iguaçú, São João de Merití, Belford Roxo, Magé, Queimados e Nilópolis. Os referidos tubos permaneceram instalados por oito (8) dias contínuos, após o que foram retirados e enviados para análise em laboratório da Passam Ag Zurich Suiça. No ato da retirada de cada tubo passivo um novo foi colocado, com a finalidade de validar as medições anteriores pelo mesmo período, sendo posteriormente retirados e também analisados. Foram, portanto, duas (2) campanhas amostrais sucessivas envolvendo sessenta (60) pontos na Bacia Aérea III, dentre os quais quarenta (42) pontos na Cidade do Rio de Janeiro, conforme podem ser identificados na Tabela I. As duas campanhas consecutivas foram realizadas, respectivamente, de 18 a 25 de novembro de 1999 e de 25 de novembro a 02 de dezembro de Para a verificação das condições meteorológicas reinantes durante as duas campanhas de monitoramento de ozônio empregando o método dos tubos passivos, foram levantadas as imagens de satélite disponibilizadas pelo CPTEC Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos, as observações meteorológicas dos aeroportos do Rio de Janeiro, disponíveis no site do NWS National Weather Service dos Estados Unidos e os registros pluviométricos diários do Rio de Janeiro, cedidos pela GEORIO As imagens de satélite foram os recursos utilizados para poder-se acompanhar a evolução atmosférica sobre o Rio de Janeiro, principalmente com respeito aos sistemas frontais frios, uma vez que estes, além de gerarem normalmente precipitações e trazerem ar frio á região, promovem um aumento significativo, até mesmo completo da nebulosidade. E para o ozônio já que este não é um poluente primário a presença da luz solar e de temperaturas elevadas são fundamentais na sua formação. De modo geral, os períodos de campanha coincidiram com um intenso período de nebulosidade, temperaturas amenas e precipitações quase freqüentes em diversas localidades da Cidade do Rio de Janeiro, ocasionados basicamente por três sistemas frontais. 2922

3 Tabela I Indicações dos locais de instalação de tubos passivos para o monitoramento de ozônio. Local Município Local Município Ilha do Fundão Rio de Janeiro Complexo da Maré* Rio de Janeiro São Cristóvão Rio de Janeiro Vila Residencial UFRJ* Rio de Janeiro Cidade Nova Rio de Janeiro Ilha do Governador Rio de Janeiro Centro Rio de Janeiro Cordovil Rio de Janeiro Largo do Machado Rio de Janeiro Vigário Geral Rio de Janeiro Botafogo Rio de Janeiro Irajá Rio de Janeiro Copacabana Rio de Janeiro Inhaúma Rio de Janeiro Ipanema Rio de Janeiro Olaria Rio de Janeiro Gávea Rio de Janeiro Bonsucesso Rio de Janeiro Humaitá Rio de Janeiro Rio Comprido Rio de Janeiro Cachambí Rio de Janeiro Sumaré - Prédio TVS Rio de Janeiro Tijuca Rio de Janeiro Piedade Rio de Janeiro Vila Isabel Rio de Janeiro Sebastião Isidoro Belford Roxo Andaraí Rio de Janeiro Luiz de Camões Belford Roxo Vila Valqueire Rio de Janeiro Praça da Matriz S.J. de Merití Jacarepaguá Rio de Janeiro Praça Araruama S.J. de Merití Barra I - Av. Ayrton Senna Rio de Janeiro Parque Aliança S.J. de Merití Barra I Pr. J. Bernardino Rio de Janeiro Rua Prof. Paris Nova Iguaçú Recreio dos Bandeirantes Rio de Janeiro Av. Abílio Augusto Távora Nova Iguaçú Prainha Rio de Janeiro Estrada Adrianópolis Nova Iguaçú Pedra de Guaratiba Rio de Janeiro Praça Humaitá Duque de Caxias Sepetiba Rio de Janeiro Praça Baried Cavour Duque de Caxias S. Cruz I R. F. Cardoso Rio de Janeiro Praça da Taquara Duque de Caxias Santa Cruz II Av. Brasil Rio de Janeiro Av. Camarin Baviro Queimados Santíssimo Rio de Janeiro Praça da Conienas Queimados C. Grande I- P. S. Geraldo