UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINESE ESCOLA DE ENGENHARIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO FERNANDO ANDRADE

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1 i UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINESE ESCOLA DE ENGENHARIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO FERNANDO ANDRADE IMPACTO DA QUALIDADE DO FORNECIMENTO DE ENERGIA NA ESTRATÉGIA DE INVESTIMENTO NO SETOR ELÉTRICO NITERÓI, RJ 2014

2 ii FERNANDO ANDRADE IMPACTO DA QUALIDADE DO FORNECIMENTO DE ENERGIA NA ESTRATÉGIA DE INVESTIMENTO NO SETOR ELÉTRICO Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia de Produção, da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia de Produção. Área de Concentração: Estratégia, Gestão e Finanças Empresariais. Orientador: Prof. José Rodrigues de Farias Filho, D.Sc Niterói, RJ 2014

3 iii

4 iv FERNANDO ANDRADE IMPACTO DA QUALIDADE DO FORNECIMENTO DE ENERGIA NA ESTRATÉGIA DE INVESTIMENTO NO SETOR ELÉTRICO Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia de Produção, da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia de Produção. Área de Concentração: Estratégia, Gestão e Finanças Empresariais. Aprovada em 01 dezembro de Niterói, RJ 2014

5 v Aos meus pais, Maria Aparecida e Torres, À minha avó Dalva e minha irmã Michelle, e à minha esposa Érika, com amor. Fernando Andrade

6 vi AGRADECIMENTOS: A Universidade Federal Fluminense e ao Programa de Mestrado e Doutorado em Engenharia de Produção, que com sua grade de disciplinas em horários especiais permitiu o desenvolvimento deste trabalho de pesquisa concomitante à atuação do pesquisador no setor produtivo. À minha mãe e minha avó, pela dedicação e apoio incondicional para minha formação. À minha irmã pelo exemplo e orientação. Ao meu pai pelo incentivo. À minha esposa Érika, pelo companheirismo, incentivo e criação de um ambiente propício para o desenvolvimento deste trabalho. Ao professor, orientador e amigo José Rodrigues de Farias Filho, que me apresentou metodologias e ferramentas que mudaram minha forma de enxergar a ciência, deixando-me mais produtivo e motivado. Aos especialistas em regulação do setor elétrico da Endesa Brasil Viviane Grillo Coutinho e Renato Sampaio, que tanto contribuíram para entendimento e identificação de resoluções e notas técnicas. Ao mentor e amigo Cesar Fernandes Pereira, referência em planejamento do setor elétrico e em avaliação econômica de projetos, que gentilmente revisou e sugeriu melhorias nas planilhas de avaliação econômica. À equipe do Serviço de Informação ao Cidadão (SIC) da Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), em especial ao Leonardo Morais da Rocha Formiga pela dedicação e presteza no envio de informações essenciais ao desenvolvimento deste trabalho. Fernando Andrade

7 vii RESUMO O presente trabalho trata de um estudo multi-casos que tem como objetivo avaliar o impacto da política de incentivos regulatórios para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica (Fator Q, implantada pela ANEEL em 2011) na estratégia de investimento do setor elétrico brasileiro. Neste sentido, a seguinte metodologia foi utilizada, (i) inicialmente realizouse uma análise bibliométrica sobre regulação, políticas de incentivo regulatórios e setor elétrico, (ii) em seguida foi proposto um modelo de avaliação econômica de investimento em projetos para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica, (iii) por fim, aplicou-se este modelo de avaliação econômica em duas distribuidoras de energia elétrica com diferentes condições de qualidade do fornecimento. A avaliação foi realizada em dezoito cenários, com e sem Fator Q e com investimento realizado em cada um dos cinco anos do ciclo tarifário de uma das distribuidoras e em cada um dos quatro anos do ciclo tarifário da outra. O resultado indica que o incentivo regulatório (Fator Q) para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica não altera de forma significativa a rentabilidade dos investimentos em projetos para este fim. Desta forma, o incentivo regulatório para melhoraria da qualidade do fornecimento de energia elétrica (Fator Q) não irá impactar a estratégia de investimento das distribuidoras de energia elétrica no Brasil. Palavras-chave: Avaliação Econômica de Projetos, Regulação por Incentivo, Distribuição de Energia Elétrica, Qualidade do Fornecimento

8 viii ABSTRACT This is a multi-case study that aims at evaluating the impact of regulatory incentives to improve the quality of the electricity supply (Q factor, set by ANEEL in 2011), in the Brazilian electric sector investment strategy policy. In this sense, the following methodology was used (i) At first, Bibliometric analysis was carried out on regulatory standards, regulatory incentives policies and the electricity sector, (ii) Afterwards, it was proposed an investment economic evaluation model for projects intended for the improvement of the quality of the electric energy supply, (iii) finally, this model of economic evaluation was applied to two electricity distribution companies with different conditions of quality of supply. The evaluation was performed in eighteen scenarios, with and without the Q factor, and with investment made in each one of the five-year tariff cycle of one of the distribution companies and in each one of the four-year tariff cycle of the other. The result indicates that regulatory incentive (Q factor) for enhancing the quality of the supply of energy does not alter significantly the profitability of the investments in projects to that purpose. Thus, the regulatory incentive to improve the quality of the electricity supply (Q factor) will not impact the investment strategy of the electricity distributors in Brazil. Keywords: Economic Evaluation of Projects, Incentive Regulation, Electric Power Distribution, Reliability

9 ix SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA OBJETIVOS Objetivo Geral Objetivo Específico QUESTÕES DA PESQUISA CONTRIBUIÇÃO E RELEVÂNCIA Dimensão Sociedade Dimensão Programa Dimensão Pesquisador DELIMITAÇÃO ESTRUTURA DO TRABALHO REFERENCIAL TEÓRICO CONSIDERAÇÕES INICIAIS REGULAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS Análise De Palavras-chave Análise por Áreas de Conhecimento Análise por Autores SETOR ELÉTRICO Estrutura Institucional do Setor Elétrico Brasileiro Geração de Energia Elétrica no Brasil Transmissão de Energia Elétrica no Brasil Distribuição de Energia Elétrica no Brasil Impacto do comportamento social no Sistema Elétrico Brasileiro REMUNERAÇÃO DE CAPITAL NO SETOR ELÉTRICO Pesquisa bibliográfica com método de ranking de artigos Artigos ranqueados Remuneração de capital na América Latina... 48

10 x A regulação e o investimento internacional na América Latina REGULAÇÃO POR INCENTIVO Material Regulatório Teses e Dissertações Artigos REGULAÇÃO TARIFÁRIA DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO Aspectos gerais sobre a tarifa de energia elétrica no Brasil Base de Remuneração Regulatória Fator Q QUALIDADE DO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA Definições Indicadores de Confiabilidade para Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica Projetos de Investimento para Melhoria na Qualidade do Serviço ANALISE DE INVESTIMENTO Valor Presente Líquido (VPL) Taxa Interna de Retorno (TIR) METODOLOGIA DE PESQUISA ESTRATÉGIA DE PESQUISA MÉTODO PARA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA Mapeamento bibliométrico Ranking de artigos Seleção de referências para setores regulados Busca por material especializado METODOLOGIA PARA ESTUDOS QUALITATIVOS (ESTUDO DE CASO) Plano Projeto Preparação Coleta Análise Compartilhamento IDENTIFICAÇÃO E SELEÇÃO DE EMPRESAS DELINEAMENTO (PASSO A PASSO) AVALIAÇÃO ECONOMICA DE PROJETOS PARA MELHORIA DA QUALIDADE DE FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA

11 xi 4.1 BENEFÍCIO COM A REDUÇÃO DE CUSTOS Compensações por DIC, FIC e DMIC Diminuição das indenizações por queima de aparelhos Diminuição dos pagamentos de Causas Judiciais Outros desembolsos BENEFÍCIO COM O AUMENTO DE INGRESSOS Benefício Futuro na Base de Remuneração Regulatória Benefício Tarifário via Fator Q MODELO PROPOSTO DE AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE PROJETOS DE QUALIDADE DESCRIÇÃO DOS CASOS INTRODUÇÃO SOBRE OS CASOS Grupo ENEL Holding Endesa Brasil CASO AMPLA CASO COELCE VALIDAÇÃO DA QUALIDADE DOS ESTUDOS DE CASO Validade do Constructo Validade Interna Validade Externa Confiabilidade ANALISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS ANÁLISE INTRACASOS Ampla Coelce ANÁLISE INTER-CASOS Principais semelhanças e diferenças entre Ampla e Coelce Análise comparativa de TIR e VPL em diferentes cenários Análise comparativa de R$ de benefício por R$ investido DISCUSSÃO DE RESULTADOS CONCLUSÕES OBJETIVO PRINCIPAL E OBJETIVOS ESPECÍFICOS Objetivo Principal Objetivos Específicos RESPOSTAS ÀS QUESTÕES DE PESQUISA

12 xii 7.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS APÊNDICE I. PLANILHAS DA AVALIAÇÃO ECONÔMICA i. Caso Ampla: Investimento no ano ii. Caso Ampla: Investimento no ano iii. Caso Ampla: Investimento no ano iv. Caso Ampla: Investimento no ano v. Caso Ampla: Investimento no ano vi. Caso Coelce: Investimento no ano vii. Caso Coelce: Investimento no ano viii. Caso Coelce: Investimento no ano ix. Caso Coelce: Investimento no ano II. PASSO A PASSO PARA FILTRO E PRIORIZAÇÃO DE ARTIGOS i. Pesquisa Bibliográfica ii. Catalogação software especializado iii. Filtro de Pesquisa III. FERRAMENTAS DE APOIO PARA PESQUISA i. Ferramentas de planejamento ii. Construção de árvores de palavras-chave iii. Pesquisa Bibliográfica iv. Ferramentas para Mapeamento Bibliométrico v. Elaboração e divulgação de enquetes (survey) vi. Catalogação de Bibliografia REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

13 xiii LISTA DE FIGURAS Figura 1: Contexto do trabalho, Problema de pesquisa e Objetivo do estudo... 1 Figura 2: Objetivos específicos da pesquisa e questões de pesquisa associadas... 1 Figura 3: Estrutura do Setor Elétrico Brasileiro... 2 Figura 4: Evolução dos Indicadores DEC e FEC Brasil... 4 Figura 5: Duração média das Interrupções não planejadas, excluindo situações excepcionais... 5 Figura 6: Estrutura do trabalho Figura 7: Artigos por ano de publicação, busca por referência sobre regulação de serviços públicos. 14 Figura 8: Palavra-chave com maior repetição na busca por referência sobre regulação de serviços públicos Figura 9: Análise de co-ocorrência de palavra-chave sobre regulação de serviços públicos Figura 10: Palavra-chave com maior aderência ao estudo Figura 11: Análise de co-ocorrência de palavra-chave (selecionadas) sobre regulação de serviços públicos Figura 12: Mapa de correlação entre categorias do Web os Science e palavras-chave com maior aderência ao estudo Figura 13: Mapa de co-autoría Figura 14: Visão geral de um sistema elétrico de potência Figura 15: Visão esquemática de um sistema elétrico de potência Figura 16: Diagrama de blocos de um sistema elétrico de potência Figura 17: Diagrama unifilar de um sistema elétrico de potência Figura 18: Estrutura Institucional do Setor Elétrico Brasileiro Figura 19: Estrutura Institucional do Setor Elétrico Brasileiro Figura 20: Estrutura Institucional do Setor Elétrico Brasileiro Figura 21: Matriz de Energia Elétrica no Brasil (% do Capacidade Instalada no país) Figura 22: Mapa do Sistema Interligado Nacional (SIN), Integração Eletroenergética Figura 23: Mapa do Sistema Interligado Nacional (SIN), Sistema de Transmissão Figura 24: Rede de Transmissão do SIN sobre o Mapa da Europa Figura 25: Quantidade de clientes das 63 concessionárias de distribuição de energia elétrica no Brasil Figura 26: Mapa com as 50 principais distribuidoras de energia elétrica do Brasil Figura 27: Exemplo de área de concessão descontínua e multi-estado, o caso da Elektro Figura 28: Percentual de perda em relação à energia injetada no sistema de distribuição do Brasil Figura 29: Indicadores de continuidade do fornecimento de energia elétrica no Brasil no período de 1997 a Figura 30: Resultados da Operação do SIN durante o jogo Camarões x Brasil, pela Copa do Mundo FIFA Figura 31: Resultados da Operação do SIN durante o jogo Brasil x Alemanha, pela Copa do Mundo FIFA Figura 32: Montantes de investimento comprometidos em projetos elétricos com participação privada entre 1992 e 2010 na América Latina e Caribe, valores em bilhões de dólares Figura 33: Nuvem de palavras gerada com ManyEyes com dados das resoluções e notas técnicas.. 55 Figura 34: Árvore de Palavras Chave Figura 35: Definição, Princípios e Metodologia da Estrutura Tarifária de Energia Elétrica... 60

14 Figura 36: Os dois principais modelos de regulação aplicados no setor elétrico Figura 37: Estrutura Tarifária de Energia Elétrica no Brasil Figura 38: Componente Remuneração do Capital na estrutura da TUSD Figura 39: Fator X, onde RTP é Revisão Tarifaria Periódica e IRT é Índice de Reajuste Tarifário Anual Figura 40: Os três conceitos da qualidade do fornecimento de energia elétrica Figura 41: Os três conceitos da qualidade do fornecimento de energia elétrica Figura 42: Estratégia de pesquisa Figura 43: Modelo simplificado para exploração bibliográfica Figura 44: Processo de seleção de material bibliográfico para estudos em setores regulados Figura 45: Processo para aplicar método de pesquisa Estudo de Caso Figura 46: Tipos básicos de projetos para estudos de caso Figura 47: O pesquisador do estudo de caso: habilidades desejadas Figura 48: Visão geral do projeto do estudo de caso Figura 49: Procedimentos de campo para estudo de caso Figura 50: Múltiplas fontes de informação para estudo de caso Figura 51: Delineamento do trabalho em três macro etapas Figura 52: Fluxograma do processo de apuração e avaliação dos indicadores de continuidade Figura 53: Média anual (em milhões de reais) de compensação por DIC, FIC e DMIC por distribuidora Figura 54: Média anual (em reais) de compensação DIC, FIC e DMIC por cliente por distribuidora 103 Figura 55: Ranking de causas judiciais (JEC) dos últimos 5 anos Figura 56: Ranking de causas judiciais (Cívil) dos últimos 5 anos Figura 57: Cálculo do Benefício Futuro na Base de Remuneração Regulatória com aplicação da taxa WACC Figura 58: Empresas do Grupo ENEL no mundo Figura 59: Empresas da holding Endesa Brasil Figura 60: Análise léxica, através de nuvem de palavras, do trabalho de EISENHARDT (1989) Figura 61: Exemplo de análise léxica, com foco no termo construct, do trabalho de EISENHARDT (1989) Figura 62: Estratégia de pesquisa com sequenciamento de evidências Figura 63: Sequência lógica para validade interna do estudo de caso Figura 64: Taxa interna de retorno (TIR) de um projeto para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica em 10 cenários (investimento realizado em cada um dos 5 anos da revisão tarifária, com e sem fator Q) Figura 65: Valor Presente Líquido (VPL) de um projeto para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica em 10 cenários (investimento realizado em cada um dos 5 anos da revisão tarifária, com e sem fator Q) Figura 66: TIR e VPL de um projeto para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica em 10 cenários (investimento realizado em cada um dos 5 anos da revisão tarifária, com e sem fator Q) Figura 67: Benefícios tarifários (aumento de ingressos) de um projeto para melhoria da qualidade em 5 cenários, cada um representando o investimento realizado em um dos anos do ciclo tarifário da distribuidora Ampla xiv

15 Figura 68: Benefícios (aumento de ingressos e redução de custos) de um projeto para melhoria da qualidade em 5 cenários, cada um representando o investimento realizado em um dos anos do ciclo tarifário da distribuidora Ampla (sem considerar o Fator Q) Figura 69: Benefícios (aumento de ingressos e redução de custos) de um projeto para melhoria da qualidade em 5 cenários, cada um representando o investimento realizado em um dos anos do ciclo tarifário da distribuidora Ampla (considerando o Fator Q) Figura 70: Comparação entre benefícios gerais (de investimentos no setor elétrico) e benefícios relacionados com qualidade de fornecimento em 5 diferentes cenários (cada um representando o investimento em um ano do ciclo tarifário) sem considerar o Fator Q Figura 71: Comparação entre benefícios gerais (de investimentos no setor elétrico) e benefícios relacionados com qualidade de fornecimento em 5 diferentes cenários (cada um representando o investimento em um ano do ciclo tarifário) considerando o Fator Q Figura 72: Taxa interna de retorno (TIR) de um projeto para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica em 8 cenários (investimento realizado em cada um dos 4 anos da revisão tarifária, com e sem fator Q) Figura 73: Valor Presente Líquido (VPL) de um projeto para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica em 8 cenários (investimento realizado em cada um dos 4 anos da revisão tarifária, com e sem fator Q) Figura 74: TIR e VPL de um projeto para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica em 8 cenários (investimento realizado em cada um dos 4 anos da revisão tarifária, com e sem fator Q) Figura 75: Benefícios tarifários (aumento de ingressos) de um projeto para melhoria da qualidade em 4 cenários, cada um representando o investimento realizado em um dos anos do ciclo tarifário da distribuidora Coelce Figura 76: Benefícios (aumento de ingressos e redução de custos) de um projeto para melhoria da qualidade em 4 cenários, cada um representando o investimento realizado em um dos anos do ciclo tarifário da distribuidora Coelce (sem considerar o Fator Q) Figura 77: Benefícios (aumento de ingressos e redução de custos) de um projeto para melhoria da qualidade em 4 cenários, cada um representando o investimento realizado em um dos anos do ciclo tarifário da distribuidora Coelce (considerando o Fator Q) Figura 78: Comparação entre benefícios gerais (de investimentos no setor elétrico) e benefícios relacionados com qualidade de fornecimento em 4 diferentes cenários (cada um representando o investimento em um ano do ciclo tarifário) sem considerar o Fator Q Figura 79: Comparação entre benefícios gerais (de investimentos no setor elétrico) e benefícios relacionados com qualidade de fornecimento em 4 diferentes cenários (cada um representando o investimento em um ano do ciclo tarifário) considerando o Fator Q Figura 80: Comparação da TIR Ampla e Coelce com e sem fator Q considerando o ano civil Figura 81: Comparação da TIR Ampla e Coelce com e sem fator Q considerando o ano regulatório 153 Figura 82: Comparação entre Ampla e Coelce dos R$ de benefício por R$ investidos (considerando investimento no ano R-1) na análise de investimento que não considera o Fator Q Figura 83: Comparação entre Ampla e Coelce dos R$ de benefício gerais e R$ de benefício relacionados com qualidade por R$ investidos (considerando investimento no ano R-1) na análise de investimento que não considera o Fator Q Figura 84: Comparação entre Ampla e Coelce dos R$ de benefício por R$ investidos (considerando investimento no ano R-1) na análise de investimento que considera o Fator Q xv

16 Figura 85: Comparação entre Ampla e Coelce dos R$ de benefício gerais e R$ de benefício relacionados com qualidade por R$ investidos (considerando investimento no ano R-1) na análise de investimento que considera o Fator Q Figura 86: Processo de seleção de material bibliográfico para estudos em setores regulados Figura 87: Periódicos dos artigos resultantes de uma pesquisa sobre regulação tarifária na América Latina utilizando a base de conhecimento Wiley Online Library Figura 88: Periódicos dos artigos resultantes de uma pesquisa sobre regulação tarifária na América Latina utilizando a base de conhecimento ScienceDirect Figura 89: Criação de novo estilo no EndNote para viabilizar tratamento de dados no Excel Figura 90: Enquete (ou pesquisa) utilizando ferramenta survey Qualtrics (MACHADO, 2012) e Método de Borda (COSTA, H. G., 2010) para definir peso de indicadores no processo de priorização de artigos Figura 91: Resultado de pesquisa / enquete na ferramenta Qualtrics Figura 92: Adaptação do resultado extraído do Qualtrics para aplicação do método multicritério de Borda Figura 93: Definição de pesos para os indicadores associados aos artigos Figura 94: Indicador JCR, total de citações, dos periódicos relacionados com os artigos em análise de priorização Figura 95: Indicador JCR, fator de impacto, dos periódicos relacionados com os artigos em análise de priorização Figura 96: Indicador JCR, fator de impacto 5 anos, dos periódicos relacionados com os artigos em análise de priorização Figura 97: Indicador JCR, meia vida, dos periódicos relacionados com os artigos em análise de priorização Figura 98: Planilha de priorização de artigos com pesos definidos pelo método multicritério de Borda Figura 99: Fluxo do mapeamento de ciência Figura 100: Fluxo de trabalho do SciMAT Figura 101: Eliminação de dados e redes pela frequência Figura 102: Etapas usuais do Text Mining Figura 103: Funcionamento do VantagePoint Figura 104: Conjunto de ferramentas do VantagePoint Figura 105: Tipos de informações obtidas com VantagePoint xvi

17 xvii LISTA DE TABELAS Tabela 1: Meta e realizado dos indicadores DEC e FEC no Brasil entre 2005 e Tabela 2: Tensões usuais em sistemas elétricos de potência Tabela 3: Capacidade instalada de geração elétrica no mundo 10 maiores países em 2010 (GW) Tabela 4: Capacidade instalada de geração hidrelétrica no mundo 10 maiores países em 2010 (GW) 32 Tabela 5: Agências reguladoras / fiscalizadoras de serviços públicos relacionados com energia elétrica dos países com maior consumo de energia elétrica na América do Sul Tabela 6: Resoluções sobre remuneração de capital Tabela 7: Taxa de remuneração de capital para investimentos nos sistemas de distribuição de energia elétrica Tabela 8: Priorização das dissertações selecionadas Tabela 9: Componente Q do Fator X Tabela 10: Indicador de Desempenho Global de Continuidade: mercado maior que 1 TWh Tabela 11: Itens de verificação para definir método de pesquisa mais adequado ao problema de pesquisa Tabela 12: Táticas de estudo de caso para quatro testes de projetos Tabela 13: Indicadores individuais de qualidade do fornecimento de energia elétrica Tabela 14: Valores da Endesa Brasil e de suas empresas Tabela 15: Principais indicadores da distribuidora Ampla Tabela 16: Índices de duração das interrupções (DEC) e desembolso por DIC/FIC/DMIC da distribuidora Ampla Tabela 17: Principais indicadores da distribuidora Coelce Tabela 18: Índices de duração das interrupções (DEC) e desembolso por DIC/FIC/DMIC da distribuidora Coelce Tabela 19: Exemplo de múltiplas fontes de evidencia para validação do constructo Tabela 20: Premissas para avaliação econômica caso Ampla com investimento no ano Tabela 21: Fluxo de caixa considerando o Fator Q caso Ampla com investimento no ano Tabela 22: Fluxo de caixa sem considerar o Fator Q caso Ampla com investimento no ano Tabela 23: Comparação entre as análises com e sem Fator Q - caso Ampla com investimento no ano Tabela 24: Premissas para avaliação econômica caso Ampla com investimento no ano Tabela 25: Fluxo de caixa considerando o Fator Q caso Ampla com investimento no ano Tabela 26: Fluxo de caixa sem considerar o Fator Q caso Ampla com investimento no ano Tabela 27: Comparação entre as análises com e sem Fator Q caso Ampla com investimento no ano Tabela 28: Premissas para avaliação econômica caso Ampla com investimento no ano Tabela 29: Fluxo de caixa considerando o Fator Q caso Ampla com investimento no ano Tabela 30: Fluxo de caixa sem considerar o Fator Q caso Ampla com investimento no ano Tabela 31: Comparação entre as análises com e sem Fator Q caso Ampla com investimento no ano Tabela 32: Premissas para avaliação econômica caso Ampla com investimento no ano Tabela 33: Fluxo de caixa considerando o Fator Q caso Ampla com investimento no ano

18 Tabela 34: Fluxo de caixa sem considerar o Fator Q caso Ampla com investimento no ano Tabela 35: Comparação entre as análises com e sem Fator Q caso Ampla com investimento no ano Tabela 36: Premissas para avaliação econômica caso Ampla com investimento no ano Tabela 37: Fluxo de caixa considerando o Fator Q caso Ampla com investimento no ano Tabela 38: Fluxo de caixa sem considerar o Fator Q caso Ampla com investimento no ano Tabela 39: Comparação entre as análises com e sem Fator Q caso Ampla com investimento no ano Tabela 40: Premissas para avaliação econômica caso Coelce com investimento no ano Tabela 41: Fluxo de caixa considerando o Fator Q caso Coelce com investimento no ano Tabela 42: Fluxo de caixa sem considerar o Fator Q caso Coelce com investimento no ano Tabela 43: Comparação entre as análises com e sem Fator Q caso Coelce com investimento no ano Tabela 44: Premissas para avaliação econômica caso Coelce com investimento no ano Tabela 45: Fluxo de caixa considerando o Fator Q caso Coelce com investimento no ano Tabela 46: Fluxo de caixa sem considerar o Fator Q caso Coelce com investimento no ano Tabela 47: Comparação entre as análises com e sem Fator Q caso Coelce com investimento no ano Tabela 48: Premissas para avaliação econômica caso Coelce com investimento no ano Tabela 49: Fluxo de caixa considerando o Fator Q caso Coelce com investimento no ano Tabela 50: Fluxo de caixa sem considerar o Fator Q caso Coelce com investimento no ano Tabela 51: Comparação entre as análises com e sem Fator Q caso Coelce com investimento no ano Tabela 52: Premissas para avaliação econômica caso Coelce com investimento no ano Tabela 53: Fluxo de caixa considerando o Fator Q caso Coelce com investimento no ano Tabela 54: Fluxo de caixa sem considerar o Fator Q caso Coelce com investimento no ano Tabela 55: Comparação entre as análises com e sem Fator Q caso Coelce com investimento no ano Tabela 56: Relação de jornais sem aderência com a pesquisa em questão e quantidade de artigos associados que serão desconsiderados na referência bibliográfica Tabela 57: Indicadores JCR (Journal Citation Reports) associados aos periódicos Tabela 58: Ferramentas de apoio relacionada com etapas de pesquisa Tabela 59: Exemplos de operadores boleanos para diferentes bases de conhecimento Tabela 60: Caracteres Curinga para utilização de filtros no SciMAT xviii

19 xix LISTA DE ABREVIATURAS ABRADEE ABRAGE ABRATE AES-SUL AmE AMPLA ANA ANATEL ANEEL ANP AT BANDEIRANTE BIREME BNDES Boa Vista BRACIER BT CADE CAIUÁ-D CAPES CAPEX CCEE CDE CEA CEAL CEB-DIS CEEE-D CELESC-DIS CELG-D CELPA CELPE CELTINS CEMAR CEMAT Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão de Energia Elétrica AES SUL Distribuidora Gaúcha de Energia S/A. Amazonas Distribuidora de Energia S/A Ampla Energia e Serviços S/A Agência Nacional de Águas Agência Nacional de Telecomunicações Associação Nacional de Energia Elétrica. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Alta tensão Bandeirante Energia S/A. Biblioteca Regional de Medicina / Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social Boa Vista Energia S/A Comitê Brasileiro da CIER Baixa tensão Conselho Administrativo de Defesa Econômica Caiuá Distribuição de Energia S/A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Sigla da expressão capital expenditure (em português, despesas de capital ou investimento em bens de capital) que designa o montante de dinheiro despendido na aquisição (ou introdução de melhorias) de bens de capital de uma determinada empresa. Câmara de Comercialização de Energia Elétrica Conta de Desenvolvimento Energético Companhia de Eletricidade do Amapá Companhia Energética de Alagoas CEB Distribuição S/A Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica Celesc Distribuição S.A. Celg Distribuição S.A. Centrais Elétricas do Pará S/A. Companhia Energética de Pernambuco Companhia de Energia Elétrica do Estado do Tocantins Companhia Energética do Maranhão Centrais Elétricas Matogrossenses S/A.

20 xx CEMIG-D CEMIG Distribuição S/A CEPAL Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe CEPISA Companhia Energética do Piauí CERON Centrais Elétricas de Rondônia S/A. CERR Companhia Energética de Roraima CFLO Companhia Força e Luz do Oeste CFO Chief Financial Officer ou Chefe do Setor Financeiro CFURH Compensação Financeira pela Utilização dos Recursos Hídricos CHESP Companhia Hidroelétrica São Patrício CIER Comisión de Integración Energética Regional CMSE Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico CNE Comisión Nacional de Energía (Chile) CNEE Companhia Nacional de Energia Elétrica CNPE Conselho Nacional de Política Energética. CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico COCEL Companhia Campolarguense de Energia COELBA Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia COELCE Companhia Energética do Ceará CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente COOPERALIANÇA Cooperativa Aliança COPEL-DIS Copel Distribuição S/A COSERN Companhia Energética do Rio Grande do Norte CPEE Companhia Paulista de Energia Elétrica CPFL Jaguari Companhia Jaguari de Energia CPFL Mococa Companhia Luz e Força de Mococa CPFL Paulista Companhia Paulista de Força e Luz CPFL Piratininga Companhia Piratininga de Força e Luz CPFL Santa Cruz Companhia Luz e Força Santa Cruz CPFL Sul Paulista Companhia Sul Paulista de Energia CREG Comisión de Regulación de Energía y Gas (Colômbia) CUSD Contrato de Uso do Sistema de Distribuição DEA Data Envelopment Analysis / Análise por envoltória de dados DEC Duração equivalente de interrupção por unidade consumidora. DEMED DME Distribuição S.A DEMEI Departamento Municipal de Energia de Ijuí DER Duração Equivalente de Reclamação DGC Indicador de Desempenho Global de Continuidade DIC Duração de interrupção individual por unidade consumidora DICRI Duração da interrupção ocorrida em dia crítico por unidade consumidora ou ponto de conexão DMIC Duração máxima de interrupção contínua por unidade consumidora ou ponto de conexão EAT Extra Alta tensão

21 xxi EBITDA EBO EDEVP EDF EEB EER EFLJC EFLUL ELEKTRO ELETROACRE ELETROCAR ELETROPAULO ELFSM EMG ENERSUL ENF ENRE EPB EPE EPR ESCELSA ESE ESS FEC FER FIC FORCEL HIDROPAN IASC IBGE IED IEEE IENERGIA IGPM IPEA IRT JCR LIGHT MMA MME MT MUXENERGIA Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization ou Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (LAJIDA) Energisa Borborema Distribuidora de Energia S.A. Empresa de Distribuição de Energia Vale Paranapanema S/A Électricité de France Empresa Elétrica Bragantina S/A. Encargo de Energia de Reserva Empresa Força e Luz João Cesa Ltda Empresa Força e Luz Urussanga Ltda Elektro Eletricidade e Serviços S/A. Companhia de Eletricidade do Acre Centrais Elétricas de Carazinho S/A. Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo S/A Empresa Luz e Força Santa Maria S/A. Energisa Minas Gerais - Distribuidora de Energia S.A. Empresa Energética de Mato Grosso do Sul S/A. Energisa Nova Friburgo - Distribuidora de Energia S.A. Ente Nacional Regulador de la Electricidad (Argentina) Energisa Paraíba - Distribuidora de Energia Empresa de Pesquisa Energética Reator Pressurizado Europeu Espírito Santo Centrais Elétricas S/A. Energisa Sergipe - Distribuidora de Energia S.A. Encargos de Serviços do Sistema Frequência equivalente de interrupção por unidade consumidora. Frequencia Equivalente de Reclamação Frequência de interrupção individual por unidade consumidora Força e Luz Coronel Vivida Ltda Hidroelétrica Panambi S/A. Índice ANEEL de Satisfação do Consumidor. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Investimento Estrangeiro Direto Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos Iguaçu Distribuidora de Energia Elétrica Ltda Índice Geral de Preços do Mercado Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada Índice de Reajuste Tarifário Anual Journal Citation Reports Light Serviços de Eletricidade S/A. Ministério do Meio Ambiente Ministério de Minas e Energia. Média tensão Muxfeldt Marin & Cia. Ltda

22 xxii O&M ONS ONU OPEX OSINERGMIN P&D_EE PIB PRODIST PROINFA PRORET RGE RR RTP SAIFI SDE / MJ SE SEAE SEB SEC SIGLA SIN SNRH SRD SULGIPE TE TFSEE TIR TOTEX TUSD UHENPAL VPA VPB VPL WACC Operação e Manutenção Operador Nacional do Sistema Elétrico Organização das Nações Unidas Sigla da expressão Operational Expenditure (em português, despesas operacionais) que designa o montante de dinheiro utilizado para manter em operação os bens de capital de uma determinada empresa. Organismo Supervisor de la Inversion em Energía y Mineria (Peru) Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética Produto Interno Bruto Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica Procedimentos de Regulação Tarifária Rio Grande Energia S/A. Receita Requerida Revisão Tarifaria Periódica System Average Interruption Frequency Index Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça Subestação Secretaria de Acompanhamento Econômico Setor Elétrico Brasileiro Superintendencia de Electricidad y Combustibles (Chile) Razão Social Sistema Interligado Nacional Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos Superintendente de Regulação dos Serviços de Distribuição Companhia Sul Sergipana de Eletricidade Tarifa de Energia Taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica Taxa Interna de Retorno Sigla da expressão Total Expenditure (em português, despesas totais) que representa a soma do OPEX com o CAPEX. Tarifas de Uso do Sistema de Distribuição Usina Hidroelétrica Nova Palma Ltda. Valor da Parcela A Valor da Parcela B Valor Presente Líquido Weighted Average Cost of Capital / Custo de Capital Médio Ponderado

23 1 1 INTRODUÇÃO O presente capítulo tem como objetivo apresentar a pesquisa realizada, a contribuição e relevância desta pesquisa, sua delimitação e a estrutura do presente trabalho. A apresentação da pesquisa é feita através do (i) contexto, (ii) problema de pesquisa, (iii) objetivos geral e específico e (iv) questões de pesquisa conforme mostram as Figuras 1 e 2. Figura 1: Contexto do trabalho, Problema de pesquisa e Objetivo do estudo Fonte: próprio autor com estrutura baseada em FARIAS FILHO (2012) Figura 2: Objetivos específicos da pesquisa e questões de pesquisa associadas Fonte: próprio autor com estrutura baseada em FARIAS FILHO (2012)

24 2 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA O Setor Elétrico Brasileiro (SEB) possui uma estrutura complexa e multi-agentes conforme pode-se verificar no esquema apresentado na Figura 3. Na base do esquema verifica-se a presença dos quatro grandes grupos de agentes do setor (geradores, transmissores, distribuidores e comercializadores) além da Eletrobrás que atua nos quatro grupos e apoia o governo na gestão de alguns programas especiais. Acima da base apresentam-se oito instituições de gestão que podem ser divididas em dois blocos, o primeiro (ANEEL, ONS e CCEE) possui ligação direta com os agentes do setor e pode ser considerado como o grupo que coordena o SEB. O segundo grupo (Presidência da República, CNPE, MME, CMSE e EPE) tem como papel a definição de estratégias nacionais que deverão ser normatizadas e fiscalizadas pela ANEEL e implantadas pelo ONS, CCEE e agentes de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica. Figura 3: Estrutura do Setor Elétrico Brasileiro Fonte: HAGE, F.; ANTONELLI (2014)

25 3 O presente trabalho tem como foco os Agentes de Distribuição, mais especificamente a qualidade do serviço prestado por estes agentes e os sinais regulatórios (através da ANEEL) para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica no Brasil. Os Agentes de Distribuição podem ser concessionárias ou permissionárias, sendo que essas últimas não são obrigadas a compor indicadores de qualidade. No Brasil atuam 63 concessionárias e 38 permissionárias (ANEEL, 2014h), sendo que quase a totalidade das unidades consumidoras são atendidas por concessionárias. Assim, o referido estudo analisará as regras aplicadas às 63 concessionárias de distribuição de energia elétrica que atuam no Brasil. Através dos dados disponibilizados pela ANEEL (ANEEL, 2013d), verifica-se que não há uniformidade entre as 63 concessionárias. Analisando a quantidade de clientes por exemplo, a variação vai de 7,7 milhões de clientes (CEMIG) até 3,4 mil clientes (EFLJC). Também não há uniformidade do ponto de vista geográfico, alguns estados possuem somente uma concessionária (como o caso da COELCE no Ceará), outros possuem várias (como ocorre nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo), e ainda algumas concessionárias atendem mais de um estado (como o caso da ELEKTRO que atua em São Paulo e no Mato Grosso do Sul). Com relação ao tipo de controlador também existem diferentes modelos, sendo 27% das concessionárias públicas e 73% privadas (ABRADEE, 2014b). A qualidade do serviço prestado pelas distribuidoras pode ser medida em três pilares, (i) qualidade do atendimento, (ii) qualidade do produto e (iii) qualidade do serviço (CAPELI, 2013). O primeiro refere-se principalmente aos tempos de resposta às solicitações dos clientes, o segundo trata da conformidade da energia elétrica aos padrões estabelecidos de nível de tensão (Volts) e frequência (Hz). Por fim, o último pilar trata da disponibilidade da energia elétrica, neste caso as variáveis de medição são: duração média (DEC) e frequência média (FEC) das interrupções no fornecimento de energia elétrica. O presente trabalho tem como foco a qualidade do serviço. Neste quesito o Brasil não apresenta bons indicadores, em especial na duração média das interrupções, que não apresentam melhora nos últimos 9 anos, conforme mostra a Figura 4.

26 4 Figura 4: Evolução dos Indicadores DEC e FEC Brasil Fonte: ANEEL (2014f) A Figura 4 mostra, no gráfico de barras, a duração média (DEC) e a quantidade média (FEC) de interrupções no fornecimento de energia elétrica por unidade consumidora por ano. Os gráficos de linha representam as metas estabelecidas pela ANEEL para os respectivos anos. Analisando o ano de 2013, pode-se observar que, em média, cada unidade consumidora no Brasil teve 10,49 interrupções no fornecimento de energia que resultaram em 18,27 horas sem fornecimento. A análise deste gráfico, conforme pode ser verificado na Tabela 1, mostra que a meta proposta pelo regulador previa uma redução de 28% na duração das interrupções em nove anos. No entanto, o realizado foi um aumento de 9% nas horas médias de interrupção. Já com relação à quantidade de desligamentos, a meta previa uma redução de 31% e foi registrada uma redução de 16%. Estes dados permitem também analisar qual a duração média por interrupções, bastando dividir a duração média (DEC) pela quantidade média de interrupções (FEC). Neste caso, pode-se observar que nos últimos nove anos, a duração média por interrupções passou de 1,34 horas em 2005 para 1,74 horas em 2013, um aumento de 30%. Tabela 1: Meta e realizado dos indicadores DEC e FEC no Brasil entre 2005 e 2013 Fonte: próprio autor com dados de ANEEL (2014f)

27 5 Infelizmente, a situação é ainda pior, pois os números acima não contemplam a totalidade das interrupções no fornecimento de energia elétrica. Existe um grupo de interrupções que são expurgadas do indicador por ocorrerem nos chamados dias críticos (ANEEL, 2012d). Os dias críticos, normalmente relacionados com condições climáticas severas, são aqueles onde o número de ocorrências no dia é superior à três desvios padrão da média de ocorrências dos últimos dois anos. Ou seja, as interrupções registradas em dias de contingência não estão contabilizadas nos indicadores apresentados na Figura 4 e Tabela 1, indicando que a qualidade percebida pelo cliente é pior do que o cenário publicado pelos relatórios oficiais. A avaliação da qualidade do fornecimento de energia elétrica no Brasil é ainda mais crítica quando os indicadores de qualidade do fornecimento nacional são comparados com os indicadores de outros países. Apesar de pertencer ao grupo das 10 maiores economias mundiais (LAMUCCI, 2014), a qualidade do fornecimento de energia elétrica no Brasil está distante dos índices de continuidade no fornecimento de energia elétrica das maiores economias. A Figura 5 abaixo apresenta os indicadores de duração média de interrupção dos principais países europeus (CEER, 2011). O primeiro ponto a ser notado é que a duração média nesses países é medida em minutos, e não em horas como no caso do Brasil. Ainda pela Figura 5 abaixo podese verificar que em 2010 a média de interrupção está abaixo dos 100 min, com uma parcela importante dos países abaixo dos 50 min. Figura 5: Duração média das Interrupções não planejadas, excluindo situações excepcionais Fonte: adaptado de CEER (2011)

28 6 Neste cenário, a agencia reguladora brasileira (ANEEL) busca alternativas para incentivar a melhora da qualidade no fornecimento. A mais recente ação aplicada neste sentido foi a criação do Fator Q. Conforme menciona a própria agencia este fator, aplicado na tarifa, tem por finalidade incentivar a melhoria da qualidade do serviço prestado pelas distribuidoras ao longo do ciclo tarifário, alterando as tarifas de acordo com o comportamento de indicadores de qualidade. (ANEEL, 2011d). 1.2 APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA O presente trabalho tem como problema de pesquisa verificar, através de estudos de caso, se o Fator Q influenciará a estratégia de investimento das distribuidoras de energia elétrica no Brasil, ou seja, se a proposta de incentivo regulatório aplicado pela ANEEL resultará em melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica no país. 1.3 OBJETIVOS Objetivo Geral O objetivo geral do presente trabalho é verificar se o incentivo regulatório tarifário (Fator Q) implantado pela ANEEL para incentivar a melhora na qualidade do fornecimento de energia elétrica no Brasil, influenciará a estratégia de investimento das distribuidoras e, como consequência, impactará ou não na melhoria da qualidade do fornecimento no Brasil Objetivo Específico O presente trabalho possui 5 objetivos específicos, são eles: i. Definir um modelo de análise Bibliométrica para setores regulados ii. Entender o setor elétrico do ponto de vista técnico e econômico iii. Propor um modelo de avaliação econômica para investimento em projetos para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica

29 7 iv. Aplicar o modelo de avaliação econômica em distribuidoras de energia elétrica do Brasil em dois cenários: com e sem o Fator Q v. Analisar o resultado do estudo multi-casos 1.4 QUESTÕES DA PESQUISA As questões de pesquisa do presente trabalho são: i. Como realizar pesquisa bibliográfica em setores regulados? Tendo em vista que as bases bibliográficas devem conter, além de artigos selecionados, resoluções específicas do setor. ii. Quais ferramentas podem ser utilizadas para mapeamento da ciência? iii. Quais variáveis devem ser consideradas para avaliação econômica de projetos para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica? iv. Como o Fator Q influencia na rentabilidade dos projetos para melhoria da qualidade? v. O Fator Q terá impacto significativo para melhora da qualidade do fornecimento de energia elétrica no Brasil? 1.5 CONTRIBUIÇÃO E RELEVÂNCIA A contribuição e relevância do trabalho podem ser analisadas em três dimensões, são elas: (i) dimensão sociedade, (ii) dimensão programa de pós-graduação, (iii) dimensão do pesquisador Dimensão Sociedade Tendo em consideração que o maior conhecimento sobre os mecanismos de incentivo regulatório podem contribuir para melhoria da qualidade do fornecimento, tanto na aplicação desses mecanismos quanto na melhoria dos mesmos, entende-se que uma das contribuições

30 8 deste trabalho é viabilizar, por meio das análises realizadas, a melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica no país, que tem como contribuições associadas a melhoria na qualidade de vida, redução dos problemas de segurança associados à falta de fornecimento e maior desenvolvimento social. Ainda considerando que o conhecimento gerado por este trabalho pode impactar nos investimentos em empresas de distribuição de energia elétrica, pela sua alta capilaridade e por ser um mercado de capital intensivo, uma segunda contribuição que pode ser considerada do trabalho na dimensão sociedade é o aumento da oferta de emprego no setor e a possibilidade de maior desenvolvimento da indústria elétrica nacional, tanto na prestação de serviço quanto na fabricação de componentes. Por fim, a divulgação no meio acadêmico dos mecanismos de tomada de decisão da ANEEL bem como a disponibilidade de dados para pesquisa, pode contribuir para um maior número de pesquisas e divulgações na área contribuindo para maior participação da sociedade no processo de tomada de decisão de autarquias federais Dimensão Programa Com vistas ao Programa de Pós-Graduação onde esta pesquisa é realizada, uma das contribuições é a apresentação de novos problemas de pesquisa dado que o presente estudo trata do início de um processo de infraestrutura com longa cadeia de consequências. Há ainda a possibilidade que estes novos problemas de pesquisa tragam parcerias e financiamentos, dado que trata-se de uma área de infraestrutura com volume de capital intensivo e com uma legislação que obriga a aplicação anual de um percentual mínimo de sua receita operacional líquida no Programa de Pesquisa e Desenvolvimento do Setor de Energia Elétrica (BRASIL, 2000). Ainda como contribuição para o programa, o presente trabalho propõe uma metodologia de pesquisa para setores regulados que pode ser aplicada tanto no setor elétrico como em qualquer outro setor com regulamentação específica.

