ALTERAÇÃO COGNITIVA E COMPORTAMENTAL NA DOENÇA DE ALZHEIMER: ORIENTANDO O FAMILIAR E O CUIDADOR
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- Célia Schmidt Vieira
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1 ALTERAÇÃO COGNITIVA E COMPORTAMENTAL NA DOENÇA DE ALZHEIMER: ORIENTANDO O FAMILIAR E O CUIDADOR Luciane Ponte Neuropsicóloga
2 COGNIÇÃO Cognição é a capacidade de processar informações e transformá-las em conhecimento, com base em um conjunto de habilidades mentais e/ou cerebrais como a percepção, a atenção, a associação, a imaginação, o juízo, o raciocínio, a memória e a linguagem.
3 COGNIÇÃO E CÉREBRO
4 COGNIÇÃO E CÉREBRO
5 COGNIÇÃO E CÉREBRO
6 NEUROPSICOLOGIA Neuropsicologia é uma ciência que estuda o funcionamento do cérebro e sua relação com o comportamento humano, ou seja, visa estabelecer a relação entre uma atividade psicológica e a condição cerebral correspondente.
7 AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA NA DEMÊNCIA Auxílio Diagnóstico Orientação para o tratamento psicoterápico Orientação para o tratamento farmacológico Auxílio para planejamento de reabilitação Perícia (interdição) Prognóstico Orientação para o paciente e a família
8 PROPÓSITO DO CONHECIMENTO Informar ao paciente acerca das dificuldades cognitivas evidenciadas Cientificar à família e ao cuidador, quanto a repercussão das dificuldades cognitivas no desempenho da pessoa com Alzheimer (julgamento, crítica, segurança, finanças, etc) Esclarecer aos familiares e cuidador sobre as mudanças comportamentais
9 DEMÊNCIA Demência é um declínio cognitivo e/ou comportamental crônico e geralmente progressivo, que causa restrições graduais nas atividades da vida diária e que não pode ser explicado por modificações na consciência, na mobilidade ou no sensório.
10 DEMÊNCIA Hoje em dia, o conceito de Demência está constituído a partir da igual importância dos seguintes fatores: Alterações cognitivas Alterações do comportamento Prejuízo das atividades da vida diária
11 DOENÇA DE ALZHEIMER Caracteriza-se pelo desenvolvimento de déficits cognitivos múltiplos que incluem comprometimento da memória e pelo menos um dos seguintes transtornos cognitivos: afasia, apraxia, agnosia ou distúrbio da função executiva. Os déficits cognitivos devem ser suficientemente severos para comprometer o funcionamento ocupacional ou social e representar um declínio em relação a um nível anteriormente superior de funcionamento. O diagnóstico não deve ser feito se os déficits cognitivos ocorrerem exclusivamente durante o curso de delirium.
12 AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES COGNITIVAS NA DEMÊNCIA Atenção Processo pelo qual uma abundância de estímulos é ordenada e integrada dentro da rede de tarefas e atividades correntes; ela integra as atividades correntes e a informação recémchegada. Essa integração resulta na seleção da informação.
13 AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES COGNITIVAS - ATENÇÃO
14 ALTERAÇÕES COGNITIVAS NA DA Déficits na Atenção Extensão da atenção preservada no início Atenção alternada e dividida precocemente alteradas Não se desligam dos estímulos Contaminações de informações Prejuízo em todos os aspectos com a evolução
15 AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES COGNITIVAS - MEMÓRIA Memória Memória envolve um complexo sistema através do qual o indivíduo registra, codifica, consolida e recorda alguma exposição prévia a um evento ou experiência.
16 AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES COGNITIVAS - MEMÓRIA Memória de Procedimento Está relacionada a memória de capacidades ou habilidades motoras e sensoriais e o que chamamos de hábitos.
17 AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES COGNITIVAS - MEMÓRIA Memória Declarativa Está relacionada à recordação consciente de estímulos diversos como palavras, cenas, faces, histórias e eventos (recuperação explícita da informação)
18 AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES COGNITIVAS - MEMÓRIA Episódica: conhecimento autobiográfico Semântica: conhecimento do mundo
19 ALTERAÇÕES COGNITIVAS NA DA Déficits na Memória Os problemas de memória precocemente antecedem as manifestações clínicas - inicia com prejuízo na memória anterógrada - não resiste à interferência - déficits no registro inicial e na consolidação - não conseguem aprender - déficit na memória retrógrada com a evolução
20 AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES COGNITIVAS - LINGUAGEM Linguagem Linguagem é o sistema de sinal usado por um indivíduo para se comunicar com outro
21 AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES COGNITIVAS - LINGUAGEM
22 ALTERAÇÕES COGNITIVAS NA DA Déficits na Linguagem - prejuízo precoce da nomeação e fluência verbal - preservação do vocabulário no início da doença e deterioração com o tempo - aspecto semântico mais prejudicado (compreensão)
23 AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES COGNITIVAS HABILIDADE VISUOESPACIAL Habilidade vísuo-espacial e vísuoconstrutiva Capacidade de estabelecer relações espaciais, análise e organização visual, bem como realizar construções
24 AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES COGNITIVAS HABILIDADE VISUOESPACIAL
25 ALTERAÇÕES COGNITIVAS NA DA Déficits na função vísuo-espacial e vísuoconstrutiva - closing in - rotações - desorientação espacial - negligência espacial
26 AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES COGNITIVAS FUNÇÃO EXECUTIVA Função Executiva Esse termo refere-se às habilidades cognitivas envolvidas no planejamento, iniciação, seguimento e monitoramento de complexos comportamentos dirigidos a um fim.
