É o relatório. Passa-se a examinar. Parecer n. Processo n PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE PROCURADORIA-GERAL DO MUNICÍPIO
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- Natália Cabral Medina
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1 PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE PROCURADORIA-GERAL DO MUNICÍPIO Procuradoria de Urbanismo, Meio Ambiente e Regularização Fundiária. Parecer n. Processo n Ementa: Planejamento e gestão urbana. Plano de Incentivo às transferências de potencial construtivo nos imóveis atingidos pelas obras da Copa de 2014 e o solo criado na forma de índice verde. Exame do projeto de lei complementar. Necessário monitoramento de densificação e infra-estrutura existente. Diferenciação entre instrumento urbanístico e instrumento meramente arrecadatório. De ordem do senhor Procurador-Geral, com base no relato da reunião realizada no dia 29 de novembro passado, cópia anexa, passa-se ao exame do projeto de Lei Complementar que institui o Plano de Incentivo às transferências de potencial construtivo nos imóveis atingidos pelas obras da Copa de 2014 e institui o solo criado na forma de índice verde. A minuta do projeto de lei encontra-se anexa ao expediente. Referido projeto pretende instituir mecanismos urbanísticos para dar eficiência e efetividade nas intervenções que serão executadas para a realização do Campeonato Mundial de Futebol, no ano de 2014.Também pretende instituir o índice verde como forma de subsídio às transferências de populações necessárias para viabilizar as obras da Copa do mundo, tal como previsto no artigo 6º do projeto examinado. É o relatório. Passa-se a examinar.
2 A visão sistemática do planejamento e gestão urbana: De plano se pode afirmar que medidas de intervenção urbanística para receber evento de tamanho porte, considerado e eleito pela Administração Municipal como importante e prioritário para a cidade, demanda medidas de planejamento e gestão prévias. O projeto de lei pretende instituir tais medidas, por meio de mecanismos urbanísticos de incentivo de transferência e criação de potencial construtivo, respectivamente transferência do direito de construir e outorga onerosa do direito de construir. O projeto, portanto, além de necessário, é imprescindível à viabilização do evento esportivo. Entretanto, há aspectos que devem ser aclarados e ajustados a fim de possibilitar que ditos instrumentos funcionem como efetivas ferramentas de planejamento e gestão urbana, em consonância com as diretrizes estratégicas do Estatuto da Cidade- Lei federal n , de e Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre- Lei Complementar n. 434, de e alterações posteriores. Esses ajustes- por meio de sugestões e observações ao presente projeto de lei complementar- devem ser realizados a fim de que se tenha uma visão ampla e sistemática de todo o planejamento e gestão do território da cidade, evitando que o projeto de lei tenha cunho apenas casuístico. Assim que, muito embora o projeto de lei seja de mesma hierarquia legislativa do Plano Diretor, ou seja, lei complementar, é o Plano Diretor- e por isso dessa denominação- que converge toda a estratégia e dinâmica para o planejamento e gestão da cidade, buscando transformar a cidade real na cidade desejada. A transformação da cidade é, portanto, um processo e como tal deve ser tratada e executada. De sorte que não é demais salientar que toda e qualquer análise relativa à legislação de planejamento e gestão do território da cidade está necessariamente vinculada à interpretação sistemática da legislação urbanística. 2
3 Como decorrência, sendo o Plano Diretor, tal como estabelece o artigo 182, 1º da Constituição Federal, o instrumento básico de política urbana, o projeto de lei deve ser analisado sob a ótica da sua necessidade e viabilização do Campeonato Mundial de Futebol, sem deixar de lado-sob qualquer hipótese-os impactos decorrentes da aplicação da transferência de potencial construtivo e o denominado índice verde no que tange à estrutura, dinâmica, estratégica e filosofia de planejamento e gestão do território adotados pelo Plano Diretor. Isso significa dizer que é preciso buscar uma análise que compatibilize todos os interesses da cidade. Ou