A ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO ATENDIMENTO AOS PACIENTES DO HIPERDIA DO ESF 18 E 19 DA CIDADE DE DOURADOS/MS
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- Victor Gabriel Vilalobos Caldeira
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1 5 A ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO ATENDIMENTO AOS PACIENTES DO HIPERDIA DO ESF 18 E 19 DA CIDADE DE DOURADOS/MS ASSISTANCE IN PHARMACEUTICAL CARE TO PATIENTS OF THE ESF HIPERDIA 18 AND 19 OF THE CITY OF DOURADOS/MS CARVALHO, Michele Cristina 1 ; ALMEIDA, Ana Paula Machado de; GARBINATO, Ligia Regina 2 Resumo A assistência farmacêutica tem grande importância no uso racional de medicamentos, especialmente em pacientes que fazem uso contínuo dos mesmos como ocorre com os participantes do Hiperdia. Os resultados deste programa melhoram a qualidade de vida dos usuários, através do acompanhamento da farmacoterapia e garantindo assim a adesão do paciente ao tratamento. A hipertensão arterial ocorre quando há um aumento nos níveis pressóricos de um individuo. Já a Diabete Mellitus é decorrente do aumento da glicemia no sangue. Ambas as patologias estão associadas à maiores riscos de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, daí a importância da prevenção e controle dessas doenças. O objetivo deste trabalho é avaliar o acesso à assistência farmacêutica prestada aos pacientes cadastrados no programa Hiperdia dos ESF 18 e 19 da rede pública de saúde no município de Dourados/MS. Este trabalho é de caráter epidemiológico, onde será realizada uma pesquisa de campo descritiva transversal e de abordagem quantitativa, com a finalidade de encontrar as dificuldades dos pacientes quanto à adesão e/ou continuidade do tratamento da hipertensão e diabetes. Pode-se concluir que a assistência farmacêutica oferecida é ineficiente, pois existe um alto número de pacientes fazendo uso incorreto dos medicamentos e abandonando o tratamento, trazendo grandes agravos à sua saúde. Palavras-chave: Hipertensão Arterial; Diabete Mellitus; Orientação Farmacêutica. Abstract Pharmaceutical care has great importance in the rational use of drugs, especially in patients who use this medicines in a continued way like those participants of Hiperdia. The results of this program improves the quality of life of users by monitoring pharmacotherapy and ensuring patient adherence to treatment. Hypertension occurs when there is an increase in blood pressure of an individual. Diabetes Mellitus is the result of increased blood glucose. Both disorders are associated with higher risks of developing cardiovascular diseases, hence the importance of prevention and control of these diseases. The aim of this study is to evaluate access to pharmaceutical care provided to patients involved in the Hiperdia program of the ESF 18 and 19 from the public health system of Dourados/MS. This work is an epidemic study, where there will be a descriptive cross-field research and quantitative approach, in order to find the difficulties of patients regarding compliance and/or continuity of treatment of hypertension and diabetes. It can be concluded that the pharmaceutical services offered is inefficient because there is a high number of patients making misuse of drugs and abandoning the treatment, bringing big problems and risks to their health. Keywords: Hypertension, Diabetes Mellitus; Guidance Pharmaceuticals. 1 Discente do curso de Farmácia do Centro Universitário da Grande Dourados, Dourados / MS. michele_10@hotmail.com 2 Docente do curso de Farmácia do Centro Universitário da Grande Dourados, Dourados / MS. ligiagarbinato@gmail.com
2 6 Introdução O Hiperdia é um programa criado pelo governo federal e o mesmo tem por objetivo cadastrar os pacientes portadores de hipertensão arterial sistêmica (HAS) e diabetes mellitus, tendo em vista fazer um acompanhamento dos mesmos e gerar dados aos gerentes municipais para que estes melhorem as condições de vida desta população em nível local. A criação deste programa foi de grande importância uma vez que existe no Brasil atualmente uma elevada prevalência destas duas patologias crônicas, isoladas ou associadas, e as mesmas são fatores de risco para o desenvolvimento de outros agravos os quais podem levar ao óbito do paciente (BRASIL, 2002a; 2006b). A pressão alta ou Hipertensão Arterial Sistêmica HAS atinge cerca de 