Lógica de Descrição ( Description Logic )

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Lógica de Descrição ( Description Logic )"

Transcrição

1 Lógica de Descrição ( Description Logic ) Paulo Trigo Silva ptrigo@deetc.isel.ipl.pt Resumo O que é uma TBox e uma ABox? Quais os membros da família de linguagens de descrição AL? O que são axiomas de igualdade e de inclusão? O que é uma definição e uma terminologia? Como se constrói uma interpretação? O que é uma interpretação base e em que consiste uma sua extensão? Como expandir uma terminologia acíclica? Com que objectivo se normaliza uma terminologia? Qual a diferença entre a interpretação de uma TBox e de uma ABox? Como se verifica se uma interpretação satisfaz uma TBox ou uma ABox? Estas folhas contribuem para alinhar ideias em torno de respostas àquelas questões. Paulo Trigo Silva

2 O que é a Lógica de Descrição? A Lógica de Descrição, no original Description Logic (DL), é a designação mais recente do formalismo, ou família de formalismos, para Representação do Conhecimento, no original Knowledge Representation (KR), de um domínio de aplicação (também designado por mundo ) através da caracterização de dois aspectos essenciais: Contexto da Terminologia no original Terminological Box (TBox) onde se define o conjunto de conceitos e das relações entre esses conceitos, e Contexto das Asserções no original Assertion Box (ABox) onde as definições da TBox, se utilizam para caracterizar cada objecto (indivíduo) concreto que ocorre no domínio de aplicação. Uma Base de Conhecimento, no original Knowledge Base (KB), pode ver-se como: KB = TBox {z } esquema + ABox {z } instâncias Paulo Trigo Silva 1

3 Uma Arquitectura que se suporta na Lógica de Descrição Interface com outros ambientes (e.g., com Agente Artificial ou Utilizador) Sistema de Inferência ( Inference System ) KB Knowledge Base TBox Terminological Box; Esquema, Schema e.g., Homem Pessoa Masculino e.g., Pai Homem temfilho.pessoa ABox Assertion Box; Instâncias, Data e.g., Pessoa( pedro ), Masculino( pedro ), Pessoa( maria ) e.g., temfilho( pedro, maria ) Paulo Trigo Silva 2

4 O que oferece um sistema baseado na Lógica de Descrição? Além de armazenar terminologias e asserções um sistema baseado na DL permite tirar conclusões, i.e., fazer raciocínio ( reasoning ) automático, sobre o mundo descrito. Em geral, no contexto da terminologia (TBox), o raciocínio é o de verificar se: uma descrição é possível de satisfazer ( satisfiable ), i.e., se é não-contraditória, uma descrição é mais geral que outra, i.e., se uma subsume ( subsumes ) a outra. Em geral, no contexto das asserções (ABox), o raciocínio é o de verificar se: o conjunto de asserções é consistente ( consistent ), i.e., se tem um modelo, é consequência lógica que um indivíduo seja instância de determinado conceito. Paulo Trigo Silva 3

5 Linguagem de Descrição Uma Lógica de Descrição é escrita recorrendo a uma Linguagem de Descrição (LgD). Uma LgD inclui descrições elementares e descrições complexas. Uma descrição elementar pode ser um conceito atómico ou um papel atómico. Uma descrição complexa constrói-se por indução, a partir de conceitos e papéis atómicos, aplicando construtores (de conceitos e axiomas). A descrição formada deste modo designa-se simplesmente por conceito (complexo, ou não-atómico). Na notação abstracta adopta-se (quando possível): tipo de descrição conceito atómico papel atómico conceito (complexo) símbolo A, B R C, D As LgD distinguem-se pelos construtores de conceitos que fornecem. A linguagem AL ( attributive language ) mantém interesse prático com o conjunto mínimo de construtores. Paulo Trigo Silva 4

6 Linguagem de Descrição AL aspectos essenciais A Linguagem de Descrição AL ( attributive language ) inclui: tipo de descrição símbolo exemplo conceito atómico A 0, A 1,..., B 0,... Pessoa, Masculino papel atómico R 0, R 1,... temfilho, temirmao construtor de conceito,,, Pessoa Masculino indivíduo ( individual ) a 0, a 1,... pedro, maria, joana,... construtor de axioma, Homem Pessoa Masculino Na linguagem estão predefinidos dois conceitos atómicos: e. conceito universal ( universal concept ); conceito ausência ( bottom concept ). Convenção: o símbolo (não é AL) lê-se é definido como ou descreve. As outras linguagens desta família (de Lógicas de Descrição) são extensões da AL. Paulo Trigo Silva 5

7 Construção de Conceitos na AL (sintaxe) Um conceito atómico (o seu nome) é um conceito da AL. O conceito universal,, é um conceito da AL. O conceito ausência,, é um conceito da AL. Se A for um conceito atómico, C e D forem conceitos (não-atómicos) e R for um papel, então de acordo com as seguintes regras (sintácticas) são também conceitos (não-atómicos) da AL: A, C D, R.C, R. Alguns exemplos: Conceitos Atómicos Conceitos não-atómicos, ou simplesmente Conceitos Pessoa, Masculino Masculino, Pessoa Masculino, Pessoa temfilho.masculino, Pessoa temfilho. Paulo Trigo Silva 6

8 AL Aspectos a Realçar e Exemplos A negação apenas pode ser aplicada a conceitos atómicos. O âmbito do quantificador existencial, sobre um papel, só admite o conceito universal. Como exemplo do que se pode exprimir na AL considere-se que Pessoa e Masculino são conceitos atómicos e que temfilho é um papel atómico. Então, intuitivamente: Pessoa Masculino (i.e., descreve) pessoas que são do género masculino. Pessoa Masculino pessoas que não são do género masculino. Pessoa temfilho.masculino pessoas cujos filhos são todos do género masculino. Pessoa temfilho. pessoas que têm pelo menos um filho. Usando o conceito ausência,, pode descrever-se, por exemplo: Pessoa temfilho. pessoas que não têm filhos. Paulo Trigo Silva 7

9 Semântica da AL a ideia Dizemos que ( Pessoa Masculino ) descreve pessoas que são do género masculino. No entanto, em que contexto ( mundo ) se enquadram esses conceitos? mundo quem é (ou, o que é) Pessoa ou Masculino? E, nesse... para dar significado (semântica) a conceitos é preciso ter uma interpretação, i.e.: caracterizar um domínio, ou seja, definir um mundo via os objectos nele existentes, organizar os objecto, desse mundo, em abstracções como as de conceito e papel.... e depois ver se a interpretação satisfaz a estrutura que caracteriza o mundo. Exemplo. Admita-se Masculino Pessoa. Se na interpretação I 1 o mundo tem os objectos pedro e maria ambos Pessoa e pedro Masculino, então I 1 satisfaz aquela inclusão. Mas, se a interpretação I 2 definir os objectos pedro, maria e sol, sendo pedro e maria Pessoa, pedro e sol Masculino, então I 2 não satisfaz aquela inclusão. Paulo Trigo Silva 8

10 Interpretação conceitos (atómicos) da AL Definição 1. Seja A um qualquer conceito atómico e R um qualquer papel atómico. Uma interpretação I consiste numa estrutura ( I, I ), onde: I representa um conjunto não-vazio designado por domínio da interpretação, I representa uma função designada por função da interpretação, e a função I atribui a A o conjunto A I I e a R a relação binária R I I I. Por exemplo, dado o conceito atómico Masculino e o papel atómico temfilho pode construir-se a seguinte interpretação: I = { pedro, lua, miguel, maria, sol, comboio, agua, joana } Masculino I = { pedro, miguel, sol, comboio } I temfilho I = { ( pedro, maria ), ( joana, maria ) } I I Paulo Trigo Silva 9

11 Interpretação conceitos (não-atómicos) da AL A noção de interpretação estende-se dos conceitos e papéis atómicos, e.g. A e R, por indução, aos conceitos (não-atómicos), e.g. C e D, por aplicação das seguintes regras: I = I I = ( A ) I = I \ A I ( C D ) I = C I D I ( R.C ) I = { a I b.( a, b ) R I b C I } ( R. ) I = { a I b.( a, b ) R I } Exemplo: dada a interpretação I anterior tem-se ( temfilho.masculino ) I =. Paulo Trigo Silva 10

12 Exemplos Interpretação Sejam os conceitos Bebida, Pessoa, o papel (relação) gostade e a interpretação I: I = { pedro, lua, sumo, maria, cerveja, comboio, agua, vinho } Bebida I = { sumo, cerveja, agua, vinho } Pessoa I = { pedro, maria } gostade I = { ( pedro, maria ), ( pedro, agua ), ( maria, sumo ), ( agua, lua ) } Algumas expressões e respectivo conjunto resultante em I: i. ( Bebida Pessoa ) I = { lua, comboio } ii. ( gostade. ) I = { pedro, maria, agua } iii. ( Pessoa gostade. ) I = { pedro, maria } iv. ( Pessoa gostade. ) I = Atenção: na AL o âmbito do Quantificador Existencial só refere o conceito universal. Paulo Trigo Silva 11

