PERFIL DA ATUAÇÃO E INSERÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM MG, ES, MT E MS (Relatório de Pesquisa)

Transcrição

1 PERFIL DA ATUAÇÃO E INSERÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM MG, ES, MT E MS (Relatório de Pesquisa) O CREFONO 6, juntamente com o SINFEMG e os cursos de Fonoaudiologia da PUC-Minas, FEAD e UFMG desenvolveram uma pesquisa com o objetivo de traçar o perfil de atuação e inserção fonoaudiológica nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. É com imenso prazer que entregamos a você os principais resultados obtidos. Com eles em mão, esperamos que você: 1. Tenha informações para uma análise da sua atuação frente aos demais profissionais 2. Possa identificar áreas e locais de atuação fonoaudiológica mais carentes de profissionais na sua região 3. Identifique aspectos importantes para uma maior e melhor inserção no mercado de trabalho. Os resultados apresentados expressam uma análise descritiva do conjunto de informações sobre o perfil do profissional de Fonoaudiologia atuante na 6ª Região e as tabelas e quadros podem ser utilizados pelos profissionais que desejam realizar estudos aprofundados sobre o tema. Neste caso, há necessidade, que a fonte seja citada. O presente estudo investigou 875 fonoaudiólogos de diferentes áreas de atuação. Destes, 90,7% são do gênero feminino; 3,5% do gênero masculino e 0,5% não responderam ao quesito gênero. A média de idade foi de 33,3 anos (±7,9 anos), variando de 21 a 58 anos, sendo que 0,9% indivíduos não declararam sua idade. Em relação à cidade de graduação, a maior parte dos investigados declarou ter concluído o curso em Belo Horizonte (31,2%) e em cidades que não fazem parte da 6ª Região (25,4%).

2 Minas Gerais compreende o estado no qual a maioria dos investigados concluiu graduação (52,8%), seguido daqueles que não integram a 6ª Região (25,3%); Espírito Santo (9,0%); Mato Grosso do Sul (4,9%); e Mato Grosso (2,4%). Quanto ao ano de conclusão da graduação em Fonoaudiologia, há registros de 1976 a 2012, com maior concentração de graduados nos anos de 2001 a 2010, destacando-se o ano de 2004 (9,3%) e 2005 (8,8%). Dos pesquisados, 46,9% possuem especialização, sendo que 12,8% profissionais têm especialização em mais de uma área. Em relação à primeira especialização, a área mais citada foi a de Audiologia (16,7%), seguida de Motricidade Orofacial (13,5%); Linguagem (8,3%); Voz (3,7%); Psicopedagogia (2,8%); Fonoaudiologia Hospitalar (2,3%); Saúde Pública (1,7%); Educação Especial (1,6%) e Educação (1,4%). Os principais locais de realização foram Belo Horizonte (24,8%); fora da 6ª Região (17,2%); Juiz de Fora (3,5%); Campo Grande (3,4%); Vila Velha (2,3%); Vitória (1,7%); e Cuiabá (1,1%). No que se refere ao ano de conclusão, destaca-se 2010 (6,5%); 2007 (6,0%); 2008 (5,3%); e 2009 (4,5%). Quanto à motivação para a realização da especialização, a maior parte dos profissionais (48,6%) referiu a oportunidade de ampliar conhecimentos na área. As áreas mais citadas como segunda especialização foram Audiologia (2,1%); e Motricidade Orofacial (1,3%). As cidades mais citadas compreendem Belo Horizonte (4,3%); e aquelas que estão fora da 6ª Região (3,4%). Em relação aos anos em que os fonoaudiólogos realizaram sua segunda especialização, destacam-se 2009 e 2010 (1,9% cada); 2011 (1,3%); e 2012 (1,1%). Como motivação foi citada pela maior parte dos investigados a ampliação de conhecimentos na área (9,0%).

3 Quanto à terceira especialização, foi realizada na cidade de Vila Velha (0,1%) e Cuiabá (0,1%); nos anos de 2009, 2010 e 2011 (0,1% cada). Foram citadas as áreas de Saúde pública (0,1%); Acupuntura (0,1%); e Aprimoramento em Fonoaudiologia (0,1%); e como razão para a escolha da especialização, foi relatado a ampliação de conhecimentos na área (0,2%). Dos investigados, 15,8% possuem título de especialista pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia, sendo a Motricidade Orofacial (5,6%) a área de maior referência, seguida de Audiologia (4,5%); Voz (2,2%); e Linguagem (2,1%). A formação no nível de mestrado foi relatada por 7,5% dos fonoaudiólogos, sendo que a maior parte destes profissionais formou-se em Belo Horizonte (3,4%) no ano de 2011 (1,1%), e realizou o mestrado com o intuito de ampliar conhecimentos na área (4,3%). A realização do doutorado foi referida por 1,1% dos profissionais, com maior citação no ano de 2010 (0,3%). Em relação à distribuição dos fonoaudiólogos por local de residência, verificou-se maior concentração em Minas Gerais nas cidades de Belo Horizonte (19%), Juiz de Fora (5,3%) e Uberlândia (2,8%); no Espírito Santo nas cidades de Vila Velha (3,4%), Vitória (1,8%) e Vila Pavão (1,6%); e no Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso, em suas capitais, respectivamente Campo Grande (3,2%) e Cuiabá (1,9%). Quanto à distribuição por estados, observou-se maior número de fonoaudiólogos distribuídos em Minas Gerais (65,7%). A relação das cidades de atuação evidencia maior número de fonoaudiólogos em Belo Horizonte (17,4%); Juiz de Fora (4%); Campo Grande (3%); Uberlândia