seja, analisar a possibilidade legal e jurídica do projeto de modo a viabilizar o Campeonato Mundial de Futebol na cidade de Porto Alegre, trazendo vantagens de infra-estrutura, arrecadação de receitas e os efeitos entendidos como positivos para todos. É nessa ótica que o projeto de lei apresentado será analisado. A transferência do direito de construir: De referir que os instrumentos urbanísticos trazidos pela Lei Federal n , de o Estatuto da Cidade, já são utilizados na cidade de Porto Alegre deste a década de oitenta. A transferência de índice construtivo e o solo criado tal como nominados pela legislação local foram introduzidos pelo Estatuto da Cidade como transferência do direito de construir e outorga onerosa do direito de construir, respectivamente. Por isso a experiência de Porto Alegre é bastante rica nos efeitos decorrentes da implantação dessas ferramentas de planejamento e gestão urbana. Veja-se: a) Ainda de modo preliminar, a fim de dar mais transparência e publicidade aos atos da administração municipal, sugere-se que os temas sejam tratados de modo distintos. É dizer, mesmo como um Plano de Incentivos, embora possa haver correlação entre os investimentos, as obras da Copa de 2014 são distintas daquelas decorrentes da ampliação do Hospital de Pronto Socorro. 3
4 Também é necessário salientar que o Plano de Incentivo está vinculado ao que consta no artigo 51 e seguintes da Lei Complementar n. 434 e alterações posteriores, não se tratando de legislação independente e autônoma ou desconectada da legislação urbanística. Nesse sentido é bom esclarecer que o Plano de Incentivo, justamente em razão da sua finalidade, alterou a lógica de utilização de potencial construtivo. Enquanto o Plano prevê a transferência de potencial construtivo para toda a Macrozona, nos termos do artigo 52, com a exceção do parágrafo 5º., o projeto de lei complementar possibilita a utilização do potencial construtivo para qualquer parte da Área de Ocupação Intensiva (artigo 3º). Essa modificação é substancial, na medida em que todo o Plano foi pensado e planejado tendo a lógica da transferência para a Macrozona e apenas de modo excepcional, com autorização legislativa (o que se faz pelo presente projeto) para fora da Macrozona. Portanto, embora não haja ilegalidade na previsão do artigo 3º, sua viabilidade está condicionada à existência de infra-estrutura local para receber tal transferência. Ou seja, sem adentrar no mérito das normas do Plano Diretor, toda e qualquer transferência está condicionada, como condição de legitimidade e legalidade aos patamares básicos de densificação seja na Unidade de Estruturação Urbana e quarteirão, nos termos do artigo 52 do Plano. Essa ressalva é essencial a fim de que o monitoramento da densificação exigido no caso concreto seja efetivamente realizado, mantendo-se o necessário equilíbrio entre infra-estrutura existente e adensamento causado pelas transferências. b) Além disso, sugere-se uma melhor especificação do traçado viário elencado no artigo 1º, considerando ainda que há partes incompletas no texto (letra j, I, do artigo 1º) c) Ressalva maior ao projeto diz respeito ao bônus previsto no artigo 2º do projeto. A transferência de potencial construtivo como instrumento jurídicourbanístico já é o genuíno incentivo à transação, na medida em que traz eficiência, eficácia e efetividade às ações de planejamento e gestão do território, otimizando as ações do poder público na transação junto aos proprietários de imóveis atingidos 4
5 por intervenções urbanas nas hipóteses previstas pelo Plano Diretor. Todavia, a despeito de suas reconhecidas vantagens, não pode ser esquecido que a transferência é modo de indenização em razão da perda da propriedade, equivalendo à desapropriação. Nesse sentido, mesmo que não haja valores em dinheiro envolvidos nesta transação, com o bônus de 20% estaria o Município indenizando os proprietários que aderirem a essa modalidade, com valores além do justo preço. O fato de a transação ser realizada por meio de potencial construtivo não elide do fato de serem observados os princípios incidentes sobre a espécie, razão pela qual o bônus não teria sustentação jurídica para ser oferecido. Ademais, como se disse, toda a transferência