Evento: 4º Encontro de Iniciação Científica da Faculdade Apogeu.

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1 Evento: 4º Encontro de Iniciação Científica da Faculdade Apogeu. Local: Dependências da Faculdade Apogeu. Dia: 12/05/2014 Prof. MSc. Aslei Andrade da Silva Relatora: GabryelleBasilio Painel: Os Impactos da Lei de acesso para a educação superiorpública e privada no Brasil. 1. Introdução O estudo pretende avaliar ações governamentais discutidas nas últimas décadas além de discutir políticas públicas de igualdade racial.ainda que haja críticas em conformidade com a lei federal, mais conhecida como a lei das cotas raciais, sancionada em agosto de 2012, propicia amenizar as desigualdades sociais e raciais preexistentes no nosso país além de promover acesso à grupos de pessoas que de alguma forma sintam-se excluídos dos benefícios concedidos mediante ações afirmativas já existentes em outros governos. O objetivo principal é criar uma única ação governamental obrigando as instituições fazerem reservas de metade das vagas oferecidas por curso e turno. 2. Conceitos básicos A chamada Lei das cotas, foi sancionada em de 29 de agosto de 2012e obriga a reserva de vagas para alunos egressos de escola pública e de baixa renda, pretos, pardos, indígenas, nas instituições federais de ensino superior e técnico. Essa implantação deverá ser gradativa sendo que o último prazo será em 30 de agosto de Terão direito a essas vagas alunos que cursaram, com aprovação, as três séries do ensino médio em escolas públicas ou educação de jovens e adultos(eja) ou tenham obtido certificação pelo exame nacional de ensino médio(enem). Os demais 50% permanecem para ampla concorrência. O projeto cria uma única política de ação afirmativa.a distribuição das vagas será feita de acordo com a quantidade de matrículas por curso e turno oferecidas pela instituição sendo reservadas 50% para as cotas onde serão subdivididas em metade para

2 estudantes egressos de escolas públicas com renda familiar bruta menor ou igual a 1,5 salário per capta e outra metade para alunos também de escolas públicas com renda maior que 1,5 salário per capta de acordo com o último censo demográfico IBGE (Instituto brasileiro de geografia e estatística), em ambos os casos será levado em conta percentual mínimo correspondente ao da soma de pretos, pardos e indígenas no estado.o prazo para implantação da nova lei cessa em 2016 e as Universidades devem adotar a cada ano 25% das vagas previstas para cotistas. 3. Posições favoráveis e desfavoráveis à aplicação da lei A Lei busca ordenar a igualdade de oportunidades a todos os cidadãos. Diz também o bom senso, que os filhos não herdam as dívidas dos pais ou ancestrais. Diz o governo que as cotas para negros e índios nas universidades ajudam a saldar a grave dívida histórica que o país tem para com os mesmos negros e índios. Mas, não é essa apenas uma tática populista para angariar os votos da parcela da população que o governo distingue pela cor da pele? Infelizmente, isso não passa de vitrine eleitoral, a responsabilidade social e a preocupação em gerar retorno positivo á sociedade envolve gastos demasiados.investir no ensino público Federal seria uma forma de combater as mazelas sociais do país como a saúde, o desemprego, habitação e muitas outras. Segundo Richard Murnane, em (avaliação de investimentos educacionais,p.2) espera-se um crescimento e maior profissionalização frente ás dificuldades no setor público ou privado.nada contra pretos, brancos, índios, pardos, etc., pois todos pertencem a raça humana, única no planeta.todos são iguais perante a lei, onde o peso da justiça é igual para todos.o que deveria ter sido feito há muito tempo, é ofertar-se estudo público gratuito para todos com qualidade, indistintamente de raça e religião, construindo escolas 100% equipadas com todo o aparato necessário e remunerando e valorizando cada vez mais a carreira do professor. Afinal, uma considerável parcela dos impostos arrecadados devem, ou deveriam, obrigatoriamente serem gastos com a educação e ensino. Talvez dizer que COTA PARA NEGROS seria uma ABERRAÇÃO DA NATUREZA poderia chocar alguns, mas foi de forma proposital, no sentido de que, aqueles que lerem, parem, pensem e tirem suas próprias conclusões. Esse tipo de governança não leva a lugar nenhum, tendo um viés altamente eleitoreiro. O verdadeiro problema da educação está mascarado, segundo Demétrio Magnoli, paulistano de 52 anos, autor do livro Gota de sangue, e essa situação é bastante complexa, pois existem alguns efeitosavaliados pelo governo que não condizem com a realidade, pois essas leis objetivamente infundem os racistas existindo uma disputa e ao mesmo tempo violências tendo em nossa volta muitos negros, mas também quantos pobres temos em nossa volta? A deputada Nice Lobão, argumenta que o Brasil está longe de ter uma educação de qualidade na rede pública. Segundo ela, a regra é que os professores

