THIAGO PAIVA NASCIMENTO

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS / CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE COPPEAD / IESC CURSO DE DEFESA E GESTÃO ESTRATÉGICA INTERNACIONAL THIAGO PAIVA NASCIMENTO A Gestão da Logística Reversa no Brasil: Resultados e Análise do Sistema Logístico Reverso de Óleos Lubrificantes Usados ou Contaminados e de suas Embalagens Plásticas Rio de Janeiro 2014

2 Thiago Paiva Nascimento A Gestão da Logística Reversa no Brasil: Resultados e Análise do Sistema Logístico Reverso de Óleos Lubrificantes Usados ou Contaminados e de suas Embalagens Plásticas Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto COPPEAD de Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de bacharel em Defesa e Gestão Estratégica Internacional Orientador: Prof. Kleber Fossati Figueiredo, Ph. D. Rio de Janeiro 2014

3 A Gestão da Logística Reversa no Brasil: Resultados e Análise do Sistema Logístico Reverso de Óleos Lubrificantes Usados ou Contaminados e de suas Embalagens Plásticas Thiago Paiva Nascimento Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto COPPEAD de Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de bacharel em Defesa e Gestão Estratégica Internacional Aprovado por: Prof. Kleber Fossati Figueiredo, Ph.D Orientador (COPPEAD/UFRJ) Prof. Ariane Cristine Roder Figueira, D.Sc (COPPEAD/UFRJ) Prof. Flávia D'Albergaria Freitas, M.Sc (COPPEAD/UFRJ) Rio de Janeiro 2014

4 AGRADECIMENTOS Primeiramente, à Deus; À minha mãe, Rita de Cássia, por todo amor, carinho e apoio compartilhado durante estes quatro anos de graduação, me motivando intensamente para a realização de um sonho, que é o de poder concluir o ensino superior em uma Universidade de excelência; Ao meu orientador, Prof. Kleber Figueiredo, pela orientação, atenção e paciência comigo, tornando possível a realização deste trabalho; Às profs. Ariane Roder e Flávia Freitas, por aceitarem o convite de participar da banca avaliadora deste trabalho; Aos meus eternos amigos Insulanos, Luciana Seruff, Isabelle Cantanhede, Márcio Capella e Pedro Lacerda, pelos momentos de descontração e por aguentarem minhas brincadeiras sem graça e outras besteiras; Aos meus amigos, professores e funcionários do curso de Defesa e Gestão Estratégica Internacional, pelo companheirismo durante todos esses anos dessa jornada acadêmica. De alguma forma, todos foram importantes na minha vida.

5 SUMÁRIO CAPÍTULO I Introdução Objetivos da Pesquisa Justificativa de Relevância do Tema Metodologia Estrutura da Pesquisa... 7 CAPÍTULO II Revisão de Literatura A Logística Reversa As Práticas da Logística Reversa Custos e benefícios da logística reversa Os Óleos Lubrificantes Óleos lubrificantes básicos Óleos Lubrificantes Acabados Óleos Lubrificantes Usados ou Contaminados (OLUC) Legislação Nacional A Resolução CONAMA Nº 362/ A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS): Lei Federal nº / CAPÍTULO III A Logística Reversa de Óleos Lubrificantes Usados ou Contaminados (OLUC) e de suas Embalagens no Brasil A Logística de Distribuição dos Óleos Lubrificantes no Brasil A Logística Reversa de Óleos Lubrificantes Usados ou Contaminados no Brasil A troca do óleo usado ou contaminado A coleta do óleo lubrificante usado ou contaminado O rerrefino do OLUC A Logística Reversa das Embalagens Plásticas de Óleos Lubrificantes Usados no Brasil As embalagens plásticas do OLUC O Programa Jogue Limpo: A logística reversa das embalagens plásticas do OLUC no Brasil CAPÍTULO IV... 70

6 4. Resultados e Análise da Gestão da Logística Reversa de Óleos Lubrificantes Usados ou Contaminados e de Suas Embalagens Plásticas no Brasil Resultados da Gestão da Logística Reversa de Óleos Lubrificantes Usados ou Contaminados no Brasil Resultados da Gestão da Logística Reversa das Embalagens Plásticas de Óleos Lubrificantes Usados ou Contaminados no Brasil Análise da Gestão da Logística Reversa de Óleos Lubrificantes Usados ou Contaminados e de suas Embalagens Plásticas no Brasil CAPÍTULO V Conclusão e Considerações Finais Referências Bibliográficas... 94

7 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Representação esquemática dos processos logísticos direto e reverso Figura 2: Pirâmide invertida de opções de recuperação Figura 3: Consumo de óleos lubrificantes por setor produtivo no Brasil em 2010, em percentuais Figura 4: Mercado Nacional aparente de óleos básicos entre 2005 e 2010, em volume (m³) e percentuais Figura 5: Comercialização de óleo lubrificante acabado em 2011 e 2012, em percentuais Figura 6: Comercialização por região em 2012, em percentuais Figura 7: Principais Mercados de óleos lubrificantes, em bilhões de litros Figura 8: A logística de distribuição dos óleos lubrificantes acabados no Brasil, em percentuais Figura 9: Canais de venda de lubrificantes acabados no Brasil, em percentuais Figura 10: A logística da produção e da comercialização dos óleos lubrificantes no Brasil.. 41 Figura 11: Agentes da cadeia produtiva do mercado de lubrificantes no Brasil (dados referentes à Março de 2013) Figura 12: Participação no mercado de óleo lubrificante acabado entre 2011 e 2012, em percentuais Figura 13: Participação no mercado de óleo lubrificante rerrefinado entre 2011 e 2012, em percentuais Figura 14: Pontos de coletores e rerrefinarias distribuídas nas Regiões do Brasil Figura 15: Fluxograma do Processo de Rerrefino de Óleos Lubrificantes Usados Figura 16: Ciclo de Vida do OLUC Figura 17: Embalagens plásticas pós-consumo geradas no Brasil, em percentuais Figura 18: Ciclo de vida das embalagens plásticas de OLUC Figura 19: Fluxo da logística reversa das embalagens de óleos lubrificantes usados ou contaminados do Programa Jogue Limpo Figura 20: Abrangência Geográfica do Programa Jogue Limpo Figura 21: Evolução da coleta de OLUC entre 2007 e 2012, em litros Figura 22: Evolução dos pontos de recebimento do Jogue Limpo através da gestão informatizada do programa

8 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Elementos das definições de logística reversa Tabela 2: Diferenças entre logística direta e logística reversa Tabela 3: Atividades comuns da logística reversa de acordo com o tipo de material (Produto) Tabela 4: Atividades comuns da logística reversa de acordo com o tipo de material (Embalagem) Tabela 5: Caracterização de itens no fluxo reverso, de acordo com o tipo e origem Tabela 6: Custos da Logística Reversa em comparação com a Logística Direta Tabela 7: Fatores Críticos de Desempenho da Logística Reversa Tabela 8: Características importantes para a escolha do produto pelo consumidor Tabela 9: Riscos à saúde e ao meio ambiente causados pelo OLUC Tabela 10: Agentes do ciclo do óleo lubrificante no Brasil e suas definições Tabela 11: Obrigações dos agentes na gestão do OLUC no Brasil Tabela 12: Percentuais mínimos de coleta do óleo lubrificante usado ou contaminado por região e nacional (Portaria MMA/MME n 464/2007) Tabela 13: Percentuais mínimos de coleta do óleo lubrificante usado ou contaminado por região e nacional (Portaria MMA/MME nº 59/2012) Tabela 14: Instrumentos legais de abrangência nacional Tabela 15: Estados com política estadual de resíduos sólidos Tabela 16: Instrumentos legais relativos aos resíduos do sistema da logística reversa e os respectivos estados Tabela 17: Gerenciamento correto dos resíduos gerados na troca do óleo lubrificante Tabela 18: Relação das empresas coletoras de óleo lubrificante usado ou contaminado autorizadas pela ANP Tabela 19: Abrangência Geográfica de Atuação do Sindirrefino Tabela 20: Relação das empresas rerrefinadoras de óleo lubrificante usado ou contaminado autorizadas pela ANP Tabela 21: Testes realizados nos óleos lubrificantes usados ou contaminados e suas finalidades Tabela 22: Etapas do processo de rerrefino no Brasil Tabela 23: Práticas Internacionais de Coleta de OLUC em percentuais Tabela 24: Benefícios dos processos de rerrefino para o Brasil

9 Tabela 25: Usos ilegais dos óleos lubrificantes usados e seus perigos Tabela 26: Geradores e respectivos números de embalagens de óleos lubrificantes descartadas anualmente como resíduos Tabela 27: Dados referentes à atuação das empresas associadas ao Sindicom no mercado Tabela 28: Balanço da comercialização, coleta e do rerrefino dos óleos lubrificantes no Brasil entre os anos de 2003 e 2007, em m³ Tabela 29: Balanço da Comercialização e Coleta de Lubrificantes por Região em 2008, em m³ Tabela 30: Balanço da Comercialização e Coleta de Lubrificantes por Região em 2009, em litros Tabela 31: Balanço da Comercialização e Coleta de Lubrificantes na Região Nordeste em 2009, em litros Tabela 32: Balanço da Comercialização e Coleta de Lubrificantes por Região em 2010, em litros Tabela 33: Balanço da Comercialização e Coleta de Lubrificantes por Região em 2011, em litros Tabela 34: Balanço da Comercialização e Coleta de Lubrificantes na Região Sudeste em 2011, em litros Tabela 35: Balanço da Comercialização e Coleta de Lubrificantes por Região em 2012, em litros Tabela 36: Realizações do GMP até o ano de Tabela 37: Resultados do Programa Jogue Limpo Tabela 38: Atividades comuns de logística reversa, segundo Rogers e Tibben-Lembke (1998), que são desenvolvidas no mercado de óleos lubrificantes e de suas embalagens plásticas no Brasil

10 LISTA DE SIGLAS ABC ABEMA ABNT ANAMMA Custeio Baseado em Atividades Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente Associação Brasileira de Normas Técnicas Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente ANP Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis APROMAC CAT CEMPRE CONAMA COPAM CSCMP EPI EUA FECOMBUSTÍVEIS FGV GMP HPA Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte Coordenador da Administração Tributária Compromisso Empresarial para a Reciclagem Conselho Nacional do Meio Ambiente Conselho Estadual de Política Ambiental Council of Supply Chain Management Professionals Equipamento de Proteção Individual Estados Unidos da América Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes Fundação Getúlio Vargas Grupo De Monitoramento Permanente Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos

11 IBAMA ILOS LUBNOR MMA MME OEMA s OLUC PEAD PNRS REDUC RLAM SIMEPETRO SINDICOM SINDILUB SINDIRREFINO SISNAMA SMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis Instituto de Logística e Supply Chain Lubrificantes do Nordeste Ministério do Meio Ambiente Ministério de Minas e Energia Órgãos Estaduais de Meio Ambiente Óleos Lubrificantes usados ou contaminados Polietileno de Alta Densidade Política Nacional de Resíduos Sólidos Refinaria Duque de Caxias Refinaria Landulpho Alves Sindicato Interestadual das Indústrias Misturadoras e Envasilhadoras de Produtos Derivados de Petróleo Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes Sindicato Interestadual do Comércio de Lubrificantes Sindicato Nacional da Indústria do Rerrefino de Óleos Minerais Sistema Nacional do Meio Ambiente Secretaria do Meio Ambiente

12 SNVS SUADA Sistema Nacional de Vigilância Sanitária Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária

13 RESUMO NASCIMENTO, Thiago Paiva. A Gestão da Logística Reversa no Brasil: Resultados e Análise do Sistema Logístico Reverso de Óleos Lubrificantes Usados ou Contaminados e de suas Embalagens Plásticas. Monografia (Bacharelado em Defesa e Gestão Estratégica Internacional). COPPEAD, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Os impactos ambientais causados pelo descarte incorreto de diversos produtos considerados tóxicos à natureza ainda é uma preocupação da sociedade atual. Os óleos lubrificantes usados ou contaminados (OLUC) e suas embalagens plásticas são exemplos de resíduos que, caso descartados incorretamente, podem trazer uma série de danos ao meio ambiente e à população. No Brasil, a necessidade de uma gestão adequada do OLUC é destacada em sua legislação. Por meio da Resolução CONAMA 362 de 2005, foi determinado que seja feita a reciclagem dos lubrificantes através da recuperação por meio do processo industrial chamado de rerrefino. Além disto, foi instituída em 2010 a Política Nacional de Resíduos sólidos (PNRS) que, dentre seus mecanismos, estabelece a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto e a logística reversa do mesmo. Neste sentido, o presente trabalho identifica e descreve as principais atividades de logística reversa desenvolvidas no setor de lubrificantes no Brasil, apresentando os agentes envolvidos neste segmento, os benefícios de uma correta gestão do OLUC, as dificuldades e os resultados alcançados com a implementação deste sistema no país, apontando se as metas previstas na legislação nacional estão sendo alcançadas. Foi possível concluir, neste estudo, que a logística reversa do OLUC e de suas embalagens, desenvolvida no Brasil, abrange a maioria das práticas apresentadas pelos autores referências no tema. Apesar das dificuldades logísticas aparentes nas regiões Norte e Nordeste, são recolhidos e destinados adequadamente ao rerrefino por empresas especializadas, milhões de litros de OLUC anualmente. Além disto, as metas nacionais de coleta de óleo usado estabelecidas pelos órgãos públicos envolvidos no setor foram atingidas em quase todos os anos analisados nesta pesquisa, com exceção de O Programa Jogue Limpo, uma das iniciativas do setor privado para atender a PNRS e destinar adequadamente as embalagens plásticas de OLUC, já recolheu e reciclou milhões de embalagens descartadas do produto e vem se expandindo a cada ano para todas as regiões do país. Deste modo, foi possível concluir que a logística reversa do OLUC e de suas embalagens desenvolvida no Brasil é um sistema logístico reverso eficiente, consolidado e em expansão,

14 além de ser considerado um exemplo para outros mercados que ainda não aderiram às práticas mais sustentáveis em seus negócios. Palavras-chave: Logística Reversa, Óleos lubrificantes, Resíduos Sólidos, Rerrefino, Embalagens Plásticas.

15 CAPÍTULO I 1. INTRODUÇÃO A redução do ciclo de vida mercadológico de diversos produtos, devido aos avanços tecnológicos, à grande variedade de novos lançamentos, à busca de redução de custos de distribuição e ao elevado custo relativo dos serviços de manutenção, tem gerado excessos de bens e materiais descartados pela sociedade e contribuído para o esgotamento acelerado dos meios tradicionais de disposição final dos mesmos, e em consequência, aumentado as disposições inseguras, geradoras de poluição ambiental. (LEITE, 2000). A elaboração de mercadorias com o objetivo de satisfazer pessoas de diferentes sexos, diversas idades e etnias, com costumes distintos, entre outros aspectos, exige das empresas complexos sistemas logísticos de distribuição e controle, bem como o aumento do retorno de produtos de pósconsumo (LEITE, 2012). A logística reversa surge neste contexto como uma ferramenta essencial para o reaproveitamento de diversos produtos sob diferentes formas. O desenvolvimento de atividades como a coleta, a reciclagem e a reutilização de materiais, não é apenas estimulado por uma crescente responsabilidade com o meio ambiente ou com a legislação imposta pelo governo; cada vez mais e mais empresas vêem oportunidades comerciais em coletar, reciclar e reutilizar seus produtos (KROON e VRIJENS, 1995). Quando as condições naturais do mercado não propiciam eficiente equilíbrio entre os fluxos reversos e os fluxos diretos, faz-se necessária a intervenção governamental por meio da legislação, de modo que sejam alteradas as condições e seja permitido melhor equacionamento do retorno dos bens de pós-consumo e de seus materiais constituintes (LEITE, 2012). No Brasil, foi sancionada pelo Governo Federal a Lei Nº de 2 de Agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), visando à regulação da gestão adequada dos resíduos e também incluindo questões para o desenvolvimento econômico, social e a manutenção da qualidade ambiental. A PNRS apresenta como um de seus instrumentos legais a obrigatoriedade da logística reversa no país, definida no artigo 3º, inciso XII, além de estabelecer a responsabilidade compartilhada pelos resíduos entre geradores, poder público, fabricantes e importadores (FERNZANDEZ, 2012). 1

16 A PNRS determina que são obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de: agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso; pilhas e baterias; pneus; óleos lubrificantes e seus resíduos; lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; e produtos eletroeletrônicos e seus componentes (BRASIL, 2012). Diversos equipamentos usados pelo homem como ferramenta de trabalho utilizam um fluido lubrificante de origem mineral formulado a partir do petróleo para evitar que suas partes móveis se desgastem. Estes óleos lubrificantes, a partir de seu uso, acabam fundamentalmente se degradando a ponto de não prestarem mais às suas reais funções, originando um resíduo perigoso para o meio ambiente rico em metais pesados, ácidos orgânicos, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA s) e dioxinas (CONAMA, 2008). Apesar dos riscos que representa ao meio ambiente, o óleo lubrificante usado ou contaminado (OLUC) é uma fonte importantíssima de óleo lubrificante básico, matéria prima essencial para a formulação do produto final e somente encontrado em quantidades significativas no petróleo importado tipo árabe leve. Além de possuir grande importância ambiental, uma gestão adequada do OLUC é essencial para a estratégia de autossuficiência nacional em relação ao petróleo, uma das principais fontes de energia no Brasil (CONAMA, 2008). A legislação brasileira também especifica, através da Resolução CONAMA 362 de 2005, que a responsabilidade da gestão e destinação adequada do OLUC recaia nos produtores e importadores e que a reciclagem do óleo seja feita através da recuperação por meio do processo industrial chamado de rerrefino. Além disto, os Ministérios de Meio Ambiente (MMA) e de Minas e Energia (MME) determinam anualmente, por meio de suas atribuições, percentuais mínimos de coleta de OLUC a serem atingidos em nível nacional e regional (CONAMA, 2005). O avanço na legislação nacional referente ao gerenciamento de resíduos sólidos e os riscos ao meio ambiente causados pela gestão inadequada do OLUC e de suas embalagens plásticas, impulsionaram a implementação de um sistema de logística reversa no Brasil que envolve diversos agentes do setor público e privado. O Programa Jogue Limpo, por exemplo, é uma das inciativas do setor privado desenvolvidas no país para atender a PNRS, com a função de destinar adequadamente as embalagens plásticas de OLUC geradas em diversos estados. 2

17 Tendo em vista a importância ambiental e econômica de uma gestão adequada do OLUC e de suas embalagens plásticas, este trabalho buscará, primeiro, apresentar os conceitos e as principais práticas de logística reversa presentes na literatura do tema, as características e os tipos de óleos lubrificantes e o que determina a legislação brasileira referente ao assunto, através de uma revisão bibliográfica. Em seguida, o trabalho irá apontar as atividades de logística reversa desenvolvidas no setor de lubrificantes no Brasil, apresentando os principais agentes envolvidos nesse processo. Outro ponto abordado será os riscos ao meio ambiente e à sociedade causados pela gestão incorreta dos resíduos gerados pós-consumo deste produto, além dos benefícios econômicos e ambientais do gerenciamento correto do óleo usado e de suas embalagens. Por fim, será realizada uma análise apontando quais práticas de logística reversa previstas na revisão de literatura estão sendo desenvolvidas neste setor no país, verificando também se as metas propostas na legislação nacional estão sendo alcançadas. Ao final deste trabalho poderá ser compreendido por que a logística reversa de óleos lubrificantes usados ou contaminados e de suas embalagens plásticas desenvolvida no Brasil é um modelo logístico reverso eficiente e consolidado no país, além de ser considerado um exemplo para outros setores que ainda não apresentaram ao governo propostas mais sustentáveis de gestão de seus resíduos. 1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA O objetivo central desta pesquisa é apresentar e descrever as principais práticas de logística reversa desenvolvidas no setor de óleos lubrificantes no Brasil. De maneira mais específica, este trabalho busca identificar os agentes envolvidos neste processo; identificar os riscos do descarte inadequado do OLUC e de suas embalagens plásticas ao meio ambiente e a sociedade; apontar os principais benefícios de uma gestão adequada desses resíduos; identificar as principais dificuldades enfrentadas para o desenvolvimento de um sistema logístico reverso neste setor; verificar se as metas previstas na legislação nacional estão sendo atingidas; identificar os resultados alcançados com a implementação deste sistema no país; e comparar as atividades de logística reversa desenvolvidas pelas empresas de lubrificantes no Brasil com as apresentadas na revisão de literatura deste trabalho. Para atingir estes objetivos, foi realizada uma pesquisa bibliográfica onde buscou-se apresentar as características da logística reversa, suas principais definições de acordo com 3