4 (2,8%); Vila Velha (2,5%); Contagem (2,3%); Cuiabá (1,9%); Sete Lagoas e Vitória (1,8% cada); Ipatinga e Betim (1,4% cada); Barbacena (1,3%) e Uberaba (1,1%). Quanto à distribuição da atuação por estados observou-se concentração dos profissionais em Minas Gerais (64,6%), seguido do Espírito Santo (11,8%). Dos fonoaudiólogos investigados, 90,3% exercem a profissão. Dentre os 4,2% dos profissionais que não atuam como fonoaudiólogos, a maioria (2,3%) atribuiu ao fato não ter encontrado trabalho. Em relação à renda salarial mensal, a maioria dos investigados (72,2%) tem a Fonoaudiologia como sua única fonte de renda, sendo que a maior parte (35,5%) recebe de R$1.635,00 à R$3.270,00 e possui uma jornada de trabalho de 40 horas semanais (27,5%). No que se refere à inserção no mercado de trabalho, a maior parte dos fonoaudiólogos (17%) conseguiu o primeiro emprego após um mês de conclusão da graduação. Analisando o primeiro vínculo de trabalho, constatou-se prevalência do vínculo como autônomo para mais da metade dos fonoaudiólogos (53,7%). Os empregados também aparecem em destaque, porém em proporções menores (24,2%). Quando indagados sobre a inserção nos locais de trabalho, verificou-se ser a indicação a mais frequente. No tocante à atuação profissional, 29,2% dos fonoaudiólogos trabalham em escolas; 18,8% em hospitais; 2,4% em asilos; 5% em creches; 23,5% em outros setores da saúde pública; 32,6% em consultórios; 30,6% em clínicas; 7,4% em empresas de Aparelhos Auditivos; 7,1% em empresas com ruído excessivo; 26,2% em atendimentos domiciliares; 2,4% em clínicas escola; 0,6% em escolas de teatro;

5 4,4% em Instituições de Ensino Superior; 2,3% em Organizações Não Governamentais; 0,4% com consultoria e/ou assessoria em Comunicação; 0,2% em clínicas de estética; e 3,7% em outros locais. Em relação às áreas de atuação observou-se distribuição equilibrada entre as áreas de Linguagem (67,9%); Motricidade Orofacial (65,8%); Audiologia (60,5%); e Voz (53,9%). A área de Disfagia foi citada por 41,2% dos fonoaudiólogos; Fonoaudiologia Educacional por 26,6%; e Atenção à Saúde por 17,1% dos investigados. Do total dos pesquisados, 81,5% declarou receber pacientes encaminhados por outros profissionais, sendo o otorrinolaringologista (67,1%); o pediatra (54,7%); o neurologista (48,9%); o ortodontista (47,6%); a escola (46,8%); e o psicólogo (45,0%), os que mais encaminham. Dentre aqueles citados como os que menos realizam encaminhamentos para a Fonoaudiologia, encontram-se o cirurgião plástico (1,4%); o dermatologista (1,8%); e o alergologista (3,1%). No que se refere ao envolvimento com atividades de pesquisa na Fonoaudiologia, 20,6% dos profissionais declarou desenvolver pesquisas, principalmente no local de trabalho (7,3%). Ao serem questionados sobre a realização de análise para viabilidade financeira do serviço, a maioria (57,8%) revelou não ter feito. Referente ao que é levado em consideração para determinar o valor de seu trabalho, a maior parte dos investigados (43,5%) considera os valores próximos ao mercado. Em relação à atividade voluntária, 41,5% dos pesquisados nunca atuou como voluntário.

6 A elaboração de um planejamento em relação à carreira foi mencionada por 50,17% dos profissionais. Quanto à motivação para o trabalho, o fato de realizar-se profissionalmente foi o mais citado (39,5%). Dos investigados, 54,8% declarou possuir rede de contatos para os quais encaminha e dos quais recebe pacientes. No que se refere à filiação a entidades de classe, a maioria (76,9%) não é filiada. Dentre as entidades citadas por aqueles que são filiados, destaca-se o SINFEMG (6,6%). No estudo constatou-se que a maioria dos fonoaudiólogos (51,9%) está insatisfeita com a profissão, sendo a remuneração ruim o motivo mais citado (34,6%) como justificativa para a insatisfação. Ao serem questionados sobre o desejo de mudar de profissão, 57,5% dos profissionais relatou não ter este desejo. Entretanto, 21% tem interesse em desenvolver uma atividade paralela. Agradecimentos especiais: Juliana Nunes Santos (CRFa ) Brízia Lacerda Santos (CRFa ), ex acadêmica da PUC-Minas Cíntia Carolina Mendes Araújo Zeferino (CRFa ), ex acadêmica da UFMG Mariana Thuany Gonçalves (CRFa ), ex acadêmica da PUC-Minas

7