13 ... sobre o Quantificador Universal O conjunto ( R.C ) I = { a I b.( a, b ) R I b C I }, inclui: os indivíduos que quando pertencem a R I se relacionam apenas com conceitos em C I, os indivíduos que não pertencem a R I, i.e., nunca são lado esquerdo de um par ( a, b ). Recordar: numa implicação, se o antecedente é falso a implicação é sempre verdadeira: G H G H T T T T F F F T T F F T Ou seja, quando, para a I, se tem que ( a, ) / R I então a ( R.C ) I. Paulo Trigo Silva 12

14 Exemplo sobre o Quantificador Universal Sejam os conceitos Bebida, Pessoa, o papel (relação) conhece e a interpretação I: I = { pedro, lua, sumo, maria, cerveja, agua } Bebida I = { sumo, cerveja, agua } Pessoa I = { pedro, maria } conhece I = { ( pedro, maria ), ( maria, pedro ), ( pedro, lua ), ( cerveja, agua ) } Algumas expressões e respectivo conjunto resultante em I: i. ( conhece.pessoa ) I = { maria, lua, sumo, agua } maria só conhece pedro que é Pessoa; lua, sumo e agua não ocorrem em conhece ii. ( conhece. ) I = { pedro, maria, cerveja } iii. ( conhece.pessoa conhece. ) I = { maria } Atenção: para excluir os indivíduos que não ocorrem em R fazer ( R.C R. ) I Paulo Trigo Silva 13

15 Noção de Equivalência entre Conceitos Definição 2. Dois conceitos C e D são equivalentes, e escreve-se C D, sse para qualquer interpretação I se tiver sempre que C I = D I. Por exemplo é simples verificar que: temfilho.masculino temfilho.estudante temfilho.( Masculino Estudante ) temfilho.masculino temfilho.estudante qualquer indivíduo que tem todos os filhos do género masculino e que simultaneamente todos esses filhos são estudantes temfilho.( Masculino Estudante ) qualquer indivíduo que tem todos os filhos simultaneamente do género masculino e estudantes Independentemente da interpretação, qualquer indivíduo pertencente ao conjunto descrito por uma das expressões pertence também ao conjunto descrito pela outra expressão. Paulo Trigo Silva 14

16 A Família das Linguagens AL A linguagem AL estende-se com construtores que aumentam a capacidade expressiva. A família das linguagens AL obtém-se com os seguintes construtores: U para a linguagem que incorpora a união. E para a linguagem que incorpora a quantificação existencial completa. N para a linguagem que incorpora a restrições de número. C para a linguagem que incorpora a complementaridade (negação). A letra no nome indica presença, na AL, do construtor, e.g., ALUEN permite: descrever a união de conceitos (letra U), que qualquer conceito ocorra no contexto de um quantificador existencial (letra E), e limitar, numa relação, o número de indivíduos que podem estar associados (letra N ). Paulo Trigo Silva 15

17 Família AL as extensões U, E, N e C extensão sintaxe interpretação U C D ( C D ) I = C I D I E R.C ( R.C ) I = { a I b.( a, b ) R I b C I } N n R ( n R ) I = { a I { b ( a, b ) R I } n } onde X denota a cardinalidade do conjunto X n R ( n R ) I = { a I { b ( a, b ) R I } n } C C ( C ) I = I \ C I Notar que ALC tem negação de conceitos (não-atómicos). Outros aspectos a notar: AL tem ( R. ); permite dizer que a relação R tem pelo menos uma ocorrência. ALE tem ( R.C ); permite dizer que em R há pelo menos uma associação com C. ALN tem ( n R ); permite dizer em R os indivíduos a que se associam a n, ou mais, indivíduos b (em associações da forma ( a, b )). Paulo Trigo Silva 16

18 Família AL alguns exemplos Sejam os conceitos atómicos Aluno, Masculino, Feminino e a relação temirmao. Usar uma linguagem da família AL para formular as seguintes descrições: i. Alunos que têm pelo menos um irmão. ii. Alunos que são filhos únicos, i.e., que não têm irmãos. iii. Alunos que têm mais de um irmão um dos quais é do género masculino. iv. Alunos que têm pelo menos um irmão do género masculino e do género feminino. v. Alunos que são filhos únicos ou com mais de um irmão, um deles do género feminino. Sejam conceitos Bolacha, Chocolate, Cacau, e relação temingrediente descreva: i. Chocolates cuja lista de ingredientes inclui cacau e bolacha. ii. Bolachas que não tenham, como ingrediente, chocolate. iii. Bolachas que não tenham mais de 5 ingredientes mas um dos quais deverá ser chocolate. Paulo Trigo Silva 17

19 ... os exemplos formulados nas linguagens AL U E N C Conceitos atómicos: Aluno, Masculino, Feminino. Relação atómica: temirmao. i. Aluno temirmao. ii. Aluno temirmao. iii. Aluno ( 2 temirmao ) temirmao.masculino iv. Aluno temirmao.masculino temirmao.feminino v. ( Aluno temirmao. ) ( Aluno ( 2 temirmao ) temirmao.feminino ) Conceitos: Bolacha, Chocolate, Cacau. Relação: temingrediente. i. Chocolate temingrediente.cacau temingrediente.bolacha ii. Bolacha temingrediente.chocolate iii. Bolacha ( 5 temingrediente ) temingrediente.chocolate Paulo Trigo Silva 18

20 Relação entre as Linguagens da Família AL Na perspectiva semântica nem todas as linguagens da família AL são equivalentes. As regras usadas para a interpretação contêm-se as seguintes equivalências: C D ( C D ) R.C ( R. C ) Ou seja, a união e a quantificação existencial completa podem exprimem-se através da complementaridade (negação),..., ou, de outro modo, a complementaridade (negação) tem capacidade para exprimir a união e a quantificação existencial completa. Assim, assume-se que a união e a quantificação existencial completa estão disponíveis em qualquer linguagem AL que contenha complementaridade (negação), e vice-versa. Paulo Trigo Silva 19

21 ... relação entre as Linguagens da Família AL Todas as linguagens da família AL se podem escrever só com os símbolos: U, E, N (porque C se obtém à custa de U e E). Temos assim 8 linguagens da família AL, sendo cada linguagem não-equivalente a todas as outras: U E N Linguagem ALUEN ALCN ALUE ALC ALU N ALU ALEN ALE ALN AL Paulo Trigo Silva 20

22 ... ainda sobre as linguagens ALE e ALU Partindo das equivalências R.C ( R. C ) e C D ( C D ) encontram-se outras que é importante conhecer: ALE ALU R.C ( R. C ) C D ( C D ) R. C ( R.C ) C D ( C D ) ( R.C ) R. C ( C D ) C D ( R. C ) R.C ( C D ) C D Nota 1. Na ALE, as equivalências são idênticas às que envolvem a negação de quantificadores (existenciais e universais) na lógica de primeira ordem. Nota 2. Na ALU, as equivalências são idênticas às que envolvem negação de disjunções (ou conjunções) na lógica proposicional (conhecidas por leis De Morgan). Paulo Trigo Silva 21

23 ... ilustração da equivalência R.C ( R. C ) Sejam os conceitos Bebida, Pessoa, o papel (relação) conhece e a interpretação I: I = { pedro, lua, sumo, maria, cerveja, agua } Bebida I = { sumo, cerveja, agua } Pessoa I = { pedro, maria } conhece I = { ( pedro, maria ), ( maria, pedro ), ( pedro, lua ), ( cerveja, agua ) } Exemplo que ilustra ( conhece.pessoa ) I ( conhece. Pessoa ) I : i. ( conhece.pessoa ) I = { pedro, maria } ii. ( Pessoa ) I = I \ Pessoa = { lua, sumo, cerveja, agua } iii. ( conhece. Pessoa ) I = { cerveja, lua, sumo, agua } iv. ( conhece. Pessoa ) I = I \{ cerveja, lua, sumo, agua } = { pedro, maria } Paulo Trigo Silva 22

24 Axioma de Terminologia o conceito Com família AL formam-se conceitos (complexos) que descrevem classes de objectos. Definição 3. Um axioma de terminologia ( terminological axiom ) é uma asserção sobre o modo como os conceitos e papéis (relações) se interligam uns com os outros. No caso geral, um axioma de terminologia tem a forma: C D ou R S, igualdade (equivalência); C é equivalente a D, C D ou R S, inclusão (subsunção); C subsumido por D ou D subsume C, onde, C e D são conceitos e R e S são papéis (relações). Exemplos de axiomas de igualdade: Aluno Estudante, temidade idade Exemplos de axiomas de inclusão: Aluno Pessoa, temirmao temfamiliar Com os axiomas de terminologia constrói-se a TBox (Contexto da Terminologia). Paulo Trigo Silva 23