deve ser realizada com a observância do preceito básico de relação entre adensamento e infra-estrutura existente que, no caso co bônus, seria incrementado, sem a respectiva correspondência, no tecido urbano de Porto Alegre. Deve ser mencionado que ao redor de 70% das transações para a implantação da Terceira Perimetral foram realizadas por meio da utilização do instrumento da transferência, sem necessidade de estabelecimento de bônus. Mesmo assim, o sucesso das transações da Terceira Perimetral não impediu que a lógica do mercado imobiliário viesse a concentrar os índices de transferência em alguns bairros da cidade de Porto Alegre, podendo-se citar o bairro Menino Deus, Petrópolis e Rio branco 1. Notórias as alterações ocorridas nessas áreas da cidade, sem que houvesse o necessário monitoramento. Hoje esses bairros, transfigurados, sofrem com a falta de infra-estrutura. Note-se que, naquele caso, a própria transferência serviu de estímulo, sem necessidade de bônus que, seguramente, não poderia ser absorvido pela estrutura da cidade porque não previsto no Plano Diretor. Como foi dito, as experiências da cidade de Porto Alegre devem servir de alerta a fim de que o Plano de Incentivo ora examinado, salutar e necessário, não seja transformado em agente prejudicial à cidade. 1 Dados pesquisados para elaboração da dissertação à obtenção do titulo de mestre em Planejamento Urbano e Regional da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul O trabalho examinou os efeitos da aplicação do solo criado em Porto Alegre. 5
6 Essas as observações quanto às transferências de potencial construtivo, nos termos do projeto apresentado. O índice verde: Do mesmo modo que as transferências de potencial construtivo, o solo criado 2 somente será efetivo e eficaz se estiver em consonância direta com a manutenção da infra-estrutura da cidade. Caso contrário deixa de ser instrumento jurídicourbanístico e passa a ser instrumento meramente arrecadador em prejuízo direto e irreversível às condições de estrutura e sustentabilidade da cidade. Também quanto a esse item, algumas observações são necessárias no sentido de viabilizar o projeto. De plano convém referir que a denominação verde não corresponde a qualquer das finalidades para o qual foi criado. A denominação verde induz à questão ambiental o que, no caso concreto, não se faz presente. Além disso, necessário historiar a origem desse instrumento para demonstrar que seu cunho é eminentemente urbanístico e não arrecadador para subsidiar verba à execução de políticas públicas. Nesse sentido deve ser dito que em dezembro de 1976 foi editada a Carta do Embu que, inspirada na legislação francesa, introduziu o solo criado no Brasil. Foi adotada a tese de estar o direito de construir inserido no de propriedade, no limite do coeficiente único de aproveitamento 3. A partir daí, o solo excedente deveria ser adquirido do Poder Público, como titular do direito de edificar. Além disso, nos termos das bases teóricas do instrumento, a exploração e a valorização da propriedade dependeria da infra-estrutura pública oriunda dos recursos advindos de toda a coletividade, sem a qual a atividade aplicada à propriedade individual não poderia se perfectibilizar. A 2 Diferencia-se as transferências de potencial construtivo do instrumento do solo criado. Embora muito semelhantes, não se confundem e, em termos de denominação, reserva-se a expressão solo criado apenas às outorgas onerosas do direito de construir. 3 Diferentemente da idéia inicial de coeficiente único para todo o território urbano, o artigo 28 da Lei Federal nº , de , Estatuto da Cidade, prevê a possibilidade de índices diferenciados para as diversas áreas da cidade. A experiência de Porto Alegre na utilização do solo criado com índices diferenciados ilustra os efeitos da aplicação dessa política destoante das idéias teóricas do instrumento jurídico-urbanístico. 6
