INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE / SOEBRÁS. Comunicação com laboratório de prótese dentária para confecção de enceramento diagnóstico.

Transcrição

1 1 INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE / SOEBRÁS Comunicação com laboratório de prótese dentária para confecção de enceramento diagnóstico. Natália Schmaedecke Victoriano Campo Grande-MS, 2014 INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA

2 2 SAÚDE FUNORTE / SOEBRÁS Comunicação com laboratório de prótese dentária para confecção de enceramento diagnóstico. Natália Schmaedecke Victoriano Monografia apresentada ao Programa de Especialização em Prótese Dental do IOPG- FUNORTE/SOEBRAS como parte dos requisitos para obtenção do título de especialista. ORIENTADOR:José Olavo Mendes Campo Grande, 2014

3 3 RESUMO Este trabalho de revisão da literatura tratou sobre como avaliar um sorriso, através de métodos auxiliares de diagnóstico, como o checklist estético, o DRED e a proporção áurea, para então passar as informações clínicas necessárias ao laboratório de prótese dentária para confecção de enceramento diagnóstico. Palavras-Chave: Estética; comunicação com o laboratório de prótese dentária; sorrisos harmônicos.

4 4 INTRODUÇÃO Segundo Gouvêa (2006) para se obter sucesso no tratamento odontológico reabilitador, é imprescindível uma comunicação eficiente, estreita e harmônica entre o cirurgião dentista e o técnico em prótese dentária. O técnico em prótese dentária desempenha papel de importância fundamental para o êxito no tratamento reabilitador. Para Zavanelli (2004), o cirurgião dentista deve enviar todas as informações necessárias ao laboratório, para que assim o técnico em prótese dentária possa realizar o trabalho seguindo sempre os dados clínicos emitidos pelo profissional. Kreidler (2005) descreve o planejamento estético em três etapas: 1 obtenção de dados objetivos e subjetivos sobre o caso clínico, realizado através de questionários, entrevistas, fotos, filmes, modelos, simulações e mensurações, 2 planejamento idealizado pelo profissional e, 3 apresentação, discussão e fechamento do plano de tratamento com participação ativa do paciente. Segundo Carvalho (2006) a fotografia odontológica digital é uma importante ferramenta para o exercício da odontologia estética, sendo que permite flexibilidade no tratamento da imagem. Autores como Mondelli (2003) e Romano (2006) relataram que a odontologia estética deve também seguir certos parâmetros matemáticos e geométricos que, quando aplicados pelo clínico ou técnico de laboratório de prótese, possam

5 proporcionar restaurações com aparência agradável e harmônica. Mas, essas leis não devem ser vistas como imutáveis e sim como um auxílio aos profissionais. 5 A compreensão e avaliação de todos os parâmetros anatômicos, como alinhamento dentário, as dimensões das coroas clínicas e a oclusão, é essencial para criarmos uma restauração harmoniosa e estética (Phark, 2013). O enceramento diagnóstico proporciona a comunicação entre a equipe odontológica e o paciente, permite a visualização final da reabilitação, permitindo que o paciente adquira confiança e, posteriormente, satisfação com a reabilitação protética (Meirelles, 2013).

6 6 OBJETIVO O objetivo deste trabalho é orientar os cirurgiões dentistas através de métodos para avaliar os aspectos que são significativos na reabilitação protética, obtendo assim informações que deverão ser enviadas ao técnico em prótese dentária para confecção de enceramento diagnóstico.

7 7 REVISÃO DE LITERATURA Em seu estudo Adolf e Andrade (2008) concluíram que o checklist estético é uma ferramenta fundamental a fim de guiar o clínico e o técnico dental para um correto desenvolvimento da estética, tanto de um dente unitário como de uma reabilitação. O sucesso da restauração estética vai depender da integração da morfologia e da cor para obter um ótimo resultado, sendo a morfologia e o arranjo dos dentes anteriores importantes fatores para o sucesso estético e funcional do tratamento reabilitador. Os itens que compõem o checklist são respectivamente: inclinação da linha mediana e eixo dos dentes; nível gengival; zênite gengival; morfologia, proporção e formas básicas dos dentes anteriores; espaço interdental, contato interproximal; ângulos interincisais; posição da borda incisal; configuração do ponto incisal; linha dos lábios; cor; textura e brilho superficial. A morfologia a proporção e a forma dos dentes anteriores são imprescindíveis para o sucesso estético seja ela quadrada, triangular ou oval, devemos manter um espaço interdental com 05 milímetros do contato interdental para a crista óssea alveolar, onde será preenchido pela papila, evitando assim o buraco negro, os ângulos inter-incisais formados na porção incisal dos pontos de contato tem o formato de um v invertido estreito entre os incisivos centrais, um v invertido assimétrico entre o incisivo central e o incisivo lateral e v invertido amplo entre o incisivo lateral e o canino. Mondelli (2003) relata que para haver harmonia e equilíbrio, o formato dos incisivos deve corresponder as formas básicas do rosto: oval, quadrada e triangular. Os incisivos centrais superiores, são mais evidentes no conjunto, suas dimensões devem ser com muito cuidado definidas.