18 diferentes autores, as práticas mais comuns deste sistema logístico e o que determina a legislação brasileira. Deste modo, foi possível observar quais práticas estão efetivamente sendo desenvolvidas no setor de óleos lubrificantes no Brasil e então compará-las com aquelas apresentadas no referencial teórico. 1.3 JUSTIFICATIVA DE RELEVÂNCIA DO TEMA O aumento da descartabilidade dos produtos impulsionou em diversos países uma atenção maior à gestão do lixo e à busca pelo reaproveitamento dos materiais usados. Entre 2003 e 2008, o volume do no lixo urbano Brasil, por exemplo, passou de 5 milhões de toneladas para 7,1 milhões, equivalente a 13% dos resíduos gerados nas cidades, segundo dados do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre). 1 Segundo Leite (2012), a importância da logística reversa pode ser avaliada pelo grande número de publicações em todas as partes do mundo, a oferta de serviços especializados em diversas áreas da logística reversa, os recursos disponibilizados em suas atividades, as preocupações registradas na mídia em geral, os cursos especializados, a criação de entidades especializadas no exterior e no Brasil, dentre outros argumentos. No Brasil, a implementação desse sistema logístico mais sustentável já é obrigatória para companhias que produzem alguns produtos específicos como óleos lubrificantes, agrotóxicos e pneus. A ausência de uma gestão adequada dos resíduos gerados por estas empresas pode causar graves danos ao meio ambiente, além de multa aos responsáveis pela comercialização desses materiais. Em relação à adaptação das empresas brasileiras com este modelo sustentável, 60 das 100 maiores corporações do país já desenvolvem programas de logística reversa em território nacional 2. Um estudo realizado pelo Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS) no Brasil, mostrou que nem todas as empresas fazem um trabalho de coleta de resíduos que envolva a participação do consumidor brasileiro. Somente 23% das empresas pesquisadas disseram ter iniciativas de coleta que incluem o público. Em 42% das companhias, os materiais são coletados no varejo, enquanto 27% instalam pontos de coleta em suas próprias dependências 3. 1 Disponível em: Acesso em 10 out Disponível em: Acesso em 10 out Idem 4

19 Um dos principais impedimentos para o desenvolvimento da logística reversa em algumas empresas é o custo que essas atividades podem trazer para um determinado negócio. Todavia, este sistema também pode ser visto como um fator de diferenciação no mercado por parte das companhias que o utilizam como forma de defender sua imagem corporativa. Em todo caso, a logística reversa deixou de ser uma opção e de acordo com a legislação brasileira passou a ser uma obrigação. Portanto, as empresas que ainda não desenvolvem um sistema logístico reverso para seus produtos pós-consumo no Brasil deverão em breve apresentar ao governo propostas de gestão mais sustentáveis de seus resíduos gerados. O OLUC contém diversos elementos tóxicos, oriundos da fórmula original e absorvidos do próprio motor ou equipamento onde foi usado. Esses contaminantes são em sua maioria bioacumulativos (ficam no organismo) e causam diversos problemas graves de saúde à população, como intoxicações com sintomas diversificados, além de muitos deles serem cancerígenos e persistentes no ambiente (CONAMA, 2009). Se descartado de forma incorreta na natureza, pode trazer sérios danos à fauna e a flora. Um exemplo foi o caso do petroleiro Exxon Valdez que derramou 11 milhões de galões de óleo em 1989, causando grandes estragos a uma vasta área litoral do Alasca, matando milhares de animais da região. O custo de limpeza ficou em torno de US$ 2,1 bilhões, e as áreas ao longo da costa atingidas pelo derramamento ainda estão contaminadas com óleo debaixo da superfície 4. Porém, uma correta gestão do OLUC pode gerar desenvolvimento econômico para o país, pois o produto é derivado de uma matéria prima importante no cenário internacional: o petróleo. A coleta e o rerrefino de OLUC, práticas previstas na legislação brasileira, possibilitam um reaproveitamento significativo do material descartado. As embalagens plásticas destes produtos também são classificadas como resíduos perigosos e precisam de uma atenção especial dos setores público e privado. Mesmo já desenvolvendo sistemas de logística reversa para o reaproveitamento dos lubrificantes usados, alguns atos ilícitos, como a queima do óleo, ainda são frequentes no país, o que impede de algumas regiões atingirem os percentuais mínimos de coleta estabelecidos pela legislação vigente. Portanto, é de suma importância estudar tanto na academia quanto em fóruns empresariais e ambientais, as melhores formas de gerenciamento destes resíduos no Brasil, quinto maior mercado de óleos lubrificantes do mundo e, consequentemente, o quinto maior gerador de OLUC (FRANÇOLIN, 2013). 4 Disponível em: Acesso em 11 out

20 O curso de Defesa e Gestão Estratégica Internacional é multidisciplinar e possibilita o estudo de diversas áreas. Portanto, esta pesquisa tem como premissa abordar duas das áreas estudadas ao decorrer da graduação: a gestão e o meio ambiente, temas estratégicos e fundamentais para o desenvolvimento de um país. Uma gestão ambiental consciente, a partir da preservação dos recursos naturais e através da adoção de práticas empresariais mais sustentáveis como a Logística Reversa, possibilitará uma maior participação do Brasil em fóruns internacionais sobre o meio ambiente, além de permitir um maior desenvolvimento econômico do Estado, que tem boa parte de sua riqueza proveniente dos recursos da natureza. 1.4 METODOLOGIA Como metodologia da pesquisa, segundo Moresi (2003), este trabalho se trata de uma pesquisa descritiva, pois buscou descrever as principais práticas de logística reversa desenvolvidas no setor de óleos lubrificantes no Brasil. A pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação. (MORESI, 2003, p. 9) O método de revisão bibliográfica foi utilizado para analisar os principais conceitos de logística reversa presentes na literatura e os autores que são referências no tema, as características dos óleos lubrificantes, as práticas do sistema logístico reverso deste setor, os agentes envolvidos, os benefícios, as dificuldades e os resultados alcançados com a implementação destas atividades no Brasil. O método de revisão bibliográfica consiste em Estudos que analisam a produção bibliográfica em determinada área temática, dentro de um recorte de tempo, fornecendo uma visão geral ou um relatório do estado-daarte sobre um tópico específico, evidenciando novas ideias, métodos, subtemas que têm recebido maior ou menor ênfase na literatura selecionada (NORONHA E FERREIRA, 2000, pg. 191). Para a realização da pesquisa, foi feito um levantamento dos principais autores presentes na literatura do tema através de livros, artigos publicados, revistas e outros documentos. Por meio de uma pesquisa bibliográfica, foram estudados os conceitos de logística reversa a partir de livros como Going Backwards: Reverse Logistics Trends and Practices de Rogers e Tibben-Lembke, Logística reversa: meio ambiente e competitividade 6

21 de Paulo Roberto Leite, Recovery Strategies and Reverse Logistic Network Design de Harold Krikke e Managing Reverse Logistics or Reversing Logistics Management? de Marisa de Brito. Além disso, foram consultadas para o desenvolvimento deste trabalho outras fontes importantes, como websites e relatórios anuais de empresas do setor de lubrificantes, além de apresentações e seminários realizados pelos representantes de órgãos públicos e de companhias que atuam neste mercado no Brasil. Como indicadores para fundamentar a pesquisa do mercado de óleos lubrificantes no Brasil, foram utilizados dados como o volume de óleos acabados comercializados, o volume de OLUC coletados e rerrefinados, a participação no mercado das principais distribuidoras, rerrefinadoras e coletoras do país, o quantitativo de agentes envolvidos no sistema de logística reversa de lubrificantes e suas responsabilidades, além dos percentuais mínimos de coleta estabelecidos na legislação nacional. Uma pesquisa documental também foi realizada, constituída pelo exame de materiais que ainda não receberam tratamento analítico ou que podem ser reexaminados com vistas a uma interpretação nova ou complementar (NEVES, 1996, p. 3). Foram consultadas as principais leis que compreendem o setor de óleos lubrificantes no Brasil, como a Resolução Conama 362 de 2005 e a Política Nacional de Resíduos Sólidos de 2010, responsável pela obrigatoriedade da logística reversa no país. Através de uma pesquisa bibliográfica, também foram analisadas fontes secundárias como artigos e teses acadêmicas sobre o mercado em estudo. 1.5 ESTRUTURA DA PESQUISA O presente trabalho está estruturado em cinco capítulos. No capítulo I, apresenta-se a introdução, a justificativa de relevância do tema, os objetivos da pesquisa e a metodologia aplicada. No capítulo II será apresentada a revisão de literatura, expondo os principais conceitos e práticas referentes à logística reversa, as características dos óleos lubrificantes e a legislação brasileira pertinente ao tema. No inicio do capítulo serão tratadas as questões relativas à logística reversa, como seus conceitos, seus custos e benefícios, as principais atividades envolvidas e sua caracterização. Em seguida, serão abordados os tipos de lubrificantes e suas definições, além de dados referentes ao mercado brasileiro deste produto. Por fim, será 7

22 apontado o que determina a legislação nacional sobre o assunto, além do referencial conceitual que servirá como base para a análise do setor de lubrificantes no Brasil. Em seguida, o capítulo III apresentará as principais práticas de logística reversa desenvolvidas na gestão de óleos lubrificantes usados ou contaminados e de suas embalagens plásticas no Brasil. Mais restritamente, serão abordados os principais agentes envolvidos nesse processo, a logística de distribuição do produto, as empresas brasileiras de maior destaque no mercado, o processo de rerrefino do óleo usado e os riscos ao meio ambiente e a sociedade causados pelo gerenciamento inadequado desse produto. Além disto, este capítulo mostrará de que forma os resíduos gerados devem ser gerenciados, os benefícios e desafios da correta gestão dos mesmos e as dificuldades no desenvolvimento destas práticas no país. Posteriormente, no capítulo IV serão apresentados os resultados obtidos e uma análise a partir da bibliografia consultada e dos dados coletados para este trabalho. Primeiramente, através dos percentuais mínimos de coleta estabelecidos na legislação nacional, será feita uma análise de dados, identificando se as metas de coleta de óleo usado foram atingidas no país durante os anos de 2003 a Além disto, serão apresentados os resultados alcançados com a implementação do Programa Jogue Limpo e a sua evolução ao longo dos anos. Em seguida, serão identificadas quais praticas de logística reversa presentes na literatura do tema estão sendo desenvolvidas no setor de óleos lubrificantes no Brasil. No capítulo V serão expostas a conclusão e as considerações finais da pesquisa. 8

23 CAPÍTULO II 2. REVISÃO DE LITERATURA Neste capítulo, têm-se como objetivos apresentar os principais conceitos de logística reversa presentes na literatura do tema, suas características, seus custos e benefícios, além das atividades que fazem parte deste processo. Ainda nesta sessão, serão abordados os tipos de lubrificantes e suas definições, além de informações referentes ao mercado brasileiro deste produto. Por fim, será exposto o que determina a legislação brasileira referente ao assunto tratado neste estudo, indicando em seguida o referencial conceitual que servirá como base para a análise do setor de lubrificantes no país. 2.1 A LOGÍSTICA REVERSA Antes de se estudar os conceitos da logística reversa, é necessário definir a logística direta, ou simplesmente logística. Por definição, a logística é o processo de planejar, implementar e controlar os procedimentos de transporte e armazenagem de mercadorias incluindo os serviços e informações relacionadas, de modo eficiente e eficaz, do ponto de origem até o ponto de consumo, com a finalidade de atender aos requisitos dos clientes. Esta definição inclui movimentos de entrada, de saída, internos e externos (CSCMP, 2010). A logística tem alta relevância estratégica para as empresas. Em um cenário cada vez mais competitivo, a adoção de estratégias de relacionamentos e parcerias efetivas pelas companhias em suas cadeias de suprimentos entre fornecedores, intermediários, provedores de serviços terceirizados e clientes, além do controle eficaz do fluxo de materiais e das informações correspondentes em todas as fases da cadeia de suprimentos, podem reduzir os custos dessas companhias e gerar oportunidades de diferenciação em seus serviços (LEITE, 2006). A logística reversa é uma área nova e emergente que engloba todas as atividades descritas acima, porém, com a característica diferença de que suas operações ocorrem no sentido inverso. A figura 1 exemplifica de forma resumida os processos logísticos direto e reverso. 9

24 Figura 1: Representação esquemática dos processos logísticos direto e reverso. Fonte: Lacerda (2002) A proposta operacional da logística reversa tem despertado a atenção de empresas de diversos ramos por alguns motivos. É visível a tendência de que a legislação ambiental torne as companhias as grandes responsáveis por todo o ciclo de vida do produto, ou seja, pelo seu destino após a entrega dos produtos aos clientes e do impacto que estes produzem ao meio ambiente. Além disto, a logística reversa pode ser vista como um processo de diferenciação dos serviços frente à concorrência, conquistando assim clientes que valorizam as empresas que possuem políticas mais liberais de retorno de produtos. Economias com a utilização de embalagens retornáveis ou até mesmo com o reaproveitamento de materiais para a produção têm reduzido custos de companhias que deram início a esse novo sistema logístico, estimulando cada vez mais novas iniciativas (LACERDA, 2002). Ao longo dos anos, a logística reversa, tendo em vista a importância e difusão do tema no cenário internacional, recebeu diversas definições na literatura. Abaixo, serão apresentados alguns autores que discorreram sobre o assunto. Com um enfoque mais ambiental, Kroon e Vrijens (1995) analisam a logística reversa como habilidades de gerenciamento logístico e atividades envolvidas na redução, gestão e descarte de resíduos perigosos ou não perigosos de embalagens e produtos. Isto inclui a distribuição inversa, que faz com que bens e informações fluam na direção oposta das atividades logísticas normais. 10

25 Tendo como foco de estudo a gestão de estoques, Fleishchmann et al (1997) ensinam que a logística reversa engloba todas as atividades de logística de produtos utilizados e não mais requeridos pelos usuários para obtenção de novos produtos utilizáveis em um mercado. Primeiro de tudo - e, provavelmente, mais intuitivamente relacionado com a noção de "reverso" - isto envolve o transporte físico dos produtos usados pelos usuários finais de volta para um produtor, assim, aspectos de planejamento de distribuição. Krikke (1998) destaca a importância da interação entre a cadeia direta e inversa. Porém, sua definição de logística reversa é bastante direta, caracterizando-a como sendo a coleta, transporte, armazenamento e processamento de produtos descartados. Segundo Stock (2001), a logística reversa é o termo frequentemente usado para se referir ao papel da logística no retorno de produtos, reciclagem, substituição de materiais, reutilização de materiais, disposição de resíduos e renovação, reparo e remanufatura. Stock (2001) também afirma que a logística reversa será uma forma de reduzir custos, aumentar a receita e os níveis de serviço ao cliente e ajudar a obter vantagem no mercado. Um dos conceitos mais presente na literatura sobre logística reversa é apresentado por Rogers e Tibben-Lembke (1998): o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo eficiente e de baixo custo de matérias primas, estoque em processo, produto acabado e informações relacionadas, desde o ponto de consumo até o ponto de origem, com o propósito de recuperação de valor ou descarte apropriado para coleta e tratamento de lixo. Rogers e Tibben-Lembke (1998) também pontuam as diferenças entre logística reversa e um outro conceito de sustentabilidade logística, chamado logística verde. A logística reversa refere-se a todos os esforços para mover bens de seu lugar típico de descarte para recapturar o valor. Já a logística verde, ou logística ecológica, refere-se a compreender e minimizar o impacto ecológico da logística. Atividades de logística verde incluem a medição do impacto ambiental de determinados meios de transporte, a certificação ISO 14000, reduzindo o uso de energia e de materiais das atividades logísticas. Os autores ainda asseguram que se as mercadorias não estão sendo enviadas "de volta", a atividade não é, provavelmente, uma atividade de logística reversa. Para Leite (2002), a logística reversa é a área da Logística Empresarial que planeja, opera e controla o fluxo, e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, através dos Canais de Distribuição Reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros. 11

26 Um dos conceitos mais recentes na literatura é o que caracteriza a logística reversa como um segmento especializado da logística, focando o movimento e a gestão de produtos e recursos após a venda e após a entrega ao cliente, incluindo o retorno do produto para reparação e/ou crédito (CSCMP, 2010). A tabela 1 reúne as principais considerações presentes nas definições de logística reversa apresentadas pelos autores na literatura do tema. O que é? Inputs Atividades Outputs Do Para Processo Produtos Planejamento, Produtos Ponto de Fabricante Tarefa descartados implementação novamente consumo Ponto Habilidades Produtos e controle de reutilizáveis Central de e atividades usados um fluxo Reciclagem Coleta Produtos ou eficiente e de Remanufatura Ponto de peças baixo custo Descarte origem previamente Coleta Redução fornecidas Transporte Gestão Embalagens Armazenamento Recapturar e produtos Processamento valor de resíduos Aceitação perigosos e Recuperação não Embalagem perigosos Expedição Informações Redução Matériasprimas Gestão Descarte Estoque em processo Produtos acabados Informações relacionadas Tabela 1: Elementos das definições de logística reversa. Fonte: Zuluaga (2005) Apresentadas as diversas definições do tema, o Reverse Logistics Executive Council mostra que existem várias diferenças nas operações dos fluxos logísticos diretos e reversos. Algumas dessas diferenças são informadas na tabela 2. 12

27 Logística Direta Previsão é relativamente mais fácil Transporte de um ponto para muitos Qualidade do produto é uniforme Embalagem do produto é uniforme Destino/rota são claros Opções de descarte são claras Precificação relativamente uniforme Reconhecimento da importância da velocidade Custos de distribuição direta são mais facilmente mensuráveis Gerenciamento de estoques consistente O ciclo de vida do produto é gerenciável Negociação direta entre as partes envolvidas Métodos de marketing são bem conhecidos A visibilidade do processo é mais transparente Logística Reversa Previsão é mais difícil Transporte de muitos pontos para um Qualidade do produto não é uniforme A embalagem do produto geralmente está danificada Destino/rota não são claros Descarte não é claro Precificação depende de muitos fatores A velocidade não é considerada uma prioridade Custos reversos são menos visíveis Gerenciamento de estoques não é consistente Questões relativas ao ciclo de vida do produto são mais complexas Negociação é complicada por muitos fatores O marketing é complicado por muitos fatores A visibilidade do processo é menos transparente Tabela 2: Diferenças entre logística direta e logística reversa. Fonte: Reverse Logistics Executive Council As Práticas da Logística Reversa Na análise de Rogers e Tibben-Lembke (1998), as atividades típicas da logística reversa são representadas pelos processos que uma empresa usa para coletar produtos usados, indesejados, danificados, ou desatualizados, bem como a embalagem e o transporte de materiais a partir do usuário final ou revendedor. Segundo Lacerda (2002), o processo da logística reversa é geralmente composto por um conjunto de atividades que uma empresa realiza para coletar, separar, embalar e expedir itens usados, danificados ou obsoletos dos pontos de consumo até os locais de reprocessamento, revenda ou de descarte. Ainda na concepção de Lacerda (2002), as atividades que serão realizadas dependem do tipo de material e do motivo pelo qual estes 5 Disponível em: Acesso em: 03 set