3 fingem que ensinam e os alunos fazem de conta que aprendem. Esses alunos concluem o ensino médio sem condições nenhuma de concorrer com os advindos de escolas particulares, por isso acabam desistindo de entrar na universidade, ingressando em cursos tecnológicos ou em instituições privadas cujo objetivo, em boa parte das unidades, é a comercialização do ensino sem a menor preocupação com a qualidade.o que se vê no cenário atual é uma grande evasão de alunos por falta de verbas pra efetuar mensalidades em cursos que muitas vezes não identificam com sua vocação profissional, levando-os a uma desmotivação na conclusão do ensino superior.o mercado decide a qualidade da organização e quais cursos devem ser ofertados para atender as demandas de trabalho num ensino reprodutivo onde a pessoa se torna uma empresa para si mesma.deve-se tornar capital fixoque exige continuamente reproduzido, modernizado, valorizado e principalmente expandido.mollins (2006) faz uma análise sobre essas mudanças na educação superior nas últimas décadas diante dessa reprodução sócio econômica.castro (2003)também faz uma reflexão de como é impossível o estado oferecer uma formação calcada no ensino, na pesquisa e extensão. A advogada do DEM,Roberta Kauffman, se mostra em posição contrária a tal decisão unânime do STF com base em critérios mágicos e místicos,classifica-os em dois grupos: Cotistas escolhidos pela cor da pele e os não cotistas escolhidos por Mérito. 4. Impactos da lei nas Universidades federais e instituições privadas O relatório técnico elaborado por Verônica Toste, no seminário 10 anos de cotas na UNERJ(Universidade estadual do Rio de Janeiro) aponta algumas críticas observadas: Como uma lei que versa sobre a reserva de vagas, e não necessariamente a ocupação das vagas; A lei prevê corte de renda sob critério de elegibilidade; Agrupamento de pretos, pardos e índios; Os ingressantes pelas cotas étnico-raciais, se porventura não passarem no mecanismo proposto pela instituição podem concorrer a outras vagas. Existe um impacto desigual nas instituições federais, pois algumas superam a resistência às ações afirmativas governamentais, as outras que já praticam, pode haver um retrocesso, pois possuem políticas avançadas quanto a redistribuição de vagas o que pode diminuir a possibilidade de vagas. A lei de cotas raciais não veio acompanhada de nenhum sistema de melhoria na educação básica.de acordo com o Filósofo Paulo Ghiraldelli Jr., esse projeto tinha uma idéia básica que seria evitar a permanência do preconceito racial permaneça. Ressalta que vingar a escravidão ou fazer justiça social, o sistema de

