Latusa digital ano 2 Nº 15 junho de 2005

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Latusa digital ano 2 Nº 15 junho de 2005"

Transcrição

1 Latusa digital ano 2 Nº 15 junho de 2005 Identificação e sintoma Jaime Araújo Oliveira* A identificação em Freud Podemos situar o início da investigação sobre este tema na obra de Freud em Introdução ao Narcisismo (1914), no qual ele cunha as noções de eu ideal e ideal do eu, sugerindo ainda a existência de um terceiro agente psíquico especial, base do que chamará de supereu. O processo de distinção desses conceitos foi complexo e prolongado, só se esclarecendo com Lacan, em O Seminário 1, em seu Esquema dos ideais da pessoa. Mas o que importa em nossa discussão é o que unifica estes conceitos, e que levou Lacan a designá-los como formações do eu : o fato de tratar-se de instâncias inconscientes do eu, concepção que representará um dos avanços da segunda tópica freudiana, introduzida em O eu e o isso (1923). Para tratar da origem destas instâncias, Freud, neste último texto, toma como modelo a noção de introjeção, por identificação, de um objeto perdido utilizada anteriormente para explicar o luto e a melancolia. Freud a aplica agora ao Édipo. O objeto perdido, e introjetado por identificação, seria aqui o genitor do mesmo sexo, sendo a causa da perda a rivalidade com este na triangulação edípica. A idéia desta identificação apontava para uma diferença entre homens e mulheres. Eles se identificariam ao pai, e elas, à mãe, o que levou Jung a formular a noção de complexo de Electra, rejeitada por Freud. * Aderente da Escola Brasileira de Psicanálise (EBP). 1

2 Em A dissolução do complexo de Édipo e em Algumas conseqüências psíquicas da distinção anatômica entre os sexos, Freud revê esta formulação, substituindo a noção de rivalidade com o genitor do mesmo sexo pelo conceito de complexo de castração. Na primeira formulação deste conceito (1908), ele distinguira duas versões do complexo: a masculina e a feminina, a angústia de castração e a inveja do pênis. Aplicando essas noções à questão da dissolução do complexo de Édipo, ele diz agora que, no final do Édipo, o que está em jogo, tanto para homens como para mulheres, é uma identificação ao Pai. Porém, em Psicologia de grupo e análise do eu (1921), no capítulo 7, ele já indicara que a identificação não se faz propriamente com uma pessoa e sim com um único aspecto desta. A expressão usada por Freud, tornada célebre por Lacan, é que a identificação se faz com um traço isolado da pessoa no original alemão einen einziger Zug ( um único traço ), base do que Lacan elevará mais tarde à dignidade de conceito: o de traço unário. A identificação em Lacan Nos seus primeiros escritos, dos anos 30 e 40, Lacan ainda compartilha com os chamados pós-freudianos a ênfase no que ele designará mais tarde como Imaginário, ao cunhar, a partir de 1953, a noção de três registros da experiência humana, que irá se tornar seu paradigma teórico central. Assim, sua primeira abordagem da identificação, no Estádio do espelho, é centrada no registro Imaginário. Trata-se da introjeção da imagem do outro, pelo infans até então despedaçado pela fragmentação das pulsões parciais, base da constituição da função do eu. Sobre a natureza desse outro, a princípio materno, que fornece a imagem, o escrito A agressividade 2

3 em psicanálise (1948) fala, à maneira do Freud de 1923, em uma identificação secundária, por introjeção da imago do genitor do mesmo sexo. 1 O início dos anos 50 o chamado primeiro ensino de Lacan é marcado pela ênfase no Simbólico. No Seminário 5 este conceito permitirá a Lacan realizar uma releitura do Édipo, decomposto em três tempos. Como conclusão, há uma superação da formulação de 1948, que leva Lacan ao Freud de 1924/25. Ou seja: na neurose, para ambos os sexos, o ideal do eu resulta de uma identificação ao pai, no final do Édipo. O pai é caracterizado aqui como Pai Real, no sentido de pai da realidade. A noção de Real sendo tomada na forma que, como aponta Miller 2, este termo adquire também no Esquema R. No capítulo 9 do Curso citado, Miller distingue esta noção de Real, que ele chama didaticamente de R2, de outras presentes na obra de Lacan: o Real como prévio (R1), e o Real como resto (R3), situando-as, respectivamente, a partir da relação com os outros dois registros, segundo o esquema abaixo. 3 I > S R1 R2 R3 Assim, diferentemente das duas outras concepções do Real, situadas, respectivamente, num aquém e num além do Imaginário e do Simbólico (concepções que encontram eco em formulações da ciência, especialmente da matemática e da cosmologia, ou da filosofia), a noção de Real usada no sintagma Pai Real do Seminário 5 aponta para algo que se situa entre Imaginário e Simbólico. O que em R.S.I. corresponde ao sentido. Ou seja, algo que se aproxima da significação de Real na linguagem corrente, em oposição ao Real da ciência e da filosofia. 1 LACAN, J.- A agressividade em psicanálise (1948). Em: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998, p MILLER, J.-A.- Los signos del goce (1986). Buenos Aires: Paidós, 1998, capítulo VIII. 3 Idem, p

4 De qualquer forma, a noção lacaniana de metáfora paterna nos mostra o Pai Real reduzido a um significante: o Nome-do-Pai. Um significante qualquer, atribuído pelo sujeito ao Pai, e que apontaria para aquilo que, no Pai, é interpretado como de natureza fálica, ou seja, correspondendo a um suposto saber sobre o desejo do Outro materno. Desta forma, a aparentemente estranha noção de Real como realidade (R2), presente no Esquema R e no sintagma Pai Real, deve ser entendida, como indica Miller 4, como parte do que ele sugere como uma chave para o entendimento do esforço de Lacan em seu primeiro ensino. Ou seja, o que Miller chama de mutação significante, a produção do significante a partir do Imaginário, que ele escreve: I >S. 5 No Seminário 8, no capítulo A identificação por Ein Einziger Zug, Lacan extrai conseqüências do texto freudiano sobre a Psicologia de grupo. Se, como vimos até aqui, a origem da identificação é o Pai, e se este é reduzido a um significante (ou seja, ao Simbólico), o passo seguinte é mostrar que este significante é, a princípio, menos do que isso, digamos assim, tendo a natureza de um signo, que só adquire o caráter de significante ao entrar em relação com uma bateria significante, como diz Lacan. 6 Encontramos uma formulação semelhante em um escrito contemporâneo ao Seminário 8, Observações sobre o relatório de Daniel Lagache, do qual Miller extrai esta frase: É a constelação dessas insígnias que constitui para o sujeito o ideal do eu 7. Portanto, uma definição do ideal do eu, núcleo da identificação simbólica. Miller ressalta o uso, por Lacan, de dois termos inusuais: insígnias 4 Idem, capitulo IX. 5 Idem, p LACAN, J.- O seminário, livro 8: A transferência ( ). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, Idem, p Ver Lacan, J. Observações sobre o relatório de Daniel Lagache. Em: Escritos, op. cit., p

5 onde se esperaria ler, habitualmente, na pena de Lacan, significantes ; e constelação, ao invés do habitual cadeia, para tratar da forma de articulação desses elementos. Quanto às insígnias, Lacan acrescenta uma definição: um objeto reduzido à sua realidade mais estúpida 8. Ou seja, como na significação deste termo na linguagem corrente usado para designar objetos como bandeiras, brasões, emblemas, medalhas, troféus, etc. trata-se de algo que vale, não por um valor intrínseco, mas apenas por seu valor simbólico. Já o termo constelação indica, evidentemente, uma significação semelhante àquela que tem na astronomia antiga e popular, e/ou na astrologia: uma articulação puramente arbitrária, introduzida de fora, entre elementos no caso, corpos celestes que não têm nenhuma relação intrínseca. Como aponta Miller 9, a frase citada e a definição de ideal do eu nela presente indicam uma substituição, no que diz respeito a esta instância, do tradicional significante saussureano, lingüístico um S 1 binário, articulado a S 2, como na parte superior do Discurso do mestre (S 1 --->S 2 ) por um S 1 unário, disjunto de S 2, como na parte inferior, no lugar da produção, do Discurso do analista (S 2 // S 1 ). Discurso que deve estar em jogo no que é da ordem de um final de análise, indicando-se, assim, o que se espera que seja produzido em tal final. Identificação e final de análise Como sabemos, os pós-freudianos articularam a identificação com o final de análise, concebendo-o como uma identificação com o analista. Este último sendo visto como suposto portador de um Eu forte (derivado da conclusão de sua análise pessoal), e que operaria como modelo identificatório para os pacientes no processo de fortalecimento do Eu, que caracterizava a concepção da direção do tratamento dominante entre aqueles autores. O analista operaria assim, a rigor, como Pai, como ideal do eu a introjetar, a 8 LACAN, J.- Op. cit., p Ver MILLER, op. cit., p Cf. MILLER, op. cit., p