28 entram no sistema. Os materiais podem ser divididos em dois grandes grupos: os produtos e as embalagens. Rogers e Tibben-Lembke (1998) acreditam que as empresas possuem algumas opções para serem escolhidas entre as atividades da logística reversa. Se o produto pode ser devolvido ao fornecedor para um reembolso total, a companhia pode escolher esta opção primeiro. Se o produto não foi utilizado, pode ser revendido a um cliente diferente, ou pode ser vendido através de uma loja de varejo. Se o material não for de qualidade suficiente para ser vendido por meio de qualquer uma dessas opções, pode ser vendido a uma empresa de recuperação que irá exporta-lo para um mercado externo. Se o produto não puder ser vendido "como está", ou se a companhia pode aumentar significativamente o preço de venda pelo recondicionamento, recuperação ou remanufatura do mesmo, ela pode realizar essas atividades antes de vendê-lo. Se a empresa não realizar essas atividades por ela mesma, uma companhia terceirizada pode ser contratada, ou o produto pode ser vendido abertamente a uma empresa de recondicionamento/remanufatura/reparo. As tabelas 3 e 4 apontam as atividades comuns relacionadas à logística reversa, classificadas de acordo com o tipo de material. Material Produto Atividades da Logística Reversa Retorno para o fornecedor Revenda Venda através de Outlet Recuperação Recondicionamento Renovação Remanufatura Reaproveitamento de Materiais Reciclagem Descarte Tabela 3: Atividades comuns da logística reversa de acordo com o tipo de material (Produto). Fonte: Adaptado de Rogers and Tibben-Lembke (1998) 14

29 Material Embalagem Atividades da Logística Reversa Reutilização Renovação Reaproveitamento de Materiais Reciclagem Recuperação Tabela 4: Atividades comuns da logística reversa de acordo com o tipo de material (Embalagem). Fonte: Adaptado de Rogers and Tibben-Lembke (1998) Rogers e Tibben-Lembke (1998) dividem as atividades da logística reversa da seguinte forma: se os bens no fluxo reverso são provenientes do usuário final ou de outro membro do canal de distribuição, como um revendedor ou um centro de distribuição; e se o material do fluxo reverso é um produto ou uma embalagem. A tabela 5 mostra as razões para o retorno de materiais, de acordo com o seu tipo e origem. 15

30 Embalagem Produtos Embalagem Produtos Membros da Cadeia Retorno para o balanceamento de estoques Retorno de Marketing Fim da Vida/Temporada Danos no Transporte Recipientes reutilizáveis Embalagem multi-viagem Requisição de Descarte Usuário Final Produtos não mais desejados ou com defeito Retornos em função de garantia Recall Questões Ambientais de descarte Reutilização Reciclagem Restrições de Descarte Tabela 5: Caracterização de itens no fluxo reverso, de acordo com o tipo e origem. Fonte: Adaptado de Rogers e Tibben-Lembke (1998) Em De Brito e Dekker (2003) é apresentado um outro modelo, representando as opções de recuperação de materiais ordenadas quanto o nível de reprocessamento requerido, em forma de uma pirâmide invertida, como mostra a figura 2. 16

31 Figura 2: Pirâmide invertida de opções de recuperação. Fonte: Adaptado de De Brito e Dekker (2003) Lambert et al (1998, págs ) apud Daher et al (2006) relacionam as seguintes atividades como parte da administração logística em uma empresa: serviço ao cliente, processamento de pedidos, comunicações de distribuição, controle de inventário, previsão de demanda, tráfego e transporte, armazenagem e estocagem, localização de fábrica e armazéns/depósitos, movimentação de materiais, suprimentos, suporte de peças de reposição e serviços, embalagem, reaproveitamento e remoção de refugo e administração de devoluções. De todas estas atividades, fazem parte diretamente da logística reversa o reaproveitamento e remoção de refugo e a administração de devoluções Custos e benefícios da logística reversa De Brito e Dekker (2003) acreditam que as empresas adotam o sistema da logística reversa por três principais motivos: econômicos (diretos e indiretos), legislação e cidadania corporativa. Rogers e Tibben-Lembke (1998) apontam uma estimativa de que a logística reversa representa uma parcela significativa dos custos da logística de uma empresa. As companhias incluídas nas pesquisas dos autores estimaram que, a logística reversa, representava cerca de quatro por cento dos seus custos logísticos totais. A magnitude e o impacto destas atividades 17

32 variam conforme a indústria e a sua forma de gestão. Em alguns setores específicos, as atividades de logística reversa podem ser críticas para uma empresa. Geralmente, nas companhias onde o valor do produto é maior ou onde a taxa de retorno é maior, gastou-se muito mais esforços na melhoria dos processos de retorno. A tabela 6 faz uma comparação entre os custos da logística reversa em relação à logística direta. Custos Transporte Custo de Estoque Redução (roubo) Obsolescência Coleta Classificação, diagnóstico de qualidade Manipulação Remodelação / Reembalagem Mudança de valor contábil Em comparação com a logística direta Maior Mais baixo Muito mais baixo Pode ser maior Muito maior - menos padronizada Muito maior Muito maior Significativo para a Logística Reversa - inexistente para a Direta Significativo para a Logística Reversa - inexistente para a Direta Tabela 6: Custos da Logística Reversa em comparação com a Logística Direta. Fonte: Rogers e Tibben-Lembke (2002) Lacerda (2002) afirma que a logística reversa tem trazido consideráveis retornos às empresas, estimulando cada vez mais novas iniciativas. O autor também apresenta um conceito mais amplo por trás da logística reversa, que é o do ciclo de vida, onde a vida de um produto não se encerra com sua entrega ao cliente. Os produtos danificados ou que não funcionam mais devem retornar ao seu ponto de origem para então serem descartados, reparados, ou reaproveitados corretamente. Neste sentido, além dos custos de compra de matéria prima, de armazenagem e estocagem, o ciclo de vida de um produto inclui também outros custos que estão relacionados a todo o gerenciamento do seu fluxo reverso. Esta abordagem sistêmica é fundamental para planejar a utilização dos recursos logísticos de forma a contemplar todas as etapas do ciclo de vida dos produtos (LACERDA, 2002). 18

33 De Brito e Dekker (2003) relatam que, economicamente, um programa de logística reversa pode trazer ganhos diretos para uma empresa. Isto ocorre pela redução no uso de matérias primas, na agregação de valor a produtos recuperados e na redução dos custos de descarte. Além disso, ganhos indiretos também são evidenciados, como proteção do mercado, "imagem verde" da empresa e melhores relações com os clientes e fornecedores. Chaves e Martins (2004) destacam que vários negócios têm como meta comum prender os clientes de forma que eles não sejam tentados a trocar de fornecer. Para que isto ocorra, os fornecedores oferecem a seus clientes um serviço de retorno rápido e eficaz de mercadoria não vendida ou defeituosa. Neste sentido, o uso estratégico da capacidade de logística reversa pode aumentar os custos de mudança de fornecedores. A tabela 7 apresenta os fatores críticos identificados por Lacerda (2002) que influenciam a eficiência do processo de logística reversa, dependendo de como o processo logístico é planejado e controlado por uma empresa. 19

34 Bons controles de entrada Processos padronizados e mapeados Tempo de Ciclo reduzidos Sistemas de informação Rede Logística Planejada Relações colaborativas entre clientes e fornecedores Como os produtos não possuem uniformidade em suas condições físicas, é necessário estabelecer bons controles para que sejam definidos a sua adequabilidade e o fluxo reverso correspondente. Controles ineficientes podem resultar em retrabalhos e dificultar os processos subsequentes. Para se obter bons controles é importante investir em treinamento de pessoal. Mesmo não sendo regular, o processo de logística reverso deve ser mapeado e ter procedimentos formalizados para que se possa obter controle sobre ele e identificar oportunidades de melhoria. O tempo de ciclo é o intervalo de tempo entre a identificação da necessidade de reciclagem, disposição ou retorno de produtos e seu efetivo processamento. Quanto mais alto for esse intervalo, maior é o custo do processo, pois acaba atrasando a geração de caixa, como também aumentando custos, como por exemplo, de estoques. Fatores que contribuem para um maior tempo de ciclo são controles de entrada ineficientes, falta de estrutura para o fluxo reverso e falta de procedimentos claros estabelecidos. Permitem a obtenção de informações relevantes para o processo, como medição do tempo de ciclo e do desempenho de fornecedores, que podem impactar em negociações, melhoria no desempenho e identificação de clientes e suas respectivas frequências de retornos. Assim como na logística direta, é necessário que haja uma infra-estrutura adequada para gerenciar a entrada de materiais usados, seu processamento e suas saídas. Instalações de processamento, armazenagem e sistemas de transporte fazem parte dessa rede. Conciliar os fluxos diretos e reversos nas mesmas instalações pode não ser a melhor solução, mas a viabilidade de instalações diferentes dependerá da escala do fluxo reverso. A atribuição de responsabilidade por danos aos materiais pode levar a desconfiança entre fornecedores e varejistas. Essa tensão entre as partes pode gerar medidas que dificultam o fluxo reverso, como recusa e atraso para creditar devoluções e adoção de medidas de controle dispendiosas. Sendo assim, é necessário que haja relações colaborativas entre as empresas para que as práticas da logística reversa sejam implementadas e aperfeiçoadas. Tabela 7: Fatores Críticos de Desempenho da Logística Reversa. Fonte: Lacerda (2002) Horngreen (2000, p.315) apud Daher et al (2006) identifica três benefícios proporcionados pela elaboração de um bom relatório de ciclo de vida do produto: a evidenciação de todo o conjunto de receitas e despesas associadas a cada produto; o destaque do percentual de custos totais incorridos nos primeiros estágios; e a possibilidade de que as relações entre as categorias de custo da atividade se sobressaiam. Daher et al (2006) acreditam que o uso de um sistema de custeio de ciclo de vida total não prescinde os sistemas tradicionais, tais como Custeio Meta, Custeio Kaizen, Custeio Baseado em Atividades (ABC) ou custeio por processo. O que ele proporciona é a visibilidade dos custos por todo o ciclo de vida do produto. Rogers e Tibben-Lembke (1998), através de pesquisas, encontraram algumas barreiras enfrentadas pelas empresas na implementação da logística reversa. Entre estas barreiras estão 20

35 a falta de atenção da administração, questões competitivas, falta de sistemas, políticas da empresa, assuntos legais, recursos de pessoal e recursos financeiros. Leite (2009b) aponta uma série de interesses para a aplicação do processo de logística reversa pelas empresas. Interesses econômicos, quando o retorno financeiro é o mais tangível por meio de algum tipo de reaproveitamento de produtos ou matéria-prima, interesse de satisfação de legislação obrigando o retorno dos produtos ou materiais, interesse de satisfação de clientes na visão de fidelização dos mesmos, interesse no reforço ou na proteção de imagem empresarial quando o retorno significa garantia de não falsificação ou de salvaguarda da reputação empresarial, interesse de satisfação de normas ambientais atendendo aos quesitos comerciais na relação entre empresas, entre outros interesses. Para reduzir custos, no futuro, as empresas terão de se concentrar em melhorar vários aspectos do seu fluxo de logística reversa: as tecnologias de controle de entrada, créditos por retornos parciais, decisões de disposição planejadas com antecedência, processamento mais ágil/menor tempo de ciclo e melhor gerenciamento de dados (ROGERS E TIBBEN- LEMBKE, 1998). Neste sentido, pode-se concluir que o correto equacionamento eficiente do retorno de produtos sem uso ou usados, através da Logística Reversa, exige, portanto, uma visão integrada de diversas áreas e aspectos multidisciplinares que certamente permitirão maior satisfação de clientes e da sociedade, contribuindo para reduzir custos operacionais, melhorar ou reforçar a imagem e fidelização de clientes à corporação e à marca empresarial (LEITE, 2009a). A partir das definições de logística reversa expostas neste capítulo, é importante ressaltar que os conceitos apresentados por Rogers e Tibben-Lembke (1998) serão adotados como referencial conceitual que servirá como base para a análise do mercado de óleos lubrificantes proposto nesta pesquisa. 2.2 OS ÓLEOS LUBRIFICANTES Os lubrificantes são formados por um óleo lubrificante básico, que pode receber aditivos, e tem como principal função reduzir o atrito e o desgaste entre partes móveis de um objeto. Além disto, são também funções dos lubrificantes a refrigeração e a limpeza das partes móveis, a transmissão de força mecânica e a transferência de determinadas características físico-químicas a outros produtos. Da mesma forma que este produto é capaz de lubrificar 21

36 uma simples ferramenta, ele também possibilita o funcionamento de complexos equipamentos, como motores de alto desempenho e robôs industriais (CONAMA, 2009). Os óleos lubrificantes podem se apresentar de várias formas, de líquida à semilíquida, diferindo em viscosidade e em outras características conforme o uso a que se destinam. No Brasil, o produto deve atender as especificações técnicas estabelecidas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP, que além de garantirem a qualidade e segurança do óleo, são responsáveis pelo seu registro (CONAMA, 2009). O mercado de lubrificantes movimentou no Brasil em 2010 cerca de R$ 24 bilhões, valor que representa a cadeia desde o produtor/importador até a revenda. Somente na revenda, o montante negociado atingiu o faturamento de R$ 10 bilhões. O setor automobilístico foi um dos principais responsáveis pelo bom desempenho deste segmento em 2010, como mostra a figura 3. No total, foram 3,51 milhões de veículos vendidos no ano passado, representando 64% do consumo de óleos lubrificantes do mercado (FECOMBUSTÍVEIS, 2011). Figura 3: Consumo de óleos lubrificantes por setor produtivo no Brasil em 2010, em percentuais. Fonte: Fecombustíveis (2011) Óleos lubrificantes básicos Os óleos lubrificantes básicos correspondem, em geral, de 80 a 90% do volume do produto acabado e podem ser de dois tipos: minerais, produzidos diretamente a partir do refino do petróleo; ou básicos sintéticos, produzidos através de reações químicas de produtos geralmente extraídos do petróleo. No Brasil, quase todo óleo lubrificante básico consumido é de origem mineral (CONAMA, 2009). 22

37 A figura 4 aponta dados da evolução do mercado interno de óleos básicos entre os anos de 2005 a 2010 no país. Figura 4: Mercado Nacional aparente de óleos básicos entre 2005 e 2010, em volume (m³) e percentuais. Fonte: Filho (2010) Óleos Lubrificantes Acabados Os óleos lubrificantes acabados são formados pelos óleos lubrificantes básicos com a adição de aditivos que melhoram ou conferem características específicas ao produto. Entre os tipos de aditivos existentes podem ser citados os antioxidantes, os anticorrosivos, os antiespumantes e os melhoradores de índice de viscosidade, todos com funções particulares e benéficas ao produto acabado (CONAMA, 2009). Para que o óleo lubrificante acabado atenda as necessidades e especificações do consumidor, é necessário escolher o produto através de suas propriedades mais importantes, como a viscosidade, o índice de viscosidade e a densidade, indicados na tabela 8 (CONAMA, 2009). 23

38 Viscosidade Índice de viscosidade Densidade Indica a resistência ao escoamento do óleo lubrificante. Quanto mais viscoso for um lubrificante, mais difícil de escorrer (mais grosso ) ele será. Embora uma maior viscosidade indique uma maior capacidade de se manter entre duas peças móveis, fazendo a lubrificação das mesmas, isso não quer dizer que óleos mais viscosos sejam necessariamente melhores, já que maior ou menor fluidez pode ser desejável em algumas situações, como em motores de alta rotação. Consulte o Guia de seu veículo ou equipamento para identificar a viscosidade ideal para seu caso. Indica a variação da viscosidade do óleo lubrificante em função da temperatura. A viscosidade dos lubrificantes diminui com o aumento da temperatura. Quanto maior o índice de viscosidade menor é essa variação. É importante que o lubrificante mantenha sua viscosidade em uma ampla faixa de temperatura, para que sua aplicação não seja prejudicada. Por exemplo, o motor de um carro que parte da temperatura ambiente (que pode ser até Oº C no inverno de certas cidades brasileiras) tem que funcionar bem lubrificado nesta condição inicial e também na sua temperatura de operação (geralmente 8Oº C). Indica a massa de um determinado volume de óleo lubrificante em uma temperatura específica. É uma propriedade importante para identificar se houve contaminação ou deterioração de um lubrificante, o que, embora não seja uma verificação comum em automóveis, é essencial em processos industriais. Tabela 8: Características importantes para a escolha do produto pelo consumidor. Fonte: CONAMA (2009) Segundo dados da ANP, em 2012 o Brasil comercializou 1,383 milhão de metros cúbicos de óleo lubrificante acabado, volume superior ao total de 1,369 milhão alcançados em 2011, como mostra a figura 5. (FECOMBUSTÍVEIS, 2013) Figura 5: Comercialização de óleo lubrificante acabado em 2011 e 2012, em percentuais. Fonte: Carvalho et al (2013) A região Sudeste possui a maior participação no mercado de lubrificantes comercializados no Brasil. Em 2012, o Sudeste atingiu um percentual de 52% de participação, enquanto à região Sul obteve apenas 18%, o Nordeste 13%, o Centro Oeste 9% e o Norte 7%, como mostra a figura 6 (CARMO, 2013). 24

39 Figura 6: Comercialização por região em 2012, em percentuais. Fonte: Carmo (2013) Óleos Lubrificantes Usados ou Contaminados (OLUC) Devido ao uso ou por consequência de acidentes, o óleo lubrificante pode sofrer deterioração ou contaminação, perdendo suas propriedades e consequentemente não servindo mais para a finalidade a qual foi elaborado. O resultado disto é a troca deste produto usado por um novo para garantir a integridade e o bom funcionamento do motor ou equipamento em questão (CONAMA, 2009). Após o seu uso, o OLUC torna-se um resíduo perigoso 6 popularmente conhecido como óleo queimado. Este óleo não deve ser considerado como lixo, pois apesar de não servir mais para suas funções básicas de lubrificar, ele contém cerca de 80 a 85% de óleo básico, matéria prima essencial para fazer novos lubrificantes e que existe em pequena quantidade no petróleo (CONAMA, 2009). No Brasil, o petróleo nacional não é o mais adequado para obtenção de óleo lubrificante básico. Assim, o país precisa importar um tipo de petróleo especial ou a própria matéria prima necessária para produzir os lubrificantes. Tendo em vista este fato, o Estado brasileiro vem investindo no processo tecnológico chamado de rerrefino, responsável pela extração de óleos básicos dos resíduos gerados pelo produto usado (CONAMA, 2009). O rerrefino garante a mesma qualidade do óleo de primeiro refino, atendendo as especificações técnicas exigidas na legislação. Os lubrificantes novos comprados pelos consumidores contém óleo lubrificante básico rerrefinado sem que a qualidade do produto seja alterada (CONAMA, 2009). 6 A Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, em sua NBR-10004, Resíduos Sólidos-classificação, classifica o óleo lubrificante usado como resíduo perigoso por apresentar toxicidade (ABNT, 2004). 25

40 O Brasil é o quinto maior mercado de óleos lubrificantes do mundo e, consequentemente, o quinto maior gerador de óleo usado, como mostra a figura 7. Na sua frente estão países como os EUA, o maior consumidor do produto no mundo, seguido da China, do Japão e da Rússia (FRANÇOLIN, 2013). Figura 7: Principais Mercados de óleos lubrificantes, em bilhões de litros. Fonte: Françolin (2013) O OLUC, por ser um resíduo classificado como perigoso, pode causar danos ao meio ambiente e a saúde da população, principalmente a dos trabalhadores que precisam manuseálos. Logo, é necessário que os profissionais da área, além de conhecer os riscos ambientais que o produto ocasiona, sejam devidamente treinados para que o seu manuseio ocorra de forma correta, sempre com os devidos equipamentos de segurança (EPI). A tabela 9 apresenta alguns dos riscos à saúde e ao meio ambiente causados pelo gerenciamento inadequado do OLUC. 26

