CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ
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- Tânia Leal Beretta
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1 AULA VII CIÊNCIAS CONTÁBEIS TEMA: DIREITO PÚBLICO: INTERNACIONAL PROFª: PAOLA JULIEN O. SANTOS EMENTA: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO: conceito e organização. CONCEITOS E OBJETIVO: Conjunto de regras jurídicas que determinam os direitos e deveres mútuos dos Estados que fazem parte da comunidade internacional, naquilo que se refere ao exercício da sua soberania. Também chamado de Direito Interestatal. CONJUNTO DE PRINCÍPIOS OU REGRAS DESTINADOS A REGER OS DIREITOS E DEVERES INTERNACIONAIS, TANTOS DOS Estados, ou outros organismos análogos, quanto dos indivíduos. Direito Internacional Público é o ramo do direito internacional que regula e estuda as normas que regem as relações dos direitos e deveres coletivos, quanto aos tratados, convenções e acordos entre as nações. Surgiu em uma área limitada da sociedade internacional dentro de determinadas circunstâncias históricas. FONTES: Por fontes do Direito Internacional Público entendemos os documentos ou pronunciamentos dos quais emanam os direitos e os deveres das pessoas internacionais; são os modos formais de constatação do direito internacional. São os elementos e fatores de ordem social, econômica e política, que num momento histórico conduzem a edição de uma regra. É a criação do Direito a partir do conjunto de vontades manifestadas pelos sujeitos do (DIP) através dos tratados internacionais. Costumes, os Princípios Gerais do Direito e os atos unilaterais do Estado. SUJEITOS: Considera-se como a primeira pessoa de Direito Internacional o Estado, levando-se em conta seus elementos constitucionais; como nascem e como se classificam, como são reconhecidos, como se transformam e como desaparecem; que direitos e deveres possuem; que jurisdição exercem; como se relacionam uns com os outros; e em que consistem os compromissos internacionais. Antes de qualquer tratado político, a Santa Sé já tinha categorias de pessoas internacionais. A personalidade internacional do Supremo Pontífice, não deriva do Tratado de Latrão, no ano de 929 entre a Santa Sé e a Itália e é anterior à lei das garantias (reconhecia o Papa total independência na sua missão espiritual).
2 Além dos Estados e da Santa Sé, outras coletividades e indivíduos também são pessoas de Direito Internacional Público: há comunidades internacionais que são agrupamentos de diversos estados. Entre eles estão a União Européia, o Mercosul, entre outros. FAO das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura Roma, Itália Jacques Diouf 94 Resumindo: as pessoas de DIP são: O Estado: que constitui a soberania, o povo e o território. As Organizações Internacionais: São organizações voluntárias de Estados, constituídas através de um tratado com o objetivo de buscar interesses comuns entre seus membros. Caracterizadas pelo voluntarismo, os tratados entre os Estados-membros e o costume internacional para os Estados não membros de certa organização internacional. 2 AIEA 3 OACI 4 IFAD Agência Internacional de Energia Atómica da Aviação Civil Internacional Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola Viena, Áustria Montreal, Canadá Roma, Itália Mohamed ElBaradei Raymond Benjamin Kanayo F. Nwanze EXEMPLOS: de organizações: ONU- das Nações Unidas: OIT Internacional do Trabalho Genebra, Juan Somavía 94 6 Não é um estado, mas uma organização. Não tem soberania. Tem personalidade jurídica de Direito Internacional Público. São seus objetivos: a) Manter a paz e a segurança internacionais; b) Desenvolver relações de amizade entre os Estados; c) Obter cooperação internacional para resolver problemas econômicos, sociais, culturais ou humanitários. São órgãos da ONU: 6 OMI FMI 8 UIT Marítima Internacional Fundo Monetário Internacional União Internacional de Londres, Reino Unido Washington, D.C., EUA Efthimios E. Mitropoulo s Dominique Strauss- Kahn Genebra, Hamadoun 94 2