6 análise sendo da ordem de um refazer do Édipo, propiciando ao paciente a oportunidade de um new beginning, para usar uma conhecida expressão de Balint. 6

7 Ora, do ponto de vista lacaniano, isso corresponde a um refazer... da própria neurose. Por este motivo, e superando com isso aquela formulação dos pósfreudianos, Lacan apontará, no Seminário 11, para uma travessia do plano da identificação 10, para um além da identificação 11, isto é, para uma quebra das identificações nas quais até então o sujeito se sustentava, para uma destituição subjetiva. Com isso, apontava para um além do Pai, do Édipo, do falo, do complexo de castração, como aquilo que deve ser posto em jogo num final de análise. Mas isso não implicará, no entanto, em um abandono por Lacan da problemática da identificação ao tratar do final de análise em seu último ensino. Só que, como indicará o Seminário 23, a identificação de que se trata é de natureza bastante distinta, ou seja, uma identificação ao sinthoma. Do symptôme ao sinthome No primeiro ensino de Lacan, o sintoma (grafado em francês como symptôme) é entendido no sentido freudiano. Ou seja, como um significante; uma metáfora; uma mensagem dirigida ao Outro (A); e, em conseqüência, uma formação do inconsciente, a exemplo dos sonhos, lapsos, chistes, etc. Portanto, algo que permite, e mais do que isso, pede uma interpretação (mesmo com a modificação introduzida por Lacan neste conceito para distingui-lo da interpretação hermenêutica, pré-psicanalítica, através, por exemplo, da conhecida fórmula: algo que deve situar-se entre a citação e o enigma ). Na periodização proposta por Miller para ordenar a obra de Lacan, seu último ensino é marcado pela ênfase no Real. O que exigiu dele uma mudança de paradigma teórico: da lingüística e do estruturalismo à matemática (ou seja, à lógica, à topologia, etc.) e à literatura, ou, mais precisamente, uma certa 10 LACAN, J.- O seminário, livro 11: os quatro conceitos fundamentais da psicanálise (1964). Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1988, p Idem, ibidem, p

8 abordagem original deste último campo, por ele designada pelo neologismo Lituraterra (1971). Quanto à matemática, o que lhe interessa é o que ela implica de um Real como resto (o R3, de Miller) inapelável, e estruturalmente, inapreensível foracluído pelo Simbólico. E, em conseqüência, também pelo Imaginário, portanto pelo sentido, pela significação. Em Os signos do gozo, Miller dá o exemplo do clássico problema da quadratura do círculo. Em A erótica do tempo 12 utiliza o encontro das paralelas no infinito. Graciela Brodsky, em O princípio de redução (ou como comer um caracol) lembra o centro inalcançável de formas em espiral encontradas na natureza (como nos caracóis), e a série de Fibonacci e o número de ouro a elas aplicado. Poderíamos acrescentar outro problema clássico, pitagórico, citado por Lacan no Seminário 2 a propósito de célebre passagem do Mênon, de Platão: o da diagonal do quadrado de lado igual a um. Ou, ainda, os Aleph, os números transfinitos, de Cantor, utilizados para representar as diferentes formas pelas quais o infinito se apresenta na matemática. Nas fórmulas quânticas da sexuação do Seminário 20, Lacan usa a lógica matemática para falar também de um Real inapreensível pelo Simbólico, e a partir daí pelo Imaginário e, portanto, pelo sentido. No caso, o que é da ordem do não-todo do feminino, do gozo Outro. Outra utilização de um ramo das matemáticas com o mesmo propósito é o crescente recurso à topologia no último ensino de Lacan. O objetivo é produzir o que ele chama de uma monstração do que é da ordem de um Real não simbolizável nem imaginarizável. Com este propósito, ele lança mão de diferentes figuras topológicas: a banda de Möebius, o toro, o cross-cap, a garrafa de Klein, etc. Em R.S.I., utiliza outra figura topológica, o nó 12 MILLER, J.-A.- A erótica do tempo. Em: Latusa. Rio de Janeiro: EBP-Rio, 2000, p

9 borromeano (de três elos), para falar das relações entre os três registros da experiência humana. Finalmente, no Seminário 23, explora a idéia de um nó borromeano de quatro elos, para sugerir que, no falante, os três registros não estão amarrados por si mesmos (estariam apenas superpostos no nó), e sim por um 4º elo, que denomina sinthoma, lançando mão de uma forma arcaica da grafia da palavra em francês. Os neuróticos têm em comum o fato de que, o que opera neles como sinthoma, como 4º elo que amarra os demais, é aquilo que Lacan chamara de Nome-do-Pai. Assim, é num caso que sugere uma psicose, embora não desencadeada, ou pelo menos estabilizada, que Lacan buscará apoio neste Seminário para sustentar a idéia de um sinthoma que não seja da ordem do Nome-do-Pai na neurose.trata-se do caso do insigne para usar o witz de Miller 13 escritor James Joyce. Lacan trabalha os textos de Joyce, como Freud (1911) e ele próprio (1955) haviam feito com Schreber, e como o fizera em um de seus primeiros artigos: Escritos inspirados: esquizografia (1931). Dos primeiros livros de Joyce, redigidos ainda em uma linguagem mais tradicional em especial, o autobiográfico Um retrato do artista quando jovem (1914) Lacan extrai episódios que sugerem a presença de algo da ordem de uma foraclusão do Nome-do-Pai. E, também, da ordem da ocorrência, na infância, de algo que representaria um esboço de fenômenos elementares, e que lembra a alucinação do dedo cortado do Homem dos Lobos (1918), mas também as representações ultra-claras, Überdeutlich, que Freud aponta em 1937, como presentes no final de análise, e ainda os relatos 13 A palavra insigne, em francês, pode ser traduzida como insígnia, com as conotações que indicamos. Mas também como insigne (célebre, famoso, notável). Por homofonia, este significante remete a un signe ( um signo ). Ou ainda a un cygne ( um cisne ), o que Miller no cap. 1 dos Signos del goce aproveita para associar à famosa fábula do Patinho Feio (que, mais tarde se descobre um belo cisne). Essa polissemia do significante em questão, que se perde nas traduções, fez com que Miller optasse por não manter o título original Ce que fait insigne, no qual se poderia ouvir, ainda, O que faz um, signa na tradução castelhana. A este respeito ver nota da tradutora, Graciela Brodsky, na p. 8. 9

10 de passe de alguns AE (Horne, 1999). Com base nestes dados é sugerido o diagnóstico estrutural de psicose. Dos últimos livros do escritor: Ulisses (1922), e principalmente Finnegans Wake (1939), Lacan extrai o que, no seu entendimento, teria operado como um sinthoma estabilizador para Joyce. A saber: um uso radicalmente original, inventivo, e livre, da linguagem. E o que é o fundamental um uso da linguagem que não parece visar, pelo menos centralmente, à comunicação de um sentido, de uma significação. Lacan entende isso como um uso da língua que visa outra coisa: um puro gozo, autista, que não se dirige a ninguém. Nem mesmo ao Outro, que é o caso do symptôme neurótico e das demais formações do inconsciente. Ou, mais amplamente, do próprio inconsciente (identificado com o eixo simbólico, S-A, no Esquema L), o que ilustraria a noção de um inconsciente a céu aberto na psicose ou do inconsciente como debilidade mental. Esta é a interpretação lacaniana, bastante original, da obra de Joyce, distinta da interpretação dos estudiosos dessa obra no campo da Literatura, que giram em busca de significações 14. Com o que Lacan parece ter compreendido a conhecida boutade de Joyce, de que os estudiosos se ocupariam de sua obra por 300 anos (leia-se, infrutiferamente, se procuram nela uma significação). Mas Lacan não toma o caso Joyce e a noção de sinthoma como um caso isolado, único. Ao contrário, a partir daí a noção de sinthoma é universalizada. Inclusive para a neurose, ajudando a desfazer a semelhança, apenas aparente, entre os sujeitos com esta estrutura. Para não falar do campo que isso abre para o estudo das psicoses não desencadeadas A esse respeito ver a Introdução e as Notas de Leitura da versão brasileira do capítulo 1 de Finnegans Wake, em Schüller, 1999, ou ainda em Carpeaux, A esse respeito ver a Conversação de Arcachon e outras que se seguiram sobre o mesmo tema, como a Conversação de Antibes. 10