31 Dimensão Pesquisador Na dimensão do pesquisador, uma das principais contribuições é a obtenção de conhecimento através da aplicação de método científico avançado em sua área de atuação. Também pode ser considerada como contribuição na dimensão pesquisador, a ampliação da rede de relacionamentos resultado da publicação de artigos, da dissertação e da participação em eventos. Por fim, a partir da pesquisa realizada o pesquisador pode desenvolver uma maior influência em sua área de atuação devido ao conhecimento mais profundo do setor, possibilitando a participação em projetos estratégico e consultorias na área de estudo. 1.6 DELIMITAÇÃO Uma delimitação importante do trabalho é que, apesar de tratar intensivamente os indicadores de qualidade do serviço (DEC e FEC), não é aplicado neste trabalho métodos para previsão destes indicadores, no entanto, são citados alguns estudos onde estes métodos podem ser encontrados. Também é uma limitação deste trabalho os métodos que relacionam os indicadores de qualidade com as consequências financeiras da má qualidade do fornecimento, tais como causas judiciais, ressarcimento por equipamentos queimados e compensações por violação dos indicadores de qualidade. Esta relação é tratada de forma simplificada como sendo linear. 1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO O trabalho possui estrutura baseado no formato IMRAD, i.e. Introdução, Método, Resultado e Discussão (SOLLACI; PEREIRA, 2004) e está organizado em 7 capítulos conforme apresentado na Figura 6.

32 10 Figura 6: Estrutura do trabalho Fonte: próprio autor O primeiro (e presente) capítulo trata da introdução do trabalho e apresenta a contextualização do tema, o problema de pesquisa, o objetivo geral e específico. Também trata das questões de pesquisa, contribuição e relevância do tema e por fim a delimitação do estudo. O referencial teórico, segundo capítulo, apresenta as considerações iniciais sobre a estrutura do trabalho de revisão bibliográfica realizado, em seguida a base bibliográfica é tratada na seguinte sequência, do mais abrangente para o mais específico: regulação de serviços públicos, setor elétrico, remuneração de capital no setor elétrico, regulação por incentivo, regulação tarifária do setor elétrico, qualidade do fornecimento de energia elétrica e por fim análise de investimentos. No terceiro capítulo, Metodologia de Pesquisa, são apresentados métodos para pesquisa bibliográfica, a estratégia de pesquisa, a metodologia para estudos qualitativos (estudo de caso), a identificação e seleção de empresas e por fim o delineamento (passo a passo do trabalho). O quarto capítulo, intitulado Avaliação Econômica de Projetos para Melhoria da Qualidade de Fornecimento de Energia Elétrica, trata dos benefícios com melhoria da qualidade do fornecimento e em seguida do modelo proposto para avaliação econômica de projetos para melhoria da qualidade do fornecimento. Os benefícios são trabalhados em dois grupos, o primeiro trata da redução de custos decorrentes da má qualidade do fornecimento, já o segundo trata dos aumentos de ingresso resultantes da melhoria dos indicadores.

33 11 O quinto capítulo descreve de forma detalhada os dois casos em estudo, a saber, Ampla e Coelce, e realiza a validação da qualidade do estudo de caso com base na metodologia proposta por (YIN, 2010), os quatro passos para validação tratados neste capítulo são: (i) validade do constructo, (ii) validade interna, (iii) validade externa e (iv) confiabilidade. O sexto capítulo, Análise e Discussão dos Resultados, apresenta, com base na avaliação econômica de projetos para melhoria da qualidade do fornecimento em diferentes cenários, as analises intra e inter-casos. Por fim é realizada a discussão dos resultados. No sétimo e último capítulo, revisita-se o objetivo principal e os objetivos específicos. São apresentadas as respostas às questões de pesquisa. Por fim, as considerações finais são colocadas bem como as sugestões para trabalhos futuros.

34 12 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS Para identificação do material de referência do presente trabalho foram utilizados 4 métodos de seleção e/ou identificação de referência bibliográfica que são listados abaixo do mais abrangente para o mais específico: (i) Mapeamento bibliométrico; (ii) Ranking de artigos; (iii) Seleção de referências para setores regulados; (iv) Busca por material especializado. O primeiro método, Mapeamento bibliométrico, é utilizado neste trabalho para identificar artigos do macro tema do estudo, neste caso a regulação de serviços públicos. Este método é baseado nos trabalhos de PALOP (2014) e COBO (2012) e consiste na utilização de ferramentas de mapeamento bibliométrico para identificar os principais trabalhos e temas abordados em uma determinada área do conhecimento. O mapeamento bibliométrico ou mapeamento científico é um campo da bibliometria que objetiva representar graficamente como disciplinas, campos de estudos, documentos ou autores estão relacionados entre si (COBO et al., 2011a). É atualmente disponível uma série de ferramentas que auxiliam na execução deste mapeamento (COBO et al., 2011b). O segundo método, Ranking de artigos, é utilizado para identificar o modelo de busca que direcione os artigos para o tema de pesquisa, neste caso regulação do setor elétrico. Este método é baseado nos trabalhos de FARIAS FILHO (2012) e TREINTA et al. (2013) e consiste na utilização de ferramentas e métodos para restringir o resultado das buscas de artigos no tema em questão e na utilização de métodos multicritérios para determinar um ranking ou sequência de importância dos artigos selecionados (ANDRADE; FARIAS FILHO, 2014). O terceiro método, Seleção de referências para setores regulados, é uma adaptação do método anterior porém focado na seleção de material bibliográfico para pesquisa em setores com forte regulamentação, como é o caso dos setores regulados.

35 13 O quarto e último método, Busca por material especializado, consiste na identificação de livros e material de treinamento específicos do setor em análise. 2.2 REGULAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS Para analisar as principais pesquisas realizadas sobre Regulação de Serviços Públicos foram realizadas buscas na base Web of Science com as palavras chaves Public, Utility, Regulation, e Policies. Com análise transversal dos resultados e refinando a pesquisa (FARIAS FILHO, 2012) chegou-se no seguinte algoritmo na sintaxe de busca avançada do Web of Science: (TS=(Public AND (Utility OR Service) AND Regulat* ) NOT TS=(HEALTH)) AND Tipos de documento: (Article) Índices=SCI-EXPANDED, SSCI, A&HCI, CPCI-S, CPCI-SSH Tempo estipulado=todos os anos. Esta pesquisa resultou em referencias, cujos principais dados (autor, título, ano de publicação, periódico, abstract, etc) foram exportados em 5 arquivos com extensão txt, tendo em vista que as exportações na base Web of Science são de no máximo 500 artigos. Com utilização da ferramenta VantagePoint é possível realizar uma séria de análises sobre estes artigos e, como consequência, tirar conclusões sobre as principais pesquisas realizadas sobre Regulação de Serviços Públicos. Com esta ferramenta é possível tratar os textos como dados (PALOP, 2014) e então realizar mineração de informações para encontrar respostas às perguntas de pesquisa. A mais simples análise realizada com esta ferramenta é apresentada na Figura 7 onde pode-se observar os artigos por ano de publicação.

36 14 Figura 7: Artigos por ano de publicação, busca por referência sobre regulação de serviços públicos Fonte: próprio autor utilizando ferramenta VantagePoint (PALOP, 2014) Análise De Palavras-chave Os artigos analisados possuem palavras-chave. As 30 palavras-chave que mais se repetem são mostradas na Figura 8, onde o tamanho da barra representa a quantidade de repetições da palavra-chave no conjunto de artigos analisados.

37 15 Figura 8: Palavra-chave com maior repetição na busca por referência sobre regulação de serviços públicos Fonte: próprio autor utilizando ferramenta VantagePoint (PALOP, 2014) Além de identificar as palavras-chave com maior frequência, pode-se verificar como estas palavras co-ocorrem no campo palavras-chave dos artigos. Realizando esta análise com ferramenta VantagePoint (PALOP, 2014) tem-se o resultado apresentado na Figura 9:

38 16 Figura 9: Análise de co-ocorrência de palavra-chave sobre regulação de serviços públicos Fonte: próprio autor utilizando ferramenta VantagePoint (PALOP, 2014) Na Figura 9, pode-se observar que os termos infraestrutura e privatização estão no centro do mapa de co-ocorrência, confirmando que a regulação dos serviços públicos é reforçada

39 17 quando áreas de infraestrutura são privatizadas. Um exemplo de estudo que trata deste tema é trabalho de PATEL; BHATTACHARYA (2010) que analisa a mudança das áreas de infraestrutura na Índia que vem passado do setor público para o privado. Ainda na Figura 9 pode-se verificar próximo do centro de co-ocorrência a presença da palavrachave Latin America, o que indica publicações nas principais revistas, tendo em vista a base utilizada para esta pesquisa, sobre regulação nesta região. Dentre os estudos presentes pode-se destacar o trabalho de BITRAN; SERRA (1998) que analisa o momento de privatização de importantes segmentos de infraestrutura no Chile bem como as ações iniciais de Regulação destes setores. Com relação ao setor elétrico, foco deste estudo, pode-se verificar a posição de destaque da palavra-chave electricity, os artigos relacionados com esta palavra-chave e com co-ocorrência com regulation e public utilities são importantes referencias para este trabalho. Neste sentido pode-se citar BREWSTER (2005) que trata da reestruturação do setor elétrico no Caribe, TAN (2011) sobre os desafios da privatização de infraestrutura em países em desenvolvimento e HOWELL (2011) que analisa o esquema de regulação em Michigan. Com destaque tem-se o trabalho de MENDONCA; DAHL (1999) sobre a reforma do setor elétrico brasileiro. Diante do exposto, pode-se verificar portanto, que a análise de co-ocorrência de palavras-chave é um método eficaz para identificar importantes referências bibliográficas. Uma segunda análise que pode ser realizada com as palavras-chave é a seleção de palavras com maior aderência ao estudo, lembrando que as análises até o momento foram realizadas com as palavras-chaves de maior repetição, agora será apresentado a mesma tratativa porém utilizando as palavras com maior relação com o tema de pesquisa (as palavras foram selecionadas pelo pesquisador). A Figura 10 mostra as palavras selecionadas bem como a quantidade de vezes que aparecem nos trabalhados, e a Figura 11 traz o mapa de co-ocorrência (ou auto correlação) destas palavras.

40 18 Figura 10: Palavra-chave com maior aderência ao estudo Fonte: próprio autor utilizando ferramenta VantagePoint (PALOP, 2014)

41 19 Figura 11: Análise de co-ocorrência de palavra-chave (selecionadas) sobre regulação de serviços públicos Fonte: próprio autor utilizando ferramenta VantagePoint (PALOP, 2014)

42 20 A análise deste mapa de palavras-chave selecionadas não apresenta um centro bem definido e não agrega mais informações além das já apresentadas com o mapa das palavras que mais se repetem, no entanto, esta seleção de palavras será útil para as análises seguintes de correlação cruzada Análise por Áreas de Conhecimento Um dos campos disponíveis nas exportações de pesquisas realizadas na base Web of Science é a chamada Categoria Web of Science, trata-se de uma das formas de identificar a área de conhecimento dos periódicos, dessa forma temos cada artigo associado a uma categoria. A base utilizada de possui 179 categorias Web of Science, utilizando a Regra de Pareto (PARMENTER, 2007) temos que 17% destas áreas correspondem à 82% dos artigos. Realizando uma correlação cruzada entre as palavras-chave mais relacionadas com o estudo e as Categorias Web of Science que mais se repetem na pesquisa chega-se no mapa apresentado na Figura 12:

43 21 Figura 12: Mapa de correlação entre categorias do Web os Science e palavras-chave com maior aderência ao estudo Fonte: próprio autor utilizando ferramenta VantagePoint (PALOP, 2014) O mapa de correlação (Figura 12) mostra a posição central da categoria Economics nos artigos relacionados com regulação de serviços públicos. Outras categorias importantes e com forte relação ao estudo em questão são: Operations Resserach & Management Science, Energy & Fuels e Engineering, Electrical & Electronic. Com a análise destes clusters e considerando os artigos mais recentes chega-se em estudos como o trabalho de ABEDI; HAGHIFAM (2013) que está fortemente relacionada com a presente pesquisa. Este estudo trata da dificuldade que reguladores enfrentam para incentivar a melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica e propõe uma alternativa intitulada

44 22 Reliability Insurance Scheme (RIS) ou Regime de Seguro de Confiabilidade, que se trata de uma linha semelhante à hoje adotada pela ANEEL nas compensações por violação dos indicadores individuais de qualidade do fornecimento (ANEEL, 2012d). Ainda com relação ao mapa apresentado (Figura 12), pode-se identificar estudos sobre soluções técnicas para melhoria da qualidade do fornecimento, como por exemplo o estudo de BERNARDON et al. (2010) onde são apontadas ações regulatórias semelhantes às utilizadas no Brasil com objetivo de melhorar a qualidade do fornecimento e uma proposta técnica para empresas do setor melhorarem seus indicadores de qualidade. Já estudos como o elaborado por WORCH et al. (2013), analisam o impacto de políticas de incentivo regulatório no desempenho de empresas que prestam serviços públicos regulados. Outro estudo relevante para a pesquisa em questão é o desenvolvido por RAMIREZ- CAMPEROS; RODRIGUEZ-PADILLA; GUIDO-ALDANA (2013) que aborda a reforma estrutural do setor elétrico no México que teve como objetivo incentivar a entrada de empresas privadas no setor visando maior nível de investimento, como consequência foi necessário reforçar a estrutura de regulação do setor elétrico no país. Observa-se, portanto, que mapas de correlação cruzada são úteis para identificar estudos relevantes em um conjunto com número excessivo de artigos, como é o caso onde a base trabalhada possui mais de 2 mil artigos Análise por Autores Uma forma adicional de identificar estudos relevantes para servir de base bibliográfica da pesquisa é analisar quais são os autores que mais influenciam na área de conhecimento. Neste sentido, a análise que segue busca identificar os principais autores na base de dados considerada, tanto pelo número de publicações quanto pela coautoria com os autores que mais publicam. Selecionando todos os autores com mais de três publicações na base considerada, temos 33 autores selecionados de um total de A Figura 13 apresenta o mapa de co-autoria onde cada esfera amarela representa um artigo.

45 23 Figura 13: Mapa de co-autoría Fonte: próprio autor utilizando ferramenta VantagePoint (PALOP, 2014) No mapa apresentado acima (Figura 13), pode-se verificar que o grupo mais colaborativo, e como consequência, mais produtivo no tema em análise, é o grupo formado por Pedro Simões, Nuno Ferreira da Cruz, Sanford Berg e Rui Cunha Marques, sendo este último o mais produtivo deles. A análise dos artigos publicados por Rui Cunha Marques, mostra que sua especialidade é na regulação do uso e tratamento de água, mas como são abordados conceitos gerais de regulação e atuação público-privada no setor de infraestrutura, seus trabalhos podem ser utilizados como referência geral sobre regulação de serviços públicos.

46 24 Os trabalhos mais recentes do referido autor tratam de custos e eficiência do setor regulado de água, como pode ser verificado no trabalho de DA CRUZ; CARVALHO; MARQUES (2013). Em outro estudo recente, o autor realiza um levantamento da gestão de serviços públicos realizados na Flórida (DA CRUZ; BERG; MARQUES, 2013). Por fim, pode-se citar o trabalho sobre regulação dos serviços relacionados com resíduos sólidos em Portugal (SIMOES; PIRES; MARQUES, 2013). Um dos trabalhos de Rui Cunha Marques que merece especial atenção neste estudo, é o artigo sobre aplicação de análise envoltória de dados (DEA) em um setor regulado para identificar a fronteira de eficiência das empresas concessionárias (MARQUES; SIMOES, 2009). A ANEEL está utilizando esta mesma metodologia para definir os custos eficientes das distribuidoras de energia elétrica. 2.3 SETOR ELÉTRICO Este tópico inicia com a apresentação da Estrutura Instituição do Setor Elétrico Brasileiro, em seguida são apontadas as principais características de Geração, Transmissão e Distribuição de energia elétrica, onde o tópico de Distribuição é tratado com maior detalhe por ser foco do presente estudo. A Figura 14 apresenta uma visão geral de um sistema elétrico de geração, transmissão e distribuição. Figura 14: Visão geral de um sistema elétrico de potência Fonte: ABRADEE (2014g)

47 25 Este mesmo sistema pode ser apresentado de forma esquemática com analogia à estrutura de uma árvore, como propõe PANSINI (2005) no esquema apresentado na Figura 15. Figura 15: Visão esquemática de um sistema elétrico de potência Fonte: PANSINI (2005) Esse mesmo sistema pode ser apresentado, de forma mais técnica, em diagrama de blocos, conforme é apresentado na Figura 16:

48 26 Figura 16: Diagrama de blocos de um sistema elétrico de potência Fonte: KAGAN; DE OLIVEIRA; ROBBA (2005) No setor elétrico, esse sistema é geralmente apresentado ou analisado em forma de diagrama unifilar, conforme pode ser verificado na Figura 17.

49 27 Figura 17: Diagrama unifilar de um sistema elétrico de potência Fonte: KAGAN et al. (2005) Por fim, e ainda com caráter mais técnico, a Tabela 2 apresenta os níveis de tensão padronizados e aplicados no sistema elétrico de potência. Tabela 2: Tensões usuais em sistemas elétricos de potência Fonte: KAGAN et al. (2005) GRIGSBY (2012) é uma referência que aborda, do ponto de vista técnico, os três segmentos de um sistema elétrico de potência, ou seja, a geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.

50 Estrutura Institucional do Setor Elétrico Brasileiro O Setor Elétrico Brasileiro (SEB) possui uma estrutura com vários agentes. As Figuras 18, 19 e 20 mostram três esquemas distintos, porém complementares, que apresentam a estrutura institucional do SEB. O primeiro esquema foi apresentado pela ANEEL (ANEEL, 2008), o segundo foi proposto na tese de BASTOS (2012) e a último esquema aqui apresentado tem origem em um documento da BRACIER (HAGE, F.; ANTONELLI, 2014). A Estrutura Institucional proposta pela ANEEL na 3ª edição do Atlas da Energia Elétrica no Brasil (ANEEL, 2008) apresenta quatro grupos na estrutura do Setor Elétrico Brasileiro, são eles: (i) Políticas, (ii) Regulação e Fiscalização, (iii) Mercado e (iv) Agentes Institucionais (Figura 18). As letras G, T, D e C apresentadas no grupo Mercado significam Geração, Transmissão, Distribuição e Comercialização de energia elétrica. Neste esquema, estão apresentadas na mesma estrutura instituições específicas do setor elétrico, como MME, ANEEL, ONS e Concessionárias, e também são apresentadas instituições que não são do setor, mas possuem forte influência no mesmo, como o Congresso Nacional, MMA e BNDES. Figura 18: Estrutura Institucional do Setor Elétrico Brasileiro Fonte: ANEEL (2008)

51 29 No esquema apresentado por BASTOS (2012), Figura 19, as instituições foram segmentadas. No quadro central (pontilhado) da Figura 19 estão dispostas as instituições específicas do setor elétrico, e fora dele estão as demais instituições que não fazem parte do SEB, mas que possuem forte influência no mesmo. Neste sentido pode-se citar os órgãos de meio ambiente, como MMA e CONAMA que atuam intensivamente na criação de novas regras e fiscalização deste setor, e que impactam nas atividades dos agentes de geração, transmissão e distribuição. Outro grupo com forte influência no setor são as entidades de defesa do consumidor e os conselhos de consumidores, com influência mais direta nos agentes de distribuição. Pela característica de intensidade de capital do setor, outro grupo importante de agentes são os órgãos de financiamento, como BNDES e a Eletrobrás. Também pode-se destacar a influência de outras agencias no setor elétrico, como a ANP nos agentes de geração e a ANATEL na distribuição (em especial nos temas relacionados com compartilhamento de infraestrutura). Figura 19: Estrutura Institucional do Setor Elétrico Brasileiro Fonte: BASTOS (2012) Por fim é apresentado o esquema proposto por HAGE, F.; ANTONELLI (2014), trata-se de um esquema simplificado com maior foco no SEB (Figura 20). Nele, pode-se verificar dois grupos sem indicação de conexão direta entre si. O grupo formado pela Presidência da República, CNPE, MME, CMSE e EPE pode ser considerado como o grupo que define a estratégia e

52 30 planejamento a longo prazo, é nesse grupo que são definidas as diretrizes de desenvolvimento do setor. Já o grupo formado pela ANEEL, ONS, CCEE, Eletrobrás e Agentes de Geração, Transmissão, Distribuição e Comercialização, pode ser considerado como o grupo que implementa as diretrizes definidas pelo grupo anterior. Importante ressaltar que nesse esquema a Eletrobrás, uma holding com agentes de geração, transmissão e distribuição, é destacada dos demais agentes em função do seu papel de coordenação de alguns programas do governo, como o Luz Para Todos (BRASIL, 2003) e empréstimos para recuperar empresas em situação de desastres climáticos, como o empréstimo de 19 milhões de reais concedido à Ampla para reconstrução da rede elétrica na Região Serrana em 2011 (CASTRO; MATTOS; CASTOR, 2011). Figura 20: Estrutura Institucional do Setor Elétrico Brasileiro Fonte: HAGE, F.; ANTONELLI (2014) Embora em nenhuma das três estruturas apresentadas (Figuras 18, 19 e 20) aparecem as associações de empresas do setor, é importante menciona-las também como parte da estrutura institucional do setor em função de sua atuação como representante dos agentes de Geração,

53 31 Distribuição e Transmissão. As principais associações são: ABRAGE (Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica), ABRATE (Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão de Energia Elétrica) e ABRADEE (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica) Geração de Energia Elétrica no Brasil Em Julho de 2014, o Brasil possuía empreendimentos de geração de energia elétrica em operação, totalizando kw de potência instalada (ANEEL, 2014b), sendo hidráulica a principal matriz energética do setor conforme pode ser observado na Figura 21. Figura 21: Matriz de Energia Elétrica no Brasil (% do Capacidade Instalada no país) Fonte: ANEEL (2014b) Conforme mostram as Tabelas 3 e 4, o Brasil é o nono país com maior capacidade instalada de geração de energia elétrica (em Giga Watts) no mundo. Analisando a capacidade instalada de geração de energia elétrica com fonte hidráulica, o Brasil tem o segundo maior parque do mundo (EPE, 2013).

54 32 Tabela 3: Capacidade instalada de geração elétrica no mundo 10 maiores países em 2010 (GW) Fonte: EPE (2013) Tabela 4: Capacidade instalada de geração hidrelétrica no mundo 10 maiores países em 2010 (GW) Fonte: EPE (2013) Dada a importância das hidrelétricas no sistema eletro energético nacional, existe uma forte integração elétrica entre as principais bacias hidrográficas do país, conforme pode ser verificado na Figura 22.

55 33 Figura 22: Mapa do Sistema Interligado Nacional (SIN), Integração Eletroenergética Fonte: ONS (2014a) Transmissão de Energia Elétrica no Brasil O Sistema Elétrico Brasileiro possui características únicas em âmbito mundial principalmente pela dimensão e integração elétrica entre as regiões do país. O Sistema Interligado Nacional (SIN) é um sistema de geração e transmissão de energia que integra eletricamente as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte, somente 1,7% da energia requerida pelo país encontra-se fora do SIN, em pequenos sistemas isolados localizados principalmente na região amazônica (ONS, 2014c).

56 34 O mapa do Sistema de Transmissão do SIN, apresentado na Figura 23, permite visualizar a dimensão do sistema brasileiro. Na Figura 23 pode-se notar que o sistema elétrico de Uruguaiana (na região Sul do Brasil) é eletricamente conectado com o sistema de Fortaleza, no Nordeste do País. Ainda para entender a dimensão do sistema de transmissão brasileiro, podese projetar o SIN no mapa da Europa (Figura 24). Assim, posicionando o sistema de Uruguaiana em Portugal, o sistema de Fortaleza ficaria localizado na Rússia. Figura 23: Mapa do Sistema Interligado Nacional (SIN), Sistema de Transmissão Fonte: ONS (2014b)

57 35 Figura 24: Rede de Transmissão do SIN sobre o Mapa da Europa Fonte BRASIL (2007) Distribuição de Energia Elétrica no Brasil O setor de distribuição de energia elétrica, foco deste trabalho, é definido pela ANEEL como o segmento do setor elétrico dedicado à entrega de energia elétrica para um usuário final. Como regra geral, o sistema de distribuição pode ser considerado como o conjunto de instalações e equipamentos elétricos que operam, geralmente, em tensões inferiores a 230 kv, incluindo os sistemas de baixa tensão (ANEEL, 2014c). Ainda segundo ANEEL (2014c), este setor é composto por 63 concessionárias do serviço público de distribuição de energia elétrica e um conjunto de permissionárias (cooperativas de eletrificação rural).

58 36 A ABRADEE define que o sistema de distribuição de energia é aquele que se confunde com a própria topografia das cidades, ramificado ao longo de ruas e avenidas para conectar fisicamente o sistema de transmissão, ou mesmo unidades geradoras de médio e pequeno porte, aos consumidores finais da energia elétrica. (ABRADEE, 2014a). Neste mesmo documento é mencionado que do total da energia distribuída no Brasil, 60% é realizada pelo setor privado e 40% por empresas públicas, e que o Brasil contou, em 2014, com mais de 74 milhões de Unidades Consumidoras (UC) sendo 85% residenciais. Do ponto de vista regulatório, os principais documentos de referência do setor são: PRODIST - Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional (ANEEL, 2012b), PRORET - Procedimentos de Regulação Tarifária (ANEEL, 2011a) e a Resolução 414 (ANEEL, 2010d). Não existe uniformidade na divisão das áreas de concessão das distribuidoras de energia elétrica no Brasil. Com relação ao controle acionário, por exemplo, conforme já mencionado acima, existem distribuidoras com controle privado e outras públicas (neste caso o controle pode ser federal, estadual ou municipal). Com relação à quantidade de clientes, conforme é apresentado na Figura 25, existe igualmente uma grande variação, existindo tanto distribuidoras com mais de 5 milhões de clientes, com por exemplo CEMIG, ELETROPAULO e COELBA, quanto concessionárias com menos de 10 mil clientes, como os casos de FORCEL - Força e Luz Coronel Vivida Ltda, EFLUL - Empresa Força e Luz Urussanga Ltda e EFLJC - Empresa Força e Luz João Cesa Ltda, (ANEEL, 2013d).

59 37 Figura 25: Quantidade de clientes das 63 concessionárias de distribuição de energia elétrica no Brasil Fonte: próprio autor com base nos dados de ANEEL (2013d)

60 38 Com relação à distribuição geográfica, conforme pode ser verificado na Figura 26, também não há uniformidade sendo que alguns Estados possuem somente uma distribuidora, como é o caso do Ceará com COELCE e do Mato Grosso com CEMAT. Em outros casos, a maior parte do estado fica com uma única distribuidora e uma pequena parte com outras, como o caso de Minas Gerais onde a CEMIG divide a área de concessão com outras duas empresas menores. Por fim, há estados com diversas distribuidoras, o principal exemplo é o estado de São Paulo com 13 distribuidoras. Figura 26: Mapa com as 50 principais distribuidoras de energia elétrica do Brasil Fonte: ABRADEE (2014e) Outro caso interessante que ilustra esta falta de uniformidade do setor é a existência de algumas áreas de concessão não contínuas, o principal exemplo desta situação é a Elektro que possui área de concessão descontínua no interior do estado de São Paulo e parte no estado do Mato Grosso do Sul (Figura 27).

61 39 Figura 27: Exemplo de área de concessão descontínua e multi-estado, o caso da Elektro Fonte: Adaptado de ELEKTRO (2014) Apesar desta falta de uniformidade na distribuição das áreas de concessão existe um ponto em comum na estrutura organizacional das distribuidoras de energia elétrica no Brasil. De maneira geral, estas empresas estão organizadas em áreas de apoio (como Recursos Humanos, Suprimentos, Financeiro, etc) e áreas de negócio, sendo essas normalmente divididas entre Comercial e Técnica (FEELT, 2014). De forma simplificada, a área Comercial cuida dos temas relacionados aos clientes e a área técnica dos temas relacionados com a rede ou sistema de distribuição. Assim, toda a parte de atendimento, faturamento e cobrança fica normalmente com a área Comercial, já o planejamento, construção, manutenção e operação da rede fica a cargo da área Técnica. Neste contexto, pode-se apresentar o principal desafio de cada uma dessas áreas nas distribuidoras. A importância de menciona-los é que, de forma geral, os projetos de investimento para atuar nesses desafios competem entre si através de analises de viabilidade econômica. No caso da área Comercial das distribuidoras de energia elétrica no Brasil, o principal desafio é baixar ou conter o furto de energia elétrica, que é tratado no setor como perda comercial. A Figura 28 mostra a evolução das perdas de energia no Brasil composta por perdas técnicas (que

62 40 são perdas por efeito Joule no sistema de distribuição) e perdas comerciais (furtos ou desvio de energia elétrica). Pode-se verificar que, mesmo com investimentos no setor, o volume de perda de energia por furto aumentou de 3,99% em 2000 para 5,91% em 2012, computando um aumento de 48% no volume de perdas em 12 anos. Figura 28: Percentual de perda em relação à energia injetada no sistema de distribuição do Brasil Fonte: ABRADEE (2014c) Já na área Técnica, o principal desafio é melhorar os indicadores de qualidade do fornecimento. Conforme Figura 29, apesar de uma redução importante dos indicadores de continuidade entre 1997 e 2000, nos últimos 13 anos o indicador de duração média das interrupções (DEC) permaneceu praticamente estável.

63 41 Figura 29: Indicadores de continuidade do fornecimento de energia elétrica no Brasil no período de 1997 a 2013 Fonte: ABRADEE (2014d) Impacto do comportamento social no Sistema Elétrico Brasileiro Com um mercado composto por 85% de clientes residenciais, o Sistema Elétrico Brasileiro é fortemente influenciado pelo comportamento da sociedade. Uma das formas de ilustrar esta influência é através da curva de carga em dias de jogos de copa do mundo. A Figura 30 mostra a comparação entre a curva de carga em uma segunda-feira comum (gráfico azul) e a curva de carga no dia do jogo entre Brasil e Camarões. Na curva azul pode-se verificar o resultado da rotina nacional, das 13:00 às 17:00 as pessoas estão em seus trabalhos, o comercio e empresas funcionando. As 17:00 inicia um período de queda no consumo, resultado do fim da jornada de trabalho e deslocamento para as casas. O período de chegada em casa e consequente ativação da iluminação, eletrodomésticos e em especial o chuveiro elétrico explicam a subida da curva de carga que se mantem até o final da noite. Analisando a curva em vermelho pode-se verificar que em um dia de jogo da seleção brasileira em copa do mundo existe uma mudança de comportamento relevante. Inicialmente, o menor nível de carga significa uma menor atividade da população neste dia. Próximo do início do jogo verifica-se uma forte queda de atividade havendo uma queda ainda mais brusca no início do primeiro tempo. Neste momento, a maior parte das pessoas estão em suas casas e sem utilizar eletrodomésticos, com exceção da televisão, claro. Ao final do primeiro tempo a movimentação das pessoas, seja na abertura de geladeiras

64 42 e freezers, seja no aumento da iluminação de outros cômodos das casas, provocam um aumento brusco no consumo de energia que dura somente o intervalo do jogo. No início do segundo tempo uma nova queda no consumo é verificada e se mantem constante até o final do jogo, onde outro aumento repentino de consumo de energia volta a ocorrer. Figura 30: Resultados da Operação do SIN durante o jogo Camarões x Brasil, pela Copa do Mundo FIFA 2014 Fonte: ONS (2014e) Para exemplificar o impacto do comportamento da sociedade no setor elétrico, além da comparação entre um dia normal e um dia com jogo da seleção brasileira, pode-se ilustrar comparando o consumo de energia em dois jogos diferentes. O jogo das quartas de final da Copa de 2014 entre Brasil e Alemanha, que teve um resultado atípico, mostra no sistema elétrico a reação da população com esta partida. A Figura 31 apresenta a curva de carga do dia 08 de Julho de 2014, dia da referida partida entre Brasil e Alemanha. Um ponto de atenção nesta curva é o comportamento de consumo durante o primeiro tempo, na Figura 30 (curva de carga no jogo entre Brasil e Camarões) verifica-se que o consumo permanece praticamente estável no primeiro tempo e no intervalo existe uma rampa de quase 90º, no caso da curva no jogo Brasil e Alemanha, pode-se notar que a rampa de consumo prevista para o intercalo começou durante do primeiro tempo. Com o quinto gol da Alemanha marcado aos 29 minutos do primeiro tempo, muitas pessoas iniciaram uma movimentação (que representa acionamento de eletrodomésticos e iluminação) antes mesmo do intervalo. Outro ponto de atenção na curva

65 43 de carga do dia do jogo Brasil e Alemanha é a análise do consumo de energia no segundo tempo, ao contrário da Figura 30, onde o início do segundo tempo é acompanhado por uma queda brusca no consumo. No jogo Brasil e Alemanha esta queda foi menor, o que significa que um número importante de pessoas não parou suas atividades (e como consequência seu consumo de energia) no segundo tempo, ou seja, várias pessoas não assistiram o segundo tempo desta partida. Figura 31: Resultados da Operação do SIN durante o jogo Brasil x Alemanha, pela Copa do Mundo FIFA 2014 Fonte: ONS (2014d) Casos semelhantes à estes ocorrem em final de novelas de grande audiência. Este comportamento (em dias de jogo e final de novela) com forte impacto no consumo de energia elétrica é uma das características únicas do sistema elétrico brasileiro. Além do consumo, o comportamento da sociedade impacta também na tecnologia da rede. Em áreas de alta complexidade social, por exemplo, existem duas ações com forte impacto no sistema de distribuição de energia elétrica: o furto de energia e a prática de pipa (ou cafifa) em área urbana. Para conter o furto de energia por exemplo, uma nova tecnologia de rede foi desenvolvida na Ampla, uma das distribuidoras no estado do Rio de Janeiro (RIVERA, 2008). Neste tipo de

66 44 rede, a baixa tensão é elevada até a altura da média e os medidores convencionais são substituídos por medidores eletrônicos instalados no mesmo nível da rede de distribuição. Com relação à prática de pipa / cafifa (com cerol ou com a chamada linha chilena), com forte impacto na qualidade do fornecimento de energia elétrica, as principais modificações da rede são (i) a utilização de condutores com alma de aço e (ii) a utilização de espaçadores de rede de média e baixa tensão. Vale ressaltar que tanto as soluções para minimizar o impacto do furto de energia quanto as soluções para reduzir as interrupções no fornecimento por danos causados por pipa / cafifa, resultam em um investimento maior do que o investimento para construção de uma rede convencional, e este custo adicional retorna para a sociedade através de uma maior fatura de energia elétrica. 2.4 REMUNERAÇÃO DE CAPITAL NO SETOR ELÉTRICO Este tópico está organizado em quatro blocos, sendo que o primeiro apresenta a aplicação do método de priorização de artigos para identificar artigos com maior relevância com remuneração de capital no setor elétrico, em seguida são apresentados os artigos priorizados na etapa anterior. O terceiro bloco trata da remuneração de capital no setor elétrico na América Latina, e por fim, são discutidas relações entre regulação do setor elétrico e atratividade de capital internacional no setor elétrico da América Latina Pesquisa bibliográfica com método de ranking de artigos A proposta deste tópico é apresentar a aplicação da metodologia de seleção e priorização de artigos no seguinte problema de pesquisa (estruturado de acordo com o modelo de definição de escopo proposto por BOOTH et al. (2000)): (i) Estamos estudando regulação do setor elétrico na América Latina (ii) porque queremos descobrir como esta variável influencia na atratividade do setor para investimentos estrangeiros, (iii) para entender como aspectos regionais influenciam na internacionalização de multinacionais do setor elétrico. O entendimento deste problema é importante pois a solução proposta pela ANEEL para melhorar a qualidade do fornecimento (Fator Q) é um incentivo financeiro para os investidores do setor aplicarem recursos em projetos que melhore a qualidade do fornecimento. A proposta de realizar esta busca na América Latina é uma tentativa entender outras experiências em um ambiente geográfico e social mais próximo da realidade brasileira.

67 45 A árvore de palavras-chave inicial para este problema de pesquisa, com lógica booleana (FARIAS FILHO, 2012), é: ( Electric Power Distribution ) AND (Regulation) AND ( Return on Capital OR Remuneration) AND ( Latin America OR South America ). Adaptando estas palavras-chave na sintaxe de diferentes motores de busca obteve-se os seguintes resultados: na base Wiley Online Library mais de 90% dos periódicos não foram aderentes ao tema de pesquisa. Na base IEEE Xplore, a pesquisa retornou uma pequena quantidade de artigos, somente 17. O SciELO e Google Acadêmico retornaram uma pequena quantidade de artigos com baixo alinhamento ao tema de pesquisa. Finalmente, a pesquisa com ScienceDirect teve retorno significativo, sendo que a primeira pesquisa retornou 948 artigos e, restringindo a pesquisa para os últimos cinco anos, o número reduziu para 257. Com a leitura transversal (FARIAS FILHO, 2012), identificou-se um considerável volume de artigos relacionados com energia eólica, que é um tema fora do escopo da pesquisa. Assim, com a utilização do operador booleano AND NOT restringiu-se a palavra Wind resultando em 131 artigos. Estes foram importados para a ferramenta de gestão bibliográfica EndNote e em seguida exportado em formato texto (.txt) com os campos básicos: (i) ano, (ii) periódico, (iii) título e (vi) resumo. Dos 131 artigos, 26 foram descartados por não possuírem um dos 4 campos básicos supracitados. A seguir, a análise de relevância do periódico eliminou 7 artigos, a análise do título eliminou 50 e do resumo eliminou 22. Assim, foram selecionados 26 artigos. O detalhe ou passo a passo de como chegou-se a este resultado está descrito no Apêndice II Artigos ranqueados Este tópico tem como objetivo apresentar as referências bibliográficas selecionadas para o estudo em questão. A sequência de estudos apresentados segue o ranking resultado da metodologia aplicada no item anterior. Iniciando com estudo de CARVAJAL; ARANGO; LARSEN (2013), trata-se de uma avaliação sobre como remunerar a estrutura para o reestabelecimento de um blackout no mercado Colombiano. Este tipo de análise contribui para solidez e confiança na regulação do país, e como consequência impacta na atratividade de capital para este mercado. O estudo busca aprender com os blackouts ocorridos nos EUA, Itália, Alemanha e Inglaterra, que trouxeram forte impacto sócio econômico para estes países. Por isso, é importante ter uma solução técnica

68 46 e econômica para o reestabelecimento de blackouts, o que o estudo chama de blackstart. Esta solução passa por uma análise de como remunerar as diferentes usinas (térmicas e hidráulicas) na situação de reestabelecimento de uma queda geral do sistema. Um segundo estudo apresentado por CARVAJAL; SERRANO; ARANGO (2013) explora os sistemas de blackstart apresentados anteriormente e também o controle de frequência e tensão. Neste estudo são apresentados os desafios geopolíticos da Colômbia que possuem forte influência na estabilidade do sistema, dentre eles o terrorismo. O estudo deve ser referenciado neste trabalho pois uma das propostas apresentadas para a solução deste desafio é uma nova regulamentação orientada para o mercado para estimular os investimentos no setor. O trabalho ARAPOSTATHIS et al. (2013), apesar de não tratar especificamente do setor elétrico, pode ser referenciado por trazer um interessante histórico do setor de distribuição de gás na Inglaterra, setor com muitas semelhanças com a distribuição de energia elétrica. O longo histórico apresentado no estudo mostra as transições e diferentes regimes de intervenção pública na distribuição de gás. Os sucessos e fracassos apresentados podem ser úteis para indicar caminhos da regulação de serviços públicos de energia, incluindo como avançar na atratividade de investimentos privados. O estudo de HANEY; POLLITT (2012) trata de benchmarking sobre regulação no setor elétrico com base na transmissão de energia elétrica. Para coletar dados foi elaborado uma pesquisa respondida por 25 agências reguladoras da Europa, Oceania e América Latina. O estudo busca informações sobre formas de regular as empresas transmissoras com base em comparações de boas práticas e fronteiras de eficiência. No Brasil, na área de distribuição, o regulador já iniciou esta metodologia de regulação, o que mostra um alinhamento com metodologias utilizadas no mercado europeu. Como este último é conhecido para potenciais investidores, a adoção de metodologias similares pode apoiar a atratividade de investidores para o setor. Como um exemplo dos problemas da não atração de investimento no setor elétrico, temos o estudo de EBERHARD; SHKARATAN (2012) cujo principal objetivo é apresentar propostas para os problemas crônicos de infraestrutura elétrica na África, no entanto, este estudo, por apresentar as principais dificuldade na atratividade de capital, pode ser utilizado como um contra exemplo das consequências de não atrair investimento no setor.