25 Interpretação dos Axiomas de Terminologia Definição 4. Uma interpretação, I, satisfaz um axioma de igualdade ( C D ) I ou ( R S ) I sse, respectivamente, ocorrer ( C I = D I ) ou ( R I = S I ). Definição 5. Uma interpretação, I, satisfaz um axioma de inclusão ( C D ) I ou ( R S ) I sse, respectivamente, ocorrer ( C I D I ) ou ( R I S I ). Diz-se que a interpretação, I é um modelo de um axioma sse I satisfaz esse axioma. Exemplo conceitos Pessoa, Aluno; papéis gostade, conhece, e a interpretação I: I = { pedro, lua, sumo, maria, cerveja, comboio, agua, miguel } Pessoa I = { pedro, maria, miguel }; Aluno I = { pedro, maria } gostade I = { ( pedro, maria ), ( pedro, agua ) } conhece I = { ( pedro, maria ) } A interpretação I é um modelo de ( Aluno Pessoa ) I e ( conhece gostade ) I. Paulo Trigo Silva 24

26 O Conceito de Definição & Axioma de Igualdade O conceito de definição formula-se como um caso particular do axioma de igualdade. Definição 6. Uma definição é um axioma de igualdade cujo lado esquerdo é um conceito atómico. A definição associa um nome simbólico a uma descrição complexa. Exemplos: i. Mulher Pessoa Feminino ii. Homem Pessoa Mulher iii. Mae Mulher temfilho.pessoa iv. Pai Homem temfilho.pessoa v. Progenitor Pai Mae vi. Avo Mae temfilho.progenitor Atenção: o nome simbólico de uma definição pode usar-se noutras definições. Paulo Trigo Silva 25

27 Contexto da Terminologia, ou apenas, Terminologia TBox Um conjunto de definições que não exiba ambiguidade forma uma terminologia. Definição 7. Um conjunto de definições diz-se terminologia, T, ou contexto da terminologia (TBox) sse para cada conceito atómico A existe no máximo um axioma em T que tem A no seu lado esquerdo. Os conceitos atómicos de numa terminologia, T, separam-se em dois conjuntos: Símbolo Nome, N T ( name symbol ) que ocorre no lado esquerdo de algum axioma, e Símbolo Base, B T ( base symbol ) que apenas ocorre no lado direito dos axiomas. No exemplo anterior as definições (de i a vi) são uma terminologia T na qual se tem: N T = { Mulher, Homem, Mae, Pai, Progenitor, Avo } B T = { Pessoa, Feminino, temfilho } Paulo Trigo Silva 26

28 Interpretação Base para uma Terminologia Um elemento de N T e B T também se designa, respectivamente por conceito definido ( defined concept ) e conceito primitivo ( primitive concept ). A terminologia, T, formula conceitos definidos a partir de conceitos primitivos. Definição 8. Uma interpretação base, J, para uma terminologia, T, é uma interpretação I sobre os conceitos primitivos de T, ou seja, I apenas considera o conjunto B T de símbolos base. Exemplo. A terminologia T, das definições i a vi, pode ter a interpretação base J : Pessoa J = { pedro, miguel, maria, ana } Feminino J = { maria, ana, lua, agua, cerveja } temfilho J = { ( maria, ana ), ( pedro, ana ), ( miguel, pedro ), } Paulo Trigo Silva 27

29 Extensão de uma Interpretação Base & Terminologia Definitória Definição 9. A interpretação I é uma extensão de uma interpretação base J, sse: I e J coincidem no conjunto B T (de Símbolo Base), I interpreta também o conjunto N T (de Símbolo Nome), I tem o mesmo domínio que J, i.e., I = J. Definição 10. Uma terminologia T é definitória ( definitorial terminology ) sse qualquer interpretação base de T tem exactamente uma extensão que é modelo de T. Saber se a terminologia é definitória liga-se à existência, ou não, de ciclos nas definições. Por exemplo, na definição: Pessoa SerVivo tempai.pessoa, ocorre um ciclo de definição. O conceito de Pessoa ocorre do lado esquerdo (é Símbolo Nome) mas também ocorre do lado direito. Um terminologia com esta definição diz-se cíclica. Paulo Trigo Silva 28

30 ... Terminologia Cíclica pode não ser Definitória exemplo Pessoa SerVivo tempai.pessoa tempai. {z } apenas sujeitos em tempai com símbolos base: B T = { SerVivo, tempai }, e símbolos nome: N T = { Pessoa } Uma interpretação base J : SerVivo J = { maria, pedro, miguel, bilu, bobi } tempai J = { ( maria, pedro ), ( pedro, miguel ), ( bilu, bobi ) } Duas extensões, I 1 e I 2, de J : Pessoa I 1 = { pedro, maria } // miguel não é sujeito em tempai Pessoa I 2 = { bilu } // bobi não é sujeito em tempai... cada extensão, I 1 e I 2, pode, por exemplo, representar uma espécie. Paulo Trigo Silva 29

31 Terminologia Acíclica é Definitória & Terminologia Expansão Se uma terminologia T é acíclica, então T é definitória. Pois, num processo iterativo podem expandir-se as definições de T : substituindo cada ocorrência de nome do lado direito pelos conceitos que ele define, terminando quando nos lados direitos apenas existem símbolos base. Como não há ciclos o processo terminará numa terminologia T que tem todas as definições na forma A C, onde C contém apenas símbolos base. À terminologia T chama-se terminologia expansão de T. Note-se que a dimensão da terminologia expansão pode aumentar de modo exponencial com o aumento da dimensão da terminologia original. Paulo Trigo Silva 30

32 ... exemplo Terminologia Expansão Seja a seguinte terminologia T : i. Mulher Pessoa Feminino ii. Homem Pessoa Mulher iii. Mae Mulher temfilho.pessoa iv. Pai Homem temfilho.pessoa A terminologia expansão T de T é: i. Mulher Pessoa Feminino ii. Homem Pessoa ( Pessoa Feminino ) iii. Mae ( Pessoa Feminino ) temfilho.pessoa iv. Pai ( Pessoa ( Pessoa Feminino ) ) temfilho.pessoa O processo aplica-se a qualquer terminologia acíclica T pelo que T é sempre definitória. Paulo Trigo Silva 31

33 Terminologia com Axioma de Inclusão Nem sempre se consegue definir completamente um conceito. Mas, consegue-se sempre descrever a condição necessária de pertença a um conceito.... axioma de inclusão descreve uma condição de pertença (de um conceito noutro). Definição 11. Um conceito designa-se por especialização ( specialization ) sse for atómico e ocorrer no lado esquerdo de um axioma de inclusão. Exemplo. Como não consigo definir Cavalo com todo o detalhe digo apenas que: Cavalo SerVivo Uma terminologia T, mesmo sendo acíclica, ao permitir especializações perde a propriedade definitória. Para tornar definitória transformar axioma de inclusão em axioma de igualdade acíclico. Paulo Trigo Silva 32

34 Normalização de uma Terminologia Dada uma terminologia T, a sua normalização consiste numa terminologia T que se obtém de T do seguinte modo: para cada especialização A C em T escolher um novo símbolo base A, e substituir a especialização A C por uma definição A A C. Por exemplo, se uma TBox contém a especialização, Cavalo SerVivo então a sua normalização contém a definição, Cavalo Cavalo SerVivo Intuitivamente, o símbolo base adicional Cavalo representa tudo aquilo que distingue o Cavalo entre os restantes SerVivo. Paulo Trigo Silva 33

35 ... interesse prático dos axiomas de inclusão Numa perspectiva teórica os axiomas de inclusão nada acrescentam àquilo que a terminologia exprime. No entanto, numa perspectiva prática, os axiomas de inclusão são uma forma simples de acrescentar conceitos para os quais não se tem uma definição completa. Por exemplo, é mais simples formular, Acucar Ingrediente do que Acucar Acucar Ingrediente Mas a normalização permite reduzir uma TBox a um conjunto de axiomas de igualdade. Paulo Trigo Silva 34

36 Algumas Equivalências e Inclusões Importantes Os processos de inferência automática (e.g., o algoritmo de tableau) permitem deduzir sobre a validade de uma qualquer equivalência ou inclusão. Por agora vamos apenas enunciar algumas equivalência e inclusões importantes e fazer uma leitura intuitiva dessas descrições.... algumas equivalências importantes: R.C R.D R.( C D ) i.e., um objecto que tenha todas as suas relações simultaneamente com os conceitos C e D terá necessariamente que se relacionar apenas com objectos na intersecção de C com D. R.C R.D R.( C D ) i.e., um objecto que tenha uma relação com o conceito C ou com o conceito D estará necessariamente relacionado com algum objecto na união de C com D. Paulo Trigo Silva 35

37 Algumas Equivalências e Inclusões Importantes (cont.)... algumas inclusões importantes: R.C R.D R.( C D ) i.e., os objectos que têm todas as suas relações apenas com os conceitos C unidos àqueles que têm todas as relações apenas com D têm todas as suas relações na união de C com D; no entanto, um objecto que tenha todas as suas relações na união de C com D pode ter algumas associações com C e outras com D pelo que não pertencerá a R.C R.D. R.( C D ) R.C R.D i.e., um objecto que se relacione com a intersecção dos conceitos C e D está necessariamente relacionado com C e com D; no entanto, um objecto pode relacionar-se simultaneamente com C e com D mas apenas com elementos que estejam fora na intersecção de C com D. Estas resultados são úteis na manipulação sintáctica (e.g., simplificação) de descrições. Paulo Trigo Silva 36