11 Neste sentido Lacan passará a pluralizar os Nomes-do-Pai (1973), apontando com isso para a idéia de diferentes possibilidades de enlaçamento dos três registros por um 4º elo em diferentes sujeitos. O sinthoma passa a designar, então, a forma particular de gozo de cada sujeito o modo como cada sujeito goza do inconsciente, na medida que o inconsciente o determina, segundo a formulação do Seminário 23. Um núcleo de gozo além do Simbólico, um Real como resto, inanalisável, que não é susceptível à interpretação. Não se trata de desfazer o sinthoma na análise. Muito pelo contrário, já que é aquilo que permite a cada sujeito organizar de forma singular seu gozo. Assim, o que deve estar em jogo em um final de análise é o que Lacan passa a chamar de identificação ao sinthoma, e um saber fazer com ele ( savoir y faire ). Como o caso Joyce demonstra, trata-se de uma invenção original, um rechaço das soluções universais que correspondem à função do falo, do Pai, do Édipo, do complexo de castração, etc. na neurose. Apontando desta forma para o fato de que é para além de tudo isso que deve visar um final de análise, no sentido que o último Lacan atribui a essa expressão. Identificação, sinthoma e final de análise Após termos abordado os conceitos de identificação e de sinthoma, trata-se agora de procurar articulá-los e, com isso, articular ambos ao tema do final de análise. Como lembramos na discussão sobre a identificação, em termos dos quatro discursos, a experiência analítica visa levar um sujeito do discurso com que ele chega a uma análise (o Discurso do mestre), passando pelo Discurso da histérica (através da chamada histerização discursiva), para chegar finalmente ao Discurso do analista. Isso implica transformar o S1 binário inicial, articulado a S 2, como na parte superior do Discurso do mestre (S 1 ---> S 2 ), em um S 1 unário, disjunto de S 2, no lugar da produção, na parte inferior, à direita, do Discurso do analista (S 2 // S 1 ). 11

12 Com isso, desloca-se a fantasia ($ <> a) de sua posição inicial, na parte inferior (abaixo das barras) do Discurso do mestre ($ // [<>] a), para a parte superior (acima das barras) do Discurso do analista, e, além disso, escrita na ordem inversa, como Lacan escreve a fantasia do perverso (a ---> [<>] $). Podemos ler aí o que corresponde à noção de travessia da fantasia, outra noção fundamental para dar conta do que deve estar em jogo em um final de análise na perspectiva do último Lacan. O S 1 unário, ao contrário do binário, não está articulado a S 2. Está, digamos, solto, o que Miller escreve 16 : S 1 S 1 S 1 S 1 S 1 S 1. Mas, como vimos, na definição do ideal do eu como uma constelação de insígnias, Lacan usa, para falar disso, o termo constelação, que é uma invenção. Invenção de uma relação entre elementos (como no caso dos corpos celestes das ditas constelações ) que não têm, a princípio, nenhuma relação intrínseca entre si. É isso que o sinthoma faz: inventar uma relação entre esseuns unários. Referências bibliográficas BRODSKY, G. Short Story: Os princípios do ato analítico. Rio de Janeiro: Contra Capa livraria, Ver : O princípio de redução (ou como comer um caracol). CARPEAUX, O. M. História da literatura ocidental. Rio de Janeiro: Alhambra, Ver: As revoltas modernistas, volume 8, capítulo I. FREUD, S Sobre as teorias sexuais das crianças (1908), op.cit., vol. IX. Notas psicanalíticas sobre um relato autobiográfico de um caso de paranóia (Dementia Paranoides) (1911), op.cit., vol. XII. Sobre o narcisismo: uma introdução (1914), op. cit., vol. XIV. Luto e melancolia (1917), op. cit., vol. XIV. Psicologia de grupo e análise do ego (1921), op. cit., vol. XVIII. O ego e o id (1923), op. cit., vol. XIX. A dissolução do complexo de Édipo (1924), op. cit., vol. XIX. Algumas conseqüências psíquicas da distinção anatômica entre os sexos (1925), op. cit., vol. XIX. HORNE, B. (1999) Fragmentos de uma vida psicanalítica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar editor, Ver: Passe: da IPA a Lacan, Parte I. JOYCE, J. Um retrato do artista quando jovem (1914). São Paulo: Siciliano, Ulisses (1922). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, (1939) Finnegans Wake / Finnicius Revém, Livro I, São Paulo, Ateliê / Porto Alegre, Casa de Cultura Guimarães Rosa, MILLER, J.-A.- Los signos del goce, op. cit., capítulo XX. 12

13 LACAN, J. Escritos Inspirados: Esquizografia (1931), apud Marini, Marcele. Lacan: A trajetória de seu ensino. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990, p O estádio do espelho como formador da função do eu (1949). Em: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar editor, O Seminário, livro 1: Os escritos técnicos de Freud ( ). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, O seminário, livro 2: O eu na teoria de Freud e na técnica da psicanálise ( ). Rio de Janeiro: Jorge Zahar editor, O seminário, livro 3: As psicoses ( ). Rio de Janeiro, Jorge Zahar editor, O seminário, livro 5: As formações do inconsciente ( ). Rio de Janeiro: Jorge Zahar editor, De uma questão preliminar a todo tratamento possível da psicose (1958). Em: Escritos, op., cit. O Seminário, livro 8: A transferência ( ). Rio de Janeiro: Jorge Zahar editor, Observação sobre o relatório de Daniel Lagache (1960). Em: Escritos, op. cit. O seminário, livro 11: Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise (1964). Rio de Janeiro, Jorge Zahar editor, O seminário, livro 17: O avesso da psicanálise ( ). Rio de Janeiro: Jorge Zahar editor, Lituraterra. Em: Outros Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar editor, O seminário, livro 20: Mais, ainda ( ). Rio de Janeiro: Jorge Zahar editor, O Séminaire, Livre XXII: R.S.I. Inédito. O Séminaire, Livre XXIII: Le sinthome. Paris: Seuil, Miller, J.-A. Los signos del goce (1986). Buenos Aires: Paidós, Os casos raros, inclassificáveis, da clínica psicanalítica: A Conversação de Arcachon. São Paulo: Biblioteca Freudiana Brasileira,

IDENTIFICAÇÃO E SINTHOMA

IDENTIFICAÇÃO E SINTHOMA IDENTIFICAÇÃO E SINTHOMA Jaime Araújo Oliveira Abril de 2005 Meia lua inteira Sopapo na cara do fraco Estrangeiro gozador Cocar de coqueiro baixo Quando o engano se enganou (Carlinhos Brown, 1989) 1) A

Leia mais

Desdobramentos: A mulher para além da mãe

Desdobramentos: A mulher para além da mãe Desdobramentos: A mulher para além da mãe Uma mulher que ama como mulher só pode se tornar mais profundamente mulher. Nietzsche Daniela Goulart Pestana Afirmar verdadeiramente eu sou homem ou eu sou mulher,

Leia mais

ISSO NÃO ME FALA MAIS NADA! (SOBRE A POSIÇÃO DO ANALISTA NA DIREÇÃO DA CURA) 1

ISSO NÃO ME FALA MAIS NADA! (SOBRE A POSIÇÃO DO ANALISTA NA DIREÇÃO DA CURA) 1 ISSO NÃO ME FALA MAIS NADA! (SOBRE A POSIÇÃO DO ANALISTA NA DIREÇÃO DA CURA) 1 Arlete Mourão 2 Essa frase do título corresponde à expressão utilizada por um ex-analisando na época do final de sua análise.

