Ecovia do Litoral... ou talvez Ecoberma do Litoral?
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- Octavio Campos Deluca
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1 Ecovia do Litoral... ou talvez Ecoberma do Litoral? Este curto documento ilustra a má qualidade da infra-estrutura de algumas secções da ecovia do litoral, e demonstra que a má sinalização horizontal chega até a meter o ciclista em perigo. Não é aceitável que se divulgue esta ecovia como parte de uma rede europeia de ciclovias (EuroVelo 1) quando a mesma não cumpre sequer a definição de ecovia. Conceito de ecovia Infraestrutura destinada à circulação a pé ou em bicicleta e que tem como principal caraterística a ligação - tanto a nível local como regional - entre áreas de interesse ambiental. Fonte: Ciclovias, ecopistas, e ecovias. Norte de Portugal. Por definição, as Ecovias vias de comunicação autónomas e ininterruptas, destinadas à utilização pedonal e ao tráfego não motorizado, assentam em pressupostos recreativos e de carácter quotidiano, de fácil utilização, cujo traçado é reconhecido pelas suas características construtivas e de inserção na paisagem. Caracterizam-se por apresentar declives máximo de 3%, serem fisicamente autónomas relativamente à rede viária, possuírem um reduzido número de cruzamento ou pontos de conflito de usos e, assegurarem a continuidade do traçado ou percepção do mesmo, incorporarem uma imagem transversal de fácil interpretação (informação directa e indirectamente disponibilizada de apoio à utilização da rede), constituindo uma rede sectorial de vias de comunicação identificável como tal. Surgem frequentemente associadas a plataformas de linhas ferroviárias desactivadas, caminhos e itinerários históricos, ou estruturados em temáticas inerentes a corredores fluviais, espaços agrícolas e florestais e centros populacionais com interesse patrimonial. Vias verdes, voies vertes, voies lentes, voies douces, greenways, ejes verdes, pasillos verdes, corredores verdes, ecopista, ecovias, são terminologias utilizadas para descrever Ecovias. Fonte: Estudo da Ecovia do Litoral Norte e Percursos Complementares.
2 Exemplos de más práticas na Ecovia do Litoral: As fotografias abaixo ilustram algumas das situações nas quais seguir a dita ecovia é exactamente o que não se deve fazer. Muitos mais exemplos poderiam ter sido incluidos aqui, mas estes servem bem para demonstrar a falta de respeito e de consideração pela segurança do ciclista demonstrada por quem a projetou. De uma forma geral, estas marcações transmitem a ideia errada aos condutores ignorantes que os ciclistas devem circular o mais à direita possível, não obstante este ser muitas vezes o local mais perigoso. Onde não é possível ter uma faixa ciclável fisicamente segregada do trânsito motorizado, a sinalização horizontal deve ser pintado no meio de cada via. A sinalização tal como está coloca o ciclista menos experiente em perigo! Nestes casos má sinalização é pior que não ter sinalização. Rua do Clube Carvoeiro, Vale da Pinta '06.6 N, 8 28'22.9 W Nesta situação, comum em grande parte da ecovia do litoral, a sinalização transmite a ideia errada (a condutores e ciclistas) de que se deve circular a 20 cms do lancil. Em caso de ultrapassagem perigosa por um veículo motorizado, o ciclista não tem por onde fugir para a sua direita sem bater no lancil. Nesta situação, um ciclista mais experiente sabe que deve circular no centro da via por forma a guardar espaço de segurança à sua direita (e.g. caso de ultrapassagem rasante, desvio de buracos ou outros obstáculos) e ser mais visível para outros utilizadores da estrada. A solução passaria por colocar a sinalização horizontal (i.e. pintura da bicicleta) no centro de cada uma das vias. Todas as imagens que se seguem sofrem desta problemática, além das suas problemáticas específicas.
3 Estrada das Açoteias, Olhos de Água '50.1 N, 8 10'50.5 W Urbanização dos Salgados '17.5 N, 8 19'16.4 W
4 Rua do Pestana Golf Resort, Vale da Pinta '54.1 N, 8 29'09.9 W Uma vez mais, as imagens reforçam a atitude incorrecta do projetista em meter o ciclista encostado a um passeio de lancil alto e com pinocos. Um ciclista que circule encostado à direita e seja derrubado cairá inevitavelmente sobre os pinocos ou as barreiras de cimento, com óbvias consequências graves. Uma vez mais, um ciclista mais consciente tomará o centro da via, correndo o risco de gerar conflito com motoristas que assumem que o ciclista deve circular encostado ao lancil por assim verem indicado na sinalização horizontal.
5 Rua do Pestana Golf Resort, Vale da Pinta '58.3 N, 8 29'01.9 W M1289-1, Olhos de Água '41.5 N, 8 10'21.0 W Deve o ciclista circular em cima das sarjetas e buracos?
6 Rua Escola Primária Alporchinhos '03.9 N, 8 23'23.8 W Este caso é ainda mais grave por colocar o ciclista ao alcance de uma porta de automóvel que se abra, com consequências desastrosas para o ciclista.
7 Estrada de Vale Rabelho 37 05'14.2 N 8 17'53.1 W Onde está a ecovia? Neste caso por se pintar o ciclista tão à direita, já quase nem se vê a sinalização horizontal.
8 Estrada Pedras de El-Rei a Santa Luzia 37 05'51.9 N 7 40'27.9 W Aqui a sinalização horizontal está fora da faixa de circulação, portanto realmente na berma, além de que está parcialmente coberta por folhas. Não podem os ciclistas usar a via de circulação? Estrada de Vale Rabelho 37 05'25.6 N 8 18'35.8 W Não basta pintar (e mal posicionado), é preciso fazer manutenção da ecovia.
9 Estrada de Vale Rabelho 37 05'25.2 N 8 18'34.9 W O ciclista que siga esta sinalização vai coçar a orelha na piteira! Uma vez mais a sinaização horizontal não deveria ter sido pintada tão próxima da parede/berma.
10 Estrada de Vale Rabelho 37 05'17.5 N 8 18'06.3 W Mais do mesmo - a sinalização horizontal não deveria ter sido pintada tão próxima da parede/berma.
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