Características nutricionais do pinhão

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1 Rita Costa e Isabel Evaristo Oeiras, Portugal Características nutricionais do pinhão rita.lcosta@iniav.pt isabel.evaristo@iniav.pt

2 pinheiro manso -Área de ocupação hectares, aumento de 46 em área total; Cerca de 95 da produção nacional destina-se ao mercado externo. Principais compradores Itália, e Espanha pinhão Porquê e para quê estudar as características nutricionais do pinhão? * Criação de mais valia para o sector agro-alimentar,segurança alimentar, produto único, diferenciação, competitividade, inovação, criação de marca complexo agro-florestal Crescente dinamismo do sector agro-alimentar, sector exportador, ritmo de crescimento das exportações superior ao da economia, representando 15 do valor das exportações; 5,8 do PIB, 13.3 emprego (646 mil postos de trabalho) PDR e H2020 Desenvolvimento de produtos regionais de alta qualidade - a base de sustentabilidade do desenvolvimento regional, transferência de conhecimento do sistema I&DT para o sector produtivo * Composição química e molecular do pinhão. Em : Condução de Povoamentos de Pinheiro Manso e Características Nutricionais do Pinhão livro/ Ebook Documentos Pluridoc Projecto AGRO 945

3 1. Valor nutritivo do pinhão de Pinus pinea 2. Comparação das carateristicas nutricionais de pinhão de Pinus pinea com outros frutos secos 3. Sindroma de Pine Mouth - perturbações provocadas pela ingestão de pinhão de origem asiática. 4. Constrangimentos da fileira do pinhão 3

4 1. Valor Nutritivo do Pinhão RICO EM ÁCIDOS GORDOS POLINSATURADOS Redução da concentração de colestrol RICO EM PROTEÍNAS Fruto seco dos mais ricos em proteínas RICO EM MINERAIS: K, P, Mg E VITAMINAS: E, B1 e B2 FONTE DE ENERGIA >600Kcal/100g 4

5 1. Valor Nutritivo do Pinhão Ao abrigo do projeto Agro 945 ( ): Definição do Perfil Bioquímico e Molecular do pinhão de Alcácer do Sal para a sua Certificação como Produto DOP (Denominação de Origem Protegida) Foi feita a caraterização química do pinhão nacional em 27 povoamentos de diferentes regiões de proveniência (3, 5 e 6). Caracterização molecular do pinhão português em comparação com o pinhão chinês. Caracterização dos povoamentos de produção: instalação, desramações, desbastes. 5

6 1. Valor Nutritivo do Pinhão 1ª Caracterização Química do Pinhão Português 27 populações Elevados teores: Gordura 47,7100g; proteína 33,8g/100g; fósforo 1130mg/100g; zinco; ferro ; magnésio; ácidos gordos polinsaturados. Baixos teores: Humidade 5,9g/100g; amido 3,5g/100g PR3-1 população PR5-21 populações PR6-1 população Ext PR 4 populações 6

7 2. Comparação com Outros Frutos Secos Análise Química Valor proteico de pinhão de Pinus pinea excede o de outros frutos secos com valor comercial. O seu valor é comparável ao de um bife Representa 35,3 e 11,9 dos valores recomendados pela (RDA) 7

8 2. Comparação com Outros Frutos Secos Embalagem comercial, mal etiquetada!!! 8

9 2. Comparação com Outros Frutos Secos Macro e Micro Nutrientes Doses diárias recomendadas: P-1200 mg; Fe 10-15mg; Zn 12-15mg Média de 27 amostras (Agro 945); ** Tabela de Alimentos Instituto Ricardo Jorge, 2007; Valores em mg/100g 9

10 2. Comparação com Outros Frutos Secos Ácidos Gordos - Comparação P. pinea /P. koraiensis Ácidos gordos C16:0 C18:0 SFA C18:1 C20:1 MUFA C18:2 Cis-5,9,12, C18:3 Cis-,12,15- C18:3 C20:2 C20:3 PUFA USFA P. Pinea * 6,22 4,03 10,93 38,36 0,88 39,27 46,40 0,300 0,71 0,57 1,79 49,77 89,01 P. koraiensis 4,98 2,38 7,75 28,05 1,28 29,32 44,19 14,47 0,00 0,61 0,99 60,26 89,58 Média de 27 amostras (Agro 945) * Valores em w/w ácidos gordos totais 10

11 3. Sindroma de Pine Mouth Um Problema Emergente? Três dias após a ingestão de pinhão, surgem sintomas desagradáveis de sabor metálico, amargo, que podem permanecer durante dias/semanas Pine Mouth Syndrome Mistura de miolo de pinhão de P. pinea com P. gerardiana 11