8 8 Para Fradeani (2006) o clínico deve ter o checklist estético como um auxiliar indispensável em um tratamento. O profissional deve elaborar o plano de tratamento caso a caso, mais adequado possível a partir de um correto diagnóstico da interação entre a avaliação estética, parâmetros funcionais e biológicos. A análise dos parâmetros facial, dentolabial, fonético, dental e gengival no checklist permitirão ao clínico assimilar, planejar e em seguida aplicar clinicamente os conceitos estéticos. Mondelli (2003) e Romano (2006) ao investigarem sobre a estética do sorriso constataram que a mesma vem ocupando um importante papel na rotina clínica dos cirurgiões-dentistas e na vida dos pacientes. O maior objetivo do clínico é encontrar uma composição agradável do sorriso de modo a criar um arranjo de vários elementos estéticos para uma adequada proporção e relação segundo os parâmetros estéticos atuais. Compreender as expectativas do paciente é muitas vezes difícil já que a visão e percepção da estética são individual e própria de cada indivíduo, permeada por emoções e valores culturais. Muitas vezes, o paciente não consegue externar em palavras o que realmente lhe incomoda, baseados na literatura e na experiência clínica Kreidler et al. (2005) elaboraram um questionário específico que foi denominado de anamnese estética. As seguintes questões têm como objetivo evidenciar a opinião pessoal dos voluntários sobre seus sorrisos: - Você teve ou tem vergonha de seus dentes, ou de seu sorriso? - Você evita mostrar seus dentes, colocando a mão sobre a boca, limitando o sorriso ou, simplesmente, ficando com a boca fechada?

9 9 - Você não gosta de tirar fotografia por causa dos seus dentes? - Você acha seus dentes bonitos e seu sorriso atraente? - Você gostaria de mudar alguma coisa em seu sorriso? - Você acha que tem mau hálito? - Você acha que seus dentes são muito escuros ou manchados? - Você acha que tem um lado do rosto mais bonito e atraente que o outro? - As pessoas acham que você usa dentadura? Sua gengiva sangra com facilidade, está sempre dolorida ou inchada? - Você já perdeu oportunidade de emprego, ou teve relacionamentos prejudicados devido ao aspecto e/ou condições de seus denes? Questões que tem como objetivo identificar o fator ou fatores de composição dentofacial que possam ser considerados antiestéticos pelos participantes: - Você acha seus dentes muito curtos? - Você acha seus dentes muito compridos? - Você acha seus dentes muito estreitos? - Você acha seus dentes muito largos? - Você acha seus dentes tortos? - Você acha seus dentes muitos claros? - Você acha seus dentes muito escuros? - Você acha seus dentes manchados? - Você acha que o vão que existe entre seus dentes, muito grande e feio? - Você acha que seus dentes aparecem demais?

10 10 - Você acha que sua gengiva aparece demais durante o sorriso? - Você acha que tem o sorriso torto? Nas fotografias, você realmente sai com a boca torta? - Você acha seus dentes irregulares? - Você acha seus dentes desgastados e/ou lascados? - Seus dentes mostram vão escuros próximos à gengiva? - A raiz de seus dentes está visível? Neste trabalho foi concluído que a ficha de anamnese estética testada possibilitou a obtenção de dados consistentes e objetivos sobre a opinião pessoal dos voluntários a respeito do aspecto de seus sorrisos. Assim o cirurgião dentista pode procurar adequar o novo sorriso de acordo com os anseios e expectativas dos pacientes. Segundo Chiche (1996) os dois objetivos básicos em estética odontológica são: 1. Criar dentes de proporções intrínsecas agradáveis a si e aos outros e 2. Criar um arranjo dental agradável em harmonia com a gengiva, lábios e rosto do paciente e, são obtidos, consequentemente, com o uso de referências horizontais, verticais, sagitais e fonéticas. Além da perspectiva e ilusão e, bem como proporção e simetria. Para Cavalho (2006) a utilização da porcentagem áurea possibilita a obtenção da excelência estética no tratamento dentário. O conceito de porcentagem áurea não depende da largura aparente dos dentes, a largura aparente de canino a canino é tomada como 100%. A partir desta medida: - o incisivo central direito terá 25% do valor,