10% da população adulta, diminuindo a expectativa média de vida do portador dessa patologia, devido à insuficiência cardíaca, insuficiência vascular cerebral, coronária e renal. Pois é uma doença altamente prevalente tanto nos países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento, atingindo cerca de 15 a 20% a população adulta do País. Um indivíduo é considerado portador de HAS quando sua pressão arterial se mantém freqüentemente acima de 140 por 90 mmhg (BRASIL, 2002b; BRASIL, 1993; VITOR, 2005). Essa doença é considerada hereditária em 90% dos casos, mas há vários fatores que podem ocasionar o aumento dos níveis de pressão arterial, estes encontramse associados ao estilo de vida do portador como, por exemplo, o fumo, o consumo de bebidas alcoólicas, a obesidade, o estresse, o grande consumo de sal, os níveis altos de colesterol, a falta de atividade física. Existem estudos que apontam para uma maior incidência da doença associada a raça negra e a portadores de diabetes mellitus, bem como e a idade avançada sendo que no sexo masculino a mesma é maior em homens com até 50 anos, e em mulheres com idade acima de 50 anos (BRASIL, 2002b; LIMA et al., 2004). De acordo com o Ministério da Saúde a HAS constitui um dos principais fatores de risco populacional para as doenças cardiovasculares, motivo pelo qual representa um grave problema de saúde pública, uma vez que em torno de 60 a 80% dos casos são tratados por meio do sistema público de saúde (BRASIL, 2002a). Segundo o Ministério da Saúde a falta de adesão ao tratamento antihipertensivo continua constituindo um dos maiores problemas no controle da HAS, sendo um dos principais motivos da não adesão a falta de orientação sobre a importância do tratamento e de atividades que de certa forma melhoraria sua condição e expectativa de vida (BRASIL, 1993; SANTOS et al., 2007). Um estudo multicêntrico sobre prevalência de Diabetes mellitus (DM) realizado no Brasil apontou um índice de 7,6% na população brasileira entre anos, atingindo cifras próximas a 20% na população acima dos 70 anos. Cerca de 60% dessas pessoas desconhecem o diagnóstico, e 35% da população diabética não fazem nenhum tratamento (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2000; SARAIVA et al., 2007). O tratamento da DM e da HAS inclui orientação e educação em saúde, modificações no estilo de vida e, se necessário, o uso de medicamentos. As orientações são necessárias, tanto no que se refere ao tratamento medicamentoso quanto ao não medicamentoso. A educação em saúde é imprescindível, pois não é possível o controle adequado da glicemia e da pressão arterial se o paciente não for instruído sobre os princípios em que se fundamentam seu tratamento (BRASIL, 2002a; SANTOS et al., 2007). Considerando a relevância do tratamento medicamentoso para o controle destas patologias o farmacêutico é um profissional fundamental para o tratamento adequado destes pacientes.
3 7 Neste contexto justifica-se a necessidade da presença do farmacêutico nos programas e nas ações realizadas nas unidades de saúde pública, em especial no programa hiperdia, pois sabe-se que a assistência farmacêutica responsável e de qualidade auxiliará para a adesão do paciente ao tratamento, bem como para que este realize o uso racional dos medicamentos quando necessário (OMS, 2004; ARAUJO, 2006). Esta realidade é possível tendo em vista que o farmacêutico deve orientar o paciente quanto ao modo de usar, o armazenamento; os prováveis efeitos colaterais e as interações existentes; bem como, informar o paciente sobre os malefícios de práticas como a automedicação (STORPIRTIS et al., 2007; ARAUJO, 2010). O presente estudo teve por objetivo avaliar o acesso à assistência farmacêutica pelos pacientes cadastrados no programa Hiperdia dos ESF 18 e 19 da rede pública de saúde no município de Dourados (MS), focalizando aspectos relacionados às dimensões de dispensação, orientação e a atenção farmacêutica. Material e Métodos Foi realizada uma pesquisa de campo de caráter descritivo transversal e de abordagem quantitativa com a finalidade de encontrar as dificuldades dos pacientes quanto à adesão e/ou continuidade do tratamento da hipertensão e diabetes. A pesquisa quantitativa supõe uma população de objetos de observação comparável entre si; a pesquisa quantitativa enfatiza os indicadores numéricos e percentuais sobre determinado