12 3. Sindroma de Pine Mouth Existem cerca de 110 espécies de Pinus, mas apenas espécies apresentam sementes comestíveis Northern Nut Growers Association, reconhece 23 espécies A FAO 29 espécies. Algumas espécies Asiáticas não estão incluídas! Com o aumento dos preços do pinhão, o pinhão de origem chinesa tem vindo a infiltrar-se no mercado internacional, a preços mais competitivos. Apesar de diferirem pela forma, tamanho, textura e sabor, são todas comercializadas como pine nuts com a referência do País de origem. 12

13 3. Sindroma de Pine Mouth Pinhão de Diferentes Espécies de Pinus Fonte:Fardin-Kia et al, Espécie P. gerardiana Chilgoza Pine P. pinea Stone Pine P. sibirica Siberian Pine P. armandii Chinese White Pine P. koraiensis Korean Pine" Origem Paquistão; Índia; China; E. Afeganistão Europa; Mediterrâneo Norte China; Sibéria, Mongólia; SW China NE e Sul China; Coreia; Japão Comprimento mm mm 7-12 mm 7-12 mm mm Largura 3,5-5 mm 3,5-7,0 mm 3,5-6,5 mm 2,5-5 mm 3,5-7,5 mm Forma Alongada quase cilíndrica Ovóide, ligeiramente curvilínea Achatada Ovóide/oval Achatada 13

14 3. Sindroma de Pine Mouth Como Identificar a Origem Botânica de Pinhões de Valor Comercial, Responsáveis por PNS? Identificação da origem botânica dos pinhões através da utilização do Índice de Diagnóstico (DI) tendo por base o seu teor em ácidos gordos polinsaturados específicos 5 ácidos oleofínicos DI = [(5,9-18:2 + 5,9,12-18:3 + 5,11,14-20:3) / (18:1 n-9+n :2 n :2 n-6)] X 10 Pinus armandii Fonte: Destaillats et al 2011 Pinus koraiensis 5,9-18:2 (taxoleico) 5,9,12-18:3 (pinolénico) 5,11,14-20:3 (siadónico) 18:1 n-9+n-7 (oleico) 18:2 n-6 (linoleico) 20:2 n-6 (eicosadienoico) 14

15 3. Sindroma de Pine Mouth Índice de Diagnóstico (DI) Numa primeira abordagem, este método analítico poderá servir como o primeiro passo no controlo da origem botânica de pinhão proveniente da China Fonte: Destaillats et al

16 3. Sindroma de Pine Mouth Identificação de pinhões que causam PMS P. pinea, P. gerardiana, and P. koraiensis estavam presentes mas, não originavam sabor amargo. O sabor amargo detectado era causado pelo pinhão de Pinus armandii proveniente da China. Quando comparado com outros da outras espécies constatava-se também que eram de menores dimensões, de forma oval e com uma ponta negra (figura). 16

17 3. Sindroma de Pine Mouth Com base em 501 relatórios médicos realizados a consumidores americanos de pinhão, entre 2008 e 2012, concluiu-se que a ocorrência de sintomas de PMS estava correlacionada com P. armandii Rússia e Coreia China CRU D- Origem do pinhão envolvido nas PMEs (Pine Mouth Events) E- Método de processamento do pinhão e sua relação com PMEs 17

18 3. Sindroma de Pine Mouth Conclusões As características nutricionais e organolépticas do pinhão mediterrânico são muito superiores às dos pinhões asiáticos. Existe grande evidência para espécies de P. armandii, causarem PMS Hipótese a ser confirmada isolamento do metabolito/ toxina envolvidos. O SPM trata-se de uma doença incómoda mas aparentemente sem sequelas. As misturas de pinhões asiáticos, com o pinhão de Pinus pinea podem comprometer a segurança alimentar!!! 18

19 4. Principais Constrangimentos na Fileira do Pinhão O pinhão, tal como outros frutos secos, está incluído no regulamento da CE nº1234/2007 mas, excluído dos regimes de ajuda proporcionados pelas políticas comunitárias. Ausência de sistema fileira. de informação fiável e de estatística caracterizadoras da Implementação de normas para: assegurar a qualidade do pinhão evitando a sua adulteração; regular o mercado minimizando problemas de furto e de evasão fiscal. A inexistência de acções de promoção de estratégias de marketing global diferenciação e valorização do pinhão junto do consumidor relativamente a produtos concorrentes asiáticos 19

20 Obrigada pela vossa atenção 20