69 47 O estudo apresentado por NEPAL; JAMASB (2012) mostra a importância de uma agencia reguladora para estabilizar o setor elétrico, permitindo o desenvolvimento do mesmo e como consequência de toda a cadeia produtiva da região ou país. O trabalho de POLLITT, M. G. (2012) apresenta uma análise sobre o período de privatização do setor elétrico que ocorreu quase em todo o mundo da década de 80 e 90. Trata-se de uma etapa importante do setor, que permitiu a entrada de capital privado na cadeia de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Segundo o estudo, a liberalização do setor elétrico levou a ganhos positivos e globalmente difundidas, mas modestos em eficiência. Assim, este pode ser o ponto de maior oportunidade nos próximos anos. O estudo de RODILLA; BATLLE (2012), que trata do mercado Chileno, apresenta as preocupações com a segurança do suprimento de energia elétrica dado que o investimento no setor está a cargo da iniciativa privada, mesmo que sob a regulação do estado. Trata-se de um estudo interessante que pode conversar com os trabalhos realizados na Colômbia por CARVAJAL; SERRANO; et al. (2013), onde são propostas alternativas econômicas para possíveis cenários de falha no suprimento. No caso da Colômbia trata-se de uma falha geral do sistema, mas os incentivos econômicos podem ser aplicados de forma semelhante para manter um nível seguro de suprimento. O trabalho de HANEY; POLLITT (2011) aborda a política regulatória por incentivo e discute se esta política é aplicável em países com diferentes contextos políticos e econômicos. Trata-se de uma análise interessante para o caso brasileiro. A utilização de políticas de remuneração internacionalmente conhecidas facilita o entendimento dos investidores internacionais e como consequência favorece a atratividade de capital no setor. O trabalho de KUNDU; MISHRA (2011) apresenta aspectos da abertura ao capital provado no setor elétrico da Índia, o estudo foca em pesquisas com clientes na busca de identificar melhorias decorrentes da abertura de capital. O estudo de HASELIP; POTTER (2010) discorre sobre o caso Argentino, que foi um dos primeiros a abrir o mercado de energia elétrica para o capital privado e no entanto, no sentido contrário ao que seguiu a maior parte dos países da América Latina, a Argentina não apresentou

70 48 uma estabilidade regulatória, pelo contrário, uma serie de intervenções do estado no setor, o que afastou os investimentos privados e contribuiu para uma grande crise energética no país. O estudo de MIMMI; ECER (2010) apresenta uma análise sobre as perdas de energia em Belo Horizonte. A política regulatória frente a este tipo de problema também contribui para a atratividade ou não de investidores. Um caso de saída de investidor que saiu do mercado Latino Americano, por este e outros problemas, é o grupo francês EDF. O trabalho de TANKHA; MISAL; FULLER (2010) trata das reformas no setor elétrico da Índia. Trata-se de um estudo interessante por apresentar algumas alternativas de melhoria do setor mesmo em um ambiente político complexo. O estudo de YADOO; CRUICKSHANK (2010) analisa a situação da eletrificação rural no ambiente de privatização e liberalização do setor elétrico. São analisados os casos das cooperativas rurais dos EUA, Bangladesh e Nepal. Um tema interessante para dialogar com este artigo é o programa Luz Para Todos no Brasil, trata-se de uma viabilidade econômica para as empresas distribuidoras tornarem viável o atendimento à eletrificação rural. Neste estudo ACHÃO; SCHAEFFER (2009) aborda o crescimento do consumo residencial Brasileiro. Com vistas ao tema de atratividade de investimento no setor elétrico brasileiro, este estudo mostra a aceleração do consumo nos últimos anos e uma tendência de crescimento para os próximos Remuneração de capital na América Latina Dentre os 20 países da América Latina, foram selecionados para estudo os cinco países listados na Tabela 7 pois são todos da América do Sul (características geográficas semelhantes) e juntos representam 64% da energia consumida da região (CIA, 2014a), 58% do PIB (CIA, 2014b) e 57% da população (CIA, 2014c). Se desconsiderarmos o México, único país da América Latina no hemisfério norte, estes percentuais sobem para 79% da energia consumida da região (CIA, 2014a), 77% do PIB (CIA, 2014b) e 71% da população (CIA, 2014c).

71 49 Tabela 5: Agências reguladoras / fiscalizadoras de serviços públicos relacionados com energia elétrica dos países com maior consumo de energia elétrica na América do Sul País Órgão Regulador / Fiscalizador Sigla Descrição Argentina ENRE Ente Nacional Regulador de la Electricidad Brasil ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica Chile CNE, SEC Comisión Nacional de Energía; Superintendencia de Electricidad y Combustibles Colômbia CREG Peru OSINERGMIN Fonte: próprio autor. Comisión de Regulación de Energía y Gas Organismo Supervisor de la Inversion em Energía y Mineria A Tabela 5 apresenta o órgão regulador responsável pelo setor elétrico nos cinco países. Podese verificar que no caso do Chile existem duas instituições, isso ocorre porque, ao contrário dos demais países, o órgão regulador (CNE - Comisión Nacional de Energía) atua em separado do órgão fiscalizador (SEC - Superintendencia de Electricidad y Combustibles). Os agentes reguladores de cada país definem as regras para remuneração de capital. A Tabela 6 apresenta as resoluções sobre o tema em cada um dos países analisados no estudo.

72 50 Tabela 6: Resoluções sobre remuneração de capital Resolução sobre remuneração de Capital País Órgão Regulador Resolução Localização Argentina ENRE Resolución S.E.E. Nº 170 (Contrato de Concesión de Edesur S.A.) Artículo, Subanexo 1 (ROA; ALBARRACÍN, 2010) Módulo 2: Revisão Tarifária Brasil ANEEL Periódica das Concessionárias de Distribuição - Submódulo 2.4 Tabela 2, página 7 CUSTO DE CAPITAL Chile CNE, SEC Ley , Ley General de Servicios Eléctricos Artículo 182 Colômbia CREG Resolución Nº 093 de 2008 Artículo 3 Ley de Concesiones Eléctricas y Peru OSINERGMIN Reglamento Decreto Ley N y Decreto Supremo N Artículo EM Fonte: próprio autor De acordo com as resoluções apresentadas na Tabela 6, os índices de remuneração de capital para empresas distribuidoras do setor elétrico nos países analisados podem ser divididos em dois grupos: Taxa real antes dos impostos (Chile e Peru) e Taxa WACC real antes dos impostos (Colômbia e Brasil). Os valores atuais para estas taxas estão descritos na Tabela 7: Tabela 7: Taxa de remuneração de capital para investimentos nos sistemas de distribuição de energia elétrica Tipo de Taxa País Valor WACC real antes dos impostos Real antes dos impostos Fonte: próprio autor. Brasil 11,4% Colômbia 13,9% Chile 10,0% Peru 12,0%

73 51 A taxa WACC (Weighted Average Cost of Capital) mencionada acima significa Custo de Capital Médio Ponderado e pode ser calculada como WACC = Custo do Capital de Terceiros Líquido de Imposto x Participação do Capital de Terceiros + Custo do Capital Próprio x Participação do Capital Próprio. Em todos os países analisados, a receita regulatória possui o mesmo modelo de cálculo, a saber: Receita Regulatória = Taxa x Capital + Custos. No entanto, a definição de Capital e Custos pode variar por país. No Chile e Peru por exemplo, o capital é definido como o investimento eficiente de uma empresa modelo, estes investimentos são sempre a valor presente. Os custos também são baseados em uma empresa modelo ou de referência. Na Colômbia, o capital é definido por unidades construtivas (com valores atualizados) da rede real. Os custos são calculados com base em uma média real com um valor reconhecido, que é variável em função da qualidade do serviço obtido pela distribuidora. No Brasil, o capital é definido como o investimento imobilizado líquido. Já os custos são calculados com base nos custos de uma empresa de referência. Vale ressaltar que este modelo de custos no Brasil está em transição, o mesmo passará para modelo de comparação entre empresas de um mesmo grupo. Um estudo importante sobre a remuneração de capital das distribuidoras de energia elétrica está no trabalho de ROCHA; DE BRAGANÇA; CAMACHO (2006), este trabalho foi publicado na Revista Brasileira de Energia por pesquisadores do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Com objetivo de identificar as melhores práticas de regulação econômica, o referido estudo analisa se a remuneração de capital investido no setor de distribuição de energia elétrica de alguns países, como Brasil, Chile e Argentina foi condizente com o risco e custo de oportunidade requerido pelo setor. A conclusão do estudo é que no Brasil as empresas tiveram perdas significativas na remuneração de capital de 1998 até 2003, ano em que os ganhos começaram a ser positivos. Com relação à Argentina, em todo o período analisado as empresas não tiveram o ganho de capital previsto. Já no Chile, as empresas conseguiram ser remuneradas de acordo com o seu custo de oportunidade (ROCHA; DE BRAGANÇA; et al., 2006).

74 52 No trabalho de ROCHA; CAMACHO; DE BRAGANÇA (2006) é realizado um complemento do estudo de ROCHA; DE BRAGANÇA; et al. (2006) sobre rentabilidade das distribuidoras de energia. Trata-se de um trabalho realizado por pesquisadores no BNDES e IPEA para apoiar a ANEEL na definição da taxa de remuneração de capital (ou custo de capital) para as distribuidoras de energia elétrica do Brasil no terceiro ciclo de revisão tarifária. O estudo se baseia no conceito de que as empresas reguladas, no longo prazo, deve recuperar pelo menos seu custo de oportunidade de capital, incluindo o risco-país, o risco do negócio, o risco regulatório e outros específicos dos projetos em que opera (ROCHA; CAMACHO; et al., 2006). Outro estudo relevante sobre remuneração de capital é a dissertação de mestrado do pesquisador SOUSA (2007) defendida na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Este estudo analisa o impacto da credibilidade dos reguladores e o impacto desta credibilidade nos investimentos realizados no setor em análise. Para o caso específico do setor elétrico brasileiro, o estudo indica uma hesitação na aplicação de investimentos, provocando problemas de infraestrutura no país e impedindo o avanço de outras atividades econômicas A regulação e o investimento internacional na América Latina Como essa dissertação aborda questões sobre investimento na América Latina, uma importante fonte de informação são os relatórios do CEPAL (Comisión Económica para América Latina y el Caribe). O relatório mais atualizado sobre investimentos na região é de 2012 e refere-se ao ano de 2011 (CEPAL, 2012). O relatório do CEPAL deixa claro o impacto direto de aspectos regulatórios na atração de capital estrangeiro para a região. O Setor Elétrico é abordado em um tópico específico do relatório por ser uma atividade estratégica em todos os países por sua importância direta na economia, sua influência na competitividade dos demais setores e sua capacidade de arraste das empresas construtoras e fabricantes de componentes (CEPAL, 2012). Uma mudança política e regulatória importante na região foi a desestatização do setor elétrico na década de 90 (BACON; BESANT-JONES, 2001). Essa alteração fez o Investimento Estrangeiro Direto (IED) na América Latina saltar de 6% para 13% (CEPAL, 2012). Grandes empresas europeias, como Iberdrola, EDF e ENDESA, e americanas, como a AES, compraram ativos na região, passando a ter papel importante no setor elétrico.

75 53 Já na década seguinte, o fim das privatizações e um risco da estabilidade regulatória reduziu os investimentos de empresas multinacionais do setor elétrico na América Latina (CEPAL, 2012), conforme pode ser verificado na Figura 32. No entanto a grande maioria dos grupos permaneceu na região, exceção feita ao grupo francês EDF que possuía ativos na Argentina e no Brasil e optou por vender parte destes ativos, com destaque para a distribuidora de energia Light no Rio de Janeiro (MASVIGNER, 2012). No final da década de 2010, com a estabilização regulatória na região, as empresas europeias e americanas retornaram os investimentos aumentando suas participações no mercado e empresas asiáticas, em especial chinesas aumentaram consideravelmente o volume de investimentos na região (CEPAL, 2012). Figura 32: Montantes de investimento comprometidos em projetos elétricos com participação privada entre 1992 e 2010 na América Latina e Caribe, valores em bilhões de dólares Fonte: CEPAL (2012)

76 REGULAÇÃO POR INCENTIVO A revisão bibliográfica sobre Regulação por Incentivo, segue o método de pesquisa bibliográfica proposto no item (seleção de referências para setores regulados). A etapa inicial deste método é definir o problema de pesquisa, descrito a seguir: qual impacto da regulação por incentivo, em especial a aplicação do Fator Q (ANEEL, 2011d), na rentabilidade dos projetos para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica? Material Regulatório Definido o problema de pesquisa, o primeiro passo da metodologia pesquisa bibliográfica em setores regulados é a seleção de material regulatório, ou seja, as resoluções e notas técnicas referentes ao tema. No site da Agencia Nacional de Energia Elétrica, no link Informações Técnicas, pode-se acessar as resoluções referentes à qualidade do fornecimento de energia elétrica, módulo 8 do PRODIST (ANEEL, 2012d), bem como do impacto da qualidade na revisão tarifária, sub-módulo 2.5 do PRORET (ANEEL, 2011d). A análise destes documentos permite definir o incentivo regulatório para melhoria da qualidade do fornecimento como um conjunto de penalizações, como as compensações aos clientes por interrupção no fornecimento (ANEEL, 2012d), ou maior receita da distribuidora, como a possibilidade de redução do impacto negativo do Fator X na tarifa (ANEEL, 2011d). De acordo com ANEEL (2013a) os principais mecanismos aplicados para incentivar a qualidade do fornecimento de energia elétrica estão classificados de acordo com o tipo de interrupção, as interrupções ordinárias (medidas pelos indicadores DEC e FEC, DIC, FIC e DMIC), as seguintes atuações para incentivo: (i) Ranking de Continuidade, (ii) Componente Q do Fator X e (iii) Compensações no caso da violação dos limites dos Indicadores individuais. Já as interrupções em dias críticos (medidas pelo indicador DICRI) possui compensações no caso da violação dos limites do indicador como atuação para incentivo. Por fim, as interrupções em situação de emergência (sem indicador associado), tem como atuação para incentivo a análise específica da ocorrência, com possibilidade de aplicação de multa. Nestes documentos estão identificadas as audiências públicas que contribuíram para elaboração do mesmo, o material das audiências públicas fica disponível no site ANEEL (ANEEL, 2014a).

77 55 Um dos materiais utilizados nestas audiências são as notas técnicas, que por sua vez são assinadas por especialistas no tema tratado. Assim, os produtos desta primeira etapa são: o registro das resoluções e notas técnicas e a lista de especialistas que trabalharam no referido material. Para o caso em análise foram identificadas 2 resoluções (ANEEL, 2011d;2012d), 4 audiências públicas, 6 notas técnicas (ANEEL, 2007;2009a;2009b;2010b;2010c;2013a) e 24 especialistas. Com objetivo de identificar palavras-chave para pesquisa de artigos sobre os temas que tratam estas resoluções e notas, foi montada uma nuvem de palavras com o texto destes documentos (Figura 33). Figura 33: Nuvem de palavras gerada com ManyEyes com dados das resoluções e notas técnicas Fonte: Próprio autor como dados de ANEEL (2011d;2012d) e ANEEL (2007;2009a;2009b;2010b;2010c;2013a) Teses e Dissertações Na segunda etapa proposta pela metodologia, deve-se mapear os especialistas identificados na etapa anterior identificando possíveis trabalhos acadêmicos elaborados. Dos 24 especialistas identificados, 14 possuem Currículo Lattes (SILVA; SMIT, 2009), dos 10 restantes, 3 possuem cadastro no LinkedIn (BRADBURY, 2011), ou seja, estão disponíveis informações de 70% dos especialistas para busca de material acadêmico. Dos 17 especialistas com informações disponíveis, 3 possuem doutorado, 8 mestrado, 3 especialização, 3 somente graduação. Com análise da Plataforma Lattes e do LinkedIn, foram identificadas 3 teses, 11 dissertações e 190 outras produções (entre trabalhos, resumos e artigos). Com a leitura dos títulos das teses e

78 56 dissertações, identificou-se 2 dissertações com aderência ao problema de pesquisa. A proposta de priorização destas dissertações se dá pela nota do programa onde foram elaboradas. Os artigos deverão ser selecionados e priorizados em conjunto com os obtidos na próxima etapa da metodologia proposta. Tabela 8: Priorização das dissertações selecionadas Dissertações Universidade Programa Da Gênese à Implantação dos Procedimentos de Distribuição - Prodist: Desafios e Oportunidades, Estimativa da Função Custo Para o Setor de Distribuição de Energia Elétrica Brasileiro Fonte: próprio autor Avaliação CAPES UNIFEI Engenharia Elétrica 5 Unb Economia 4 A dissertação apresentada por MATTAR, C. A. C. (2010) mostra o processo que resultou no PRODIST (ANEEL, 2012b), onde pode-se destacar o tópico que trata do Módulo 8 relacionado com qualidade do fornecimento e incentivos regulatórios (ANEEL, 2012d). De acordo com MATTAR, C. A. C. (2010) o edital aberto para elaboração do PRODIST indicava como objetivo deste procedimento que fosse alcançada de forma plena os objetivos traçados no início da reforma do setor elétrico, em 1995, relacionados à expansão da oferta de energia em escala necessária para atender ao aumento da demanda e ao uso eficiente dos recursos disponíveis para garantir um suprimento confiável ao menor custo possível. A política de incentivo é mencionada como uma das premissas para alcançar estes objetivos, conforme descrito a seguir: foram adotadas como premissas para a concretização de tais objetivos a introdução de competição nos segmentos de geração e comercialização, e a adoção da regulação por incentivos nas atividades de transmissão e distribuição (MATTAR, C. A. C., 2010). O trabalho de COSTA, H. R. F. (2008) trata de modelos econométricos relacionados com economia de escala na área de distribuição de energia elétrica. Vale ressaltar que o Fator Q compõe o cálculo do Fator X que por sua vez é definido com base nos ganhos de escala da distribuidora.

79 Artigos O último passo da metodologia é a busca de artigos utilizando a metodologia proposta por FARIAS FILHO (2012) e TREINTA et al. (2013). Com o problema de pesquisa definido e considerando a nuvem de palavras apresentada na a Figura 34, a seguinte árvore de palavras chave foi elaborada: Figura 34: Árvore de Palavras Chave Fonte: próprio autor Transcrevendo a árvore de palavras-chave da Figura 34 na sintaxe do motor de busca ScienceDirect, limitando a pesquisa aos últimos 5 anos tem-se o seguinte algoritmo de busca avançada: pub-date > 2008 and (Electric OR Electricity) AND (Distribution OR Network) AND (Regulation OR Regulatory) AND (Incentive) AND (Investment OR Profitability) AND (SAIDI OR SAIFI OR Frequency Index OR Duration Index ) AND NOT (Wind). Esta pesquisa retorna 547 artigos. As informações destes artigos foram exportadas para a ferramenta de gestão bibliográfica EndNote e em seguida as informações de Ano, Periódico, Título e Resumo foram extraídas do EndNote para serem tratadas em Excel. Neste processo de extrações, por duplicidade e falta de algum campo, 78 artigos foram eliminados. Com os dados sobre os artigos no Excel, inicia-se a etapa de Análise de Relevância do Periódico, Título e Resumo. Os 469 artigos carregados no Excel podem ser agrupados em 176 Periódicos, com análise da aderência destes periódicos ao problema de pesquisa, foram descartados mais 256 artigos. Com análise de relevância do título dos 213 artigos restantes, eliminou-se mais 149, ficando para análise de priorização 64 artigos. Uma das formas de priorizar os artigos é através de aplicação de pesos definidos com um método multicritérios (ANDRADE; FARIAS FILHO, 2014), para este caso especifico foi utilizando um método mais simples, a saber, a quantidade de palavras-chave da

80 58 pesquisa no título e nas palavras-chave do artigo. Realizando a análise dos artigos na sequencia definida pela priorização utilizada chega-se nas referências descritas abaixo. O primeiro artigo do ranking, de MOUNTAIN; LITTLECHILD (2010), compara as receitas e qualidade do fornecimento de energia elétrica em dois modelos distintos, o australiano e o inglês. Neste estudo pode-se concluir que o incentivo regulatório, com base em técnicas de benchmarking resultam em benefício para as empresas (com redução dos custos) e para a sociedade (com a melhoria na qualidade do fornecimento de energia). Já o trabalho de FERNANDES; CANDELA; GÓMEZ (2012) demostra como o regulador espanhol trata os incentivos regulatórios para melhoria da qualidade do fornecimento. Neste caso são utilizados modelos de empresa de referência. O estudo ainda indica que, com base na experiência espanhola, os incentivos para redução das interrupções deve ter um peso maior quando comparado com os incentivos para redução da duração das mesmas (FERNANDES et al., 2012), pois para reduzir a frequência obrigatoriamente deve-se investir na rede, já para reduzir o tempo pode-se aumentar a quantidade de equipes de atendimento emergencial, o que não significa uma melhora efetiva do sistema. Por fim, o trabalho de SILVESTRE et al. (2010) realiza uma análise sobre distribuidoras de energia no nordeste brasileiro nos dois modelos que coexistem no país, ou seja, empresas distribuidoras com controle público e privado. A análise de (SILVESTRE et al., 2010) demostra que a privatização trouxe como resultado a melhor gestão financeira das empresas, no entanto, o modelo brasileiro (como foi descrito na introdução desta dissertação), não obteve resultados tão positivos na melhoria da qualidade do fornecimento de energia, indicando assim a oportunidade da aplicação de incentivos regulatórios como os aplicados na Espanha (FERNANDES et al., 2012) e Inglaterra (MOUNTAIN; LITTLECHILD, 2010). 2.6 REGULAÇÃO TARIFÁRIA DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO Aspectos gerais sobre a tarifa de energia elétrica no Brasil Para construir a revisão bibliográfica da regulação tarifária do setor elétrico é necessário recorrer ao quarto método indicado nas considerações iniciais deste capítulo, a saber: Busca por material especializado.

81 59 Iniciando pelos livros clássicos sobre o tema, deve-se citar o livro que deu origem a lógica tarifária brasileira, o chamado Livro Verde (DNAEE, 1985). O mesmo foi elaborado por um grupo de profissionais do setor elétrico de diferentes empresas concessionárias e órgãos do governo. Está organizado em quatro módulos, (i) caracterização da carga, (ii) custos marginais do sistema, (iii) tarifas de referência e (iv) aplicação das tarifas. Outro importante livro do setor, que propõe mudanças com relação a algumas das metodologias aplicadas com base no Livro Verde é o trabalho de HAGE, F. S. E.; FERRAZ; DELGADO (2011), que traz resultados de um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento patrocinado pela ANEEL. Sobre material específico do setor, o material didático do curso MBA em Gestão de Negócios com Ênfase no Setor Elétrico ministrado pelo Ibmec no Rio de Janeiro é uma boa referência. Desse curso destacam-se os materiais didáticos das disciplinas Ambiente Regulatório (PEDROSA, 2010), Gestão Econômico-Tarifária para o Setor Elétrico (LINO, 2012), Negociação de Energia e o Novo Modelo para o Setor Elétrico (BARROSO, 2011) e Tópicos Avançados para Profissionais do Setor Elétrico (BEZERRA, 2012). Ainda com relação ao material específico do setor, é importante citar o material didático dos treinamentos ministrados pelo Instituto Acende e pela BRACIER. O treinamento do Instituto Acende está organizado em cinco módulos, são eles: (i) Visão Geral, (ii) Componentes Tarifários: Fator X e Custos Operacionais, (iii) Componentes Tarifários: Remuneração e Reposição do Capital, (iv) Componentes Tarifários: Outros Fatores e (v) Conceituação da Estrutura Tarifária (ACENDE, 2014). Já o material do treinamento da BRACIER está organizado em quatro módulos: (i) Conceitos gerais sobre a formação da TUSD e da TE, (ii) Conceitos, práticas e tendências de modernização, (iii) A Tarifa de Uso e a Tarifa de Energia e (iv) A Construção da Tarifa (HAGE, F.; ANTONELLI, 2014). Com base neste conjunto de referências bibliográficas específicas do SEB pode-se apresentar a definição, princípios e metodologia da Estrutura Tarifária de Energia Elétrica (Figura 35).

82 60 Figura 35: Definição, Princípios e Metodologia da Estrutura Tarifária de Energia Elétrica Fonte: próprio autor Existem basicamente dois tipos de modelos regulatórios no setor de energia elétrica, o chamado Regulação pelo Custo do Serviço e o modelo Regulação por incentivos (HAGE, F.; ANTONELLI, 2014). A Figura 36 ilustra esses dois modelos. Figura 36: Os dois principais modelos de regulação aplicados no setor elétrico Fonte: HAGE, F.; ANTONELLI (2014) No setor de Distribuição de Energia Elétrica no Brasil, foco deste estudo, o modelo adotado é o Regulação por incentivos do tipo preço-teto (price-cap). Neste modelo dois itens de alta relevância para o estudo em questão, são eles: a definição da parcela B (na revisão tarifária) e aplicação do fator X (no reajuste tarifário).

83 61 A tarifa de energia possui vários componentes conforme mostra a Figura 37. De forma simplificada pode-se defini-la como composta por duas parcelas, uma relacionada com a energia (a tarifa de energia elétrica ou TE) e outra relacionada com o sistema de transmissão e distribuição (a tarifa de uso do sistema de distribuição ou TUSD). Outra forma simplificada de entender a tarifa é dividi-la em outras duas parcelas, uma relacionada com os chamados custos gerenciáveis pela distribuidora ou a Parcela B, e outra com os custos não gerenciáveis pela distribuidora ou Parcela A. Figura 37: Estrutura Tarifária de Energia Elétrica no Brasil Fonte: adaptado de ANEEL (2014g) e HAGE, F.; ANTONELLI (2014) Base de Remuneração Regulatória A remuneração de capital é a componente da tarifa que tem como objetivo incentivar a aplicação de investimento nas distribuidoras de energia elétrica. A mesma é dada pela taxa de remuneração multiplicada pela base de remuneração líquida (LINO, 2012). Conforme mostra a Figura 38, a remuneração do capital é um dos componentes da TUSD (considerando a análise da tarifa como a composição de TE e TUSD). Analisando a tarifa como composta por Parcela A e Parcela B, também pela Figura 38 pode-se constatar que a remuneração faz parte da Parcela B da tarifa.

84 62 Figura 38: Componente Remuneração do Capital na estrutura da TUSD Fonte: ANEEL (2014g) Desta forma, pode-se calcular o benefício de remuneração de capital de um investimento em projetos para melhoria da qualidade como o valor do investimento (que irá alterar a base de remuneração liquida) multiplicado pela taxa de remuneração. No Brasil, a taxa de remuneração (ou taxa de retorno) é o chamado Custo Médio Ponderado de Capital (Weighted Average Cost of Capital WACC), incluindo o efeito dos impostos sobre a renda (ANEEL, 2011c). O cálculo da Taxa de Retorno Regulatório de Investimentos pela ANEEL (2011c) é realizado a partir da equação abaixo: (Equação 1) Em que: rwacc: custo médio ponderado de capital após impostos, em termos reais; rp: custo do capital próprio nominal; rd: custo da dívida nominal;

85 63 P: capital próprio; D: capital de terceiros ou dívida; V: soma do capital próprio e de terceiros; T: alíquota tributária marginal efetiva; e π: inflação média dos EUA. De acordo com BORDEAUX-REGO (2012a), o Custo Médio Ponderado de Capital (WACC) é a taxa adequada para descontar os projetos que tenham as mesmas características de risco da empresa. Com relação à depreciação, em cada revisão tarifária é calculada uma taxa média por empresa (função das unidades de cadastro que a mesma possui em sua base de ativos). Este valor é divulgado na Nota Técnica resultante da revisão, sendo que no caso da Ampla o valor atual é 4,10% (ANEEL, 2014i) e da Coelce, de 3,98% (ANEEL, 2012a) Fator Q Antes de definir o Fator Q (ou componente Q do Fator X) é necessário entender a função do Fator X nos reajustes tarifários. O preço da tarifa é definido (ex-ante) como a razão entre receita requerida e mercado de referência. Assim, a cada ano é verificada a diferença entre o mercado realizado (ex-post) e o mercado de referência, sendo que os ganhos de escala são retirados da tarifa através do Fator X (Figura 39). De acordo com ANEEL (2011d), O Fator X tem por objetivo principal garantir que o equilíbrio entre receitas e despesas eficientes, estabelecido no momento da revisão tarifária, se mantenha ao longo do ciclo tarifário. A Figura 39 detalha o efeito do Fator X ao longo de um ciclo tarifário.

86 64 Figura 39: Fator X, onde RTP é Revisão Tarifaria Periódica e IRT é Índice de Reajuste Tarifário Anual Fonte: HAGE, F.; ANTONELLI (2014) O Fator Q, ou componente Q do Fator X, foi criado com objetivo de incentivar as distribuidoras a melhorar seus índices de qualidade de fornecimento. Este fator começou a ser aplicado nas revisões tarifárias de 2013 (ANEEL, 2011d). O valor do Componente Q dependerá do desempenho relativo das distribuidoras. Para definição do Indicador de Qualidade do Serviço de cada distribuidora serão comparados, a cada ano civil, os indicadores apurados DEC e FEC, contra os limites definidos pela ANEEL (ANEEL, 2011d). O Fator Q a ser aplicado para uma distribuidora será função da classificação dessa distribuidora a partir de critérios definidos pela ANEEL (Regra Geral, Melhores Distribuidoras e Piores Distribuidoras), e em função da variação anual do DEC e FEC (Tabela 9).

87 65 Tabela 9: Componente Q do Fator X Fonte: ANEEL (2011d) A classificação das distribuidoras, conforme apresentado em ANEEL (2011d) é definida da seguinte forma: serão consideradas as de melhor desempenho aquelas cujo indicador for inferior ao primeiro quartil dos indicadores individuais das concessionárias de seu grupo. No sentido oposto, as concessionárias com pior desempenho serão aquelas cujo indicador superar o terceiro quartil. O indicador de desempenho global de continuidade (DGC) é divulgado anualmente apela ANEEL através de notas técnica. O resultado de 2013 está publicado na Nota Técnica 0021/2014 -SRD/ANEEL (ANEEL, 2014d). O resultado é dividido em dois grupos intitulados (i) distribuidoras grandes (com mercado superior à 1 TWh / ano) e (ii) distribuidoras pequenas (com mercado inferior à 1 TWh / ano). A Tabela 10 apresenta o resultado de 2013 para as distribuidoras grandes. Tabela 10: Indicador de Desempenho Global de Continuidade: mercado maior que 1 TWh Posição no Ranking DGC Sigla Empresa Região 1º 0,56 COELCE COMPANHIA ENERGÉTICA DO CEARÁ NE 2º 0,57 CPFL SANTA CRUZ COMPANHIA LUZ E FORÇA SANTA CRUZ SE 3º 0,67 CEMAR COMPANHIA ENERGÉTICA DO MARANHÃO NE 4º 0,71 EPB ENERGISA PARAÍBA - DISTRIBUIDORA DE ENERGIA NE 5º 0,73 EMG ENERGISA MINAS GERAIS - DISTRIBUIDORA DE ENERGIA SE 6º 0,75 CPFL-PAULISTA COMPANHIA PAULISTA DE FORÇA E LUZ SE 6º 0,75 ENERSUL EMPRESA ENERGÉTICA DE MATO GROSSO DO SUL CO

88 66 8º 0,76 ELEKTRO ELEKTRO ELETRICIDADE E SERVIÇOS SE 9º 0,77 BANDEIRANTE BANDEIRANTE ENERGIA SE 10º 0,78 COSERN COMPANHIA ENERGÉTICA DO RIO GRANDE DO NORTE NE 11º 0,80 ELETROPAULO ELETROPAULO METROPOLITANA ELETRICIDADE DE SÃO PAULO SE 12º 0,81 AES-SUL AES SUL DISTRIBUIDORA GAÚCHA DE ENERGIA S 12º 0,81 CPFL- PIRATININGA COMPANHIA PIRATININGA DE FORÇA E LUZ SE 14º 0,82 ESCELSA ESPÍRITO SANTO CENTRAIS ELÉTRICAS SE 15º 0,83 AME (1) AMAZONAS DISTRIBUIDORA DE ENERGIA NO 15º 0,83 COPEL-DIS COPEL DISTRIBUIÇÃO S 17º 0,87 CEMIG-D CEMIG DISTRIBUIÇÃO SE 18º 0,89 CELTINS COMPANHIA DE ENERGIA ELÉTRICA DO ESTADO DO TOCANTINS NO 18º 0,89 ESE ENERGISA SERGIPE - DISTRIBUIDORA DE ENERGIA NE 20º 0,90 CAIUÁ-D CAIUÁ DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA SE 21º 0,91 CELESC-DIS CELESC DISTRIBUIÇÃO S 22º 0,95 EEB EMPRESA ELÉTRICA BRAGANTINA SE 22º 0,95 RGE RIO GRANDE ENERGIA S 24º 0,99 CELPE COMPANHIA ENERGÉTICA DE PERNAMBUCO NE 25º 1,02 COELBA COMPANHIA DE ELETRICIDADE DO ESTADO DA BAHIA NE 26º 1,08 CEMAT (1) CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSES CO 27º 1,22 AMPLA AMPLA ENERGIA E SERVIÇOS SE 28º 1,24 CEPISA COMPANHIA ENERGÉTICA DO PIAUÍ NE 29º 1,25 CERON (1) CENTRAIS ELÉTRICAS DE RONDÔNIA NO 30º 1,37 CEEE-D COMPANHIA ESTADUAL DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA S 31º 1,45 CEB-DIS CEB DISTRIBUIÇÃO CO 32º 1,49 CEAL COMPANHIA ENERGÉTICA DE ALAGOAS NE 33º 1,52 CELPA (1)(2) CENTRAIS ELÉTRICAS DO PARÁ NO 34º 1,61 LIGHT LIGHT SERVIÇOS DE ELETRICIDADE SE 35º 1,94 CELG-D CELG DISTRIBUIÇÃO CO (1) - distribuidoras que suprem cargas localizadas em sistemas elétricos isolados não conectados ao SIN. (2) - distribuidoras com processo de coleta e apurados dos indicadores de continuidade não certificado. Fonte: ANEEL (2014d) Com a regra descrita anteriormente e analisando a Tabela 10, pode-se concluir que a empresa Coelce está classificada como Melhores Desempenhos e Ampla com Piores Desempenhos. São duas distribuidoras com resultados distintos, em regiões distintas porém com o mesmo

89 67 controlador. São nessas duas distribuidoras que será apresentado o estudo de caso para verificar se existem alterações significativas na avaliação de projetos para melhoria da qualidade com e sem o Fator Q. Para calcular o benefício econômico do Fator Q (dado uma redução nos indicadores de qualidade) é necessário entender que este fator terá impacto na Parcela B da tarifa (conforme verificado anteriormente, a tarifa é formada pela Parcela A e B). O resultado de melhora ou piora da qualidade do fornecimento (medida através do DEC e FEC) e o posicionamento da distribuidora no ranking nacional de qualidade define o valor do Fator Q. Por sua vez, o Fator Q é um dos componentes do Fator X, sendo que o Fator X é parte do cálculo da Parcela B que compõe a tarifa de energia. Na sequência, essa lógica será apresentada em forma de equações e utilizando a mesma nomenclatura da ANEEL. A receita requerida (ou seja, o que a distribuidora irá arrecadar via tarifa aplicada no consumo de energia) é composta pela soma da Parcela A e Parcela B (ANEEL, 2011b): RR = VPA + VPB (Equação 2) Em que: RR: Receita Requerida; VPA: Valor da Parcela A; e VPB: Valor da Parcela B. O valor da Parcela B é definida na revisão tarifária da distribuidora (com ciclos de 3, 4 ou 5 anos) e é reajustada anualmente. O Fator Q só tem impacto no reajuste anual, por esta razão será detalhado abaixo a aplicação do fator X na Índice de Reajuste Tarifário (IRT). De acordo com ANEEL (2011b), os contratos de concessão das distribuidoras determinam que o Valor da Parcela B seja ajustado anualmente no período tarifário entre revisões, aplicando-se ao valor vigente dessa parcela o índice IGP-M X. Ainda de acordo com ANEEL (2011b), o reajuste será calculado mediante a aplicação sobre as tarifas homologadas na Data de Referência Anterior do Índice de Reajuste Tarifário (IRT) médio, definido conforme equação abaixo.

90 68 IRP = VPA 1+VPB 0 (IVI±X) RA 0 (Equação 3) Em que: - VPA1: Valor da Parcela A considerando as condições vigentes na data do reajuste em processamento e o mercado dos 12 (doze) meses anteriores ao mês do reajuste em processamento, aqui denominado Mercado de Referência ; - RA0: Receita Anual, calculada considerando as tarifas homologadas na Data de Referência Anterior e o Mercado de Referência ; - VPB0: Valor da Parcela B considerando as condições vigentes na "Data de Referência Anterior (DRA)" e o Mercado Referência, calculado por: VPB0 = RA0 - VPA0 - VPA0: Valor da Parcela A considerando as condições vigentes na Data de Referência Anterior (DRA) e o Mercado de Referência ; - IVI: Número índice obtido pela divisão do IGP-M, da Fundação Getúlio Vargas, do mês anterior à data do reajuste em processamento pelo IGP-M do mês anterior à Data de Referência Anterior ; e - X: Número índice definido pela ANEEL a ser subtraído ou acrescido ao IVI quando da execução dos reajustes tarifários anuais entre revisões tarifárias. Por fim, de acordo com ANEEL (2011d), tem-se que: Fator X = Pd + Q + T (Equação 4) Em que: - Pd: Ganhos de produtividade da atividade de distribuição; - Q: Qualidade do serviço; e - T: Trajetória de custos operacionais.

91 QUALIDADE DO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA Definições De acordo com DUGAN et al. (2012), a qualidade da energia elétrica é qualquer problema manifestado na tensão, corrente ou na frequência que resulte em falha ou má operação de equipamento do consumidor. KAGAN; ROBBA; SCHMIDT (2009) (Figura 40) e CAPELI (2013) (Figura 41) consideram três conceitos associados à qualidade do fornecimento de energia elétrica, ou seja, associados a serviço, produto e atendimento. Figura 40: Os três conceitos da qualidade do fornecimento de energia elétrica Fonte: KAGAN et al. (2009) Figura 41: Os três conceitos da qualidade do fornecimento de energia elétrica Fonte: CAPELI (2013)

92 70 De acordo com KAGAN et al. (2009), qualidade do atendimento (ou atendimento comercial) refere-se à todo relacionamento comercial entre a concessionaria e o cliente. Alguns exemplos desse tipo de relacionamento são: os atendimentos via call center, os atendimentos em lojas da concessionaria, os pedidos e atendimento para ligação nova, etc. Uma das formas de medir esse tipo de qualidade é através dos tempos médios de atendimento. A ANEEL criou recentemente dois indicadores para realizar esta medição, são eles: DER - Duração Equivalente de Reclamação e FER - Frequência Equivalente de Reclamação (ANEEL, 2013c). Já a qualidade do produto é caracterizada por parâmetros elétricos, basicamente pela forma de onda de tensão dos componentes de um sistema trifásico (KAGAN et al., 2009). As principais variáveis deste item são: nível de tensão em regime permanente, fator de potência, harmônicos, desequilíbrio de tensão, flutuação de tensão, variação de tensão de curta duração e variação de frequência (CAPELI, 2013). A ANEEL possui uma série de indicadores para aferir este tema, dentre eles o DRP - Duração Relativa de Transgressão de Tensão Precária individual da unidade consumidora e o DRC - Duração Relativa de Transgressão de Tensão Crítica individual da unidade consumidora (ANEEL, 2012d). Por fim, a qualidade do serviço, que é foco deste trabalho, pode ser entendida como a continuidade do fornecimento de energia elétrica, portanto trata das interrupções no sistema elétrico provocados por falhas (KAGAN et al., 2009). Os indicadores que medem esse tipo de qualidade são DEC - Duração equivalente de interrupção por unidade consumidora e FEC - Frequência equivalente de interrupção por unidade consumidora (ANEEL, 2012d) Indicadores de Confiabilidade para Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica Os indicadores de confiabilidade do fornecimento de energia elétrica mais utilizados são: duração média das interrupções por unidade consumidora e frequência média das interrupções por unidade consumidora. O IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers) define estes indicadores da seguinte forma (IEEE, 2012): (a) Índice de frequência média de interrupções - SAIFI (System Average Interruption Frequency Index): indica quantas vezes, em média, um cliente pertencente à um determinado grupo, é

93 71 submetido à interrupção no fornecimento de energia ao longo de um período de tempo determinado. Matematicamente, este é dado em: (Equação 5) Em que: Ni: Número de clientes interrompidos em cada evento i no período de tempo analisado; CI: Clientes interrompidos; NT: Total de clientes da área analisada (grupo de clientes). (b) Índice de duração média das interrupções - SAIDI (System Average Interruption Duration Index): indica a duração média que cada cliente pertencente à um determinado grupo, é submetido à interrupção no fornecimento de energia ao longo de um período de tempo determinado. Matematicamente, este é dado em: (Equação 6) Em que: ri: Tempo de restauração para cada evento interrupção; Ni: Número de clientes interrompidos em cada evento i no período de tempo analisado; CMI: Consumidor minuto interrompido. A ANEEL definiu esses mesmos indicadores conforme abaixo (ANEEL, 2012d): (a) Definição dos indicadores individuais DIC e FIC (a-1) Duração de Interrupção Individual por Unidade Consumidora ou por Ponto de Conexão (DIC): (Equação 7)

94 72 (a-2) Frequência de Interrupção individual por Unidade Consumidora ou por Ponto de Conexão (FIC): (Equação 8) Em que: i = índice de interrupções da unidade consumidora no período de apuração, variando de 1 a n; n = número de interrupções da unidade consumidora considerada, no período de apuração; t(i) = tempo de duração da interrupção (i) da unidade consumidora considerada ou ponto de conexão, no período de apuração; (b) Definição dos indicadores coletivos: (b-1) Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC): (Equação 9) (b-2) Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC: (Equação 10) Em que: i = índice de unidades consumidoras atendidas em BT ou MT faturadas do conjunto; Cc = número total de unidades consumidoras faturadas do conjunto no período de apuração, atendidas em BT ou MT.

95 Projetos de Investimento para Melhoria na Qualidade do Serviço De acordo com SHORT (2014), existem diferentes métodos para melhorar a confiabilidade, são eles: (i) Reduzir as falhas, (ii) Localizar e reparar mais rápido as falhas, (iii) Limitar a quantidade de clientes interrompidos e (iv) Interromper clientes somente em caso de falhas permanentes. Para cada um desses métodos existem diferentes soluções técnicas, sendo algumas caracterizadas como investimento, e outras como gasto, uma vez que não substituem ou agregam ativos. A definição do que pode ser gasto ou investimento no setor elétrico brasileiro pode ser obtida em ANEEL (2010a). Para reduzir falhas, por exemplo, existem soluções que passam por investimento, como a substituição de rede convencional (com condutores nus) por rede protegida, isolada ou mesmo por sistema subterrâneo, e outras soluções são de gasto, como a realização de podas de árvores. Para localizar e reparar falhas com mais rapidez existem igualmente soluções com característica contábil de gasto e de investimento. A instalação de localizadores de falha por exemplo, em alguns casos, pode ser considerado como investimento, e trata-se de uma ação que reduz o tempo para localização de falhas. A automação dos circuitos de distribuição também contribui para acelerar a localização das falhas. Já o aumento da quantidade de equipes de emergência também reduz este tempo, no entanto trata-se de um recurso caracterizado como gasto. Com relação a limitar a quantidade de clientes interrompidos, as soluções técnicas passam pelo aumento da seletividade dos circuitos, ou seja, pela instalação de equipamentos de proteção (como chaves-fusíveis) ou a divisão de grandes circuitos de baixa tensão, que requerem a instalação de novos transformadores. De acordo com (ANEEL, 2010a) a instalação de chavesfusíveis não caracteriza investimento, já a instalação de transformadores sim. Por fim, interromper clientes somente em caso de falhas permanentes passa pela instalação de equipamentos com capacidade de religamento automático, neste caso têm-se chaves-fusíveis religadoras, seccionalizadores e religadores. As duas últimas são caracterizadas como investimento, já a primeira não (vale ressaltar que em casos especiais a ANEEL pode ser consultada e blocos de projetos de componentes menores podem ser considerados como investimento).