Rio de Janeiro Rua Benjamin Constant Magé C. Grande II J. Esmerardi Rio de Janeiro Hospital Municipal Magé Padre Miguel Rio de Janeiro Av. Santos Dumont Magé Ricardo de Albuquerque Rio de Janeiro Centro Cultural Nilopolis Honório Gurgel Rio de Janeiro Depóstio Públcio Municipal Nilopolis Novos locais de amostragem na Cidade do Rio de Janeiro em relação as amostragens anteriores de SO2 e NO2 (1996). As observações meteorológicas também foram úteis no entendimento de todo o processo que levava a formação de ozônio e os valores apresentados. Para se ter idéia quantitativa das precipitações ocorridas na área de monitoramento de ozônio por tubos passivos, foram utilizadas as informações dos totais diários de precipitação, gentilmente cedido pela GEORIO Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, cujas estações pluviométricas estão distribuídas na Cidade do Rio de Janeiro. Também foram usadas as informações referentes aos valores médios e máximos diários de velocidade do vento para a Bacia Aérea III da RMRJ, estimados pelo NMS ( National Weather Service ) dos Estados Unidos, a partir de observações reais de superfície e altitude. Inicialmente, fez-se uma comparação dos valores ocorridos no período das duas campanhas com os mesmos períodos dos anos de 1998 e 1997, pelo que se pode verificar que neste ano de 1999 o período amostral apresentou menos quantidade de precipitações do que os demais. RESULTADOS E DISCUSSÃO As análises das temperaturas (não apresentadas) evidenciaram dois momentos distintos de mínimos e máximos valores relativos. Os mínimos de 21/11 e 01/12 foram resultados da entrada de ar frio trazidas pelas massas polares migratórias (e frentes frias). Os máximos são devidos a duas situações básicas: a) aproximação 2923

4 frontal, com aquecimento da insolação e pela compressão adiabática forçada pela frente fria a caminho e b) situação pós frontal com abertura parcial ou total do céu. Comparativamente aos valores médios de longo período, observou-se que as flutuações máximas se deram em torno de +2ºC e 2ºC. Evidentemente a temperatura média mínima de 18ºC para o dia 21/11 (exatamente no dia da entrada de ar frio associado a chegada de uma frente fria) foi relativamente baixa para a época do ano. Considerando o conhecimento observacional que abaixo de 21ºC a formação de ozônio raramente ocorre, enquanto que em torno de 32ºC a probabilidade passa a ser de 50%, pode-se concluir que o período amostral das duas campanhas teria em si uma baixa probabilidade de formação de ozônio ou, por outro lado, no caso de ter sido formado, os valores de suas concentrações poderiam ser, localmente, muito baixos. Diante disso, a maior contribuição do experimento, à princípio, seria o de avaliar a distribuição espacial das concentrações de ozônio. Notou-se que quando da penetração frontal fria do dia 21/11, as velocidades máximas chegaram a cerca de 30 km/h. Portanto, um mecanismo natural de dissipação de poluentes primários e secundários esteve presente neste dia. De modo geral, a ventilação foi razoável ao longo dos dias, com velocidades médias entre 5 e 10 km/h, principalmente nas áreas mais litorâneas. Quanto às precipitações, verificou-se que na primeira campanha as precipitações estiveram mais elevadas do que na segunda campanha, principalmente na parte mais próxima ao litoral da Zona Oeste do Rio de Janeiro, da Barra da Tijuca a Santa Cruz. Isto se justifica pelo fato das entradas frontais terem trazido mais precipitações no setor oeste do Rio de Janeiro em função das trajetórias ocorridas. Finalmente, os resultados das concentrações de ozônio para cada