Metástase Cutânea de Carcinoma de Células Claras Renais: Relato de Caso Aichinger, L.A. 1, Kool, R. 1, Mauro, F.H.O. 1, Preti, V.
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1 Metástase Cutânea de Carcinoma de Células Claras Renais: Relato de Caso Aichinger, L.A. 1, Kool, R. 1, Mauro, F.H.O. 1, Preti, V. 1 1 Hospital Erasto Gaertner, Curitiba, Paraná.
2 Introdução e Objetivo O carcinoma de células renais (RCC) é a terceira neoplasia mais comum do trato geniturinário 1. Representa 2-3% dos tumores malignos 2. Teve sua incidência aumentada nos últimos 50 anos, com um acometimento maior na faixa etária de 60 a 70 anos 3. O carcinoma de células claras é o tipo mais comum, sendo responsável por 60 a 80% dos cânceres de célula renal 1. Pacientes com carcinoma de células renais desenvolvem metástases em 30% dos casos e quando ocorrem, acometem principalmente pulmões, fígado, ossos, cérebro e glândulas adrenais 4. A incidência de metástase cutânea a partir de carcinoma de células renais é rara, de 3-4% sendo a sétima localização mais frequente 2. As metástases cutâneas de tumores renais geralmente são decorrentes de embolias hematogênicas secundárias à tumor infiltrante de veia renal 2. Porém, o mecanismo da metástase cutânea pode ser a disseminação linfática, hematogênica ou devido à extensão direta do RCC em tecidos cutâneos 5. Aproximadamente 80% dos casos se apresentam após o diagnóstico da neoplasia renal primária 2. O objetivo deste trabalho é relatar o caso de um paciente com lesão hemangiomatosa em couro cabeludo, posteriormente diagnosticada como metástase cutânea de carcinoma de células claras renais.
3 Resultado Relato de Caso D.S, 38 anos, sexo feminino, com presença de massa mal definida em flanco esquerdo no exame físico. A ultrassonografia revelava rim direito multinodular e rim esquerdo tumoral volumoso heterogêneo com desorganização arquitetural. Foi submetida à primeira consulta no Hospital Erasto Gaertner em 26 de março de 2013 e confirmado o diagnóstico de RCC bilateral através de biópsia, iniciado seguimento para tratamento clínico oncológico, investigação de síndrome genética e presença de metástases. Durante seguimento com o serviço de oncogenética da instituição percebeu-se a presença de lesão hemangiomatosa em couro cabeludo, polipóide, com 4 x 3 cm. Realizado a excisão da lesão em dezembro de 2013 e confirmado o diagnóstico de neoplasia padrão células claras infiltrativa e ulcerada em pele com lesão polipóide, com 3,3 x 2,5 x 2,0 cm, superfície brancacenta, lisa e brilhante recoberta por crosta hemática. A imunoistoquímica foi condizente com carcinoma pouco diferenciado, com células claras e áreas hemorrágicas (positivo para vimentina, CD10 e RCC). Progrediu com nova lesão hemangiomatosa em couro cabeludo, realizado nova biopsia e confirmado novamente carcinoma de céluas claras renais metastático.
4 Resultado Relato de Caso Na literatura a morfologia da metástase cutânea é variável, podendo apresentar-se como nódulos, geralmente indolores, firmes, sendo a maioria localizadas na cabeça, couro cabeludo e tronco. Durante o tratamento com interferon 3, a paciente foi submetida a diversas internações hospitalares para hemotransfusão durante o transcorrer do ano de Em dado momento apresentou-se com epistaxe intensa, também sendo necessário hemotransfusões e investigação por métodos de imagem que confirmaram nova metástase em cavidade nasal, antro maxilar direito e células etmoidais. Além da lesão cutânea em couro cabeludo e em seios da face, apresentava metástases disseminadas em fígado, pulmão, parede pélvica e supra renais, sendo concordante com a literatura que descreve presença de lesões concomitantes em até 75% dos casos de metástase cutânea. O prognóstico de pacientes com metástase cutânea é ruim, tendo sobrevida média de 7-32 meses. A paciente evoluiu para óbito 14 meses após entrada no serviço, dia 09 de outubro de 2014.
5 Conclusão A metástase cutânea de carcinoma de célula renal é uma manifestação incomum e pela história natural do RCC e prognóstico reservado na presença de metástases exige-se acompanhamento adequado. Este estudo aborda um caso raro na literatura, não apenas pela presença da metástase cutânea, como também pelo fato da paciente ser do sexo feminino, com idade inferior a outros casos já descritos e presença de RCC bilateral. Não foi possível obter a conclusão sobre a presença de síndrome genética antes do óbito. Referências: 1. Paula TA, Silva PSL, Berriel LGS. Carcinoma de células renais com metástase cutânea: relato de caso. J Bras Nefrol 2010;32(2): Bujons A, Pascual X, Matínez R, Rodríguez O. Cutaneous Metastases in Renal Cell Carcinoma. Urol Int 2008;80: Michkisch G, Carballido J, Hellsten S, Schulze H, Mensink H. Guidelines on renal cell cancer. European Urology, 2001, v. 40, issue 3, p Flamigan RC, Campbell SC, Clark JI, Picken MM. Metastatic renal cell carcinoma. Curr Treat Options Oncol. 2003;4: Kassam K, Tiong E, Nigar E, Kumar M. Exophytic Parietal Skin Metastases of Renal Cell Carcinoma. Hindawi Publishing Corporation Case Reports in Dermatological Medicine Volume 2013, Article ID , 3 pages Contato: Lilly Ana Aichinger Hospital Erasto Gaertner R. Dr. Ovande do Amaral, Jardim das Americas, Curitiba - PR, lillyaichinger@gmail.com
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