3 9 UNESC O Telecomunicaçõe s para a Educação, a Ciência e a Cultura Paris, França Touré Irina Bokova 94 6 OMT Mundial Mundial Turismo de Madrid, Espanha Taleb Rifai UNIDO UPU para o Desenvolvimento Industrial União Universal Postal Viena, Áustria Berna, WB Banco Mundial Washington, D.C, EUA PAM OMS OMPI OMM Programa Alimentar Mundial Mundial da Saúde Mundial Propriedade Intelectual Meteorológica da Roma, Itália Genebra, Genebra, Genebra, Kandeh Yumkella Edouard Dayan Robert B. Zoellick Josette Sheeran Margaret Chan Francis Gurry Alexander Bedritsky OEA- dos Estados Americanos. A OEA realiza os seus fins por intermédio dos seguintes órgãos: Assembléia Geral; Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores; Conselhos (Conselho Permanente e Conselho Interamericano de Desenvolvimento Integral); Comissão Jurídica Interamericana; Comissão Interamericana de Direitos Humanos; Secretaria Geral; Conferências Especializadas; Organismos Especializados e outras entidades estabelecidas pela Assembléia Geral. 3
4 A SANTA SÉ (Latim: Sancta Sedes Apostolica), ou Sé Apostólica, do ponto de vista legal, é distinta do Vaticano, ou mais precisamente do Estado da Cidade do Vaticano. Este é um instrumento para a independência da Santa Sé que, por sua vez, tem uma natureza e uma identidade própria sui generis, enquanto representação do governo central da Igreja []. O sujeito de direito internacional é a Santa Sé. As relações e acordos diplomáticos (Concordatas) com outros estados soberanos portanto, são com ela estabelecidos e não com o Vaticano, que é um território sobre o qual a Santa Sé tem soberania. Com poucas exceções, como a China e a Coréia do Norte, a Santa Sé possui representações diplomáticas (Nunciatura Apostólica) com quase todos os países do mundo. O atual Código de Direito Canônico, quando trata da autoridade suprema da Igreja, dispõe: «Com o nome de Sé Apostólica ou Santa Sé designam-se neste Código não só o Romano Pontífice, mas ainda, a não ser que por natureza das coisas ou do contexto outra coisa se deduza, a Secretaria de Estado, o Conselho para os negócios públicos da Igreja, e os demais Organismos da Cúria Romana». TRATADO INTERNACIONAL Tratado Internacional é todo acordo formal concluído entre sujeitos de direito internacional público, e destinado a produzir efeitos jurídicos. O tratado internacional é, segundo Georges Scelle, um instrumento identificável por seu processo de produção e pela forma final, não pelo conteúdo. A Convenção de Viena sobre os Tratados conceitua-o como o "Acordo Internacional celebrado por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, constante de um instrumento único ou de dois ou mais instrumentos conexos qualquer que seja sua denominação particular" (art. 2º, I, alínea "a"). Destacam-se, por sua relevância, os tratados constitutivos de organizações internacionais, os referentes à Diplomacia, ao mar, e à solução pacífica de litígios entre Estados. Existem alguns termos que possuem significados parecidos com tratado, porém não são exatamente a mesma coisa, possuindo cada qual, suas particularidades, alguns exemplos desses termos são: convenção, protocolo, pacto, carta e declaração. Essas expressões são consideradas, em linhas gerais, sinônimas da expressão tratado. São utilizadas indistintamente. Fundamental não é o nome, e sim o conteúdo, ou seja, se se trata de um acordo celebrado entre Estados e organizações, escrito, formal, é um tratado. Sendo tratado, produz certos efeitos jurídicos, possui certas condições de validade, de legitimidade e de licitude. Convenção, historicamente, também era destinado aos tratados multilaterais. Um grande tratado multilateral, em que participava toda a comunidade internacional, era considerado como convenção. Assim como a idéia das Convenções Coletivas em Direito do Trabalho. 4
5 Protocolo, historicamente, era um documento escrito, mas sem o caráter obrigatório do tratado. Tem um sentido mais "principiológico". Como se diria no âmbito do Direito Interno está mais próximo das normas programáticas: "os Estados se comprometem a tomar todas as medidas para conter a proliferação de armas nucleares". Tratado é um instrumento que efetivamente vincula as partes, obrigando-as, já que cria direitos e obrigações. Tão importante é a idéia de vontade de assumir direitos e obrigações (animus contraendi), que o primeiro princípio que vigora nos tratados modernos (desde os séculos XV e XVI) é o da "santidade dos tratados". Pela teoria do poder divino, o rei