Leia mais

A Outra: o delírio da histérica

A Outra: o delírio da histérica Opção Lacaniana online nova série Ano 2 Número 6 novembro 2011 ISSN 2177-2673 1 Ana Martha Maia e Maria Fátima Pinheiro Desde Freud, podemos dizer que a fantasia e o delírio são construções ficcionais

Leia mais

UMA TOPOLOGIA POSSÍVEL DA ENTRADA EM ANÁLISE 1

UMA TOPOLOGIA POSSÍVEL DA ENTRADA EM ANÁLISE 1 UMA TOPOLOGIA POSSÍVEL DA ENTRADA EM ANÁLISE 1 Celso Rennó Lima A topologia..., nenhum outro estofo a lhe dar que essa linguagem de puro matema, eu entendo por aí isso que é único a poder se ensinar: isso

Leia mais

Latusa digital ano 2 N 19 outubro de 2005

Latusa digital ano 2 N 19 outubro de 2005 Latusa digital ano 2 N 19 outubro de 2005 Sinthoma e fantasia fundamental no caso do homem dos ratos * Cleide Maschietto Doris Rangel Diogo ** O Homem dos ratos 1 é um caso de neurose muito comentado,

Leia mais

Novos fundamentos para a psicanálise: Teoria da feminilidade generalizada

Novos fundamentos para a psicanálise: Teoria da feminilidade generalizada Novos fundamentos para a psicanálise: Teoria da feminilidade generalizada 2001 Novos fundamentos para a psicanálise: Teoria da feminilidade generalizada Márcio Peter de Souza Leite Conteúdo Argumento...

Leia mais

A fala freada Bernard Seynhaeve

A fala freada Bernard Seynhaeve Opção Lacaniana online nova série Ano 1 Número 2 Julho 2010 ISSN 2177-2673 Bernard Seynhaeve Uma análise é uma experiência de solidão subjetiva. Ela pode ser levada suficientemente longe para que o analisante

Leia mais

Almanaque on-line entrevista Uma questão para a AMP-América

Almanaque on-line entrevista Uma questão para a AMP-América Almanaque on-line entrevista Uma questão para a AMP-América Entrevistada: Elisa Alvarenga Diretora Geral do IPSM-MG e Presidente da FAPOL (Federação Americana de Psicanálise de Orientação Lacaniana). E-mail:

Leia mais

SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL

SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL INTRODUÇÃO O conceito de ação social está presente em diversas fontes, porém, no que se refere aos materiais desta disciplina o mesmo será esclarecido com base nas idéias

Leia mais

Márcio Peter de Souza Leite 4 de abril de 1997 PUC

Márcio Peter de Souza Leite 4 de abril de 1997 PUC O Pai em Freud 1997 O Pai em Freud Márcio Peter de Souza Leite 4 de abril de 1997 PUC Conteudo: Pais freudianos... 3 O pai de Dora... 3 O pai de Schreber.... 4 O pai castrador, que é o terceiro em Freud,

Leia mais

Devastação: um nome para dor de amor Gabriella Dupim e Vera Lopes Besset

Devastação: um nome para dor de amor Gabriella Dupim e Vera Lopes Besset Opção Lacaniana online nova série Ano 2 Número 6 novembro 2011 ISSN 2177-2673 Gabriella Dupim e Vera Lopes Besset No início da experiência analítica, foi o amor, diz Lacan 1 parafraseando a fórmula no

Leia mais

IDENTIFICAÇÃO MASCULINA E SUAS ARTICULAÇÕES COM O RECALCAMENTO. o processo de constituição do psiquismo. A discussão será feita à luz das idéias

IDENTIFICAÇÃO MASCULINA E SUAS ARTICULAÇÕES COM O RECALCAMENTO. o processo de constituição do psiquismo. A discussão será feita à luz das idéias IDENTIFICAÇÃO MASCULINA E SUAS ARTICULAÇÕES COM O RECALCAMENTO Cristiana de Amorim Mazzini 1 O presente trabalho discorrerá sobre a identificação masculina ocorrida durante o processo de constituição do

Leia mais

Violência Simbólica: possíveis lugares subjetivos para uma criança diante da escolha materna

Violência Simbólica: possíveis lugares subjetivos para uma criança diante da escolha materna Violência Simbólica: possíveis lugares subjetivos para uma criança diante da escolha materna Henrique Figueiredo Carneiro Liliany Loureiro Pontes INTRODUÇÃO Esse trabalho apresenta algumas considerações,

Leia mais

O desenho e sua interpretação: quem sabe ler?

O desenho e sua interpretação: quem sabe ler? O desenho e sua interpretação: quem sabe ler? Sonia Campos Magalhães Em seu artigo Uma dificuldade da psicanálise de criança, Colette Soler 1 lança uma questão aos psicanalistas que se ocupam desta prática,

Leia mais

Latusa Digital ano 3 Nº 24 setembro de 2006

Latusa Digital ano 3 Nº 24 setembro de 2006 Latusa Digital ano 3 Nº 24 setembro de 2006 Filho, não vês que estou queimando! Ondina Maria Rodrigues Machado * Fui a Salvador para o XV Encontro Brasileiro do Campo Freudiano, mas não só para isso. Fui

Leia mais

Feminilidade e Angústia 1

Feminilidade e Angústia 1 Feminilidade e Angústia 1 Claudinéia da Cruz Bento 2 Freud, desde o início de seus trabalhos, declarou sua dificuldade em abordar o tema da feminilidade. Após um longo percurso de todo o desenvolvimento

Leia mais

CORPO, IMAGEM, ORIFÍCIO: PONTUAÇÕES SOBRE O CORPO EM PSICANÁLISE. O valor do corpo como imagem, como suporte imaginário e consistência, por

CORPO, IMAGEM, ORIFÍCIO: PONTUAÇÕES SOBRE O CORPO EM PSICANÁLISE. O valor do corpo como imagem, como suporte imaginário e consistência, por CORPO, IMAGEM, ORIFÍCIO: PONTUAÇÕES SOBRE O CORPO EM PSICANÁLISE Regina Cibele Serra dos Santos Jacinto Ana Maria Medeiros da Costa Podemos afirmar que o interesse de Lacan pela questão do corpo esteve

Leia mais

A Função do Nome Próprio no Campo do Sujeito

A Função do Nome Próprio no Campo do Sujeito A Função do Nome Próprio no Campo do Sujeito Autor: Felipe Nunes de Lima Bacharel em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Integrante do Núcleo de Pesquisa: Psicanálise, Discurso e Laço

Leia mais

2- Ruptura com o Gozo Fálico: como Pensar a Neurose e a Psicose em Relação à Toxicomania?

2- Ruptura com o Gozo Fálico: como Pensar a Neurose e a Psicose em Relação à Toxicomania? 2- Ruptura com o Gozo Fálico: como Pensar a Neurose e a Psicose em Relação à Toxicomania? Giselle Fleury(IP/UERJ), Heloisa Caldas(IP/UERJ) Para pensar, neste trabalho, a neurose e a psicose em relação

Leia mais

Opção Lacaniana online nova série Ano 3 Número 8 julho 2012 ISSN 2177-2673. Há um(a) só. Analícea Calmon

Opção Lacaniana online nova série Ano 3 Número 8 julho 2012 ISSN 2177-2673. Há um(a) só. Analícea Calmon Opção Lacaniana online nova série Ano 3 Número 8 julho 2012 ISSN 2177-2673 Analícea Calmon Seguindo os passos da construção teórico-clínica de Freud e de Lacan, vamos nos deparar com alguns momentos de

Leia mais

O SUPEREU NA DEMANDA DE AMOR INSACIÁVEL DAS MULHERES

O SUPEREU NA DEMANDA DE AMOR INSACIÁVEL DAS MULHERES O SUPEREU NA DEMANDA DE AMOR INSACIÁVEL DAS MULHERES Daniela de Oliveira Martins Mendes Daibert Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Psicanálise da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ);

Leia mais

A tópica lacaniana - simbólico, imaginário, real - e sua relação. com a função paterna

A tópica lacaniana - simbólico, imaginário, real - e sua relação. com a função paterna www.franklingoldgrub.com Édipo 3 x 4 - franklin goldgrub 7º Capítulo - (texto parcial) A tópica lacaniana - simbólico, imaginário, real - e sua relação com a função paterna (Salvo menção expressa em contrário,