local de monitoramento indicado na Tabela I são mostrados na Tabela II. A inclusão de Municípios da Baixada Fluminense justificou-se em função da necessidade de se ter uma melhor condição de contorno de análise espacial, bem como os transportes de poluentes não terem praticamente limites de deslocamento dentro da Bacia Aérea III. Além disso, a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (que custeou as despesas de monitoramento e análise) buscou apoiar as ações futuras do Programa do Banco Mundial: Iniciativa de Ar Limpo em Cidades da América Latina aplicado no Rio de Janeiro à Bacia Aérea III da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Foram observados valores de ozônio relativamente mais elevados na estação do Sumaré, a cerca de 900 m de altitude. Tal fato pode ser explicado em razão das eventuais mudanças de circulação atmosférica regional quanto das entradas e saídas de frentes frias na região; em situações pré-frontais os ventos regionais passam a soprar de norte nordeste, transportando, portanto, os poluentes liberados para sul sudoeste, encontrando as barreiras monitoradas (Maciço da Tijuca e Pedra Branca) e sendo obrigados a desviarem-se aerodinamicamente da fisiografia. Entretanto, outra possível e mais forte justificativa para o fato de ter-se encontrado valores elevados no Sumaré, diz respeito a que as inúmeras fontes móveis existentes à borlavento (zona sul litorânea) tenham liberado uma grande quantidade de NO2 e que o processo de formação de ozônio tenha ocorrido localmente. Assim tendo ocorrido, o ozônio formado teria seu deslocamento induzido para o norte pelas sempre e freqüentes circulações de sudeste (que para o caso em questão esteve mesclado entre circulação pós-frontal e brisa marítima). Ao encontrarem as vertentes sul do Maciço da Tijuca, o ozônio e/ou seus precursores e outros poluentes, possivelmente tenham se elevado encosta cima, aumentando, portanto, os níveis daquele poluente no local de referência. Para a os municípios da Baixada Fluminense integrantes da Bacia Aérea III, os maiores valores de concentração ocorridos em Duque de Caxias, durante a primeira campanha, com valores superiores a 100 µg/m³, o que significa dizer que, apesar da menor insolação, os mecanismos de circulação do ar (predominantemente de sulsudeste para nor-noroeste) concorreram para transportar os precursores de ozônio (notadamente o NOx emitido pelos veículos automotores do seu entorno à sul e sudeste) ou mesmo os próprios já formados até aquele município. Os menores valores de ozônio encontrados em toda a área de análise foram aqueles obtidos no Município de Magé, o que leva a crer que na região os seus precursores e mesmo a sua formação tenham sido em pequena quantidade e/ou que as circulações regionais não tenham tido a capacidade de transportar os precursores ou mesmo o ozônio formado em outras áreas até aquele Município. 2924

5 Nenhum valor obtido em campanha violou o padrão de qualidade do ar para o ozônio, que é de 160 ug/m³ em 1 hora (Resolução CONAMA 03/90). A distribuição espacial das concentrações de ozônio na Cidade do Rio de Janeiro revelou para a primeira campanha a existência de diversos núcleos de máximos valores relativos de ozônio, principalmente nas imediações de Padre Miguel (XVII RA Bangú), Pedra de Guaratiba (XXVI RA Guaratiba), Sepetiba (XIX RA Santa Cruz) e Alto do Sumaré esse último com o maior valor encontrado para a Cidade do Rio de Janeiro em ambas as campanhas. Destaque também para a área próxima a Praça José Bernardino (XXIV RA Barra da Tijuca). Tomando como enfoque a parte norte da Cidade do Rio de