41 Riscos a saúde da população e dos trabalhadores Riscos ao meio ambiente O óleo lubrificante usado ou contaminado contém diversos elementos tóxicos (por exemplo cromo, cádmio, chumbo e arsênio), oriundos da fórmula original e absorvidos do próprio motor ou equipamento. Esses contaminantes são em sua maioria bioacumulativos (ficam no organismo) e causam diversos problemas graves de saúde, como intoxicações com sintomas diversificados, além de muitos deles serem cancerígenos e persistentes no ambiente. Apenas 1 litro de óleo lubrificante usado ou contaminado pode contaminar 1 milhão de litros de água, comprometendo sua oxigenação; Quando vaza ou é jogado no solo, inutiliza o solo atingido, tanto para a agricultura, quanto para a edificação, matando a vegetação e os microorganismos, destruindo o húmus, causando infertilidade da área que pode se tornar uma fonte de vapores de hidrocarbonetos; Quando queimados (o que é ilegal e constitui crime), os óleos lubrificantes usados ou contaminados causam forte concentração de poluentes num raio de 2 km, em média. Tabela 9: Riscos à saúde e ao meio ambiente causados pelo OLUC. Fonte: Adaptado de CONAMA (2009) Após uma análise das principais atividades relacionadas à logística reversa e das características dos óleos lubrificantes, na sessão seguinte será estudada a legislação brasileira e suas normas diretamente ligadas à gestão dos resíduos gerados por estes produtos no país. 2.3 LEGISLAÇÃO NACIONAL A Resolução CONAMA Nº 362/2005 Em 2005, foi publicada no Brasil a Resolução CONAMA 362, que dispõe sobre o recolhimento, coleta e destinação final do OLUC. Em seu primeiro artigo, indica que todo óleo lubrificante usado ou contaminado deverá ser recolhido, coletado e ter destinação final, de modo que não afete negativamente o meio ambiente e propicie a máxima recuperação dos constituintes nele contidos, na forma prevista nesta Resolução (CONAMA, 2005, p. 622). A Resolução ainda destaca a proibição de quaisquer descartes de óleos usados ou contaminados em solos, subsolos, nas águas interiores, no mar territorial, na zona econômica exclusiva e nos sistemas de esgoto ou evacuação de águas residuais, além de não compreender a combustão ou incineração de OLUC como formas de reciclagem ou de destinação adequada deste resíduo (CONAMA, 2005, p. 625). De acordo com o Art. 3º, todo o óleo lubrificante usado ou contaminado coletado deverá ser destinado à reciclagem por meio do processo de rerrefino. O Art. 4º afirma que 27

42 os óleos lubrificantes utilizados no Brasil devem observar, obrigatoriamente, o princípio da reciclabilidade. Além disto, o documento atenta à necessidade de os processos e agentes ligados ao gerenciamento do OLUC estarem devidamente licenciados pelos órgãos ambientais e reguladores competentes (CONAMA, 2005, p. 623). A Resolução CONAMA 362/2005 também aponta que o ciclo do óleo lubrificante pode ser resumido a cinco categorias de atores, além de classifica-los e indicar suas respectivas obrigações no gerenciamento deste produto. São eles os produtores e importadores, os revendedores, os geradores, os coletores e os rerrefinadores (CONAMA, 2005). As definições desses agentes são apresentadas na tabela 10. Agentes Produtor e Importador Revendedores Geradores Coletores Rerrefinador Definição Produtor: pessoa jurídica responsável pela produção de óleo lubrificante acabado em instalação própria ou de terceiros, devidamente licenciada pelo órgão ambiental competente, e autorizada para o exercício da atividade pelo órgão regulador da indústria do petróleo; Importador: pessoa jurídica que realiza a importação do óleo lubrificante acabado, devidamente autorizada para o exercício da atividade. Pessoa jurídica que comercializa óleo lubrificante acabado no atacado e no varejo tais como: postos de serviço, oficinas, supermercados, lojas de autopeças, atacadistas, etc. Pessoa física ou jurídica que, em decorrência de sua atividade, gera óleo lubrificante usado ou contaminado. Pessoa jurídica devidamente autorizada pelo órgão regulador da indústria do petróleo e licenciada pelo órgão ambiental competente para realizar atividade de coleta de óleo lubrificante usado ou contaminado. Pessoa jurídica, responsável pela atividade de rerrefino, devidamente autorizada pelo órgão regulador da indústria do petróleo para a atividade de rerrefino e licenciada pelo órgão ambiental competente. Tabela 10: Agentes do ciclo do óleo lubrificante no Brasil e suas definições. Fonte: CONAMA (2005) A tabela 11 abaixo indica as obrigações de cada um dos agentes no processo de logística reversa do OLUC no Brasil, segundo a Resolução CONAMA 362/

43 Agentes Produtor e Importador (Art. 6 e 16) Revendedores (Art. 17) Geradores (Art. 18) Obrigações Art. 6º - O produtor e o importador de óleo lubrificante acabado deverão coletar ou garantir a coleta e dar a destinação final ao óleo lubrificante usado ou contaminado, em conformidade com esta Resolução, de forma proporcional em relação ao volume total de óleo lubrificante acabado que tenham comercializado. Art. 16º - I - garantir, mensalmente, a coleta do óleo lubrificante usado ou contaminado, no volume mínimo fixado pelos Ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia, que será calculado com base no volume médio de venda dos óleos lubrificantes acabados, verificado no trimestre civil anterior; II - prestar ao IBAMA e, quando solicitado, ao órgão estadual de meio ambiente, até o décimo quinto dia do mês subsequente a cada trimestre civil, conforme previsto no anexo I desta Resolução, informações mensais relativas aos volumes de: a) óleos lubrificantes comercializados por tipo, incluindo os dispensados de coleta; b) coleta contratada, por coletor; e c) óleo básico rerrefinado adquirido, por rerrefinador. III - receber os óleos lubrificantes usados ou contaminados não recicláveis decorrentes da utilização por pessoas físicas, e destiná-los a processo de tratamento aprovado pelo órgão ambiental competente; IV - manter sob sua guarda, para fins fiscalizatórios, os Certificados de Recebimento emitidos pelo rerrefinador e demais documentos legais exigíveis, pelo prazo de cinco anos; V - divulgar, em todas as embalagens de óleos lubrificantes acabados, bem como em informes técnicos, a destinação e a forma de retorno dos óleos lubrificantes usados ou contaminados recicláveis ou não, de acordo com o disposto nesta Resolução; e VI - a partir de um ano da publicação desta resolução, divulgar em todas as embalagens de óleos lubrificantes acabados, bem como na propaganda, publicidade e em informes técnicos, os danos que podem ser causados à população e ao ambiente pela disposição inadequada do óleo usado ou contaminado. 1o O produtor ou o importador que contratar coletor terceirizado deverá celebrar com este contrato de coleta, com a interveniência do responsável pela destinação adequada. 2o Uma via do contrato de coleta previsto no parágrafo anterior será arquivada, à disposição do órgão estadual ambiental, onde o contratante tiver a sua sede principal, por um período mínimo de cinco anos, da data de encerramento do contrato. I - receber dos geradores o óleo lubrificante usado ou contaminado; II - dispor de instalações adequadas devidamente licenciadas pelo órgão ambiental competente para a substituição do óleo usado ou contaminado e seu recolhimento de forma segura, em lugar acessível à coleta, utilizando recipientes propícios e resistentes a vazamentos, de modo a não contaminar o meio ambiente; III - adotar as medidas necessárias para evitar que o óleo lubrificante usado ou contaminado venha a ser misturado com produtos químicos, combustíveis, solventes, água e outras substâncias, evitando a inviabilização da reciclagem; IV - alienar os óleos lubrificantes usados ou contaminados exclusivamente ao coletor, exigindo: a) a apresentação pelo coletor das autorizações emitidas pelo órgão ambiental competente e pelo órgão regulador da indústria do petróleo para a atividade de coleta; e b) a emissão do respectivo certificado de coleta. V - manter para fins de fiscalização, os documentos comprobatórios de compra de óleo lubrificante acabado e os Certificados de Coleta de óleo lubrificante usado ou contaminado, pelo prazo de cinco anos; VI - divulgar em local visível ao consumidor, no local de exposição do óleo acabado posto à venda, a destinação disciplinada nesta Resolução, na forma do anexo III; e VII - manter cópia do licenciamento fornecido pelo órgão ambiental competente para venda de óleo acabado, quando aplicável, e do recolhimento de óleo usado ou contaminado em local visível ao consumidor. I - recolher os óleos lubrificantes usados ou contaminados de forma segura, em lugar acessível à coleta, em recipientes adequados e resistentes a vazamentos, de modo a não contaminar o meio ambiente; II - adotar as medidas necessárias para evitar que o óleo lubrificante usado ou contaminado venha a ser misturado com produtos químicos, combustíveis, solventes, água e outras substâncias, evitando a inviabilização da reciclagem; III - alienar os óleos lubrificantes usados ou contaminados exclusivamente ao ponto de recolhimento ou coletor autorizado, exigindo: a) a apresentação pelo coletor das autorizações emitidas pelo órgão ambiental competente e pelo órgão regulador da indústria do petróleo para a atividade de coleta; e b) a 29

44 Coletores (Art. 19) Rerrefinadores (Art. 20) emissão do respectivo Certificado de Coleta. IV - fornecer informações ao coletor sobre os possíveis contaminantes contidos no óleo lubrificante usado, durante o seu uso normal; V - manter para fins de fiscalização, os documentos comprobatórios de compra de óleo lubrificante acabado e os Certificados de Coleta de óleo lubrificante usado ou contaminado, pelo prazo de cinco anos; VI - no caso de pessoa física, destinar os óleos lubrificantes usados ou contaminados não recicláveis de acordo com a orientação do produtor ou do importador; e VII - no caso de pessoa jurídica, dar destinação final adequada devidamente autorizada pelo órgão ambiental competente aos óleos lubrificantes usados ou contaminados não recicláveis. 1o Os óleos usados ou contaminados provenientes da frota automotiva devem preferencialmente ser recolhidos nas instalações dos revendedores. 2o Se inexistirem coletores que atendam diretamente os geradores, o óleo lubrificante usado ou contaminado poderá ser entregue ao respectivo revendedor. I - firmar contrato de coleta com um ou mais produtores ou importadores com a interveniência de um ou mais rerrefinadores, ou responsável por destinação ambientalmente adequada, para os quais necessariamente deverá entregar todo o óleo usado ou contaminado que coletar; II - disponibilizar, quando solicitado pelo órgão ambiental competente, pelo prazo de cinco anos, os contratos de coleta firmados; III - prestar ao IBAMA e, quando solicitado, ao órgão estadual de meio ambiente, até o décimo quinto dia do mês subseqüente, a cada trimestre civil, na forma do anexo II, informações mensais relativas ao volume de: a) óleo lubrificante usado ou contaminado coletado, por produtor/importador; e b) óleo lubrificante usado ou contaminado entregue por rerrefinador ou responsável por destinação ambientalmente adequada. IV - emitir a cada aquisição de óleo lubrificante usado ou contaminado, para o gerador ou revendedor, o respectivo Certificado de Coleta; V - garantir que as atividades de armazenamento, manuseio, transporte e transbordo do óleo lubrificante usado ou contaminado coletado, sejam efetuadas em condições adequadas de segurança e por pessoal devidamente treinado, atendendo à legislação pertinente e aos requisitos do licenciamento ambiental; VI - adotar as medidas necessárias para evitar que o óleo lubrificante usado ou contaminado venha a ser misturado com produtos químicos, combustíveis, solventes, água e outras substâncias, evitando a inviabilização da reciclagem; VII - destinar todo o óleo lubrificante usado ou contaminado coletado, mesmo que excedente de cotas pré-fixadas, a rerrefinador ou responsável por destinação ambientalmente adequada interveniente em contrato de coleta que tiver firmado, exigindo os correspondentes Certificados de Recebimento, quando aplicável; VIII - manter atualizados os registros de aquisições, alienações e os documentos legais, para fins fiscalizatórios, pelo prazo de cinco anos; e IX - respeitar a legislação relativa ao transporte de produtos perigosos. I - receber todo o óleo lubrificante usado ou contaminado exclusivamente do coletor, emitindo o respectivo Certificado de Recebimento; II - manter atualizados e disponíveis para fins de fiscalização os registros de emissão de Certificados de Recebimento, bem como outros documentos legais exigíveis, pelo prazo de cinco anos; III - prestar ao IBAMA e, quando solicitado, ao órgão estadual de meio ambiente, até o décimo quinto dia do mês subseqüente a cada trimestre civil, informações mensais relativas: a) ao volume de óleos lubrificantes usados ou contaminados recebidos por coletor; b) ao volume de óleo lubrificante básico rerrefinado produzido e comercializado, por produtor/ importador. 1o Os óleos básicos procedentes do rerrefino deverão se enquadrar nas normas estabelecidas pelo órgão regulador da indústria do petróleo e não conter substâncias proibidas pela legislação ambiental. 2o O rerrefinador deverá adotar a política de geração mínima de resíduos inservíveis no processo de rerrefino. 3o O resíduo inservível gerado no processo de rerrefino será considerado como resíduo classe I, salvo comprovação em contrário com base em laudos de laboratórios devidamente credenciados pelo órgão ambiental competente. 30

45 4o Os resíduos inservíveis gerados no processo de rerrefino deverão ser inertizados e receber destinação adequada e aprovada pelo órgão ambiental competente. 5o O processo de licenciamento da atividade de rerrefino, além do exigido pelo órgão estadual de meio ambiente, deverá conter informações sobre: a) volumes de outros materiais utilizáveis resultantes do processo de rerrefino; b) volumes de resíduos inservíveis gerados no processo de rerrefino, com a indicação da correspondente composição química média; e c) volume de perdas no processo. Tabela 11: Obrigações dos agentes na gestão do OLUC no Brasil. Fonte: Adaptado de CONAMA (2005) O Art. 11 criou o Grupo de Monitoramento Permanente (GMP), instituído pela Portaria Ministerial/MMA Nº 31 de 23 de fevereiro de 2007: Art. 11 O Ministério do Meio Ambiente manterá e coordenará grupo de monitoramento permanente para o acompanhamento desta Resolução, que deverá se reunir ao menos trimestralmente, ficando assegurada a participação de representantes do órgão regulador da indústria do petróleo, dos produtores e importadores, dos revendedores, dos coletores, dos rerrefinadores, das entidades representativas dos órgãos ambientais estaduais e municipais e das organizações não governamentais ambientalistas (CONAMA, 2005, p. 625). Os Ministérios de Meio Ambiente (MMA) e de Minas e Energia (MME), de acordo com as suas competências legais presentes no Art. 7 da Resolução CONAMA 362/2005 7, têm a atribuição de acompanhar o cumprimento das metas mínimas de coleta de óleos lubrificantes usados (MMA, 2011). A Portaria Interministerial MME/MMA nº 1 de 29 de julho de 1999 fixou o percentual mínimo de coleta de OLUC, a partir de 1º de outubro de 2001, em 30% do volume de óleo lubrificante acabado comercializado (MMA; MME, 1999). A tabela 12 aponta os novos percentuais mínimos de coleta de OLUC em nível nacional e regional fixados pela Portaria Interministerial MME/MMA nº 464 de 29 de agosto de 2007, que revogou a anterior de nº 1 de 29 de julho de 1999 (MMA, 2008). 7 Art. 7º: Os produtores e importadores são obrigados a coletar todo óleo disponível ou garantir o custeio de toda a coleta de óleo lubrificante usado ou contaminado efetivamente realizada, na proporção do óleo que colocarem no mercado conforme metas progressivas intermediárias e finais a serem estabelecidas pelos Ministérios de Meio Ambiente e de Minas e Energia em ato normativo conjunto, mesmo que superado o percentual mínimo fixado. Parágrafo único. Os órgãos referidos no caput deverão estabelecer, ao menos anualmente, o percentual mínimo de coleta de óleos lubrificantes usados ou contaminados, não inferior a 30% (trinta por cento), em relação ao óleo lubrificante acabado comercializado, observado o seguinte: I - análise do mercado de óleos lubrificantes acabados, na qual serão considerados os dados dos últimos três anos; II - tendência da frota nacional quer seja rodoviária, ferroviária, naval ou aérea; III - tendência do parque máquinas industriais consumidoras de óleo, inclusive agroindustriais; IV - capacidade instalada de rerrefino; V - avaliação do sistema de recolhimento e destinação de óleo lubrificante usado ou contaminado; VI - novas destinações do óleo lubrificante usado ou contaminado, devidamente autorizadas; VII - critérios regionais; e VIII - as quantidades de óleo usado ou contaminado efetivamente coletadas (CONAMA, p. 624, 2005). 31

46 Regiões ANO Nordeste Norte Centro-Oeste Sudeste Sul Brasil % 17% 27% 42% 33% 33,40% % 20% 29% 42% 34% 34,20% % 23% 31% 42% 35% 35,00% % 24% 31% 42% 35% 35,90% Tabela 12: Percentuais mínimos de coleta do óleo lubrificante usado ou contaminado por região e nacional (Portaria MMA/MME n 464/2007). Fonte: MMA (2008) Em 2012, a Portaria Interministerial MMA/MME n 59 de 17 de fevereiro de 2012 revogou a Portaria MMA/MME nº 464/2007 e estabeleceu novos percentuais mínimos de coleta, apresentados na tabela 13. Regiões ANO Nordeste Norte Centro-Oeste Sudeste Sul Brasil % 26% 32% 42% 36% 36,90% % 28% 33% 42% 36% 37,40% % 30% 34% 42% 37% 38,10% % 31% 35% 42% 37% 38,50% Tabela 13: Percentuais mínimos de coleta do óleo lubrificante usado ou contaminado por região e nacional (Portaria MMA/MME nº 59/2012). Fonte: MMA (2013) É possível identificar através das informações acima a complexidade que envolve todo o processo de gestão do OLUC e sua importância para o desenvolvimento sustentável e preservação do meio ambiente. O não cumprimento das normas presentes na Resolução 362 do CONAMA será classificado como crime ambiental e poderão estar sujeitos à multa os agentes envolvidos (CONAMA, 2005). É importante citar que, 32

47 A fiscalização do cumprimento das obrigações previstas nesta Resolução e aplicação das sanções cabíveis é de responsabilidade do IBAMA e do órgão estadual e municipal de meio ambiente, sem prejuízo da competência própria do órgão regulador da indústria do petróleo (CONAMA, 2005, p. 628). Na próxima sessão serão apresentados os pressupostos presentes na Lei Federal nº /2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que dispõe sobre a gestão dos resíduos sólidos no Brasil A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS): Lei Federal nº /2010 A crescente preocupação com a preservação dos recursos naturais e com a questão de saúde pública associada a resíduos sólidos indica que políticas públicas para tratar desses temas tendem a ser cada vez mais demandadas pela sociedade (FERNANDEZ, 2012). O reflexo dessa preocupação no Brasil condicionou a regulamentação, em dezembro de 2010, da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que além de visar à regulação da gestão adequada dos resíduos, também é entendida como um indutor do desenvolvimento econômico, social e ambiental (FERNANDEZ, 2012). Segundo a Norma NBR Resíduos Sólidos Classificação, os resíduos sólidos são definidos por: Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (ABNT, 2004, p. 1). A política referida tem como marco a obrigatoriedade da logística reversa, apresentada como um de seus instrumentos no Capítulo III, Art 8º. Para a implementação da logística reversa é necessário o acordo setorial, que representa ato de natureza contratual firmado entre o poder público e fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto (BRASIL, 2012). A definição de responsabilidade compartilhada está presente no capítulo II da PNRS: 33

48 Conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta Lei (BRASIL, 2012, p. 11). O Art. 33. da PNRS relata a obrigatoriedade da logística reversa: São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de: I agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas técnicas; II pilhas e baterias; III pneus; IV óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; V lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; VI produtos eletroeletrônicos e seus componentes. (BRASIL, 2012, p. 29 e 30) Apesar de destacar no artigo acima alguns produtos específicos, a PNRS também atenta à preocupação com outros resíduos os quais podem ser perigosos ao meio ambiente e que até mesmo podem ser integrados ao processo da logística reversa, destacados nos seguintes parágrafos do Art. 33: 1o Na forma do disposto em regulamento ou em acordos setoriais e termos de compromisso firmados entre o poder público e o setor empresarial, os sistemas previstos no caput serão estendidos a produtos comercializados em embalagens plásticas, metálicas ou de vidro, e aos demais produtos e embalagens, considerando, prioritariamente, o grau e a extensão do impacto à saúde pública e ao meio ambiente dos resíduos gerados. 2o A definição dos produtos e embalagens a que se refere o 1o considerará a viabilidade técnica e econômica da logística reversa, bem como o grau e a extensão do impacto à saúde pública e ao meio ambiente dos resíduos gerados (BRASIL, 2012, p. 30). A definição de resíduos perigosos é encontrada no Art. 13 do documento, sendo: Aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica (BRASIL, p. 17, 2012). Existem outros instrumentos legais na esfera nacional que guardam relação com a gestão e o gerenciamento dos resíduos dos produtos abordados na PNRS. A tabela 14 reúne uma ordem cronológica decrescente desses instrumentos legais (FERNANDEZ, 2012). 34