Leia mais

A criança, a lei e o fora da lei

A criança, a lei e o fora da lei 1 A criança, a lei e o fora da lei Cristina Drummond Palavras-chave: criança, mãe, lei, fora da lei, gozo. A questão que nos toca na contemporaneidade é a do sujeito às voltas com suas dificuldades para

Leia mais

UMA CRIANÇA E EX-PANCADA: RELAÇÃO DO MASOQUISMO INFANTIL AO SADISMO ADULTO

UMA CRIANÇA E EX-PANCADA: RELAÇÃO DO MASOQUISMO INFANTIL AO SADISMO ADULTO UMA CRIANÇA E EX-PANCADA: RELAÇÃO DO MASOQUISMO INFANTIL AO SADISMO ADULTO 2015 Marcell Felipe Alves dos Santos Psicólogo Clínico - Graduado pela Centro Universitário Newton Paiva (MG). Pós-graduando em

Leia mais

Considerações acerca da transferência em Lacan

Considerações acerca da transferência em Lacan Considerações acerca da transferência em Lacan Introdução Este trabalho é o resultado um projeto de iniciação científica iniciado em agosto de 2013, no Serviço de Psicologia Aplicada do Instituto de Psicologia

Leia mais

A sua revista eletrônica CONTEMPORANEIDADE E PSICANÁLISE 1

A sua revista eletrônica CONTEMPORANEIDADE E PSICANÁLISE 1 A sua revista eletrônica CONTEMPORANEIDADE E PSICANÁLISE 1 Patrícia Guedes 2 Comemorar 150 anos de Freud nos remete ao exercício de revisão da nossa prática clínica. O legado deixado por ele norteia a

Leia mais

O AUTISMO NA PSICANÁLISE E A QUESTÃO DA ESTRUTURA Germano Quintanilha Costa 1

O AUTISMO NA PSICANÁLISE E A QUESTÃO DA ESTRUTURA Germano Quintanilha Costa 1 O AUTISMO NA PSICANÁLISE E A QUESTÃO DA ESTRUTURA Germano Quintanilha Costa 1 I Introdução O objetivo deste trabalho é pensar a questão do autismo pelo viés da noção de estrutura, tal como compreendida

Leia mais

A prova da devastação Daniela Goulart Pestana

A prova da devastação Daniela Goulart Pestana A prova da devastação Daniela Goulart Pestana A comunicação que segue procura pensar algumas especificidades constitucionais do feminino a partir do aforismo lacaniano: Não há relação sexual. Para dizer

Leia mais

Um Quarto de Volta. Maria Cristina Vecino de Vidal. Discursos

Um Quarto de Volta. Maria Cristina Vecino de Vidal. Discursos Um Quarto de Volta Maria Cristina Vecino de Vidal Este escrito versará em torno da estrutura dos quatro discursos e seu funcionamento na clínica psicanalítica. As questões se centrarão na problemática

Leia mais

FUNÇÃO MATERNA. Luiza Bradley Araújo 1

FUNÇÃO MATERNA. Luiza Bradley Araújo 1 FUNÇÃO MATERNA Luiza Bradley Araújo 1 Entendemos por função materna a passagem ou a mediação da Lei que a mãe opera. Nós falamos de uma função e não da pessoa da mãe, função de limite entre o somático

Leia mais

APRENDER A LER PROBLEMAS EM MATEMÁTICA

APRENDER A LER PROBLEMAS EM MATEMÁTICA APRENDER A LER PROBLEMAS EM MATEMÁTICA Maria Ignez de Souza Vieira Diniz ignez@mathema.com.br Cristiane Akemi Ishihara crisakemi@mathema.com.br Cristiane Henriques Rodrigues Chica crischica@mathema.com.br

Leia mais

A ética do tratamento psicanalítico: diagnóstico diferencial.

A ética do tratamento psicanalítico: diagnóstico diferencial. A ética do tratamento psicanalítico: diagnóstico diferencial. Claudia Wunsch. Psicóloga. Pós-graduada em Psicanálise Clínica (Freud/Lacan) Unipar - Cascavel- PR. Docente do curso de Psicologia da Faculdade

Leia mais

Introdução. instituição. 1 Dados publicados no livro Lugar de Palavra (2003) e registro posterior no banco de dados da

Introdução. instituição. 1 Dados publicados no livro Lugar de Palavra (2003) e registro posterior no banco de dados da Introdução O interesse em abordar a complexidade da questão do pai para o sujeito surgiu em minha experiência no Núcleo de Atenção à Violência (NAV), instituição que oferece atendimento psicanalítico a

Leia mais

Os princípios da prática analítica com crianças

Os princípios da prática analítica com crianças Os princípios da prática analítica com crianças Cristina Drummond Palavras-chave: indicação, tratamento, criança, princípios. As indicações de um tratamento para crianças Gostaria de partir de uma interrogação

Leia mais

O SIGNIFICANTE NA NEUROSE OBSESSIVA: O SINTOMA E SUA RELAÇÃO COM O DESEJO RILMA DO NASCIMENTO MEDEIROS E MARGARIDA ELIA ASSAD - UFPB

O SIGNIFICANTE NA NEUROSE OBSESSIVA: O SINTOMA E SUA RELAÇÃO COM O DESEJO RILMA DO NASCIMENTO MEDEIROS E MARGARIDA ELIA ASSAD - UFPB O SIGNIFICANTE NA NEUROSE OBSESSIVA: O SINTOMA E SUA RELAÇÃO COM O DESEJO RILMA DO NASCIMENTO MEDEIROS E MARGARIDA ELIA ASSAD - UFPB É a verdade do que esse desejo foi em sua história que o sujeito grita

Leia mais

CONTEMPORANEIDADE. Palavras-chave: pai, interdição do incesto, Lei, complexo de Édipo, contemporaneidade, psicanálise.

CONTEMPORANEIDADE. Palavras-chave: pai, interdição do incesto, Lei, complexo de Édipo, contemporaneidade, psicanálise. A FUNÇÃO DO PAI NA INTERDIÇÃO E NA LEI: UMA REFLEXÃO SOBRE IDENTIFICAÇÃO E VIOLÊNCIA NA CONTEMPORANEIDADE. Jamille Mascarenhas Lima Psicóloga, Universidade Federal da Bahia. Especialista em psicomotricidade,

Leia mais

Latusa digital ano 0 N 2 setembro de 2003

Latusa digital ano 0 N 2 setembro de 2003 Latusa digital ano 0 N 2 setembro de 2003 O forçamento da psicanálise * Ruth Helena Pinto Cohen ** A ciência moderna tende a excluir a poética de seu campo e a psicanálise, a despeito de ter nascido a

Leia mais

A DOENÇA O REAL PARA O SUJEITO

A DOENÇA O REAL PARA O SUJEITO A DOENÇA O REAL PARA O SUJEITO 2014 Olga Cristina de Oliveira Vieira Graduada em Psicologia pela Universidade Presidente Antônio Carlos. Docente no Centro Técnico de Ensino Profissional (CENTEP). Especialização

Leia mais

8 Andréa M.C. Guerra

8 Andréa M.C. Guerra Introdução A loucura sempre suscitou curiosidade, temor, atração. Desde a época em que os loucos eram confinados em embarcações errantes, conforme retratado na famosa tela Nau dos loucos, de Hieronymus

Leia mais

EX-SISTO, LOGO SÔO. O modo como soa o título do presente trabalho já nos faz suspeitar de que se trata de

EX-SISTO, LOGO SÔO. O modo como soa o título do presente trabalho já nos faz suspeitar de que se trata de EX-SISTO, LOGO SÔO Eriton Araújo O modo como soa o título do presente trabalho já nos faz suspeitar de que se trata de um aforismo. Mas, para que mais um aforismo para o sujeito da psicanálise? Se considerarmos

Leia mais

Análise e Desenvolvimento de Sistemas ADS Programação Orientada a Obejeto POO 3º Semestre AULA 03 - INTRODUÇÃO À PROGRAMAÇÃO ORIENTADA A OBJETO (POO)

Análise e Desenvolvimento de Sistemas ADS Programação Orientada a Obejeto POO 3º Semestre AULA 03 - INTRODUÇÃO À PROGRAMAÇÃO ORIENTADA A OBJETO (POO) Análise e Desenvolvimento de Sistemas ADS Programação Orientada a Obejeto POO 3º Semestre AULA 03 - INTRODUÇÃO À PROGRAMAÇÃO ORIENTADA A OBJETO (POO) Parte: 1 Prof. Cristóvão Cunha Objetivos de aprendizagem