fenômeno pesquisado. A pesquisa quantitativa apresenta gráficos e tabelas, comparativas ou não, sobre determinado objeto/fenômenos pesquisados. A pesquisa quantitativa pode ser aplicada juntamente com a pesquisa qualitativa (VALENTIN, 2005). A pesquisa foi desenvolvida na Estratégia Saúde da Família ESF 18 e 19, situada à Rua José Valério dos Santos, SN, parque das nações II, Dourados - MS, sendo que foram utilizados os critérios para a seleção os pacientes cadastrados no programa hiperdia das unidades 18 e 19 que participam das reuniões que aconteceram na unidade em diferentes dias e de forma aleatória até atingir o número amostral proposto na pesquisa. Como benefício ao sujeito, foi oferecido um panfleto informativo sobre hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus, o qual foi entregue como devolutiva do trabalho, pois o mesmo abordou as necessidades, e as dificuldades de adesão ao tratamento referido pelos pacientes na pesquisa. Os critérios de inclusão foram possuir idade entre 40 e 80 anos e cadastro no Programa Hiperdia das duas Unidades Básicas de Saúde referidas anteriormente. Os participantes foram esclarecidos quanto aos objetivos da pesquisa e convidados a responder ao instrumento da mesma, aqueles que concordaram em participar, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os dados foram coletados com o auxílio de um questionário, as entrevistas foram realizadas na sala de triagem do ESF, de forma individual, durante o período da reunião do Hiperdia, que aconteceu nas quintas-feiras, no turno da manhã, das 07:00 às 11:00. A análise dos dados foi realizada pro meio do programa estatístico EPI-INFO Este programa é de grande valia na área de epidemiologia e saúde coletiva tendo em vista que facilita a condução das investigações epidemiológicas, administração de bancos de dados para vigilância no setor de saúde pública, entre outras aplicabilidades (DEAN, 2000). Resultados e Discussão A análise das características demográficas dos usuários do Programa Hiperdia das duas Unidades Básicas de Saúde pesquisadas demonstrou que 32,2%
4 8 dos mesmos possuem idade entre 47 e 57 anos, e que os idosos (> de 60 anos) representaram 17% da população pesquisada. Este fato encontra-se de acordo com os resultados observados no estudo de Elliot; Black, (2002), pois estes resultados confirmam o que outros estudos mostraram o aumento da pressão arterial através do avanço da idade, principalmente entre os idosos. Além disso, o risco de acidente vascular cerebral (AVC) em mulheres é mais prevalente que nos homens (BRASIL, 2007b). O sexo feminino representou a maioria dos entrevistados (64,9%), sendo resultado compatível com os dados apresentados nos estudos de Bezerra (2009) onde as mulheres procuram em maiores números as unidades de saúde para consultas periódicas, tratamento das patologias e com isso se tem um acompanhamento eficaz que vem garantir alem da adesão uma continuidade do tratamento elevando assim a melhora na qualidade de vida dessas usuárias. Figura -1 Conhecimento dos usuários do ESF 18 e 19 sobre os medicamentos em uso no tratamento da hipertensão arterial, diabete mellitus na cidade de Dourados, Observou-se que nesta população ainda existe um número representativo de pessoas que se apresentam como analfabetos (29,9%) em contrapartida apenas 4,6% referiram ter ensino superior completo. Este fato é de extrema importância para o adequado desenvolvimento de estratégias para garantia da adesão ao tratamento medicamentoso, bem como, para a criação do material informativo proposto neste estudo como forma de devolutiva. Níveis sócios - econômicos mais baixos também se integram a maior prevalência de HAS e de fatores de risco para a elevação da pressão arterial (BRASIL, 2007b). O desconhecimento da importância do uso contínuo dos medicamentos para o controle da hipertensão arterial e da diabetes pode levar a um problema farmacoterapêutico de não adesão ao tratamento conforme descrito anteriormente por Cipolle et al. (2004). A condição de saúde dos participantes é fato importante para que se trabalhe melhor com os mesmos, uma vez que a conduta para as duas patologias tratadas no programa apresentam enfoques diferentes. Observou-se que a maior parte dos participantes possuía apenas HAS (58,6%), enquanto 20,7% eram apenas diabéticos e 20,7% sofriam das duas patologias associadas.