38 O Mundo numa Base de Conhecimento Numa Base de Conhecimento ( Knowledge Base ) o mundo tem duas componentes: uma terminologia onde o mundo se organiza em termos de conceitos TBox, e o enquadramento, nessa terminologia, dos indivíduos que povoam o mundo ABox. KB Knowledge Base TBox Terminological Box; Esquema, Schema e.g., Homem Pessoa Masculino e.g., Pai Homem temfilho.pessoa ABox Assertion Box; Instâncias, Data e.g., Pessoa( pedro ), Masculino( pedro ), Pessoa( maria ) e.g., temfilho( pedro, maria ) Paulo Trigo Silva 37

39 ... sobre os Indivíduos que Povoam o Mundo ABox Na ABox identificam-se indivíduos atribuindo-lhes nomes. Na ABox fazem-se asserções sobre as propriedades daqueles indivíduos. Um nome de indivíduo será denotado recorrendo aos símbolos: a, b, c. Usando os conceitos C e os papéis (relações) R podem fazer-se dois tipos de asserções: Asserção de Conceito, C( a ); indica que a pertence à interpretação de C, e Asserção de Papel, R( b, c ); indica que c é, em R, um filler (conteúdo) para b. Por exemplo, se pedro e maria são nomes de indivíduos, então: Pai( pedro ) significa que pedro é Pai, e temfilho( pedro, maria ) significa que maria é filha de pedro. Paulo Trigo Silva 38

40 Contexto das Asserções ABox Definição 12. Um conjunto representa o contexto das asserções, A, (assertion box ABox) sse contiver um número finito de asserções da forma: C( a ) significando que a pertence à interpretação de C, R( b, c ) significando que c é, em R, um filler (conteúdo) para b. onde a, b, c são nomes de indivíduos que povoam o mundo e onde C, R são, respectivamente um conceito e um papel, ambos descritos numa TBox. Exemplo: uma TBox descreve Pai, PaiSemIrmao, temfilho; uma possível ABox A: i. Pai( pedro ) ii. PaiSemIrmao( miguel ) iii. temfilho( pedro, maria ) iv. temfilho( maria, miguel ) Paulo Trigo Silva 39

41 Semântica da ABox Interpretação de Nomes de Indivíduos A semântica da ABox estende, aos nomes de indivíduos, a noção de interpretação. Definição 13. Seja A um qualquer conceito atómico, R um qualquer papel atómico e a um qualquer nome de indivíduo. Uma interpretação I que considere uma TBox e uma ABox, consiste numa estrutura ( I, I ), onde: I representa um conjunto não-vazio designado por domínio da interpretação, I representa uma função designada por função da interpretação, e para a função I tem-se que: i. atribui a A o conjunto A I I, a R a relação binária R I I I, e ii. associa a cada nome de indivíduo, a, um elemento a I I. Atenção: o item i formula a interpretação de uma TBox; o item ii estende-a à ABox. Paulo Trigo Silva 40

42 Exemplo Interpretação (TBox e ABox) Sejam o conceito atómico Masculino, o papel atómico temfilho e os nomes de indivíduos a, b, ola, maria. Pode construir-se a seguinte interpretação: I = { pedro, lua, miguel, maria, sol, comboio, agua, joana } Masculino I = { pedro, miguel, sol, comboio } I temfilho I = { ( pedro, maria ), ( joana, maria ) } I I e, para os indivíduos, que constam na ABox, podemos ter: a I = pedro; b I = joana; ola I = miguel; maria I = maria... ou qualquer outra associação entre cada nome de indivíduo e um elemento em I. Assume-se que diferentes nomes de indivíduo denotam objectos distintos. Ou seja, se a e b são diferentes nomes de indivíduos, então a I b I Paulo Trigo Silva 41

43 Interpretação & Satisfação (ABox) Definição 14. Uma interpretação I satisfaz: uma asserção de conceito, C( a ), sse a I C I, uma asserção de papel, R( b, c ), sse ( b I, c I ) R I. Definição 15. Uma interpretação I satisfaz uma ABox A sse satisfaz cada uma das asserções (de conceito e papel) em A. Quando uma interpretação I satisfaz uma ABox A, diz-se que I é um modelo de A. Ou seja, uma ABox A faz asserções sobre a pertença de indivíduos abstractos a conceitos e sobre as relações que se estabelecem entre esses indivíduos abstractos. i.e., um modelo de A concretiza um mundo onde se respeitam as asserções de A. Paulo Trigo Silva 42

44 Exemplo Interpretação & Satisfação (ABox) Sejam o conceito atómico Masculino, o papel atómico temfilho e os nomes de indivíduos a, b, ola, maria. Pode construir-se a seguinte interpretação: I = { pedro, lua, miguel, maria, sol, comboio, agua, joana } Masculino I = { pedro, miguel, sol, comboio } I temfilho I = { ( pedro, maria ), ( joana, maria ) } I I a I = pedro; b I = joana; ola I = miguel; maria I = maria e.g., I é modelo de: Masculino( a ), Masculino( sol ), temfilho( b, maria ) e.g., I é modelo de: Masculino( a ), temfilho( a, maria ), temfilho( b, maria ) e.g., I não é modelo de: Masculino( a ), temfilho( a, maria ), temfilho( a, b ) e.g., I não é modelo de: Masculino( agua ), temfilho( a, maria ) Paulo Trigo Silva 43

45 Interpretação & Satisfação (TBox & ABox) Definição 16. Uma interpretação I satisfaz uma asserção α, ou uma ABox A, relativamente a uma T Box T sse a interpretação I para além de ser um modelo de α, ou de A, é também um modelo de T. Intuitivamente, um modelo de A e de T é uma abstracção de um mundo concreto onde: os conceitos são interpretados como subconjuntos do domínio tal como requerido pela TBox, e os indivíduos pertencem a conceitos e relacionam-se entre si de acordo com as asserções da ABox. Paulo Trigo Silva 44

46 Exemplo Interpretação & Satisfação (TBox & ABox) TBox Homem Pessoa Masculino Pai Homem temfilho.pessoa ABox Pessoa( pedro ), Masculino( pedro ), Pessoa( x 1 ), Pessoa( x 2 ) temfilho( pedro, x 1 ), temfilho( x 1, joana ) Exemplo de uma interpretação I que satisfaz aquelas TBox e ABox: I = { pedro, lua, miguel, maria, sol, comboio, agua, joana } Masculino I = { pedro, miguel, sol }; Pessoa I = { pedro, maria, miguel } temfilho I = { ( pedro, maria ), ( pedro, miguel ), ( maria, joana ) } x 1 I = maria; x 2 I = miguel; pedro I = pedro; joana I = joana Paulo Trigo Silva 45

EXERCÍCIOS DE LÓGICA DE 1ª ORDEM

EXERCÍCIOS DE LÓGICA DE 1ª ORDEM QUANTIFICADORES EXERCÍCIOS DE LÓGICA DE 1ª ORDEM 1 {9.3} Tornar as frases verdadeiras. Abra Bozo s Sentences e Leibniz s World. Algumas das expressões não são wffs, algumas são wffs mas não são frases

Leia mais

Programa de Formação Contínua em Matemática para Professores do 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico. I. Conjuntos

Programa de Formação Contínua em Matemática para Professores do 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico. I. Conjuntos I. Conjuntos 1. Introdução e notações 1.1. Relação de pertença 1.2. Modos de representar um conjunto 1.3. Classificação de conjuntos quanto ao número de elementos 1.4. Noção de correspondência 2. Relações

Leia mais

CAP. I ERROS EM CÁLCULO NUMÉRICO

CAP. I ERROS EM CÁLCULO NUMÉRICO CAP. I ERROS EM CÁLCULO NUMÉRICO 0. Introdução Por método numérico entende-se um método para calcular a solução de um problema realizando apenas uma sequência finita de operações aritméticas. A obtenção

Leia mais

Diagrama de Classes. Um diagrama de classes descreve a visão estática do sistema em termos de classes e relacionamentos entre as classes.

