Prática Jurídica II Aula 07. Foed Saliba Smaka Jr. Curso de Direito ISEPE Guaratuba 2015/2

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Ana Vitória de Vieira Vasques
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1 Prática Jurídica II Aula 07 Foed Saliba Smaka Jr. Curso de Direito ISEPE Guaratuba 2015/2

2 Pedro e Marcos firmaram contrato de compra e venda, sendo seu objeto um veículo tipo motocicleta, marca RR, modelo 137-Z, ficando ajustado o preço de R$ 5.000,00, definido o foro da comarca de Curitiba para dirimir quaisquer conflitos. Acordaram, ainda, que o pagamento ocorreria através do cheque nº 018, da Agência nº 5412, do Banco Dinheiro, emitido por Pedro, sendo o mesmo pós-datado devendo ser depositado em 30 dias após a celebração do contrato. Ocorre, porém, que, dias após, Pedro perdeu seu emprego. Na data prevista Marcos apresentou o cheque, que foi devolvido por insuficiência de fundos. Após reapresentação, o cheque não foi compensado pelo mesmo motivo, acarretando a inclusão do nome de Pedro nos cadastros de inadimplentes. Passados onze meses, Pedro conseguiu novo emprego e, frente à inércia de Marcos, em cobrar a dívida e considerando que esse permanece de posse do cheque procurou-o a fim de quitar o débito. Entretanto, Marcos mudou de endereço e Pedro não conseguiu informações sobre seu paradeiro, o que inviabilizou o contato e a quitação da dívida. Pedro, querendo saldar a dívida e restabelecer seu crédito perante as instituições financeiras procura um advogado para que sejam adotadas as providências cabíveis.

3 É forma da extinção da obrigação através do depósito da coisa ou do valor de forma consignada, devidamente autorizada pelo juízo.

4 Cabimento: Querendo a extinção de obrigação, o devedor ou qualquer outra pessoa por ele (art. 304 CC), poderá fazer uso da ação (art. 335 CC): Se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; Se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; Se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de difícil ou perigoso acesso; Se ocorrer dúvida sobre a pessoa legitimada a receber; Se pender litígio sobre o objeto.

5 Requisitos: Além dos conhecidos (art. 39, I; 283 e 295, V do CPC art. 106, I; art. 320; 330, sem referência no NCPC): Expresso pedido de depósito da quantia ou coisa devida (893, I CPC ou 542, I NCPC); Expresso pedido para citação do réu para levantar o depósito ou oferecer resposta (893, II CPC ou 542, II NCPC); Quando a coisa é indeterminada e a escolha cabe ao credor, deve conceder prazo de 5 dias, em contrário devedor escolhe (art. 894, CPC ou 543 NCPC); Havendo dúvida sobre quem deve receber, o autor deve incluir no polo todas as partes envolvidas;

6 Base Legal: Artigos 334 a 345 do Código Civil; Artigos 890 a 900 do CPC; Artigos 539 a 549 do NCPC.

7 Procedimento Petição Inicial (arts. 282 e 283 CPC ou 319 e 320 NCPC); Pedido de depósito; Prestações periódicas informar que continuará a depositar sem maiores formalidades (art. 892 CPC ou art. 541 NCPC); Coisa indeterminada ou alternativa, pedir a escolha do credor em 5 dias; Formados os autos, vão ao juiz que poderá: Determinar emenda no caso de falhas sanáveis (10 dias CPC art. 284 ou 15 dias NCPC art. 321); Extinguir o feito nos termos dos arts. 267 e 295 CPC ou 485 e 330 NCPC;

8 Procedimento Citação (art. 213 CPC ou 238 NCPC): Pode receber o bem e dar quitação, extinção do feito (art. 269, II CPC ou art. 487, III, a NCPC); Permanecer inerte aplicando-se a revelia e a procedência do pedido; Oferecer resposta;

9 Procedimento Citação (art. 213 CPC ou 238 NCPC): Pode receber o bem e dar quitação, extinção do feito (art. 269, II CPC ou art. 487, III, a NCPC); Permanecer inerte aplicando-se a revelia e a procedência do pedido; Oferecer resposta, alegar insuficiência de valor, 10 dias para completar; Julgamento conforme o estado do processo (art. 329 ou 330 CPC ou arts. 354 ou 355 NCPC); Parcialmente o mérito, art. 356 NCPC;

10 Procedimento Saneamento do processo, pode determinar audiência de conciliação (art. 331 CPC art. 357 [saneamento] e art º [audiência] NCPC); Audiência de Instrução e Julgamento (444 e SS CPC ou 358 e SS NCPC); Apresentação das alegações finais; Sentença (art. 458 e SS CPC e 485 NCPC), na própria audiência ou em 10 dias;

11 Foro competente: Eleição de foro (possível); Onde deveria ser cumprida a obrigação (art. 337 CC, art. 891 CPC e 539, 1º, NCPC), Relação de consumo domicílio do autor (art. 101, I do CDC);

12 Questões a serem respondidas pelo autor: Qual a origem da obrigação? Qual o seu valor ou objeto? Onde e como deve ser cumprida? Qual a razão da recusa? A recusa encontra-se caracterizada? De que forma?

13 O que provar: A existência de obrigação; A recusa injustificada; O litígio sobre a coisa; A ausência do credor.

14 Valor da Causa: Valor do bem; Valor da dívida.

15 Paulo, professor de ensino fundamental, depois de longos 20 anos de magistério, poupou quantia suficiente para comprar um pequeno imóvel à vista. Para tanto, procurou Carlos com objetivo de adquirir o apartamento que ele colocara à venda na cidade de Paranaguá/PR. Depois de visitar o imóvel, tendo ficado satisfeito com o que lhe foi apresentado, soube que este se encontrava ocupado por Lúcia, que reside no imóvel na qualidade de locatária há dois anos. O contrato de locação celebrado com Lúcia não possuía cláusula de manutenção da locação em caso de venda e foi oportunizado à locatária o exercício do direito de preferência, mediante notificação extrajudicial, certificada a entrega a Lúcia. Paulo firmou contrato de compra e venda por meio de documento devidamente registrado no Registro de Imóveis, tendo adquirido sua propriedade e notificou a locadora¹ a respeito da sua saída

16 Contudo, ao tentar ingressar no imóvel, para sua surpresa, Lúcia ali permanecia instalada. Questionada, respondeu que não havia recebido qualquer notificação de Carlos, que seu contrato foi concretizado com Carlos e que, em virtude disso, somente devia satisfação a ele, dizendo, por fim, que dali só sairia a seu pedido. Indignado, Paulo conta o ocorrido a Carlos, que diz lamentar a situação, acrescentando que Lúcia sempre foi uma locatária de trato difícil. Disse, por fim, que como Paulo é o atual proprietário cabe a ele lidar com o problema, não tendo mais qualquer responsabilidade sobre essa relação. Com isso, Paulo procura o advogado, que o orienta a denunciar o contrato de locação, o que é feito ainda na mesma semana. Diante da situação apresentada, na qualidade de advogado constituído por Paulo, proponha a medida judicial adequada para a proteção dos interesses de seu cliente para que adquira a posse do apartamento comprado, abordando todos os aspectos de direito material e processual pertinentes.

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