CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL.

Transcrição

1 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Durval Salge Jr. 1-) Teoria Geral dos Recursos: a) Conceito de Recursos: Prerrogativa da parte de buscar do judiciário o reexame de decisão com o objetivo de esclarecimento ou modificação. DICA: Função do recurso: evitar o trânsito em julgado da decisão. O rol dos recursos está previsto no art. 994 do NCPC: Art São cabíveis os seguintes recursos: I - apelação; II - agravo de instrumento; III - agravo interno; IV - embargos de declaração; V - recurso ordinário; VI - recurso especial; VII - recurso extraordinário; VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário; IX - embargos de divergência. ATENÇÃO: Pergunta-se: O que é decidir errado? 1

2 Decidir errado significa que o juiz se equivocou no exame do processo, errou em, por exemplo, não conceder os pedidos formulados na petição inicial pelo autor e por isso, busca-se o reexame da decisão. b) Classificação dos Recursos: b.1-) Quanto ao fim esperado: - REFORMA: O recurso caminha para que se tenha uma decisão em sintonia com o objetivo da parte. Está ligado diretamente com a necessidade de modificação da decisão impugnada. - INVALIDAÇÃO: Se recorre por conta da existência de vícios e busca-se a anulação da decisão impugnada, para que seja outra proferida em substituição. CUIDADO: Invalidação está ligada a existência de vícios. Ex: o juiz proferiu a decisão sem fundamentar, está decisão deverá ser invalidada, haja vista, não estar de acordo com o art. 11 do NCPC: Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. - ESCLARECIMENTO: O recurso caminha para regularizar uma decisão confusa ou imprecisa. Ex: Embargos de Declaração art do NCPC. ATENÇÃO: A parte precisa conhecer para combater. 2

3 b. 2-) Quanto ao Juiz: - DEVOLUTIVO: A questão é simplesmente devolvida pelo juiz (primeiro grau) da causa a outro juiz (segundo grau). Ex: art do NCPC: A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. proferiu a decisão. - NÃO DEVOLUTIVO: A questão é decidida pelo mesmo juiz que Ex: Embargos de Declaração, art do NCPC. - MISTO: Ao mesmo tempo em que o juiz reexamina ele encaminha ao Tribunal Superior. b. 3-) Quanto a marcha do processo: - SUSPENSIVO: Impede o início da execução. - NÃO SUSPENSIVO: Permite a execução provisória. b. 4-) Quanto aos efeitos: Impedir a coisa julgada; Levar a decisão ao reexame pelo mesmo juiz ou por outro; Impedir que a decisão possa produzir efeitos. b. 5-) Quanto aos atos passíveis de recurso: São passíveis de recurso os atos processuais strictu senso, exceto os despachos, nos termos do art do NCPC. 3

4 CUIDADO: Atos processuais lato senso são os atos praticados pelos auxiliares da justiça e pelas partes. Já os atos processuais considerados strictu senso são os praticados pelo magistrado, ou seja, sentença e decisão interlocutória. Leiam o art. 203 do NCPC: Art Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. Outro ato também passível de recurso é o acórdão proferido por colegiado, mas que também poderá ser proferido monocraticamente. Leiam o art. 204 e o art , todos do NCPC. Art Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais. Art Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal. 2-) Agravos: a) Conceito: O Agravo é um recurso que é voltado preponderantemente contra as decisões interlocutórias. Previsão encontrada no art do NCPC. 4

5 Art Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: b) Espécies: Agravo de Instrumento; Agravo Interno e Agravo que servirá para o Recurso Especial ou o Recurso Extraordinário subir ao respectivo Tribunal Superior. c) Interposição: c. 1-) Prazo: - 15 dias para interpor o recurso, nos termos do art , parágrafo quinto do NCPC dias para interpor o recurso de agravo previsto em Lei Especial ou em Regimento Interno de Tribunal, conforme o art do NCPC. d-) Cabimento: d. 1-) Agravo de Instrumento: O recurso de agravo de instrumento será cabível para acatar as decisões interlocutórias que versarem sobre: 1. Tutelas provisórias; 2. Mérito do processo; 3. Rejeição da alegação de convenção de arbitragem; 4. Incidente de desconsideração da personalidade jurídica; 5. Rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; 6. Exibição ou posse de documento ou coisa; 7. Exclusão de litisconsorte; 5

6 8. Rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; 9. Admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; 10. Concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; 11. Redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, 1 o ; 12. Outros casos expressamente referidos em lei; 13. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário. d. 2-) Agravo Interno: Caberá contra decisão proferida pelo relator do recurso, ou seja, decisão monocrática e será levada para reexame pelo órgão colegiado, a qual compõe o relator. Leiam o art do NCPC. Art Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal. BONS ESTUDOS!!! Profa. Cristina Anita S. Lereno 6