96 74 Ainda de acordo com SHORT (2014) a aplicação de um plano para melhoria da qualidade do serviço de distribuição de energia elétrica deve seguir quatro passos, (i) identificar os projetos, (ii) estimar o custo de cada opção, (iii) estimar a melhora dos indicadores de qualidade em cada uma das opções e (iv) ranquear os projetos de acordo com sua relação custo-benefício. Destes passos, um dos mais complexos é a estimativa da melhora dos indicadores. A previsão de custo normalmente possui uma característica linear, mas a previsão de melhoria dos indicadores resultantes da implantação de um projeto para melhoria da qualidade não é linear (SHORT, 2014). Neste sentido, alguns autores propõe métodos estatísticos para estimar indicadores de qualidade, como o caso de KAGAN et al. (2009) que sugere, dentro outros, a utilização de método de Monte Carlo e ABDUL RAHMAN et al. (2013) que propõe um método utilizando árvore de falhas e cadeias de Markov. 2.8 ANALISE DE INVESTIMENTO De acordo com MOTTA; CALÔBA (2002), considera-se como investimento a situação na qual ocorre a inversão de capital de alguma forma, podendo ser em um projeto novo, na compra de uma empresa existente, etc., buscando com isso a criação de valor, ou seja, recuperação do valor investido (principal), mais uma rentabilidade do investimento (taxa de juros), em um determinado prazo. Dado que os recursos para realizar investimentos são escassos, para escolher ou priorizar as opções de projetos de investimento em uma organização é necessário realizar simulações desses investimentos e comparar os resultados. A análise de investimento é esta simulação. De acordo com BORDEAUX-REGO et al. (2010) existem diferentes modelos de simulação de investimento, tais como payback simples, payback descontado, valor presente líquido (VPL), taxa interna de retorno (TIR) e índice de lucratividade (IL). Ainda de acordo com BORDEAUX-REGO et al. (2010), segundo uma pesquisa realizada nos Estados Unidos com os maiores executivos financeiros (CFOs) de 392 das maiores empresas, apontou que cerca de 78% preferem utilizar o VPL e TIR como método de avaliação de projetos (GRAHAM; HARVEY, 2001).

97 Valor Presente Líquido (VPL) O valor de um projeto de investimento é função de quatro variáveis, a saber, (i) montante investido, (ii) montante de fluxo de caixa a ser gerado, (iii) quando o fluxo de caixa deve ocorrer e (iv) qual o risco associado ao fluxo de caixa (BORDEAUX-REGO et al., 2010). O Valor Presente Líquido pode ser definido como a soma algébrica de todos os fluxos de caixa descontados para o instante presente (t=0) à uma taxa de juros r (MOTTA; CALÔBA, 2002). A equação do Valor Presente Líquido, que também pode ser denominado por fluxo de caixa descontado, é apresentada abaixo (BORDEAUX-REGO et al., 2010): VPL = I + n FC t t=1 + VR (1+r) t (1+r) n (Equação 11) Em que: - I é o investimento inicial; - FCt é o fluxo de caixa liquido na data t ; - r é o custo de capital definido pela empresa; - VR é o valor residual do projeto ao final do período de análise (enésimo período). O resultado desse método é do tipo quanto maior melhor, assim para criar um ranking de projetos a partir do resultado de seus respectivos VPL s basta classificar do maior para o menor, sendo que o projeto somente irá gerar valor se o VPL for maior que zero Taxa Interna de Retorno (TIR) A Taxa Interna de Retorno é um índice relativo que mede a rentabilidade do investimento por unidade de tempo, sendo definida como o valor da taxa de desconto que anula o Valor Presente Líquido (VPL) obtido pela soma algébrica de todos os fluxos de caixa (MOTTA; CALÔBA, 2002). De forma matemática, a TIR é o valor de r que zera o VPL, conforme a equação abaixo (BORDEAUX-REGO et al., 2010):

98 76 VPL = I + n FC t t=1 + VR (1+r) t (1+r) n = 0 (Equação 12) Em que: I é o investimento inicial; FCt é o fluxo de caixa liquido na data t ; r é o custo de capital definido pela empresa, sendo que o valor que zera o VPL é a TIR; VR é o valor residual do projeto ao final do período de análise (enésimo período). O cálculo da TIR é complexo, devendo assim ser realizado com uso de calculadoras financeira (p.ex. HP12C) ou planilhas eletrônicas (como Excel por exemplo). Da mesma forma que o VPL, a TIR é do tipo quanto maior melhor, o projeto é viável quando do valor da TIR é maior que a taxa mínima de atratividade adotada pela empresa.

99 77 3 METODOLOGIA DE PESQUISA Neste capítulo são apresentados métodos para pesquisa bibliográfica, a estratégia de pesquisa, a metodologia para estudos qualitativos (estudo de caso), a identificação e seleção de empresas e por fim o delineamento (passo a passo do trabalho). 3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA Uma das formas de apresentar a estratégia de pesquisa é através de um desenho do método de pesquisa. Este desenho deve representar o procedimento para coleta, análise, interpretação e relatório da pesquisa em estudo (CRESWELL; PLANO CLARK, 2011). Figura 42: Estratégia de pesquisa Fonte: próprio autor Considerando os 5 principais métodos de pesquisa (i) Experimento, (ii) Levantamento (survey), (iii) Análise de arquivos, (iv) Pesquisa histórica e (v) Estudo de caso, a Tabela 11 auxilia na definição de qual método utilizar dada as características da pesquisa.

100 78 Tabela 11: Itens de verificação para definir método de pesquisa mais adequado ao problema de pesquisa Método Forma de questão de pesquisa Exige controle dos eventos comportamentais? Experimento Como, por quê? Sim Sim Levantamento (survey) Análise de arquivos Quem, o quê, onde, quantos, quando? Quem, o quê, onde, quantos, quando? Não Não Enfoca eventos contemporâneos? Sim Pesquisa histórica Como, por quê? Não Não Estudo de caso Como, por quê? Não Sim Fonte: YIN (2010) Sim/Não Tendo em vista que o problema de pesquisa do presente trabalho é verificar como o Fator Q impactará na estratégia de investimento do setor elétrico, pode-se considerar que a forma de questão da pesquisa é do tipo como, por quê. Assim, considerando a segunda coluna da Tabela 11, constata-se que o método de pesquisa poderia ser experimento, pesquisa histórica ou estudo de caso. Passando para a terceira coluna, verifica-se que o presente problema de pesquisa não necessita de controle dos eventos comportamentais, com isso a opção experimento é eliminada. Por fim, sobre a quarta e última coluna da Tabela 11, dado que o problema de pesquisa enfoca eventos contemporâneos, conclui-se que o método de pesquisa mais adequado para este trabalho é o Estudo de Caso. 3.2 MÉTODO PARA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA Para identificação do material de referência do presente trabalho foram utilizados 4 métodos de seleção e/ou identificação de referência bibliográfica que são listados a seguir do mais abrangente para o mais específico: (i) Mapeamento bibliométrico (ii) Ranking de artigos (iii) Seleção de referências para setores regulados (iv) Busca por material especializado

101 79 O primeiro método, Mapeamento bibliométrico, é utilizado neste trabalho como método para identificar artigos do macro tema do estudo, neste caso a regulação de serviços públicos. Este método é baseado nos trabalhos de PALOP (2014) e COBO (2012) e consiste na utilização de ferramentas de mapeamento bibliométrico para identificar os principais trabalhos e temas abordados em uma determinada área do conhecimento. O segundo método, Ranking de artigos, é utilizado para realizar a busca que direcione mais os artigos para o tema de pesquisa, neste caso regulação do setor elétrico. Este método é baseados nos trabalhos de FARIAS FILHO (2012) e TREINTA et al. (2013) e consiste na utilização de ferramentas e métodos para restringir o resultado das buscas de artigos no tema em questão e na utilização de métodos multicritérios para determinar um ranking ou sequência de importância dos artigos selecionados (ANDRADE; FARIAS FILHO, 2014). O terceiro método, Seleção de referências para setores regulados, é uma adaptação do método anterior porém focado na seleção de material bibliográfico para pesquisa em setores com forte regulamentação, como é o caso dos setores regulados. O quarto e último método, Busca por material especializado, consiste na identificação de livros e material de treinamento específico do setor em análise Mapeamento bibliométrico O mapeamento bibliométrico ou mapeamento científico é um campo da bibliometria que objetiva, através de representações gráficas, representar como disciplinas, campos de estudos, documentos ou autores estão relacionados entre si (COBO et al., 2011a). Existem uma série de ferramentas que auxiliam na execução deste mapeamento (COBO et al., 2011b) Ranking de artigos Neste tópico, aplica-se o segundo método apresentado nas considerações iniciais deste capítulo, trata-se do Ranking de artigos. Na década de 70, Umberto Eco escreveu o clássico Como se faz uma tese (ECO, 1977). Esta obra propõe a construção de um trabalho científico em 5 etapas: A escolha do tema; A procura do material; O plano de trabalho e a elaboração de fichas;

102 80 A redação; e por fim A redação definitiva. O presente método, intitulado Ranking de artigos, tem como objetivo apresentar uma estratégia contemporânea para etapa A procura do material. Com o desenvolvimento da internet, o crescimento significativo do conteúdo acadêmico e o desenvolvimento dos motores de busca, o problema de acesso à informação científica passou da escassez para o excesso (TREINTA, 2011). Assim, frente a uma vasta disponibilidade de artigos em amplas bases de dados bibliográficas, um dos atuais desafios dos pesquisadores é a escolha dos artigos mais adequados para construção da argumentação teórica de seus estudos (TREINTA et al., 2013). Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo apresentar uma estratégia simplificada de pesquisa bibliográfica utilizando ferramentas de gestão bibliográfica para seleção de artigos e o método multicritério de Borda para priorização dos mesmos. Para uma etapa inicial de pesquisa, a partir dos estudos da metodologia elaborada por FARIAS FILHO (2012), o presente trabalho traz uma proposta simplificada de exploração bibliográfica em que a coleta de material bibliográfico pode ser estruturada em 4 etapas de acordo com a Figura 43: Construir árvore de palavraschave com lógica booleana Realizar pesquisa avançada em motores de busca Catalogar resultado em software de gestão bibliográfica Exportar base com os campos: ano, periódico, título e resumo Figura 43: Modelo simplificado para exploração bibliográfica Fonte: próprio autor Tendo o problema de pesquisa definido, deve-se construir uma árvore de palavras-chave que serão as bases das pesquisas avançadas nos motores de busca. Pode-se ter mais de uma árvore por problema de pesquisa. Para uma melhor visualização, sugere-se a utilização de ferramentas para construção de mapas mentais, como por exemplo, XMind e FreeMind. Os operadores booleanos são utilizados para aumentar a abrangência da pesquisa (conexão de palavras ou expressões sinônimas com OU ) e para restringir os resultados de buscas avançadas (conexão de expressões com E ). Os trabalhos de FARIAS FILHO (2012) e TREINTA (2011) abordam com detalhes a construção destas árvores de palavras-chave.

103 81 O próximo passo é realizar a pesquisa avançada em motores de busca (ScienceDirect, SCOPUS, Wiley Online Library, Google Acadêmico, SciELO, etc). A especificidade sintáxica de cada motor é encontrada em seus campos de ajuda (SCIENCEDIRECT, 2013). Com a árvore de palavras-chave e conhecendo a sintaxe de pesquisa avançada do motor de busca escolhido podese elaborar os algoritmos de busca avançada. Esta é uma etapa dinâmica, ou seja, se o resultado da pesquisa for muito baixo (p.ex., menor que 50 artigos), deve-se aumentar a abrangência do algoritmo de pesquisa reduzindo a quantidade de ligações E. Nos casos de resultados muito altos (p.ex., maior que artigos), deve-se aumentar o número de palavras-chave com conexão E ou utilizar operadores de restrição, como AND NOT e NOT, por exemplo. Normalmente, os resultados das buscas são conjuntos de centenas a milhares de artigos, o que torna adequada a utilização de um software de gestão bibliográfica (p.ex., Zotero e EndNote ). A maior parte dos motores de busca possuem ferramentas para exportar os resultados de pesquisa em arquivos compatíveis com os softwares de gestão bibliográfica. Vale ressaltar que a quantidade de referências que podem ser exportadas de cada vez varia consideravelmente entre os diferentes motores, por exemplo, a base Wiley Online Library permite a exportação em blocos de 20 (vinte) artigos, já com ScienceDirect pode-se exportar blocos de até (mil) artigos. Com o resultado das pesquisas avançadas, já importadas em uma ferramenta de gestão bibliográfica, o próximo passo é extrair deste software os seguintes dados da base de artigos: (i) ano da publicação, (ii) periódico, (iii) título e (iv) resumo. Sugere-se carregar estas informações em uma planilha eletrônica. Esta planilha, intitulada base_artigos, é o produto desta primeira etapa do processo de pesquisa bibliográfica. Com a base de artigos organizada em formato de planilha eletrônica com quatro colunas (ano da publicação, periódico, título e resumo), pode-se iniciar a análise de relevância. Para isso devem ser criadas mais três colunas na planilha base_artigo, são elas: alinhamento do periódico, alinhamento do título e alinhamento do resumo. O processo de análise de relevância inicia-se pelo periódico. Como o mesmo periódico se repete em várias linhas da base_artigos, sugere-se trabalhar com tabelas dinâmicas permitindo listar os periódicos sem repetição. Com isso, inicia-se a análise de alinhamento do periódico atribuindo sim aos periódicos que possuem aderência com o tema da pesquisa e não para os demais. No término desta análise, com utilização da função PROCV do Excel, ou

104 82 equivalente se outra ferramenta de planilha eletrônica estiver sendo utilizada, pode-se transferir a classificação dos periódicos feitos na tabela dinâmica para a coluna alinhamento do periódico. O próximo passo é preencher a coluna alinhamento do título. Para cada linha com não na coluna alinhamento do periódico propõem-se preencher com não a coluna alinhamento do título. Após esta tratativa, inicia-se a análise dos títulos restantes atribuindo sim, caso tenham aderência com o tema a ser estudado, e não caso contrário. A mesma tratativa deve ser executada com alinhamento do resumo. Esta proposta de análise de alinhamento, que pode-se denominar de binária, é utilizada para definição de materiais contundentes com o estudo, ou seja, aqueles que vão contribuir para base teórica do mesmo. Para uma análise exploratória do conhecimento, a análise de relevância pode ser trabalhada na forma de escala, por exemplo fornecendo notas de 1 a 5 (quanto maior a nota mais alinhado com o tema), sendo esta a proposta apresentada por TREINTA et al. (2013). Adotando o modelo binário descrito acima, encerra-se a etapa de filtro com base na relevância. Os artigos que receberam sim nas três colunas terão valor 1 na coluna alinhamento com o tema e estarão aptos para entrar na etapa de priorização, os demais ficarão com 0 e como consequência serão desconsiderados da etapa de priorização. O objetivo desta etapa é ranquear os artigos selecionados. Para isso propõe-se utilizar quatro indicadores para priorização: (i) o ano de publicação, (ii) JCR (Fator de Impacto), (iii) JCR (Fator de Impacto 5 anos) e (iv) Meia Vida. Os últimos três indicadores são obtidos na base JCR Journal Citation Reports (Thomson Scientific / ISI Web Services) que pode ser acessada através do portal Periódicos Capes. Ressalta-se que os 4 indicadores propostos são do tipo quanto maior melhor. Com a definição dos indicadores, torna-se necessário definir o peso de cada um na priorização dos artigos. Para tanto, propõem-se a utilização do Método de Borda (COSTA, H. G., 2010) aplicado a um grupo de alunos e/ou profissionais que possuem contato com o tema. Para aplicação do Método de Borda, sugere-se utilização de ferramentas de pesquisa online, como por exemplo o Qualtrics (MACHADO, 2012).

105 83 Com o preenchimento das variáveis e a definição dos pesos através do Método de Borda, podese atribuir pontos para cada artigo utilizando a Equação 13. m variável ji Pontuação i1 n = Relevância i j=1 peso variávelj (Equação 13) máximo(variável j ) Onde, i representa cada um dos n artigos a serem priorizados, n a quantidade de artigos a serem priorizados, j representa cada uma das m variáveis ou atributos dos artigos e m a quantidade de variáveis ou atributos considerados A aplicação da Equação (1) para o caso dos 4 indicadores citados resulta ao disposto na Equação 14. ano Pontuação i = Relevância i {(peso ano i ) + (peso JCR máximo(ano) JCR i ) + máximo(jcr) JCR5anos (peso JCR5anos i ) + (peso meiavida máximo(jcr5anos) meiavida i )} (Equação 14) máximo(meiavida) A partir da atribuição de pontos os artigos são ranqueado. Dependendo da quantidade de material nesta etapa, pode-se utilizar o primeiro quartil (TREINTA et al., 2013) ou os primeiro 30 artigos, deixando os demais para consultas ou aprofundamentos Seleção de referências para setores regulados A metodologia proposta para busca e seleção de material bibliográfico para pesquisa em áreas reguladas consistem em 3 macro etapas, são elas: (i) seleção de material regulatório, (ii) seleção e priorização de teses e dissertações da área, (iii) seleção e priorização de artigos acadêmicos. O fluxo simplificado abaixo apresenta as três macro etapas descritas acima bem como as entradas e saídas destas etapas.

106 84 Figura 44: Processo de seleção de material bibliográfico para estudos em setores regulados Fonte: próprio autor a) Seleção de Material Regulatório A metodologia proposta neste trabalho para pesquisa bibliográfica em temas regulados iniciase pela identificação e seleção de material elaborado pelo regulador. São dois os principais tipos de materiais elaborados: Resoluções e Notas Técnicas. Normalmente, as notas técnicas elaboradas por especialistas das agências reguladoras servem de base para as audiências públicas que discutem e validam as resoluções. A identificação deste material pode-se dar por buscas no site das agências, pela experiência do próprio autor ou por entrevistas com profissionais de empresas reguladas. Vale ressaltar que, de maneira geral, as grandes empresas reguladas possuem áreas ou diretorias de regulação com profissionais dedicados à conhecer e divulgar as regras do setor para as demais áreas da empresa. Os produtos desta primeira etapa são: (i) lista das resoluções e notas técnicas relacionadas com o problema de pesquisa e (ii) identificação dos especialistas que foram autores destas resoluções e/ou das notas técnicas.

107 85 b) Seleção e Priorização de Teses e Dissertações Os especialistas das 10 agências reguladoras possuem uma carreira única regida pela Lei n /2004 (BRASIL, 2004). Estes especialistas possuem incentivos para ingressar em programas de Mestrado e Doutorado, como por exemplo a Gratificação de Qualificação (BRASIL, 2013) e a possibilidade de licenças remuneradas durante o período de capacitação (BRASIL, 1990). Por esta razão, podem existir dissertações e teses elaboradas por estes especialistas aprofundando ou gerando base para as notas técnicas e resoluções nas quais os mesmos foram envolvidos. Assim, considerando que na etapa anterior foram identificados os especialistas que atuaram nas resoluções e/ou notas técnicas relacionadas com o tema de pesquisa, o segundo passo da metodologia proposta contempla (i) a busca dos currículos destes especialistas, (ii) a verificação dos cursos e dissertações ou teses geradas, (iii) e por fim a seleção, priorização e catalogação deste material. Para busca dos currículos e verificação das teses e/ou dissertações geradas, propõe-se a utilização de duas ferramentas: Plataforma Lattes (SILVA; SMIT, 2009) e LinkedIn (RUSSELL, 2013). A busca deve-se iniciar pela Plataforma Lattes, onde normalmente estão cadastrados além dos cursos os títulos das teses e/ou dissertações geradas. Já no LinkedIn, apesar da existência de campo para tal, normalmente não são preenchidos os títulos dos trabalhos elaborados, porém, com o nome do programa de pós-graduação e do aluno é possível identificar o trabalho gerado. A seleção do material identificado deve ser feita através da análise de alinhamento do título e resumo dos trabalhos com o problema de pesquisa em questão. Já para priorização propõem-se considerar as seguintes variáveis: (i) tipo (se tese ou dissertação), (ii) ano de publicação, (iii) avaliação CAPES do programa. Sendo que, com relação ao tipo, tese deve ter um peso maior que dissertação, já com relação ao ano de publicação o critério proposto é quanto maior melhor pois quanto mais novo o estudo, maior a probabilidade de que o mesmo reproduza o conhecimento gerado, por fim, com relação à avaliação CAPES também deve-se adotar o critério de quanto maior melhor. Para definir o peso destas variáveis na priorização dos documentos, propõem-se a utilização do Método de Borda (COSTA, 2010) aplicado à um grupo de alunos e/ou profissionais que possuem contato com o tema.

108 86 O produto desta segunda etapa é um conjunto de teses e/ou dissertações alinhadas com o tema de pesquisa e priorizadas. c) Seleção e Priorização de Artigos A última etapa da metodologia proposta para procura de material bibliográfico em estudos de áreas reguladas é a seleção e priorização de artigos científicos. Esta etapa pode ser aberta em quatro sub etapas (i) mapeamento bibliométrico da área estudada (ii) a exploração bibliográfica ou construção da base de artigos, (iii) a seleção de artigos através de análises de alinhamento com o problema de pesquisa e por fim (iv) a priorização dos artigos com aplicação do método multicritério de borda Busca por material especializado Consiste na identificação de livros e material de treinamento específico do setor em análise. Deve ser realizado pelo próprio pesquisador (que atua na área em estudo) e consultando outros especialistas da área. 3.3 METODOLOGIA PARA ESTUDOS QUALITATIVOS (ESTUDO DE CASO) A Figura 45 apresenta o processo para realizar pesquisas com método Estudo de Caso proposto por YIN (2010). Trata-se de um processo com seis etapas que serão tratadas ao longo deste tópico.

109 87 Figura 45: Processo para aplicar método de pesquisa Estudo de Caso Fonte: YIN (2010) Plano É nesta etapa do processo que se apresenta as questões de pesquisa bem como, através destas questões, seleciona-se o método de pesquisa a ser utilizado. Por exemplo, utilizando a Tabela 11, Itens de verificação para definir método de pesquisa mais adequado ao problema de pesquisa elaborada por YIN (2010), e considerando a questão como o Fator Q (ou Xq) impactará na estratégia de investimento do setor elétrico?, é possível concluir que o Estudo de Caso é uma estratégia aplicável para o presente trabalho. Com relação ao protocolo para avaliar a qualidade de estudos de caso (será tratado com mais detalhes no próximo tópico), é na etapa de planejamento do estudo que se realiza a validade externa do estudo. Para a situação de casos múltiplos (como este estudo por exemplo), é no planejamento que se garante a lógica de replicação. Neste sentido, pode-se mencionar que o presente estudo utiliza técnicas para avaliação econômica de projetos (BORDEAUX-REGO et al., 2010) que são aplicáveis a qualquer empresa do setor elétrico, e ainda toda a análise está baseada nos critérios regulatórios de remuneração de capital (ANEEL, 2011a) e de regras gerais do setor de distribuição de energia elétrica (ANEEL, 2012b) que garantem a aplicabilidade deste estudo para qualquer outra distribuidora de energia elétrica do Brasil.

110 Projeto É na etapa de projeto que são definidas as unidades de análise e os prováveis casos para estudo (YIN, 2010). Também nesta etapa são desenvolvidas as teorias, proposições e assuntos subjacentes ao estudo. Além disso, no projeto define-se o tipo de estudo de caso a ser trabalhado (único, múltiplo, holístico e integrado). Por fim, é nesta etapa onde se definem os procedimentos para manter a qualidade do estudo, no entanto a aplicação destes procedimentos ocorre em várias etapas do estudo conforme será verificado. Antes de tratar da escolha dos prováveis casos, deve-se mencionar que o presente trabalho, com base nos estudos de EISENHARDT (1989) e EISENHARDT; GRAEBNER (2007), será realizado com múltiplos casos, que permite um estudo mais abrangente incluindo análises intracasos e inter-casos. Para a escolha dos prováveis casos, deve-se levar em conta a representatividade destes no universo de casos disponíveis e também a facilidade de acesso aos dados (ou interpretação dos mesmos) por parte do pesquisador. Neste sentido, verificou a possibilidade de ter como estudo de caso as distribuidoras do Grupo Endesa Brasil, no caso Ampla no Rio de Janeiro e Coelce no Ceará. Com relação aos tipos básicos de projeto, de acordo com YIN (2010) e conforme Figura 46, têm-se quatro tipos: (i) caso único holístico, (ii) caso único integrado, (iii) casos múltiplos holístico e (iv) casos múltiplos integrados. Neste contexto, o presente trabalho é do tipo casos múltiplos (Ampla e Coelce) holístico (pois há somente uma unidade de análise, o estudo sobre investimento para melhoria da qualidade do fornecimento).

111 89 Figura 46: Tipos básicos de projetos para estudos de caso Fonte: YIN (2010) Finalmente, com relação à verificação da qualidade do estudo, ao longo da construção do estudo de caso, uma série de testes devem ser realizados para garantir a qualidade do mesmo. A Tabela 12 apresenta a relação de testes, as táticas para realiza-los bem como em que momento da pesquisa deve-se utilizar as referidas táticas.

112 90 Tabela 12: Táticas de estudo de caso para quatro testes de projetos Testes de caso Tática de estudo Fase da pesquisa na qual a tática ocorre - usa múltiplas fontes de evidência coleta de dados Validade do - estabelece encadeamento de evidências coleta de dados constructo - tem informantes-chave para a revisão do rascunho do relatório de estudo de caso composição - realiza a combinação de padrão análise de dados Validade - realiza a construção da explanação análise de dados interna - aborda as explanações rivais análise de dados - usa modelos lógicos análise de dados - usa a teoria nos estudos de caso únicos projeto de pesquisa Validade - usa a lógica da replicação nos estudos de caso externa projeto de pesquisa múltiplos Confiabilidade - usa o protocolo do estudo de caso coleta de dados - desenvolve uma base de dados de estudo de caso coleta de dados Fonte: YIN (2010) Preparação Esta etapa consiste na preparação para coleta de dados. Nesta etapa pode-se destacar três principais ações, (i) análise sobre habilidades desejadas do pesquisador de estudo de caso, (ii) treinamentos e preparação para o estudo de caso e (iii) definição de um protocolo para o estudo de caso (YIN, 2010). A Figura 47 apresenta as cinco habilidades de desejáveis em um pesquisador de estudo de caso. É sabido que dificilmente os pesquisadores serão igualmente hábeis em todos estes aspectos, no entanto, conforme menciona o próprio autor, a ausência de qualquer uma destas habilidades é remediável, pois qualquer pessoa sem uma ou mais das habilidades pode trabalhar para desenvolve-la, todos devem ser honestos, contudo, ao investigar suas capacidades (YIN, 2010).

113 91 Figura 47: O pesquisador do estudo de caso: habilidades desejadas Fonte: adaptado de YIN (2010) Com relação ao treinamento e preparação para o estudo de caso, é importante revisar os textos clássicos sobre a metodologia de pesquisa estudo de caso, neste sentido pode-se destacar os trabalhos de YIN (2010), EISENHARDT; GRAEBNER (2007) e EISENHARDT (1989). Nesta etapa, é necessário que fique claro para o pesquisador porque o estudo está sendo realizado, quais as provas que estão sendo procuradas, quais variações estão sendo antecipadas e o que constituiria uma prova contrária ou corroborativa para qualquer proposição dada (YIN, 2010). Esta etapa intitulada de treinamento, pode indicar possíveis falhas no projeto do estudo de caso ou mesmo da definição inicial do problema de pesquisa. No caso do presente trabalho, este treinamento / preparação para o estudo de caso foi realizado através de reuniões semanais com orientador do trabalho onde foram discutidos aspectos conceituais e estruturais do estudo. Também nos referidos encontros o autor deste trabalho foi apresentado aos textos clássicos e contemporâneos sobre a metodologia de pesquisa estudo de caso. A etapa de preparação contempla a elaboração de um protocolo de estudo de caso. Este protocolo deve conter os procedimentos e regras gerais que devem ser seguidas para realizar o estudo de caso. De acordo com YIN (2010) o protocolo deve conter as seguinte seções: - visão geral do projeto do estudo de caso - procedimentos de campo

114 92 - questões do estudo de caso - guia para relatório do estudo de caso A visão geral do projeto do estudo de caso deve cobrir a informação antecedente sobre o projeto, as questões substantivas sendo investigadas e as leituras relevantes sobre as questões (YIN, 2010). A Figura 48 apresenta a visão geral do projeto a que se refere o presente trabalho. Figura 48: Visão geral do projeto do estudo de caso Fonte: próprio autor com base na teoria de YIN (2010) Com relação aos procedimentos de campo, segundo YIN (2010), as seguintes tarefas precisam ser consideradas: (i) obter acesso às organizações-chave, (ii) ter recursos suficientes enquanto em campo como computador, espaço de trabalho, etc, (iii) ter uma fonte de assistência e orientação, (iv) montar uma programação do trabalho e por fim (v) estra preparado para imprevistos. Neste sentido, a Figura 49 ilustra os procedimentos de campo do presente trabalho.

115 93 Figura 49: Procedimentos de campo para estudo de caso Fonte: próprio autor com base na teoria de YIN (2010) As questões sobre o estudo de caso já foram mencionadas na introdução deste trabalho e também no presente tópico na exemplificação da visão geral do estudo de caso. Com relação ao guia para estudo de caso, o presente trabalho utiliza como referência a estrutura proposta por YIN (2010) e a formatação proposta por ABREU; TEIXEIRA (2012). Por fim, ainda na etapa de preparação, deve-se mencionar o processo intitulado por YIN (2010) de Triagem dos Casos. Esta etapa consiste em definir quais serão os casos que farão parte do estudo (considerando um estudo multi-casos). No cenário de várias opções de casos (como é a situação do estudo, tendo em vista as 63 distribuidoras de energia do Brasil) deve-se levar em conta aspectos como representatividade dos casos, acesso a informações e familiaridade com os mesmos. Neste sentido, Ampla e Coelce são os candidatos mais indicados para o caso pois, (i) estão na média da quantidade de clientes quando comparadas com as demais distribuidoras do país, (ii) não fazem parte de nenhum caso especial como área de concessão altamente descontínua, (iii) possuem tanto clientes rurais quanto urbanos, (iv) o pesquisador atua nas empresas e como consequência pode ter mais familiaridade com as informações.

116 Coleta De acordo com YIN (2010), as evidencias de um Estudo de Caso podem vir de seis tipos de fonte: (i) documentos, (ii) registros em arquivos, (iii) entrevistas, (iv) observação direta, (v) observação participante e (vi) artefatos físicos. No presente trabalho as duas primeiras fontes são as mais utilizadas. Os valores financeiros, como taxa de remuneração de capital, componentes da tarifa, etc estão disponíveis em resoluções e notas técnicas da ANEEL, ou seja, parte importante dos dados tem como fonte documentos oficiais da agencia reguladora. No entanto, existe um conjunto de informações que, apesar de públicos, não estão disponíveis em documentos, como por exemplo os indicadores de qualidade e compensação por violação destes indicadores (ANEEL, 2012d) por conjunto elétrico. Trata-se de um volume de dados grande que somente pode ser obtido através de planilhas e bases de dados. Para estes casos, as informações são solicitadas no site da ANEEL através da área de Acesso à Informação no site da agencia, sendo esta área regida pela Lei de Acesso a Informação (BRASIL, 2011). É importante separar os dados em dois tipos, primários e secundários. Dados primários são dados ainda não trabalhados, de acordo com MATTAR, F. (2012) estes dados são coletados com o propósito de atender as necessidades específicas da pesquisa em andamento. Ainda segundo este mesmo autor, as principais fontes de dados primários são: o estudo em questão e pessoas que tenham informações sobre este estudo. Já os dados secundários são aqueles que já foram coletados, tabulados, ordenados e em alguns casos analisados. Ainda de acordo com MATTAR, F. (2012) as principais fontes para estes dados são: dados das empresas, publicações, dados governamentais, etc. Para o referido trabalho, pode-se exemplificar como dados primários o levantamento dos ativos das empresas, através das notas técnicas de revisão tarifária nº 112/2014-SRE/ANEEL (ANEEL, 2014e) e nº 100/2012-SRE/ANEEL (ANEEL, 2012a), para se estimar o volume de investimento necessário para uma determinada redução no indicador de qualidade. Outro exemplo de dados primários são os indicadores de DEC e FEC por conjunto elétrico bem como o pagamento de DIC/FIC/DMIC destes conjuntos (ANEEL, 2013d), estes dados primários são utilizados como fonte para estimar a redução de desembolsos por DIC/FIC/DMIC em função

117 95 da melhoria dos indicadores de continuidade. Já com relação à dados secundários, pode-se considerar os dados físicos das empresas (ANEEL, 2014h), os resultados financeiros recentes (ENDESA_BRASIL, 2012) e as taxas de remuneração de capital (ANEEL, 2011c). Para o presente trabalho, um conjunto de dados importantes são os relacionados com as informações que foram o fluxo de caixa para avaliação econômica dos projetos para melhoria na qualidade do fornecimento. Estes dados serão tratados com maior detalhe no capítulo de Avaliação Econômica dos Projetos, mas pode-se antecipar que são dois grupos benefícios, (i) redução de custos, como redução das compensações por DIC/FIC/DMIC, redução do pagamento de causas judiciais e de indenizações por aparelhos queimados, e (ii) aumento de ingresso onde destaca-se a remuneração do capital via base de remuneração regulatória e o benefício tarifário do Fator Q (ou Xq ou ainda componente Q do Fator X), sendo este último o foco principal deste trabalho. A Figura 42, que representa a estratégia de pesquisa, mostra como estas informações são úteis para chegar na conclusão do trabalho. Nesta etapa, vale ressaltar que os principais meios para se chegar nestas informações foram: (i) acesso à relatórios públicos dos resultados financeiros das empresas estudadas no estudo de caso, (ii) resoluções e notas técnicas do regulador disponíveis no site da ANEEL, (iii) consultas formais realizadas à ANEEL via Serviço de Informações ao Cidadão da agência estando amparado pela Lei de Acesso à Informação (BRASIL, 2011) e por fim (iv) referências bibliográficas obtidas através das pesquisas descritas no tópico Método para Pesquisa Bibliográfica e cujo resultado foi apresentado no Referencial Teórico. Com as fontes de informação descritas no parágrafo anterior e as metodologias utilizadas (tanto para pesquisa bibliográfica quanto para condução do estudo de caso) pode-se considerar que o presente trabalho é replicável. Por fim, na etapa de dados é importante prever múltiplas fontes de dados que permitam a triangulação de informações, este processo é recomendado tanto por YIN (2010) quanto por EISENHARDT (1989). Neste sentido, pode-se destacar o trabalho de LEWIS (1998) que apresenta a triangulação em um método iterativo. O presente trabalho apresenta diferentes fontes de dados que corroboram com o mesmo resultado conforme mostra a Figura 50:

118 96 Figura 50: Múltiplas fontes de informação para estudo de caso Fonte: próprio autor Análise O objetivo deste tópico é apresentar como serão analisadas as evidências do estudo de caso com base no trabalho de YIN (2010). Esta etapa trata do exame, categorização, classificação em tabelas ou recombinação de evidências com objetivo de responder as questões do estudo de caso. Ainda com referência à YIN (2010), a etapa inicial de análise consistem em brincar com os dados, um conjunto de manipulações analíticas foram resumidas por MILES; HUBERMAN; SALDAÑA (2013) e consistem em (i) colocar a informação em séries diferentes, (ii) fazer uma matriz de categorias e colocar a evidencia nessas categorias, (iii) criar modos de apresentação de dados, (iv) tabular a frequência dos diferentes eventos, (v) examinar a complexidade das tabulações e seus relacionamentos e por fim (vi) colocar a informação em ordem cronológica. Com base nestas recomendações o presente trabalho foi preenchido com uma série de esquemas e fluxos.

119 97 Existem quatro estratégias gerais que podem ser utilizadas nesta etapa de análise segundo YIN (2010), são elas (i) baseando-se em proposições teóricas, (ii) desenvolvendo uma descrição de caso, (iii) usando dados qualitativos e quantitativos e (iv) analisando explanações rivais. O presente trabalho utiliza a primeira estratégia, baseando-se em proposições teóricas, que consiste em analisar proposições que refletem as questões de pesquisa, as revisões de literatura e as novas interpretações que podem surgir. Para implantar a estratégia, YIN (2010) apresenta cinco técnicas analíticas, são elas (i) combinação de padrões, (ii) construção de explanação, (iii) análises de séries temporais, (iv) modelos lógicos e (v) síntese cruzada de dados. O presente trabalho utiliza a segunda técnica, construção de explanação, trata-se de um tipo especial de adequação de padrão onde o objetivo é analisar os dados de estudo de caso construindo uma explanação sobre o caso Compartilhamento A etapa de compartilhamento trata da elaboração do relatório de um estudo de caso. De acordo com YIN (2010) para esta etapa deve-se definir o público do relatório, compor os materiais textuais e visuais, apresentar evidências suficientes para que os leitores alcancem suas próprias conclusões e finalmente entrar em ciclo iterativo de revisão e reescrita buscando a melhoria do material. Ainda sobre compartilhamento ou redação do estudo de caso, YIN (2010) sugere seis tipos de estruturas para o estudo de caso, são elas (i) analítica linear, (ii) comparativa, (iii) cronológica, (iv) construção de teoria, (v) incerteza e (vi) não sequencial. O presente trabalho adota a estrutura analítica linear onde a sequência de subtópicos inicia com o aspecto ou problema sendo estudado e com uma revisão da literatura anterior relevante, os subtópicos prosseguem, então, para cobrir os métodos usados, os achados dos dados coletados e analisados e as conclusões e implicações dos achados (YIN, 2010). Neste sentido, o presente trabalho tem como base as exigências descritas em UFF (2006), possui como base metodológica os trabalhos de YIN (2010) e EISENHARDT; GRAEBNER (2007), e por fim apresentado de acordo com os critérios propostos por ABREU; TEIXEIRA (2012).

120 IDENTIFICAÇÃO E SELEÇÃO DE EMPRESAS Dada a natureza do presente estudo, a saber: entender o impacto de um incentivo regulatório para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica na estratégia de investimento das distribuidoras de energia, as empresas identificadas são as 63 distribuidoras que atuam no Brasil. Conforme apresentado no referencial teórico, não existe uniformidade em nenhuma variável física das distribuidoras, por exemplo, quantidade de clientes, área de concessão, etc. Por essa razão seria interessante não escolher empresas que estivessem muito próximo dos extremos, por exemplo, empresas com maior ou menor número de clientes, empresas fortemente fragmentadas em sua área de concessão, empresas com um único tipo de cliente (rural ou urbano) e assim por diante. Além disso, de acordo com os métodos de triagem propostos por (YIN, 2010) é desejável que o pesquisador tenha familiaridade com os casos. Neste cenário, foram selecionadas as empresas Ampla e Coelce. Estas empresas não estão nos limites superior ou inferir de quantidade de clientes, possuem uma área de concessão majoritariamente contínua, possuem clientes rurais e urbanos e o autor possui familiaridade com os dados destas empresas. Além disso, estas empresas possuem algumas características distintas entre si que favorecem a aplicação da mesma metodologia de estudo de caso (reforçando a validade do mesmo), por exemplo, uma delas está classificada entre as melhores empresas com relação à qualidade do fornecimento enquanto a outra está no grupo das piores. Outra característica distinta é o tipo de mercado e a localização geográfica, uma está no sudeste e outra no nordeste.

121 DELINEAMENTO (PASSO A PASSO) O presente tópico tem como objetivo apresentar o passo a passo da pesquisa realizada, trata-se de mais uma ação para garantir que o trabalho seja replicável. A Figura 51 apresenta o fluxo do trabalho. Figura 51: Delineamento do trabalho em três macro etapas Fonte: próprio autor.

122 100 4 AVALIAÇÃO ECONOMICA DE PROJETOS PARA MELHORIA DA QUALIDADE DE FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA 4.1 BENEFÍCIO COM A REDUÇÃO DE CUSTOS Compensações por DIC, FIC e DMIC De acordo com ANEEL (2012d), DIC, FIC e DMIC são indicadores que medem a qualidade de fornecimento de energia elétrica de determinada distribuidora, considerando os aspectos frequência e duração das interrupções. O indicador DIC (Duração de Interrupção Individual por Unidade Consumidora) mede a quantidade de horas que o consumidor ficou sem energia elétrica, já o FIC (Frequência de Interrupção Individual por Unidade Consumidora) indica a quantidade de interrupções que o consumidor experimentou no período de apuração (mensal, trimestral ou anual), por fim, o DMIC (Duração Máxima de Interrupção Contínua por Unidade Consumidora) indica o número de horas da maior interrupção experimentada pelo consumidor no período de apuração. Recentemente foi criado o indicador DICRI, que mede a duração da interrupção individual ocorrida em dia crítico por unidade consumidora ou ponto de conexão. De acordo com ANEEL (2012c), dia em que a quantidade de ocorrências emergenciais, em um determinado conjunto de unidades consumidoras, superar a média acrescida de três desvios padrões dos valores diários, a média e o desvio padrão a serem usados serão os relativos aos 24 (vinte e quatro) meses anteriores ao ano em curso, incluindo os dias críticos já identificados. A Tabela 13 apresenta os 4 indicadores individuais de forma consolidada.