11 11 - o incisivo lateral direito terá 15% do valor, - o canino direito terá 10% do valor, - o incisivo central esquerdo terá 25% do valor, - o incisivo lateral esquerdo terá 15% do valor, - o canino esquerdo terá 10% do valor. Mondelli (2003) Francischone (2005) relataram em seus estudos sobre proporção áurea, que os incisivos centrais devem ser os dentes dominantes e mais observados. A partir desse conhecimento de predominância dos incisivos centrais, se reconhece que os incisivos laterais devem aparecer proporcionalmente menores (62%) em relação aos centrais. Da mesma forma, a proporção de aparecimento do canino em relação aos incisivos laterais deve ser 62% menor e coincidente com a proporção de aparecimento do pré-molar e assim sucessivamente. Os tipos de beleza, princípios de percepção visual, proporções dentárias e faciais, desenvolve a fórmula para auxiliar os dentistas a tornarem o sorriso de seus pacientes mais simétricos e atraentes. Os mesmos autores descreveram de forma explicativa suas regras e fórmulas para encontrar a proporcionalidade que deve existir entre os dentes naturais anteriores superiores e poder aplicá-las nas reabilitações dentárias. Através da medida da largura e comprimento dos incisivos centrais superiores e aplicando sobre eles duas fórmulas, elaboradas por ele, pode-se encontrar a largura e altura dos incisivos laterais e caninos superiores em proporção áurea com os incisivos centrais. Segundo Melo (2008), o sorriso é a mais bela forma de expressar um momento ímpar de alegria, de felicidade, porém grande parte da população não está feliz com o sorriso que possui devido suas imperfeições, foi a partir dessas

12 12 imperfeições que muitos estudiosos começaram a estudar o sorriso perfeito e chegaram a teoria da proporção divina ou proporção áurea, onde o incisivo central superior tem a sua largura 62% maior que o incisivo lateral e este 62% maior que a visão mesial do canino, embora a proporção áurea seja um fator de beleza e de um sorriso perfeito ela é apenas um auxiliar na busca pela estética na odontologia, pois um sorriso agradável e de estética excelente não necessitam necessariamente terem uma proporção exata. Segundo Câmara (2006), o Diagrama de Referências Estéticas Dentárias (DRED) é um meio auxiliar de diagnóstico simples que pode, se não eliminar os erros de conduta, melhorar as possibilidades de acerto. Esse diagrama é constituído de seis caixas que englobam os incisivos e caninos superiores; e os seus limites irão ser específicos para cada referência estética. A sua finalidade é dar uma noção exata dos posicionamentos e proporções que os dentes guardam entre si e também a relação desses com a gengiva e os lábios. Esse trabalho apresenta as características do DRED e a sua participação nas seis linhas horizontais do sorriso, que irão auxiliar de forma muito prática o diagnóstico, tratamento e prognóstico da estética bucal. De acordo com a literatura o Diagrama de Referências Estéticas Dentárias (DRED) foi criado para facilitar a visualização dos dentes anteriores superiores, sugerindo que deve ser criado ou alcançado com esses dentes, objetivando a melhor estética dentária. Embora essas caixas possam servir de referência nos vários planos de observação, o DRED é avaliado em uma vista de 90º com relação ao plano frontal, ou seja, perpendicular a esse plano. A sua utilização facilita o planejamento e a visualização do melhor posicionamento estético dos dentes anteriores, sendo o seu objetivo fornecer informações que auxiliam nas suas