Janeiro, observa-se um gradual e significativo aumento das concentrações de ozônio no sentido de Duque de Caxias, que apresentou valores superiores a 100 ug/m³ na primeira campanha. Para a segunda campanha especificamente, as configurações de máximos e mínimos de concentrações foram semelhantes àquelas da primeira campanha, exceto para Duque de Caxias, que passou a não apresentar um núcleo de máxima concentração como anteriormente. Pode-se destacar, ainda, os máximos relativos em Pedra de Guaratiba (XXVI RA Guaratiba), Av. Ayrton Senna (XXIV RA Barra da Tijuca), Alto do Sumaré e Cidade Nova (III RA Rio Comprido), além de Vigário Geral (XI RA Penha). No caso particular da Cidade Nova (onde se situa a sede administrativa do Município do Rio de Janeiro), registrou-se o fato do monitor de ozônio ali instalado ter sido extraviado durante a primeira campanha. Presumivelmente, em função da grande quantidade de veículos que trafega por dia na Av. Presidente Vargas e arredores, as condições potencias de formação de ozônio aconteçam no entorno daquele ponto, embora se observe um micro-clima bastante peculiar na área do CASS Centro Administrativo São Sebastião, onde sempre uma boa ventilação mantém-se presente. CONCLUSÕES Para que se pudesse ter uma visão espacial integrada e retrospectiva dos principais elementos de poluição do ar medidos na Cidade do Rio de Janeiro, lançou-se mão dos resultados das campanhas de monitoramento de dióxido de enxôfre (SO2) e dióxido de nitrogênio (NO2), realizadas de 27 de setembro a 10 de novembro de Confrontando, então, as análises atuais de ozônio com as de SO2 e NO2, pode-se verificar que, exceto no Alto do Sumaré, os valores mais expressivos das concentrações de O3, SO2 e NO2 encontraram-se na Bacia Aérea III da Região Metropolitana do Rio de Janeiro ou mais precisamente na AP-3 da Cidade do Rio de Janeiro Cabe destacar a estreita correlação espacial entre as áreas de máximas concentrações de NO2 (precursores do ozônio, sob incidência de intensa radiação solar) e do próprio O3, como pode ser verificado na AP-2. Os máximos valores relativos de NO2, entre Copacabana, Ipanema, Leblon e Lagoa, possivelmente estivessem relacionados com a presença do ozônio no Alto do Sumaré. As áreas limítrofes entre a AP-1 e AP-3, bem como a central a AP-3, possivelmente exerceram influência para as máximas concentrações de O3 encontradas ao norte (em Duque de Caxias) na primeira campanha, e ao norte e a oeste (em Duque de Caxias e Padre Miguel), com a interferência dos ventos locais. Observação: As indicações das Áreas de Planejamento (AP`s), Regiões Administrativas e respectivos bairros são apresentados no ANEXO I. AGRADECIMENTOS Os agradecimentos dos autores à Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, na pessoa de seu Ilustríssimo Secretário Dr. Maurício Lobo, pelo apoio financeiro ao projeto. 2925

6 Tabela II Resultados das duas campanhas de monitoramento de ozônio. Localização 1ª C. 2ª C. Localização 1ª C. 2ª C. Ilha do Fundão - Rio Complexo da Maré - Rio 42,3 São Cristóvão - Rio 28,6 40,5 Vila Residencial - UFRJ - Rio 45,0 Cidade Nova - Rio 61,0 Ilha do Governador - Rio Centro - Rio 27,6 32,5 Cordovil - Rio 38,9 Largo do Machado - Rio 26,6 32,5 Vigário Geral - Rio 59,9 32,0 Botafogo - Rio 20,7 23,5 Irajá - Rio 45,7 Copacabana - Rio 24,4 19,8 Inhaúma - Rio 42,1 Ipanema - Rio 23,6 32,0 Olaria - Rio 48,4 32,6 Gávea - Rio 31,2 Bonsucesso - Rio 48,8 28,7 Humaitá - Rio 20,5 22,0 Rio Comprido - Rio 37,5 Cachambí - Rio 33,8 34,2 Sumaré - Prédio TVS - Rio 93,5 72,0 Tijuca - Rio 30,9 43,0 Piedade - Rio 38,4 Vila Isabel - Rio 35,6 35,0 