123 101 Tabela 13: Indicadores individuais de qualidade do fornecimento de energia elétrica Indicador DIC FIC DMIC Descrição Duração de Interrupção Individual por Unidade Consumidora Frequência de Interrupção Individual por Unidade Consumidora Duração Máxima de Interrupção Contínua por Unidade Consumidora DICRI Duração de Interrupção Individual por Unidade Consumidora em Dia Crítico Fonte: ANEEL (2012d) As equações x, y, z e w abaixo indicam como são calculados estes indicadores. (Equação 15) (Equação 16) (Equação 17) (Equação 18) Em que: DIC = duração de interrupção individual por unidade consumidora ou por ponto de conexão, expressa em horas e centésimos de hora; FIC = frequência de interrupção individual por unidade consumidora ou ponto de conexão, expressa em número de interrupções; DMIC = duração máxima de interrupção contínua por unidade consumidora ou por ponto de conexão, expressa em horas e centésimos de hora; DICRI = duração da interrupção individual ocorrida em dia crítico por unidade consumidora ou ponto de conexão, expressa em horas e centésimos de hora; i = índice de interrupções da unidade consumidora no período de apuração, variando de 1 a n; n = número de interrupções da unidade consumidora considerada, no período de apuração; t(i) = tempo de duração da interrupção (i) da unidade consumidora considerada ou ponto de conexão, no período de apuração;

124 102 t(i) max = valor correspondente ao tempo da máxima duração de interrupção contínua (i), no período de apuração, verificada na unidade consumidora considerada, expresso em horas e centésimos de horas; tcrítico = duração da interrupção ocorrida em dia crítico. A Figura 52 apresenta o fluxo do processo de apuração e avaliação destes indicadores. Figura 52: Fluxograma do processo de apuração e avaliação dos indicadores de continuidade Fonte: ANEEL (2012d) Ainda de acordo com ANEEL (2012d), todos os anos são estabelecidos pela agência limites máximos para interrupções em seus dois aspectos (frequência e duração das interrupções) e, havendo violação dos indicadores individuais (DIC, FIC, DMIC e DICRI), a distribuidora deve realizar compensação ao consumidor afetado, na forma de crédito na fatura, em até dois meses após o período de apuração. O consumidor não precisa realizar qualquer solicitação, pois o cálculo e o crédito serão realizados automaticamente pela distribuidora. Com os dados obtidos em ANEEL (2013d) foi possível calcular o valor pago por empresa entre os anos 2011 e 2013 bem como realizar algumas análises comparativas. No entanto, algumas considerações devem ser registradas sobre os dados. Primeiro, das 63 distribuidoras analisadas 2 estão com valor zero de pagamento (CEER e FORCEL), o que é possível pela regra porém praticamente impossível na prática, motivo pelo qual estas duas empresas foram

125 103 desconsideradas nesta análise inicial. Também existe o caso de 3 empresas sem informação de pagamento (CEA, CPEE e DEMED), portanto também foram desconsideradas da análise. Figura 53: Média anual (em milhões de reais) de compensação por DIC, FIC e DMIC por distribuidora Fonte: próprio autor com base em ANEEL (2013d) Com os dados de clientes por empresa é possível calcular a média anual de compensação por DIC, FIC e DMIC por cliente. Figura 54: Média anual (em reais) de compensação DIC, FIC e DMIC por cliente por distribuidora Fonte: próprio autor com base em ANEEL (2013d) Diminuição das indenizações por queima de aparelhos As distribuidoras de energia são obrigadas a indenizar os clientes que tenham equipamentos queimados por falhas no sistema de distribuição. No caso do Brasil, dado os níveis de frequência de interrupção, a maior parte dos pagamentos é função da qualidade do serviço e

126 104 não do produto. As regras para este tipo de indenização estão descritas no Módulo 9 do PRODIST (ANEEL, 2012e) e segue as seguintes etapas: - Solicitação: é a manifestação da vontade do consumidor, ou de seu representante, em receber ressarcimento por um dano elétrico supostamente ocorrido em função da prestação do serviço da distribuidora. É o momento em que a distribuidora é cientificada dessa vontade pelo consumidor e em que se inicia a contagem de prazos. - Análise: é a investigação das causas dos danos elétricos com vistas a indicar se o ressarcimento é devido pela distribuidora. Nesta etapa, é facultado à distribuidora a realização da Verificação. Maiores detalhes na Seção 9.1 e Seção 9.2 de ANEEL (2012e). - Resposta: é o ato formal através do qual a distribuidora cientifica o consumidor por escrito sobre o resultado da solicitação de ressarcimento com base nos resultados da Análise. Deve ser somente deferido ou indeferido para cada equipamento. Maiores detalhes na Seção 9.3 de ANEEL (2012e). Ressarcimento: é o meio através do qual a distribuidora retorna a fruição do consumidor à condição anterior à ocorrência do dano, seja consertando ou substituindo o equipamento danificado, ou ainda pagando valor equivalente para o próprio consumidor fazê-lo. É obrigatório para toda Solicitação, exceto quando disposto ao contrário. Maiores detalhes na Seção 9.3 de ANEEL (2012e) Diminuição dos pagamentos de Causas Judiciais No Brasil existem dois tipos de causas judiciais, as causas oriundas de Juizado Especial Cível (ou JEC) e as causas vindas de Vara Cível (ou simplesmente Cível). As diferenças entre estes dois tipos de causas são, no JEC existe limite de indenização, o processo é mais rápido e menos complexo e não possui prova pericial. Já nos casos Cíveis, não existe limite de indenização, o processo é mais demorado e complexo, possui prova pericial. Conforme descrito por BRASIL, D. M. R.; DE AGUIAR (2013), as distribuidoras de energia elétrica convivem com um volume importante de acionamentos judiciais. Dentre os motivos de motivos de acionamentos estão as ações por interrupções no fornecimento de energia elétrica.

127 105 Para exemplificar o volume de ações, a página web do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro disponibiliza para consulta um ranking de acionamentos judiciais (PJERJ, 2014). A consulta pode ser realizada por tipo de causa (JEC ou Cível) e por período. As Figuras 55 e 56 mostram que, tanto no JEC quanto no Cível, as distribuidoras de energia (no caso do estado do Rio de Janeiro as empresas Ampla e Light) estão estre as empresas mais acionadas no estado. Figura 55: Ranking de causas judiciais (JEC) dos últimos 5 anos Fonte: PJERJ (2014)

128 106 Figura 56: Ranking de causas judiciais (Cívil) dos últimos 5 anos Fonte: PJERJ (2014) Os custos da distribuidora com causas judiciais compreendem o pagamento das indenizações definidas pelos juízes ou determinadas em acordos bem como os custos com escritórios de advocacia e perícias. Há um aspecto intangível de imagem que pode acarretar em perda de valor à empresa além das indenizações pagas nas eventuais condenações, trata-se no entanto de um valor de difícil quantificação Outros desembolsos Além dos desembolsos descritos acima, existem outros que não impactam de forma importante (quando comparado com os anteriores) mas que devem ser considerados em estudos mais detalhados, são eles: Diminuição de Custos com equipes de emergência Diminuição de Gastos com Call Center Aumento da energia vendida devido à redução de DEC

129 107 Diminuição dos custos com operação e manutenção corretiva Diminuição dos custos de manutenção corretiva pessoal próprio Diminuição dos custos de manutenção preventiva Diminuição da frequência de inspeções de manutenção Redução da quantidade de atendentes Redução dos gastos com telefonia Redução no Quadro de Administrativos Diminuição das multas por DEC ou FEC 4.2 BENEFÍCIO COM O AUMENTO DE INGRESSOS Os ingressos financeiros de uma distribuidora de energia elétrica ocorrem através da tarifa de energia (HAGE, F.; ANTONELLI, 2014). Os dois itens que alteram a tarifa como consequência da melhora na qualidade do fornecimento são (i) remuneração de capital e (ii) benefício tarifário via Fator Q Benefício Futuro na Base de Remuneração Regulatória Conforme descrito no item (capítulo de Referencial Teórico), a remuneração de capital e dada pela aplicação de uma taxa WACC na base de ativo liquida. Desta forma, para calcular o benefício futuro na base de remuneração regulatória de um dado investimento, é preciso aplicar a taxa WAAC no valor do ativo descontado a depreciação, conforme pode ser observado na planilha abaixo.

130 108 Figura 57: Cálculo do Benefício Futuro na Base de Remuneração Regulatória com aplicação da taxa WACC Fonte: próprio autor Benefício Tarifário via Fator Q Conforme mencionado no item (capítulo de Referencial Teórico), o Fator Q faz parte do Fator X, que de acordo com ANEEL (2011d), é dado por: Fator X = Pd + Q + T (Equação 19) Em que: - Pd: Ganhos de produtividade da atividade de distribuição; - Q: Qualidade do serviço; e - T: Trajetória de custos operacionais. Para analisar o impacto do Fator Q na parcela B, as variáveis Pd e T serão consideradas constantes, ou seja, para isolar o efeito do Fator Q está sendo considerado que não há crescimento de mercado nem de custos operacionais. Desta forma, pode considerar o benefício do Fator Q como a diferença entre a Parcela B com e sem fator Q, onde, de forma simplificada,

131 109 considerando todas as outras variáveis constantes, a parcela B (sem considerar o fator Q) pode ser calculada da seguinte forma: Parcela B (ano N) = Parcela B (ano N 1) (1 + IGPM) (Equação 20) Já considerando o Fator Q teríamos: Parcela B (ano N) = Parcela B (ano N 1) (1 + IGPM Fator Q) (Equação 21) Ou seja, quando menor o Fator Q, maior a Parcela B e como consequência maior o benefício econômico. 4.3 MODELO PROPOSTO DE AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE PROJETOS DE QUALIDADE O modelo proposto para avaliação econômica de projetos é composto por um conjunto de planilhas que permite a simulação de investimento em diferentes cenários. Cada documento de avaliação é composto por 6 planilhas, são elas (i) Planilha da empresa, Ampla ou Coelce, (ii) Tabela Fator Q, (iii) Premissas, (iv) Projeto com Fator Q, (v) Projeto sem Fator Q, (vi) Resumo da Avaliação. A planilha da empresa, ou caso, contém dados físico (como km de rede), financeiro (como o valor dos ativos) e de desempenho (indicadores de DEC, FEC e desembolsos por DIC/FIC/DMIC). A planilha intitulada Tabela Fator Q é uma cópia do Procedimentos de Regulação Tarifária, Módulo 2: Revisão Tarifária Periódica das Concessionárias de Distribuição, Sub módulo 2.5: Fator X (ANEEL, 2011d), trata-se da fonte do valor do Fator Q em função da redução prevista de DEC e FEC nas simulações de investimento. A planilha Premissas reúne os dados necessários para simular o investimentos, tais como, taxa de remuneração de capital (WACC), taxa de depreciação, valor do ativo, valor da parcela B, etc. Nesta planilha são indicados, para todos período de avaliação (neste caso 30 anos) as situações (ou cenários) e variação entre situações. As três situações apresentadas são: (i) cenário

132 110 sem projeto, (ii) cenário com projeto porém sem considerar Fator Q, (iii) cenário com projeto e considerando o Fator Q. As variações são comparações entre os cenários com projeto e o cenário sem projeto. As planilhas, Projeto com Fator Q e Projeto sem Fator Q compilam as informações da planilha Premissas e calculam fluxo de caixa, TIR e VPL nos dois respectivos cenários. Por fim, a planilha Resumo da Avaliação apresenta a comparação entre fluxo de caixa, TIR e VPL nos cenários com e sem Fator Q (todas as planilhas são apresentadas no Apêndice I)

133 111 5 DESCRIÇÃO DOS CASOS 5.1 INTRODUÇÃO SOBRE OS CASOS As distribuidoras que serão foco deste estudo possuem diferenças importantes, a Ampla está localizada no sudeste, possui um grave problema de perdas de energia elétrica (decorrência do furto em regiões de alta complexidade social) e está classificada pela ANEEL como empresa pertencente ao grupo de Piores Desempenhos no Indicador de desempenho global de continuidade (DGC). Já a Coelce, localizada no nordeste do Brasil, possui diversos prêmios tanto na área Comercial como Técnica e está classificada pela ANEEL como empresa pertencente ao grupo Melhores Desempenhos no Indicador de desempenho global de continuidade (DGC). As semelhanças entre as duas distribuidoras são referentes ao número de clientes (aproximadamente de 3 milhões) e o controlador acionário, a saber, o Grupo ENEL. Trata-se portanto de uma boa alternativa para comparar a aplicação do fator Q, tendo em vista que são empresas com posições distintas com relação à qualidade do fornecimento no entanto com um mesmo modelo de gestão Grupo ENEL A ENEL é um grupo multinacional com sede na Itália, com grande destaque nos mercados de energia e gás na Europa e América Latina, operando atualmente em 40 países em 4 continentes. Possui uma capacidade instala de 98GW, sendo que, para se ter um parâmetro de comparação, o Brasil possui uma capacidade instalada de 129,6 GW de potência (ANEEL, 2014a). Considerando todas as empresas do Grupo, a ENEL atende 61 milhões de clientes, também a título de comparação, o Brasil possui 74 milhões de clientes (ABRADEE, 2014a).

134 112 Figura 58: Empresas do Grupo ENEL no mundo Fonte: ENEL (2014a) Em 2012 foi publicado um livro sobre os 50 anos da ENEL (BERGAMI; CELLI; SODA, 2012). Nesta obra, realizada por pesquisadores das Universidades Bocconi e Bologna, é apresentado o histórico da empresa bem com as ações que tornaram possível a transformação de um monopólio estatal em uma grande multinacional. De acordo com ENEL (2014c), a história do grupo pode ser dividida em oito períodos, os quais serão descritos a seguir: O primeiro período, de 1962 à 1977 é intitulado de Estabelecimento e crescimento da Enel. O ano 1962 marca a criação da Enel como empresa de geração, importação e exportação, transporte, distribuição e venda de energia elétrica. Em 1963 um novo marco, a criação do Centro Nacional de Despacho (semelhante ao ONS no Brasil) que administra as instalações de geração, transmissão e interconexão com outros países, é intitulado de cérebro sistema elétrico italiano. Em 1966 foi necessário iniciar o processo de construção de usinas térmicas devido ao esgotamento progressivo dos recursos hidrelétricos e o aumento contínuo e do consumo de eletricidade. Em 1972 uma pesquisa nacional aponta que a ENEL possui o segundo maior volume de negócios da Itália, ficando atrás somente da Fiat. Com a

135 113 crise do petróleo, em 1976 a empresa considera a construção de duas novas usinas nucleares, com objetivo de reduzir a dependência do petróleo (ENEL, 2014c). O período de 1978 a 1992 aponta uma mudança modelo de gestão da empresa, indo em direção a uma sociedade anônima. Com ampliação do parque térmico, em 1982 a Itália estava com 54% da energia elétrica gerada com fonte em combustíveis fosseis, enquanto Alemanha possuía 14% de sua geração com esta mesma fonte, Inglaterra 13% e França 11%. Os movimentos ambientais forçaram uma mudança desse cenário, com isso em 1982 foi assinado um contrato com WWF e em 1984 iniciada a implantação de geração com fontes renováveis: a usina de energia eólica em Upper Nurra e da usina de energia fotovoltaica na ilha de Vulcano. Ainda sobre fontes de energia, um referendo sobre energia nuclear realizado em 1987 apontou que a maioria dos italianos eram a favor da renúncia à energia nuclear. No final deste período, em 1992, quase três décadas após a sua criação, a Enel torna-se sociedade anônima, o primeiro passo para a privatização. Neste momento o acionista único é o Tesouro Italiano (ENEL, 2014c). O período entre 1993 e 1998 foi marcado por desenvolvimento e inovação. O início deste período foi marcado pela reunião do E7, que teve como objetivo desenvolver estratégias comuns para garantir o uso mais racional de energia, melhorar o sistema de produção e distribuição, minimizando o impacto ambiental. Em 1994 foram instaladas novas plantas a partir de fontes renováveis. Em 1996 foi construída uma rede em kv em Suvereto com 3 km de extensão. Em 1998 a empresa entrou no segmento de telefonia móvel com a empresa Wind, tornando-se o terceiro operador móvel da Itália (ENEL, 2014c). O quarto período (de 1999 a 2001) foi caracterizado por mais mudanças estruturais. Em 1999 o chamado Decreto Bersani, culminou com a privatização da empresa e a implantação massiva de medidores digitais. O setor de energia elétrica italiana foi liberalizado e o setor desverticalizado (o mesmo que ocorreu no Brasil em meados da década de 90). Com isso, a ENEL é transformada em uma holding industrial atuando em vários negócios, de energia elétrica, passando por telefonia até gás. Neste período, a Enel Distribuzione (empresa de distribuição do grupo ENEL) inicia um projeto que envolve a substituição de 30 milhões de medidores analógicos por digitais. O resultado foi um sistema integrado para medir, relatar e gerenciar o contrato de fornecimento de energia elétrica, utilizando a rede elétrica para transmissão de dados. Em 2001 inicia-se a expansão do Grupo ENEL no exterior com a compra da espanhola Viesgo, empresa que atuava na geração e distribuição de energia eléctrica com

136 114 uma capacidade de cerca de MW. Em dezembro, a CHI Energy (a empresa norteamericana adquirida pelo Grupo ENEL em 2000 e atuante na área de energias renováveis) completa a construção de uma usina de energia eólica nos Estados Unidos e uma usina de biomassa no Canadá. A capacidade instalada equivale respectivamente a 30 MW e 23 MW. Também em 2001, o Grupo ENEL iniciou a construção de km de linha de transmissão de alta tensão no Brasil. Além disso, em março de 2002, um acordo foi assinado para a construção de uma linha de alta tensão de km, ligando as regiões Norte e Sudeste do Brasil (ENEL, 2014c). O período de 2002 a 2004 foi marcado por ações de responsabilidade socioambiental. Em 2002 é elaborado e divulgado o código de ética do Grupo. O ano de 2003 tem como destaque a presença da empresa no FTSE4Good Global 100 (índice da bolsa das 100 maiores empresas do mundo por capitalização de mercado que se destacam por suas realizações e compromissos em termos de desenvolvimento econômico sustentável). Em 2004 o Grupo ENEL se junta ao Pacto Global da ONU, sendo nesse mesmo ano incluído no Dow Jones Sustainability Index, o prestigiado índice do mercado acionário global relaciona as empresas que alcançaram a excelência por ter se comportado de maneira responsável e sustentável não só do ponto de vista econômico e financeiro, mas também em relação ao respeito do ambiente e da sociedade (ENEL, 2014c). O período compreendido entre 2005 e 2007 tem como característica a reorientação do grupo, com destaque para o foco na internacionalização. Em 2005 ocorrem as aquisições na Eslováquia e Roménia. Entre maio e setembro, conforme exigido por lei, a ENEL vendeu todas as ações da Terna, para garantir a total independência do sistema de transmissão nacional e da imparcialidade absoluta no acesso ao mercado para todos os operadores. Em 2006 ocorreu mais uma ação de expansão e crescimento internacional, a partir da aquisição de 98 MW de energia hidrelétrica no Brasil e o reforço da presença do grupo na Bulgária, consolidando o controle de Maritza Leste III. No mesmo ano, a ENEL assinou um acordo para a construção de novas instalações de energias renováveis em Espanha por 850 milhões de Euros e a compra de um projeto de 63 MW de geração eólica no Texas. Também neste período ocorreu a aquisição de 49,5% da empresa Russa RusEnergoSbyt (Res). Em dezembro de 2007 o grupo sai do setor de telecomunicações como estratégia para reorientação no core business (ENEL, 2014c).

137 115 Os anos de 2008 e 2009 foram um período de consolidação para a ENEL: depois de adquirir 25% do capital social da Acciona na Endesa (em março de 2007), o Grupo passou a deter 92% das ações da empresa espanhola. Novas instalações na Eslováquia e Espanha ajudam a desenvolver ainda mais o interesse da ENEL em energia nuclear, assim como a sua participação no Reator Pressurizado Europeu (EPR) do projeto na França. Enquanto isso, também aumentou sua participação na produção de energia limpa e renovável (com a criação em 2008 da Enel Green Power). Em março de 2009 a ENEL conclui uma das maiores operações de aumento de capital já realizado por uma empresa: 8 bilhões de euros no total. Com 99,6% das ações ofertadas sendo comprado por 1,2 milhões de pequenos acionistas italianos e 200 instituições de investimento, tanto da Itália quanto no exterior (ENEL, 2014c). O último período analisado, de 2010 a 2011 é marcado pelo investimento em energias renováveis. Neste período a Enel Green Power e Energias Renováveis se consolida em 16 países e ao longo de três continentes: Europa, América do Norte e América Latina. O medidor eletrônico completou seu décimo ano no mercado e abriu o caminho para a tecnologia de Smart Grid (ou rede inteligente), sendo implantada pela primeira vez pela ENEL. A tecnologia logo se espalha mais longe: no Brasil, a Endesa lançou o projeto Cidade Inteligente Búzios, que tem como objetivo aumentar a eficiência energética, utilizando tanto os novos medidores quanto uma rede de eletricidade informatizada. O Grupo Enel também assumiu um papel de liderança no desenvolvimento do carro elétrico, trabalhando com parceiros de automóveis como Daimler, Toyota, Renault Nissan e Piaggio. Esta iniciativa visou a produção de 140 carros elétricos e 400 pontos de carregamento, a serem fornecidos pela Enel em Pisa, Roma, Milão e Bolonha (ENEL, 2014c). No Brasil, o Grupo ENEL é representado por duas instituições, a Enel Green Power, que possui somente geração de energia com fontes renováveis, e a Endesa Brasil, com atuação tanto em geração, transmissão, distribuição e serviços (ENEL, 2014b) Holding Endesa Brasil A Endesa Brasil é uma das cinco maiores empresas privadas do setor elétrico brasileiro. Conforme mencionado no item anterior, trata-se de uma holding de companhias que atuam em distribuição, geração, prestação de serviços e transmissão de energia (Figura 59) (ENDESA_BRASIL, 2012).

138 116 Figura 59: Empresas da holding Endesa Brasil Fonte: ENDESA_BRASIL (2012) A holding conta com duas distribuidoras de energia elétrica, Ampla no estado do Rio de Janeiro e Coelce no Ceará. Juntas, as duas empresas distribuem energia para proximamente 15 milhões de pessoas, sendo 6 milhões de clientes residenciais, comerciais, industriais, rurais e agentes públicos. Em 2012, o volume total de energia distribuída foi de GWh, contra GWh em 2011 (ENDESA_BRASIL, 2012). A missão da Endesa Brasil é Nossa energia para um mundo melhor, e a visão é Em curto e médio prazo (2013): Ser um agente protagonista no mercado brasileiro. Em longo prazo (2020): Ser o maior grupo privado de energia do Brasil (ENDESA_BRASIL, 2012). Cada empresa da holding possui sua missão e visão própria. Em contrapartida, os valores da Endesa Brasil e das empresas que compõe essa holding são compartilhados. Estes valores estão organizados em três pilares: (i) Respeitamos a Vida, (ii) Somo simples e (iii) Criamos Valor. Abaixo são apresentadas as aberturas de cada um destes pilares (Tabela 14).

139 117 Tabela 14: Valores da Endesa Brasil e de suas empresas Pilar Descrição Por meio das atitudes de: - Segurança em tudo que fazemos Respeitamos a vida - Compromisso com a sociedade e o meio ambiente - Respeito às pessoas Por meio das atitudes de: Somos simples - Simplicidade nas ações - Transparência e confiança nas relações Por meio das atitudes de: - Inovação em processos e negócios Criamos valor - Compromisso e profissionalismo - Parcerias sustentáveis - Tratar custos como donos do negócio Fonte: ENDESA_BRASIL (2012) O início da atividade da Endesa no Brasil foi através da aquisição da Companhia de Eletricidade do Estado do Rio de Janeiro (CERJ), a atual AMPLA, em 1996 através de um dos leilões de privatização das empresas do setor elétrico no Brasil (ENDESA_BRASIL, 2011). Em 1997 foi realizada a compra da Geradora Endesa Cachoeira, em Goiás, e constituída a Companhia de Interconexão Energética S.A. (Cien), uma empresa para construir e operar um sistema que conecta eletricamente o Brasil com Argentina. Em 1998 é realizada a compra da Companhia Energética do Ceará (Coelce). Em 2002 inicia-se a construção da Central Geradora Termelétrica Fortaleza (Endesa Fortaleza), em Caucaia, no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CE), e em 2005, foi criada a holding Endesa Brasil (ENDESA_BRASIL, 2012). 5.2 CASO AMPLA A Ampla Energia e Serviços S.A. possui como área de concessão 66 municípios do estado do Rio de Janeiro correspondendo à 73% do território do Estado. Nesta área são atendidos 2,7 milhões de clientes, a maior parte residenciais, porém também constam clientes comerciais, rurais, públicos e industriais. Em 2012, a energia distribuída pela Ampla foi de GWh,

140 118 nesse mesmo ano a empresa contabilizou R$ 3,7 bilhões em receita líquida e EBITDA de R$ 883 milhões (Tabela 15). Ainda considerando dados de 2012, a referida empresa contava com colaboradores, dos quais próprios, 198 estagiários e 2 jovens-aprendizes, além de parceiros (ENDESA_BRASIL, 2012). O termo parceiros é adotado pelas empresas da Endesa Brasil quando se refere aos colaboradores de empresas terceiras. Tabela 15: Principais indicadores da distribuidora Ampla Fonte: ENDESA_BRASIL (2012) Com relação aos ativos da empresa, de acordo com ANEEL (2014h) a Ampla possui 17,6 mil km de redes em baixa tensão, 33,6 mil km em média tensão, 113 mil transformadores de distribuição, 2,2 mil km de redes em alta tensão e 124 subestações. De acordo com a última revisão tarifária da Ampla (ANEEL, 2014e), a mesma possui ativos em serviço que somam, considerando valor novo de reposição, 7,5 bilhões de reais. Dado que o foco do estudo não é identificar uma forma precisa de relacionar o investimento com a melhoria na qualidade do fornecimento (até porque esta relação é particular de cada distribuidora) e sim verificar o impacto do fator Q na rentabilidade de projetos para melhoria da qualidade do fornecimento, consideremos as seguintes premissas simplificadas:

141 119 - as falhas no sistema de distribuição seguem a regra de Pareto (PARMENTER, 2007), ou seja, 80% das falhas estão concentradas em 20% da rede; - a substituição do ativo (como por exemplo, a substituição de rede nua por isolada ou semiisolada) elimina a falha durante o período de sua vida útil; Com as considerações simplificadas acima, conclui-se que substituindo 20% dos ativos, chegarse-ia a uma redução de 80% dos indicadores de qualidade, ou seja, o percentual de redução de indicador por milhão de real investido é dado por (80% / (20% * MR$ de ativo)), sendo no caso da Ampla (80% / (20% * MR$ 7.537,2)) resultando em 0,053% de redução no indicador de qualidade para cada milhão de real investido. Para análises mais precisas de previsão de indicadores de qualidade sugere-se a análise dos trabalhos de ABDUL RAHMAN et al. (2013) e KAGAN et al. (2009). De acordo com o último ranking das distribuidoras com relação à qualidade do fornecimento (ANEEL, 2014d), a Ampla ficou na 23ª posição entre as 35 distribuidoras com mercado maior que 1 TWh. Com isso, na aplicação da componente de qualidade do serviço (fator Q) na revisão tarifária (ANEEL, 2011d) a Ampla é enquadrada no grupo Piores Desempenhos. Ainda com relação à qualidade do fornecimento, com os dados obtidos através de (ANEEL, 2013d), nos últimos três anos a Ampla desembolsou 77,47 milhões de reais por compensação de DIC, FIC e DMIC (ANEEL, 2012d), sendo MR$ 20,63 em 2011, MR$ 23,08 em 2012 e MR$ 33,76 em Como a maior parte destes pagamentos é devido à DIC e DMIC, o indicador global mais adequado para acompanhar essas compensações é o DEC. Assim, ainda com dados de ANEEL (2013d), conforme apresentado na Tabela 16 pode-se considerar, de forma simplificada, que cada hora de DEC anual na Ampla equivale à MR$ 1,37 de desembolso por compensação em DIC/FIC/DMIC.

142 120 Tabela 16: Índices de duração das interrupções (DEC) e desembolso por DIC/FIC/DMIC da distribuidora Ampla Fonte: próprio autor Média DEC (horas) 19,3 16,9 20,1 18,8 DIC/FIC/DMIC (MR$) 20,6 23,1 33,8 25,8 MR$ / DEC 1,07 1,36 1,68 1,37 Conforme já mencionado, uma das táticas para aumentar a validade do constructo do estudo é a utilização de múltiplas fontes de evidências (YIN, 2010), neste sentido, outros documentos foram consultados para validar os valores de DEC calculados com base em ANEEL (2013d) e utilizados na Tabela 16. O relatório de gestão da ANEEL (ANEEL, 2014f) apresenta um valor diferente de DEC Ampla para 2012, a saber 17,6. Por esta razão, outras fontes foram consultadas, como por exemplo ABRADEE (2014f) e ANEEL (2014i), onde o valor 16,9 é ratificado. Parcela B (ano N) = Parcela B (ano N 1) (1 + IGPM Fator X Fator Q) (1 + Vendas Anuais) (Equação 22) De acordo com ANEEL (2014e), a Parcela B da Ampla é de MR$ 1.265,745, ou 1,26 bilhões de reais. 5.3 CASO COELCE A Companhia Energética do Ceará (Coelce) possui como área de concessão todos os 184 municípios do estado do Ceará. Nesta área são atendidos 3,3 milhões de clientes, a maior parte residenciais, porém também constam clientes comerciais, rurais, públicos e industriais. Em 2012, a energia distribuída pela Coelce foi de GWh, sendo que nesse mesmo ano a empresa contabilizou R$ 2,9 bilhões em receita líquida e EBITDA de R$ 883 milhões (Tabela 17). Ainda considerando dados de 2012, a referida empresa contava com colaboradores, dos quais próprios, 198 estagiários e 2 jovens-aprendizes, além de parceiros (ENDESA_BRASIL, 2012).

143 121 Tabela 17: Principais indicadores da distribuidora Coelce Fonte: ENDESA_BRASIL (2012) Com relação aos ativos da empresa, de acordo com ANEEL (2014h) a Coelce possui 38,4 mil km de redes em baixa tensão, 81,4 mil km em média tensão, 137 mil transformadores de distribuição, 4,8 mil km de redes em alta tensão e 108 subestações. De acordo com a última revisão tarifária da Coelce (ANEEL, 2012a), a mesma possui ativos em serviço que somam, considerando valor novo de reposição, 4,6 bilhões de reais. Dado que o foco do estudo não é identificar uma forma precisa de relacionar o investimento com a melhoria na qualidade do fornecimento (até porque esta relação é particular de cada distribuidora) e sim verificar o impacto do fator Q na rentabilidade de projetos para melhoria da qualidade do fornecimento, consideremos as seguintes premissas simplificadas: - as falhas no sistema de distribuição seguem a regra de Pareto (PARMENTER, 2007), ou seja, 80% das falhas estão concentradas em 20% da rede - a substituição do ativo (como por exemplo, a substituição de rede convencional por rede resistente à poluição salina) elimina a falha durante o período de vida útil Com as considerações simplificadas acima, conclui-se que substituindo 20% dos ativos, chegarse-ia a uma redução de 80% dos indicadores de qualidade, ou seja, o % de redução de indicador por milhão de real investido é dado por (80% / (20% * MR$ de ativo)), sendo no caso da Coelce (80% / (20% * MR$ 4.659,2)) resultando em 0,086% de redução no indicador de qualidade para cada milhão de real investido.

144 122 Para análises mais precisas de previsão de indicadores de qualidade sugere-se a análise dos trabalhos ABDUL RAHMAN et al. (2013) e KAGAN et al. (2009). De acordo com o último ranking das distribuidoras com relação à qualidade do fornecimento (ANEEL, 2014d), a Coelce ficou na 8ª posição entre as 35 distribuidoras com mercado maior que 1 TWh. Com isso, na aplicação do componente de qualidade do serviço (fator Q) na revisão tarifária (ANEEL, 2011d) a Coelce é enquadrada no grupo Melhores Desempenhos. Ainda com relação à qualidade do fornecimento, com os dados obtidos através de ANEEL (2013d), nos últimos três anos a Coelce desembolsou 8,96 milhões de reais por compensação de DIC, FIC e DMIC (ANEEL, 2012d), sendo MR$ 3,24 em 2011, MR$ 2,37 em 2012 e MR$ 3,34 em Como a maior parte destes pagamentos é devido à DIC e DMIC, o indicador global mais adequado para acompanhar essas compensações é o DEC. Assim, ainda com dados de ANEEL (2013d), conforme apresentado na Tabela 18 pode-se considerar, de forma simplificada, que cada hore de DEC anual na Coelce equivale à MR$ 0,34 de desembolso por compensação em DIC/FIC/DMIC. Tabela 18: Índices de duração das interrupções (DEC) e desembolso por DIC/FIC/DMIC da distribuidora Coelce Fonte: próprio autor Média DEC (horas) 9,3 8,1 9,1 8,8 DIC/FIC/DMIC (MR$) 3,2 2,4 3,3 3,0 MR$ / DEC 0,35 0,29 0,37 0,34 Conforme já mencionado, uma das táticas para aumentar a validade do constructo do estudo é a utilização de múltiplas fontes de evidencias (YIN, 2010), neste sentido, outros documentos foram consultados para validar os valores de DEC calculados com base em ANEEL (2013d) e utilizados na Tabela 18. Neste sentido, tanto o relatório de gestão anual da ANEEL (ANEEL, 2014f) quanto os dados de DEC por empresa publicados no site da ABRADEE (ABRADEE, 2014f) possuem os mesmos valores de DEC para Coelce apresentados na Tabela 18.

145 123 De acordo com ANEEL (2012a), o valor da Parcela B da Coelce é MR$ 817,032, ou 0,82 bilhões de reais. 5.4 VALIDAÇÃO DA QUALIDADE DOS ESTUDOS DE CASO Conforme mencionado no tópico sobre metodologia de pesquisa, existem alguns testes para avaliar a qualidade de estudo de casos. De acordo com YIN (2010), como o estudo de caso deve ser trabalhado como um projeto de pesquisa, e este por sua vez possui um conjunto lógico de declarações, o mesmo pode ser avaliado de acordo com certos testes lógicos. Ainda de acordo com YIN (2010) a fidedignidade, a credibilidade, a confirmabilidade e a fidelidade dos dados. Com isso, os quatro testes (comuns a todos os métodos da ciência social) que devem ser aplicados em um estudo de caso para avaliar sua qualidade são: (i) validade do constructo, (ii) validade interna, (iii) validade externa e (iv) confiabilidade (YIN, 2010) Validade do Constructo De acordo com MIGUEL (2007), constructo vem de constructs que significa elemento extraído da literatura que representa um conceito a ser verificado, no caso dos estudos de caso, de forma empírica. Ainda de acordo com MIGUEL (2007) as proposições do trabalho são derivadas destes constructos, daí a importância de verificar a validade dos mesmos. Em seu trabalho clássico sobre estudos de caso, EISENHARDT (1989) menciona a importância do uso de múltiplas fontes de dados e a iteração com os constructos desenvolvidos a partir da literatura, uma vez que esses aspectos aumentam a validade construtiva da pesquisa. Uma análise léxica do artigo de EISENHARDT (1989) mostra a importância dada ao constructo neste trabalho clássico sobre estudos de caso (Figura 60). Para montar a nuvem de palavras apresentada abaixo, o termo constructs foi substituído por constructo.

146 124 Figura 60: Análise léxica, através de nuvem de palavras, do trabalho de EISENHARDT (1989) Fonte: próprio autor utilizando ferramenta ManyEyes (VIEGAS et al., 2007) A partir do material utilizado para montar a nuvem da Figura 60, e a ferramenta ManyEyes (VIEGAS et al., 2007) é possível identificar as frases em que a palavra construct aparece no artigo de EISENHARDT (1989) (Figura 61). Figura 61: Exemplo de análise léxica, com foco no termo construct, do trabalho de EISENHARDT (1989) Fonte: próprio autor utilizando ferramenta ManyEyes (VIEGAS et al., 2007) Ciente da importância do constructo para qualidade de um estudo de caso, foi aplicado neste tópico as táticas propostas por YIN (2010) para validar o constructo, são elas: (i) uso de múltiplas fontes de dados, (ii) encadeamento de evidencias e (iii) informantes-chave para a revisão do rascunho do relatório do estudo de caso.

147 125 Com relação à primeira tática, o uso de múltiplas fontes de dados, o presente trabalho utilizou as seguintes fontes: informes gerenciais das distribuidoras e/ou de seus controladores, relatórios da ABRADEE, diversos documentos da ANEEL e referências bibliográficas identificas na etapa de revisão da literatura (Tabela 19). Tabela 19: Exemplo de múltiplas fontes de evidencia para validação do constructo Fonte Exemplo Informes das Distribuidoras (ENDESA_BRASIL, 2012), (AMPLA, 2013), (COELCE, 2013) Relatórios ABRADEE (ABRADEE, 2014f), (ABRADEE, 2014d) Documentos ANEEL (ANEEL, 2014e), (ANEEL, 2012a) Outras referências bibliográficas (RIVERA, 2008), (KAGAN et al., 2005), (FEELT, 2014) Fonte: próprio autor. Já com relação à segunda tática para validar o constructo, o encadeamento de evidencias, a própria estratégia de pesquisa apresentada no tópico sobre metodologia de pesquisa deixa claro esse encadeamento de evidências, (Figura 62). Nesse esquema pode-se verificar que os dados ou evidências de uma etapa do trabalho são requisitos para a etapa seguinte. Figura 62: Estratégia de pesquisa com sequenciamento de evidências Fonte: próprio autor

148 126 Por fim, com relação à última tática para validade do constructo, relativo a informantes-chave para a revisão do rascunho do relatório do estudo de caso, tem-se no caso deste estudo dois informantes-chave principais, o primeiro relacionado ao aspecto metodológico do trabalho, que é o professor orientador do projeto. O segundo, com relação aos aspectos técnicos, que é um especialista da área de regulação e que atua na mesma empresa que o autor do presente estudo Validade Interna De acordo com MIGUEL (2007), a validade interna compreende o nível de confiança em relação a causa e efeito entre variáveis. Segundo o autor, um exemplo de validade interna é a constatação se as conclusões são resultadas das evidências. Ainda de acordo com MIGUEL (2007) e com base no trabalho de YIN (2010), para testar a validade interna de um estudo de caso, deve-se desenvolver um padrão de convergência da narrativa e ainda fazer análises temporais. Em seu livro sobre estudo de caso, YIN (2010) menciona que a validade interna deve ser feita somente para estudos explanatórios ou causais, que é o caso do presente trabalho, e que esta validação busca o estabelecimento de relação causal pela qual se acredita que determinadas condições levem a outras. Com intuito de reforçar a validade interna do estudo, a Figura 63 mostra uma sequência de narrativas com uma lógica que permite concluir a relação entre a estratégia de investimento e os incentivos à qualidade do fornecimento via tarifa.

149 127 Figura 63: Sequência lógica para validade interna do estudo de caso Fonte: próprio autor O caso da Argentina pode ser utilizado como exemplo desta relação entre viabilidade econômica de projetos (ou investimentos) e a qualidade do fornecimento de energia elétrica. Este foi um dos primeiros países da América Latina a reformar o setor elétrico com relativo sucesso até a crise de 2002 (NAGAYAMA; KASHIWAGI, 2007; PETRECOLLA; ROMERO, 2003; POLLITT, M., 2008). Após este período, o controle artificial da tarifa afastou os investimentos do setor e como consequência o país começou a conviver com uma séria de interrupções no fornecimento devido a falta de investimento Validade Externa De acordo com MIGUEL (2007), com base nos dados de YIN (2010), a validade externa é o grau de generalização das conclusões da pesquisa, ou seja, a verificação de quão aplicáveis são os resultados para outros objetos de análise. A tática para essa validação indicada por YIN (2010) é a lógica de replicação nos estudos de casos múltiplos. Neste sentido, esse estudo de caso é replicável a todas as empresas distribuidoras de energia elétrica do Brasil e, para evidenciar esta afirmação, o presente estudo trata de dois casos (Ampla e Coelce) em posições distintas tanto do ponto de vista geográfico quanto do patamar de qualidade do fornecimento.

150 Confiabilidade Por fim, o último critério para avaliar a qualidade do estudo de caso é a confiabilidade (YIN, 2010). O teste de confiabilidade consiste na demonstração de que as operações do estudo podem ser repetidas com os mesmos resultados. Para isso, YIN (2010) propões duas táticas: (i) usar o protocolo do estudo de caso e (ii) desenvolver uma base de estudo de caso. A primeira tática pode ser demostrada de forma geral em toda a estrutura do trabalho e de forma específica nesse tópico e no capítulo de metodologia onde são descritos e utilizados os métodos propostos por YIN (2010) e EISENHARDT; GRAEBNER (2007).

151 129 6 ANALISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS Seguindo os critérios da Metodologia de Pesquisa Estudo de Caso, baseado nas orientações de YIN (2010) e EISENHARDT; GRAEBNER (2007), neste capítulo são apresentadas as análises intra e inter-casos, em seguida, é apresentada a discussão dos resultados. 6.1 ANÁLISE INTRACASOS As análises realizadas têm como base a avaliação econômica de projetos de investimento para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica em diferentes cenários. Foi considerado um investimento equivalente à 3% dos ativos das empresas em estudo. Também foi considerado que os defeitos (fontes de falhas de interrupção) estão concentrados em 20% dos ativos da empresa (sistema de distribuição), e ainda que a substituição destes ativos resulta em uma melhoria de 80% dos indicadores de qualidade onde foram substituídos. Essas considerações resultam em um volume de investimento (3% dos ativos) associado à uma melhoria dos indicadores de qualidade de 12% (3%*80% / 20%). Com o valor de investimento é possível calcular os benefícios regulatórios, como a quota de reintegração e a remuneração de capital, comuns a todos os tipos de investimento realizados na rede. Já com a melhoria dos indicadores de qualidade, pode-se estimar os benefícios específicos relacionados com qualidade do fornecimento, tais como o retorno tarifário via Fator Q e a redução no pagamento de penalidades (como DIC/FIC/DMIC, Ressarcimento por dano elétrico e Causas Judiciais). Conforme será citado nas análises, em uma série de situações, para isolar o efeito de uma determinada variável foi considerado o conceito de coeteris paribus, expressão latina traduzida como outras coisas sendo iguais ou tudo o mais constante, é utilizada para indicar que todas as variáveis, que não aquela que está sendo estudada, são mantidas constantes (BORDEAUX- REGO, 2012b) Ampla Conforme mencionado na descrição dos casos, a avaliação econômica realizada considera que a distribuidora possui um plano de investimento que mantêm o nível de qualidade do

152 130 fornecimento (DEC e FEC) constante no tempo, pode-se nomear este plano de Reposição de Ativos. O projeto a ser analisado consiste em um adicional de investimento (em um ano) cujo objetivo é melhorar os indicadores de qualidade, com isso, considera-se que o investimento adicional realizado no ano N produz uma melhoria na qualidade do fornecimento no ano N+1. Como tanto os benefícios de quota de reintegração e remuneração de capital quanto o benefício do Fator Q dependem do ciclo tarifário, a simulação deste investimento que melhora a qualidade do fornecimento foi realizada nos diferentes anos que compõe o clico de cada empresa, no caso da Ampla, 5 anos. Os principais dados de entrada para esta avaliação são: - taxa de remuneração de capital ou WACC regulatório de 11,36% (ANEEL, 2011c); - a taxa de depreciação da Ampla é de 4,10% (ANEEL, 2014e) e a da Coelce é 3,98% (ANEEL, 2012a), para simplificar a análise as duas taxas foram consideradas como 4,00% (ou 25 anos); - o valor dos ativos da Ampla é de R$ 7,5 bilhões (ANEEL, 2014e); - o valor da Parcela B da Ampla é de R$ 1,26 bilhões (ANEEL, 2014e); - uma taxa de reajuste da Parcela B de 4,06% (IGP-M) tratado neste estudo é considerada constante durante o período analisado; - o Fator Q é de -0,32% (ANEEL, 2011d) que é função da variação de DEC e FEC (no caso 12%) e da classificação da empresa (ANEEL, 2014d), no caso da Ampla Piores Desempenhos ; - uma compensação de DIC/FIC/DMIC de R$ 24,0 milhões anuais (considerando que o mesmo é diretamente proporcional ao DEC); - o pagamento de causas judiciais de R$ 6,0 milhões anuais (considerando que o mesmo é diretamente proporcional ao DEC); - o pagamento de indenização por aparelho queimado de R$ 6,0 milhões anuais (considerando que o mesmo é diretamente proporcional ao FEC). Com os dados de entrada acima, foram realizadas simulações com o investimento de 3% do valor da base de ativos da distribuidora em cada um dos 5 anos do ciclo tarifário da mesma. Em cada um destes anos foram considerados dois cenários, um não considerando os benefícios do Fator Q e o outro considerando este benefício. O resultado da TIR nestes 10 diferentes cenários (5 anos de ciclo e com Fator Q e 5 anos de ciclo sem Fator Q) é apresentado no gráfico da Figura 64. O ano 1 representa o ano da revisão tarifária.

153 131 Figura 64: Taxa interna de retorno (TIR) de um projeto para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica em 10 cenários (investimento realizado em cada um dos 5 anos da revisão tarifária, com e sem fator Q) Fonte: próprio autor Pode-se observar pela Figura 64, que o retorno de um mesmo investimento com os mesmos resultados operacionais depende de quando ele é realizado dentro do ciclo tarifário da distribuidora. Isso se deve principalmente a dois aspectos: (i) os benefícios de quota de reintegração e remuneração de capital somente são remunerados após a revisão tarifária, ou seja, o investimento realizado no primeiro ano do ciclo tarifário somente será reconhecido 5 anos depois, no primeiro ano do próximo ciclo, (ii) pela regra atual, de redefinição da Parcela B na revisão tarifária, o Fator Q somente tem efeito durante os reajustes tarifários, ou seja, nos anos 2, 3, 4 e 5. Os pontos descritos explicam porque o investimento realizado no ano 5 é o mais rentável pois, (i) o investimento realizado no último ano do ciclo tarifário (ano 5) retorna através da quota de reintegração e é remunerado já no próximo ano (ano 1), e (ii) com relação ao Fator Q, o investimento realizado no último ano do ciclo tarifário (ano 5) resultará em melhoria do indicador no ano seguinte (ano 1) e como consequência terá o Fator Q aplicado no ano subsequente (ano 2), sendo este o primeiro ano do ciclo com retorno via Fator Q.