13 reorganizações e reestruturações, quando esses dentes necessitam ser reposicionados e/ou restaurados. 13 As seis linhas horizontais do sorriso são identificadas como: Linha cervical; Linha papilar; Linha dos pontos de contato; Linha incisal; Linha do lábio superior; e Linha do lábio inferior. A harmonização dessas linhas traz para cada profissional uma maior chance de sucesso nos seus tratamentos que incluam objetivos estéticos (Câmara, 2006). Joly, Mesquita e Da Silva (2010) relataram que as linhas de referência horizontal devem ser paralelas à linha bipupilar e elas são comumente designadas como: linha da borda ou plano incisal, linha do plano ou margem gengival e linha da comissura labial. Kyrillos e Moreira (2006), descreveram que a linha imaginária formada pelas bordas dos dentes superiores deve ser paralela ao contorno do lábio inferior. Para Fradeani (2006) o plano incisal é a porção anterior do plano oclusal. Quando visto de frente, deve ser paralelo com as linhas de referência horizontais, como a linha interpupilar, de forma a manter uma harmonia facial natural. Câmara (2006) e Puppin (2002), afirmam que o ideal é que nos pacientes jovens, em uma vista frontal, as bordas incisais dos incisivos centrais estejam abaixo das bordas dos incisivos laterais e caninos.

14 14 Em pacientes de meia idade e mais velhos, a direção das bordas incisivas é frequentemente uma linha reta ou uma curva invertida, que gera uniformidade e nivelamento no sorriso. No paciente jovem, as bordas incisivas estão configuradas, na forma de gaivota, devido as dimensões originais relativas dos dentes. É possível rejuvenescer ou envelhecer o sorriso através da transformação da borda incisiva (Francischone 2010) Para Câmara (2006) normalmente, a configuração da linha incisal está relacionada com a idade. Desgastes dos incisivos centrais ocorrem com o tempo, levando a essas alterações. Entretanto, não só as alterações causadas por desgastes afetam o desenho da linha incisal. Assim como a linha cervical, o tamanho dos dentes, inclinações dentárias, fatores eruptivos e inclinação do plano oclusal também podem alterar o desenho. O termo mais utilizado quando a linha passa a ser côncava em relação ao plano oclusal frontal é o sorriso invertido, dando uma aparência envelhecida e antiestética. Romano (2006), relata que o contato interdentário dos dentes anteriores superiores é feito de forma descendente a partir do canino. O contato entre canino e incisivo lateral se posiciona mais alto do que o contato entre o incisivo lateral e o central; o contato entre os incisivos centrais se posiciona mais baixo ainda. Joly, Mesquita e Da Silva (2010) consideraram que a harmonia é representada pelo paralelismo do arco formado pelas bordas incisais e oclusais dos dentes superiores com a borda superior do lábio inferior. Deve haver uma harmonia

15 15 entre a curvatura da borda incisal dos dentes anterossuperiores com a curvatura da borda superior do lábio inferior durante o sorriso voluntário. Esse relacionamento entre as bordas incisais de caninos e incisivos superiores com o lábio inferior é chamado de arco do sorriso. Câmara (2006) considerou que o ideal é que a curvatura das incisais dos dentes superiores fiquem paralelas ao lábio inferior e as incisais ligeiramente afastadas ou tocando levemente o lábio. Entretanto, isso só é possível quando o lábio inferior cria uma curvatura natural, com os cantos da boca voltados para cima e as bordas incisais acompanham essa curvatura. Em outras palavras, para que um efeito agradável seja possível, é necessário que as estruturas dentárias e labiais estejam simétricas. A assimetria labial é um fator limitante para essa harmonia entre dentes e lábios. Gurel (2003) descreveu que em uma análise estética de dentes anteriores existem muitas informações a serem observadas que dificilmente podem ser anotadas durante a primeira consulta clínica. A obtenção da fotografia em diferentes ângulos pode auxiliar o profissional a analisar com tranquilidade detalhes estéticos na ausência do paciente. E na observação dessas imagens o paciente consegue opinar com maior clareza sobre quais alterações são necessárias. Mendes (1994) definiu que na ausência do paciente é necessário a obtenção de fotografias em diferentes ângulos para auxiliar o profissional a analisar com tranquilidade detalhes estéticos. Os diferentes enquadramentos permitem avaliações distintas: a simetria, harmonia, equilíbrio e linha média dos segmentos dentários são