7 rentabilidade do solo urbano não decorreria de ação exclusiva do proprietário, mas de um conjunto de ações do setor público e privado e, por isso, adquirido. Nessa lógica, deve se considerado também que, se por um lado os investimentos públicos e privados incrementam o uso individual da propriedade, também é verdade que há um valor econômico inerente à propriedade em si. Assim, partia-se da premissa de haver um padrão correspondente a esse valor econômico, impedindo que alguns proprietários se privilegiassem em detrimento de outros (GRAU, 1976, p. 25). A tradução desse padrão, em termos urbanísticos, seria o coeficiente de aproveitamento, logicamente único. Nada mais justo, então, que o proprietário interessado em criar solo acima do permitido compensasse o Poder Público pelo acréscimo de demanda de infra-estrutura e serviços urbanos. Necessário, assim, que o Poder Público assegurasse a proporção entre solos públicos e privados, com uma equação equilibrada entre atividades privadas e as áreas de circulação e de equipamentos públicos e comunitários. Portanto, a outorga onerosa de criação de solo é pautada pela eqüidade no exercício do direito de propriedade, garantido o coeficiente único de aproveitamento a todos os proprietários de terrenos. Além disso, parte-se do princípio de que, havendo construção acima desse limite, necessário compensar, mediante contrapartida, a outorga deferida. Os recursos arrecadados com a outorga do direito de criar solo devem estar diretamente vinculados à execução de obras e serviços que redundem em melhoria das condições de vida urbana, na questão da infra-estrutura e na da habitação popular. Essa necessária vinculação dos recursos justifica-se como medida de compensação pelo adensamento do solo e da infra-estrutura da cidade. Com essas premissas o que se verifica é que o solo criado para ser considerado como ferramenta possui pressupostos teóricos e práticos. A sua utilização fora dessas premissas transmuda-se em mero instrumento de 7
8 arrecadação de receita, sem sentido, e em prejuízo da cidade. Isso porque arrecadados os valores, adensado o espaço urbano, não há a compensação da infraestrutura. Por isso os valores arrecadados constituem receita necessariamente vinculada à compensação decorrente do adensamento ou, se não ocorrido, à execução de medidas de política urbana. O Estatuto da Cidade dá as diretrizes, estabelecendo hipóteses exaustivas de utilizado dos valores do solo criado. Há inclusive a previsão de improbidade urbanística para o caso de utilização de solo criado para outras situações que não as previstas no artigo 26. Embora o artigo trate do direito de preempção, há remissão expressa à outorga onerosa: Art. 26. O direito de preempção será exercido sempre que o Poder Público necessitar de áreas para: I regularização fundiária; II execução de programas e projetos habitacionais de interesse social; III constituição de reserva fundiária; IV ordenamento e direcionamento da expansão urbana; V implantação de equipamentos urbanos e comunitários; VI criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes; VII criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de interesse ambiental; VIII proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico; ( ) A interpretação deve ser restritiva, tendo em conta o que já foi acima referido: a questão urbanística enquanto equilíbrio entre a infra-estrutura existente e o adensamento da área que receberá o solo criado. O financiamento de remoção de famílias atingidas pelo traçado viário, quando for o caso, deverá ser custeado com outra fonte de receita. Caso contrário, embora possua relação direta quanto à implementação urbanística, o instrumento urbanístico perderá sua finalidade e o tecido urbano sofrerá perdas irreparáveis com a não observância dessa equação. Por isso a previsão expressa do artigo 31 do Estatuto da Cidade: 8
9 taxativo: Art. 31. Os recursos auferidos com a adoção da outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso serão aplicados com as finalidades previstas nos incisos I a IX do art. 26 desta Lei. Sobre o que se denomina improbidade urbanística, o artigo 52 é expresso e Art. 52. Sem prejuízo da punição de outros agentes públicos envolvidos e da aplicação de outras sanções cabíveis, o Prefeito incorre em improbidade administrativa, nos termos da Lei n o 8.429, de 2 de junho de 1992, quando: I (VETADO) II deixar de proceder, no prazo de cinco anos, o adequado aproveitamento do imóvel incorporado ao patrimônio público, conforme o disposto no 4 o do art. 8 o desta Lei; III utilizar áreas obtidas por