154 132 Com relação à variação da TIR com e sem Fator Q, pode-se observar que a maior diferença ocorre no ano 5 (último do ciclo tarifário) e reduz até zero no ano 4. Isso se explica pelo fato do Fator Q somente ter resultado em anos de reajuste tarifário (ou seja, para empresas com ciclo de 5 anos isso significa que o somente se tem resultado do Fator Q nos anos 2, 3, 4 e 5) tendo em vista que no ano da revisão tarifária (ano 1) a Parcela B é recalculada. Assim, o investimento no ano 5, que resulta em melhoria do indicador no ano 1 e tem o benefício do Fator Q no ano 2, mantem esse benefício (reajustado por IGP-M) até o final do ciclo, ou seja, colhe-se o benefício nos anos 2, 3, 4 e 5. Já o investimento realizado no ano 1, que tem melhoria do indicador no ano 2 e reconhecimento do Fator Q no ano 3, colherá este benefício nos anos 3, 4 e 5 (um ano a menos que o caso anterior). E assim o raciocínio é análogo até o investimento no ano 4, que tem resultado de melhoria do indicador no ano 5 e deveria ter o reconhecimento do Fator Q no ano 1, porém como no ano 1 (ano da revisão tarifária) a parcela B é recalculada, o efeito do Fator Q é nulo, motivo pelo qual o investimento no ano 4 possui a mesma TIR nos dois cenários (com e sem Fator Q). A Figura 65 apresenta uma análise semelhante à anterior, porém utilizando o VPL no lugar da TIR. Figura 65: Valor Presente Líquido (VPL) de um projeto para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica em 10 cenários (investimento realizado em cada um dos 5 anos da revisão tarifária, com e sem fator Q) Fonte: próprio autor

155 133 Como era esperado, o comportamento do VPL é semelhante ao da TIR, o investimento no ano 5 é aquele que apresenta maior retorno. De forma análoga, no ano 4 não há diferença entre o VPL nos casos com e sem Fator Q. Uma diferença entre a análise da TIR e do VPL é que a variação % entre TIR com e sem Fator Q decresce do ano 5 até o ano 4, já a variação % entre VPL com e sem Fator Q primeiro aumenta (do ano 5 para o ano 1) para depois começar a cair até zero no ano 4. Essa diferença se deve ao fato de que, quando atualizados a valor presente, o benefício do Fator Q comparado com os demais benefícios é mais relevante no investimento realizado no ano 1 do que quando esta mesma comparação é realizada para o investimento realizado no ano 5 (esta análise será melhor detalhada no final deste tópico). Isso ocorre porque o investimento realizado no ano 5 possui tanto benefício do Fator Q quando os demais benefícios nos anos que seguem (com exceção do ano 1 que não gera benefício do Fator Q), já o investimento no ano 1, possui retorno do Fator Q nos anos seguintes porém o benefício de quota de reintegração e remuneração tarifária somente aparecerão no próximo ciclo, ou seja, 5 anos depois. A Figura 66 apresenta as análises de TIR e VPL considerando a realização do investimento em diferentes momentos do ciclo tarifário e nos dois cenários, com e sem Fator Q. 220,0 200,0 180,0 160,0 140,0 120,0 100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 Ciclo C 13,9 11,4 10,5 13,0 9,8 9,2 123,8 11,4 10,3 9,4 8,7 91,7 110,0 78,6 66,2 54,5 91,7 74,5 58,5 43, ,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0,0 Ciclo C+1 VPL sem Fator Q (MR$) VPL com Fator Q (MR$) TIR sem Fator Q (%) TIR com Fator Q (%) Figura 66: TIR e VPL de um projeto para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica em 10 cenários (investimento realizado em cada um dos 5 anos da revisão tarifária, com e sem fator Q) Fonte: próprio autor

156 134 A análise deste gráfico indica que, independente da variável utilizada (TIR e VPL) pode-se observar que o melhor momento para realizar o investimento para melhoria da qualidade do fornecimento é no ano que precede a revisão tarifária (ou seja, no ano 5), e ainda pode-se observar que os investimentos direcionados para qualidade do fornecimento realizados no penúltimo ano do ciclo tarifário (ano 4) não colhem benefícios do Fator Q. A Figura 67 apresenta os benefícios tarifários (quota de reintegração, remuneração tarifária e variação da parcela B via aplicação do Fator Q) considerando o investimento realizado em diferentes momentos do ciclo tarifário. Como a análise é referente ao caso da Ampla, trata-se de um ciclo de 5 anos. Os demais benefícios (redução das compensações por DIC/FIC/DMIC, redução do pagamento de Causas Judiciais e redução dos Ressarcimentos por dano elétrico) não estão indicados no gráfico pois estes são independentes do ciclo tarifário.

157 135 Figura 67: Benefícios tarifários (aumento de ingressos) de um projeto para melhoria da qualidade em 5 cenários, cada um representando o investimento realizado em um dos anos do ciclo tarifário da distribuidora Ampla. Fonte: próprio autor

158 136 A análise deste gráfico mostra que o investimento realizado no ano 5 (último ano do ciclo) gera benefício de quota de reintegração e remuneração do capital desde o ano subsequente (ano 1) até a total depreciação do ativo, além disso, este investimento gera benefício do Fator Q do ano 2 até o ano 5 (ou seja, em todos os anos de reajuste tarifário do ciclo), sendo que este benefício é eliminado com a revisão tarifária. Já o investimento realizado no ano 1, somente gera benefício de quota de reintegração e remuneração do capital no próximo ciclo (5 anos depois), no entanto, o benefício do Fator Q inicia-se no ano 3 e segue até o ano 5. E assim segue até o investimento realizado no ano 4, que conforme mencionado anteriormente não gera benefício via Fator Q. A Figura 68 apresenta a composição de todos os benefícios (tarifários e não tarifários) no cenário sem Fator Q. As barras em azul representam benefícios gerais que qualquer tipo de investimento na rede (para aumentar capacidade instalada, conectar um novo cliente, combater perda de energia ou melhorar a qualidade do fornecimento) recebe, trata-se da quota de reintegração e o benefício futuro na base de remuneração ou simplesmente remuneração do capital. Já as barras em laranja correspondem aos benefícios exclusivos de projetos relacionados com qualidade do fornecimento, são eles: redução da compensação por DIC/FIC/DMIC, redução do pagamento de Causas Judiciais e redução dos Ressarcimentos por dano elétrico. Neste caso o Benefício via Fator Q está zerado pois considera-se o cenário sem Fator Q. Figura 68: Benefícios (aumento de ingressos e redução de custos) de um projeto para melhoria da qualidade em 5 cenários, cada um representando o investimento realizado em um dos anos do ciclo tarifário da distribuidora Ampla (sem considerar o Fator Q) Fonte: próprio autor

159 137 Uma primeira análise sobre a Figura 68 indica que, sem considerar o benefício do Fator Q, os benefícios gerais são mais relevantes do que os específicos de qualidade (como poderá ser verificado em forma percentual na Figura 70), mesmo considerando um elevado nível de compensação de DIC/FIC/DMIC, pagamento de Causas Judiciais e Ressarcimento por dano elétrico (sendo este o cenário da Ampla). Com isso, as variáveis relacionadas com qualidade não possuem tanto impacto quando um projeto de qualidade compete com outro tipo de projeto (como aumento da capacidade instalada, combate a perdas, etc) utilizando como critério a avaliação econômica de investimentos. A Figura 69 apresenta a mesma análise realizada sobre a Figura 68, porém considerando o benefício do Fator Q. Figura 69: Benefícios (aumento de ingressos e redução de custos) de um projeto para melhoria da qualidade em 5 cenários, cada um representando o investimento realizado em um dos anos do ciclo tarifário da distribuidora Ampla (considerando o Fator Q) Fonte: próprio autor Com a análise do gráfico da Figura 69 pode-se verificar que mesmo com a inclusão do Fator Q, os benefícios comuns a todos os projetos de investimento em redes de distribuição continuam mais relevantes quando comparados aos benefícios específicos relacionados com qualidade do fornecimento. Esta proporção entre benefícios gerais e benefícios específicos é apresentada nas figuras a seguir também em dois cenários, com e sem Fator Q.

160 138 Figura 70: Comparação entre benefícios gerais (de investimentos no setor elétrico) e benefícios relacionados com qualidade de fornecimento em 5 diferentes cenários (cada um representando o investimento em um ano do ciclo tarifário) sem considerar o Fator Q Fonte: próprio autor A Figura 70 apresenta de forma consolidada a comparação entre benefícios gerais e benefícios específicos relacionados com qualidade do fornecimento no cenário que não considera o benefício do Fator Q. Pode-se observar que a relevância dos benefícios relacionados com qualidade do fornecimento é variável, alterando de 16,9% até 21,1%. A Figura 71 apresenta a mesma análise, porém no cenário que considera o benefício do Fator Q.

161 139 Figura 71: Comparação entre benefícios gerais (de investimentos no setor elétrico) e benefícios relacionados com qualidade de fornecimento em 5 diferentes cenários (cada um representando o investimento em um ano do ciclo tarifário) considerando o Fator Q Fonte: próprio autor No cenário com Fator Q (Figura 71), pode-se observar que a participação dos benefícios específicos relacionados com qualidade do fornecimento variam de 17,9 à 24,2%, obviamente maiores que no cenário anterior (sem Fator Q). Assim, as análises acima demonstram que, para o caso da Ampla, que possui um dos maiores valores de compensação por DIC/FIC/DMIC e pagamentos por Causas Judiciais do país, os benefícios específicos relacionados com a qualidade do fornecimento representam aproximadamente 20% do total de benefícios econômicos de investimento, e ainda que a aplicação do Fator Q não altera de forma significativa esta proporção. Pode-se observar ainda que o Fator Q (assim como os demais benefícios tarifários) é variável ao longo do ciclo, o que dificulta a operacionalização de um plano de investimento para máximo retorno, tendo em vista que os planos de investimento são normalmente plurianuais.

162 Coelce Conforme mencionado na descrição dos casos, a avaliação econômica realizada considera que a distribuidora possui um plano de investimento que mantêm o nível de qualidade do fornecimento (DEC e FEC) constante no tempo, pode-se nomear este plano de Reposição de Ativos. O projeto a ser analisado consiste em um adicional de investimento (em um ano) cujo objetivo é melhorar os indicadores de qualidade, com isso, considera-se que o investimento adicional realizado no ano N produz uma melhoria na qualidade do fornecimento no ano N+1. Como tanto os benefícios de quota de reintegração e remuneração de capital quanto o benefício do Fator Q dependem do ciclo tarifário, a simulação deste investimento que melhora a qualidade do fornecimento foi realizada nos diferentes anos que compõe o ciclo de cada empresa, no caso da Coelce, 4 anos. Os principais dados de entrada para esta avaliação são: - taxa de remuneração de capital ou WACC regulatório de 11,36% (ANEEL, 2011c); - a taxa de depreciação da Ampla é de 4,10% (ANEEL, 2014e) e a da Coelce é 3,98% (ANEEL, 2012a), para simplificar a análise as duas taxas foram consideradas como 4,00% (ou 25 anos); - o valor dos ativos da Coelce é de R$ 4,6 bilhões (ANEEL, 2012a); - o valor da Parcela B da Coelce é de R$ 0,82 bilhões (ANEEL, 2012a); - uma taxa de reajuste da Parcela B de 4,06% (IGP-M) tratado neste estudo como constante período analisado; - o Fator Q de -0,64% (ANEEL, 2011d) que é função da variação de DEC e FEC (no caso 12%) e da classificação da empresa (ANEEL, 2014d), no caso da Coelce Melhores Desempenhos ; - uma compensação de DIC/FIC/DMIC de R$ 2,98 milhões anuais (considerando que o mesmo é diretamente proporcional ao DEC); - o pagamento de causas judiciais de R$ 1,0 milhão anual (considerando que o mesmo é diretamente proporcional ao DEC); - o pagamento de indenização por aparelho queimado de R$ 1,0 milhão anual (considerando que o mesmo é diretamente proporcional ao FEC). Com os dados de entrada acima, foram realizadas simulações com o investimento de 3% do valor da base de ativos da distribuidora em cada um dos 4 anos do ciclo tarifário da mesma. Em cada um destes anos foram considerados dois cenários, um não considerando os benefícios do

163 141 Fator Q e o outro considerando este benefício. O resultado da TIR nestes 8 diferentes cenários (4 anos de ciclo e com Fator Q e 4 anos de ciclo sem Fator Q) é apresentado no gráfico abaixo. O ano 1 representa o ano da revisão tarifária. Figura 72: Taxa interna de retorno (TIR) de um projeto para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica em 8 cenários (investimento realizado em cada um dos 4 anos da revisão tarifária, com e sem fator Q) Fonte: próprio autor Pode-se observar pela Figura 72, que o retorno de um mesmo investimento com os mesmos resultados operacionais depende de quando ele é realizado dentro do ciclo tarifário da distribuidora. Isso se deve aos aspectos: (i) os benefícios de quota de reintegração e remuneração de capital somente são remunerados após a revisão tarifária, ou seja, o investimento realizado no primeiro ano do ciclo tarifário somente será reconhecido 4 anos depois, no primeiro ano do próximo ciclo, e (ii) pela regra atual, de redefinição da Parcela B na revisão tarifária, o Fator Q somente tem efeito durante os reajustes tarifários, ou seja, nos anos 2, 3 e 4. Os pontos descritos no tópico anterior explicam porque o investimento realizado no ano 4 é o mais rentável pois, (i) o investimento realizado no último ano do ciclo tarifário (ano 4) retorna através da quota de reintegração e é remunerado já no próximo ano (ano 1), (ii) e com relação ao Fator Q, o investimento realizado no último ano do ciclo tarifário (ano 4) resultará em

164 142 melhoria do indicador no ano seguinte (ano 1) e como consequência terá o Fator Q aplicado no ano subsequente (ano 2), sendo este o primeiro ano do ciclo com retorno via Fator Q. Com relação à variação da TIR com e sem Fator Q, pode-se observar que a maior diferença ocorre no ano 4 (último do ciclo tarifário) e reduz até zero no ano 3. Isso se explica pelo fato do Fator Q somente ter resultado em anos de reajuste tarifário (ou seja, para empresas com ciclo de 4 anos isso significa que o somente se tem resultado do Fator Q nos anos 2, 3 e 4) tendo em vista que no ano da revisão tarifária (ano 1) a Parcela B é recalculada. Assim, o investimento no ano 4, que resulta em melhoria do indicador no ano 1 e tem o benefício do Fator Q no ano 2, mantém esse benefício (reajustado por IGP-M) até o final do ciclo, ou seja, colhe-se o benefício nos anos 2, 3 e 4. Já o investimento realizado no ano 1, que tem melhoria do indicador no ano 2, e reconhecimento do Fator Q no ano 3, colherá este benefício nos anos 3 e 4 (um ano a menos que o caso anterior). E assim o raciocínio é análogo até o investimento no ano 3, que tem resultado de melhoria do indicador no ano 4 e deveria ter o reconhecimento do Fator Q no ano 1, porém como no ano 1 (ano da revisão tarifária) a parcela B é recalculada, o efeito do Fator Q é nulo, motivo pelo qual o investimento no ano 3 possui a mesma TIR nos dois cenários (com e sem Fator Q). A Figura 73 apresenta uma análise semelhante à anterior, porém utilizando o VPL no lugar da TIR.

165 143 Figura 73: Valor Presente Líquido (VPL) de um projeto para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica em 8 cenários (investimento realizado em cada um dos 4 anos da revisão tarifária, com e sem fator Q) Fonte: próprio autor Como era esperado, o comportamento do VPL é semelhante ao da TIR, o investimento no ano 4 é aquele que apresenta maior retorno. De forma análoga, no ano 3 não há diferença entre o VPL nos casos com e sem Fator Q. Uma diferença entre a análise da TIR e do VPL é que a variação % entre TIR com e sem Fator Q decresce do ano 4 até o ano 3, já a variação % entre VPL com e sem Fator Q primeiro aumenta (do ano 4 para o ano 1) para depois começar a cair até zero no ano 3. Essa diferença se deve ao fato que quando atualizados a valor presente, o benefício do Fator Q comparado com os demais benefícios é mais relevante no investimento realizado no ano 1 do que quando esta mesma comparação é realizada para o investimento realizado no ano 4 (esta análise será melhor detalhada no final deste tópico). Isso ocorre porque o investimento realizado no ano 4 possui tanto benefício do Fator Q quando os demais benefícios nos anos que seguem (com exceção do ano 1 que não gera benefício do Fator Q), já o investimento no ano 1, possui retorno do Fator Q nos anos seguintes porém o benefício de quota de reintegração e remuneração tarifária somente aparecerão no próximo ciclo, ou seja, 4 anos depois. A Figura 74 apresenta as análises de TIR e VPL considerando a realização do investimento em diferentes momentos do ciclo tarifário e nos dois cenários, com e sem Fator Q.

166 144 Ciclo C Ciclo C+1 Figura 74: TIR e VPL de um projeto para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica em 8 cenários (investimento realizado em cada um dos 4 anos da revisão tarifária, com e sem fator Q) Fonte: próprio autor A análise da Figura 74 indica que, independente da variável utilizada (TIR e VPL) pode-se observar que o melhor momento para realizar o investimento para melhoria da qualidade do fornecimento é no ano que precede a revisão tarifária (ou seja, no ano 4), e ainda pode-se observar que os investimentos direcionados para qualidade do fornecimento realizados no penúltimo ano do ciclo tarifário (ano 3) não colhe benefício do Fator Q. A Figura 75 apresenta os benefícios tarifários (quota de reintegração, remuneração tarifária e variação da parcela B via aplicação do Fator Q) considerando o investimento realizado em diferentes momentos do ciclo tarifário, como esta análise é referente ao caso da Coelce trata-se de um ciclo de 4 anos. Os demais benefícios (redução das compensações por DIC/FIC/DMIC, redução do pagamento de Causas Judiciais e redução dos Ressarcimentos por dano elétrico) não estão indicados no gráfico pois estes são independentes do ciclo tarifário.

167 145 Figura 75: Benefícios tarifários (aumento de ingressos) de um projeto para melhoria da qualidade em 4 cenários, cada um representando o investimento realizado em um dos anos do ciclo tarifário da distribuidora Coelce. Fonte: próprio autor A análise da Figura 75 mostra que o investimento realizado no ano 4 (último ano do ciclo) gera benefício de quota de reintegração e remuneração do capital deste o ano subsequente (ano 1) até a total depreciação do ativo, além disso, este investimento gera benefício do Fator Q do ano

168 146 2 até o ano 4 (ou seja, em todos os anos de reajuste tarifário do ciclo), sendo que este benefício é eliminado com a revisão tarifária. Já o investimento realizado no ano 1, somente gera benefício de quota de reintegração e remuneração do capital no próximo ciclo (4 anos depois), no entanto, o benefício do Fator Q inicia-se no ano 3 e segue até o ano 4. E assim segue até o investimento realizado no ano 3, que conforme mencionado anteriormente não gera benefício via Fator Q. A Figura 76 apresenta a composição de todos os benefícios (tarifários e não tarifários) no cenário sem Fator Q. As barras em azul representam benefícios gerais que qualquer tipo de investimento na rede (para aumentar capacidade instalada, conectar um novo cliente, combater perda de energia ou melhorar a qualidade do fornecimento) recebe, trata-se da quota de reintegração e o benefício futuro na base de remuneração ou simplesmente remuneração do capital. Já as barras em laranja correspondem aos benefícios exclusivos de projetos relacionados com qualidade do fornecimento, são eles: redução da compensação por DIC/FIC/DMIC, redução do pagamento de Causas Judiciais e redução dos Ressarcimentos por dano elétrico. Neste caso o Benefício via Fator Q está zerado pois considera-se o cenário sem Fator Q. Figura 76: Benefícios (aumento de ingressos e redução de custos) de um projeto para melhoria da qualidade em 4 cenários, cada um representando o investimento realizado em um dos anos do ciclo tarifário da distribuidora Coelce (sem considerar o Fator Q) Fonte: próprio autor

169 147 Uma primeira análise sobre a Figura 76 indica que, sem considerar o benefício do Fator Q, os benefícios gerais são mais relevantes do que os específicos de qualidade (conforme poderá ser verificado com detalhe na Figura 78), sobretudo considerando um baixo nível de compensação de DIC/FIC/DMIC, pagamento de Causas Judiciais e Ressarcimento por dano elétrico (sendo este o cenário da Coelce). Com isso, as variáveis relacionadas com qualidade não possuem tanto impacto quando um projeto de qualidade compete com outro tipo de projeto (como aumento da capacidade instalada, combate a perdas, etc) utilizando como critério a avaliação econômica de investimentos. A Figura 77 apresenta a mesma análise anterior porém considerando o benefício do Fator Q. Figura 77: Benefícios (aumento de ingressos e redução de custos) de um projeto para melhoria da qualidade em 4 cenários, cada um representando o investimento realizado em um dos anos do ciclo tarifário da distribuidora Coelce (considerando o Fator Q) Fonte: próprio autor Com a análise do gráfico da Figura 77 pode-se verificar que mesmo com a inclusão do Fator Q, os benefícios comuns a todos os projetos de investimento em redes de distribuição continuam mais relevantes quando comparados aos benefícios específicos relacionados com qualidade do fornecimento. Esta proporção entre benefícios gerais e benefícios específicos é apresentada nas figuras a seguir também em dois cenários, com e sem Fator Q.

170 148 Figura 78: Comparação entre benefícios gerais (de investimentos no setor elétrico) e benefícios relacionados com qualidade de fornecimento em 4 diferentes cenários (cada um representando o investimento em um ano do ciclo tarifário) sem considerar o Fator Q Fonte: próprio autor A Figura 78 apresenta de forma consolidada a comparação entre benefícios gerais e benefícios específicos relacionados com qualidade do fornecimento no cenário que não considera o benefício do Fator Q. Pode-se observar que a relevância dos benefícios relacionados com qualidade do fornecimento é variável, alterando de 3,3% até 4,9%. A Figura 79 apresenta a mesma análise porém no cenário que considera o benefício do Fator Q.

171 149 Figura 79: Comparação entre benefícios gerais (de investimentos no setor elétrico) e benefícios relacionados com qualidade de fornecimento em 4 diferentes cenários (cada um representando o investimento em um ano do ciclo tarifário) considerando o Fator Q Fonte: próprio autor No caso acima (Figura 79), cenário com Fator Q, pode-se observar que a participação dos benefícios específicos relacionados com qualidade do fornecimento variam de 4,3% à 11,4%, obviamente maiores que no cenário anterior (sem Fator Q). As análises demonstram que, para o caso da Coelce, os benefícios específicos relacionados com qualidade do fornecimento representam aproximadamente 4,5% do total de benefícios econômicos de investimento, e ainda que a aplicação do Fator Q altera de forma significativa esta proporção (passando para uma média de 9,0%). Pode-se observar ainda que o Fator Q (assim como os demais benefícios tarifários) é variável ao longo do ciclo, o que dificulta a operacionalização de um plano de investimento para máximo retorno.

172 ANÁLISE INTER-CASOS Principais semelhanças e diferenças entre Ampla e Coelce As duas distribuidoras de energia abordadas neste estudo de caso possuem uma série de pontos em comuns, além de diferenças importantes. A primeira e mais evidente semelhança é o controlador, uma vez que ambas são empresas privadas controladas pela holding Endesa Brasil. A segunda semelhança é referente à quantidade de clientes, sendo que a Ampla possui 2,7 milhões de clientes e a Coelce, 3,3 milhões. Em um universo de 63 distribuidoras onde existem empresas com mais de 5 milhões de clientes (CEMIG, ELETROPAULO e COELBA) e outras com menos de 10 mil clientes (FORCEL, EFLUL e EFLJC), a diferença de clientes entre Ampla e Coelce pode ser considerada como mínima. Outra semelhança importante é que as duas distribuidoras estão sujeita, na grande maioria dos casos, às mesmas regras regulatórios, a saber, a Resolução 414 (ANEEL, 2010d), o PRODIST (ANEEL, 2012b) e o PRORET (ANEEL, 2011a). Vale ressaltar que a semelhança no quantitativo de clientes reflete em um dado físico da rede que é a quantidade de transformadores de distribuição. Atualmente a Ampla possui 113 mil transformadores e a Coelce 136 mil (ANEEL, 2014h). Com relação às diferenças considera-se inicialmente o tamanho da área de concessão. Enquanto a Coelce abrange todo o estado do Ceará com 148,9 mil km² (IBGE, 2014), considerando os 43,8 mil km² do estado do Rio de Janeiro (IBGE, 2014), a Ampla possui área de concessão de 31,9 mil km², o que representa 73% da área de estado do Rio de Janeiro (ENDESA_BRASIL, 2012). Desta forma pode-se verificar que a área de concessão da Coelce é 4,6 vezes maior que da Ampla. Essa diferença de área geográfica é refletida na quantidade de rede de média e baixa tensão das distribuidoras, quanto a Ampla possui 17,6 mil km de rede de baixa tensão e 33,6 mil km de rede de média tensão, a Coelce possui 38,4 mil km de rede de baixa e 81,4 mil km de rede de média (ANEEL, 2014h). Outra diferença importante entre as duas distribuidoras é a posição no mercado de trabalho regional. A Coelce é uma das principais empresas do Ceará, sendo um empregador desejado por muitos profissionais da região. Já a Ampla não possui este mesmo posicionamento no estado do Rio de Janeiro, primeiro pela quantidade de empresas de grande porte no estado, e

173 151 segundo por não atender a capital do estado e parte importante da região metropolitana. Em alguns casos, moradores do estado no Rio que não estão na área de concessão da Ampla, ou seja, são atendidos por outra distribuída, chegam a não conhecer a referida empresa. Uma terceira diferença importante entre as duas distribuidoras está relacionada aos indicadores de qualidade do fornecimento de energia elétrica e a percepção dos clientes. Enquanto a Coelce está classificada pela ANEEL como Melhores Desempenhos no Ranking do Desempenho Global de Continuidade (DGC) 2013 (ANEEL, 2014d), a Ampla ficou no grupo de Piores Desempenhos. Isso reflete nas pesquisas de satisfação dos clientes, no ISAC (Índice Aneel de Satisfação do Consumidor) por exemplo a Coelce ficou 5ª posição nacional com 69,12 pontos, já a Ampla ficou na 58ª posição com 52,91 pontos (ANEEL, 2013b). Por fim, uma diferença regulatória entre as duas distribuidoras, que deve ser levada em conta nas avaliações econômicas de projeto, é o período de revisão tarifária. Enquanto a Ampla possui uma revisão a cada 5 anos, a Coelce tem revisões a cada 4 anos (ANEEL, 2014h) Análise comparativa de TIR e VPL em diferentes cenários A Figura 80 apresenta a comparação da TIR de um projeto para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica em 18 diferentes cenários, sendo 10 cenários de avaliação com os parâmetros da distribuidora Ampla (para cada um dos 5 anos do ciclo tarifário, com e sem Fator Q), e 8 cenários de avaliação considerando os parâmetros da distribuidora Coelce (para cada um dos 4 anos do ciclo tarifário, com e sem Fator Q). Nesta comparação considera-se o ano civil, sendo que o ano de revisão tarifária da Ampla é 2014 e da Coelce Como a Ampla e Coelce possuem ciclos de 5 e 4 anos respectivamente, a próxima revisão das duas empresas será coincidentemente em 2019.

174 152 Figura 80: Comparação da TIR Ampla e Coelce com e sem fator Q considerando o ano civil Fonte: próprio autor A análise intra-caso disposta na Figura 80 indica que nos dois casos analisados existe uma variação da rentabilidade do projeto em função do ano que ele é executado dentro do ciclo tarifário da distribuidora. Pode-se observar igualmente que o investimento com melhor rendimento é aquele realizado um ano antes da revisão tarifária. A Figura 81 retrata os mesmos dados da Figura 80 somente alterado a forma de apresentar o ano, que deixa de ser ano civil e passa para ano de referência do ciclo tarifário, onde R representa o ano da revisão tarifária da distribuidora.

175 153 Figura 81: Comparação da TIR Ampla e Coelce com e sem fator Q considerando o ano regulatório Fonte: próprio autor Nesta análise pode-se observar que, independente da distribuidora, o comportamento da TIR em diferentes cenários é o mesmo, ou seja, uma maior rentabilidade no ano anterior ao ano da revisão (pela razão descrita nas análises intra-casos), e uma diferença entre os cenários com e sem Fator Q maior no início da análise e nulo ano R-2 (que no caso da Ampla trata-se do ano R+3 e da Coelce R+2) Análise comparativa de R$ de benefício por R$ investido A Figura 82 apresenta os benefícios econômicos considerados na análise resultantes do investimento no ano R-1 (ano de maior rentabilidade) na Ampla e na Coelce, no cenário onde não se considera os benefícios oriundos do Fator Q. Os valores dos benefícios foram atualizados a valor presente e os dados são apresentados como R$ de benefício por R$ de investimento, ou seja, o valor 0,76 do Benefício Futuro na Base de Remuneração Regulatório indica que a cada real investindo neste cenário, a distribuidora receberá (atualizado a valor presente) 0,76 reais deste benefício.

176 154 Figura 82: Comparação entre Ampla e Coelce dos R$ de benefício por R$ investidos (considerando investimento no ano R-1) na análise de investimento que não considera o Fator Q Fonte: Próprio Autor A análise acima (Figura 82) demonstra que os benefícios tarifários Quota de reintegração e Remuneração do capital, possuem o mesmo retorno independente da distribuidora e da posição dela no ranking de qualidade. Já os benefícios específicos relacionados com qualidade (Compensações por DIC/FIC/DMIC, Causas Judiciais e Ressarcimentos por dano elétrico) são maiores na Ampla quando comparados com os dados da Coelce pois os montantes pagos atualmente pela Ampla, tanto absoluto quanto relativo ao DEC e FEC, são maiores quando comparado com os dados da Coelce. No gráfico anterior (Figura 82) pode-se observar ainda que os benefícios gerais, ou seja, aqueles que todo projeto de investimento em uma distribuidora tem como benefício, possui uma participação maior no resultado do financeiro quando comparado com os benefícios específicos relacionados com qualidade do fornecimento. Na Figura 83 esta diferença é apresentada em termos de R$ de benefício por R$ investidos bem como sua diferença percentual.

177 155 Figura 83: Comparação entre Ampla e Coelce dos R$ de benefício gerais e R$ de benefício relacionados com qualidade por R$ investidos (considerando investimento no ano R-1) na análise de investimento que não considera o Fator Q Fonte: Próprio Autor A Figura 83 mostra que, mesmo a Ampla, que está classificada pela ANEEL como pertencentes ao grupo das empresas com piores desempenhos em qualidade do fornecimento, o benefício geral do investimento corresponde a mais de 80% do benefício total. Já no caso da Coelce, que possui um nível de qualidade cuja classificação da ANEEL é melhores desempenhos, o o benefício geral do investimento corresponde a mais de 95% do benefício total. A Figuras 84 e 85 apresentam análise semelhante à anterior, ou seja, o valor de R$ de benefício por R$ investindo considerando o investimento realizado no ano R-1 (ano de maior rentabilidade do projeto), no entanto nesta nova análise está considerada a variável Fator Q.

178 156 Figura 84: Comparação entre Ampla e Coelce dos R$ de benefício por R$ investidos (considerando investimento no ano R-1) na análise de investimento que considera o Fator Q Fonte: Próprio Autor Pela análise da Figura 84 vale ressaltar dois pontos interessantes, o primeiro é que o Fator Q não altera de forma significativa a participação dos benefícios específicos relacionados com qualidade do fornecimento com os benefícios gerais de um investimento realizado em uma distribuidora, principalmente quando é considerado que este benefício é variável em função do ano de investimento, sendo o melhor resultado no investimento realizado no ano R-1 (caso em análise) e podendo chegar a zero (em R-2). O segundo é que o benefício tarifário via Fator Q é maior na Coelce do que na Ampla. O gráfico abaixo (Figura 85) compara os R$ de benefícios gerais e R$ de benefícios relacionados com qualidade por R$ investidos (considerando investimento no ano R-1) na análise de investimento que considera o Fator Q, lembrando que os investimentos no ano R-1 são aqueles que mais geram benefício de Fator Q.

179 157 Figura 85: Comparação entre Ampla e Coelce dos R$ de benefício gerais e R$ de benefício relacionados com qualidade por R$ investidos (considerando investimento no ano R-1) na análise de investimento que considera o Fator Q Fonte: Próprio Autor A Figura 85 mostra que, mesmo considerando o Fator Q, os benefícios gerais representam 80% dos benefícios totais no caso da Ampla e aproximadamente 90% no caso da Coelce, indicando que mesmo considerando o Fator Q no ano de maior retorno, os benefícios específicos relacionados com qualidade do fornecimento não passam de 20% dos benefícios totais. 6.3 DISCUSSÃO DE RESULTADOS Os resultados apresentados nas análises intra e inter-casos indicam que os benefícios relacionados com qualidade do fornecimento representam 20% dos benefícios totais de um projeto de investimento para este fim na melhor situação, ou seja, investimento realizado no ano R-1. Pode-se observar também, que o resultado indica que o incentivo regulatório (Fator Q) para melhoria na qualidade do fornecimento de energia elétrica altera a rentabilidade dos investimentos para melhoria da qualidade do fornecimento de forma descontinua, o que minimiza seu impacto na estratégia de investimento das distribuidoras.

180 158 Os incentivos para investimento em projetos para melhoria da qualidade vêm aumentando ao longo do tempo, como multas, compensações, ressarcimentos e agora incentivo tarifário. No entanto, existe uma séria de melhorias a serem adotadas para aumentar a rentabilidade destes projetos, como por exemplo a não eliminação do benefício do Fator Q na redefinição da Parcela B na revisão tarifária.

181 159 7 CONCLUSÕES 7.1 OBJETIVO PRINCIPAL E OBJETIVOS ESPECÍFICOS Objetivo Principal Conforme apresentado no capítulo de Introdução, o Objetivo Principal do trabalho é verificar se o incentivo regulatório tarifário (Fator Q) implantado pela ANEEL para melhorar a qualidade do fornecimento de energia elétrica no Brasil, influenciará a estratégia de investimento das distribuidoras e, como consequência, resultará ou não na melhoria da qualidade do fornecimento no Brasil. Foi analisado o impacto do Fator Q em diferentes cenários em dois casos distintos (Ampla e Coelce), e verificou-se que este benefício depende do ano do investimento dentro do ciclo tarifário (com variação da TIR de 17% até 0%) e somente é valido dentro do ciclo tarifário, ou seja, no cálculo da Parcela B na revisão tarifária este benefício é anulado. Por estes motivos, considerando que os planos de investimentos são plurianuais, o Fator Q não deverá alterar de forma significativa a estratégia de investimento para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica. Com isso, pode-se considerar que o objetivo principal do trabalho foi atingido, ou seja, foi realizada uma verificação sobre a influência do Fator Q na rentabilidade dos projetos de qualidade e como consequência na estratégia de investimento para este fim Objetivos Específicos Com relação aos Objetivos Específicos, também foi apresentado no capítulo introdutório os seguintes objetivos: (i) Definir um modelo de análise bibliométrica para setores regulados; (ii) Entender o setor elétrico do ponto de vista técnico e econômico; (iii) Propor um modelo de avaliação econômica para investimento em projetos para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica; (iv) Aplicar o modelo de avaliação econômica em distribuidoras de energia elétrica do Brasil em dois cenários: com e sem o Fator Q e por fim (v) Analisar o resultado do estudo multi-casos.

182 160 O primeiro objetivo específico, tido por definir um modelo de análise bibliométrica para setores regulados, foi atingido e está representado no item Além do modelo de análise bibliométrica para setor regulados foi proposto um método de pesquisa bibliográfica abrangendo diferentes etapas da pesquisa, como pode ser observado no item 3.2. O segundo objetivo específico, voltado ao entendimento do setor elétrico do ponto de vista técnico e econômico, também foi atingido em especial na área de distribuição de energia elétrica, como pode ser demonstrado no capítulo 2 (Referencial Teórico) e também na aplicação da avaliação econômica de projetos para melhoria da qualidade do fornecimento, que envolve tanto os aspectos técnicos quanto econômicos. O terceiro objetivo específico, propor um modelo de avaliação econômica para investimento em projetos para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica, está apresentado no capítulo 4, sendo a base para as análises de caso. O quarto objetivo específico, aplicar o modelo de avaliação econômica em distribuidoras de energia elétrica do Brasil em dois cenários: com e sem o Fator Q, foi atingido e ampliado pois, além dos cenários com e sem Fator Q, durante a pesquisa foi identificada a necessidade de realizar as simulações com a realização do investimento em diferentes anos dentro do ciclo tarifário, resultando a análise de 18 diferentes cenários de avaliação econômica. Por fim, o quinto e último objetivo específico, analisar o resultado do estudo multi-casos, foi realizado utilizando as técnicas e métodos propostos por YIN (2010), EISENHARDT; GRAEBNER (2007) e EISENHARDT (1989). As análises são apresentadas no capítulo 6 e divididas em análises intra-casos e análises inter-casos. Com isso pode-se concluir que tanto o objetivo geral quanto os objetivos específicos foram alcançados no presente trabalho. 7.2 RESPOSTAS ÀS QUESTÕES DE PESQUISA Conforme apresentado no primeiro capítulo, o presente trabalho trata de cinco questões de pesquisa, são elas: (i) Como realizar pesquisa bibliográfica em setores regulados? (ii) Quais ferramentas podem ser utilizadas para mapeamento da ciência? (iii) Quais variáveis devem ser

183 161 consideradas para avaliação econômica de projetos para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica? (iv) Como o Fator Q influencia na rentabilidade dos projetos para melhoria da qualidade? (v) O Fator Q terá impacto significativo para melhora da qualidade do fornecimento de energia elétrica? As bases para responder a primeira pergunta, Como realizar pesquisa bibliográfica em setores regulados? estão dispostas no capitulo 3, mais especificamente nos tópicos e Neste trabalho, propõe-se que a pesquisa bibliográfica em setores regulados deve seguir o processo apresentado na Figura 86, porém, a proposta para pesquisa completa, conforme descrito em 3.2 é composta de quatro passos, a saber: (i) Mapeamento bibliométrico; (ii) Ranking de artigos (iii) Seleção de referências para setores regulados; (iv) Busca por material especializado Figura 86: Processo de seleção de material bibliográfico para estudos em setores regulados Fonte: próprio autor A segunda pergunta de pesquisa, Quais ferramentas podem ser utilizadas para mapeamento da ciência?, tem como resposta imediata, duas ferramentas, a saber: SciMAT (COBO et al., 2012) e VantagePoint (PALOP, 2014), sendo que uma análise comparativa destas e outras ferramentas pode ser encontrada no estudo de COBO et al. (2011b). No entanto, a indicação simples destas ferramentas não permite a realização de um mapeamento da ciência adequado. Para tal são necessárias outras ferramentas e metodologias, tais como, uma introdução teórica sobre a ciência do mapeamento da ciência (LETA, 2013), métodos para construir árvores de

184 162 palavras-chave (FARIAS FILHO, 2012), métodos para realizar pesquisa bibliográfica (TREINTA et al., 2013) e (ANDRADE; FARIAS FILHO, 2014), bem como outras ferramentas de gestão bibliográfica que estão dispostas no apêndice deste trabalho. A terceira pergunta de pesquisa, Quais variáveis devem ser consideradas para avaliação econômica de projetos para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica? estão descritas no capítulo 4. São muitas as variáveis que podem ser consideradas, sendo as mais relevantes: Quota de reintegração; Benefício Futuro na Base de Remuneração Regulatória; Benefício Tarifário via Fator Q; Compensações por DIC/FIC/DMIC/DCRI; Causas Judiciais; Diminuição das indenizações por queima de aparelhos (ou Ressarcimento por dano elétrico). A resposta para a quarta pergunta de pesquisa, Como o Fator Q influencia na rentabilidade dos projetos para melhoria da qualidade?, está descrita no capítulo 6, e ressalta que o Fator Q influencia de forma descontinua a rentabilidade dos investimentos para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica, sendo esta descontinuidade função no ano de investimento dentro do ciclo tarifário da distribuidora. Nos estudos de caso realizados, o Fator Q pode variar a TIR de 7% à 0% e o VLP de 25% à 0% no caso de empresas com mau desempenho de qualidade, e varia a TIR de 16% à 0% e o VLP de 122% à 0% no caso de empresas com excelente desempenho de qualidade. Ou seja, nas empresas com pior desempenho, a influência é descontinua e pode inclusive ser nula, o que leva a concluir o Fator Q tem um impacto menor quando se considera planos de investimento plurianuais para melhoria da qualidade do fornecimento. A quinta e última pergunta de pesquisa, O Fator Q terá impacto significativo para melhora da qualidade do fornecimento de energia elétrica?, no capítulo 6. A partir das análises realizadas e considerando que um plano de investimento não é concentrado em um único ano (o que inviabiliza fazer todo o investimento no ano R-1) por restrições de compra de equipamentos e mobilização de equipes, conclui-se que o Fator Q não trará impacto significativo na melhora da qualidade do fornecimento de energia elétrica. 7.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS No Brasil, pode-se observar um incremento constante dos requisitos regulatórios relacionados com qualidade do fornecimento de energia elétrica. Em 1996 teve início a aplicação de multas

185 163 por violação dos indicadores coletivos de qualidade de duração (DEC) e frequência (FEC) das interrupções. Já em 2009 o foco em penalidades por DEC/FEC mudou para um modelo de compensações ao cliente por violações dos indicadores individuais (DIC/FIC/DMIC). Em 2012 além das compensações por violação dos indicadores DIC/FIC/DMIC foi criado o DICRI para compensar o cliente por interrupções em dias críticos (antes não contabilizados para compensações). Por fim, em 2015 está definida a aplicação do Fator Q na tarifa, sendo que este tem o papel de penalizar ou bonificar as distribuidoras pela variação dos indicadores de qualidade. A tendência futura é criar faixas de multas e/ou compensações mais altas para interrupções recorrentes. O presente trabalho analisou de forma isolada o impacto do Fator Q na avaliação econômica de projetos para melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica, e pode verificar que o benefício deste incentivo tarifário é descontinuo e depende do ano em que o investimento é realizado dentro do ciclo tarifário da distribuidora. Levando em conta que um plano de investimento em empresas distribuidoras de energia, pelo volume de recursos financeiros e número de pessoal envolvido, devem ser planos plurianuais (função da capacidade produtiva dos fornecedores de material e da mobilização de equipes de construção), pode-se concluir que o Fator Q não irá impactar de forma significativa na estratégia de investimentos das distribuidoras de energia elétrica. 7.4 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS Alguns itens não tratados no presente trabalho que podem ser abordados em trabalhos futuros são: (i) Dado que o Fator Q, pelas análises realizadas neste trabalho, não resultará em uma redução significativa dos indicadores de duração e frequência das interrupções no fornecimento de energia elétrica o Brasil, uma proposta de estudo futuro é indicar, com base no modelo regulatório nacional, qual ou quais medidas podem ser tomadas para melhorar a qualidade do fornecimento no Brasil através de incentivos ao investimento no setor. (ii) Tanto o presente estudo quanto a proposta supra citada têm como dado de entrada a redução ou melhoria do indicador de qualidade do fornecimento associado à um

186 164 volume de investimento realizado. O presente trabalho tratou esta entrada de forma simplificada. Conforme mencionado existem alguns estudos sobre esta relação, tais como ABDUL RAHMAN et al. (2013) e KAGAN et al. (2009), no entanto, há uma grande oportunidade de aprimorar estes trabalhos propondo métodos para prever melhoria de indicadores de qualidade associados à um dado volume de investimento. (iii) Outra oportunidade de estudo está na proposição de uma classificação nacional para os tipos de falha no sistema, o que contribuiria para uma associação de causa e solução técnica (apoiando em muito a proposta de trabalho acima de associar melhoria de indicador associado ao investimento). Atualmente, em função do histórico e das características regionais, cada distribuidora possui sua própria classificação de causas para falhas no sistema de distribuição, o que dificulta a comparação entre empresas bem como a proposta massiva de soluções técnicas para mitigar as falhas. (iv) Refazer o estudo em que o investimento não seja feito em um único ano, mas distribuído entre os anos do ciclo tarifário de cada distribuidora verificando qual o novo impacto do Fator Q.

