ENFERMAGEM ATENÇÃO BÁSICA E SAÚDE DA FAMÍLIA. Parte 23. Profª. Lívia Bahia
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- Martim Diegues Antas
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1 ENFERMAGEM ATENÇÃO BÁSICA E SAÚDE DA FAMÍLIA Parte 23 Profª. Lívia Bahia
2 HPV Doença infecciosa, de transmissão frequentemente sexual, também conhecida como condiloma acuminado, verruga genital ou crista de galo; Agente Etiológico: Papilomavírus humano (HPV) é um DNA-vírus não cultivável do grupo papovavírus. Atualmente são conhecidos mais de 70 tipos, 20 dos quais podem infectar o trato genital; Estão divididos em 3 grupos, de acordo com seu potencial de oncogenicidade;
3 A maioria das infecções são assintomáticas ou não aparentes. Outras podem apresentar-se sob a forma de lesões exofíticas, os chamados condilomas acuminados, verrugas genitais ou cristas de galo; Pode também assumir uma forma subclínica, visível apenas sob técnicas de magnificação (lentes) e após aplicação de reagentes, como o ácido acético; Quando assintomático, pode ser detectável por meio de técnicas moleculares;
4 De transmissão sexual, vertical (mãe-filho) ou raramente por fômites, não é conhecido o tempo que o vírus pode permanecer quiescente e que fatores são responsáveis pelo desenvolvimento de lesões. Pode permanecer por muitos anos no estado latente; A recidiva das lesões do HPV está mais provavelmente relacionada à ativação de reservatórios de vírus do que à reinfecção pelo parceiro sexual. Assim, não é possível estabelecer o intervalo mínimo entre a contaminação e o desenvolvimento de lesões (incubação), variando de semanas a décadas;
5 Os fatores que determinam a persistência da infecção e sua progressão para neoplasias intraepiteliais de alto grau (neoplasia intra-epitelial moderada, grave ou carcinoma in situ) são os tipos virais presentes e cofatores como o estado imunológico e tabagismo;
6 Infecção clínica pelo HPV na genitália (com lesão macroscópica) Na forma clínica condilomatosa, as lesões podem ser únicas ou múltiplas, restritas ou difusas e de tamanho variável; No homem: na glande, sulco bálano-prepucial e região perianal; Na mulher, na vulva, períneo, região perianal, vagina e colo; Dependendo do tamanho e localização anatômica, podem ser dolorosos, friáveis e/ou pruriginosos.
7 Pacientes que têm verrugas genitais podem estar infectados simultaneamente com vários tipos de HPV. O diagnóstico é basicamente clínico, podendo ser confirmado por biópsia; A biópsia está indicada quando: o Existir dúvida diagnóstica ou suspeita de neoplasia (lesões pigmentadas, endurecidas, fixas ou ulceradas); o as lesões não responderem ao tratamento convencional; o as lesões aumentarem de tamanho durante ou após o tratamento; o o paciente for imunodeficiente;
8 anualmente, se não houver recorrência; Atenção Básica e Saúde da Família O objetivo principal do tratamento da infecção pelo HPV é a remoção das lesões condilomatosas, o que leva a cura da maioria dos pacientes; Os pacientes devem ser notificados das possibilidades de recorrência, que freqüentemente ocorre nos três primeiros meses; A presença de condilomas genitais sem lesão macroscópica cervical ou suspeita (pelo Papanicolaou) de lesão pré-invasiva não é indicação para colposcopia; As mulheres tratadas por lesões cervicais devem ser seguidas de rotina, após tratamento, por citologia oncológica a cada 3 meses, por 6 meses; em seguida, a cada 6 meses, por 12 meses e após este período,
9 Os parceiros sexuais de pacientes com condilomas devem ser buscados, deverão passar poe de exame clínico para avaliação da presença de condilomas não suspeitados, ou de outras DST, e pela avaliação de lesões subclínicas; Eventualmente, podem ser transmissores de condiloma para novas parcerias sexuais; Como o tratamento de condilomas não elimina o HPV, os pacientes e seus parceiros devem ser cientificados de que podem ser infectantes, mesmo na ausência de lesões visíveis. O uso de preservativos pode reduzir, o risco de transmissão para parceiros não infectados;
10 HIV O HIV é um retrovírus com genoma RNA, da família Retroviridae e subfamília Lentivirinae. Pertence ao grupo dos retrovírus citopáticos e não-oncogênicos. O HIV utiliza para se multiplicar uma enzima denominada transcriptase reversa, responsável pela transcro RNA viral para uma cópia DNA, integrando-se ao genoma do hospedeiro; As principais formas de transmissão do HIV são: sexual, sanguínea e vertical. Pode ocorrer também a transmissão ocupacional, ocasionada por acidente de trabalho, em profissionais de saúde;
11 Transmissão sexual o Os fatores que aumentam o risco de transmissão do HIV numa relação heterossexual são: Alta viremia (durante a fase da infecção primária e na imunodeficiência avançada); Relação anal receptiva; Relação sexual durante a menstruação; Presença de outra DST; (Brasil, 2006)