4 cotas apenas mascara os problemas do país.a professora de políticas públicas em educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Dalila Oliveira, acredita que ainda é cedo para apontar os impactos que as cotas terão na configuração da escola pública. Estudo do IESP( Instituto de estudos sociais e políticos) da UERJ, apontam o avanço da política afirmativa através da Lei de cotas, ele aponta que o Brasil hoje já tem 40% de todas as vagas reservadas para cotistas. Antes da obrigatoriedade o nº era apenas 21,6% e até 2016 deve chegar em 50% das vagas reservadas para cotistas. 5. Considerações Finais Nas últimas décadas, ações afirmativas tiveram avanços no Brasil, tornandose mais fortes inserindo grupos que seriam excluídos de alguns benefícios, pois do ponto de vista político, elas alocam recursos em benefícios de pessoas pertencentes a grupos discriminados e vitimados pelo preconceito racial e social.têm como objetivo assegurar acesso a posições sociais importantes, combatendo a desigualdade social.de acordo com a opinião popular, mesmo sabendo que toda ação afirmativa é positiva e que o governo pretende acabar com a disparidade nos cargos públicos, a qualidade do candidato não será a mesma, pois no caso de concurso público, ser aprovado exige preparação do candidato para a posição almejada e não por critérios impróprios como a cor da pele, por exemplo, para qualificar uma pessoa. A missão das Universidades Federais nos últimos anos tem sido de promover diversidades usando seus próprios critérios, mas sempre obedecendo ao sistema proposto pelas ações afirmativas governamentais. O apoio e o sustento prevaleceram como tema em voga, redistribuindo o acesso ás Universidades Federais, com poder de manter ou melhorar a posição social de uma pessoa aumentando sua renda e seu status perante a sociedade. Como otimizar os recursos envolvidos e implantar estratégias ou mesmo ações tendo uma visão holística da situação? Porter (1979) diz que a essência da formulação da estratégia é lidar com a competição. Existem forças para uma atratividade. Muitas vezes, estudar em uma escola particular não é sinônimo de classe média alta. Existem pais que não poupam esforços ou sacrifícios para manterem seus filhos pensando numa boa educação e com a qualidade necessária. Portanto, quando eles chegarem ao vestibular, serão barrados por reservas que beneficiam grupos ou classes sociais que a própria lei diz que somos todos iguais. Afinal, se somos iguais, que sejamos tratados como tais. Referências de base OLIVEIRA, D. Entrevista realizada para a Gazeta do Povo em 04/12/2012 localizada em

5 FEDERAL, Senado. Notícia divulgada pelo Jornal O Globo sobre aprovação de cotas para negros em concurso público disponível em <o.globo.com/.../ccj-dosenado-aprova-cotas-para-negros-em-concu>. Acesso em 07/05/2014. MERCADANTE, A.Entrevista coletiva de imprensa em Moreira, M. S. A raça como polêmica: Uma tipologia dos argumentos no debate acadêmico sobre as cotas no Brasil.Cadernos do LEME, Campina Grande, vol. 3, nº 2, p Jul./dez CHARÃO, C. O longo combate às desigualdades raciais, disponível em < acesso em 07/05/2014. ANEXO I HISTÓRICO DA REALIZAÇÃO DO PAINEL Iniciou-se a apresentação com o professor Aslei fazendo uma breve introdução do quanto o assunto é importante para o futuro de muitos, em relação à Lei sobre as cotas e as estratégias que podem influenciar na melhoria do ensino público do DF. A aluna Nivalda, falou sobre os conceitos básicos da Lei, informando que ela foi sancionada em 29 de agosto de 2012, o que obriga universidades a reservarem vagas para alunos egressos de escolas públicas e de baixa renda, pretos, pardos e indígenas. Os alunos de baixa renda quando são aprovados no vestibular, passam por um processo seletivo, onde é feita uma avaliação sobre as informações prestadas no ato da matrícula, sendo um dos requisitos possuírem renda bruta menor ou igual a 1,5 salários mínimos. A Lei de Diretrizes e Base da Educação nacional (LDB) assegura os direitos das escolas públicas a saberem seus direitos e sendo mais ampla, não possuindo restrições. Foi passado um vídeo de uma propagando do GDF, informando à população que a Lei de Cotas existe e que deve ser cumprida, passando todos os detalhes de como funciona e o que é necessário para entrar nos critérios exigidos. Um vídeo curto, mas sucinto.

6 O aluno Jeankley, informou aos alunos os critérios necessários para que o aluno participe das vagas reservadas para cotistas, que são os estudantes que completarem o ensino médio em escolas públicas, estudantes autodeclarados pretos, pardos e indígenas. Pessoas de baixa renda que estudam em escolas públicas acabam sendo prejudicadas por conta do ensino que é fraco, comparado ao ensino de uma escola privada, onde o foco deles é preparar o aluno para aprovação nas universidades federais. As universidades possuem autonomia para ajustar a porcentagem de vagas destinadas para as cotas, até 2016, 50% das vagas tem que estar reservadas para cotistas, ou seja, a implantação deverá ser gradativa, podendo a universidade, optar pela melhor forma de aplicação. Em 2022, a Lei será revista, para que seja analisado o que trouxe benefícios e o que necessita de alteração, podendo estar dentro das melhorias um ensino público adequado e no nível que é necessário para qualquer tipo de aluno ter condições de cursar uma universidade federal, o que de fato deve acontecer, pois filhos de políticos que aprovaram a lei terão mais chances de ser aprovado no vestibular de universidades federais se cursarem o ensino médio em escolas públicas. O aluno Érique, mostrou um pouco sobre as posições favoráveis e desfavoráveis, uma das posições favoráveis é proporcionar ao aluno de escola pública uma oportunidade de concorrer com alunos vindos de escolas privadas, o que faz com que a Lei tente equilibrar o grau de ensino dos alunos devido a preparação que uns tem e outros não. Uma posição desfavorável é vinda da parte do governo afirmando que essa lei é o pagamento de uma dívida antiga com os negros, o que acaba gerando o preconceito racial e social. Passamos então, para os impactos que a implantação da lei poderá causar, sendo explicado pela aluna Nivalda, as vagas destinadas aos cotitas é sob o critério de elegibilidade, ou seja, se o aluno atende a todos os requisitos para entrar nas vagas. Neste momento, o professor Aslei teve a palavra fazendo a seguinte a pergunta para quem assistia: Quem já esteve na Unb?, comentou um pouco sobre estudos feitos por ele, onde notou que os equipamentos não estão em perfeitas condições, o que, de certa forma, interfere no conhecimento dos alunos e fez outra