187 165 APÊNDICE I. PLANILHAS DA AVALIAÇÃO ECONÔMICA i. Caso Ampla: Investimento no ano 5 Tabela 20: Premissas para avaliação econômica caso Ampla com investimento no ano 5 Fonte: próprio autor

188 166 Tabela 21: Fluxo de caixa considerando o Fator Q caso Ampla com investimento no ano 5 Ano INVESTIMENTOS 226,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Mão de Obra (CA de Montagem) 67,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Materiais (UC + COM) 67,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Direto (projeto e fiscalização) 45,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Indireto (pessoal próprio, infra estrutura, etc) 45,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Depreciação 0,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0 BENEFICIOS 0,0 42,5 41,6 40,8 39,9 34,3 33,3 32,3 31,3 30,2 29,2 28,2 27,2 26,1 25,1 24,1 23,0 22,0 21,0 20,0 18,9 17,9 16,9 15,8 14,8 13,8 4,7 4,7 4,7 4,7 4,7 (Aumento de Ingressos) Quota de reintegração (MR$) 0,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefício Futuro na Base de Remuneração Regulatória 0,0 24,7 23,6 22,6 21,6 20,5 19,5 18,5 17,5 16,4 15,4 14,4 13,4 12,3 11,3 10,3 9,2 8,2 7,2 6,2 5,1 4,1 3,1 2,1 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefício Tarifário via Fator Xq 0,0 4,0 4,2 4,4 4,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 (Economia de custos) Compensações por DIC/FIC/DMIC 0,0 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 Causas Judiciais 0,0 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 Diminuição das indenizações por queima de aparelhos 0,0 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 Resultado antes de impostos 33,5 32,6 31,7 30,9 25,3 24,3 23,2 22,2 21,2 20,2 19,1 18,1 17,1 16,1 15,0 14,0 13,0 11,9 10,9 9,9 8,9 7,8 6,8 5,8 4,7 4,7 4,7 4,7 4,7 4,7 Impostos 1,7 1,6 1,6 1,5 1,3 1,2 1,2 1,1 1,1 1,0 1,0 0,9 0,9 0,8 0,8 0,7 0,6 0,6 0,5 0,5 0,4 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 Resultado depois de impostos 31,8 31,0 30,1 29,3 24,0 23,1 22,1 21,1 20,1 19,2 18,2 17,2 16,2 15,2 14,3 13,3 12,3 11,3 10,4 9,4 8,4 7,4 6,5 5,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 F.C.N Periodo de Avaliação 30 Anos de depreciação do investimento 25 VPL (MR$) 124 TIR (%) 13,93 TIR Mínimo 8,00% Antecedentes Taxa de desconto 7,00% Taxa de impostos 5,0% Fonte: próprio autor

189 167 Tabela 22: Fluxo de caixa sem considerar o Fator Q caso Ampla com investimento no ano 5 Ano INVESTIMENTOS 226,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Mão de Obra (CA de Montagem) 67,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Materiais (UC + COM) 67,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Direto (projeto e fiscalização) 45,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Indireto (pessoal próprio, infra estrutura, etc) 45,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Depreciação 0,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0 BENEFICIOS 0,0 38,5 37,4 36,4 35,4 34,3 33,3 32,3 31,3 30,2 29,2 28,2 27,2 26,1 25,1 24,1 23,0 22,0 21,0 20,0 18,9 17,9 16,9 15,8 14,8 13,8 4,7 4,7 4,7 4,7 4,7 (Aumento de Ingressos) Quota de reintegração (MR$) 0,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefício Futuro na Base de Remuneração Regulatória 0,0 24,7 23,6 22,6 21,6 20,5 19,5 18,5 17,5 16,4 15,4 14,4 13,4 12,3 11,3 10,3 9,2 8,2 7,2 6,2 5,1 4,1 3,1 2,1 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefício Tarifário via Fator Xq 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 (Economia de custos) Compensações por DIC/FIC/DMIC 0,0 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 Causas Judiciais 0,0 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 Diminuição das indenizações por queima de aparelhos 0,0 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 Resultado antes de impostos 29,4 28,4 27,4 26,3 25,3 24,3 23,2 22,2 21,2 20,2 19,1 18,1 17,1 16,1 15,0 14,0 13,0 11,9 10,9 9,9 8,9 7,8 6,8 5,8 4,7 4,7 4,7 4,7 4,7 4,7 Impostos 1,5 1,4 1,4 1,3 1,3 1,2 1,2 1,1 1,1 1,0 1,0 0,9 0,9 0,8 0,8 0,7 0,6 0,6 0,5 0,5 0,4 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 Resultado depois de impostos 27,9 27,0 26,0 25,0 24,0 23,1 22,1 21,1 20,1 19,2 18,2 17,2 16,2 15,2 14,3 13,3 12,3 11,3 10,4 9,4 8,4 7,4 6,5 5,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 F.C.N Periodo de Avaliação 30 Anos de depreciação do investimento 25 VPL (MR$) 110 TIR (%) 12,96 TIR Mínimo 8,00% Antecedentes Taxa de desconto 7,00% Taxa de impostos 5,0% Fonte: próprio autor

190 168 Tabela 23: Comparação entre as análises com e sem Fator Q - caso Ampla com investimento no ano 5 Projeto sem Xq Ano Investimento 226,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefícios 0,0 38,5 37,4 36,4 35,4 34,3 33,3 32,3 31,3 30,2 29,2 28,2 27,2 26,1 25,1 24,1 23,0 22,0 21,0 20,0 18,9 17,9 16,9 15,8 14,8 13,8 4,7 4,7 4,7 4,7 4,7 Projeto com Xq Ano Investimento 226,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefícios 0,0 42,5 41,6 40,8 39,9 34,3 33,3 32,3 31,3 30,2 29,2 28,2 27,2 26,1 25,1 24,1 23,0 22,0 21,0 20,0 18,9 17,9 16,9 15,8 14,8 13,8 4,7 4,7 4,7 4,7 4,7 VPLM TIR % $ Projeto sem Xq ,96 Projeto com Xq ,93 Fonte: próprio autor

191 169 ii. Caso Ampla: Investimento no ano 1 Tabela 24: Premissas para avaliação econômica caso Ampla com investimento no ano 1 Fonte: próprio autor

192 170 Tabela 25: Fluxo de caixa considerando o Fator Q caso Ampla com investimento no ano 1 Taxa de desconto 7,00% Taxa de impostos 5,0% Antecedentes Periodo de Avaliação 30 Anos de depreciação do investimento 25 VPL (MR$) 54 TIR (%) 9,16 TIR Mínimo 8,00% F.C.N Resultado antes de impostos 9,0 9,1 9,3 4,7 29,4 28,4 27,4 26,3 25,3 24,3 23,2 22,2 21,2 20,2 19,1 18,1 17,1 16,1 15,0 14,0 13,0 11,9 10,9 9,9 8,9 7,8 6,8 5,8 4,7 4,7 Impostos 0,4 0,5 0,5 0,2 1,5 1,4 1,4 1,3 1,3 1,2 1,2 1,1 1,1 1,0 1,0 0,9 0,9 0,8 0,8 0,7 0,6 0,6 0,5 0,5 0,4 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 Resultado depois de impostos 8,5 8,7 8,8 4,5 27,9 27,0 26,0 25,0 24,0 23,1 22,1 21,1 20,1 19,2 18,2 17,2 16,2 15,2 14,3 13,3 12,3 11,3 10,4 9,4 8,4 7,4 6,5 5,5 4,5 4,5 BENEFICIOS 0,0 9,0 9,1 9,3 4,7 38,5 37,4 36,4 35,4 34,3 33,3 32,3 31,3 30,2 29,2 28,2 27,2 26,1 25,1 24,1 23,0 22,0 21,0 20,0 18,9 17,9 16,9 15,8 14,8 13,8 4,7 (Aumento de Ingressos) Quota de reintegração (MR$) 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 0,0 Benefício Futuro na Base de Remuneração Regulatória 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 24,7 23,6 22,6 21,6 20,5 19,5 18,5 17,5 16,4 15,4 14,4 13,4 12,3 11,3 10,3 9,2 8,2 7,2 6,2 5,1 4,1 3,1 2,1 1,0 0,0 0,0 Benefício Tarifário via Fator Xq 0,0 4,2 4,4 4,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 (Economia de custos) Compensações por DIC/FIC/DMIC 0,0 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 Causas Judiciais 0,0 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 Diminuição das indenizações por queima de aparelhos 0,0 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 Depreciação 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 0 INVESTIMENTOS 226,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Mão de Obra (CA de Montagem) 67,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Materiais (UC + COM) 67,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Direto (projeto e fiscalização) 45,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Indireto (pessoal próprio, infra estrutura, etc) 45,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Ano Fonte: próprio autor

193 171 Tabela 26: Fluxo de caixa sem considerar o Fator Q caso Ampla com investimento no ano 1 Ano INVESTIMENTOS 226,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Mão de Obra (CA de Montagem) 67,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Materiais (UC + COM) 67,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Direto (projeto e fiscalização) 45,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Indireto (pessoal próprio, infra estrutura, etc) 45,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Depreciação 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 0 BENEFICIOS 0,0 4,7 4,7 4,7 4,7 38,5 37,4 36,4 35,4 34,3 33,3 32,3 31,3 30,2 29,2 28,2 27,2 26,1 25,1 24,1 23,0 22,0 21,0 20,0 18,9 17,9 16,9 15,8 14,8 13,8 4,7 (Aumento de Ingressos) Quota de reintegração (MR$) 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 0,0 Benefício Futuro na Base de Remuneração Regulatória 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 24,7 23,6 22,6 21,6 20,5 19,5 18,5 17,5 16,4 15,4 14,4 13,4 12,3 11,3 10,3 9,2 8,2 7,2 6,2 5,1 4,1 3,1 2,1 1,0 0,0 0,0 Benefício Tarifário via Fator Xq 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 (Economia de custos) Compensações por DIC/FIC/DMIC 0,0 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 Causas Judiciais 0,0 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 Diminuição das indenizações por queima de aparelhos 0,0 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 Resultado antes de impostos 4,7 4,7 4,7 4,7 29,4 28,4 27,4 26,3 25,3 24,3 23,2 22,2 21,2 20,2 19,1 18,1 17,1 16,1 15,0 14,0 13,0 11,9 10,9 9,9 8,9 7,8 6,8 5,8 4,7 4,7 Impostos 0,2 0,2 0,2 0,2 1,5 1,4 1,4 1,3 1,3 1,2 1,2 1,1 1,1 1,0 1,0 0,9 0,9 0,8 0,8 0,7 0,6 0,6 0,5 0,5 0,4 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 Resultado depois de impostos 4,5 4,5 4,5 4,5 27,9 27,0 26,0 25,0 24,0 23,1 22,1 21,1 20,1 19,2 18,2 17,2 16,2 15,2 14,3 13,3 12,3 11,3 10,4 9,4 8,4 7,4 6,5 5,5 4,5 4,5 F.C.N Periodo de Avaliação 30 Anos de depreciação do investimento 25 VPL (MR$) 44 TIR (%) 8,69 TIR Mínimo 8,00% Antecedentes Taxa de desconto 7,00% Taxa de impostos 5,0% Fonte: próprio autor

194 172 Tabela 27: Comparação entre as análises com e sem Fator Q caso Ampla com investimento no ano 1 Projeto com Xq 54 9,16 Projeto sem Xq 44 8,69 VPLM TIR % $ Investimento 226,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefícios 0,0 9,0 9,1 9,3 4,7 38,5 37,4 36,4 35,4 34,3 33,3 32,3 31,3 30,2 29,2 28,2 27,2 26,1 25,1 24,1 23,0 22,0 21,0 20,0 18,9 17,9 16,9 15,8 14,8 13,8 4,7 Ano Projeto com Xq Investimento 226,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefícios 0,0 4,7 4,7 4,7 4,7 38,5 37,4 36,4 35,4 34,3 33,3 32,3 31,3 30,2 29,2 28,2 27,2 26,1 25,1 24,1 23,0 22,0 21,0 20,0 18,9 17,9 16,9 15,8 14,8 13,8 4,7 Ano Projeto sem Xq Fonte: próprio autor

195 173 iii. Caso Ampla: Investimento no ano 2 Tabela 28: Premissas para avaliação econômica caso Ampla com investimento no ano 2 Fonte: próprio autor

196 174 Tabela 29: Fluxo de caixa considerando o Fator Q caso Ampla com investimento no ano 2 Ano INVESTIMENTOS 226,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Mão de Obra (CA de Montagem) 67,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Materiais (UC + COM) 67,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Direto (projeto e fiscalização) 45,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Indireto (pessoal próprio, infra estrutura, etc) 45,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Depreciação 0,0 0,0 0,0 0,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 0,0 0 BENEFICIOS 0,0 9,1 9,3 4,7 38,5 37,4 36,4 35,4 34,3 33,3 32,3 31,3 30,2 29,2 28,2 27,2 26,1 25,1 24,1 23,0 22,0 21,0 20,0 18,9 17,9 16,9 15,8 14,8 13,8 4,7 4,7 (Aumento de Ingressos) Quota de reintegração (MR$) 0,0 0,0 0,0 0,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 0,0 0,0 Benefício Futuro na Base de Remuneração Regulatória 0,0 0,0 0,0 0,0 24,7 23,6 22,6 21,6 20,5 19,5 18,5 17,5 16,4 15,4 14,4 13,4 12,3 11,3 10,3 9,2 8,2 7,2 6,2 5,1 4,1 3,1 2,1 1,0 0,0 0,0 0,0 Benefício Tarifário via Fator Xq 0,0 4,4 4,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 (Economia de custos) Compensações por DIC/FIC/DMIC 0,0 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 Causas Judiciais 0,0 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 Diminuição das indenizações por queima de aparelhos 0,0 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 Resultado antes de impostos 9,1 9,3 4,7 29,4 28,4 27,4 26,3 25,3 24,3 23,2 22,2 21,2 20,2 19,1 18,1 17,1 16,1 15,0 14,0 13,0 11,9 10,9 9,9 8,9 7,8 6,8 5,8 4,7 4,7 4,7 Impostos 0,5 0,5 0,2 1,5 1,4 1,4 1,3 1,3 1,2 1,2 1,1 1,1 1,0 1,0 0,9 0,9 0,8 0,8 0,7 0,6 0,6 0,5 0,5 0,4 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 Resultado depois de impostos 8,7 8,8 4,5 27,9 27,0 26,0 25,0 24,0 23,1 22,1 21,1 20,1 19,2 18,2 17,2 16,2 15,2 14,3 13,3 12,3 11,3 10,4 9,4 8,4 7,4 6,5 5,5 4,5 4,5 4,5 F.C.N Periodo de Avaliação 30 Anos de depreciação do investimento 25 VPL (MR$) 66 TIR (%) 9,77 TIR Mínimo 8,00% Antecedentes Taxa de desconto 7,00% Taxa de impostos 5,0% Fonte: próprio autor

197 175 Tabela 30: Fluxo de caixa sem considerar o Fator Q caso Ampla com investimento no ano 2 Ano INVESTIMENTOS 226,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Mão de Obra (CA de Montagem) 67,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Materiais (UC + COM) 67,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Direto (projeto e fiscalização) 45,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Indireto (pessoal próprio, infra estrutura, etc) 45,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Depreciação 0,0 0,0 0,0 0,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 0,0 0 BENEFICIOS 0,0 4,7 4,7 4,7 38,5 37,4 36,4 35,4 34,3 33,3 32,3 31,3 30,2 29,2 28,2 27,2 26,1 25,1 24,1 23,0 22,0 21,0 20,0 18,9 17,9 16,9 15,8 14,8 13,8 4,7 4,7 (Aumento de Ingressos) Quota de reintegração (MR$) 0,0 0,0 0,0 0,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 0,0 0,0 Benefício Futuro na Base de Remuneração Regulatória 0,0 0,0 0,0 0,0 24,7 23,6 22,6 21,6 20,5 19,5 18,5 17,5 16,4 15,4 14,4 13,4 12,3 11,3 10,3 9,2 8,2 7,2 6,2 5,1 4,1 3,1 2,1 1,0 0,0 0,0 0,0 Benefício Tarifário via Fator Xq 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 (Economia de custos) Compensações por DIC/FIC/DMIC 0,0 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 Causas Judiciais 0,0 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 Diminuição das indenizações por queima de aparelhos 0,0 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 Resultado antes de impostos 4,7 4,7 4,7 29,4 28,4 27,4 26,3 25,3 24,3 23,2 22,2 21,2 20,2 19,1 18,1 17,1 16,1 15,0 14,0 13,0 11,9 10,9 9,9 8,9 7,8 6,8 5,8 4,7 4,7 4,7 Impostos 0,2 0,2 0,2 1,5 1,4 1,4 1,3 1,3 1,2 1,2 1,1 1,1 1,0 1,0 0,9 0,9 0,8 0,8 0,7 0,6 0,6 0,5 0,5 0,4 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 Resultado depois de impostos 4,5 4,5 4,5 27,9 27,0 26,0 25,0 24,0 23,1 22,1 21,1 20,1 19,2 18,2 17,2 16,2 15,2 14,3 13,3 12,3 11,3 10,4 9,4 8,4 7,4 6,5 5,5 4,5 4,5 4,5 F.C.N Periodo de Avaliação 30 Anos de depreciação do investimento 25 VPL (MR$) 59 TIR (%) 9,40 TIR Mínimo 8,00% Antecedentes Taxa de desconto 7,00% Taxa de impostos 5,0% Fonte: próprio autor

198 176 Tabela 31: Comparação entre as análises com e sem Fator Q caso Ampla com investimento no ano 2 Projeto sem Xq Ano Investimento 226,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefícios 0,0 4,7 4,7 4,7 38,5 37,4 36,4 35,4 34,3 33,3 32,3 31,3 30,2 29,2 28,2 27,2 26,1 25,1 24,1 23,0 22,0 21,0 20,0 18,9 17,9 16,9 15,8 14,8 13,8 4,7 4,7 Projeto com Xq Ano Investimento 226,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefícios 0,0 9,1 9,3 4,7 38,5 37,4 36,4 35,4 34,3 33,3 32,3 31,3 30,2 29,2 28,2 27,2 26,1 25,1 24,1 23,0 22,0 21,0 20,0 18,9 17,9 16,9 15,8 14,8 13,8 4,7 4,7 VPLM TIR % $ Projeto sem Xq 59 9,40 Projeto com Xq 66 9,77 Fonte: próprio autor

199 177 iv. Caso Ampla: Investimento no ano 3 Tabela 32: Premissas para avaliação econômica caso Ampla com investimento no ano 3 Fonte: próprio autor

200 178 Tabela 33: Fluxo de caixa considerando o Fator Q caso Ampla com investimento no ano 3 Ano INVESTIMENTOS 226,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Mão de Obra (CA de Montagem) 67,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Materiais (UC + COM) 67,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Direto (projeto e fiscalização) 45,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Indireto (pessoal próprio, infra estrutura, etc) 45,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Depreciação 0,0 0,0 0,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 0,0 0,0 0 BENEFICIOS 0,0 9,3 4,7 38,5 37,4 36,4 35,4 34,3 33,3 32,3 31,3 30,2 29,2 28,2 27,2 26,1 25,1 24,1 23,0 22,0 21,0 20,0 18,9 17,9 16,9 15,8 14,8 13,8 4,7 4,7 4,7 (Aumento de Ingressos) Quota de reintegração (MR$) 0,0 0,0 0,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 0,0 0,0 0,0 Benefício Futuro na Base de Remuneração Regulatória 0,0 0,0 0,0 24,7 23,6 22,6 21,6 20,5 19,5 18,5 17,5 16,4 15,4 14,4 13,4 12,3 11,3 10,3 9,2 8,2 7,2 6,2 5,1 4,1 3,1 2,1 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefício Tarifário via Fator Xq 0,0 4,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 (Economia de custos) Compensações por DIC/FIC/DMIC 0,0 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 Causas Judiciais 0,0 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 Diminuição das indenizações por queima de aparelhos 0,0 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 Resultado antes de impostos 9,3 4,7 29,4 28,4 27,4 26,3 25,3 24,3 23,2 22,2 21,2 20,2 19,1 18,1 17,1 16,1 15,0 14,0 13,0 11,9 10,9 9,9 8,9 7,8 6,8 5,8 4,7 4,7 4,7 4,7 Impostos 0,5 0,2 1,5 1,4 1,4 1,3 1,3 1,2 1,2 1,1 1,1 1,0 1,0 0,9 0,9 0,8 0,8 0,7 0,6 0,6 0,5 0,5 0,4 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2 Resultado depois de impostos 8,8 4,5 27,9 27,0 26,0 25,0 24,0 23,1 22,1 21,1 20,1 19,2 18,2 17,2 16,2 15,2 14,3 13,3 12,3 11,3 10,4 9,4 8,4 7,4 6,5 5,5 4,5 4,5 4,5 4,5 F.C.N Periodo de Avaliação 30 Anos de depreciação do investimento 25 VPL (MR$) 79 TIR (%) 10,51 TIR Mínimo 8,00% Antecedentes Taxa de desconto 7,00% Taxa de impostos 5,0% Fonte: próprio autor

201 179 Tabela 34: Fluxo de caixa sem considerar o Fator Q caso Ampla com investimento no ano 3 Ano INVESTIMENTOS 226,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Mão de Obra (CA de Montagem) 67,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Materiais (UC + COM) 67,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Direto (projeto e fiscalização) 45,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Indireto (pessoal próprio, infra estrutura, etc) 45,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Depreciação 0,0 0,0 0,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 0,0 0,0 0 BENEFICIOS 0,0 4,7 4,7 38,5 37,4 36,4 35,4 34,3 33,3 32,3 31,3 30,2 29,2 28,2 27,2 26,1 25,1 24,1 23,0 22,0 21,0 20,0 18,9 17,9 16,9 15,8 14,8 13,8 4,7 4,7 4,7 (Aumento de Ingressos) Quota de reintegração (MR$) 0,0 0,0 0,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 0,0 0,0 0,0 Benefício Futuro na Base de Remuneração Regulatória 0,0 0,0 0,0 24,7 23,6 22,6 21,6 20,5 19,5 18,5 17,5 16,4 15,4 14,4 13,4 12,3 11,3 10,3 9,2 8,2 7,2 6,2 5,1 4,1 3,1 2,1 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefício Tarifário via Fator Xq 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 (Economia de custos) Compensações por DIC/FIC/DMIC 0,0 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 Causas Judiciais 0,0 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 Diminuição das indenizações por queima de aparelhos 0,0 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 Resultado antes de impostos 4,7 4,7 29,4 28,4 27,4 26,3 25,3 24,3 23,2 22,2 21,2 20,2 19,1 18,1 17,1 16,1 15,0 14,0 13,0 11,9 10,9 9,9 8,9 7,8 6,8 5,8 4,7 4,7 4,7 4,7 Impostos 0,2 0,2 1,5 1,4 1,4 1,3 1,3 1,2 1,2 1,1 1,1 1,0 1,0 0,9 0,9 0,8 0,8 0,7 0,6 0,6 0,5 0,5 0,4 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2 Resultado depois de impostos 4,5 4,5 27,9 27,0 26,0 25,0 24,0 23,1 22,1 21,1 20,1 19,2 18,2 17,2 16,2 15,2 14,3 13,3 12,3 11,3 10,4 9,4 8,4 7,4 6,5 5,5 4,5 4,5 4,5 4,5 F.C.N Periodo de Avaliação 30 Anos de depreciação do investimento 25 VPL (MR$) 75 TIR (%) 10,29 TIR Mínimo 8,00% Antecedentes Taxa de desconto 7,00% Taxa de impostos 5,0% Fonte: próprio autor

202 Ano Investimento 226,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefícios 0,0 4,7 4,7 38,5 37,4 36,4 35,4 34,3 33,3 32,3 31,3 30,2 29,2 28,2 27,2 26,1 25,1 24,1 23,0 22,0 21,0 20,0 18,9 17,9 16,9 15,8 14,8 13,8 4,7 4,7 4,7 Ano Investimento 226,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefícios 0,0 9,3 4,7 38,5 37,4 36,4 35,4 34,3 33,3 32,3 31,3 30,2 29,2 28,2 27,2 26,1 25,1 24,1 23,0 22,0 21,0 20,0 18,9 17,9 16,9 15,8 14,8 13,8 4,7 4,7 4,7 VPLM $ TIR % 180 Tabela 35: Comparação entre as análises com e sem Fator Q caso Ampla com investimento no ano 3 Projeto com Xq 79 10,51 Projeto sem Xq 75 10,29 Projeto com Xq Projeto sem Xq Fonte: próprio autor

203 181 v. Caso Ampla: Investimento no ano 4 Tabela 36: Premissas para avaliação econômica caso Ampla com investimento no ano 4 Fonte: próprio autor

204 182 Tabela 37: Fluxo de caixa considerando o Fator Q caso Ampla com investimento no ano 4 Ano INVESTIMENTOS 226,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Mão de Obra (CA de Montagem) 67,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Materiais (UC + COM) 67,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Direto (projeto e fiscalização) 45,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Indireto (pessoal próprio, infra estrutura, etc) 45,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Depreciação 0,0 0,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 0,0 0,0 0,0 0 BENEFICIOS 0,0 4,7 38,5 37,4 36,4 35,4 34,3 33,3 32,3 31,3 30,2 29,2 28,2 27,2 26,1 25,1 24,1 23,0 22,0 21,0 20,0 18,9 17,9 16,9 15,8 14,8 13,8 4,7 4,7 4,7 4,7 (Aumento de Ingressos) Quota de reintegração (MR$) 0,0 0,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefício Futuro na Base de Remuneração Regulatória 0,0 0,0 24,7 23,6 22,6 21,6 20,5 19,5 18,5 17,5 16,4 15,4 14,4 13,4 12,3 11,3 10,3 9,2 8,2 7,2 6,2 5,1 4,1 3,1 2,1 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefício Tarifário via Fator Xq 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 (Economia de custos) Compensações por DIC/FIC/DMIC 0,0 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 Causas Judiciais 0,0 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 Diminuição das indenizações por queima de aparelhos 0,0 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 Resultado antes de impostos 4,7 29,4 28,4 27,4 26,3 25,3 24,3 23,2 22,2 21,2 20,2 19,1 18,1 17,1 16,1 15,0 14,0 13,0 11,9 10,9 9,9 8,9 7,8 6,8 5,8 4,7 4,7 4,7 4,7 4,7 Impostos 0,2 1,5 1,4 1,4 1,3 1,3 1,2 1,2 1,1 1,1 1,0 1,0 0,9 0,9 0,8 0,8 0,7 0,6 0,6 0,5 0,5 0,4 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 Resultado depois de impostos 4,5 27,9 27,0 26,0 25,0 24,0 23,1 22,1 21,1 20,1 19,2 18,2 17,2 16,2 15,2 14,3 13,3 12,3 11,3 10,4 9,4 8,4 7,4 6,5 5,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 F.C.N Periodo de Avaliação 30 Anos de depreciação do investimento 25 VPL (MR$) 92 TIR (%) 11,43 TIR Mínimo 8,00% Antecedentes Taxa de desconto 7,00% Taxa de impostos 5,0% Fonte: próprio autor

205 183 Tabela 38: Fluxo de caixa sem considerar o Fator Q caso Ampla com investimento no ano 4 Ano INVESTIMENTOS 226,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Mão de Obra (CA de Montagem) 67,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Materiais (UC + COM) 67,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Direto (projeto e fiscalização) 45,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Indireto (pessoal próprio, infra estrutura, etc) 45,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Depreciação 0,0 0,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 0,0 0,0 0,0 0 BENEFICIOS 0,0 4,7 38,5 37,4 36,4 35,4 34,3 33,3 32,3 31,3 30,2 29,2 28,2 27,2 26,1 25,1 24,1 23,0 22,0 21,0 20,0 18,9 17,9 16,9 15,8 14,8 13,8 4,7 4,7 4,7 4,7 (Aumento de Ingressos) Quota de reintegração (MR$) 0,0 0,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefício Futuro na Base de Remuneração Regulatória 0,0 0,0 24,7 23,6 22,6 21,6 20,5 19,5 18,5 17,5 16,4 15,4 14,4 13,4 12,3 11,3 10,3 9,2 8,2 7,2 6,2 5,1 4,1 3,1 2,1 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefício Tarifário via Fator Xq 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 (Economia de custos) Compensações por DIC/FIC/DMIC 0,0 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 Causas Judiciais 0,0 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 Diminuição das indenizações por queima de aparelhos 0,0 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 Resultado antes de impostos 4,7 29,4 28,4 27,4 26,3 25,3 24,3 23,2 22,2 21,2 20,2 19,1 18,1 17,1 16,1 15,0 14,0 13,0 11,9 10,9 9,9 8,9 7,8 6,8 5,8 4,7 4,7 4,7 4,7 4,7 Impostos 0,2 1,5 1,4 1,4 1,3 1,3 1,2 1,2 1,1 1,1 1,0 1,0 0,9 0,9 0,8 0,8 0,7 0,6 0,6 0,5 0,5 0,4 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 Resultado depois de impostos 4,5 27,9 27,0 26,0 25,0 24,0 23,1 22,1 21,1 20,1 19,2 18,2 17,2 16,2 15,2 14,3 13,3 12,3 11,3 10,4 9,4 8,4 7,4 6,5 5,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 F.C.N Periodo de Avaliação 30 Anos de depreciação do investimento 25 VPL (MR$) 92 TIR (%) 11,43 TIR Mínimo 8,00% Antecedentes Taxa de desconto 7,00% Taxa de impostos 5,0% Fonte: próprio autor

206 184 Tabela 39: Comparação entre as análises com e sem Fator Q caso Ampla com investimento no ano 4 Projeto sem Xq Ano Investimento 226,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefícios 0,0 4,7 38,5 37,4 36,4 35,4 34,3 33,3 32,3 31,3 30,2 29,2 28,2 27,2 26,1 25,1 24,1 23,0 22,0 21,0 20,0 18,9 17,9 16,9 15,8 14,8 13,8 4,7 4,7 4,7 4,7 Projeto com Xq Ano Investimento 226,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefícios 0,0 4,7 38,5 37,4 36,4 35,4 34,3 33,3 32,3 31,3 30,2 29,2 28,2 27,2 26,1 25,1 24,1 23,0 22,0 21,0 20,0 18,9 17,9 16,9 15,8 14,8 13,8 4,7 4,7 4,7 4,7 VPLM TIR % $ Projeto sem Xq 92 11,43 Projeto com Xq 92 11,43 Fonte: próprio autor

207 185 vi. Caso Coelce: Investimento no ano 4 Tabela 40: Premissas para avaliação econômica caso Coelce com investimento no ano 4 Fonte: próprio autor

208 186 Tabela 41: Fluxo de caixa considerando o Fator Q caso Coelce com investimento no ano 4 Ano INVESTIMENTOS 139,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Mão de Obra (CA de Montagem) 41,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Materiais (UC + COM) 41,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Direto (projeto e fiscalização) 28,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Indireto (pessoal próprio, infra estrutura, etc) 28,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Depreciação 0,0 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0 BENEFICIOS 0,0 27,3 26,9 26,5 19,5 18,9 18,3 17,6 17,0 16,4 15,7 15,1 14,5 13,8 13,2 12,5 11,9 11,3 10,6 10,0 9,4 8,7 8,1 7,5 6,8 6,2 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 (Aumento de Ingressos) Quota de reintegração (MR$) 0,0 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefício Futuro na Base de Remuneração Regulatória 0,0 15,2 14,6 14,0 13,3 12,7 12,1 11,4 10,8 10,2 9,5 8,9 8,3 7,6 7,0 6,4 5,7 5,1 4,4 3,8 3,2 2,5 1,9 1,3 0,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefício Tarifário via Fator Xq 0,0 5,9 6,1 6,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 (Economia de custos) Compensações por DIC/FIC/DMIC 0,0 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 Causas Judiciais 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 Diminuição das indenizações por queima de aparelhos 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 Resultado antes de impostos 21,7 21,3 21,0 13,9 13,3 12,7 12,0 11,4 10,8 10,1 9,5 8,9 8,2 7,6 7,0 6,3 5,7 5,1 4,4 3,8 3,1 2,5 1,9 1,2 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 Impostos 1,1 1,1 1,0 0,7 0,7 0,6 0,6 0,6 0,5 0,5 0,5 0,4 0,4 0,4 0,3 0,3 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,1 0,1 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Resultado depois de impostos 20,6 20,3 19,9 13,2 12,6 12,0 11,4 10,8 10,2 9,6 9,0 8,4 7,8 7,2 6,6 6,0 5,4 4,8 4,2 3,6 3,0 2,4 1,8 1,2 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 F.C.N Periodo de Avaliação 30 Anos de depreciação do investimento 25 VPL (MR$) 56 TIR (%) 12,56 TIR Mínimo 8,00% Antecedentes Taxa de desconto 7,00% Taxa de impostos 5,0% Fonte: próprio autor

209 Ano INVESTIMENTOS 139,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Mão de Obra (CA de Montagem) 41,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Materiais (UC + COM) 41,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Direto (projeto e fiscalização) 28,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Indireto (pessoal próprio, infra estrutura, etc) 28,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Depreciação 0,0 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0 BENEFICIOS 0,0 21,4 20,8 20,2 19,5 18,9 18,3 17,6 17,0 16,4 15,7 15,1 14,5 13,8 13,2 12,5 11,9 11,3 10,6 10,0 9,4 8,7 8,1 7,5 6,8 6,2 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 (Aumento de Ingressos) Quota de reintegração (MR$) 0,0 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefício Futuro na Base de Remuneração Regulatória 0,0 15,2 14,6 14,0 13,3 12,7 12,1 11,4 10,8 10,2 9,5 8,9 8,3 7,6 7,0 6,4 5,7 5,1 4,4 3,8 3,2 2,5 1,9 1,3 0,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefício Tarifário via Fator Xq 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 (Economia de custos) Compensações por DIC/FIC/DMIC 0,0 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 Causas Judiciais 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 Diminuição das indenizações por queima de aparelhos 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 Resultado antes de impostos 15,9 15,2 14,6 13,9 13,3 12,7 12,0 11,4 10,8 10,1 9,5 8,9 8,2 7,6 7,0 6,3 5,7 5,1 4,4 3,8 3,1 2,5 1,9 1,2 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 Impostos 0,8 0,8 0,7 0,7 0,7 0,6 0,6 0,6 0,5 0,5 0,5 0,4 0,4 0,4 0,3 0,3 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,1 0,1 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Resultado depois de impostos 15,1 14,5 13,9 13,2 12,6 12,0 11,4 10,8 10,2 9,6 9,0 8,4 7,8 7,2 6,6 6,0 5,4 4,8 4,2 3,6 3,0 2,4 1,8 1,2 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 F.C.N Antecedentes Periodo de Avaliação 30 Anos de depreciação do investimento 25 VPL (MR$) 41 TIR (%) 10,78 TIR Mínimo 8,00% Taxa de desconto 7,00% Taxa de impostos 5,0% 187 Tabela 42: Fluxo de caixa sem considerar o Fator Q caso Coelce com investimento no ano 4 Fonte: próprio autor

210 188 Tabela 43: Comparação entre as análises com e sem Fator Q caso Coelce com investimento no ano 4 Projeto sem Xq Ano Investimento 139,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefícios 0,0 21,4 20,8 20,2 19,5 18,9 18,3 17,6 17,0 16,4 15,7 15,1 14,5 13,8 13,2 12,5 11,9 11,3 10,6 10,0 9,4 8,7 8,1 7,5 6,8 6,2 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 Projeto com Xq Ano Investimento 139,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefícios 0,0 27,3 26,9 26,5 19,5 18,9 18,3 17,6 17,0 16,4 15,7 15,1 14,5 13,8 13,2 12,5 11,9 11,3 10,6 10,0 9,4 8,7 8,1 7,5 6,8 6,2 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 VPLM TIR % $ Projeto sem Xq 41 10,78 Projeto com Xq 56 12,56 Fonte: próprio autor

211 189 vii. Caso Coelce: Investimento no ano 1 Tabela 44: Premissas para avaliação econômica caso Coelce com investimento no ano 1 Fonte: próprio autor

212 190 Tabela 45: Fluxo de caixa considerando o Fator Q caso Coelce com investimento no ano 1 Ano INVESTIMENTOS 139,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Mão de Obra (CA de Montagem) 41,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Materiais (UC + COM) 41,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Direto (projeto e fiscalização) 28,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Indireto (pessoal próprio, infra estrutura, etc) 28,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Depreciação 0,0 0,0 0,0 0,0 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 0,0 0 BENEFICIOS 0,0 6,7 7,0 0,6 21,4 20,8 20,2 19,5 18,9 18,3 17,6 17,0 16,4 15,7 15,1 14,5 13,8 13,2 12,5 11,9 11,3 10,6 10,0 9,4 8,7 8,1 7,5 6,8 6,2 0,6 0,6 (Aumento de Ingressos) Quota de reintegração (MR$) 0,0 0,0 0,0 0,0 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 0,0 0,0 Benefício Futuro na Base de Remuneração Regulatória 0,0 0,0 0,0 0,0 15,2 14,6 14,0 13,3 12,7 12,1 11,4 10,8 10,2 9,5 8,9 8,3 7,6 7,0 6,4 5,7 5,1 4,4 3,8 3,2 2,5 1,9 1,3 0,6 0,0 0,0 0,0 Benefício Tarifário via Fator Xq 0,0 6,1 6,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 (Economia de custos) Compensações por DIC/FIC/DMIC 0,0 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 Causas Judiciais 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 Diminuição das indenizações por queima de aparelhos 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 Resultado antes de impostos 6,7 7,0 0,6 15,9 15,2 14,6 13,9 13,3 12,7 12,0 11,4 10,8 10,1 9,5 8,9 8,2 7,6 7,0 6,3 5,7 5,1 4,4 3,8 3,1 2,5 1,9 1,2 0,6 0,6 0,6 Impostos 0,3 0,3 0,0 0,8 0,8 0,7 0,7 0,7 0,6 0,6 0,6 0,5 0,5 0,5 0,4 0,4 0,4 0,3 0,3 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,1 0,1 0,1 0,0 0,0 0,0 Resultado depois de impostos 6,4 6,6 0,6 15,1 14,5 13,9 13,2 12,6 12,0 11,4 10,8 10,2 9,6 9,0 8,4 7,8 7,2 6,6 6,0 5,4 4,8 4,2 3,6 3,0 2,4 1,8 1,2 0,6 0,6 0,6 F.C.N Periodo de Avaliação 30 Anos de depreciação do investimento 25 VPL (MR$) 19 TIR (%) 8,41 TIR Mínimo 8,00% Antecedentes Taxa de desconto 7,00% Taxa de impostos 5,0% Fonte: próprio autor

213 191 Tabela 46: Fluxo de caixa sem considerar o Fator Q caso Coelce com investimento no ano 1 Ano INVESTIMENTOS 139,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Mão de Obra (CA de Montagem) 41,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Materiais (UC + COM) 41,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Direto (projeto e fiscalização) 28,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Indireto (pessoal próprio, infra estrutura, etc) 28,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Depreciação 0,0 0,0 0,0 0,0 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 0,0 0 BENEFICIOS 0,0 0,6 0,6 0,6 21,4 20,8 20,2 19,5 18,9 18,3 17,6 17,0 16,4 15,7 15,1 14,5 13,8 13,2 12,5 11,9 11,3 10,6 10,0 9,4 8,7 8,1 7,5 6,8 6,2 0,6 0,6 (Aumento de Ingressos) Quota de reintegração (MR$) 0,0 0,0 0,0 0,0 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 0,0 0,0 Benefício Futuro na Base de Remuneração Regulatória 0,0 0,0 0,0 0,0 15,2 14,6 14,0 13,3 12,7 12,1 11,4 10,8 10,2 9,5 8,9 8,3 7,6 7,0 6,4 5,7 5,1 4,4 3,8 3,2 2,5 1,9 1,3 0,6 0,0 0,0 0,0 Benefício Tarifário via Fator Xq 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 (Economia de custos) Compensações por DIC/FIC/DMIC 0,0 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 Causas Judiciais 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 Diminuição das indenizações por queima de aparelhos 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 Resultado antes de impostos 0,6 0,6 0,6 15,9 15,2 14,6 13,9 13,3 12,7 12,0 11,4 10,8 10,1 9,5 8,9 8,2 7,6 7,0 6,3 5,7 5,1 4,4 3,8 3,1 2,5 1,9 1,2 0,6 0,6 0,6 Impostos 0,0 0,0 0,0 0,8 0,8 0,7 0,7 0,7 0,6 0,6 0,6 0,5 0,5 0,5 0,4 0,4 0,4 0,3 0,3 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,1 0,1 0,1 0,0 0,0 0,0 Resultado depois de impostos 0,6 0,6 0,6 15,1 14,5 13,9 13,2 12,6 12,0 11,4 10,8 10,2 9,6 9,0 8,4 7,8 7,2 6,6 6,0 5,4 4,8 4,2 3,6 3,0 2,4 1,8 1,2 0,6 0,6 0,6 F.C.N Periodo de Avaliação 30 Anos de depreciação do investimento 25 VPL (MR$) 9 TIR (%) 7,61 TIR Mínimo 8,00% Antecedentes Taxa de desconto 7,00% Taxa de impostos 5,0% Fonte: próprio autor

214 192 Tabela 47: Comparação entre as análises com e sem Fator Q caso Coelce com investimento no ano 1 Projeto sem Xq Ano Investimento 139,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefícios 0,0 0,6 0,6 0,6 21,4 20,8 20,2 19,5 18,9 18,3 17,6 17,0 16,4 15,7 15,1 14,5 13,8 13,2 12,5 11,9 11,3 10,6 10,0 9,4 8,7 8,1 7,5 6,8 6,2 0,6 0,6 Projeto com Xq Ano Investimento 139,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefícios 0,0 6,7 7,0 0,6 21,4 20,8 20,2 19,5 18,9 18,3 17,6 17,0 16,4 15,7 15,1 14,5 13,8 13,2 12,5 11,9 11,3 10,6 10,0 9,4 8,7 8,1 7,5 6,8 6,2 0,6 0,6 VPLM TIR % $ Projeto sem Xq 9 7,61 Projeto com Xq 19 8,41 Fonte: próprio autor