5 9 Figura 2 Nível de Escolaridade dos usuários atendidos pelo Programa Hiperdia da Unidade de Saúde Pública ESF 18 e 19 da cidade de Dourados, Adesão e conhecimento do tratamento O estudo apontou para um conhecimento dos participantes a cerca da patologia e da necessidade de tratamento continuo da mesma, uma vez que 98,9% dos pacientes entrevistados relataram que tanto a HAS quanto a DM são doenças para toda a vida. Este é considerado um ponto positivo, uma vez que tendo ciência deste fato os pacientes procuram seguir corretamente as orientações dadas e conseqüentemente proporcionam a si mesmos uma qualidade de vida. No Brasil, estudos recentes demonstraram que as intervenções educativas e as orientações farmacêuticas, dentro do serviço de Atenção Farmacêutica, contribuem para melhorar a adesão ao tratamento em cerca de 70% dos casos (CASTRO et al., 2006; LYRA JR et al., 2007; SANTOS et al., 2007; SILVA et al., 2008b; SOUZA, 2011). Figura-3 Distribuição dos casos de hipertensão arterial e diabete mellitus nos usuários do programa Hiperdia do ESF 18 e 19, Dourados 2012.
6 10 Em outros países, as Intervenções Farmacêuticas (IF) mostram resultados positivos, reduzindo custos, melhorando as prescrições, controlando o risco de reações adversas e promovendo maior adesão dos idosos ao tratamento, e com tudo melhorando perceptivelmente a condição/qualidade de vida dos usuários do sistema publico de saúde (ROMANO; LIEBER et al., 2002). O tratamento medicamentoso destas patologias pode ser realizado por meio da utilização de diversos fármacos, porém o programa Hiperdia, disponibiliza os medica.mentos que encontram-se listados na Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUME), A REMUME de Dourados (MS) inclui como tratamento destas patologias os fármacos apresentados no figura 04 e 05 que segue. Foi observado que 65,5% dos entrevistados desconhecem o nome do medicamento que utilizam e 62,6% desconhecem a dose usual do medicamento. O fato dos pacientes não saberem os nomes dos medicamentos, concentrações, se deve não só a baixa escolaridade, mas também a inadequação das receitas médicas. Além do mais, estudos recentes demonstram que aproximadamente, 66% das receitas médicas são consideradas ilegíveis pelos usuários alfabetizados (SILVA et al., 2008a). Figura-4: Lista dos Hipoglicemiantes Disponibilizados nas Farmácias Municipais - Remume. Substância Ativa (Nome Genérico) Marcas Comerciais Classe Terapêutica GLIBENCLAMIDA 5mg comprimido Daonil, Euglucon, Lisaglucon Hipoglicemiante (antiabético oral) METFORMINA, CLORIDRATO 850 mg comprimido INSULINA HUMANA NPH suspensão injetável 100UI/ML frasco ampola 1ml INSULINA REGULAR HUMANA suspensão injetável 100UI/ML frasco ampola 1ml INSULINA LISPRO suspensão injetável 100UI/ML frasco ampola 10ml INSULINA GLARGINA suspensão injetável 100UI/ML frasco ampola 3 ml INSULINA ASPART solução injetável 100 UI/ML frasco ampola 10 ml Gllifage, Glucoformin, Dimefor Novolin Novolin r Humalog Lantus Novorapid (10ml) Novorapid penfill Penfill (3ml) Hipoglicemiante (antiabético oral) Hormônio hipoglicemiante Hormônio hipoglicemiante Hormônio hipoglicemiante Hormônio hipoglicemiante Hormônio hipoglicemiante Fonte: Relação Municipal De Medicamentos Essenciais - Remume De acordo com Cipolle et al. (2004) o não cumprimento ou não adesão ao tratamento medicamentoso é considerado um problema farmacoterapêutico, porque pode acarretar como conseqüência o agravo da doença, uma vez que há falha no tratamento farmacológico. Além disso, pode ocasionar aumento de internações hospitalares e de custos assistenciais em saúde que poderiam ser evitados. Em um serviço de Atenção Farmacêutica, as intervenções farmacêuticas educativas são ações importantes para aumentar a adesão do usuário ao tratamento medicamentoso, e a garantia de continuidade do tratamento. A adesão ocorre quando o usuário está suficientemente motivado a aderir o tratamento prescrito devido à percepção dos benefícios e resultados positivos (URQUHART, 2000).