Leia mais

RELAÇÃO ENTRE FONÉTICA E FONOLOGIA. Miguél Eugenio Almeida UEMS Unidade Universitária de Jardim. 0. Considerações iniciais

RELAÇÃO ENTRE FONÉTICA E FONOLOGIA. Miguél Eugenio Almeida UEMS Unidade Universitária de Jardim. 0. Considerações iniciais RELAÇÃO ENTRE FONÉTICA E FONOLOGIA Miguél Eugenio Almeida UEMS Unidade Universitária de Jardim 0. Considerações iniciais A Relação entre fonética e fonologia compreende uma relação de interdependência,

Leia mais

CLINICA DA ANSIEDADE: Um projeto terapêutico

CLINICA DA ANSIEDADE: Um projeto terapêutico CLINICA DA ANSIEDADE: Um projeto terapêutico De nossos antecedentes Existem instituições onde a psicanálise aplicada da orientação lacaniana tem lugar há muitos anos, como é o caso do Courtil e L Antenne

Leia mais

MÓDULO 6 INTRODUÇÃO À PROBABILIDADE

MÓDULO 6 INTRODUÇÃO À PROBABILIDADE MÓDULO 6 INTRODUÇÃO À PROBBILIDDE Quando estudamos algum fenômeno através do método estatístico, na maior parte das vezes é preciso estabelecer uma distinção entre o modelo matemático que construímos para

Leia mais

A estrutura de linguagem: Era uma vez, um não

A estrutura de linguagem: Era uma vez, um não DESMENTIDO Jairo Gerbase A estrutura de linguagem: Era uma vez, um não Os axiomas Poderíamos nomear [S( Α )] de primeiro não. Em primeiro lugar, no sentido de era uma vez, no sentido mítico, histórico,

Leia mais

Os impasses na vida amorosa e as novas configurações da tendência masculina à depreciação

Os impasses na vida amorosa e as novas configurações da tendência masculina à depreciação Os impasses na vida amorosa e as novas configurações da tendência masculina à depreciação Maria José Gontijo Salum Em suas Contribuições à Psicologia do Amor, Freud destacou alguns elementos que permitem

Leia mais

5 Equacionando os problemas

5 Equacionando os problemas A UA UL LA Equacionando os problemas Introdução Nossa aula começará com um quebra- cabeça de mesa de bar - para você tentar resolver agora. Observe esta figura feita com palitos de fósforo. Mova de lugar

Leia mais

FREUD: IMPASSE E INVENÇÃO

FREUD: IMPASSE E INVENÇÃO FREUD: IMPASSE E INVENÇÃO Denise de Fátima Pinto Guedes Roberto Calazans Freud ousou dar importância àquilo que lhe acontecia, às antinomias da sua infância, às suas perturbações neuróticas, aos seus sonhos.

Leia mais

Ensinar a ler em História, Ciências, Matemática, Geografia

Ensinar a ler em História, Ciências, Matemática, Geografia PAOLA GENTILE Ensinar a ler em História, Ciências, Matemática, Geografia A forma como se lê um texto varia mais de acordo com o objetivo proposto do que com o gênero, mas você pode ajudar o aluno a entender

Leia mais

O FALO E A MORTE NA DINÂMICA DA NEUROSE OBSESSIVA

O FALO E A MORTE NA DINÂMICA DA NEUROSE OBSESSIVA O FALO E A MORTE NA DINÂMICA DA NEUROSE OBSESSIVA Doris Rinaldi 1 A neurose obsessiva apresenta uma complexidade e uma riqueza de aspectos que levou, de um lado, Freud a dizer que tratava-se do tema mais

Leia mais

BRINCANDO COM GRÁFICOS E MEDINDO A SORTE

BRINCANDO COM GRÁFICOS E MEDINDO A SORTE BRINCANDO COM GRÁFICOS E MEDINDO A SORTE Elizabeth Pastor Garnier SEE/RJ Pedro Carlos Pereira - FAETEC Projeto Fundão IM/UFRJ Os Parâmetros Curriculares Nacionais propõem a introdução do tópico Tratamento

Leia mais

A ética na pesquisa com seres humanos sob um ponto de vista psicanalítico

A ética na pesquisa com seres humanos sob um ponto de vista psicanalítico 1 A ética na pesquisa com seres humanos sob um ponto de vista psicanalítico Samyra Assad Foi a oportunidade de falar sobre o tema da ética na pesquisa em seres humanos, que me fez extrair algumas reflexões

Leia mais

Feminilidade e Violência

Feminilidade e Violência Feminilidade e Violência Emilse Terezinha Naves O tema sobre a violência e a feminilidade apresenta-se, nas mais diversas áreas do conhecimento, como um tema de grande interesse, quando encontramos uma

Leia mais

Sujeito do desejo, sujeito do gozo e falasser

Sujeito do desejo, sujeito do gozo e falasser Sujeito do desejo, sujeito do gozo e falasser Luis Francisco Espíndola Camargo 1 lfe.camargo@gmail.com Resumo: A noção de sujeito do desejo não inclui a substância gozante. Na clínica, tal característica

Leia mais

CONTOS DE FADAS EM LIBRAS. Profª Me Luciana Andrade Rodrigues UNISEB

CONTOS DE FADAS EM LIBRAS. Profª Me Luciana Andrade Rodrigues UNISEB CONTOS DE FADAS EM LIBRAS Profª Me Luciana Andrade Rodrigues UNISEB CONTEÚDO - Contos de Fadas; - Fábulas; - Vídeos de contação de histórias; - Entrevista OBJETIVOS -Apresentar aos professores como é o

Leia mais

A RESPONSABILIDADE DO SUJEITO, A RESPONSABILIDADE DO ANALISTA E A ÉTICA DA PSICANÁLISE

A RESPONSABILIDADE DO SUJEITO, A RESPONSABILIDADE DO ANALISTA E A ÉTICA DA PSICANÁLISE A RESPONSABILIDADE DO SUJEITO, A RESPONSABILIDADE DO ANALISTA E A ÉTICA DA PSICANÁLISE Maria Fernanda Guita Murad Pensando a responsabilidade do analista em psicanálise, pretendemos, neste trabalho, analisar

Leia mais

Idealismo - corrente sociológica de Max Weber, se distingui do Positivismo em razão de alguns aspectos:

Idealismo - corrente sociológica de Max Weber, se distingui do Positivismo em razão de alguns aspectos: A CONTRIBUIÇÃO DE MAX WEBER (1864 1920) Max Weber foi o grande sistematizador da sociologia na Alemanha por volta do século XIX, um pouco mais tarde do que a França, que foi impulsionada pelo positivismo.

Leia mais

Adolescência Márcio Peter de Souza Leite (Apresentação feita no Simpósio sobre Adolescência- Rave, EBP, abril de 1999, na Faculdade de Educação da

Adolescência Márcio Peter de Souza Leite (Apresentação feita no Simpósio sobre Adolescência- Rave, EBP, abril de 1999, na Faculdade de Educação da Adolescência 1999 Adolescência Márcio Peter de Souza Leite (Apresentação feita no Simpósio sobre Adolescência- Rave, EBP, abril de 1999, na Faculdade de Educação da USP) O que é um adolescente? O adolescente

Leia mais

ENTRETANTOS, BOLETIM ONLINE

ENTRETANTOS, BOLETIM ONLINE Entretantos, 2014 Grupo: BOLETIM ONLINE Integrantes: Cristina Barczinski, Elaine Armênio, Maria Carolina Accioly, Mario Pablo Fuks, Nayra Ganhito e Sílvia Nogueira de Carvalho. Interlocutora: Sílvia Nogueira

Leia mais

Latusa digital ano 2 N 19 outubro de 2005

Latusa digital ano 2 N 19 outubro de 2005 Latusa digital ano 2 N 19 outubro de 2005 Angústia: acting-out e passagem ao ato * Manoel Barros da Motta ** Jacques-Alain Miller, ao estabelecer o Seminário X de Lacan, A angústia 1, dividiu-o em quatro