meio do direito de preempção em desacordo com o disposto no art. 26 desta Lei; IV aplicar os recursos auferidos com a outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso em desacordo com o previsto no art. 31 desta Lei; V aplicar os recursos auferidos com operações consorciadas em desacordo com o previsto no 1 o do art. 33 desta Lei; VI impedir ou deixar de garantir os requisitos contidos nos incisos I a III do 4 o do art. 40 desta Lei; VII deixar de tomar as providências necessárias para garantir a observância do disposto no 3 o do art. 40 e no art. 50 desta Lei; VIII adquirir imóvel objeto de direito de preempção, nos termos dos arts. 25 a 27 desta Lei, pelo valor da proposta apresentada, se este for, comprovadamente, superior ao de mercado. (grifou-se) Afora essa observação essencial à natureza do que se pretende, é possível sim a criação de índice na forma prevista no projeto, desde que necessariamente tenha sua utilização vinculada às hipóteses de execução de política urbana, o que não é o caso de utilização de valores para relocação de famílias ou utilização para subsidiar aparelhamento de secretaria, como prevê a Lei complementar n. 644, de , aqui referida apenas em razão de menção expressa no projeto, conforme parágrafo único do artigo 5º. Essa ressalva é de suma importância na medida em que o histórico de aplicação do solo criado e o desvio das hipóteses de sua utilização, desde sua criação, acarretou problemas insolúveis e irreversíveis em termos de adensamento e falta de infra-estrutura, transmudando a sua razão de existir. 9
10 Além disso, o projeto carece também de previsão de metragem de índices postos à disposição do mercado, medida necessária, haja vista os motivos técnicos acima arrolados, para sua instituição. Considerações finais: Se o evento esportivo foi considerado importante e prioritário para a cidade, salutar e necessário o projeto de lei em exame. O Plano de Incentivos poderá ser implantado, com as ressalvas e observações acima arroladas. Todavia, não se pode abrir mão dos limites e controles previstos no Plano Diretor. Caso contrário, o pretendido incentivo será volátil na medida em que não planejado, podendo transformar a cidade de modo não sustentável e irreversível pela falta de relação entre adensamento e infra-estrutura existente. Desse modo, em análise não exaustiva, sugere-se que toda a análise seja realizada com base na visão sistemática do planejamento da cidade, especialmente com as diretrizes do Estatuto da Cidade e estratégias e instrumentos do Plano Diretor e especialmente que: a) sejam tratadas de modo distinto as intervenções necessárias à Copa do Mundo de 2014 e a ampliação do Hospital de Pronto Socorro, retirando-se, para isso, o inciso II do artigo 1º da minuta do projeto. b) Seja verificado se houve a análise técnica quanto à sustentabilidade de as transferências de potencial construtivo serem realizadas para toda a Área de Ocupação Intensiva e não apenas para a Macrozona como previsto pelo Plano Diretor; c) Seja realizada uma melhor especificação do traçado viário previsto no artigo 1º, I do projeto de lei; 10
11 d) Seja retirada a previsão de bônus de 20%, eis que o incentivo é a própria transferência que substitui a indenização decorrente da desapropriação. Afora isso, instituir o bônus seria desconfigurar o justo preço da indenização, com o pagamento a maior em razão da intervenção na propriedade privada; e) Seja alterada nomeclatura do índice verde, já que sua denominação possui relação direta com qualquer questão ambiental; f) O índice verde pode ser previsto desde que relacionado às hipóteses do artigo 26 do Estatuto da Cidade que dá as diretrizes gerais de política urbana. A utilização desses valores para remoção de famílias atingidas, embora dever do poder público, não está diretamente relacionado à relação infra-estrutura e adensamento da área. g) Haja a necessária a previsão de metragem posta à disposição, que deverá possuir consonância com a infra-estrutura existente, a fim de manter sua natureza urbanística e não meramente arrecadatória. É o parecer, Andrea s.m.j. Procuradora Matricula OAB/RS n. Teichmann do Município Vizzotto de Porto Alegre. PUMARF/PGM,
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