Diagrama de Classes. Um diagrama de classes descreve a visão estática do sistema em termos de classes e relacionamentos entre as classes. 1 Diagrama de Classes Um diagrama de classes descreve a visão estática do sistema em termos de classes e relacionamentos entre as classes. Um dos objetivos do diagrama de classes é definir a base para

Leia mais

Algumas vantagens da Teoria das Descrições Definidas (Russel 1905)

Algumas vantagens da Teoria das Descrições Definidas (Russel 1905) Textos / Seminário de Orientação - 12 de Março de 2005 - Fernando Janeiro Algumas vantagens da Teoria das Descrições Definidas (Russel 1905) Assume-se que o objecto de uma teoria semântica é constituído

Leia mais

Lógica Computacional. Argumentos válidos e sólidos. Métodos de Demonstração. Demonstrações formais. Regras de Inferência Igualdade

Lógica Computacional. Argumentos válidos e sólidos. Métodos de Demonstração. Demonstrações formais. Regras de Inferência Igualdade Lógica Computacional Argumentos válidos e sólidos Métodos de Demonstração Demonstrações formais Regras de Inferência Igualdade Não-consequências lógicas 6 Março 2013 Lógica Computacional 1 Argumentos Exemplo:

Leia mais

Parece claro que há uma, e uma só, conclusão a tirar destas proposições. Esa conclusão é:

Parece claro que há uma, e uma só, conclusão a tirar destas proposições. Esa conclusão é: Argumentos Dedutivos e Indutivos Paulo Andrade Ruas Introdução Em geral, quando se quer explicar que géneros de argumentos existem, começa-se por distinguir os argumentos dedutivos dos não dedutivos. A

Leia mais

AULA 6 LÓGICA DOS CONJUNTOS

AULA 6 LÓGICA DOS CONJUNTOS Disciplina: Matemática Computacional Crédito do material: profa. Diana de Barros Teles Prof. Fernando Zaidan AULA 6 LÓGICA DOS CONJUNTOS Intuitivamente, conjunto é a coleção de objetos, que em geral, tem

Leia mais

Capítulo 2. Álgebra e imagens binárias. 2.1 Subconjuntos versus funções binárias

Capítulo 2. Álgebra e imagens binárias. 2.1 Subconjuntos versus funções binárias Capítulo 2 Álgebra e imagens binárias Em Análise de Imagens, os objetos mais simples que manipulamos são as imagens binárias. Estas imagens são representadas matematicamente por subconjuntos ou, de maneira

Leia mais

Computabilidade 2012/2013. Sabine Broda Departamento de Ciência de Computadores Faculdade de Ciências da Universidade do Porto

Computabilidade 2012/2013. Sabine Broda Departamento de Ciência de Computadores Faculdade de Ciências da Universidade do Porto Computabilidade 2012/2013 Sabine Broda Departamento de Ciência de Computadores Faculdade de Ciências da Universidade do Porto Capítulo 1 Computabilidade 1.1 A noção de computabilidade Um processo de computação

Leia mais

INE5403 FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA DISCRETA

INE5403 FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA DISCRETA INE5403 FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA DISCRETA PARA A COMPUTAÇÃO PROF. DANIEL S. FREITAS UFSC - CTC - INE Prof. Daniel S. Freitas - UFSC/CTC/INE/2007 p.1/59 2 - FUNDAMENTOS 2.1) Teoria dos Conjuntos 2.2) Números

Leia mais

Aula 4 Pseudocódigo Tipos de Dados, Expressões e Variáveis

Aula 4 Pseudocódigo Tipos de Dados, Expressões e Variáveis 1. TIPOS DE DADOS Todo o trabalho realizado por um computador é baseado na manipulação das informações contidas em sua memória. Estas informações podem ser classificadas em dois tipos: As instruções, que

Leia mais

EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES DE 1º GRAU

EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES DE 1º GRAU 1 EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES DE 1º GRAU Equação do 1º grau Chamamos de equação do 1º grau em uma incógnita x, a qualquer expressão matemática que pode ser escrita sob a forma: em que a e b são números reais,

Leia mais

II. DEFINIÇÕES INICIAIS 1

II. DEFINIÇÕES INICIAIS 1 -1- ELPO: Definições Iniciais [MSL] II. DEFINIÇÕES INICIAIS 1 No que se segue, U é um conjunto qualquer e X, Y,... são os subconjuntos de U. Ex.: U é um quadrado e X, Y e Z são três círculos congruentes

Leia mais

Expansão linear e geradores

Expansão linear e geradores Espaços Vectoriais - ALGA - 004/05 4 Expansão linear e geradores Se u ; u ; :::; u n são vectores de um espaço vectorial V; como foi visto atrás, alguns vectores de V são combinação linear de u ; u ; :::;

Leia mais

6.3 Equivalência entre Autômatos com Pilha Não-Determinísticos e Gramáticas Livre do Contexto

6.3 Equivalência entre Autômatos com Pilha Não-Determinísticos e Gramáticas Livre do Contexto Capítulo 6. Autômatos com Pilha 6.3 Equivalência entre Autômatos com Pilha Não-Determinísticos e Gramáticas Livre do Contexto Nos exemplos da seção anterior, vimos que os autômatos com pilha existem para

Leia mais

Lógica de Descrições Visão Geral

Lógica de Descrições Visão Geral Lógica de Descrições Visão Geral The Description Logic Handbook Cesar Augusto Tacla UTFPR/CPGEI Lógica de Descrições É uma linguagem formal para representação de conhecimentos e para raciocínio Permite

Leia mais

1 Máquina URM, comandos e programas URM

1 Máquina URM, comandos e programas URM 1 Máquina URM, comandos e programas URM Definição 1 : Máquina URM (Unlimited Register Machine) Uma máquina URM é constituída por uma sucessão de registos 2 < R i > i IN. Cada registo pode conter um valor

Leia mais

CAPÍTULO 2. Grafos e Redes

CAPÍTULO 2. Grafos e Redes CAPÍTULO 2 1. Introdução Um grafo é uma representação visual de um determinado conjunto de dados e da ligação existente entre alguns dos elementos desse conjunto. Desta forma, em muitos dos problemas que

Leia mais

QUANTIFICADORES. Existem frases declarativas que não há como decidir se são verdadeiras ou falsas. Por exemplo: (a) Ele é um campeão da Fórmula 1.

QUANTIFICADORES. Existem frases declarativas que não há como decidir se são verdadeiras ou falsas. Por exemplo: (a) Ele é um campeão da Fórmula 1. LIÇÃO 4 QUANTIFICADORES Existem frases declarativas que não há como decidir se são verdadeiras ou falsas. Por exemplo: (a) Ele é um campeão da Fórmula 1. (b) x 2 2x + 1 = 0. (c) x é um país. (d) Ele e

Leia mais

AULA 5 QUANTIFICADORES, PREDICADOS E VALIDADE

AULA 5 QUANTIFICADORES, PREDICADOS E VALIDADE Disciplina: Matemática Computacional Prof. Diana de Barros Teles AULA 5 QUANTIFICADORES, PREDICADOS E VALIDADE Quantificadores: são frases do tipo para todo, ou para cada, ou para algum, isso é, frases

Leia mais

Linguagem Lógica Prolog

Linguagem Lógica Prolog Linguagem Lógica Prolog Linguagens de Programação Departamento de Computação Universidade Federal de Sergipe Conteúdo O que é diferente na Programação Lógica Cláusulas, Fatos, Regras e Predicado Objetos

Leia mais

Notas de aula número 1: Otimização *

Notas de aula número 1: Otimização * UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL UFRGS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS DISCIPLINA: TEORIA MICROECONÔMICA II Primeiro Semestre/2001 Professor: Sabino da Silva Porto Júnior

Leia mais

Tarefa Orientada 11 Junção Interna

Tarefa Orientada 11 Junção Interna Tarefa Orientada 11 Junção Interna Objectivos: Junção Interna (INNER JOIN) Junção Interna A operação de junção interna (INNER JOIN) é utilizada para combinar colunas de duas ou mais tabelas. O resultado

Leia mais

EXERCÍCIOS LÓGICA DE PRIMEIRA ORDEM - MODELOS

EXERCÍCIOS LÓGICA DE PRIMEIRA ORDEM - MODELOS EXERCÍCIOS LÓGICA DE PRIMEIRA ORDEM - MODELOS Lógica Prof. Tacla (UTFPR/Curitiba) assuntos: expressividade LP x LPO; modelos Conceituais 1. Explique a diferença em expressividade da Lógica Proposicional

Leia mais

Desenvolvimento de uma base de dados. Relação. Modelo lógico: SGBD relacional

Desenvolvimento de uma base de dados. Relação. Modelo lógico: SGBD relacional Desenvolvimento de uma base de dados Realidade Bases de dados relacionais e SQL Conceitos básicos de bases de dados relacionais A 3ª forma normal Structured Query Language (SQL) Modelo conceptual (e.g.

Leia mais

A ideia de coordenatização (2/2)

A ideia de coordenatização (2/2) 8 a : aula (1h) 12/10/2010 a ideia de coordenatização (2/2) 8-1 Instituto Superior Técnico 2010/11 1 o semestre Álgebra Linear 1 o ano das Lics. em Engenharia Informática e de Computadores A ideia de coordenatização

Leia mais

Representação do Conhecimento

Representação do Conhecimento UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Representação do Conhecimento Licenciatura em Engenharia Informática e de Computadores Repescagem Segundo teste 0 de Julho de 004, 9:00H 0:0H Nome:

Leia mais

Notas sobre a Fórmula de Taylor e o estudo de extremos

Notas sobre a Fórmula de Taylor e o estudo de extremos Notas sobre a Fórmula de Taylor e o estudo de etremos O Teorema de Taylor estabelece que sob certas condições) uma função pode ser aproimada na proimidade de algum ponto dado) por um polinómio, de modo

Leia mais

Renata de Freitas e Petrucio Viana. IME, UFF 12 de março de 2015

Renata de Freitas e Petrucio Viana. IME, UFF 12 de março de 2015 Definições por indução e por recursão Renata de Freitas e Petrucio Viana IME, UFF 12 de março de 2015 Sumário Lógica formal e principais sistemas lógicos Definições indutivas Definições recursivas Exercícios

Leia mais

Citação e Indiscernibilidade de Idênticos. Citação e indiscernibilidade de idênticos

Citação e Indiscernibilidade de Idênticos. Citação e indiscernibilidade de idênticos Citação e Indiscernibilidade de Idênticos Citação e indiscernibilidade de O nosso problema é agora o seguinte Haverá Contra-exemplos à Indiscernibilidade de Idênticos? Dividimos este problema em dois (a)

Leia mais

Autómatos Finitos Determinísticos

Autómatos Finitos Determinísticos Ficha 2 Autómatos Finitos Determinísticos 2.1 Introdução Se olharmos, de forma simplificada, para um computador encontramos três componentes principais: a) A unidade de processamento central b) As unidades

Leia mais

A lógica de programação ajuda a facilitar o desenvolvimento dos futuros programas que você desenvolverá.