7 pergunta: Quem já esteve no CEUB? Algumas pessoas responderam falando sobre o recebimento que é muito bom, os equipamentos são novos, possibilitando um maior conforto e a vontade do aluno de estudar naquela universidade. Uma outra pergunta surgiu: Quem viu investimentos do governo nas escolas públicas? Onde entra a parte em que se passarem em um universidade pública, o certo seria terem vindo dela. Novamente com a palavra, Nivalda abre os olhos das pessoas para o ano político, onde a lei foi sancionada agora no governo da Presidente Dilma, o que faz com que enriqueça sua popularidade, pois quem precisa das cotas, sendo a maioria de classe média baixa, vai olhar ela com outros olhos vendo que essa Lei veio para beneficiar famílias que não possuam condições para que seus filhos estudem em escolas privadas e possam ser encaminhados para universidades federais sem dificuldades de ensino. Mas, o que não é pensado é que essa Lei poderia ter vindo, também, com melhorias para o ensino público, pois esperam que as matrículas nas escolas públicas tenham um aumento significativo para a educação. Mas, não podem ser esquecidas as famílias que são de baixa renda e que seus filhos estudam em escolas privadas, pois não acreditam que eles terão o mesmo nível de aprendizagem que uma escola pública possa passar. Iniciou-se um vídeo com um depoimento de Hélio, humorista do Casseta e Planeta em relação à Lei de Cotas. Falando que é contra, devido à rapidez da implantação da lei, tornando uma lei eleitoreira, pois assim que a lei foi sancionada uma pessoa negra já consegue entrar em uma universidade federal, sendo que ela não tem formação, em sua opinião, seria mais interessante que investissem em boas escolas para negros em comunidades carentes contando com bons professores para terem uma base de conhecimento, sendo possível que entrem nas universidades com um nivelamento de conhecimentos com os brancos, podendo gerar preconceitos devido à entrada ter sido pelas cotas e não pelo conhecimento. Continuando a apresentação, foram mostradas algumas curiosidades. Essa mesma Lei foi implantada nos Estados Unidos, que tiveram bons resultados e estão tentando fazer com que o Brasil se acostume com essa cultura. Uma proposta do governo, para que sejam nivelados os conhecimentos de alunos de escolas públicas

8 e privadas, são cursos para alunos que não tenham um conhecimento no nível desejado pelas universidades. Foi passada a palavra para participantes da apresentação, que falassem sobre sua opinião em relação a Lei. O estudante Everton falou um pouco sobre o tema, achando interessante esse aprofundamento sobre o assunto, fazendo com que pudesse conhecer melhor a Lei, ele é a favor, pois futuramente serão 50% das vagas destinadas a cotistas, gerando um faturamento que terá consequências na educação do país, exigindo um ensino de qualidade. A apresentação chega ao final, com comentário do professor Aslei, parabenizando o grupo pela maneira que foram passadas as informações e concluiu, fazendo com que as pessoas não pensem apenas no hoje, mas pensem no futuro, pois quem estará passando por esses processos das universidades serão os filhos, os sobrinhos ou os netos. Se posicionando sobre a Lei, falando que de certa forma, foi bom para nós, pois o ensino terá que melhorar beneficiando a classe média, tendo o Brasil um equilíbrio na educação.

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