27 AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES COGNITIVAS FUNÇÃO EXECUTIVA
28 ALTERAÇÕES COGNITIVAS NA DA Déficits na Função Executiva - Prejuízo da flexibilidade mental - Déficit na monitoração do comportamento - Diminuição na capacidade de julgamento - Planejamento deficitário
29 AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES COGNITIVAS - INTELIGÊNCIA Função Intelectual Inteligência refere-se à capacidade que permite ao ser humano aprender, conhecer, utilizar seu saber, criar, adaptarse ao mundo e dominá-lo.
30 AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES COGNITIVAS - INTELIGÊNCIA
31 ALTERAÇÕES COGNITIVAS NA DA Déficits na Função Intelectual - Diminuição do nível de Inteligência (QI) prévio - As habilidades verbais mantém-se preservadas no início, enquanto as não verbais apresentam-se mais comprometidas - Redução do desempenho em todas as habilidades cognitivas com a evolução da doença
32 ALTERAÇÕES COGNITIVAS NA DA - IMPACTO Funcionamento no cotidiano: refere-se a capacidade do indivíduo em realizar uma tarefa e a execução atual dessa capacidade. Habilidade: um talento do próprio indivíduo que é avaliado através de testes neuropsicológicos. Função: a execução daquela habilidade dentro do contexto ambiental
33 ALTERAÇÕES COGNITIVAS NA DA - IMPACTO A pessoa com demência desenvolve um prejuízo em uma determinada habilidade (p.ex.: atenção), o que pode levar a um déficit funcional (p.ex.: dirigir um carro).
34 ALTERAÇÕES COGNITIVAS NA DA - IMPACTO Dirigir Uso de transporte Deslocamento Manejo das finanças Realizar compras Cozinhar Executar trabalhos domésticos Manejo dos medicamentos Realizar venda ou compra de bens e propriedades
35 COMPORTAMENTO Comportamento diz respeito a qualquer coisa que um indivíduo faz, ou seja, qualquer ação que podemos observar e registrar.
36 ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS NA DA o As alterações comportamentais são consideradas, atualmente, tão importantes quanto as cognitivas e é um fenômeno constante em todas as demências, incluindo a Doença de Alzheimer. o As alterações do comportamento na Doença de Alzheimer são o fardo mais pesado para o cuidador e a família
37 ANÁLISE DAS ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS NA DA o Identificar a alteração comportamental - Entender o que está se passando e ser capaz de explicar ao médico e a outras pessoas.
38 ANÁLISE DAS ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS NA DA o Detectar as repercussões do comportamento no paciente, em você e nos outros - Avaliar se é perigoso para o doente e demais pessoas ou se é somente constrangedor.
39 ANÁLISE DAS ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS NA DA o Procurar eventual causa desencadeadora - Desconforto físico, meio ambiente, dificuldades de comunicação ou as próprias alterações cerebrais. - Mudanças ou eventos ocorrendo no ambiente têm um papel importante, no entanto, deve-se pensar em uma avaliação médica caso os sintomas apareçam de forma abrupta.
40 ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS NA DA Delírios: ideias de cunho persecutório, de furto e de infidelidade. Cerca de 50% dos casos de DA desenvolvem algum tipo de delírio ao longo do curso da doença.
41 ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS NA DA Alucinações: visuais, auditivas, olfativas e táteis foram descritas em 10 a 30% dos pacientes, não se correlacionando necessariamente com o grau de gravidade da demência.
42 ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS NA DA 40-70% dos pacientes apresentam distúrbio do sono 30-60% apresentam alteração do comportamento alimentar 20-50% apresentam incontinência urinária e fecal
43 ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS NA DA Até 70% dos casos podem apresentar sintomas como hipersexualidade, desinibição e incontinência emocional Alteração da atividade psicomotora como a perambulação ou o vaguear incessante é observado em 20 a 30% dos pacientes, podendo estar associado a atividades sem propósito.
44 ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS NA DA Alterações da personalidade: ocorre na maioria dos pacientes com a progressão da doença. Sintomas mais frequentes incluem: menor entusiasmo, energia e cuidado; maior impulsividade; não reconhecimento da doença, irritabilidade; apatia; inflexibilidade e agressividade.
45 MANEJO DAS ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS Entender que o paciente não escolhe mudar e que as alterações são decorrentes da doença, portanto não são passíveis de serem controladas pela pessoa. Evitar conflitos desnecessários, interrompendo a situação conflituosa antes do desfecho indesejável.
46 MANEJO DAS ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS Identificar se há um desencadeador para cada situação e eliminar o que gerou o comportamento ou identificar antecipadamente que o problema irá ocorrer e mudar o curso da situação. Utilizar uma expressão de linguagem que transmita calma e serenidade, visto que a percepção por meios não verbais se mantém ao longo do tempo.
47 MANEJO DAS ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS Usar sempre que possível as estratégias positivas de modo a não alterá-las enquanto estiver funcionando. Isso traz segurança ao paciente e aos demais familiares que podem sair rapidamente de situações que geram mal estar, reduzindo a tensão.
48 MANEJO DAS ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS Importante estar atento aos diferentes tipos de comunicação por parte do paciente, não se limitando à expressão verbal que irá ficar limitada ao longo da doença. Investir sempre na qualidade da interação, para que seja baseada no afeto e no contato físico.
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