Decreto Nº , de

Transcrição

1 Decreto Nº , de Regulamenta dispositivos da lei nº 8.066, de 08 de outubro de 1997, alterada pela Lei nº 8092 de 21 de novembro de 1997, que reestrutura o Conselho Municipal de Saúde CMS. O PREFEITO MUNICIPAL DE FORTALEZA, no exercício das atribuições que lhe são conferidas pelo art. 76, VI, da Lei Orgânica do Município, DECRETA: Art. 1º - O Conselho Municipal de Saúde CMS, órgão colegiado de caráter permanente e deliberativo, integrante da estrutura básica da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, reger-se-á pela Lei nº 8.066, de 08 de outubro de 1997, alterada pela Lei nº 8.092, de 21 de novembro de 1997, pelos dispositivos regulamentadores deste Decreto e, ainda, pelas Leis, Decretos e Portarias Federais, estaduais e municipais que regem a matéria. Art. 2º - Compete ao CMS: I atuar na formalização e controle da execução da política de saúde, incluídos seus aspectos econômicos, financeiros e de gerência técnico-administrativa; II - estabelecer estratégias e mecanismos de coordenação e gestão do Sistema Único de Saúde SUS, articulando-se com os demais órgãos colegiados a nível nacional, estadual e municipal; III traçar diretrizes de elaboração e aprovar os planos da saúde adequando-se às diversas realidades econômicas, sociais e epidemiológicas e às capacidades dos serviços de saúde; IV - propor a adoção de critérios que definam qualidade, eficácia, eficiência e efetividade das ações e serviços de saúde prestados à população; V - sugerir processos de incorporação dos avanços científicos e tecnológicos adequados à saúde do Município; VI - zelar pelo aperfeiçoamento da organização e do funcionamento do SUS; VII examinar propostas e denúncias, responder a consultas sobre assuntos pertinentes às ações e serviços de saúde, bem como apreciar recursos interpostos contra suas próprias deliberações; VIII fiscalizar e acompanhar as execuções das ações e serviços de saúde;

2 IX propor a convocação e estruturar a comissão organizadora das Conferências Municipais de Saúde; X estimular, apoiar ou promover estudos e pesquisas sobre assuntos e temas da área de saúde, de interesse para o desenvolvimento do SUS; XI estimular a participação comunitária na controle da administração do SUS; XII analisar, propor e aprovar critérios para a programação e para execução financeira e orçamentária do Fundo Municipal de Saúde, fiscalizando e acompanhando a movimentação e destinação dos recursos financeiros; XIII estabelecer critérios e diretrizes quanto à localização e ao tipo de unidades prestadoras de serviços de saúde, públicos e privados, no âmbito do SUS; XIV elaborar o Regimento Interno e suas normas de organização e funcionamento; XV definir as prioridades de saúde do Município; XVI acompanhar, fiscalizar e controlar a atuação do setor privado na área de saúde, credenciado pelo SUS na modalidade de contrato ou convênio; XVII articular-se com órgãos formadores de recursos para a saúde, considerando a necessidade de adequar a mão-de-obra especializada às reais necessidades da população; XVIII participar do processo de planejamento o do orçamento-programa do SUS que, de acordo com o art. 36, da lei nº 8080/90, deverá ser ascendente, do nível local até o central, compatibilizando as necessidades da política de saúde com a disponibilidade real de recursos do sistema; XX analisar e aprovar a programação do SUS; XXI analisar e aprovar critérios para a celebração de contratos ou convênios entre o setor público e as entidades privadas, no que tange a prestação dos serviços de saúde; XXII desempenhar outras atividades correlatas previstas na Lei Orgânica da Saúde, na Lei Orgânica do Município de Fortaleza e nos dispositivos legais regulamentares do Sistema Único de Saúde ou que lhes forem delegadas. Art. 3-º - Os 06 (seis) Conselhos Regionais de Saúde, criados pela Lei nº 8.092, de 21 de novembro de 1997, atuarão no âmbito de suas competências com estrita observância aos limites geográficos estabelecidos para as Secretarias Regionais de que trata a Lei nº 8.000, de 29 de janeiro de Parágrafo Único A composição orgânica e a competência dos Conselhos aludidos no caput deste artigo, serão fixadas pelo CMS, através da Resolução aprovada por Decreto da Chefe do Poder Executivo.