49 Documento Decreto nº 7.404/2010 Lei Federal nº /2010 Resolução do Conama nº 416/2009 Resolução da ANP nº. 20/2009 Resolução da ANP nº 19/2009 Portaria do Inmetro nº 101/2009 Resolução do Conama nº 401/2008 Portaria interministerial MME/ MMA nº 464/2007 Portaria do MMA nº 31/2007 Lei Federal no /2007 Resolução do Conama nº 362/2005 Decreto nº 4.871/2003 Lei Federal nº /2001 Lei nº 9.966/2000 Portaria da ANP nº 130/1999 Portaria da ANP nº 128/1999 Portaria da ANP nº 127/1999 Portaria da ANP nº 125/1999 Portaria da ANP nº 81/1999 Portaria da ANP nº 159, de 05 de novembro de 1998 Lei Federal nº 9.605/1998 Portaria do Ibama nº 32/1995 Descrição Regulamenta a Lei no /2010, institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada, e dá outras providências. Estabelece os requisitos necessários à autorização para o exercício da atividade de coleta de óleo lubrificante usado ou contaminado, e a sua regulação. Estabelece os requisitos necessários à autorização para o exercício da atividade de rerrefino de óleo lubrificante usado ou contaminado, e a sua regulação. Aprova a nova Lista de Grupos de Produtos Perigosos e o novo Anexo E. Estabelece os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e baterias comercializadas no território nacional e os critérios e padrões para o seu gerenciamento ambientalmente adequado, e dá outras providências. Revoga a Resolução do Conama no 257/1999. Dispõe que os produtores e os importadores de óleo lubrificante acabado são responsáveis pela coleta de todo óleo lubrificante usado ou contaminado, ou alternativamente, pelo correspondente custeio da coleta efetivamente realizada, bem como sua destinação final de forma adequada. Institui Grupo de Monitoramento Permanente para o acompanhamento da Resolução do Conama no 362, de 23 de junho de 2005, que dispõe sobre o recolhimento, a coleta e a destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico. Altera as Leis no 6.766, de 19 de dezembro de 1979; no 8.036, de 11 de maio de 1990; no 8.666, de 21 de junho de 1993; e no 8.987, de 13 de fevereiro de Revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de Dispõe sobre o recolhimento, coleta e destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado. Dispõe sobre a instituição dos planos de áreas para o combate à poluição por óleo em águas sob jurisdição nacional e dá outras providências. Estatuto das Cidades. Estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição. Dispõe sobre a comercialização dos óleos lubrificantes básicos rerrefinados no país. Regulamenta a atividade industrial de rerrefino de óleo lubrificante usado ou contaminado a ser exercida por pessoa jurídica sediada no país, organizada de acordo com as leis brasileiras. Regulamenta a atividade de coleta de óleo lubrificante usado ou contaminado a ser exercida por pessoa jurídica sediada no país, organizada de acordo com as leis brasileiras. Regulamenta a atividade de recolhimento, coleta e destinação final do óleo lubrificante usado ou contaminado. Dispõe sobre o rerrefino de óleos lubrificantes usados ou contaminados, e dá outras providências Determina que o exercício da atividade de rerrefino de óleos lubrificantes usados ou contaminados depende de registro prévio junto à Agência Nacional do Petróleo (ANP). Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Obriga ao cadastramento no Ibama as pessoas físicas e jurídicas que importem, produzam ou comercializem a substância mercúrio metálico. 35

50 Portaria do Minfra nº 727/1990 Decreto Federal nº /1989 Lei Federal nº 6.938/1981 Autoriza, observadas as disposições da portaria, que pessoas jurídicas exerçam atividade de rerrefino de óleos lubrificantes minerais usados ou contaminados. Dispõe sobre o controle da produção e da comercialização de substância que comporta risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente, e dá outras providências, em específico para o mercúrio metálico. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Tabela 14: Instrumentos legais de abrangência nacional. Fonte: Fernandez (2012) A tabela 15 apresenta os Estados nacionais com políticas estaduais de resíduos sólidos. Estado Regulamentação Mato Grosso Lei no 7.862/2002. Minas Gerais Lei no /2009. Paraná Lei no /2005. Pernambuco Lei no /2001 (antiga). Lei no /2010 (nova). Rio de Janeiro Lei no 4.191/2003. Santa Catarina Lei no /2003. São Paulo Lei no /2006. Ceará Lei no /2001. Tabela 15: Estados com política estadual de resíduos sólidos. Fonte: Fernandez (2012) Alguns estados apresentam instrumentos legais relacionados aos resíduos do sistema da logística reversa, como mostra a tabela

51 Estado Documento Regulamentação Mato Grosso Lei no Dispõe sobre coleta, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final 8.876/2008 do lixo tecnológico. Minas Gerais Lei no /2000 Atribui ao Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) a competência de estabelecer normas para o recolhimento, reutilização e reciclagem de resíduos especiais. Lei no Estabelece alguns princípios para a gestão de resíduos sólidos no estado /1999. Paraná Pernambuco Rio de Janeiro Santa Catarina Espírito Santo São Paulo Rio Grande do Sul Lei no /2008 Decreto no /2002 Lei no 5.131/2007 Lei no 2.011/1992 Lei no /2000 Lei no 6.834/2001 Lei no /2008 Lei no /2001 Portaria CAT no 60, de 04 de agosto de 2000 Resolução da SMA no 24/2010 Resolução da SMA no 131/2010 Lei no /1998 Obriga as empresas produtoras e distribuidoras, que comercializam equipamentos de informática, a criarem e manterem um programa de recolhimento, reciclagem e destruição destes equipamentos sem causar poluição ambiental. Regulamenta a Lei no /2001 e menciona o lixo tecnológico Torna obrigatório que os estabelecimentos situados no estado do Rio de Janeiro que comercializem lâmpadas fluorescentes coloquem à disposição dos consumidores lixeira para sua coleta quando descartadas ou inutilizadas, e dá outras providências. Dispõe sobre a obrigatoriedade da implementação de programa de redução de resíduos. Regulamenta sobre a coleta, o recolhimento e o destino final de resíduos sólidos potencialmente perigosos. Dispõe sobre a responsabilidade da destinação de lâmpadas usadas, no estado do Espírito Santo. Responsabilização pós-consumo do fabricante, importador e empresas que comercializem produtos e respectivas embalagens ofertadas ao consumidor final. Dispõe sobre o descarte final de produtos potencialmente perigosos do resíduo urbano que contenham metais pesados. Lixo tóxico (Lei Estadual no /2009) Altera a Portaria CAT no 81/1999, que disciplina o procedimento de coleta, transporte e recebimento de óleo lubrificante usado ou contaminado. Estabelece a relação de produtos geradores de resíduos de significativo impacto ambiental, para fins do disposto no Artigo 19, do Decreto Estadual no , de 5 de agosto de 2009, que regulamenta a Lei Estadual no , de 16 de março de 2006, e dá providências correlatas. Altera Resolução da SMA no 24/2010, altera os Artigos 2o, 3o, 4o e 5 o e acrescenta o Artigo 5ºA a Resolução da SMA no 24, de 30 de março de 2010, que estabelece a relação de produtos geradores de resíduos de significativo impacto ambiental no estado de São Paulo. Estabelece normas para o descarte de pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes que contenham mercúrio, proibindo a disposição em depósitos públicos de resíduos sólidos e sua incineração. Tabela 16: Instrumentos legais relativos aos resíduos do sistema da logística reversa e os respectivos estados. Fonte: Fernandez (2012) É notável que o Brasil tenha evoluído quanto à legislação nacional para a redução dos impactos ambientas causados pela má gestão dos resíduos sólidos, descartados pelas empresas 37

52 e pelos consumidores. A obrigatoriedade da logística reversa, apesar dos baixos incentivos governamentais, possibilitará uma expansão das práticas de sistemas logísticos reversos no país e, consequentemente, grandes oportunidades empresariais e profissionais nessas diversas áreas, além da preservação dos recursos naturais. A PNRS de 2010 reforçou as diretrizes apresentadas anteriormente pela Resolução Conama 362/2005 referente à necessidade de uma gestão adequada do OLUC no país. Com o objetivo de evitar que o OLUC seja descartado no meio ambiente, causando os danos anteriormente apresentados, foi desenvolvido no Brasil um sistema de logística reversa que envolve diversos agentes do setor público e privado deste mercado para atender de forma efetiva a legislação nacional, incentivando a coleta do óleo usado e o retorno da matéria prima deste produto para a cadeia produtiva através do rerrefino. No próximo capítulo serão apresentadas a logística da distribuição dos óleos lubrificantes no Brasil, as principais práticas de logística reversa e os agentes de maior destaque envolvidos neste setor. 38

53 CAPÍTULO III 3. A LOGÍSTICA REVERSA DE ÓLEOS LUBRIFICANTES USADOS OU CONTAMINADOS (OLUC) E DE SUAS EMBALAGENS PLÁSTICAS NO BRASIL Neste capítulo, têm-se como objetivos apresentar as principais práticas de logística reversa desenvolvidas no setor de lubrificantes no Brasil. Serão identificados, ainda nesta sessão, os agentes envolvidos neste processo, a logística de distribuição do produto, as empresas de maior destaque no mercado, o processo de rerrefino do óleo usado e os riscos ao meio ambiente e à sociedade causados pelo gerenciamento inadequado dos resíduos gerados pós-uso deste produto, apontando a forma adequada de gestão dos mesmos. Além destas informações, também serão apresentados os benefícios, as dificuldades e os desafios da implementação deste sistema logístico reverso no país. 3.1 A LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO DOS ÓLEOS LUBRIFICANTES NO BRASIL Conhecer a logística de distribuição dos óleos lubrificantes é importante para identificar quais são os agentes envolvidos no setor e atribuir futuramente suas responsabilidades no que se refere à gestão dos resíduos gerados pelo uso do produto. Inicialmente, os óleos básicos provenientes das refinarias de petróleo, da importação e das rerrefinadoras são encaminhados às empresas que promovem sua aditivação, originando os óleos lubrificantes acabados (IBAMA, 2008). Os fabricantes de óleos lubrificantes acabados distribuem cerca de 40% do produto aos grandes consumidores, 40% às distribuidoras e atacadistas e 20% ao varejo. As distribuidoras e atacadistas comercializam cerca de 10% do produto recebido pelos fabricantes para os grandes consumidores e 30% para o varejo, que os revende aos pequenos consumidores (SILVA, 2013). A figura 8 ilustra a logística de distribuição dos óleos lubrificantes acabados. 39

54 Figura 8: A logística de distribuição dos óleos lubrificantes acabados no Brasil, em percentuais Fonte: Silva (2013) De acordo com as estimativas do setor, os maiores responsáveis pela revenda de óleos lubrificantes acabados são oficinas mecânicas (33%), postos de combustíveis (26%) e concessionárias (18%), como mostra a figura 9 (FECOMBUSTÍVEIS, 2012). Figura 9: Canais de venda de lubrificantes acabados no Brasil, em percentuais Fonte: Fecombustíveis (2012) Após o término da vida útil do produto, os óleos lubrificantes são trocados e tornam-se resíduos perigosos chamados de OLUC. As trocas de óleos automotivos no Brasil são realizadas, em geral, em postos de serviços e oficinas e em seguida são coletados por 40

55 empresas coletoras e rerrefinadoras devidamente cadastradas na ANP. Este resíduo deve ser coletado em sua totalidade e repassado ao setor de rerrefino como matéria prima, retornando, posteriormente, ao processo de produção de lubrificantes acabados, evitando seu descarte no meio ambiente (IBAMA, 2008). Outros resíduos perigosos gerados no ciclo de produção e comercialização dos óleos lubrificantes são suas embalagens, que sempre acumulam restos do produto. O destino mais adequado destas embalagens, após o uso do óleo, é a reciclagem (PROGRAMA JOGUE LIMPO, 2013). No Brasil, a logística reversa das embalagens plásticas de óleos lubrificantes é obrigatória e regulamentada pela PNRS O Programa Jogue Limpo, que será abordado nas próximas sessões desta pesquisa, é considerado a grande referência de sistema logístico reverso destes resíduos no país. A figura 10 ilustra a logística da produção e da comercialização dos óleos lubrificantes no Brasil e a destinação adequada de seus resíduos. Figura 10: A logística da produção e da comercialização dos óleos lubrificantes no Brasil. Fonte: Sindirrefino 8 8 Disponível em: Acesso em: 13 out

56 O país possui cerca de postos de serviços, 156 produtores e distribuidores, concessionárias e oficinas mecânicas atuando no mercado de lubrificantes (RICCI, 2012). A figura 11 identifica o quantitativo de agentes envolvidos na logística de produção e comercialização e na logística reversa dos óleos lubrificantes no Brasil. Figura 11: Agentes da cadeia produtiva do mercado de lubrificantes no Brasil (dados referentes à Março de 2013). Fonte: Ricci (2012) A figura 12 mostra a participação no mercado das principais distribuidoras de óleo lubrificante acabado no país. Nos anos de 2011 e 2012, a BR obteve a maior participação no mercado entre as empresas analisadas (20,3 e 20,5% respectivamente), seguida da Ipiranga (12,4 e 13,6%) e Cosan (12,0% e 13,3%) (CARVALHOL et al, 2013). 42

57 Figura 12: Participação no mercado de óleo lubrificante acabado entre 2011 e 2012, em percentuais. Fonte: Carvalho et al (2013) O Brasil possui três refinarias que produzem óleos básicos no país: a Refinaria Duque de Caxias (REDUC), no Rio de Janeiro; a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), em Mataripe na Bahia; e a Lubrificantes do Nordeste (LUBNOR), em Fortaleza (CANCHUMANI, 2013). A REDUC refina petróleos parafínícos importados produzindo os seguintes básicos: Neutros Leve, Médio e Pesado e também dois tipos de Spindle; um apropriado para uso em transformadores e outro destinado a produção de óleos brancos. Sob a denominação de Turbina, temos os Turbina Leve e Pesado. Além disto, ainda são produzidos os básicos: Cilindro I e II e o Bright Stock (Básico Brilhante). A RLAM refina o petróleo baiano, produzindo os óleos básicos Neutros Leve e Médio em conjunto com o Bright Stock. A LUBNOR refina petróleo naftênico importado, produzindo através de hidrogenação, óleos lubrificantes naftênicos e isolantes. (CANCHUMANI, p. 19 e 20, 2013). A LUBNOR produz em média por ano m³ de óleos básicos, enquanto a RLAM produz cerca de m³/ano e a REDUC m³/ano (FILHO, 2010). A seguir, serão apresentadas as principais práticas de logística reversa desenvolvidas no setor de lubrificantes no Brasil, os agentes envolvidos neste processo, as dificuldades e os benefícios de uma gestão adequada dos resíduos gerados por este produto. 3.2 A LOGÍSTICA REVERSA DOS ÓLEOS LUBRIFICANTES USADOS OU CONTAMINADOS (OLUC) NO BRASIL A troca do óleo usado ou contaminado 43

58 A troca de óleo é uma das operações mais importante do ciclo de vida do OLUC. É neste momento que o óleo usado é retirado de dentro do motor ou equipamento e em seguida é armazenado em um local seguro, para que não haja contaminação do ambiente ou do próprio produto com outras substâncias. Além disto, é necessário que os trabalhadores envolvidos no processo estejam em segurança e corretamente equipados para evitar qualquer tipo de contato direto com o resíduo gerado (CONAMA, 2009). Existem dois modos para a realização da troca do óleo lubrificante: o tradicional, onde se retira o bujão do cárter, ou peça equivalente, para que o óleo usado escoe por ação da gravidade; e um método mais moderno, que usa de bombas de sucção para a retirada do óleo usado a vácuo, aumentando a rapidez e a segurança do processo, principalmente por acondicionar o resíduo do motor sem contato direto com o trabalhador (CONAMA, 2009). A tabela 17 possui informações resumidas relativas ao gerenciamento dos resíduos gerados na troca de óleo lubrificante, apontando as formas corretas de armazenagem e destinação após o descarte do produto. 44

59 RESÍDUO FORMA DE ARMAZENAGEM TEMPORÁRIA DESTINAÇÃO ADEQUADA Óleos lubrificantes usados ou contaminados Acondicionado em bombonas, latões, tambores ou tanques sobre bacia de contenção e local adequado. Entrega para Coletor Autorizado. Embalagens usadas de óleo lubrificante 1. Escoamento do óleo lubrificante restante; 2. Acondicionado em separado em bombonas ou latões específicos sobre bacia de contenção e local adequado. Reciclagem (se possível); Aterro licenciado de resíduos perigosos (se não houver alternativa de tratamento). Filtros de óleo usados 1. Escoamento do óleo lubrificante restante; 2. Acondicionado em separado em bombonas ou latões específicos sobre bacia de contenção e local adequado. Reciclagem (se possível); Aterro licenciado de resíduos perigosos (se não houver alternativa de tratamento). Estopas e tecidos com óleo lubrificante Acondicionamento em embalagem identificada e armazenagem temporária em local adequado. Aterro licenciado de resíduos perigosos. Serragem ou areia com óleo lubrificante Fluído de limpeza de ferramentas sujas com óleo lubrificante Águas contaminadas com óleos lubrificantes Acondicionamento em embalagem identificada e armazenagem temporária em local adequado. Acondicionamento em separado em embalagem identificada e armazenagem temporária em local adequado. Separação do óleo da água através de centrifugação ou caixa de separação água/óleo. Aterro licenciado de resíduos perigosos. Aterro licenciado de resíduos perigosos ou empresa licenciada de tratamento de efluentes líquidos. 1. Água: reuso nos sistemas de limpeza; 2. Óleo lubrificante: coletor autorizado; 3. Outros resíduos oleosos: aterro licenciado de resíduos perigosos. Tabela 17: Gerenciamento correto dos resíduos gerados na troca do óleo lubrificante. Fonte: Adaptado de CONAMA (2009) A coleta do óleo lubrificante usado ou contaminado 45

60 O Brasil possui serviços de coletas de OLUC em grande parte de seus municípios. O Sindicato Nacional da Indústria do Rerrefino de Óleos Minerais (Sindirrefino) é destaque no segmento, congregando a maioria dos rerrefinadores do país e parcela significativa dos coletores, todos devidamente autorizados pela ANP e que atendem em diversos Estados brasileiros. A tabela 18 apresenta a relação das empresas coletoras de OLUC autorizadas pela ANP no Brasil. COLETORES AUTORIZADOS PELA ANP 1. Antônio Hilário de Souza e Cia. Ltda 2. Betumat Química Ltda 3. Biopetro Prestação de Serviços Ambientais Ltda ME 4. Brasquímica Lubrificantes Ltda 5. Brazão Lubrificantes Ltda 6. Dgol Indústria e Comércio de Lubrificantes Ltda 7. Eternal - Ind. Com. Serviços e Tratamento de resíduos da Amazônia Ltda 8. Fábrica Química Petróleo de Derivados Ltda 9. Indústria Petroquímica do Sul Ltda 10. José Carlos de Mendonça Regente Feijó EPP 11. Leandro Fazion 12. Lubrasil Lubrificantes Ltda 13. Lubrificantes Fênix Ltda 14. Lubririber Comercial Ribeirão Preto de Lubrificantes Ltda 15. Lwart Lubrificantes Ltda 16. Molecular Brasil Ltda 17. Multimineral Química Ltda 18. Nortoil Lubrificantes Ltda 19. Perfilub Indústria e Comércio de Produtos de Petróleo Ltda 20. Petrolub Industrial de Lubrificantes Ltda 21. Prolub Rerrefino de Lubrificantes Ltda 22. Proluminas Lubrificantes Ltda 23. Química Industrial Supply Ltda 24. Reginaldo José da Costa - ME 25. Renato Aparecido Santos Matão Ltda 26. Rode Removedora de Resíduos Ltda 27. Silvio Furquim Pereira Votorantim - ME 28. Tansul Industrial de Embalagens Ltda 29. Tasa Lubrificantes Ltda 30. Transmar Óleos Comércio e Derivados Ltda - ME 31. T.R.O. Tratamento e Reciclagem de Óleos, Indústria e Comércio Ltda. 32. Vitoria Ambiental Engenharia e Tecnologia S/A Tabela 18: Relação das empresas coletoras de óleo lubrificante usado ou contaminado autorizadas pela ANP. Fonte: ANP (2013a) 46