Leia mais

Clínica Psicanalítica e Ambulatório de Saúde Mental

Clínica Psicanalítica e Ambulatório de Saúde Mental Clínica Psicanalítica e Ambulatório de Saúde Mental Trabalho apresentado na IV Jornada de Saúde Mental e Psicanálise na PUCPR em 21/11/2009. A prática da psicanálise em ambulatório de saúde mental pode

Leia mais

O AMOR NOSSO DE CADA DIA * Palavras chave: Amor; felicidade; sintoma; semblante

O AMOR NOSSO DE CADA DIA * Palavras chave: Amor; felicidade; sintoma; semblante O AMOR NOSSO DE CADA DIA * Palavras chave: Amor; felicidade; sintoma; semblante Heloisa Caldas ** Minha contribuição para este número de Latusa visa pensar o amor como um semblante que propicia um tratamento

Leia mais

Latusa digital ano 2 N 14 maio de 2005

Latusa digital ano 2 N 14 maio de 2005 Latusa digital ano 2 N 14 maio de 2005 Dos novos sintomas ao sintoma analítico Elizabeth Karam Magalhães Na contemporaneidade, a prática clínica confronta o analista com novas formas do sintoma, que têm

Leia mais

A importância teórica e prática do ensino de Jacques Lacan Palavras-chaves: Lacan, ensino, subversão, orientação. Zelma Abdala Galesi

A importância teórica e prática do ensino de Jacques Lacan Palavras-chaves: Lacan, ensino, subversão, orientação. Zelma Abdala Galesi A importância teórica e prática do ensino de Jacques Lacan Palavras-chaves: Lacan, ensino, subversão, orientação. Zelma Abdala Galesi As inúmeras homenagens prestadas durante o ano de 2001, ao centenário

Leia mais

O amor em análise: algumas considerações a partir de depoimentos de passe Jussara Jovita Souza da Rosa

O amor em análise: algumas considerações a partir de depoimentos de passe Jussara Jovita Souza da Rosa Opção Lacaniana online nova série Ano 5 Número 14 julho 2014 ISSN 2177-2673 : algumas considerações a partir de depoimentos de passe Jussara Jovita Souza da Rosa [...] Falar de amor, com efeito, não se

Leia mais

LINGUAGEM, LÍNGUA, LINGÜÍSTICA MARGARIDA PETTER

LINGUAGEM, LÍNGUA, LINGÜÍSTICA MARGARIDA PETTER LINGUAGEM, LÍNGUA, LINGÜÍSTICA MARGARIDA PETTER Duas explicações da Origem do mundo palavra (a linguagem verbal) associada ao poder mágico de criar. Atributo reservado a Deus. Através dela ele criou as

Leia mais

Megalomania: amor a si mesmo Raquel Coelho Briggs de Albuquerque 1

Megalomania: amor a si mesmo Raquel Coelho Briggs de Albuquerque 1 Megalomania: amor a si mesmo Raquel Coelho Briggs de Albuquerque 1 Alfredo estava na casa dos 30 anos. Trabalhava com gesso. Era usuário de drogas: maconha e cocaína. Psicótico, contava casos persecutórios,

Leia mais

VI Seminário de Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar 20 a 24 de setembro de 2010

VI Seminário de Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar 20 a 24 de setembro de 2010 Fundamentos metodológicos da teoria piagetiana: uma psicologia em função de uma epistemologia Rafael dos Reis Ferreira Universidade Estadual Paulista (UNESP)/Programa de Pós-Graduação em Filosofia FAPESP

Leia mais

Áudio. GUIA DO PROFESSOR Síndrome de Down - Parte I

Áudio. GUIA DO PROFESSOR Síndrome de Down - Parte I Síndrome de Down - Parte I Conteúdos: Tempo: Síndrome de Down 5 minutos Objetivos: Auxiliar o aluno na compreensão do que é síndrome de Down Descrição: Produções Relacionadas: Neste programa de Biologia

Leia mais

Contardo Calligaris. Introdução a uma Clínica Diferencial das Psicoses. z Zagodoni. 2 a edição. Editora

Contardo Calligaris. Introdução a uma Clínica Diferencial das Psicoses. z Zagodoni. 2 a edição. Editora Contardo Calligaris Introdução a uma Clínica Diferencial das Psicoses 2 a edição z Zagodoni Editora Copyright 2013 by Contardo Calligaris Todos os direitos desta edição reservados à Zagodoni Editora Ltda.

Leia mais

Transferência e desejo do analista: os nomes do amor na experiência analítica ou Amar é dar o que não se tem

Transferência e desejo do analista: os nomes do amor na experiência analítica ou Amar é dar o que não se tem 1 Transferência e desejo do analista: os nomes do amor na experiência analítica ou Amar é dar o que não se tem Palavras-chave: Transferência, Desejo do analista, Formação Que haja amor à fraqueza, está

Leia mais

I OS GRANDES SISTEMAS METAFÍSICOS

I OS GRANDES SISTEMAS METAFÍSICOS I OS GRANDES SISTEMAS METAFÍSICOS A principal preocupação de Descartes, diante de uma tradição escolástica em que as espécies eram concebidas como entidades semimateriais, semi-espirituais, é separar com

Leia mais

GT Psicologia da Educação Trabalho encomendado. A pesquisa e o tema da subjetividade em educação

GT Psicologia da Educação Trabalho encomendado. A pesquisa e o tema da subjetividade em educação GT Psicologia da Educação Trabalho encomendado A pesquisa e o tema da subjetividade em educação Fernando Luis González Rey 1 A subjetividade representa um macroconceito orientado à compreensão da psique

Leia mais

A PSICANÁLISE E OS MODERNOS MOVIMENTOS DE AFIRMAÇÃO HOMOSSEXUAL 1

A PSICANÁLISE E OS MODERNOS MOVIMENTOS DE AFIRMAÇÃO HOMOSSEXUAL 1 A PSICANÁLISE E OS MODERNOS MOVIMENTOS DE AFIRMAÇÃO HOMOSSEXUAL 1 Este artigo trata da difícil relação entre a teoria psicanalítica, que tradicionalmente considerava os comportamentos eróticos entre pessoas

Leia mais

Capítulo 1 x Você está aqui. IÉIA GERAL E SEUS TÓPICOS COMPREENENO E PRATICANO A partir deste momento, vamos trilhar um caminho que vai levá-lo a redigir organizadamente. Há muitas formas de se alcançar

Leia mais

Katia Luciana Sales Ribeiro Keila de Souza Almeida José Nailton Silveira de Pinho. Resenha: Marx (Um Toque de Clássicos)

Katia Luciana Sales Ribeiro Keila de Souza Almeida José Nailton Silveira de Pinho. Resenha: Marx (Um Toque de Clássicos) Katia Luciana Sales Ribeiro José Nailton Silveira de Pinho Resenha: Marx (Um Toque de Clássicos) Universidade Estadual de Montes Claros / UNIMONTES abril / 2003 Katia Luciana Sales Ribeiro José Nailton

Leia mais

A origem dos filósofos e suas filosofias

A origem dos filósofos e suas filosofias A Grécia e o nascimento da filosofia A origem dos filósofos e suas filosofias Você certamente já ouviu falar de algo chamado Filosofia. Talvez conheça alguém com fama de filósofo, ou quem sabe a expressão

Leia mais

Equações do segundo grau

Equações do segundo grau Módulo 1 Unidade 4 Equações do segundo grau Para início de conversa... Nesta unidade, vamos avançar um pouco mais nas resoluções de equações. Na unidade anterior, você estudou sobre as equações de primeiro

Leia mais

Um espaço colaborativo de formação continuada de professores de Matemática: Reflexões acerca de atividades com o GeoGebra

Um espaço colaborativo de formação continuada de professores de Matemática: Reflexões acerca de atividades com o GeoGebra Um espaço colaborativo de formação continuada de professores de Matemática: Reflexões acerca de atividades com o GeoGebra Anne Caroline Paim Baldoni Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho,

Leia mais

Os nós e o amor. Silvia Emilia Espósito* Palavras - chave: nós, real, amor, três registros

Os nós e o amor. Silvia Emilia Espósito* Palavras - chave: nós, real, amor, três registros Os nós e o amor Silvia Emilia Espósito* Palavras - chave: nós, real, amor, três registros Aprendemos com Freud que o amor é sempre narcísico, ou seja, não importa de que escolha de objeto se trate, ele

Leia mais

Por que há sonhos dos quais não nos esquecemos?