7 11 Figura-5 Listagem dos Antihipertensivos mais Dispensados Preconizados Pela Lista Da Remume. Substância Ativa (Nome Genérico) Marcas Comerciais Classe Terapêutica ÁCIDO ACETILSALICILÍCO 100 mg comp Ass. Melhoral, Aspirina Antiagragantes plaquetario; analgesico; antinflamatorio não estieroide AMIODARONA 200mg comp Ancoron, Atlasil, Miodaron. Antiarritmico ANLODIPINA, BENZILATO 5mg comp ATENOLOL 100mg comp ATENOLOL 50 mg comp CAPTOPRIL 25 mg comp Novasc, Roxflan, Pressat, Cordarex, Amlovasc Atenol, Atenopress, Angipres Atenol, Atenopress, Angipres Capoten, Catoprol, Captomed Anti-hipertensivo ( bloqueador do canal de calcio) Anti-hipertensivo ( beta bloqueador seletivo) Anti-hipertensivo ( beta bloqueador seletivo) Anti-hipertensivo (inibidor da enzima conversora angiotensinaeca) vasodilatador (na insulficiencia cardiaca congestiva DIGOXINA 0,25 mg comp Digoxil, Lanoxin Antiarritmico: cardiotonico (insulficiencia cardiaca congestiva) ENALAPRIL 10mg comp Renitec, Vasopril, Eupressin, Pressel, Anti-hipertensivo (inibidor da enzima conversora angiotensinaeca) vasodilatasdor (na insulficiencia cardiaca congeetiva) ENALAPRIL 20mg comp Renitec, Vasopril, Eupressin, Pressel, Anti-hipertensivo (inibidor da enzima conversora angiotensinaeca) vasodilatasdor (na insulficiencia cardiaca congeetiva) ENALAPRIL 5mg comp Renitec, Vasopril, Eupressin, Pressel, Anti-hipertensivo (inibidor da enzima conversora angiotensinaeca) vasodilatasdor (na insulficiencia cardiaca congeetiva) ESPIRONOLACTONA 25mg comp Aldactone, Spiroctan Anti-hipertensivo diuretico (diuretico poupador de potassio) FUROSEMIDA 40 mg comp Lasix, Furosem, Furosetion Anti-hipertensivo diuretico (diuretico de alça espoliador de potassio) HIDROCLOROTIAZIDA 25mg comp Clorana, Drenol Anti-hipertensivo diuretico (diuretico tiazidico) METILDOPA 250mg comp Aldomet, Metilpress Anti-hipertensivo ( bloqueador adrenergico) METILDOPA 500mg comp Aldomet, Metilpress Anti-hipertensivo ( bloqueador adrenergico) NIFEDIPINA 10mg comp Adalat Oros, Dilaflux, Oxcord, Retard Anti-hipertensivo ( bloqueador do canal de calcio) NIFEDIPINA 20mg comp Adalat Oros, Dilaflux, Oxcord, Retard Anti-hipertensivo ( bloqueador do canal de calcio) PROPANOLOL 40mg comp Inderal, Ayerst, Rebaten Anti-hipertensivo ( beta bloqueador não seletivo) Fonte: Relação Municipal De Medicamentos Essenciais Remume
8 12 De acordo com o Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica podemos definir a atividade como sendo o modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica. Compreende atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e co-responsabilidades da prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde. É a interação direta do farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida. Esta interação também deve envolver as concepções dos seus sujeitos, respeitada as suas especificidades bio-psico-sociais, sob a ótica da integralidade das ações de saúde (MARIN, 2003). Conforme já referido na introdução deste artigo o farmacêutico é o profissional que deve se responsabilizar pelas orientações corretas para garantir o uso racional dos medicamentos, neste estudo foi observado que 98,9% dos entrevistados relataram ter recebido orientação sobre o uso correto do medicamento no ato da dispensação, porém não souberam afirmar se o responsável pelas mesmas era um profissional farmacêutico. Neste contexto cabe ressaltar que foi evidenciado nesta pesquisa que 37,9% dos pacientes não tomam o medicamento na hora certa e 30,5% não fazem o uso conforme as orientações médicas. Figura 6 - Compreensão da prescrição médica pelos usuários da Unidade de Saúde Pública ESF 18 e 19 proporcional a faixa etária, Dourados, Estudos anteriores conduzidos por Renovato e Trindade (2004) e Santos et al. (2006), demonstraram que a maioria dos usuários desconhece sua doença. Segundo o DATASUS em 2010, 25% das internações hospitalares foram por doenças do aparelho circulatório aos usuários acima de 49 anos de idade. Os custos com internação ultrapassaram R$ ,00 ao ano, e os coeficientes de mortalidade por habitantes em 2009 tiveram como causas prevalentes as doenças cerebrovasculares - 47,4; infarto agudo do miocárdio (IAM) - 48,7 e DM - 28,2 (BRASIL, 2011). Logo os resultados obtidos comprovam que a maioria dos usuários entrevistados durante o estudo, não compreendiam corretamente as recomendações da receita médica relativa à dose, ao nome do medicamento utilizado e ao tempo de duração do tratamento. Além disso, a maioria não dispunha de informações sobre a doença.