era escolhido por Deus. A palavra de um rei era sacra, vigorando, daí, mencionado princípio. Um tratado não podia ser revogado, revisado, uma vez que a "palavra de rei não volta atrás" questão de honra. O princípio que se tem nos contratos referente a essa relevância das palavras é o do pacta sunt servanda e o do rebus sic stantibus. A declaração, historicamente, no entanto, não é considerada um tratado. Tradicionalmente, quando se dá conotação de declaração ao um texto, pretende-se diferenciá-lo de um tratado. Nessa época, uma conferência entre certo número de países, em que não se obtinha um acordo final, era marcada pelo fracasso. Assim, em troca do tratado ou da convenção frustrada, os Estados, para oferecer uma resposta à opinião pública ou à sociedade internacional, faziam uma declaração conjunta, por escrito, na qual determinavam alguns princípios básicos sobre o tema, ou se comprometiam, por exemplo, a tomar determinadas medidas a respeito. A declaração era um substitutivo de uma convenção, sem ter caráter obrigatório. Era uma declaração de princípios. Essa explanação histórica é importante, pois com o tempo, alguns Estados exigiam que um outro Estado se obrigasse pelos termos de uma declaração. Para se evitar argumentação de que a declaração não teria essa validade, uma vez que se tratava de comprometimento apenas moral e que eventualmente medidas seriam tomadas sobre o assunto, não sendo obrigado a isso, a Convenção de Viena/69, art. 2º, dispôs que independentemente do termo, palavra ou nomenclatura, tratado é todo acordo formal, escrito, celebrado entre Estados e/ou organizações internacionais etc. Havendo o conteúdo de um tratado (acordo formal entre Estados, busca efeitos jurídicos, há manifestação de vontade), tratado é, possuindo assim, um caráter obrigatório. O tratado é efetivamente um acordo que gera a obrigação, o direito, a vontade efetiva de se assumir um compromisso. A declaração e o protocolo, historicamente, não são considerados documentos em que se tem vontade efetiva de se assumir um compromisso, mas eventualmente cumpri-lo. Daí é que para dirimir as controvérsias que surgiam dessas terminologias, nasce a Convenção de Viena/69, unificando-as. Exemplo: Mercosul tratados que o criaram: Tratado de Assunção, Protocolo de Ouro Preto e Protocolo de Brasília,
6 documentos esses sem qualquer distinção entre si e sem que justifiquem tratamento jurídico diferenciado de um ou de outro. Manifestação da vontade Existem alguns meios mais conhecidos de manifestação da vontade, necessária para a existência de um tratado. Alguns exemplos desses termos são: aceitação, aprovação, assinatura, ratificação, adesão, reserva e denúncia. Aceitação e aprovação são formas positivas de manifestação. Entretanto, aprovação indica, em geral, que o tratado resultou de uma deliberação ou votação. Quando se diz que um tratado foi aprovado, provavelmente deliberou-se ou votou-se favoravelmente à sua adoção. Como saber que um tratado precisa ser deliberado para obter aprovação? Ou que precisaria apenas de uma simples assinatura de representantes para sua aprovação, ou não? A resposta encontra-se no próprio procedimento de elaboração, nas regras de procedimento, que determinam as formas pelas quais as partes adotarão ou estabelecerão as maneiras de aprovar um tratado. Aprovação: presume deliberação. Assinatura: a simples assinatura do representante do Estado considera um tratado aprovado/adotado. Ratificação: pressupõe, para aprovação de um tratado, uma deliberação favorável do legislativo. Adesão: indica manifestação de vontade posterior à celebração. Ex.: três Estados discutem e elaboram um tratado. Posteriormente, um quarto Estado pretende fazer parte desse tratado, o que se dará por meio da adesão (manifestação da vontade em período posterior à celebração, à manifestação original). Ex.: União Européia, ONU, Mercosul etc. Como saber quando cabe, ou não, a adesão a um tratado? O próprio tratado disporá sobre a questão. Ex.: o Mercosul prevê a adesão de mais países, além dos quatro originais. Reserva: é a manifestação da vontade parcial, uma vez que o Estado não se obriga a todas as disposições, mas apenas por uma parte delas, como, por exemplo, em um tratado que contivesse vinte regras, um Estado se