Sebast. Isidoro - Belford Roxo 47,8 33,0 Andaraí - Rio 39,3 58,0 Luiz de Camões - Belford Roxo 58,1 44,0 Vila Valqueire - Rio 41,5 45,5 Praça da Matriz - SJ Merití 41,4 39,5 Jacarepaguá - Rio 46,0 55,0 Praça Araruama - SJ Merití 49,6 47,2 Barra I - Av. Ayrton Senna - Rio 37,4 62,5 Parque Alian - SJ Merití 50,4 44,6 Barra II - Pr. J. Bernardino - Rio 44,9 43,0 Rua Prof. Paris - Nova Iguaçú 44,3 39,0 Recreio dos Bandeirantes - Rio 36,2 43,5 Av. A Aug. Távora - Nova Iguaçú 52,0 45,0 Prainha - Rio 46,2 43,4 Estr. Adrianópolis - Nova Iguaçú 46,8 43,1 Pedra de Guaratiba - Rio 61,8 67,5 Pr. Humaitá - Duque de Caxias 107,9 28,6 Sepetiba - Rio 61,0 59,0 Pr. B. Cavour - Duque de Caxias 100,9 38,2 Stª Cruz I - R. F. Cardoso - Rio 58,7 45,0 Pr. Taquara - Duque de Caxias 107,5 32,6 Stª Cruz II - Av. Brasil - Rio 51,4 20,0 Av. Camarin Baviro - Queimados 56, Santíssimo - Rio 49,9 42,5 Praça da Conienas - Queimados 45,9 C.Gde I - Pr.S.Geraldo - Rio Rua Benjamin Constant - Magé 24,3 20,1 C.Gde. II - Pr.J.Esmerardi - Rio 43,0 Hospital Municipal - Magé 20,2 15,3 Padre Miguel - Rio 58,6 52,6 Av. Santos Dumont - Magé 36,4 Ricardo de Albuquerque - Rio 43,4 38,2 Centro Cultural - Nilópolis 76, Honório Gurgel - Rio 39,0 Depósito Púb. Mun. - Nilópolis 79,3 62,5 1ª C primeira campanha; 2ª C segunda campanha REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERNHRD, N.L.; GERBER, N.J.: Ozone Measurement with Passive Samplers: Validation and Use for Ozone Pollution Assessment in Montpellier, France. Environ. Sci. Technol. 1999, 33, HANGARTNER, M.: Einsatz von Passivsammlern für verschiedene Schadstoffe in der Aussenluft. VDI Berichte Nr. 838, (1990). HANGARTNER, M; KIRCHNER, M. & WWERNER, H.: Evaluation of Passive Methods for Measuring Ozone in the European Alps. Analyst, Vol 121 p (1996) MONN, CH. & M. HANGARTNER: Passive Sampling for Ozone. Journal of Air and Waste Management Assoc. Vol 40, No 3 (1990). PASSAM AG. Annual reports on air pollution levels in several Swiss cantons: (Graubünden, Freiburg, Aargau, Luzern) 2926

7 PFEIFFER, H.U.; BREUER, L. & ELLERMANN, K.: Validation of hydrocarbon diffusive tubes for ambient monitoring. LUA Report No SMAC/UFRJ. Dimensionamento da Rede de Qualidade do Ar para a Cidade do Rio de Janeiro. Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Rio de Janeiro & Universidade Federal do Rio de Janeiro Departamento de Meteorologia (Prof. Luiz Francisco P. G. Maia) ANEXO I ÁREA DE PLANEJAMENTO1 (AP-1) Benfica VII São Cristóvão Cajú I - Portuária Catumbí III Rio Comprido Centro II - Centro Cidade Nova III Rio comprido Estácio III Rio Comprido Gamboa I - Portuária Mangueira VII São Cristóvão Paquetá XXI - Paquetá Rio Comprido III Rio Comprido Santa Teresa XXIII Santa Teresa Santo Cristo I Portuária São Cristóvão VII São Cristóvão Saúde I - Portuária ÁREA DE PLANEJAMENTO 2 (AP-2) Alto da Boa Vista VIII - Tijuca Andaraí IX Vila Isabel Botafogo IV - Botafogo Catete IV Botafogo Copacabana V - Copacabana Cosme Velho IV Botafogo Flamengo IV - Botafogo Gávea VI Lagoa Glória IV - Botafogo Grajaú IX Vila Isabel Humaitá IV - Botafogo Ipanema VI Lagoa Jardim Botânico VI - Lagoa Lagoa VI Lagoa Laranjeiras IV - Botafogo Leblon VI Lagoa Leme V - Copacabana Maracanã IX Vila Isabel Praça da Bandeira VIII - Tijuca Rocinha XXVII Rocinha São Conrado VI - Lagoa Tijuca VIII Tijuca Urca IV - Botafogo Vidigal VI Lagoa Vila Isabel IX Vila Isabel 2927