12 Transmissão sanguínea o O uso de drogas injetáveis, associado ao compartilhamento de seringas e agulhas, apresenta alta probabilidade de transmissão sanguínea do HIV; Transmissão vertical o Entre os exames essenciais do pré-natal inclui-se a obrigatoriedade da oferta do teste anti-hiv a todas às gestantes, com aconselhamento pré e pós-teste. O diagnóstico precoce permite o controle da doença materna e a prevenção da transmissão vertical do HIV;
13 A infecção pelo HIV pode ser dividida em quatro fases clínicas: 1. Infecção aguda; 2. Fase assintomática, também conhecida como latência clínica; 3. Fase sintomática inicial ou precoce; 4. Aids;
14 1. Infecção aguda o o o Também chamada de síndrome da infecção retroviral aguda ou infecção primária; Seu diagnóstico é pouco realizado, em razão do baixo índice de suspeição, sendo, em sua maioria, retrospectivo; O tempo entre a exposição e os sintomas, é de 5 a 30 dias;
15 recuperação parcial dos linfócitos T-CD4+ no sangue periférico; Atenção Básica e Saúde da Família o Janela imunológica ou janela biológica: é o tempo compreendido entre a aquisição da infecção e a soroconversão; O tempo decorrido para que a sorologia anti-hiv torne-se positiva é de 6 a 12 semanas após a aquisição do vírus, com o período médio de aproximadamente 2 meses. Os testes utilizados apresentam geralmente níveis de até 95% de soroconversão nos primeiros 6 meses após a transmissão; o Soroconversão: é a positivação da sorologia para o HIV. A soroconversão é acompanhada de uma queda expressiva na quantidade de vírus no plasma (carga viral), seguida pela
16 2. Fase assintomática (latência clínica) o Na infecção precoce pelo HIV, também conhecida como fase assintomática, o estado clínico básico é mínimo ou inexistente; o Alguns pacientes podem apresentar uma linfoadenopatia generalizada persistente, flutuante e indolor; o Avaliar a história clínica prévia, investigando-se condições de base e situações que podem complicar ou serem agravantes do desenvolvimento da doença; o A avaliação dos níveis de carga viral e T-CD4+ serão realizadas, idealmente, a cada três meses, pelo serviço especializado;
17 3. Fase sintomática inicial ou precoce o Nesta fase, o portador de HIV pode apresentar sinais e sintomas inespecíficos de intensidade variável, além de processos oportunistas de menor gravidade, principalmente na pele e nas mucosas; o Sinais e sintomas inespecíficos: sudorese noturna, fadiga, emagrecimento, trombocitopenia; o Processos oportunistas de menor gravidade: candidíase oral e vaginal, leucoplasia pilosa oral, gengivite, úlcera aftosa, diarréia, herpes simples recorrente;
18 4. AIDS o Uma vez instalada a aids, as pessoas portadoras do HIV apresentam sinais e sintomas de processos oportunistas; Infecções oportunistas (pneumonias, meningites e enterites); Tumores (sarcoma de Kaposi e linfomas); Alterações neurológicas induzidas pelo HIV; o Doenças oportunistas são, portanto, as que se desenvolvem em decorrência de uma alteração imunitária do hospedeiro;
19 Diagnóstico na AB o Anamnese Febre prolongada, de baixa intensidade, é frequentemente a primeira o manifestação de infecções como pneumonia pelo Pneumocystis carinii (pneumocistose), tuberculose, criptococose, ou neoplasias, especialmente os linfomas. Diarréia pode resultar de doenças oportunistas no trato gastrointestinal. História pregressa de DST, já que esta aumenta o risco de infecção pelo HIV; Exame Físico Atenção especial deve ser dada ao examinar os locais onde os processos oportunistas característicos de infecção pelo HIV são freqüentes, como: pele, cavidade oral, fundo de olho, região genital e perianal;
20 Diagnóstico na AB o Testes diagnósticos: ELISA (ensaio imunoenzimático): facilidade de automação, custo relativamente baixo e elevada sensibilidade e especificidade; Imunofluorescência indireta: utilizado na etapa de confirmação sorológica; Western-blot: considerado padrão ouro para confirmação do resultado reagente na etapa de triagem. Tem alta especificidade e sensibilidade, mas, comparado aos demais testes sorológicos, tem um elevado custo; Testes rápidos: dispensam em geral a utilização de equipamentos para a sua realização, sendo de fácil execução e leitura visual;
21 Os testes rápidos são ensaios imunoenzimáticos simples que podem ser realizados em até 30 minutos; São de simples realização, dispensando a atuação de profissionais especializados e de equipamentos de laboratório, permitindo o conhecimento dos resultados e assistência imediata aos pacientes; A Portaria n 29 de 17 de dezembro de 2013 normatiza o algoritmo para o diagnóstico da infecção pelo HIV utilizando exclusivamente testes rápidos;
22 Fluxograma utilização de 2 testes rápidos realizados em sequência
23 Continuação
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25 Referências Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. HIV/Aids, hepatites e outras DST / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST e Aids. Brasília: Ministério da Saúde, Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Aids, DST e Hepatites Virais. Manual técnico para o diagnóstico da infecção pelo HIV Disponível em:< nfeccao_hiv.pdf >.
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