A lógica de programação ajuda a facilitar o desenvolvimento dos futuros programas que você desenvolverá. INTRODUÇÃO A lógica de programação é extremamente necessária para as pessoas que queiram trabalhar na área de programação, seja em qualquer linguagem de programação, como por exemplo: Pascal, Visual Basic,

Leia mais

Lógicas de Descrição Visão Geral

Lógicas de Descrição Visão Geral Lógicas de Descrição Visão Geral The Description Logic Handbook Cesar Augusto Tacla UTFPR/CPGEI INTRODUÇÃO 05/11/2013 2 Lógicas de Descrição É uma família de linguagens formais para representação de conhecimentos

Leia mais

Múltiplos Estágios processo com três estágios Inquérito de Satisfação Fase II

Múltiplos Estágios processo com três estágios Inquérito de Satisfação Fase II O seguinte exercício contempla um processo com três estágios. Baseia-se no Inquérito de Satisfação Fase II, sendo, por isso, essencial compreender primeiro o problema antes de começar o tutorial. 1 1.

Leia mais

Raciocínio Lógico para o INSS Resolução de questões Prof. Adeilson de melo REVISÃO 01 - conjuntos e porcentagens

Raciocínio Lógico para o INSS Resolução de questões Prof. Adeilson de melo REVISÃO 01 - conjuntos e porcentagens APRESENTAÇÃO Olá, prezados concursandos! Sejam bem-vindos à resolução de questões de Raciocínio Lógico preparatório para o INSS. Mais uma vez, agradeço ao convite do prof. Francisco Júnior pela oportunidade

Leia mais

AS LEIS DE NEWTON PROFESSOR ANDERSON VIEIRA

AS LEIS DE NEWTON PROFESSOR ANDERSON VIEIRA CAPÍTULO 1 AS LEIS DE NEWTON PROFESSOR ANDERSON VIEIRA Talvez o conceito físico mais intuitivo que carregamos conosco, seja a noção do que é uma força. Muito embora, formalmente, seja algo bastante complicado

Leia mais

Escola Secundária c/3º CEB José Macedo Fragateiro. Curso Profissional de Nível Secundário. Componente Técnica. Disciplina de

Escola Secundária c/3º CEB José Macedo Fragateiro. Curso Profissional de Nível Secundário. Componente Técnica. Disciplina de Escola Secundária c/3º CEB José Macedo Fragateiro Curso Profissional de Nível Secundário Componente Técnica Disciplina de Sistemas Digitais e Arquitectura de Computadores 29/21 Módulo 1: Sistemas de Numeração

Leia mais

Só Matemática O seu portal matemático http://www.somatematica.com.br FUNÇÕES

Só Matemática O seu portal matemático http://www.somatematica.com.br FUNÇÕES FUNÇÕES O conceito de função é um dos mais importantes em toda a matemática. O conceito básico de função é o seguinte: toda vez que temos dois conjuntos e algum tipo de associação entre eles, que faça

Leia mais

Introdução ao estudo de equações diferenciais

Introdução ao estudo de equações diferenciais Matemática (AP) - 2008/09 - Introdução ao estudo de equações diferenciais 77 Introdução ao estudo de equações diferenciais Introdução e de nição de equação diferencial Existe uma grande variedade de situações

Leia mais

Material Teórico - Módulo de Divisibilidade. MDC e MMC - Parte 1. Sexto Ano. Prof. Angelo Papa Neto

Material Teórico - Módulo de Divisibilidade. MDC e MMC - Parte 1. Sexto Ano. Prof. Angelo Papa Neto Material Teórico - Módulo de Divisibilidade MDC e MMC - Parte 1 Sexto Ano Prof. Angelo Papa Neto 1 Máximo divisor comum Nesta aula, definiremos e estudaremos métodos para calcular o máximo divisor comum

Leia mais

Tarefa Orientada 12 Junção Externa, Auto-Junção e União

Tarefa Orientada 12 Junção Externa, Auto-Junção e União Tarefa Orientada 12 Junção Externa, Auto-Junção e União Objectivos: Junção externa (Outer JOIN) Junção externa à esquerda (LEFT Outer JOIN) Junção externa à direita (RIGHT Outer JOIN) Junção externa completa

Leia mais

Capítulo 1 - Conectivos lógicos e quantificadores

Capítulo 1 - Conectivos lógicos e quantificadores Capítulo 1 - Conectivos lógicos e quantificadores A linguagem matemática usual combina o português com outros símbolos que têm um significado específico em Matemática. Neste capítulo 1 recordar-se-á, de

Leia mais

Exercícios de Lógica para Programação

Exercícios de Lógica para Programação Exercícios de Lógica para Programação Ana Cardoso-Cachopo Maio de 2014 CONTEÚDO 1 Conteúdo 1 Argumentos e Validade 5 2 Lógica Proposicional Sistema de Dedução Natural 17 3 Lógica Proposicional Tabelas

Leia mais

Informática II Cap. 3

Informática II Cap. 3 Cap. 3 1 Tradicionalmente, programar significava apenas a escrita de um programa, que resolvesse o problema pretendido de uma forma aparentemente correcta. Problema Problema Programa Programa Desvantagens:

Leia mais

Tarefa Orientada 14 Subconsultas

Tarefa Orientada 14 Subconsultas Tarefa Orientada 14 Subconsultas Objectivos: Subconsultas não correlacionadas Operadores ALL, SOME e ANY Subconsultas correlacionadas Operador EXISTS Subconsultas incluídas na cláusula FROM de uma consulta

Leia mais

Instituto Superior Politécnico de VISEU. Escola Superior de Tecnologia

Instituto Superior Politécnico de VISEU. Escola Superior de Tecnologia 1 Tradicionalmente, programar significava apenas a escrita de um programa, que resolvesse o problema pretendido de uma forma aparentemente correcta. Problema Problema Programa Programa Desvantagens: Programas

Leia mais

Banco de Dados Aula 1 Introdução a Banco de Dados Introdução Sistema Gerenciador de Banco de Dados

Banco de Dados Aula 1 Introdução a Banco de Dados Introdução Sistema Gerenciador de Banco de Dados Banco de Dados Aula 1 Introdução a Banco de Dados Introdução Um Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD) é constituído por um conjunto de dados associados a um conjunto de programas para acesso a esses

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ UFPR Bacharelado em Ciência da Computação

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ UFPR Bacharelado em Ciência da Computação SOFT DISCIPLINA: Engenharia de software AULA NÚMERO: 08 DATA: / / PROFESSOR: Andrey APRESENTAÇÃO O objetivo desta aula é apresentar e discutir conceitos relacionados a modelos e especificações. Nesta aula

Leia mais

Databases. Dependências Funcionais

Databases. Dependências Funcionais Databases Dependências Funcionais P. Serendero, 2011-13 Referências e exemplos tirados de diversas fontes, excetuando aqueles relacionados com embarcações Dependências Funcionais (DF) Uma Base de Dados,

Leia mais

Lógica Binária. Princípios

Lógica Binária. Princípios Lógica Binária Lógica Binária Proposição é toda a expressão da qual faz sentido dizer que é verdadeira ou falsa. Cada proposição tem um e um só valor lógico, Verdadeiro (1) ou Falso (0). Princípios Princípio

Leia mais

TEORIA DOS CONJUNTOS Símbolos

TEORIA DOS CONJUNTOS Símbolos 1 MATERIAL DE APOIO MATEMÁTICA Turmas 1º AS e 1º PD Profº Carlos Roberto da Silva A Matemática apresenta invenções tão sutis que poderão servir não só para satisfazer os curiosos como, também para auxiliar

Leia mais

saber identificar as ideias principais, organizá las e relacioná las com as anteriores;

saber identificar as ideias principais, organizá las e relacioná las com as anteriores; Leitura na diagonal É um tipo de leitura rápida, em que o objectivo é procurar uma informação específica ou identificar as ideias principais de um texto, que te vai permitir organizar melhor o teu estudo.