9 13 Quanto à adesão dos usuários à terapia medicamentosa para o tratamento da Hipertensão e Diabetes foi considerada bastante deficiente, visto que mais da metade relatou esquecer-se de tomar os seus medicamentos. Por isso se faz necessária as estratégias voltadas para a educação em saúde dos usuários, assim como, implantação de um serviço de acompanhamento farmacoterapêutico com uma orientação farmacêutica de qualidade, parece ser uma alternativa para aumentar a adesão ao tratamento, bem como o conhecimento sobre a doença e a sua manutenção junto ao programa. Os problemas relatados acima, muitas vezes ocorrem pelo simples fato de que para a administração publica, a Assistência Farmacêutica tem apenas o objetivo de garantir o abastecimento dos medicamentos nas unidades locais de saúde, sendo o cuidado com o paciente e a promoção do uso racional dos medicamentos, ações freqüentemente marginalizadas (FOPPA et al., 2008). Conclusões De acordo com as informações obtidas por este trabalho pode-se concluir que a assistência farmacêutica oferecida ainda é precária, para que esta realidade mude, muitas ações devem ser tomadas e uma delas é uma maior participação do farmacêutico no processo/ ato de dispensação. É imprescindível também a inserção do mesmo dentro do programa hiperdia, para que ele possa participar das reuniões, pois um acompanhamento mais rigoroso dos pacientes durante as reuniões do hiperdia representaria acima de tudo uma melhora na concepção dos usuários sobre o que vem a ser orientação farmacêutica para que estes possam de fato recebê-las. Não esquecendo é claro o nível sócio econômico em que eles estão inseridos, e o alto índice de pessoas analfabetas, fazendose necessário uma abordagem diferenciada, mas clara e objetiva por parte do farmacêutico, para que este seja mais um grande aliado ao tratamento dessas doenças crônico-degenerativas no caso hipertensão arterial e diabetes mellitus. Referências Bibliográficas ARAÚJO, A.L.A. et al.. Perfil da Assistência Farmacêutica na Atenção Primária do Sistema Único de Saúde. Ciência &Saúde Coletiva, 1(Sup): , ARAÚJO, A.L.A.; FREITAS, O. Concepções do Profissional Farmacêutico Sobre A Assistência Farmacêutica na Unidade Básica de Saúde: Dificuldades E Elementos Para A Mudança. Revista Brasileira De Ciências Farmacêuticas. v. 42, n.1, jan./mar., ARAÚJO, S.S.C.; RIBEIRO, W. Atenção Farmacêutica Em Pacientes Portadores De Hipertensão E A Identificação De Possíveis Interações Medicamentosas. XIII Encontro Latino Americano De Iniciação Cientifica e IX Encontro Latino Americano De Pós Graduação Universidade Do Vale Do Paraíba, BARBETA, P.A. Estatística aplicada a Ciências sociais. 7. ed. Florianópolis: UFSC, BEZERRA, D. S. et al. Avaliação das características dos usuários com hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus em uma Unidade de Saúde Publica no município de Jaboatão dos Guararapes PE. Revista Ciência Farm. Básica Aplicada. v. 30, n.1, p , BRASIL, Ministério Da Saúde. Secretaria De Assistência À Saúde. Departamento De Programas De Saúde. Coordenação De Doenças Cardiovasculares. Controle Da Hipertensão Arterial: Uma Proposta De Integração Ensino- Serviço. Rio De Janeiro:, BRASIL. Ministério Da Saúde. Secretaria De Políticas De Saúde. Departamento De Ações Programáticas Estratégicas. Plano De Reorganização Da Atenção À Hipertensão Arterial E Ao Diabetes Mellitus: Hipertensão Arterial E Diabetes Mellitus / Departamento De Ações Programáticas Estratégicas. Brasília: Ministério Da Saúde, 2002a. BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de hipertensão arterial e diabetes mellitus. Brasília: Secretaria de Políticas de Saúde, Ministério da Saúde; 2002b.
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