16 mais bem examinados de perto, enquanto a simetria facial, tipos de perfil, sorriso e composição dentofacial e facial são mais bem examinados a uma distância maior. 16 Fotografias quando realizadas em diferentes ângulos, podem auxiliar o profissional a analisar com tranquilidade detalhes estéticos na ausência do paciente. (Carvalho) Puppin (2002) citou que no registro do sorriso o ideal é que sejam feitos registros estáticos (fotografias) e dinâmicos (filmagem). Nos registros estáticos, a obtenção de imagens deve incluir enquadramentos aproximados nos planos frontal, sagital e oblíquo. Nos registros dinâmicos, a filmagem deve ser gravada e repassada para um computador, e a melhor imagem escolhida. Magne e Belser (2003) revelaram que a documentação fotográfica pode ser um excelente meio de comunicação com o laboratório de prótese, permitindo ao ceramista a visualização da face do sorriso e do contorno de lábios do paciente. Possibilitando a confecção de restaurações personalizadas. Mondelli (2003), descreveu que para uma tomada fotográfica o paciente é instruído a sentar-se em posição ereta, olhando para a frente na linha do horizonte ou diretamente para um espelho na parede, colocado na altura dos olhos. Essa posição, chamada de posição postural ou natural da cabeça, é a que o paciente se conduz em seu dia-a-dia. A posição natural da cabeça, a mandíbula em posição de máxima intercuspidação habitual e as posturas labiais e mentoniana relaxadas

17 17 devem ser estabelecidas, a fim de que as informações possam ser obtidas adequadamente, reforçando o diagnóstico e permitindo qualidade na elaboração do plano de tratamento. A face deve ser avaliada numa visão frontal para a avaliação da simetria bilateral. O estágio de diagnóstico pode ser alcançado em uma abordagem de dois passos, incluindo (1) a elaboração de um enceramento diagnóstico e (2) a confecção de um modelo correspondente para ser avaliado in vivo, tanto pelo clínico, como pelo paciente. O domínio das técnicas restauradoras, o controle ótimo dos parâmetros estéticos e a seleção terapêutica adequada aumentaram significantemente as chances de sucesso, mas o resultado final só terá impacto real se a comunicação entre as equipes clínica e técnica for efetiva. Esse intercâmbio de conhecimento também inclui o paciente, avaliado tanto pelo clínico, como pelo técnico, e sua participação ativa com eles na tríade de sucesso. O paciente deve visitar o ceramista o quanto antes possível, durante os estágios iniciais do tratamento. O primeiro contato entre o paciente e o laboratório dentário é de fundamental importância. Infelizmente, na pratica diária, tal abordagem é em geral negligenciada (Francischone 2010).

18 18 DISCUSSÃO Os padrões estéticos da sociedade atual exigem sorrisos bonitos e harmoniosos, incentivando a procura de tratamentos odontológicos para correções de imperfeições dentárias. Considerando este desafio, o tratamento estético deve ser bem estruturado e planejado, através de uma boa anamnese baseada na análise psicoemocional do paciente e no conhecimento científico do profissional quanto aos princípios e normas aplicadas na estética dento facial (CÂMARA, 2006). A análise do sorriso é uma importante etapa para o diagnóstico, planejamento, tratamento e prognóstico de qualquer tratamento odontológico envolvido com objetivos estéticos (MONDELLI, 2003). Em seu estudo Adolf e Andrade (2008) concluíram que o checklist estético é uma ferramenta fundamental a fim de guiar o clínico e o técnico dental para um correto desenvolvimento da estética, tanto de um dente unitário como de uma reabilitação. Considerados os primeiros pontos e mais importantes para a estética a ser analisado é a linha dos lábios que determina a linha do sorriso, já a linha do lábio superior determina o comprimento dos incisivos superiores(puppin, 2002). Câmara (2006) considerou que o ideal é que a curvatura das incisais dos dentes superiores fiquem paralelas ao lábio inferior e as incisais ligeiramente afastadas ou tocando levemente o lábio.

19 17 Gurel (2003) descreveu que em uma análise estética de dentes anteriores existem muitas informações a serem observadas que dificilmente podem ser anotadas durante a primeira consulta clínica. A obtenção da fotografia em diferentes ângulos pode auxiliar o profissional a analisar com tranquilidade detalhes estéticos na ausência do paciente. Fradeani (2006) considerou que a avaliação estética deve ser realizada com o paciente presente e não com o auxílio de fotografias. Segundo Mondelli (2003) o ponto mais importante em uma análise formal da estética dentária e facial é a utilização de parâmetros clínicos. É importante padronizar os registros clínicos, de forma a torná-los mais confiáveis. Segundo Câmara (2006), o Diagrama de Referências Estéticas Dentárias (DRED) é um meio auxiliar de diagnóstico simples que pode, se não eliminar os erros de conduta, melhorar as possibilidades de acerto.