Leia mais

Matemática Discreta - 03

Matemática Discreta - 03 Universidade Federal do Vale do São Francisco Curso de Engenharia da Computação Matemática Discreta - 03 Prof. Jorge Cavalcanti jorge.cavalcanti@univasf.edu.br www.univasf.edu.br/~jorge.cavalcanti www.twitter.com/jorgecav

Leia mais

Contagem (2) Anjolina Grisi de Oliveira. 2007.1 / CIn-UFPE. Centro de Informática Universidade Federal de Pernambuco

Contagem (2) Anjolina Grisi de Oliveira. 2007.1 / CIn-UFPE. Centro de Informática Universidade Federal de Pernambuco 1 / 24 Contagem (2) Anjolina Grisi de Oliveira Centro de Informática Universidade Federal de Pernambuco 2007.1 / CIn-UFPE 2 / 24 O princípio da multiplicação de outra forma O princípio da multiplicação

Leia mais

5 Circuitos Equivalentes

5 Circuitos Equivalentes 5 Circuitos Equivalentes 5.1 Circuitos Equivalentes Nos capítulos anteriores já se apresentaram diversos exemplos de circuitos equivalentes, por exemplo, resistências em série e em paralelo ou a chamada

Leia mais

ISO 9000:2000 Sistemas de Gestão da Qualidade Fundamentos e Vocabulário. As Normas da família ISO 9000. As Normas da família ISO 9000

ISO 9000:2000 Sistemas de Gestão da Qualidade Fundamentos e Vocabulário. As Normas da família ISO 9000. As Normas da família ISO 9000 ISO 9000:2000 Sistemas de Gestão da Qualidade Fundamentos e Vocabulário Gestão da Qualidade 2005 1 As Normas da família ISO 9000 ISO 9000 descreve os fundamentos de sistemas de gestão da qualidade e especifica

Leia mais

A MODELAÇÃO DE LEIS E TEORIAS CIENTÍFICAS

A MODELAÇÃO DE LEIS E TEORIAS CIENTÍFICAS A MODELAÇÃO DE LEIS E TEORIAS CIENTÍFICAS O ESPÍRITO HUMANO PROCURA LEIS E TEORIAS CIENTÍFICAS AO MENOS POR DOIS MOTIVOS Porque lhe dão um certo tipo de compreensão do real Porque lhe oferecem esquemas

Leia mais

TIC Unidade 2 Base de Dados. Informação é todo o conjunto de dados devidamente ordenados e organizados de forma a terem significado.

TIC Unidade 2 Base de Dados. Informação é todo o conjunto de dados devidamente ordenados e organizados de forma a terem significado. Conceitos relativos à Informação 1. Informação O que á a informação? Informação é todo o conjunto de dados devidamente ordenados e organizados de forma a terem significado. 2. Dados Em informática designa-se

Leia mais

A integral também é conhecida como antiderivada. Uma definição também conhecida para integral indefinida é:

A integral também é conhecida como antiderivada. Uma definição também conhecida para integral indefinida é: Integral Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. No cálculo, a integral de uma função foi criada para originalmente determinar a área sob uma curva no plano cartesiano e também surge naturalmente em dezenas

Leia mais

Por que o quadrado de terminados em 5 e ta o fa cil? Ex.: 15²=225, 75²=5625,...

Por que o quadrado de terminados em 5 e ta o fa cil? Ex.: 15²=225, 75²=5625,... Por que o quadrado de terminados em 5 e ta o fa cil? Ex.: 15²=225, 75²=5625,... 0) O que veremos na aula de hoje? Um fato interessante Produtos notáveis Equação do 2º grau Como fazer a questão 5 da 3ª

Leia mais

Bases Matemáticas. Aula 2 Métodos de Demonstração. Rodrigo Hausen. v. 2013-7-31 1/15

Bases Matemáticas. Aula 2 Métodos de Demonstração. Rodrigo Hausen. v. 2013-7-31 1/15 Bases Matemáticas Aula 2 Métodos de Demonstração Rodrigo Hausen v. 2013-7-31 1/15 Como o Conhecimento Matemático é Organizado Definições Definição: um enunciado que descreve o significado de um termo.

Leia mais

Hardware (Nível 0) Organização. Interface de Máquina (IM) Interface Interna de Microprogramação (IIMP)

Hardware (Nível 0) Organização. Interface de Máquina (IM) Interface Interna de Microprogramação (IIMP) Hardware (Nível 0) Organização O AS/400 isola os usuários das características do hardware através de uma arquitetura de camadas. Vários modelos da família AS/400 de computadores de médio porte estão disponíveis,

Leia mais

1 Introdução. 1.1 Apresentação do tema

1 Introdução. 1.1 Apresentação do tema 1 Introdução 1.1 Apresentação do tema Segundo Basílio (1987), as principais funções do léxico são a representação conceitual e o fornecimento de unidades básicas para a construção dos enunciados. Para

Leia mais

Algoritmos e Programação (Prática) Profa. Andreza Leite andreza.leite@univasf.edu.br

Algoritmos e Programação (Prática) Profa. Andreza Leite andreza.leite@univasf.edu.br (Prática) Profa. Andreza Leite andreza.leite@univasf.edu.br Introdução O computador como ferramenta indispensável: Faz parte das nossas vidas; Por si só não faz nada de útil; Grande capacidade de resolução

Leia mais

Tarefa Orientada 13 Agrupamento e sumário de dados

Tarefa Orientada 13 Agrupamento e sumário de dados Tarefa Orientada 13 Agrupamento e sumário de dados Objectivos: Funções de agregação Agrupamento e sumário de dados Funções de agregação Nesta tarefa orientada iremos formular consultas que sumariam os

Leia mais

4.2. UML Diagramas de classes

4.2. UML Diagramas de classes Engenharia de Software 4.2. UML Diagramas de classes Nuno Miguel Gil Fonseca nuno.fonseca@estgoh.ipc.pt Um diagrama de classes serve para modelar o vocabulário de um sistema Construído e refinado ao longo

Leia mais

MANUAL DO UTILIZADOR

MANUAL DO UTILIZADOR MANUAL DO UTILIZADOR Versão 1.6 PÁGINA DE PESQUISA A página principal do PacWeb permite a realização de um número muito variado de pesquisas, simples, ou pelo contrário extremamente complexas, dependendo

Leia mais

x0 = 1 x n = 3x n 1 x k x k 1 Quantas são as sequências com n letras, cada uma igual a a, b ou c, de modo que não há duas letras a seguidas?

x0 = 1 x n = 3x n 1 x k x k 1 Quantas são as sequências com n letras, cada uma igual a a, b ou c, de modo que não há duas letras a seguidas? Recorrências Muitas vezes não é possível resolver problemas de contagem diretamente combinando os princípios aditivo e multiplicativo. Para resolver esses problemas recorremos a outros recursos: as recursões

Leia mais

1 Autómatos finitos deterministas

1 Autómatos finitos deterministas 1 Autómatos finitos deterministas 1.1 Autómato finito determinista Um alfabeto é um conjunto finito. Uma linguagem sobre um alfabeto I é um subconjunto de I. Usa-se simplesmente a designação linguagem

Leia mais

MD Teoria dos Conjuntos 1

MD Teoria dos Conjuntos 1 Teoria dos Conjuntos Renato Martins Assunção assuncao@dcc.ufmg.br Antonio Alfredo Ferreira Loureiro loureiro@dcc.ufmg.br MD Teoria dos Conjuntos 1 Introdução O que os seguintes objetos têm em comum? um

Leia mais

Somatórias e produtórias

Somatórias e produtórias Capítulo 8 Somatórias e produtórias 8. Introdução Muitas quantidades importantes em matemática são definidas como a soma de uma quantidade variável de parcelas também variáveis, por exemplo a soma + +

Leia mais

Teoria dos Números. A Teoria dos Números é a área da matemática que lida com os números inteiros, isto é, com o conjunto

Teoria dos Números. A Teoria dos Números é a área da matemática que lida com os números inteiros, isto é, com o conjunto Teoria dos Números 1 Noções Básicas A Teoria dos Números é a área da matemática que lida com os números inteiros, isto é, com o conjunto Z = {..., 4, 3, 2, 1, 0, 1, 2, 3, 4...}. Ela permite resolver de

Leia mais

Explorações de alunos

Explorações de alunos A partir dos exemplos sugeridos e explorados pelos alunos pretende-se que possam conjecturar que, dadas duas funções reais de variável real f e g, o domínio da função quociente pode ser dado por: f f g

Leia mais

ESTENDENDO A UML PARA REPRESENTAR RESTRIÇÕES DE INTEGRIDADE

ESTENDENDO A UML PARA REPRESENTAR RESTRIÇÕES DE INTEGRIDADE ESTENDENDO A UML PARA REPRESENTAR RESTRIÇÕES DE INTEGRIDADE Fabiana Gomes Marinho Faculdade Lourenço Filho Resumo: Na UML, a modelagem conceitual dos dados é descrita pelo diagrama de classes, que através

Leia mais

Numa turma de 26 alunos, o número de raparigas excede em 4 o número de rapazes. Quantos rapazes há nesta turma?