61 O Sindirrefino tem como prioridade a articulação da iniciativa privada com os diversos setores de governo, empresas públicas e privadas, Justiça do Trabalho, Ministério Público do Meio Ambiente e Entidades de classe ligadas à atividade com óleos lubrificantes 9. Entre as empresas associadas a este sindicado estão a Brazão, IPS Indústria, Lubrasil, Lwart Lençóis Paulista, Lwart Nordeste, Perfilub e Proluminas 10. A tabela 19 apresenta a abrangência geográfica das atividades do Sindirrefino e de seus parceiros nas regiões do Brasil. Região Cidades Atendidas Centro Oeste 364 Nordeste Norte 82 Sudeste Sul Brasil Tabela 19: Abrangência Geográfica de Atuação do Sindirrefino. Fonte: Adaptado de Sindirrefino 11 O OLUC é coletado através de diversos pontos de geração (postos, oficinas, garagens, indústrias, portos, ferrovias, aeroportos, etc.) e em seguida é entregue a um rerrefinador regularmente licenciado pelo órgão ambiental competente e autorizado pela ANP (CONAMA, 2009). Na tabela 20 são listadas as empresas rerrefinadoras devidamente autorizadas pela ANP no Brasil. 9 Disponível em: Acesso em 29 set Disponível em: Acesso em 03 out Disponível em: Acesso em 29 set

62 RERREFINADORAS AUTORIZADAS PELA ANP 1. Brazão Lubrificantes Ltda. 2. Eternal Indústria, Comércio Serviços e Tratamento de Resíduos da Amazônia Ltda. 3. Fábrica Química Petróleo e Derivados Ltda. 4. Falub Indústria e Comércio de Lubrificantes Ltda. 5. Indústria Petroquímica do Sul ltda. 6. Lubrasil Lubrificantes ltda. 7. Lubrificantes Fênix 8. Lubrinor Lubrificantes do Nordeste ltda. 9. Lwart Lubrificantes ltda. 10. Lwart Lubrificantes do Nordeste ltda. 11. Multimineral Química ltda. 12. Nortoil Lubrificantes ltda. 13. Perfilub Indústria e Comércio de Produtos de Petróleo ltda. 14. Petrolub Industrial de Lubrificantes ltda. 15. Prolub Rerrefino de Lubrificantes Ltda. 16. Proluminas Lubrificantes ltda. 17. Química Industrial Supply. 18. Rerrefinadora Brasileira de Óleos Lubrificantes ltda. 19. Tasa Lubrificantes ltda. Tabela 20: Relação das empresas rerrefinadoras de óleo lubrificante usado ou contaminado autorizadas pela ANP. Fonte: ANP (2013b) Para a correta operacionalização do serviço de coleta, o coletor deve possuir uma frota de caminhões especiais com o número de autorização da ANP estampado no veículo e em todos seus documentos, trabalhar com equipamentos específicos, além de emitir um certificado de coleta no final do processo, documento essencial para garantir ao gerador/consumidor o alcance da lei com responsabilidade social e ambiental (CONAMA, 2009). A Lwart Lubrificantes é uma das associadas ao Sindirrefino que se destaca no mercado. A Lwart rerrefina anualmente cerca de 150 milhões de litros de óleo lubrificante usado, correspondendo a cerca de 45% do volume que é disponibilizado para a coleta no Brasil. A empresa cumpre todas as exigências da ANP e é a única do setor que durante o processo do rerrefino transforma seus derivados em subprodutos e novas matérias-primas, como combustíveis e plastificantes 12. A Lwart é líder na América Latina no setor de coleta e rerrefino de OLUC. A proximidade com os clientes através dos centros de coleta, a promoção de um atendimento voltado para cada necessidade do consumidor, além de uma equipe qualificada, são os 12 Disponível em: Acesso em 04 out

63 diferenciais da companhia. Para a captação do óleo usado, estão distribuídos no Brasil 16 centros que concentram a coleta realizada em milhares de postos de gasolina, oficinas mecânicas, indústrias, propriedades rurais, transportadoras, entre outros locais 13. Além de possuir uma frota de 300 caminhões conduzidos por motoristas rigorosamente treinados para manuseio e transporte de produtos perigosos, as atividades da Lwart lubrificantes - coleta, transporte e armazenamento são certificadas por órgãos oficiais e a cada operação é emitido o Certificado de Coleta (CCO), que comprova que a fonte geradora está agindo de acordo com a lei e de forma sustentável 14. Outra empresa destaque no setor de coleta e rerrefino no Brasil é a Lubrasil lubrificantes ltda. A companhia iniciou suas atividades no ano de 1977 em Piracicaba coletando 230 m³/mês de OLUC e produzindo 150 m³/mês de óleo básico rerrefinado. A empresa mantém um Sistema de Gestão de Qualidade que gerencia a especialização de toda sua mão de obra com cursos e treinamentos específicos 15. A Lubrasil ltda conta com uma equipe altamente qualificada e uma frota de centena de caminhões próprios e terceiros, com motoristas equipados e treinados para atender todas as normas, procedimentos e manutenções exigidos pela legislação, além de realizar a coleta de OLUC em vários estados do Brasil em diferentes fontes geradoras. Atualmente, a empresa é uma das maiores do setor de coleta e rerrefino do país, com a produção de m³/mês de óleo básico rerrefinado, 10% de toda a produção nacional. Em 2013, obteve uma escala internacional de produção, aumentando para m³/mês sua capacidade nominal 16. A figura 13 mostra a participação no mercado das principais rerrefinadoras de óleo lubrificante no Brasil nos anos de 2011 e A Lwart obteve a maior participação entre as empresas analisadas neste período (40,6 e 38,9% respectivamente), seguida da Lubrasil (10,0 e 13,2%) e Proluminas (9,5% e 11,1%) (CARVALHO et al, 2013). 13 Idem 14 Ibidem 15 Disponível em: Acesso em: 04 out Idem 49

64 Figura 13: Participação no mercado de óleo lubrificante rerrefinado entre 2011 e 2012, em percentuais. Fonte: Carvalho et al (2013) O Brasil possui cerca de 42 coletores e 19 rerrefinarias espalhados pelo território nacional e que contribuem diretamente para o desenvolvimento da logística reversa do OLUC no país (CANCHUMANI, 2013), como mostra a figura

65 Figura 14: Pontos de coletores e rerrefinarias distribuídas nas Regiões do Brasil. Fonte: Canchumani (2013) O Brasil já contou com cerca de 50 pequenas usinas de rerrefino de óleo usado no país. A causa para a queda desse número de rerrefinadoras foi o fim de uma tributação incentivadora à logística reversa dos óleos usados por meio de um imposto único (advalorem) sobre os óleos rerrefinados previsto na legislação até o ano de Este incentivo permitia a coleta financiada pelo próprio rerrefinador e remunerava convenientemente as fontes geradoras do OLUC, que com o montante arrecadado, pagavam os salários dos funcionários. Desta forma, este atrativo econômico funcionava melhor do que qualquer tipo de fiscalização (LEITE, 2012). Em 1988, o governo decretou o fim do imposto único, ocorrendo uma súbita perda de interesse na operação de reciclagem do óleo lubrificante para a cadeia reversa e em particular para o rerrefinador. A partir dessa data, as margens de lucro dos diversos elos da cadeia reversa foram reduzidas e as etapas de coleta e rerrefino de empresas localizadas fora do eixo Rio-São Paulo passaram a não ser convenientemente remuneradas, em função dos custos de transporte e consolidações, inviabilizando a maioria das 32 empresas de rerrefino da época, o que resultou no fechamento de grande parte delas, restando apenas 8 empresas no citado eixo geográfico (LEITE, p. 151, 2012). Com o fim do imposto único, a continuidade de algumas empresas em Regiões como Norte, Nordeste e Centro Oeste não foi possível. 51

66 Essa inviabilidade está relacionada principalmente com o aspecto logístico do transporte de insumos e de óleo usado para indústrias fora do eixo Rio-São Paulo, pois as empresas compradoras do óleo rerrefinado localizam-se no Rio de Janeiro e a principal área de coleta de óleos usados situa-se na Região Sudeste. Fica evidente, portanto, o impacto do fator logístico do transporte de óleos usados e outros insumos para as regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste do Brasil (LEITE, p.151, 2012). A região Sudeste é a que comporta o maior número de agentes envolvidos na logística reversa de OLUC no Brasil, totalizando 25 coletores e 11 rerrefinadores (CANCHUMANI, 2013). Vale ressaltar que nem todos os coletores e rerrefinadores apresentados acima fazem parte do Sindirrefino O rerrefino do OLUC Anteriormente foi visto que, de acordo com a legislação nacional, o destino mais adequado para os OLUCs é o processo de rerrefino. Esta técnica é caracterizada por processos industriais destinados à remoção de contaminantes 17, produtos de degradação e aditivos dos óleos lubrificantes usados ou contaminados, conferindo aos mesmos características de óleos básicos (CONAMA, 2008, p. 15), possibilitando assim a reciclagem de uma matéria prima importante para o ciclo produtivo do produto. O rerrefino do OLUC traz uma série de benefícios ambientais e econômicos. Esta atividade permite reciclar um resíduo perigoso com o método ambientalmente mais seguro, impedindo a contaminação do meio ambiente (PROGRAMA JOGUE LIMPO, 2013, p. 74). Na perspectiva econômica, Permite reduzir a quantidade de óleo básico para a produção do óleo lubrificante virgem e, consequentemente, a importação de petróleo do tipo leve, uma vez que o petróleo brasileiro é predominante do tipo pesado e os óleos básicos são produzidos com uma parte de petróleo do tipo leve (PROGRAMA JOGUE LIMPO, 2013, p. 74). A prática do rerrefino pode ser inviabilizada caso o óleo lubrificante usado se misture com outras substancias como solventes, tintas, água ou combustíveis, fazendo com que o produto não preste mais para ser rerrefinado. Caso isto ocorra, o coletor autorizado pode recusar a coleta do resíduo, tornando o agente contaminador o responsável pela destinação ambientalmente adequada da mistura, o que pode sair muito caro (CONAMA, 2009). 17 Entre os contaminantes presentes no produto estão o chumbo, arsênio, cádmio, cromo, 111 tricloroetano, tricloroeteno, tetracloroeteno, percloroetileno, tolueno e naftaleno (IBAMA, 2008). 52

67 Após receber o OLUC coletado, o rerrefinador tem como função fazer testes para verificar se existe alguma espécie de contaminação que inviabilize ou retire a eficiência do processo de rerrefino (CONAMA, 2009). A tabela 21 apresenta um exemplo dos testes que são realizados neste processo no Brasil e suas finalidades. 53

68 TESTE FINALIDADE Verificar se o percentual de água não supera o limite máximo admissível para garantir a eficiência do processo de rerrefino. Destilação Verificar a existência de contaminação por óleos vegetais ou material orgânico que inviabilizaria o processo de rerrefino. Saponificação Verificar a presença de substâncias químicas que comprometeriam a segurança do produto final, notadamente PCB s. Análise de contaminantes químicos 54

69 Tabela 21: Testes realizados nos óleos lubrificantes usados ou contaminados e suas finalidades. Fonte: Conama (2009) No Brasil, o rerrefino é desenvolvido com alta tecnologia. Após os testes de qualidade do produto, o óleo lubrificante usado ou contaminado é tratado através de um dos vários processos existentes de rerrefino (CONAMA, 2009). Um destes processos compreende as seguintes etapas, apresentadas e descritas na tabela

70 ETAPAS DO PROCESSO DE RERREFINO Desidratação Destilação Flash Desasfaltamento Tratamento Químico - Borra Ácida Clarificação e Neutralização Filtração DESCRIÇÃO Após ser descarregado numa caixa receptadora, o óleo usado passa por um peneiramento e por uma filtração para a retenção de partículas grosseiras. A desidratação é iniciada com um pré-aquecimento do óleo até 80 C antes de ser enviado aos desidratadores. Numa operação em batelada, o óleo é desidratado a 180 C em desidratadores com trocador externo em circulação forçada. A água e os solventes evaporados são condensados e separados em um separador de fases. Os solventes são aproveitados como combustível para os fornos e a água é enviada para tratamento (ETE). Uma vez desidratado, o óleo é bombeado para um forno onde é aquecido até uma temperatura de 280 C. A partir daí, o óleo entra no sistema de vasos de flasheamento sob alto vácuo (28 mbar). Aqui são separadas as frações leves do óleo usado: óleo neutro leve, óleo spindle e óleo diesel. O óleo neutro leve entra na formulação de óleo com média viscosidade. O óleo spindle é usado em formulações diversas. O óleo diesel é empregado como combustível. Estas frações precisam de um acabamento antes do seu uso. O óleo destilado é bombeado para outro forno, onde é aquecido a uma temperatura de 380oC, e enviado para os evaporadores de película. Nesta etapa, é separada a fração asfáltica do óleo sob alto vácuo (1 mbar). A fração asfáltica é composta pela maior parte degradada do óleo lubrificante usado. Na sua composição encontramos principalmente polímeros, metais, resinas, aditivos e compostos de carbono. Esta fração é empregada na fabricação de mantas e produtos asfálticos em geral. O óleo proveniente do desasfaltamento ainda possui alguma quantidade de componentes oxidados. Para extraí-los, aplica-se pequena quantidade de ácido sulfúrico, que promove a aglomeração dos contaminantes que decantam, gerando a borra ácida, um resíduo poluente se lançado ao ambiente. A borra ácida é lavada com água, neutralizada e desidratada, transformando-se em combustível pesado de alto poder calorífico. A água ácida gerada na lavagem desta borra é neutralizada com lama cal e cal virgem, transformando-se em gesso para corretivo de solo. Já a água neutralizada é enviada para tratamento (ETE). Em relação aos resíduos produzidos no processo de re-refino, o ácido sulfúrico da borra ácida é recuperado, formando sulfato de magnésio, e a borra lavada entra na composição com asfalto para oxidação e produção de asfalto oxidado para impermeabilização e outros subprodutos. A torta do filtro é incorporada de 5 a 10% na composição do barro para a fabricação de tijolos. Após a sulfonação, o óleo é bombeado para os reatores de clarificação, onde é adicionada argila descorante (absorvente natural). A mistura óleo/argila é aquecida para promover a absorção de compostos indesejáveis. No final, é adicionada a cal para corrigir a acidez do óleo. A mistura óleo/argila/cal passa por filtros prensa para separar a fração sólida. A argila com cal impregnada com óleo é empregada em indústrias cerâmicas e cimenteiras. O óleo ainda passa por filtros de malha mais fina para eliminar os particulados remanescentes. No final, é obtido o óleo básico mineral re-refinado com as mesmas características de óleo básico virgem. Após estas etapas, o óleo é armazenado em tanques. Para atender às especificações de viscosidade, cor, ponto de fulgor, etc., cada lote é analisado e corrigido pelo laboratório. Tabela 22: Etapas do processo de rerrefino no Brasil. Fonte: Adaptado de Bezerra, Filho e Herweg (2010) 56

71 Abaixo, a figura 15 mostra o fluxograma correspondente às etapas de rerrefino expostas no quadro 13. Figura 15: Fluxograma do Processo de Rerrefino de Óleos Lubrificantes Usados. Fonte: Bezerra, Filho e Herweg (2010) Após ser rerrefinado, o OLUC transforma-se em óleo básico rerrefinado. Em seguida, é armazenado temporariamente na rerrefinaria e posteriormente coletado por um caminhão especial que irá enviá-lo para um fabricante de óleo acabado, onde será aditivado e inserido novamente no mercado como um produto novo. A figura 16 apresenta o ciclo de vida dos lubrificantes no mercado. 57

72 PRODUTOR / IMPORTADOR RERREFINADOR REVENDEDOR COLETOR CONSUMIDOR REVENDEDOR Figura 16: Ciclo de Vida do OLUC. Fonte: Elaborada pelo autor O Brasil em sua legislação reconhece o rerrefino como a destinação adequada para o OLUC. Porém, existem outras práticas de reaproveitamento do óleo usado e que são desenvolvidas em alguns países, como a queima direta 18 do produto e a reciclagem industrial 19. Apesar do crescimento gradativo nos índices de coleta todo ano, este ainda é inferior se comparado aos alcançados em alguns países do mundo, como mostra na tabela O óleo lubrificante usado para ser reaproveitado energeticamente pode ser submetido a uma queima direta sem passar por um tratamento de remoção de contaminantes e metais. Esta prática poderia ser feita em cimenteiras onde seriam queimados puros ou em misturas com outras correntes como agentes de limpeza ou solventes, misturas essas conhecidas como combustível líquido secundário. A queima de óleos lubrificantes usados é uma opção de grande interesse desde que sejam atendidos os requisitos de emissões de poluentes para o meio ambiente, visto que, os limites de emissões impostos pela legislação ambiental de vários países estão se tornando cada vez mais rígidas. A substituição parcial de um óleo combustível por óleo lubrificante usado é uma técnica aplicada em todo o mundo. Na Inglaterra e nos EUA são fabricados aquecedores especiais onde o combustível para queima é o óleo lubrificante usado, que normalmente é queimado em aquecedores de garagens, oficias e estufas. Esta opção leva a uma economia de fonte de aquecimento e o óleo usado é descartado no local da geração, apesar de se ter como desvantagem um menor controle de emissões. (CERQUEIRA, 2004, p. 42 e 43) 19 É uma outra forma de reaproveitamento do óleo lubrificante usado que tem o intuito de recuperar o óleo para fins de lubrificação sem remoção dos aditivos contidos no mesmo. A reciclagem industrial é geralmente aplicada a óleos hidráulicos, óleos de turbina, óleos compressores e óleos isolantes elétricos. No Brasil, esta forma de reaproveitamento é considerada uma prática interna das empresas e o volume reciclado não é computado pela ANP. No caso de óleos usados de uso automotivo, a reciclagem não é adequada em função do nível de contaminantes e aditivos contidos no óleo e pela sua dificuldade de remoção por um processo simples. O objetivo central da reciclagem é a remoção de compostos originários da degradação termo-oxidativa do óleo e de contaminantes presentes em baixas proporções (CERQUEIRA, p. 40 e 41,2004). 58

73 EUA EUROPA CANADÁ JAPÃO BRASIL 58,0% 58,0% 57,0% 59,0% 37% Tabela 23: Práticas Internacionais de Coleta de OLUC em percentuais. Fonte: Françolin (2013) O rerrefino apresenta aspectos positivos e negativos: A reciclagem via rerrefino apresenta como aspecto positivo o fato de que quando se utiliza um processo severo e ambientalmente correto, a geração de resíduos é pequena e os produtos podem ter qualidade do mesmo nível que os produtos de primeiro refino, sem efeitos negativos para o meio ambiente, outro fator positivo é a redução da necessidade de processamento de petróleos especiais para a produção de lubrificantes (CERQUEIRA, 2004, p. 40). Em contrapartida, Como aspecto negativo seria a existência de grande variedade de produtos no mercado para usos industriais e automotivos, o que causa uma não homogeneidade da carga rerrefinada. O uso crescente de óleos básicos sintéticos dificulta o processo de rerrefino e os produtos rerrefinados tendem a perder a sua identidade de óleos minerais. A maior parte do óleo usado coletado para rerrefino é proveniente do uso automotivo e dentre estes, estão os óleos usados de motores à gasolina e de motores a diesel que são coletados em postos de combustíveis, supertrocas, transportadoras, etc (CERQUEIRA, 2004, p. 40). Além disto, Nos países desenvolvidos, a coleta de óleos usados é geralmente tratada como uma necessidade de proteção ambiental. Na França e na Itália, um imposto sobre os óleos lubrificantes custeia a coleta dos mesmos. Em outros países, esse suporte vem de impostos para tratamento de resíduos em geral. Nos Estados Unidos e Canadá, ao contrário do que ocorre no Brasil, normalmente é o gerador do óleo usado quem paga ao coletor pela retirada do mesmo (BEZERRA, FILHO E HERWEG, 2010, p. 5). A tabela 24 reúne os principais benefícios do rerrefino de OLUC para o Brasil. 59