Por que há sonhos dos quais não nos esquecemos? Opção Lacaniana online nova série Ano 3 Número 8 julho 2012 ISSN 2177-2673 Por que há sonhos dos quais não nos esquecemos? Luciana Silviano Brandão Lopes Quem já não teve a sensação de ter tido muitos

Leia mais

O corpo para a psicanálise: notas sobre inibição e psicossomática. 1

O corpo para a psicanálise: notas sobre inibição e psicossomática. 1 O corpo para a psicanálise: notas sobre inibição e psicossomática. 1 Miriam A. Nogueira Lima 2 1ª - O corpo para a psicanálise é o corpo afetado pela linguagem. Corpo das trocas, das negociações. Corpo

Leia mais

Esse estranho que nos habita. neuroses clássicas e atuais Marcia Zucchi

Esse estranho que nos habita. neuroses clássicas e atuais Marcia Zucchi Opção Lacaniana online nova série Ano 5 Número 14 julho 2014 ISSN 2177-2673 : o corpo nas neuroses clássicas e atuais Marcia Zucchi Introdução Foi através dos mistérios do corpo que Freud criou a psicanálise.

Leia mais

Ser mãe hoje. Cristina Drummond. Palavras-chave: família, mãe, criança.

Ser mãe hoje. Cristina Drummond. Palavras-chave: família, mãe, criança. Ser mãe hoje Cristina Drummond Palavras-chave: família, mãe, criança. Hoje em dia, a diversidade das configurações familiares é um fato de nossa sociedade. Em nosso cotidiano temos figuras cada vez mais

Leia mais

FORMAÇÃO DE PROFESSORES QUE ENSINAM MATEMÁTICA

FORMAÇÃO DE PROFESSORES QUE ENSINAM MATEMÁTICA FORMAÇÃO DE PROFESSORES QUE ENSINAM MATEMÁTICA Fabiana de Jesus Oliveira União de Ensino do Sudoeste do Paraná fabiana@unisep.edu.br Diversas são as pesquisas que têm mostrado que o ensino encontra-se

Leia mais

PROJETO PIBID JOGO DO LUDO. Palavras chave: Jogo do Ludo. Educação Infantil. Matemática na Educação Infantil.

PROJETO PIBID JOGO DO LUDO. Palavras chave: Jogo do Ludo. Educação Infantil. Matemática na Educação Infantil. PROJETO PIBID JOGO DO LUDO Ana Paula do Valle 1 Kamylla Canalli 2 Lucilene Paixão 3 Neila Tonin Agranionih 4 Resumo: Este artigo tem como objetivo apresentar o desenvolvimento da sequência didática Jogo

Leia mais

A função especular da fala materna e suas referências. ao psiquismo e à constituição do si mesmo.

A função especular da fala materna e suas referências. ao psiquismo e à constituição do si mesmo. A função especular da fala materna e suas referências ao psiquismo e à constituição do si mesmo. Alexandre Socha No artigo O papel de espelho da mãe e da família no desenvolvimento infantil (1967), Winnicott

Leia mais

A segunda clínica lacaniana e o campo da saúde mental 12

A segunda clínica lacaniana e o campo da saúde mental 12 1 A segunda clínica lacaniana e o campo da saúde mental 12 Palavras-chave: saúde mental, segunda clínica, sintoma, sinthoma Ondina Maria Rodrigues Machado Membro aderente da EBP, Mestre em Psicanálise

Leia mais

RETIFICAÇÃO SUBJETIVA: OS CONTRAPONTOS ENTRE A CLÍNICA PSICANALÍTICA E A EPISTEMOLOGIA HISTÓRICA

RETIFICAÇÃO SUBJETIVA: OS CONTRAPONTOS ENTRE A CLÍNICA PSICANALÍTICA E A EPISTEMOLOGIA HISTÓRICA RETIFICAÇÃO SUBJETIVA: OS CONTRAPONTOS ENTRE A CLÍNICA PSICANALÍTICA E A EPISTEMOLOGIA HISTÓRICA Marcio Luiz Ribeiro Bacelar Wilson Camilo Chaves A expressão retificação subjetiva está presente tanto nas

Leia mais

IBM1018 Física Básica II FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 6. O trabalho feito pela força para deslocar o corpo de a para b é dado por: = =

IBM1018 Física Básica II FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 6. O trabalho feito pela força para deslocar o corpo de a para b é dado por: = = Energia Potencial Elétrica Física I revisitada 1 Seja um corpo de massa m que se move em linha reta sob ação de uma força F que atua ao longo da linha. O trabalho feito pela força para deslocar o corpo

Leia mais

Este material traz a teoria necessária à resolução das questões propostas.

Este material traz a teoria necessária à resolução das questões propostas. Inclui Teoria e Questões Inteiramente Resolvidas dos assuntos: Contagem: princípio aditivo e multiplicativo. Arranjo. Permutação. Combinação simples e com repetição. Lógica sentencial, de primeira ordem

Leia mais

A constituição do sujeito em Michel Foucault: práticas de sujeição e práticas de subjetivação

A constituição do sujeito em Michel Foucault: práticas de sujeição e práticas de subjetivação A constituição do sujeito em Michel Foucault: práticas de sujeição e práticas de subjetivação Marcela Alves de Araújo França CASTANHEIRA Adriano CORREIA Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Filosofia

Leia mais

Maria Aparecida de Andrade Novaes Como se faz corpo? Considerações sobre o ideal em Freud e Lacan

Maria Aparecida de Andrade Novaes Como se faz corpo? Considerações sobre o ideal em Freud e Lacan Maria Aparecida de Andrade Novaes Como se faz corpo? Considerações sobre o ideal em Freud e Lacan O objetivo deste artigo é abordar a constituição do eu como unidade e sua relação com a constituição da

Leia mais

Freud, S. Inibições, sintomas e ansiedade (1925). Em: Obras completas. Rio de Janeiro: Imago, 1969. 2

Freud, S. Inibições, sintomas e ansiedade (1925). Em: Obras completas. Rio de Janeiro: Imago, 1969. 2 DAR CORPO AO SINTOMA NO LAÇO SOCIAL Maria do Rosário do Rêgo Barros * O sintoma implica necessariamente um corpo, pois ele é sempre uma forma de gozar, forma substitutiva, como Freud bem indicou em Inibição,

Leia mais

Desvios de redações efetuadas por alunos do Ensino Médio

Desvios de redações efetuadas por alunos do Ensino Médio Desvios de redações efetuadas por alunos do Ensino Médio 1. Substitua as palavras destacadas e copie as frases, tornando os fragmentos abaixo mais elegantes, além de mais próximos à língua padrão e à proposta

Leia mais

Um percurso de nomes, objetos, angústia e satisfação

Um percurso de nomes, objetos, angústia e satisfação Opção Lacaniana online nova série Ano 3 Número 8 julho 2012 ISSN 2177-2673 Um percurso de nomes, objetos, angústia e satisfação Gresiela Nunes da Rosa Diante do enigma primeiro a respeito do desejo do

Leia mais

METODOLOGIA & Hábito de estudos AULA DADA AULA ESTUDADA

METODOLOGIA & Hábito de estudos AULA DADA AULA ESTUDADA Educação Infantil METODOLOGIA & Hábito de estudos AULA DADA AULA ESTUDADA s s s Precisao e organizacao nos conceitos A agitação é a mesma. Com algumas adaptações ao espaço e ao tempo, a rotina e as histórias

Leia mais

Abertura do I Colóquio sobre Psicanálise e Educação Clínica d ISS

Abertura do I Colóquio sobre Psicanálise e Educação Clínica d ISS Abertura do I Colóquio sobre Psicanálise e Educação Clínica d ISS Samyra Assad Abrir o Iº Colóquio sobre Psicanálise e Educação é, dar início não somente aos trabalhos que a partir de agora se seguirão,

Leia mais

Programas Referenciais do 1º ciclo do Ensino Recorrente. Programa Referencial de MATEMÁTICA INTRODUÇÃO

Programas Referenciais do 1º ciclo do Ensino Recorrente. Programa Referencial de MATEMÁTICA INTRODUÇÃO Programa Referencial de MATEMÁTICA INTRODUÇÃO 1. Finalidades A Matemática intervém, em quase todas as actividades humanas do quotidiano, quer como instrumento para resolução de situações problemáticas,

Leia mais