3 Art. 4-º - O CMS, composto por 24 (vinte e quatro) Conselheiros efetivos e igual número de suplentes, tem a seguinte composição: I um representante da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social; II um representante da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Territorial; III um representante do Instituto Dr. José Frota - IJF; IV um representante das seguintes Universidades: - Universidade Federal do Ceará UFC; - Universidade Estadual do Ceará UECE; - Universidade de Fortaleza - UNIFOR; V - um representante das entidades filantrópicas; - Federação das Misericórdias e Entidades Filantrópicas do Ceará FEMICE - Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza; VI - um representante das entidades privadas. - Associação dos Hospitais do Estado do Ceará AHECE; - Sindicato dos Estabelecimentos e Serviços de Saúde do Estado do Ceará; VII um representante das entidades da área de medicina: - Conselho Regional de Medicina; - Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará; - Centro Médico Cearense - Academia Cearense de Medicina; VIII - um representante das entidades da área de enfermagem: - Conselho Regional de Enfermagem; - Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Ceará; - Associação Brasileira de Enfermagem ABEN Ceará. IX - um representante das entidades da área de odontologia: - Conselho Regional de Odontologia; - Sindicato de Odontologia do Estado do Ceará; - Associação Brasileira de Odontologia Ceará; - Academia Cearense de Odontologia. X - um representante das entidades da área de farmácia; - Conselho Regional de Farmácia; - Sindicato dos Farmacêuticos do Estado do Ceará; XI - um representante dos outros profissionais de saúde de nível superior: - Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional;

4 - Conselho Regional de Medicina Veterinária; - Conselho Regional de Psicologia; - Sindicato dos Psicólogos do Estado do Ceará; - Conselho Regional de Assistentes Sociais; - Sindicato dos Assistentes Sociais do Estado do Ceará; XII - um representante das entidades que congregam profissionais de nível médio da área de saúde: - Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde do Estado do Ceará; - Associação dos Servidores de Nível Médio da Saúde do Estado do Ceará; XIII um representante de cada um dos (seis) Conselhos Regionais de Saúde (usuários); XIV - um representante das entidades de portadores de patologias especiais e de deficiência: - Sociedade de Assistência aos Cegos; - Associação dos Deficientes Motores do Ceará; - Grupo de Resistência Asa Branca GRAB; XV - um representante das entidades empresariais: - Federação das Associações do Comércio, Indústria e Agropecuária do Estado do Ceará FACIC; - Federação das Indústrias do Estado do Ceará FIEC; - Clube dos Dirigentes Lojistas CDL; XVI - um representante das entidades de defesa dos direitos das mulheres: - Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Da Mulher; - Associação das Mulheres Cearenses - Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente COMDICA; XVII - um representante dos Conselhos Comunitários, associação de Moradores ou entidades afins: - Federação de Entidades Comunitárias do estado do Ceará FECECE; - Federação dos Bairros e Favelas de Fortaleza; XVIII - um representante das Centrais Sindicais: - Força Sindical; - Central Única dos Trabalhadores CUT; - Central Geral dos Trabalhadores - CGT XIX - um representante das entidades de idoso e aposentados:

5 - Associação de Clubes da Melhor Idade do Ceará; - Associação Cearense Pró-Idosos - ACEPI - Lar Torres de Melo. 1º - Somente poderão fazer parte do CMS os representantes de instituições ou entidades constituídas há, pelo menos, um ano e que tenham, comprovadamente, funcionamento regular e eleições periódicas para as suas diretorias. 2º - Os representantes do governo serão escolhidos pelo Chefe do Poder Executivo. 3º - Os demais representantes serão eleitos pelas entidades, Associações, Sindicatos, Conselhos, Universidades, Órgãos e similares, em assembléias gerais públicas, convocadas especificamente para tal fim e regidas pelos respectivos estatutos 4º - O quorum necessário para a realização da assembléia geral, em primeira convocação, é de maioria absoluta dos membros em efetivo gozo de seus direitos e, em segunda convocação, com intervalo mínimo de uma hora após a primeira, com qualquer número. 5º - Após o encerramento da assembléia geral de que trata o parágrafo terceiro, será lavrada, imediatamente, a ata de reunião, cuja cópia autenticada deverá ser enviada à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social Gabinete do Secretário, no prazo máximo de 07 (sete) dias, juntamente com os documentos comprobatórios dos requisitos mencionados no 1º deste artigo. Art. 5º - Todos os Conselheiros, titulares e suplentes, serão nomeados pelo chefe do Poder Executivo. Parágrafo Único Havendo mais de um candidato indicado para a mesma representação, compete ao Chefe do Poder Executivo escolher um dentre os candidatos indicados, ouvindo, nesta hipótese, o Secretário Municipal de Desenvolvimento Social. Art. 6º - Após a publicação da nomeação no Diário Oficial do Município, o Conselheiro terá, no máximo, 30 (trinta) dias para ser empossado. Art. 7º - Os mandatos dos Conselheiros terão a duração de 2 (dois) anos, permitida a recondução, por igual período. Art. 8º - O exercício do mandato de Conselheiro é considerado serviço público relevante e não será remunerado. Art. 9º- Será considerado extinto, antes do término, o mandato do Conselheiro nos seguintes casos: I renúncia ou morte;