20 20 CONCLUSAO Nesta revisão de literatura consta alguns métodos para avaliar o sorriso dos nossos pacientes. Através dessa análise podemos listar quais as mudanças necessárias para harmonizar estes sorrisos. Esta lista deve ser enviada ao laboratório juntamente com fotografias e os modelos de estudo mondados em articulador semi-ajustável para que o técnico possa realizar o enceramento diagnóstico. Quando for possível deve-se marcar uma visita do paciente ao laboratório, para que o técnico possa fazer as anotações que ele acha conveniente, conferindo com a lista entregue pelo dentista.

21 19 REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS Adolfi D, Andrade OS. Importância de um checklist para o desenvolvimento Estético dos dentes anteriores. Livraria Santos editora Ltda. São Paulo. p CÂMARA, CALP. Estética em Ortodontia: diagramas de referências estéticas dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Ver. Dental Press Orod. Ortop Facial. 11 (6): nov/dez Câmara CA, Estética em Ortodontia: seis linhas horizontais do sorriso. Artigo. Dental Press Journal of Orthodontics version ISSN Dental Press J. Orthod. vol.15 no.1 Maringá Jan./Feb doi: /S disponível em: Acesso em 12 de Janeiro de Carvalho BCF Utilização de imagem digital para diagnóstico e planejamento estático. R Dental Press Estét, 2006, v.3, n.1, p Chiche, Gerald J Pinaoult, Alain. Estética em próteses fixas anteriores. Quintessence books. São Paulo Fradeani M, Análise Estética, Reabilitação estética em prótese fixa. Quintessence Francischone AC, Prevalência das proporções áurea e estética dos dentes ântero-superiores e respectivos segmentos dentários relacionados com a largura do sorriso em indivíduos com oclusão normal. Bauru, 11p. Dissertação (Mestrado) Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Francischone CE e Carvalho PSP, Prótese sobre implante: planejamento, previsibilidade e estética. São Paulo. Editora Santos, Gouvea CVD, Faria MA, Paula LD. Avaliaçao da relação profissional entre o cirurgião dentista e o técnico em prótese dental, interferindo na qualidade final da prótese. Clin-Cientif (3) Gurel G, The science and art of porcelain laminate veneers. Badom badom, quintessence books, JOLY JC; MESQUITA PFC; SILVA RC, Reconstrução tecidual estética. Capítulo princípios estéticos e planejamento reverso. Editora artes médicas, 2010.

22 22 Kreidler MAM ET AL. Ficha de Anamnese Estética. RGO, P Alegre, v.53, n.1, p.01-84, janmar Kyrillos M, Moreira M, Sorriso modelo. O sorriso em harmonia. Ed. Santos. São Paulo Magne P, Belser V. Restaurações adesivas de porcelana na dentição anterior uma abordagem biométrica. Quintessence. Editora. Ltda. São Paulo, Meirelles L, Bavia PF, Vilanova LSR. Aplicaçoes clínicas do enceramento diagnóstico da reabilitação oral- uma revisão de literatura. FOL. 23(1) Jan-Jun MELO GFB, Proporção áurea e sua relevância para a odontologia estética. J Dent, Recife, out./dez Disponível em: Acesso em 20/09/2010. MENDES WB; BONFANTE Gerson. Aspectos estéticos da dentição natural. In: Fundamentos de estética em odontologia. Santos. p , Mondelli, José. Estética e Cosmética em Clínica Integrada Restauradora. Quintessence Editora Ltda, Phark JH, DDS, Dent M, Romeo G, MDT Combinações Dentárias Anatômicas: um guia para a Estética Dentária Suprema QDT PUPPIN FA, Avaliação quantitativa de medidas dento-faciais relçacionadas à altura da linha do sorriso. Dissertação. Rio de janeiro. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Romano R, A Arte do Sorriso. Capítulo Tudo Sobre o Sorriso. André P. Saadoun. Quintessence Editora Ltda, Zavanelli RA, Hatmann R, Queiroz KV. Verificação do elo existente entre profissional e laboratório de prótese dental na confecção de próteses parciais removíveis na cidade de Goiania GO. 2004; 6(30):

23 23