74 1) Contribuem para a redução da poluição, porque minimizam a geração de resíduos; 2) Asseguram a destinação ambientalmente adequada de um resíduo perigoso de difícil degradação natural; 3) Diminuem a necessidade de extrair mais petróleo; 4) Reduzem a dependência de importação de derivados de petróleo; 5) Prolongam a vida útil de importante fração do petróleo; 6) Fornecem matéria-prima especificada para produção de óleo lubrificante acabado; 7) Atendem aos princípios de conservação de energia estabelecidos no art. 1º da Lei nº 9.478/1997; 8) Extraem do óleo lubrificante usado a máxima quantidade de seu principal constituinte - óleo lubrificante básico. Tabela 24: Benefícios dos processos de rerrefino para o Brasil. Fonte: Adaptado de CONAMA (2009) É importante destacar que mesmo a legislação abrangendo o rerrefino como destinação adequada para os OLUCs, pessoas mal intencionadas estão desviando o produto de seu destino ideal, colocando em risco a sua saúde e a da comunidade cometendo atos ilícitos (CONAMA, 2009). Na tabela 25 são apresentados alguns dos usos ilegais do óleo lubrificante usado ou contaminado e suas consequências. 60

75 USO PROIBIDO Queima como combustível (para caldeira, barco, etc.) Adulteração de óleos lubrificantes acabados Adulteração de óleo diesel Uso como óleo desmoldante Formulação de graxas Lubrificação de corrente de motosserra Impermeabilização de cercas, mourões, telhados, pisos e similares Uso veterinário (tratamento de bicheiras, vermífugos, etc.) CONSEQUENCIA DANOSA Gera poluição atmosférica, com grande emissão de particulados e compostos nocivos, ocasionando prejuízo para a saúde pública e danos aos equipamentos nos quais foi utilizado (por exemplo: entope injetores, bombas de combustíveis e sistema de injeção; cria depósitos nos condutos, câmaras de combustão, válvulas, etc.). Gera um produto de baixa qualidade que não atende as especificações técnicas exigidas pela ANP, fraudando o consumidor e colocando os equipamentos em risco, podendo causar acidentes. Gera um produto de baixa qualidade que não atende as especificações técnicas exigidas pela ANP, fraudando o consumidor e colocando os equipamentos em risco, podendo causar acidentes. Expõe os trabalhadores a risco de intoxicação e doenças causadas pelos contaminantes existentes no óleo usado ou contaminado. Expõe os trabalhadores a risco de intoxicação e doenças causadas pelos contaminantes existentes no óleo usado ou contaminado. Causa poluição ambiental porque o óleo lubrificante usado ou contaminado não tem a capacidade de ficar aderido à corrente da motosserra e acaba sendo borrifado quando o equipamento é acionado; pelo mesmo motivo, causa intoxicação dos trabalhadores, contaminação ambiental e danos ao equipamento; além disso, como o controle da venda de óleo lubrificante de corrente de motosserra é uma forma de controle do desmatamento ilegal, o uso do óleo lubrificante usado ou contaminado para este fim contribui com outro crime ambiental. Gera o risco de intoxicações domésticas, com prejuízos para pessoas e animais, podendo afetar o meio ambiente (solo, lençol freático, pequenos corpos d água) e até inutilizar temporariamente poços, cacimbas e similares. Intoxicação do animal (eventualmente com morte, se ingerido), intoxicação dos trabalhadores; intoxicação doméstica. Tabela 25: Usos ilegais dos óleos lubrificantes usados e seus perigos. Fonte: CONAMA (2009) Portanto, Todo aquele que colabora de forma direta ou indireta, consciente ou inconsciente (negligência), com o uso ilegal do óleo lubrificante usado ou contaminado pode ser considerado cúmplice ou co-partícipe na ilegalidade e está sujeito à responsabilização administrativa, civil e criminal (CONAMA, 2009, p. 33). Assim, o agente que não estiver de acordo com a legislação poderá se enquadrar nos seguintes crimes: crime ambiental; crime contra a economia popular; sonegação fiscal; crime contra o consumidor; crime organizado e formação de quadrilha; responsabilidade civil e criminal pelos acidentes causados; e responsabilidade trabalhista (CONAMA, 2009). 61

76 3.3 A LOGÍSTICA REVERSA DAS EMBALAGENS PLÁSTICAS DE ÓLEOS LUBRIFICANTES USADOS OU CONTAMINADOS NO BRASIL As embalagens plásticas do OLUC Nos tópicos anteriores foram abordados os riscos ao meio ambiente e à saúde humana causados pelo descarte inadequado do OLUC. Porém, este não é o único resíduo gerado após o uso deste tipo de produto. As embalagens plásticas, que acondicionam o óleo lubrificante, também podem causar grandes problemas à natureza caso descartadas inadequadamente 20. O plástico é um dos materiais mais presentes no dia a dia da população brasileira e é conveniente a uma série de aplicações. A adoção do plástico em embalagens de diversos produtos é devido a sua resistência, praticidade, durabilidade, versatilidade e pelo seu baixo custo (PROGRAMA JOGUE LIMPO, 2013). A grande preocupação ambiental referente ao plástico é devida a sua durabilidade e resistência, pois caso descartado no meio ambiente de forma incorreta, ele permanecerá no local sem se degradar durante décadas ou até mesmo séculos. Portanto, é necessário que haja um descarte consciente deste material por parte da sociedade e das empresas geradoras, separando-os de outros tipos de resíduos e destinando-os aos pontos de reciclagem (PROGRAMA JOGUE LIMPO, 2013). Anualmente no Brasil são fabricadas aproximadamente 305 milhões de embalagens de óleo lubrificante. Cerca de 60% desse valor são de óleos automotivos e 40% são industriais. Em termos de massa, pode-se dizer que são geradas cerca de toneladas/ano de embalagens plásticas usadas no país (FIESP, 2007). A tabela 26 aponta os principais geradores e os respectivos números de embalagens de óleos lubrificantes descartadas anualmente como resíduos. 20 As embalagens plásticas de lubrificantes são feitas de PEAD (polietileno de alta densidade), um termoplástico, e como tal, prejudicial ao meio ambiente se descartado inadequadamente, mas passível de reciclagem (PROGRAMA JOGUE LIMPO, 2013, p. 54). 62

77 GERADORES QUANTIDADE Postos de combustíveis no Brasil Postos no estado de São Paulo Oficinas mecânicas no Brasil Concessionárias automotivas Garagens de transportadoras, ônibus interestaduais, estaduais, municipais e Não identificada caminhões Portos e aeroportos Não identificada Tabela 26: Geradores e respectivos números de embalagens de óleos lubrificantes descartadas anualmente como resíduos. Fonte: Fernandez (2012) A presença de óleo residual nas embalagens de lubrificantes usados torna este tipo de resíduo sólido ainda mais perigoso. Se descartadas incorretamente, o líquido presente no interior destas embalagens poderá se espalhar facilmente no ambiente onde o produto foi disposto, causando os danos já apresentados em outros tópicos desta pesquisa. Do total de embalagens descartadas no Brasil, apenas 1 a 2% são embalagens de óleos lubrificantes, contra 40% dos refrigerantes, 20% dos cosméticos e 30% de produtos de higiene como mostra a figura 17 (SILVA, 2013). Figura 17: Embalagens plásticas pós-consumo geradas no Brasil, em percentuais. Fonte: Silva (2013) 63

78 Tendo em vista a evolução da legislação nacional e a importância ambiental de um gerenciamento adequado dos resíduos sólidos, foi criado em 2005 o Programa Jogue Limpo, atual referência pela logística reversa das embalagens plásticas usadas de lubrificantes no Brasil. As principais características deste programa serão apresentadas a seguir O Programa Jogue Limpo: A logística reversa das embalagens plásticas do OLUC no Brasil Classificado como o sistema de logística reversa de embalagens plásticas de lubrificantes pós-consumo, estruturado e disponibilizado pelos fabricantes, importadores e distribuidores do produto 21, o Programa Jogue Limpo foi desenvolvido nos moldes do acordo setorial com o Ministério do Meio Ambiente e funciona da mesma forma em várias cidades. O programa possui uma estrutura moderna que conta com caminhões, centrais de recebimento e equipamentos de primeira geração, além de todo o planejamento e registro de pontos de venda cadastrados. Dificilmente os consumidores levam o produto embalado para casa e por isto a percentagem de retorno tende a ser alta (PROGRAMA JOGUE LIMPO, 2013, p. 51). O responsável pela criação e coordenação do programa é o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (SINDICOM). Fundado em 1941, este sindicato traz discussões de assuntos jurídicos, fiscais, operacionais, de suprimentos, de transportes, de segurança industrial, de saúde ocupacional e de proteção ao meio ambiente que sejam comuns às suas associadas e de representação da categoria junto ao governo. O Sindicom representa através de suas associadas 80% do volume de distribuição de combustíveis lubrificantes no Brasil. Entre as companhias associadas estão a AirBP, Ale, Castrol, Chevron, Cosan, Ipiranga, Petrobras Distribuidora, Petróleo Sabbá, Petronas Lubrificantes, YPF, Raízen, Shell Lubrificantes e Total 22. A tabela 27 reúne os dados referentes à atuação das empresas associadas ao Sindicom no mercado. 21 Disponível em: Acesso em: 02 out Disponível em: Acesso em: 04 out

79 78,5% do mercado de distribuição de combustíveis automotivos no Brasil; 94,5 bilhões de litros de combustíveis automotivos, industriais, de aviação e lubrificantes comercializados em 2012; postos de serviço com as marcas das associadas; 130 locais de armazenamento para distribuição de combustíveis; Faturamento anual de mais de 175 bilhões de reais; Arrecadação de tributos na ordem de R$ 55 bilhões/ano. Tabela 27: Dados referentes à atuação das empresas associadas ao Sindicom no mercado. Fonte: Sindicom 23 O Programa Jogue Limpo funciona basicamente em quatro etapas: a primeira etapa é a recepção e o armazenamento seguro das embalagens de óleos usados nos pontos de recebimento; a segunda etapa consiste no recolhimento das embalagens nos pontos de coleta, levando-as as centrais de recebimento através dos Caminhões do Sistema Intinetante; na terceira etapa, prepara-se o material para a reciclagem e, em seguida, estes são levados a empesas recicladoras; e na quarta e última etapa, o material é processado nas recicladoras e transforma-se em matéria prima de novas embalagens (PROGRAMA JOGUE LIMPO, 2013). Os pontos de recebimento são capacitados para acondicionar as embalagens plásticas de óleo usadas até que o recolhimento seja feito pelos Caminhões do Sistema Itinerante. Quando o óleo lubrificante é aplicado no local da compra, o recolhimento é otimizado com o armazenamento temporário das embalagens nos pontos geradores. No caso do usuário levar o produto para casa, ele pode fazer o descarte no local onde ele comprou ou nas centrais de recebimento do programa. Além disto, é emitido um comprovante de coleta no ato da pesagem. (PROGRAMA JOGUE LIMPO, 2013, p. 53). Os Caminhões do Sistema Itinerante são os responsáveis pela operação de coleta e transporte das embalagens. Os veículos são dotados de equipamentos com tecnologia de ponta, sistemas de proteção contra vazamentos e de atendimento a emergências, além de motoristas capacitados e treinados para percorrerem as rotas previamente avaliadas, em viagens diárias entre as Centrais de Recebimento e os Pontos de Coleta (PROGRAMA JOGUE LIMPO, 2013). Além de transportar o material recolhido, esses veículos são centrais de dados importantes. Neles, as embalagens são pesadas em uma balança eletrônica dotada de um periférico registrador, cujos dados são transmitidos para o sistema fixo da central de recebimento é suportada por um software através de um smartphone, que garante 23 idem. 65

80 a integridade das informações, a transmissão online e o controle e gerenciamento dos dados (PROGRAMA JOGUE LIMPO, 2013, p. 54). Estes Caminhões do Sistema Intinerante ainda contam com um sistema de monitoramento e transmissão de dados on-line através de tecnologia GPS e GPRS, viabilizando o acompanhamento dos veículos em suas respectivas rotas e garantindo a coleta de informações relativas às quantidades de plásticos recebidas dos comerciantes visitados, evitando assim qualquer tipo de desvio dos produtos (PROGRAMA JOGUE LIMPO, 2013). Os sacos com as embalagens plásticas de lubrificantes usadas são eletronicamente pesados nos caminhões, e os dados resultantes transferidos automaticamente para o site do Programa Lá, ficam disponíveis para os gestores do programa e os órgãos ambientais, que se mantêm atualizados a respeito das quantidades de embalagens pós uso recebidas e encaminhadas à reciclagem. Mas o público em geral também pode visualizar este resultado no portal do Programa (PROGRAMA JOGUE LIMPO, 2013, p. 57). As Centrais de Recebimento preparam o material para a reciclagem, dispondo de locais seguros e ambientalmente adequados para desempenhar suas tarefas. Nestes locais, as tampinhas das embalagens de lubrificantes usadas coletadas pelos Caminhões do Sistema Intinerante são recebidas e segregadas. Além disso, ocorre a drenagem do material, a separação por cor, a prensagem e o armazenamento dos fardos que serão posteriormente enviados a recicladora aprovada pelo programa (PROGRAMA JOGUE LIMPO, 2013). As recicladoras têm papel fundamental nesse processo de logística reversa das embalagens do Programa Jogue Limpo. Na recicladora, o material é triturado e, depois de submetido a um processo de descontaminação do óleo lubrificante residual, através da lavagem com água posteriormente descartada de forma ambientalmente correta. A seguir passa por extrusão para ser transformado em matéria-prima de novas embalagens e outros produtos plásticos, retornando à cadeia de produção para repetir seu ciclo (PROGRAMA JOGUE LIMPO, 2013, p. 56). no mercado. A figura 18 mostra o ciclo de vida das embalagens plásticas dos lubrificantes usados 66

81 PRODUTOR / IMPORTADOR RECICLADORA REVENDEDOR COLETOR CONSUMIDOR REVENDEDOR Figura 18: Ciclo de vida das embalagens plásticas de OLUC. Fonte: Elaborada pelo autor O processo de logística reversa das embalagens de óleos lubrificantes realizada pelo Programa Jogue Limpo é ilustrado na figura

82 LOGÍSTICA REVERSA Figura 19: Fluxo da logística reversa das embalagens de óleos lubrificantes usados ou contaminados do Programa Jogue Limpo. Fonte: Adaptado de Silva (2013) O Jogue Limpo oferece uma logística reversa estruturada e sem ônus adicional para o revendedor (SINDILUB, 2012). O programa conta com uma estrutura de 4 gestoras contratadas, 16 centrais de recebimento, 49 caminhões especializados, 150 empregos diretos e 6 recicladoras credenciadas, além de 2021 municípios e pontos de recebimento cadastrados (SILVA, 2013). A figura 20 apresenta a abrangência geográfica do programa. 68

83 Figura 20: Abrangência Geográfica do Programa Jogue Limpo. Fonte: Programa Jogue Limpo 24 Tendo em vista as características apresentadas, nota-se que: A concepção do programa parte do princípio de que a logística reversa de embalagens é responsabilidade legal de todos os agentes da cadeia de produção e comercialização, além, evidentemente, dos próprios consumidores. Ela se fundamenta no conceito da responsabilidade compartilhada, que é um dos pilares da Política Nacional de Resíduos Sólidos, regulamentada pelo Decreto 7.404/10 (SINDICOM, 2013, p. 104). O Brasil possui milhões de consumidores de óleos lubrificantes e milhares de pontos de venda deste produto em embalagens plásticas espalhadas por todo território nacional. Portanto, a reciclagem torna-se imprescindível para evitar problemas ambientais. O processo de logística reversa desenvolvido pelo Programa Jogue Limpo cria um ciclo virtuoso que pode 24 Disponível em: Acesso em 28 out

84 impedir o desperdício e o descarte inadequado do material plástico das embalagens de lubrificantes na natureza (PROGRAMA JOGUE LIMPO, 2013). Apesar das realizações, o programa encontra desafios em sua expansão no país: No centro das preocupações está a grande carência de uma infraestrutura sólida na área de reciclagem de plásticos no país. Essa lacuna onera sobremaneira os custos do sistema de logística reversa impedindo um reaproveitamento mais eficiente do PEAD gerado (SINDICIOM, 2013, p. 105). Além disto, O Brasil dispõe de poucas indústrias recicladoras que atendem os requisitos de excelência operacional do Jogue Limpo, aferidos em auditagens efetuadas de acordo com padrões de sustentabilidade e segurança estabelecidos pelos produtores de lubrificantes. A fim de incentivar o desenvolvimento da cadeia de reciclagem no país, o Sindicom preconiza a concessão de incentivos fiscais a operadores logísticos, recicladores e fabricantes que utilizem materiais reciclados na composição de seus produtos (SINDICIOM, 2013, p. 105). No próximo capítulo, será apresentada uma análise dos conceitos estudados na pesquisa e os principais resultados da gestão da logística reversa do OLUC e de suas embalagens plásticas no Brasil. 70

85 CAPÍTULO IV 4. RESULTADOS E ANÁLISE DA GESTÃO DA LOGÍSTICA REVERSA DE ÓLEOS LUBRIFICANTES USADOS OU CONTAMINADOS E DE SUAS EMBALAGENS PLÁSTICAS NO BRASIL Neste capítulo, têm-se como objetivos apresentar os resultados alcançados com a implementação da logística reversa do OLUC e de suas embalagens plásticas no Brasil e sua evolução ao longo dos anos, apontando se os percentuais mínimos de coleta estabelecidos pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Ministério de Minas e Energia (MME) foram atingidos durante o período de 2003 a Em seguida, será feita uma análise deste sistema desenvolvido no país, identificando quais práticas presentes na literatura do tema estão sendo desenvolvidas neste setor. 4.1 RESULTADOS DA GESTÃO DA LOGÍSTICA REVERSA DE ÓLEOS LUBRIFICANTES USADOS OU CONTAMINADOS NO BRASIL Levando em consideração os percentuais mínimos de coleta estabelecidos pelo MMA e MME, é possível avaliar a eficiência da logística reversa do OLUC implementada no Brasil nos últimos anos. Entre 2003 e 2007 o percentual mínimo de coleta estabelecido pelo MMA e MME foi de 30% do volume de óleo lubrificante acabado comercializado no Brasil. A tabela 28 aponta os volumes, em metros cúbicos (m³), de produção, importação e comercialização de lubrificantes e do óleo usado coletado no país neste período. 71

86 ANO 2003 ANO 2004 ANO 2005 ANO 2006 ANO 2007 Comercializado Dispensado de Coleta Coletado Alvo (30%) 33,05% 32,09% 33,44% 32,02% 32,90% Produzido Importado Produzido Rerrefino Comercializado Rerrefino Tabela 28: Balanço da comercialização, coleta e do rerrefino dos óleos lubrificantes no Brasil entre os anos de 2003 e 2007, em m³. Fonte: MMA (2008) Durante o período de 2003 a 2007, o país conseguiu atingir o percentual mínimo de coleta em todos os anos, obtendo uma média de 32,7% de OLUC coletado. Além disto, houve um aumento significativo do volume da produção e de comercialização de óleo rerrefinado no país e uma queda no volume de importação do produto acabado. A Portaria Interministerial MME/MMA nº 464 de 29 de agosto de 2007 fixou novos percentuais mínimos de coleta de OLUC em nível regional e nacional para os anos de 2008 a 2011 (ver tabela 12) (MMA, 2008). Em 2008 foram comercializados no país 1,1 milhão de m³ de óleos lubrificantes acabados e coletados 359 mil m³ de OLUC, números superiores aos registrados em O sudeste foi a região com o maior volume de óleo comercializado e coletado do mercado, com 628 mil m³ e 224 mil m³ respectivamente, enquanto a Norte obteve os menores índices neste período. Além disto, todas as regiões alcançaram as metas definidas pelo MMA e MME, superando o percentual mínimo de coleta nacional em quase 5% como mostra a tabela 29 (MMA, 2009). 25 De acordo com o Art. 10 da Resolução Conama 362/2005, são dispensados de coleta e não integram a base de cálculo da quantidade de óleo lubrificante usado ou contaminado a ser coletada, os lubrificantes destinados às seguintes aplicações: pulverização agrícola, correntes de moto-serra, industriais que integram o produto final, estampagem, motores de dois tempos, sistemas selados, solúveis, fabricados a base de asfalto, destinados à exportação e todo óleo lubrificante básico ou acabado comercializado entre empresas produtoras produtoras, entre as empresas importadoras, ou entre produtores e importadores, devidamente autorizados pela Agência Nacional do Petróleo - ANP (CONAMA, 2005). 72