6 II ausência injustificada por duas sessões ordinárias consecutivas ou quatro intercaladas; III - mudança de domicílio da Região Metropolitana de Fortaleza; IV conduta incompatível com o desempenho da função, definida pelo Plenário do CMS, em sessão extraordinária, pela maioria absoluta dos seus membros; V quando assumir cargo, função ou emprego que o torne impedido de exercer a representação para qual foi nomeado, por decisão da maioria absoluta dos membros do CMS; VI por decisão do Chefe do Poder Executivo representado ou pelo término ou extinção do seu mandato, no caos de instituições públicas; VII por deliberações de assembléia geral pública do órgão, entidade, instituição, associação ou similar representado, por maioria absoluta de seus membros. 1º - O procedimento tendente a apurar a extinção de mandatos dos Conselheiros, nos casos previstos nos incisos II, III, IV, V e VII será disciplinado no Regimento Interno do CMS, assegurado, em qualquer hipótese, o amplo direito de defesa. 2º - Declarado extinto o mandato de Conselheiro, nos casos previsto no parágrafo anterior, o representado original indicará um Conselheiro substituto para conclusão do mandato, observando-se, no que couber, o disposto no art. 5º, parágrafo único, deste Decreto. 3º - A extinção do mandato de Conselheiro poderá, ainda, ser declarada na ocorrência de outros casos previstos no Regimento Interno do CMS. 4º - Declara a extinção do mandato de Conselheiro, na ocorrência da hipótese prevista no parágrafo anterior, dar-se-á a convocação dos respectivos suplentes para a conclusão dos mandatos. 5º - O suplente convocado deverá tomar posse no prazo de 15 (quinze dias) contados da data de convocação, salvo no caso de motivo justo apresentado por escrito ao CMS. Art. 10 º - As decisões do CMS serão consubstanciadas através de Resoluções, assinadas pelos Conselheiros que a aprovam, homologadas pelo Chefe do Poder Executivo Municipal ou, por delegação, pelo titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e publicado obrigatoriamente, no Diário Oficial do Município, no prazo máximo de 30 (trinta) dias. Art. 11º - O CMS terá como estrutura: I Plenário, instância máxima do CMS, integrada pelos Conselheiros;

7 II Mesa Diretora: composta por 01 (um) Presidente, um Vice-presidente e um Secretário, eleito entre os Conselheiros tutelares, pelo voto da maioria absoluta dos seus membros. III Comissões Permanentes criadas por deliberação do Plenário, tendo como finalidade promover estudos com vistas à compatibilização de políticas e programas de interesse para a saúde, cuja execução envolva áreas não compreendidas no âmbito do SUS, em especial nas áreas de: a) alimentação e nutrição; b) saneamento e meio ambiente; c) vigilância sanitária e farmaco-epidemológica; d) recursos humanos; e) ciência e tecnologia; f) saúde do trabalhador; g) outras. 1º - O presidente do CMS nas deliberações do plenário, terá, além do voto comum, a prerrogativa do voto de qualidade, nos casos de empate, podendo, ainda, decidir ad referendum do plenário, em casos emergenciais. 2º - O mandato da Mesa Diretora é de um ano, permitida uma única reeleição. Art. 12 O CMS contará com uma Secretaria Executiva, multiprofissional, coordenada por um servidor nomeado para o cargo comissionado DAS 03, indicado pelo Plenário em lista tríplice, pelo Chefe do Poder Executivo. Art. 13º - A organização e funcionamento do CMS serão definidos em Regimento Interno, elaborado pelo próprio órgão, aprovado por ato do Chefe do Poder Executivo, observadas as disposições da Lei nº 8092, de 21 de novembro de 1997 e deste decreto. Art. 14º - Fica o titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social autorizado a adotar as medidas necessárias para a implementação do CMS, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, devendo encaminhar ao Gabinete do Prefeito os nomes dos indicados para as funções de Conselheiros, titulares e suplentes, para efeito de nomeação. Art. 15º - As despesas decorrentes da implantação e manutenção do CMS correrão à conta das dotações orçamentárias do Fundo Municipal de Saúde. Art. 16º - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as disposições em contrário, especialmente o Decreto n º 9144 de 9 junho de PAÇO MUNICIPAL, em 03 de Fevereiro de 1998.

8 Juraci Vieira de Magalhães PREFEITO DE FORTALEZA