8 ÁREA DE PLANEJAMENTO 3 (AP-3) Abolição XIII - Méier Acari XXV Pavuna Água Santa XIII - Méier Anchieta XII Anchieta Bancários XX Ilha do Governador Barros Filho XXV Pavuna Bento Ribeiro XV Madureira Bonsucesso X Ramos Brás de Pina XI Penha Cachambi XIII - Méier Cacuia XX Ilha do Governador Campinho XV Madureira Cascadura XV - Madureira Cavalcanti XV Madureira Cidade Universitária XX ilha do Governador Cocotá XX Ilha do Governador Coelho Neto XXV - Pavuna Colégio XIV Irajá Complexo do Alemão XXIX Morro do Alemão -1 Cordovil XI - Penha Costa Barros XXV Pavuna Del Castilho XII Inhaúma Encantado XIII Méier Engenheiro Leal XV Madureira Engenho da Rainha XII - Inhaúma Engenho de Dentro XIII Méier Engenho Novo XIII - Méier Freguesia XX Ilha do Governador Galeão XX Ilha do Governador Guadalupe XXII Anchieta Higienópolis XII Inhaúma Honório Gurgel XV Madureira Inhaúma XII Inhaúma Irajá XIV Irajá Jacaré XIII - Méier Jacarezinho XXVIII Jacarezinho Jardim América XI - Penha Jardim Carioca XX Ilha do Governador Jardim Guanabara XX Ilha do Governador Lins de Vasconcelos XIII Méier Madureira XV - Madureira Manguinhos X Ramos Maré XXX Maré Marechal Hermes XV Madureira Maria da Graça XII Inhaúma Méier XII Méier Moneró XX Ilha do Governador Olaria X - Ramos Oswaldo Cruz XV Madureira Parada de Lucas XI Penha Parque Anchieta XXII Anchieta Parque Colúmbia XXV Pavuna Pavuna XXV Pavuna Penha XI Penha Penha Circular XI - Penha Piedade XIII Méier Pilares XII Méier Pitangueiras XX Ilha do Governador Portuguesa XX Ilha do Governador Praia da Bandeira XX Ilha do Governador Quintino Bocaiúva XV Madureira Ramos X Ramos Riachuelo XIII - Méier Ribeira XX Ilha do Governador Ricardo de Alburqueque XXII Anchieta Rocha XIII Méier Rocha Miranda XV - Madureira Sampaio XIII Méier São Francisco xavier XIII Méier Tauá XX Ilha do Governador Todos os Santos XIII Méier Tomás Coelho XII Inhaúma Turiaçu XV Madureira Vasco da Gama VII São Cristóvão Vaz Lobo XV Madureira Vicente de Carvalho XIV Irajá Vigário Geral XI Penha Vila Cosmos XIV Irajá Vila da Penha XIV Irajá Vista Alegre XIV Irajá Zumbi XX Ilha do Governador 2928

9 ÁREA DE PLANEJAMENTO 4 (AP-4) Anil XVI Jacarepaguá Barra da Tijuca XXIV Barra da Tijuca Camorim XXIV Barra da Tijuca Cidade de Deus XVI Jacarepaguá Curicica XVI Jacarepaguá Frequesia JPA XVI Jacarepaguá Gardênia Azul XVI Jacarepaguá Grumari XXIV Barra da Tijuca Itanhangá XXIV Barra da Tijuca Jacarepaguá XVI Jacarepaguá Joá XXIV Barra da Tijuca Pechincha XVI Jacarepaguá Praça Seca XVI Jacarepaguá Recreio dos Bandeirantes XXIV Barra da Tijuca Tanque XVI Jacarepaguá Taquara XVI Jacarepaguá Vargem Grande XXIV Barra da Tijuca Vargem Pequena XXIV Barra da Tijuca Vila Valqueire XVI Jacarepaguá ÁREA DE PLANEJAMENTO 5 (AP-5) Bangu XVII Bangu Barra da Guaratiba XXVI Guaratiba Campos dos Afonsos XVII Bangu Campo Grande XVIII Campo Grande Cosmos XVIII Campo Grande Deodoro XVII Bangu Guaratiba XXVI Guaratiba Inhoaíba XVIII Campo Grande Jardim Sulacap XVII Bangu Magalhães Bastos XVII Bangu Paciência XIX Santa Cruz Padre Miguel XVII Bangu Pedra de Guaratiba XXVI Guaratiba Realengo XVII Bangu Santa Cruz XIX Santa Cruz Santíssimo XVIII Campo Grande Senador Camará XVII Bangu Senador Vasconcelos XVIII Campo Grande Sepetiba XIX Santa Cruz Vila Militar XVII Bangu 2929

* RIO DE JANEIRO, PETRÓPOLIS, NOVA IGUAÇU, NITERÓI, SÃO GONÇALO E CAMPOS DOS GOYTACAZES. SENAC - Madureira Centro Universitário Celso Lisboa - Sampaio

* RIO DE JANEIRO, PETRÓPOLIS, NOVA IGUAÇU, NITERÓI, SÃO GONÇALO E CAMPOS DOS GOYTACAZES. SENAC - Madureira Centro Universitário Celso Lisboa - Sampaio * RIO DE JANEIRO, PETRÓPOLIS, NOVA IGUAÇU, NITERÓI, SÃO GONÇALO E CAMPOS DOS GOYTACAZES ABOLICAO ACARI AGUA SANTA ALTO DA BOA VISTA ANCHIETA * ANDARAÍ ANIL ARPOADOR BAIRRO DE FATIMA BANCARIOS * BANGU BARRA

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