87 ANO 2008 Região Volume Comercializado Volume Coletado Volume Dispensado Atingido Meta (m³) (m³) (m³) % % Norte ,06% 17% Nordeste ,94% 19% Sul ,7% 33% Sudeste ,71% 42% Centro Oeste ,47% 27% Brasil ,63% 33,4% NOTAS: 1. Os percentuais legais foram instituídos pela Portaria Interministerial n 464 de 29/08/2007; 2. As informações deste relatório são baseadas nos dados enviados à ANP pelos agentes econômicos autorizados nos termos das Portarias ANP 126 e 127, de 30/07/1999; 3. A metodologia de cálculo dos percentuais de coleta atende ao que dispõe a Portaria ANP n 125, de 30/07/1999; 4. As informações de comercialização e dispensa de coleta correspondem ao período de outubro de 2007 a setembro de 2008; 5. As informações de coleta correspondem ao período de janeiro a dezembro de Última atualização deste relatório: 20/02/2009; 7. Volume em m³ Tabela 29: Balanço da Comercialização e Coleta de Lubrificantes por Região em 2008, em m³. Fonte: MMA (2009) Já em 2009, o Brasil comercializou 1,1 bilhão de litros de óleos lubrificantes acabados e coletou 350 milhões de litros de OLUC, alcançando um percentual de coleta de 35,59%, superando a meta estabelecida de 34%. A região Nordeste foi a única que não alcançou o percentual mínimo estabelecido, coletando apenas 19,06% do volume de óleo comercializado, quase 2% a menos do que o previsto na legislação. A região Sul se destacou e superou sua meta regional em mais de 4%. Foram produzidos neste período 198 milhões de litros de óleo básico rerrefinado e comercializados 193 milhões litros no país (MMA, 2010). A tabela 30 aponta alguns dados da comercialização e da coleta de lubrificantes em

88 ANO 2009 Região Volume Volume Volume Atingido Meta Comercializado Coletado Dispensado % % Norte ,22% 20% Nordeste ,06% 21% Sul ,17% 34% Sudeste ,69% 42% Centro Oeste ,73% 29% Brasil ,59% 34,00% NOTAS: 1. As informações acima se baseiam nos dados encaminhados à ANP pelos agentes econômicos regulados autorizados; 2. Os volumes de comercialização e de comercialização dispensada de coleta englobam as movimentações efetuadas no período de 01/01/2009 a 31/12/2009; 3. O volume coletado corresponde às movimentações efetuadas no período de 01/01/2009 a 31/12/2009; 4. Os dados de movimentação estão em litro; 5. Última atualização deste documento: 19/02/2010. Tabela 30: Balanço da Comercialização e Coleta de Lubrificantes por Região em 2009, em litros. Fonte: MMA (2010) A maioria dos Estados da região Nordeste teve dificuldade em atingir a meta regional de coleta do OLUC de 21% estabelecida em A Paraíba, por exemplo, atingiu um percentual de apenas 8,59% do volume de óleo comercializado no Estado e obteve o pior índice da região, como mostra a tabela 31 (MMA, 2010). 74

89 ANO 2009 Estado Volume Comercializado Volume Coletado Volume Dispensado Atingido % Meta % AL ,67% 21% BA ,92% 21% CE ,26% 21% MA ,27% 21% PB ,59% 21% PE ,36% 21% PI ,33% 21% RN ,43% 21% SE ,84% 21% TOTAL ,06% 21% NOTAS: 1. As informações acima se baseiam nos dados encaminhados à ANP pelos agentes econômicos regulados autorizados; 2. Os volumes de comercialização e de comercialização dispensada de coleta englobam as movimentações efetuadas no período de 01/01/2009 a 31/12/2009; 3. O volume coletado corresponde às movimentações efetuadas no período de 01/01/2009 a 31/12/2009; 4. Os dados de movimentação estão em litro; 5. Última atualização deste documento: 19/02/2010. Tabela 31: Balanço da Comercialização e Coleta de Lubrificantes na Região Nordeste em 2009, em litros. Fonte: MMA (2010) No ano de 2010 o Brasil comercializou 1,2 bilhão de litros de óleo lubrificante acabado e cerca de 82 milhões de litros a mais que o ano anterior. Foram coletados no período 381 milhões de litros de OLUC, ou seja, 36,69% do volume de óleo comercializado, 1,69% a mais que a meta nacional estabelecida de 35% para este período. Além disso, todas as regiões do país alcançaram os seus respectivos percentuais mínimos de coleta previstos na legislação (MMA, 2011). Os dados de comercialização e coleta de lubrificantes referentes ao ano de 2010 são apresentados na tabela

90 ANO 2010 Região Volume Volume Volume Atingido Meta Comercializado Coletado Dispensado % % Norte ,04% 23% Nordeste ,04% 23% Sul ,94% 35% Sudeste ,16% 42% Centro Oeste ,88% 31% Brasil ,69% 35% As informações acima baseiam-se nos dados encaminhados à ANP pelos agentes econômicos regulados autorizados. As informações estão em litros; NOTAS: 1. Os volumes de comercialização e de comercialização dispensada de coleta referem se as movimentações realizadas no período de 01/10/2009 a 30/09/ Os óleos lubrificantes dispensados de coleta estão relacionados no 1º do art. 15 e art.25 das Res. ANP nº 17/09 e 18/09 respectivamente. 3. Os volumes coletados referem se às movimentações efetuadas pelos coletores no período de 01/01/2010 a 31/12/ O % de coleta é calculado com base no art. 14 e art.24 das Res. ANP nº 17/09 e 18/09 respectivamente. Tabela 32: Balanço da Comercialização e Coleta de Lubrificantes por Região em 2010, em litros. Fonte: MMA (2011) Em 2011 foram comercializados 1,3 bilhão de litros de óleo lubrificante acabado e coletados 405 milhões de litros de OLUC no Brasil, dados apontados na tabela 33. Neste período, o país coletou 35,81% do volume de óleos comercializados, índice menor que a meta de 35,90% estabelecida na legislação nacional. Isto ocorreu devido ao resultado insatisfatório nos procedimentos de coleta na região Sudeste que, possuindo o maior número de lubrificantes vendidos no mercado, não alcançou a sua meta regional de 42% (MMA, 2012). 76

91 ANO 2011 Região Volume Volume Volume Atingido Meta Comercializado Coletado Dispensado % % Norte ,31% 24% Nordeste ,36% 25% Sul ,27% 35% Sudeste ,45% 42% Centro Oeste ,07% 31% Brasil ,81% 35,90% As informações acima baseiam-se nos dados encaminhados à ANP pelos agentes econômicos regulados autorizados. As informações estão em litros; NOTAS: 1. Os volumes comercializados e dispensados de coleta referem-se as movimentações realizadas no período de 01/10/2010 a 30/09/ Os óleos lubrificantes dispensados de coleta estão relacionados no parágrafo 1, do Art. 15 e do Art. 25, das Resoluções ANP n 17/09 e 18/09, respectivamente. 3. Os volumes coletados referem-se as movimentações efetuadas pelos coletores no período de 01/01/2011 a 31/12/ O % de coleta é calculado com base nos Artigos 14 e 24, das Resoluções ANP 17/09 e 18/09, respectivamente. Tabela 33: Balanço da Comercialização e Coleta de Lubrificantes por Região em 2011, em litros. Fonte: MMA (2012) São Paulo foi o único Estado do Sudeste neste período a ter um desempenho insatisfatório nos percentuais mínimos de coleta da região, coletando apenas 38,38% do volume de óleo lubrificante comercializado (MMA, 2012). O Estado também não conseguiu atingir a meta regional nos anos de 2009 e 2010 (MMA, 2010) (MMA, 2011). Em contrapartida, o Rio de Janeiro foi o destaque da região Sudeste em 2011 e superou a meta regional em quase 6%, atingindo o índice de coleta de 47,58% do volume de óleo comercializado (MMA, 2012). A tabela 34 apresenta os percentuais de coleta alcançados pelos estados do Sudeste no ano de

92 ANO 2011 Estado Volume Comercializado Volume Coletado Volume Dispensado Atingido % Meta % ES ,68% 42% RJ ,58% 42% MG ,96% 42% SP ,38% 42% TOTAL ,45% 42% As informações acima baseiam-se nos dados encaminhados à ANP pelos agentes econômicos regulados autorizados. As informações estão em litros; NOTAS: 1. Os volumes comercializados e dispensados de coleta referem-se as movimentações realizadas no período de 01/10/2010 a 30/09/ Os óleos lubrificantes dispensados de coleta estão relacionados no parágrafo 1, do Art. 15 e do Art. 25, das Resoluções ANP n 17/09 e 18/09, respectivamente. 3. Os volumes coletados referem-se as movimentações efetuadas pelos coletores no período de 01/01/2011 a 31/12/ O % de coleta é calculado com base nos Artigos 14 e 24, das Resoluções ANP 17/09 e 18/09, respectivamente. Tabela 34: Balanço da Comercialização e Coleta de Lubrificantes na Região Sudeste em 2011, em litros. Fonte: MMA (2012) Em fevereiro de 2012 foi publicada a Portaria Interministerial Nº 59 pelo MME e pela Ministra de Estado do Meio Ambiente que, considerando as disparidades de coleta do óleo lubrificante usado ou contaminado nas diferentes Regiões do País, traçaram novas metas de coleta de OLUC tanto em nível nacional quanto regional para o período entre 2012 e 2015 (ver tabela 13) (MMA, 2012). O volume de óleos lubrificantes acabados comercializados em 2012 no Brasil foi de 1,4 bilhão de litros. Foram coletados 416 milhões de litros de OLUC em todo território, 37% do volume do produto comercializado, superando assim a meta de coleta nacional estabelecida de 36,90% (MMA, 2013). As metas regionais de coleta também foram alcançadas em todas as regiões do país em Além disto, neste período foram produzidos e comercializados 248 milhões de litros de óleo básico rerrefinado, número superior aos valores obtidos entre os anos de 2003 a 2007, indicando um crescimento deste mercado ao longo dos anos. Ademais, enquanto o volume comercializado apresentou crescimento de cerca de 1,5% em relação a 2011, o volume coletado teve um aumento próximo a 2,8% (MMA, 2013). Na tabela 35 são exibidos alguns dos dados de comercialização e coleta de lubrificantes no ano de 2012 no Brasil. 78

93 ANO 2012 Região Volume Volume Volume Atingido Meta Comercializado Coletado Dispensado % % Norte ,57% 26% Nordeste ,60% 26% Sul ,47% 36% Sudeste ,56% 42% Centro Oeste ,73% 32% Brasil ,00% 36,90% As informações acima baseiam-se nos dados encaminhados à ANP pelos agentes econômicos regulados autorizados. As informações estão em litros; NOTAS: 1. Os volumes de comercialização e de comercialização dispensada de coleta referem se as movimentações realizadas no período de 01/10/2011 a 30/09/ Os óleos lubrificantes dispensados de coleta estão relacionados no 1º do art. 15 e art.25 das Res. ANP nº 17/09 e 18/09 respectivamente. 3. Os volumes coletados referem se às movimentações efetuadas pelos coletores no período de 01/01/2012 a 31/12/ O % de coleta é calculado com base no art. 14 e art.24 das Res. ANP nº 17/09 e 18/09 respectivamente. Tabela 35: Balanço da Comercialização e Coleta de Lubrificantes por Região em 2012, em litros. Fonte: MMA (2013) A figura 21 apresenta a evolução da coleta de OLUC entre os anos de 2007 e 2012 (MMA, 2013). 79

94 Figura 21: Evolução da coleta de OLUC entre 2007 e 2012, em litros. Fonte: MMA (2013) Entre 2007 e 2011, enquanto o volume comercializado de óleo lubrificante acabado cresceu 26%, o volume coletado de óleo usado ou contaminado passou de 272 milhões para 405 milhões de litros, o que corresponde a um crescimento de 49% (MMA, 2012). Para estimular o aumento da coleta de OLUC e a redução de práticas ilegais referentes aos lubrificantes já descritas anteriormente nesta pesquisa, os Ministérios do Meio Ambiente e de Minas de Energia realizam projeções gradativas de aumento do percentual mínimo de coleta para todas as regiões brasileiras. Os percentuais mínimos de coleta nacional estabelecidos para os anos de 2013, 2014 e 2015 foram de, respectivamente, 37,40%, 38,10% e 38,50% (MMA, 2013). A conscientização da população sobre os riscos do OLUC ainda é um desafio. Em uma pesquisa realizada entre os anos de 2009 e 2010 em alguns postos e oficinas de Curitiba, no Paraná, para verificar por meio de amostragem a efetividade da Resolução 362/2005, os resultados obtidos não foram satisfatórios: 22% declararam não saber o que é feito do óleo usado; 3 casos de provável ilegalidade detectados; 18% de inconformidade nos Certificados de Coleta; 82% de inconformidade no prazo de guarda da documentação; e 64% permitiam que o consumidor levasse o OLUC para casa, o que é proibido na legislação (SOHN, 2012). Para conscientização da população e dos trabalhadores sobre o correto gerenciamento desse resíduo, o GMP e seus parceiros realizam eventos em todo país. Estes eventos contam 80

95 com a participação de órgãos do Governo (IBAMA, ANP, MME), do setor privado (SINDILUB, SINDIRREFINO, SINDICOM, SIMEPETRO), da sociedade civil (APROMAC) e de entidades representativas dos órgãos municipais e estaduais de meio ambiente (ANAMMA, ABEMA). Os eventos realizados pelo GMP vêm mobilizando os órgãos locais de meio ambiente, a população e o setor privado para a importância da destinação ambientalmente adequada do óleo lubrificante usado (MMA, 2013), permitindo que cada agente tenha conhecimento de suas responsabilidades dentro do ciclo de vida do produto, como determina o princípio da responsabilidade compartilhada presente na PNRS de Isto possivelmente acarretará na redução do volume de OLUC que é conduzido para uso clandestino e outras aplicações igualmente ilegais, reduzindo assim o impacto ambiental causado por condutas criminosas (MMA, 2012). A tabela 36 destaca as realizações do GMP desde sua criação até o ano de

96 Realizações do Grupo de Monitoramento Permanente até o ano de (vinte e duas) Reuniões Ordinárias e 02 (duas) reuniões extraordinárias; - 01 (um) Seminário de divulgação das diretrizes da referida Resolução (novembro de 2006); - A edição da Portaria Interministerial MME/MMA Nº 464, de 29 de agosto de 2007, que revogou a Portaria Interministerial MME/MMA Nº 1 de 29 de julho de 1999; - A realização de 04 (quatro) Oficinas Regionais de Capacitação na Interpretação da Resolução CONAMA 362/05 (Abril de 2008, Goiânia-GO, Julho de 2008, Natal-RN, Setembro de 2008, Florianópolis-SC e Dezembro de 2008, São Paulo-SP), que capacitaram 239 técnicos ambientais de OEMAs, ANAMMAs, Universidades Federais, Defesa Civil e empresas; - A realização de 01 (uma) Oficina Nacional de Capacitação na Interpretação da Resolução CONAMA 362/05, em Dezembro de 2009, em São Paulo-SP, que capacitou 114 técnicos ambientais de OEMAs, ANAMMAs, Defesa Civil e empresas; - A realização de 07 (sete) Oficinas Estaduais de Capacitação na Interpretação da Resolução CONAMA 362/05 (RS, RJ, AM, PB, BA, ES e AL), de Janeiro de 2010 à presente data, que capacitou aproximadamente 550 técnicos ambientais de OEMAs, ANAMMAs, Defesa Civil e empresas; - O apoio à confecção e publicação do Guia Básico de Gerenciamento de Óleos Lubrificantes Usados ou Contaminados, desenvolvido pela Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte (APROMAC), representante da sociedade civil no GMP, em 2008; - O apoio à confecção e publicação do Guia de Fiscalização das Atividades Relacionadas a Óleos Lubrificantes Usados ou Contaminados, desenvolvido pelo IBAMA/Sede, em 2008; - A elaboração do documento Diretrizes para Licenciamento Ambiental de Atividades Relacionadas a Óleos Lubrificantes Usados ou Contaminados, em 2009; - A produção de um filme educacional sobre a Resolução CONAMA Nº 362/2005, em Tabela 36: Realizações do GMP até o ano de Fonte: MMA (2011) Através dos dados apresentados, mesmo sem considerar os volumes que foram ilegalmente utilizados para outras finalidades que não o envio ao rerrefino (MMA, 2008), é possível notar que o Brasil conseguiu atingir o percentual mínimo de coleta nacional de OLUC em praticamente todos os anos analisados neste capítulo, com exceção de RESULTADOS DA GESTÃO DA LOGÍSTICA REVERSA DAS EMBALAGENS PLÁSTICAS DE ÓLEOS LUBRIFICANTES USADOS OU CONTAMINADOS NO BRASIL 82

97 O Programa Jogue Limpo também trouxe benefícios importantes para o país. O programa já reciclou cerca de 218 milhões de embalagens de óleos lubrificantes, o referente a 4,2 mil toneladas do produto e o equivalente a 540 gramados do maracanã. O Jogue Limpo está em processo de expansão e em 2012 fechou o ano com licitações concluídas para Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará (SILVA, 2013). Ainda no ano de 2012, foi firmado o primeiro acordo setorial da Política Nacional de Resíduos Sólidos com o Ministério do Meio Ambiente, resultante da eficácia do Programa Jogue Limpo como solução sustentável para a destinação das embalagens usadas. Além disto, o programa foi reconhecido como referência para a correta destinação das embalagens plásticas de óleos lubrificantes no Brasil (SILVA, 2013). Para que a responsabilidade a ser compartilhada por todos fabricantes, importadores, distribuidores, revendedores e consumidores seja efetivamente cumprida, o Programa Jogue Limpo investe: na conscientização do consumidor, através da comunicação e da educação ambiental, distribuindo folders, flyers e material educativo como kits multimídia e revistas; no efetivo envolvimento dos comerciantes, através de acordos regionais, assinatura de termos de compromisso e na promoção de eventos em parceria com outras entidades; e na busca pelo apoio do poder público, almejando incentivos fiscais e um aumento da fiscalização dos agentes envolvidos no mercado (SILVA, 2013). No esforço para difundir o princípio da logística reversa, o Sindicom lançou, em 2012, um programa de educação ambiental e criou na rede social Facebook um perfil para o Jogue Limpo, que teve mais de 400 mil acessos no ano. Visando despertar no público infantil a consciência ambiental, o sindicato distribuiu 14 mil revistas em quadrinhos e kits com DVD. Outra iniciativa foi a elaboração de curso a distância para a capacitação de professores e alunos do ensino fundamental em temas ambientais relacionados aos lubrificantes (SINDICOM, 2013, p. 104). Em 2012 o Sindiciom, que coordena o programa Jogue Limpo, avançou nos estudos para a formulação de um novo modelo de gestão do programa. O Jogue Limpo passará a ser gerenciado por uma organização independente, com apoio técnico da entidade, nos moldes de governança adotada por iniciativas do gênero no país e no exterior. O sindicato também deu início ao planejamento da expansão do programa às regiões Norte e Centro-Oeste e aos estados do Maranhão e Piauí, com a contratação de estudo que deverá ser concluído, em 2013, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) (SINDICIOM, 2013, p. 105). 83

98 A figura 22 apresenta a evolução dos pontos de recebimento do programa através da sua gestão informatizada entre os anos de 2005 e 2013 (SILVA, 2013). Figura 22: Evolução dos pontos de recebimento do Jogue Limpo através da gestão informatizada do programa Fonte: Silva (2013) Em 2010, o programa Jogue Limpo contava com 22 caminhões em sua frota, 10 centrais coletoras distribuídas entre as regiões abrangidas pelo programa e 1,1 mil toneladas de embalagens coletadas. No primeiro semestre de 2011, o Jogue Limpo já contava com 29 caminhões, 11 centrais de recebimento do resíduo e cerca de mil toneladas de embalagens coletadas (FREITAS, 2011). Em 2012, o programa vivenciou novamente um momento de expansão, com a presença no mercado de 12 centrais de recebimento, 41 veículos em sua frota e 2,8 mil toneladas de embalagens coletadas 26. A tabela 37 apresenta a evolução da gestão do Programa Jogue Limpo durante os anos de 2010 e Disponível em: Acesso em: 14 nov

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