Numa turma de 26 alunos, o número de raparigas excede em 4 o número de rapazes. Quantos rapazes há nesta turma? GUIÃO REVISÕES Equações e Inequações Equações Numa turma de 6 alunos, o número de raparigas ecede em 4 o número de rapazes. Quantos rapazes há nesta turma? O objectivo do problema é determinar o número

Leia mais

Dicas para a 6 a Lista de Álgebra 1 (Conteúdo: Homomorfismos de Grupos e Teorema do Isomorfismo para grupos) Professor: Igor Lima.

Dicas para a 6 a Lista de Álgebra 1 (Conteúdo: Homomorfismos de Grupos e Teorema do Isomorfismo para grupos) Professor: Igor Lima. Dicas para a 6 a Lista de Álgebra 1 (Conteúdo: Homomorfismos de Grupos e Teorema do Isomorfismo para grupos) Professor: Igor Lima. 1 /2013 Para calcular Hom(G 1,G 2 ) ou Aut(G) vocês vão precisar ter em

Leia mais

CAPÍTULO 3 - TIPOS DE DADOS E IDENTIFICADORES

CAPÍTULO 3 - TIPOS DE DADOS E IDENTIFICADORES CAPÍTULO 3 - TIPOS DE DADOS E IDENTIFICADORES 3.1 - IDENTIFICADORES Os objetos que usamos no nosso algoritmo são uma representação simbólica de um valor de dado. Assim, quando executamos a seguinte instrução:

Leia mais

Utilização do SOLVER do EXCEL

Utilização do SOLVER do EXCEL Utilização do SOLVER do EXCEL 1 Utilização do SOLVER do EXCEL José Fernando Oliveira DEEC FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO MAIO 1998 Para ilustrar a utilização do Solver na resolução de

Leia mais

Ministério das Finanças Instituto de Informática. Departamento de Sistemas de Informação

Ministério das Finanças Instituto de Informática. Departamento de Sistemas de Informação Ministério das Finanças Instituto de Informática Departamento de Sistemas de Informação Assiduidade para Calendários Específicos Junho 2010 Versão 6.0-2010 SUMÁRIO 1 OBJECTIVO 4 2 ECRÃ ELIMINADO 4 3 NOVOS

Leia mais

Algoritmos e Estrutura de Dados III. Árvores

Algoritmos e Estrutura de Dados III. Árvores Algoritmos e Estrutura de Dados III Árvores Uma das mais importantes classes de estruturas de dados em computação são as árvores. Aproveitando-se de sua organização hierárquica, muitas aplicações são realizadas

Leia mais

Notas de Aula - Álgebra de Boole Parte 1

Notas de Aula - Álgebra de Boole Parte 1 Universidade de Brasília Departamento de Engenharia Elétrica Sistemas Digitais 1 Prof. Dr. Alexandre Romariz Revisado em 27/4/06 Notas de Aula - Álgebra de Boole Parte 1 1 Introdução Fundamentos, Teoremas

Leia mais

Especificação Operacional.

Especificação Operacional. Especificação Operacional. Para muitos sistemas, a incerteza acerca dos requisitos leva a mudanças e problemas mais tarde no desenvolvimento de software. Zave (1984) sugere um modelo de processo que permite

Leia mais

4.1. UML Diagramas de casos de uso

4.1. UML Diagramas de casos de uso Engenharia de Software 4.1. UML Diagramas de casos de uso Nuno Miguel Gil Fonseca nuno.fonseca@estgoh.ipc.pt Utilizados para ajudar na análise de requisitos Através da forma como o utilizador usa o sistema

Leia mais

Sistemas de Informação

Sistemas de Informação MODELO CONCEPTUAL DE DADOS Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Felgueiras Engenharia Informática 3º ano - 2003/2004 Ana Maria Madureira 1. MODELO CONCEPTUAL DE DADOS Descreve o S.I. da Organização

Leia mais

Banco de Dados. Álgebra Relacional. Prof. Enzo Seraphim

Banco de Dados. Álgebra Relacional. Prof. Enzo Seraphim Banco de Dados Álgebra Relacional Prof. Enzo Seraphim Introdução A álgebra relacional é composta por um conjunto de operações utilizadas para manipular Relações como um todo Toda Operação Relacional é

Leia mais

Resolução de problemas e desenvolvimento de algoritmos

Resolução de problemas e desenvolvimento de algoritmos SSC0101 - ICC1 Teórica Introdução à Ciência da Computação I Resolução de problemas e desenvolvimento de algoritmos Prof. Vanderlei Bonato Prof. Cláudio Fabiano Motta Toledo Sumário Análise e solução de

Leia mais

Diagrama de entidades relacionamentos (abordado anteriormente) Diagrama de Fluxo de Dados (DFD)

Diagrama de entidades relacionamentos (abordado anteriormente) Diagrama de Fluxo de Dados (DFD) Diagrama de entidades relacionamentos (abordado anteriormente) Prod_Forn N N 1 Stock 1 1 N Prod_Enc N 1 N 1 Fornecedor Movimento Encomenda Diagrama de Fluxo de Dados (DFD) Ferramenta de modelação gráfica,

Leia mais

Engenharia Informática

Engenharia Informática Escola Superior de Ciência e Tecnologia Engenharia Informática Análise de Sistemas Informáticos 3º ano Exame 12 de Julho de 2006 Docentes: José Correia e João Paulo Rodrigues Duração: 90 m; Tolerância:

Leia mais

Tarefa Orientada 16 Vistas

Tarefa Orientada 16 Vistas Tarefa Orientada 16 Vistas Objectivos: Vistas só de leitura Vistas de manipulação de dados Uma vista consiste numa instrução de SELECT que é armazenada como um objecto na base de dados. Deste modo, um

Leia mais

Orientação a Objetos

Orientação a Objetos 1. Domínio e Aplicação Orientação a Objetos Um domínio é composto pelas entidades, informações e processos relacionados a um determinado contexto. Uma aplicação pode ser desenvolvida para automatizar ou

Leia mais

Métodos Numéricos e Estatísticos Parte I-Métodos Numéricos Teoria de Erros

Métodos Numéricos e Estatísticos Parte I-Métodos Numéricos Teoria de Erros Métodos Numéricos e Estatísticos Parte I-Métodos Numéricos Lic. Eng. Biomédica e Bioengenharia-2009/2010 O que é a Análise Numérica? Ramo da Matemática dedicado ao estudo e desenvolvimento de métodos (métodos

Leia mais

Lista de Exercícios 1: Soluções Fundamentos da Lógica Lógica Proposicional

Lista de Exercícios 1: Soluções Fundamentos da Lógica Lógica Proposicional UFMG/ICEx/DCC DCC111 Matemática Discreta Lista de Exercícios 1: Soluções Fundamentos da Lógica Lógica Proposicional Ciências Exatas & Engenharias 2 o Semestre de 2015 1. Construa a tabela da verdade para

Leia mais

ficha 3 espaços lineares

ficha 3 espaços lineares Exercícios de Álgebra Linear ficha 3 espaços lineares Exercícios coligidos por Jorge Almeida e Lina Oliveira Departamento de Matemática, Instituto Superior Técnico 2 o semestre 2011/12 3 Notação Sendo

Leia mais

Construir um modelo de dados é: - Identificar, Analisar e Registar a política da organização acerca dos dados

Construir um modelo de dados é: - Identificar, Analisar e Registar a política da organização acerca dos dados 4. Modelo Entidade Associação 4.1. Introdução Modelo de Dados. Visão dos dados em vez de visão das aplicações. Eliminação de redundâncias. Partilha de dados pelas aplicações Construir um modelo de dados

Leia mais

Microsoft Access: Criar relações para um novo banco de dados. Vitor Valerio de Souza Campos

Microsoft Access: Criar relações para um novo banco de dados. Vitor Valerio de Souza Campos Microsoft Access: Criar relações para um novo banco de Vitor Valerio de Souza Campos Conteúdo do curso Visão geral: relações são essenciais Lição: inclui oito seções Tarefas práticas sugeridas Teste Cartão

Leia mais

Engenharia de Software e Sistemas Distribuídos. Enunciado Geral do Projecto

Engenharia de Software e Sistemas Distribuídos. Enunciado Geral do Projecto LEIC-A, LEIC-T, LETI, MEIC-T, MEIC-A Engenharia de Software e Sistemas Distribuídos 2 o Semestre 2014/2015 Enunciado Geral do Projecto O que se segue é uma descrição geral do domínio do projecto a desenvolver

Leia mais

Autómatos finitos não determinísticos (AFND)

Autómatos finitos não determinísticos (AFND) Autómatos finitos não determinísticos (AFND) [HMU00](Cap 2.3) Computações não determinísticas: o estado seguinte não é univocamente determinado pelo estado actual.num autómato finito (não-determínistico):

Leia mais

Banco de Dados Microsoft Access: Criar tabelas. Vitor Valerio de Souza Campos

Banco de Dados Microsoft Access: Criar tabelas. Vitor Valerio de Souza Campos Banco de Dados Microsoft Access: Criar tabelas Vitor Valerio de Souza Campos Objetivos do curso 1. Criar uma tabela no modo de exibição Folha de Dados. 2. Definir tipos de dados para os campos na tabela.

Leia mais