dispusesse a aceitar e cumprir apenas dezenove delas. Como não há uma regra universal, uma lei que disponha sobre a elaboração de um tratado, muitas das respostas serão encontradas no próprio tratado, no próprio procedimento de elaboração deste. Assim, num tratado, as partes convencionarão se cabe, ou não, reserva e quais as cláusulas objeto de reserva. Havendo dúvida de aplicação de reserva, haverá uma regra geral que dirá: a reserva não pode atingir o objeto e a finalidade do tratado. Isso também é encontrado na Convenção de Viena, já mencionada. Em tratados bilaterais, em geral, não cabe reserva, pois estaria alterando o equilíbrio. Reserva, então, cabe para tratados multilaterais. Denúncia: é a forma pela qual a parte manifesta vontade com o fim de obter a extinção dos efeitos do tratado sobre a parte requerente. É forma de cessação dos efeitos jurídicos de um tratado. É arbitrário porque é uma decisão de vontade. Também está prevista no tratado, mas, tecnicamente falando, é permitido denúncia sem que esteja prevista no mesmo, já que é manifestação da vontade. O que pode um tratado estabelecer de mais específico é uma denúncia no tempo. Ex.: a denúncia do Estado requerente só produzirá efeito a partir de um ano da sua manifestação de vontade. Isso, sim, pode ser feito, pois um tratado pode envolver temas muito complexos, que demandam um certo 6
7 tempo para estabelecer um desprendimento, ou para dar uma garantia para as outras partes. A denúncia pode produzir efeitos imediatos ou depois de um certo lapso de tempo. Ratificação (em linhas gerais): um representante [2] de Estado participa de uma Conferência para elaboração de um tratado. As partes estabelecerão quando esse tratado entrará em vigor. Isso pode se dar a partir da assinatura, de uma ratificação etc. O que geralmente se faz é uma espécie de "operação casada", ou seja, o representante do executivo assina e tenta obter uma ratificação pelo legislativo, dentro do Estado, e é a partir desta que o tratado entrará em vigor para os demais. São duas manifestações da vontade, casadas: assinatura e ratificação. A partir da ratificação é que o tratado entrará em vigor para os demais. Ou seja, é como se o representante fosse para o seu país buscar o certificado, retornasse à Conferência para manifestar o comprometimento de seu país para, então, fazer vigorar o tratado para os demais Estados. O OBJETO: O objeto do Direito Internacional Público é o estabelecimento de segurança entre as Nações, sobre princípios de justiça para que dentro delas cada homem possa ter paz, trabalho, liberdade de pensamento e de crença. Partilha de competências entre Estados soberanos Imposição de obrigações aos Estados no exercício de suas competências. Delimitação da competência das organizações internacionais. DIVISÃO O Direito Internacional Público, da mesma forma que o Direito Interno, pode apresentar-se sob aspectos diversos ou subdividir-se em diferentes ramos. A classificação mais usual é a que distingue o Direito Internacional Teórico, Natural ou Racional, do Direito Positivo ou Privado, sendo o primeiro aquele que se funda na razão humana e abrange os princípios da justiça e equidade que devem governar as relações entre os povos, e o segundo aquele que resulta do acordo de vontade dos Estados ou dos fatos jurídicos consagrados por uma prática constante. O Direito Internacional Público subdivide-se, portanto, em convencional e consuetudinário ou costumeiro. FINALIDADE Sua importância cresce à medida que se ampliam as relações internacionais, e deriva de necessidades cada vez maiores na vida das nações. Ele abrange assuntos dos mais relevantes, não só do ponto de vista teórico mas também do ponto de vista prático. Seu estudo fornece solução a questões variadas, cujo conhecimento se torna cada vez mais necessário ao mundo civilizado. Questionário. O que é Direito Internacional Público?
8 2. Quais são os órgãos da ONU? 3. Quais são os órgãos da OEA? 4. Qual o objeto de estudo do Direito Internacional?. Quais as fontes imediatas e mediatas do DIP? 6. O que é tratado?. O que é declaração? 8. O que é convenção? 9. O que é protocolo? 0. Quais são as fases para a existência de um tratado? Discorra sobre três delas. 8
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