215 193 viii. Caso Coelce: Investimento no ano 2 Tabela 48: Premissas para avaliação econômica caso Coelce com investimento no ano 2 Fonte: próprio autor

216 194 Tabela 49: Fluxo de caixa considerando o Fator Q caso Coelce com investimento no ano 2 Ano INVESTIMENTOS 139,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Mão de Obra (CA de Montagem) 41,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Materiais (UC + COM) 41,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Direto (projeto e fiscalização) 28,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Indireto (pessoal próprio, infra estrutura, etc) 28,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Depreciação 0,0 0,0 0,0 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 0,0 0,0 0 BENEFICIOS 0,0 6,9 0,6 21,4 20,8 20,2 19,5 18,9 18,3 17,6 17,0 16,4 15,7 15,1 14,5 13,8 13,2 12,5 11,9 11,3 10,6 10,0 9,4 8,7 8,1 7,5 6,8 6,2 0,6 0,6 0,6 (Aumento de Ingressos) Quota de reintegração (MR$) 0,0 0,0 0,0 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 0,0 0,0 0,0 Benefício Futuro na Base de Remuneração Regulatória 0,0 0,0 0,0 15,2 14,6 14,0 13,3 12,7 12,1 11,4 10,8 10,2 9,5 8,9 8,3 7,6 7,0 6,4 5,7 5,1 4,4 3,8 3,2 2,5 1,9 1,3 0,6 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefício Tarifário via Fator Xq 0,0 6,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 (Economia de custos) Compensações por DIC/FIC/DMIC 0,0 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 Causas Judiciais 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 Diminuição das indenizações por queima de aparelhos 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 Resultado antes de impostos 6,9 0,6 15,9 15,2 14,6 13,9 13,3 12,7 12,0 11,4 10,8 10,1 9,5 8,9 8,2 7,6 7,0 6,3 5,7 5,1 4,4 3,8 3,1 2,5 1,9 1,2 0,6 0,6 0,6 0,6 Impostos 0,3 0,0 0,8 0,8 0,7 0,7 0,7 0,6 0,6 0,6 0,5 0,5 0,5 0,4 0,4 0,4 0,3 0,3 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,1 0,1 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 Resultado depois de impostos 6,6 0,6 15,1 14,5 13,9 13,2 12,6 12,0 11,4 10,8 10,2 9,6 9,0 8,4 7,8 7,2 6,6 6,0 5,4 4,8 4,2 3,6 3,0 2,4 1,8 1,2 0,6 0,6 0,6 0,6 F.C.N Periodo de Avaliação 30 Anos de depreciação do investimento 25 VPL (MR$) 24 TIR (%) 8,87 TIR Mínimo 8,00% Antecedentes Taxa de desconto 7,00% Taxa de impostos 5,0% Fonte: próprio autor

217 Ano INVESTIMENTOS 139,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Mão de Obra (CA de Montagem) 41,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Materiais (UC + COM) 41,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Direto (projeto e fiscalização) 28,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Indireto (pessoal próprio, infra estrutura, etc) 28,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Depreciação 0,0 0,0 0,0 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 0,0 0,0 0 BENEFICIOS 0,0 0,6 0,6 21,4 20,8 20,2 19,5 18,9 18,3 17,6 17,0 16,4 15,7 15,1 14,5 13,8 13,2 12,5 11,9 11,3 10,6 10,0 9,4 8,7 8,1 7,5 6,8 6,2 0,6 0,6 0,6 (Aumento de Ingressos) Quota de reintegração (MR$) 0,0 0,0 0,0 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 0,0 0,0 0,0 Benefício Futuro na Base de Remuneração Regulatória 0,0 0,0 0,0 15,2 14,6 14,0 13,3 12,7 12,1 11,4 10,8 10,2 9,5 8,9 8,3 7,6 7,0 6,4 5,7 5,1 4,4 3,8 3,2 2,5 1,9 1,3 0,6 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefício Tarifário via Fator Xq 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 (Economia de custos) Compensações por DIC/FIC/DMIC 0,0 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 Causas Judiciais 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 Diminuição das indenizações por queima de aparelhos 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 Resultado antes de impostos 0,6 0,6 15,9 15,2 14,6 13,9 13,3 12,7 12,0 11,4 10,8 10,1 9,5 8,9 8,2 7,6 7,0 6,3 5,7 5,1 4,4 3,8 3,1 2,5 1,9 1,2 0,6 0,6 0,6 0,6 Impostos 0,0 0,0 0,8 0,8 0,7 0,7 0,7 0,6 0,6 0,6 0,5 0,5 0,5 0,4 0,4 0,4 0,3 0,3 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,1 0,1 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 Resultado depois de impostos 0,6 0,6 15,1 14,5 13,9 13,2 12,6 12,0 11,4 10,8 10,2 9,6 9,0 8,4 7,8 7,2 6,6 6,0 5,4 4,8 4,2 3,6 3,0 2,4 1,8 1,2 0,6 0,6 0,6 0,6 F.C.N Antecedentes Periodo de Avaliação 30 Anos de depreciação do investimento 25 VPL (MR$) 19 TIR (%) 8,40 TIR Mínimo 8,00% Taxa de desconto 7,00% Taxa de impostos 5,0% 195 Tabela 50: Fluxo de caixa sem considerar o Fator Q caso Coelce com investimento no ano 2 Fonte: próprio autor

218 196 Tabela 51: Comparação entre as análises com e sem Fator Q caso Coelce com investimento no ano 2 Projeto com Xq 24 8,87 Projeto sem Xq 19 8,40 VPLM TIR % $ Investimento 139,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefícios 0,0 6,9 0,6 21,4 20,8 20,2 19,5 18,9 18,3 17,6 17,0 16,4 15,7 15,1 14,5 13,8 13,2 12,5 11,9 11,3 10,6 10,0 9,4 8,7 8,1 7,5 6,8 6,2 0,6 0,6 0,6 Ano Projeto com Xq Investimento 139,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefícios 0,0 0,6 0,6 21,4 20,8 20,2 19,5 18,9 18,3 17,6 17,0 16,4 15,7 15,1 14,5 13,8 13,2 12,5 11,9 11,3 10,6 10,0 9,4 8,7 8,1 7,5 6,8 6,2 0,6 0,6 0,6 Ano Projeto sem Xq Fonte: próprio autor

219 197 ix. Caso Coelce: Investimento no ano 3 Tabela 52: Premissas para avaliação econômica caso Coelce com investimento no ano 3 Fonte: próprio autor

220 198 Tabela 53: Fluxo de caixa considerando o Fator Q caso Coelce com investimento no ano 3 Taxa de desconto 7,00% Taxa de impostos 5,0% Antecedentes Periodo de Avaliação 30 Anos de depreciação do investimento 25 VPL (MR$) 29 TIR (%) 9,42 TIR Mínimo 8,00% F.C.N Resultado antes de impostos 0,6 15,9 15,2 14,6 13,9 13,3 12,7 12,0 11,4 10,8 10,1 9,5 8,9 8,2 7,6 7,0 6,3 5,7 5,1 4,4 3,8 3,1 2,5 1,9 1,2 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 Impostos 0,0 0,8 0,8 0,7 0,7 0,7 0,6 0,6 0,6 0,5 0,5 0,5 0,4 0,4 0,4 0,3 0,3 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,1 0,1 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Resultado depois de impostos 0,6 15,1 14,5 13,9 13,2 12,6 12,0 11,4 10,8 10,2 9,6 9,0 8,4 7,8 7,2 6,6 6,0 5,4 4,8 4,2 3,6 3,0 2,4 1,8 1,2 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 BENEFICIOS 0,0 0,6 21,4 20,8 20,2 19,5 18,9 18,3 17,6 17,0 16,4 15,7 15,1 14,5 13,8 13,2 12,5 11,9 11,3 10,6 10,0 9,4 8,7 8,1 7,5 6,8 6,2 0,6 0,6 0,6 0,6 (Aumento de Ingressos) Quota de reintegração (MR$) 0,0 0,0 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefício Futuro na Base de Remuneração Regulatória 0,0 0,0 15,2 14,6 14,0 13,3 12,7 12,1 11,4 10,8 10,2 9,5 8,9 8,3 7,6 7,0 6,4 5,7 5,1 4,4 3,8 3,2 2,5 1,9 1,3 0,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefício Tarifário via Fator Xq 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 (Economia de custos) Compensações por DIC/FIC/DMIC 0,0 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 Causas Judiciais 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 Diminuição das indenizações por queima de aparelhos 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 Depreciação 0,0 0,0 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 0,0 0,0 0,0 0 INVESTIMENTOS 139,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Mão de Obra (CA de Montagem) 41,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Materiais (UC + COM) 41,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Direto (projeto e fiscalização) 28,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Indireto (pessoal próprio, infra estrutura, etc) 28,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Ano Fonte: próprio autor

221 Ano INVESTIMENTOS 139,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Mão de Obra (CA de Montagem) 41,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento Materiais (UC + COM) 41,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Direto (projeto e fiscalização) 28,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Investimento CA Indireto (pessoal próprio, infra estrutura, etc) 28,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Depreciação 0,0 0,0 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 0,0 0,0 0,0 0 BENEFICIOS 0,0 0,6 21,4 20,8 20,2 19,5 18,9 18,3 17,6 17,0 16,4 15,7 15,1 14,5 13,8 13,2 12,5 11,9 11,3 10,6 10,0 9,4 8,7 8,1 7,5 6,8 6,2 0,6 0,6 0,6 0,6 (Aumento de Ingressos) Quota de reintegração (MR$) 0,0 0,0 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefício Futuro na Base de Remuneração Regulatória 0,0 0,0 15,2 14,6 14,0 13,3 12,7 12,1 11,4 10,8 10,2 9,5 8,9 8,3 7,6 7,0 6,4 5,7 5,1 4,4 3,8 3,2 2,5 1,9 1,3 0,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefício Tarifário via Fator Xq 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 (Economia de custos) Compensações por DIC/FIC/DMIC 0,0 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 Causas Judiciais 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 Diminuição das indenizações por queima de aparelhos 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 Resultado antes de impostos 0,6 15,9 15,2 14,6 13,9 13,3 12,7 12,0 11,4 10,8 10,1 9,5 8,9 8,2 7,6 7,0 6,3 5,7 5,1 4,4 3,8 3,1 2,5 1,9 1,2 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 Impostos 0,0 0,8 0,8 0,7 0,7 0,7 0,6 0,6 0,6 0,5 0,5 0,5 0,4 0,4 0,4 0,3 0,3 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,1 0,1 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Resultado depois de impostos 0,6 15,1 14,5 13,9 13,2 12,6 12,0 11,4 10,8 10,2 9,6 9,0 8,4 7,8 7,2 6,6 6,0 5,4 4,8 4,2 3,6 3,0 2,4 1,8 1,2 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 F.C.N Antecedentes Periodo de Avaliação 30 Anos de depreciação do investimento 25 VPL (MR$) 29 TIR (%) 9,42 TIR Mínimo 8,00% Taxa de desconto 7,00% Taxa de impostos 5,0% 199 Tabela 54: Fluxo de caixa sem considerar o Fator Q caso Coelce com investimento no ano 3 Fonte: próprio autor

222 200 Tabela 55: Comparação entre as análises com e sem Fator Q caso Coelce com investimento no ano 3 Projeto sem Xq Ano Investimento 139,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefícios 0,0 0,6 21,4 20,8 20,2 19,5 18,9 18,3 17,6 17,0 16,4 15,7 15,1 14,5 13,8 13,2 12,5 11,9 11,3 10,6 10,0 9,4 8,7 8,1 7,5 6,8 6,2 0,6 0,6 0,6 0,6 Projeto com Xq Ano Investimento 139,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Benefícios 0,0 0,6 21,4 20,8 20,2 19,5 18,9 18,3 17,6 17,0 16,4 15,7 15,1 14,5 13,8 13,2 12,5 11,9 11,3 10,6 10,0 9,4 8,7 8,1 7,5 6,8 6,2 0,6 0,6 0,6 0,6 VPLM TIR % $ Projeto sem Xq 29 9,42 Projeto com Xq 29 9,42 Fonte: próprio autor

223 201 II. PASSO A PASSO PARA FILTRO E PRIORIZAÇÃO DE ARTIGOS i. Pesquisa Bibliográfica Ressalta-se que após a conclusão de todo o trabalho, verificou-se que as bases mais recomendadas para a identificação de artigos de qualidade são Web of Science e SCOPUS. No entanto, para deixar registrado o caminho percorrido pelo pesquisador, são descritos os experimentos realizados com as bases definidas início da pesquisa. Iniciou-se a pesquisa utilizando a Base Wiley Online Library, conforme descrito a seguir. Os operadores booleanos adotados em pesquisas avançadas da referida base são: AND, OR e NOT. Com isso, o seguinte algoritmo de busca foi montado: Algoritmo 1: ( Electric Power Distribution ) AND Regulation AND ( Return on Capital OR Remuneration) AND ( Latin America OR South America ) Resultado: documentos Durante as pesquisas, verificou-se que a utilização de aspas é dispensável neste módulo avançado da base Wiley. Após a realização de uma leitura transversal nos títulos dos artigos resultantes da pesquisa, verificou-se a existência de muitas publicações relacionadas com energias renováveis, em especial eólicas, tema este fora do escopo na pesquisa. Desta forma uma nova pesquisa foi realizada excluindo a palavra Wind conforme algoritmo de pesquisa abaixo: Algoritmo 2: (Electric Power Distribution) AND Regulation AND ((Return on Capital) OR Remuneration) AND ((Latin AND America) OR (South AND America)) NOT Dictionary NOT Posters NOT Wind in All Fields between years 2000 and 2013 Resultado: 659 documentos Pode-se verificar que neste novo algoritmo, além da exclusão da palavra Wind, foram retirados os dicionários e pôsteres da pesquisa. Adicionalmente a pesquisa foi restringida aos documentos publicados pós o ano Com objetivo de restringir ainda mais, uma nova pesquisa foi realizada considerando somente publicações dos últimos 5 anos.

224 202 Algoritmo 3: (Electric Power Distribution) AND Regulation AND ((Return on Capital) OR Remuneration) AND ((Latin AND America) OR (South AND America)) NOT Dictionary NOT Posters NOT Wind in All Fields between years 2009 and 2013 Resultado: 383 documentos A etapa seguinte foi a catalogação em software especializado. Nesta etapa, a base Wiley Online Library apresentou uma limitação, a exportação de arquivos com extensão enw (para catalogação no EndNote ) somente pode ser realizada de 20 em 20 artigos. Com isso, foram necessárias 19 exportações para catalogar os artigos selecionados na ferramenta de gestão bibliográfica EndNote. Após análise da base catalogada e exportada para Excel, verificou-se que as 383 publicações estavam distribuídas em 89 periódicos com a distribuição apresentada na Figura 87. Figura 87: Periódicos dos artigos resultantes de uma pesquisa sobre regulação tarifária na América Latina utilizando a base de conhecimento Wiley Online Library Fonte: próprio autor

225 203 Na Figura 87 pode-se observar que os periódicos com o maior número de publicações resultantes da pesquisa realizada não possuem relação com o estudo em questão. Por esta razão, a pesquisa desta base foi desconsiderada e novas pesquisas foram realizadas conforme descrito nos próximos parágrafos. Pela experiência relatada nos parágrafos anteriores, onde uma pesquisa com palavras chave como Electric Power Distribution, Regulation, Return on Capital, Remuneration, Latin America e South America retornou a maior parte dos artigos em periódicos nas áreas de História e Antropologia, optou-se por utilizar uma base especializada no setor elétrico, a saber, a base do IEEE (Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos). Utilizando a sintaxe de pesquisa avançada desta base chegou-se no seguinte algoritmo de pesquisa: (((Electric Power Distribution) AND Regulation) AND Latin America) Resultado: 17 publicações Mesmo sendo um pouco mais genérico que o algoritmo utilizado na experiência anterior, esta pesquisa retornou apenas 17 publicações. Após realização de uma leitura transversal destes artigos, verificou-se uma predominância de artigos com características mais técnicas, voltadas para operação de sistemas elétricos, e não para aspectos econômicos do setor. Por esta razão, estes artigos não foram considerados para referencial teórico de presente estudo. Por tratar de um estudo na América Latina, uma opção de base para realizar a pesquisa bibliográfica foi o SciELO. A citação abaixo descreve esta base de conhecimento. SciELO é o resultado de um projeto de pesquisa da FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, em parceria com a BIREME - Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde. A partir de 2002, o Projeto conta com o apoio do CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. (SCIELO, 2013). A lógica de busca avançada no SciELO é sensivelmente diferente das demais bases. Nesta os operadores booleanos AND e OR não são utilizados, as pesquisas selecionadas com a opção de

226 204 pesquisa Todas as Palavras serão consideradas como conectadas por AND e aquelas pesquisas selecionadas com a opção Qualquer palavra serão consideradas como conectadas por OR. Além disso, existe a funcionalidade de utilização de truncamento para palavras com mesma raiz, como por exemplo, educ$ que retorna pesquisa para as palavras educación, education, educação etc. Assim, considerando as palavras chaves Distribuição de Energia Elétrica, Regulação, Remuneração de capital, Agencia reguladora e América Latina, o seguinte algoritmo de busca foi montado: Algoritmo 1: Distribuição de Energia Elétrica Regulação Remuneração de capital América Latina Resultado: zero documentos Dado a ausência de resultados, buscou-se utilizar o símbolo de truncagem $, chegando em: Algoritmo 2: Distrib$ Energia Ele$ Regul$ Remunera$ capital America Latin$ Resultado: zero documentos Mesmo com esta maior abrangência o resultado foi nulo, partiu-se então para redução do número de palavras chaves para ampliar o escopo da pesquisa: Algoritmo 3: Distrib$ Energia Ele$ Regul$ Resultado: 18 documentos A leitura transversal dos 18 documentos resultantes da pesquisa acima resultou em descarte de todos por baixa aderência com o tema em estudo. Assim, mais um resultado de pesquisa foi descartado e partiu-se para uma nova base conforme descrito a seguir. A próxima base a ser utilizada foi o Google Acadêmico, a pesquisa avançada nesta base aceita a maioria dos operadores avançados de pesquisa do motor de busca Google: operador "+" assegura que os seus resultados incluam palavras, letras ou números comuns geralmente ignorados pela tecnologia de pesquisa do Google, como em [+de knuth]; operador "-" exclui todos os resultados que incluam o termo de pesquisa, como em [flowers -autor:flowers]; a

227 205 pesquisa por frase retorna apenas resultados incluindo a frase exata, como em ["como quiser"]; operador "OR" retorna resultados incluindo algum dos termos pesquisados, como em [ações chamar OR colocar]; operador "título:" como em [notítulo:marte] só retorna resultados incluindo o termo pesquisado no título do documento (GOOGLE, 2011). Com conhecimento sobre a sintaxe de pesquisa avança do Google Acadêmico (GOOGLE, 2011), o seguinte algoritmo de busca foi montado: Algoritmo 1: Distribuição de Energia Elétrica + Regulação + Remuneração de capital + Agencia reguladora + América Latina Resultado: 15 documentos A leitura transversal dos 15 documentos encontrados resultou em 10 artigos com relevância para o estudo. Com relação à catalogação dos resultados de pesquisa do Google Acadêmico, foi verificado que é possível configurar um link de importação para EndNote, no entanto, não foi encontrada opção para importação massiva do resultado de pesquisa, devendo ser feita, artigo por artigo. Depois de importados um a um é possível selecionar todos os aquivos enw e importar para EndNote. Com isso, pode-se dizer que a realização de pesquisa fora do periódico Capes dificulta a etapa de catalogação de bibliografia, limitando a abrangência de estudo pois minimiza a possibilidade de aplicação de filtros de restrição. Com objetivo de encontrar uma base com maior volume de estudos uma nova pesquisa foi realizada conforme descrito na sequência. Com a utilização do acesso às bases do Periódicos Capes, teve-se acesso à base ScienceDirect. A sintaxe de pesquisas avançadas desta base utiliza os operadores booleanos AND, OR e AND NOT (SCIENCEDIRECT, 2013). Assim, algoritmos de pesquisa foram montados com base nesses operadores conforme abaixo: Algoritmo 1: (Electric AND Power AND Distribution) AND Regulation AND (Return AND Capital) AND (Latin AND America) Resultado: 948 documentos Com objetivo de reduzir o número de documentos resultantes da pesquisa, aplicou-se como restrição o universo de artigos publicados nos últimos cinco anos, assim chegou-se em:

228 206 Algoritmo 2 (restringindo os últimos cinco anos): (Electric AND Power AND Distribution) AND Regulation AND (Return AND Capital) AND (Latin AND America) Resultado: 257 documentos Após a realização de uma leitura transversal nos títulos dos artigos verificou-se a existência de muitas publicações relacionadas com energias renováveis, em especial eólicas, tema este fora do escopo na pesquisa. Desta forma uma nova pesquisa foi realizada excluindo a palavra Wind conforme algoritmo de pesquisa abaixo: Algoritmo 3 (restringindo os últimos cinco anos): (Electric AND Power AND Distribution) AND Regulation AND (Return AND Capital) AND (Latin AND America) AND NOT Wind Resultado: 131 documentos Os 131 artigos foram catalogados no EndNote, e sua exportação para arquivo txt permitiu o agrupamento de periódicos no Excel. Este agrupamento mostrou que a maior parte dos periódicos possuía aderência com o tema em pesquisa. Desta forma esta pesquisa foi a adotada para aplicação dos filtros e priorizações, e consequentemente definição dos artigos de referência. Figura 88: Periódicos dos artigos resultantes de uma pesquisa sobre regulação tarifária na América Latina utilizando a base de conhecimento ScienceDirect Fonte: próprio autor

229 207 Vale ressaltar que as pesquisas realizadas no ScienceDirect podem ser exportadas no formato RIS (que permite importação para EndNote ) em blocos de mil artigos, um avanço considerável com relação às bases mencionadas anteriormente como Wiley (blocos de 20) e Google Acadêmico (exportação individual). ii. Catalogação software especializado Conforme verificado no item anterior, a pesquisa bibliográfica retorna um grande volume de artigos, que por sua vez devem ser selecionados e priorizados para leitura. Existem softwares especializados em catalogação destes artigos que apoiam na organização dos mesmos para posterior filtragem e priorização. Os principais softwares são EndNote, Zotero, RefWorks e Mendeley (BUTROS; TAYLOR, 2010). No referido trabalho a ferramenta utilizada foi o EndNote. Na metodologia empregada nesta etapa do trabalho, o software de catalogação tem o papel gerar uma base de dados, referente aos artigos resultantes da pesquisa bibliográfica, para que o pesquisador aplique os filtros e a priorização. Assim, as atividades executadas nesta ferramenta na referida pesquisa são: - importação dos dados referentes à pesquisa bibliográfica realizada; - definição dos campos de interesse; - exportação dos campos de interesse para formato legível no Excel. Com relação à importação dos dados referentes à pesquisa bibliográfica realizada, foi mencionado anteriormente como são exportados os resultados de pesquisa de diferentes bases para o software de catalogação, no caso deste trabalho o EndNote. Para a base bibliográfica utilizada, ScienceDirect, é possível exportar até mil referências no formato RIS, que é possível importar para o EndNote. Com relação à definição dos campos de interesse, os campos utilizados nos filtros deste trabalho são: (i) Nome do Periódico; (ii) Ano da Publicação; (iii) Título do Artigo e (iv) Resumo. Na metodologia utilizada neste trabalho, a partir destes campos são realizados os filtros e parte da etapa de priorização.

230 208 A exportação dos campos acima para um formato legível no Excel, é realizada no EndNote através da criação de um novo estilo de saída (Output Styles). Os passos para realizar esta atividade no referido sistema são: - Acessar o menu Edit; - Na edição de estilo, ir em Bibliography -> Templates (menu no lado esquerdo); - Em seguida, selecionar as variáveis em Insert Field (botão lado superior direito); - Estilo criado neste estudo: Journal*Year*Title*Abstract. Figura 89: Criação de novo estilo no EndNote para viabilizar tratamento de dados no Excel Fonte: próprio autor Na sequência deve-se selecionar os artigos importados na etapa anterior e exportar utilizando este novo estilo gerado. O resultado é um arquivo com extensão txt com os quatro campos de interesse separados pelo caractere * (ou outro caractere definido pelo usuário do sistema). Este arquivo deve ser aberto no Excel, onde, através do Assistente de importação de texto, utiliza-se a opção Delimitado marcando o delimitador como Outro e especificando como *. A partir daí, pode-se realizar uma séria de analises e filtros dos 4 campos indicados anteriormente.

231 209 iii. Filtro de Pesquisa Após executar estas ações, parte-se para o filtro de pesquisa, os objetivos desta etapa são identificar os artigos com aderência ao tema de pesquisa e posicionar estes artigos com aderência em um ranking. Seguindo a metodologia descrita no item anterior, chega-se na etapa de Análise de Aderência com uma base em Excel referente aos artigos selecionados na etapa Pesquisa Bibliográfica contendo os seguintes campos dos artigos: Nome do Periódico, Ano da Publicação, Título do Artigo, Resumo. Para realizar o filtro, o seguinte método foi adotado: - análise de aderência do periódico com o tema de pesquisa; - análise de aderência do título com o tema de pesquisa; - análise de aderência do resumo com o tema de pesquisa. Dos 131 artigos importados pala EndNote somente 105 seguiram para análise, a diferença foi descartada pela ausência de um dos dados de interesse. Com apoio da funcionalidade Tabela Dinâmica do Excel foi possível verificar que estes artigos estavam relacionados com 50 periódicos. Realizando a primeira etapa do método apresentado anteriormente, 6 periódicos foram identificados como sem aderência com o tema de pesquisa. Com isso, eliminou-se 7 artigos para as próximas análises. A Tabela 56 apresenta a lista destes periódicos desconsiderados. Tabela 56: Relação de jornais sem aderência com a pesquisa em questão e quantidade de artigos associados que serão desconsiderados na referência bibliográfica Periódico Artigos Geoforum 2 Telecommunications Policy 1 European Journal of Cancer 1 Procedia - Social and Behavioral Sciences 1 Food Policy 1 Journal of Food Engineering 1 Fonte: próprio autor

232 210 A etapa seguinte contempla a leitura dos títulos dos artigos restantes e classificação dos mesmos como aderentes ou não ao tema de pesquisa. Dos 98 artigos que restaram da etapa anterior, 50 (51% do total) foram identificados com possibilidade de aderência com o tema de pesquisa e, os 48 (49%) artigos restante foram desconsiderados para a próxima etapa. Seguindo a metodologia adotada, a próxima etapa trata da leitura dos resumos dos 50 artigos restantes. Destes, 24 foram identificados como sem aderência com o tema estudado. Sobraram então 26 artigos para leitura. Dado o filtro realizado no item anterior, o próximo passo é ranquear os artigos selecionados como aderentes ao tema de pesquisa. Para isso utilizou-se a indicador JCR Journal Citation Reports (Thomson Scientific / ISI Web Services). Este pode ser acessado através do Periódicos Capes. O JCR associa indicadores aos periódicos, a lista dos indicadores associados e uma breve explicação sobre os mesmos está na Tabela 57: Tabela 57: Indicadores JCR (Journal Citation Reports) associados aos periódicos Total Cites Total de citações no ano n referente às publicações dos anos n-2 e n-1 Impact Factor 5-Year Impact Factor Immediacy Index Articles Número de artigos publicados nos anos n-2 e n-1 citados no ano n dividido pelo total de artigos publicados em n-2 e n-1 Número de artigos publicados nos anos n-5, n-4, n-3, n-2 e n-1 citados no ano n dividido pelo total de artigos publicados em n-5, n-4, n-3, n- 2 e n-1 Número de artigos publicados no ano n citados no ano n dividido pelo total de artigos publicados no ano n Número total de publicações do referido artigo no ano n Cited Halflife É o número de anos, a partir do presente, que representam 50% das citações recebidas Fonte: adaptado de THOMSON (2005)

233 211 Para realizar a priorização dos artigos, considera-se os seguintes indicadores do JCR: Fator de Impacto (Impact Factor), Fator de Impacto 5 anos (5-Year Impact Factor) e Meia Vida (Cited Half-life). Além destes, propõe-se neste trabalho a utilização do ano de publicação. Fica claro que os 4 indicadores utilizados são do tipo quanto maior melhor. O problema agora consiste em atribuir um peso para cada um destes indicadores na priorização dos artigos. Para solucionar este problema utilizou-se o Método de Borda (COSTA, H. G., 2010) aplicado na turma da disciplina Administração Estratégica do Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense ministrada pelo professor José Rodrigues de Farias Filho no segundo semestre de O Método de Borda foi apresentado por Jean-Charles Borda em 1781, na França, para ser aplicado em comitês compostos por mais de um indivíduo (problema multidecisor). A ideia central deste método consiste em estabelecer uma combinação das ordenações ou ranking individuais estabelecidos por cada uma das decisões em um ranking global. (COSTA, H. G., 2010) Pode-se definir o Método de Borda como um processo eleitoral onde os candidatos, que no presente caso são indicadores, são ordenados segundo as preferências de cada eleitor, neste caso os alunos que participam da enquete. Na contagem, a cada posição na ordenação é atribuída uma pontuação: 1 ponto para o último classificado, 2 para o penúltimo, 3 para o antepenúltimo etc, ou seja, a distância entre cada preferência deverá ser de apenas um ponto. No final os pontos são somados para decidir qual a alternativa que ganha. Este sistema leva em consideração não apenas a primeira escolha de cada eleitor, como também todas as outras, de modo que nem sempre o candidato mais vezes colocado em primeiro lugar é o vencedor. A pesquisa utilizando o Método de Borda foi realizada na ferramenta Qualtrics (MACHADO, 2012) e intitulada como Indicadores para priorização de artigos. O texto de apresentação foi o seguinte:

234 212 Figura 90: Enquete (ou pesquisa) utilizando ferramenta survey Qualtrics (MACHADO, 2012) e Método de Borda (COSTA, H. G., 2010) para definir peso de indicadores no processo de priorização de artigos Fonte: próprio autor O resultado da pesquisa (extraído do Qualtrics) está apresentado na Figura 91:

235 213 Table Options # Answer Total Responses 1 Fator de Impacto (Impact Factor) Impacto 5 anos (5-Year Impact Factor) Meia Vida (Cited Half-life) Ano de publicação Total Figura 91: Resultado de pesquisa / enquete na ferramenta Qualtrics Fonte: próprio autor Pode-se verificar que 10 alunos participaram da votação. Utilizando como exemplo o indicador Meia Vida, o resultado apresentado na Figura 91 pode ser interpretada da seguinte forma: dos 10 votantes, um avaliou que este indicador deve ter o maior peso, quatro avaliaram que este indicador deve ter o segundo maior peso, três votaram que o referido indicador deve ter o terceiro maior peso, por fim dois votantes indicaram Meia Vida como aquele indicador que deve ter o menor peso. Como o Método de Borda considera que o melhor votado deve ter uma nota (ou ponto) mais alta que o segundo colocado, e assim sucessivamente, o resultado extraído do Qualtrics foi adaptado na Figura 92:

236 214 Notas (quanto maior melhor) Fator de Impacto (Impact Factor) Indicadores Impacto 5 ano (5-Year Impact Factor) Meia Vida (Cited Half-life) Ano de publicação Figura 92: Adaptação do resultado extraído do Qualtrics para aplicação do método multicritério de Borda Fonte: próprio autor. Quantidade de votos por nota Multiplicando a quantidade de votos pela nota chega-se na pontuação de cada indicador. Neste trabalho, esta pontuação será o peso considerado para cada indicador na ordenação (ranking) dos artigos. Assim, na Figura 93 pode-se entender o Total como o peso que será adotado na etapa seguinte deste processo de seleção e indicadores. Pontuação (votos x notas) Total Fator de Impacto (Impact Factor) Indicadores Impacto 5 ano (5-Year Impact Factor) Meia Vida (Cited Half-life) Ano de publicação Figura 93: Definição de pesos para os indicadores associados aos artigos Fonte: próprio autor Em resumo, para priorização dos artigos, utilizou-se o Método de Borda (COSTA, H. G., 2010) para definir por votação o peso dos indicadores que caracterizam cada artigo e/ou periódico. Os eleitores são os alunos da disciplina Administração Estratégica do Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense ministrada pelo professor José Rodrigues de Farias Filho no segundo semestre de A ferramenta de pesquisa online

237 215 utilizada é o Qualtrics. Chega-se no seguinte resultado: peso 23 para ano da publicação, 31 para fator de impacto, 22 para fator de impacto 5 anos e 24 para meia vida. Pela quantidade de artigos resultantes (menor que 30), todos foram considerados no estudo em questão. Os gráficos abaixo apresentam as variáveis consideradas na pesquisa cujos artigos resultantes terão aplicados os pesos definidos com o Método Multicritérios de Borda (COSTA, H. G., 2010) Total Cites Figura 94: Indicador JCR, total de citações, dos periódicos relacionados com os artigos em análise de priorização Fonte: próprio autor

238 3,432 3,398 2,978 2,855 2,743 2,485 3,732 3,587 3,461 3,382 3,111 2,926 2, Impact Factor 4,781 4,400 2,221 2,038 0,680 Figura 95: Indicador JCR, fator de impacto, dos periódicos relacionados com os artigos em análise de priorização Fonte: próprio autor 7,130 5-Year Impact Factor 4,783 0,000 0,000 Figura 96: Indicador JCR, fator de impacto 5 anos, dos periódicos relacionados com os artigos em análise de priorização Fonte: próprio autor

239 217 Cited Half-life 8,1 8,0 7,0 5,9 4,9 4,8 4,7 4,6 4,5 3,7 2,8 Figura 97: Indicador JCR, meia vida, dos periódicos relacionados com os artigos em análise de priorização Fonte: próprio autor Já a Figura 98 mostra a aplicação das variáveis com seus respectivos pesos por artigo, com destaque para fórmula que define a pontuação de cada artigo.

240 218 Figura 98: Planilha de priorização de artigos com pesos definidos pelo método multicritério de Borda Fonte: próprio autor

241 219 III. FERRAMENTAS DE APOIO PARA PESQUISA Com relação ao método de pesquisa, foi verificado no desenvolvimento deste trabalho uma séria de ferramentas para apoiar no levantamento e análise de dados, dentre as quais pode-se destacar: OpenProj para planejar e acompanhar o desenvolvimento da pesquisa; XMind para organizar as palavras-chaves utilizadas nas pesquisas; Motores de Busca (como os disponíveis no periódico CAPES) para busca de referências bibliografias; EndNote e Zotero para organizar e selecionar as referência bibliográficas; Qualtrics para realizar questionários e coleta de dados; Many Eyes para interpretar dados de pesquisa e selecionar artigos. Estas e outras ferramentas estão relacionadas com as etapas de trabalho conforme mostra a Tabela 58. Tabela 58: Ferramentas de apoio relacionada com etapas de pesquisa Fonte: Próprio autor i. Ferramentas de planejamento O Planejamento do trabalho contempla uma série de passos ou atividades com duração prevista e relação entre elas através do conceito de predecessores (PMBOK, 2008). Com estes elementos pode-se construir uma carta Gantt com apoio do software OpenProj, este é um software de gestão de projetos de código aberto que é capaz de abrir arquivos nativos do Microsoft Project e contém capacidades semelhantes. Este programa é executado na plataforma Java e, portanto,

242 220 capaz de rodar em qualquer sistema operacional. No entanto, a empresa Projity que originalmente desenvolveu o OpenProj foi adquirida pela Serena Software em 2008, o desenvolvimento de OpenProj foi posteriormente suspensa. Outras ferramentas gratuitas semelhantes incluem GanttProject, Planner e LibrePlan (SALAS-MORERA et al., 2013). ii. Construção de árvores de palavras-chave Para uma melhor visualização, sugere-se a utilização de ferramentas para construção de mapas mentais, como por exemplo, XMind e FreeMind. Os operadores booleanos são utilizados para aumentar a abrangência da pesquisa (conexão de palavras ou expressões sinônimas com OU ) e para restringir os resultados de buscas avançadas (conexão de expressões com E ). Os trabalhos de FARIAS FILHO (2012) e TREINTA (2011) abordam com detalhes a construção destas árvores de palavras-chave. A construção gráfica desta árvore de palavras pode ser realizada utilizando ferramentas para construção de mapas mentais, neste caso específico utilizou-se o software XMind.

243 221 iii. Pesquisa Bibliográfica Tabela 59: Exemplos de operadores boleanos para diferentes bases de conhecimento Base Operadores Exemplo Base Wiley Online Library IEEE Xplore SciELO (SCIELO, 2013) AND, OR e NOT AND, OR e NOT Todas as Palavras serão consideradas como conectadas por AND e aquelas pesquisas selecionadas com a opção Qualquer palavra serão consideradas como conectadas por OR. Além disso, existe a funcionalidade de utilização de truncamento para palavras com mesma raiz, como por exemplo educ$ que retorna pesquisa para as palavras educación, education, educação operador "+" assegura que os seus resultados incluam palavras, letras ou números comuns geralmente ignorados pela tecnologia de pesquisa do Google, como em [+de knuth]; (Electric Power Distribution) AND Regulation AND ((Return on Capital) OR Remuneration) AND ((Latin AND America) OR (South AND America)) NOT Dictionary NOT Posters NOT Wind in All Fields between years 2009 and 2013 Resultado: 383 documentos (((Electric Power Distribution) AND Regulation) AND Latin America) Resultado: 17 publicações Algoritmo 3: Distrib$ Energia Ele$ Regul$ Resultado: 18 documentos Google Acadêmico (GOOGLE, 2011) operador "-" exclui todos os resultados que incluam o termo de pesquisa, como em [flowers -autor:flowers]; a pesquisa por frase retorna apenas resultados incluindo a frase exata, como em ["como quiser"]; operador "OR" retorna resultados incluindo algum dos termos pesquisados, como em [ações chamar OR colocar]; Algoritmo 1: Distribuição de Energia Elétrica + Regulação + Remuneração de capital + Agencia reguladora + América Latina Resultado: 15 documentos operador "título:" como em [notítulo:marte] só retorna resultados incluindo o termo pesquisado no título do documento. ScienceDirect (SCIENCEDIR ECT, 2013) Fonte: Próprio autor AND, OR e AND NOT Algoritmo 3 (restringindo os últimos cinco anos): (Electric AND Power AND Distribution) AND Regulation AND (Return AND Capital) AND (Latin AND America) AND NOT Wind Resultado: 131 documentos

244 222 iv. Ferramentas para Mapeamento Bibliométrico SciMat O mapeamento bibliométrico ou mapeamento científico é um campo da bibliometria que objetiva, através de representações gráficas, representar como disciplinas, campos de estudos, documentos ou autores estão relacionados entre si (COBO et al., 2011a). Existem uma séria de ferramentas que auxiliam na execução deste mapeamento (COBO et al., 2011b). Figura 99: Fluxo do mapeamento de ciência Fonte: adaptado de COBO et al. (2012) A ferramenta para mapeamento bibliométrico considerada neste trabalho é o SciMAT (COBO et al., 2012), trata-se de um software de código aberto que realiza mapeamento bibliométrico dentro de uma estrutura longitudinal. Esta ferramenta possui três grandes módulos, (i) módulo para gerenciar a base de conhecimento, (ii) módulo para realizar a análise de mapeamento bibliográfico e (iii) módulo de visualização.

245 223 Figura 100: Fluxo de trabalho do SciMAT Fonte: adaptado de COBO et al. (2012) Criação da base de conhecimento A criação da base de conhecimento é resultado de pesquisa em uma ou mais base de dados como Web of Science, SCOPUS, etc. A escolha da base de conhecimento deve levar em conta o volume e qualidade dos periódicos contemplados, e também os recursos para exportação dos resultados de pesquisa. Neste contexto, para pesquisas na área de engenharia, a base Web of Science possui algumas vantagens, a primeira é a qualidade dos periódicos, nesta base principal da Web of Science estão os periódicos com melhor avaliação JCR. Com relação às facilidades de exportação, existem prós e contras em diferentes bases, a quantidade máxima de exportações no Web of Science por exemplo são 500 documentos, já nas bases SCOPUS e Science Direct por exemplo este número sobre para mil. No entanto, no Web of Science existe a opção de exportar abstracts, o que não é possível no Science Direct por exemplo. Pode-se concluir que, de toda forma, será necessário exportar vários arquivos por pesquisa, dado que estamos falando de pesquisas que retornaram milhares de artigos. Uma forma de administrar estas exportações fatiando a pesquisa por anos, fazendo assim resultados menores que a capacidade de exportação da base de dados. Como o objetivo do mapeamento de ciência é identificar como disciplinas, campos de estudos, documentos ou autores estão relacionados entre si, esta pesquisa deve ser abrangente para um

246 224 estudo satisfatório. Não existe um número mínimo de artigos a serem contemplados, mas podese dizer que deve ser da ordem de milhares, e não centenas. Para se ter uma ideia da ordem de grandeza, os estudos realizadas até o momento neste trabalho consideraram bases entre 3 e 6 mil artigos, no entanto, em contato com pesquisadores da área, foram mencionados mapeamentos com 40 e 100 mil artigos. Por esta razão, as palavras chaves utilizadas nesta etapa inicial da pesquisa deve ser abrangente, sendo indicado a utilização de caracteres curinga, como as opções abaixo da pesquisa avançada no Web of Science: - asterisco (*) representa qualquer grupo de caracteres, incluindo nenhum caractere. - ponto de interrogação (?) representa um único caractere. - cifrão ($) representa um caractere zero ou um. Importação de arquivos O SciMAT permite importação de dados nos seguintes formatos:.ciw,.ris e.csv. Pela experiência adquirida até o momento, o formato que apresentou melhor compatibilidade com o sistema foi o.ciw, que é o formato oficial do EndNote. Conforme mencionado anteriormente, é recomendado que o mapeamento bibliográfico seja realizado com milhares de artigos, como as bases de artigos (Web os Science, SCOPUS, etc) exportam no máximo blocos de mil artigos, é necessária a geração de vários artigos, que posteriormente podem ser importados de uma só vez para a ferramenta SciMAT. Edição de entidades A base de artigos exportada das base de dados Web of Science, SCOPUS, etc e importadas no SciMAT fica organizada em 16 entidades (COBO et al., 2012), são elas: (i) afiliação, (ii) autor, (iii) grupo de autores, (iv) autor de referência, (v) grupo de autores de referência, (vi) documento, (vii) jornal, (viii) data de publicação, (ix) período, (x) referência, (xi) grupo de referência, (xii) fonte de referência, (xiii) grupo de fonte de referência, (xiv) categoria de assunto, (xv) palavra, (xvi) grupo de palavra e (xvii). Esta etapa de edição de entidades tem como objetivo completar ou corrigir informações dos artigos que possam conter dados incompletos ou erros.

247 225 Eliminação de duplicações ou formação de grupos Pode-se dizer que esta é a etapa mais importante para o mapeamento bibliográfico de uma área de pesquisa utilizando a ferramenta SciMAT. Ela consiste na criação de grupos que serão utilizados como entrada para criação de agrupamentos ou clusters. Esta etapa pode ser realizada com cinco dados diferentes, são eles (i) autor, (ii) autor referência, (iii) referência, (iv) fonte da referência e (v) palavras. Para explicar o conceito, consideremos a aplicação no grupo palavras, neste caso, esta etapa consiste em reunir em um mesmo grupo palavras com o mesmo significado, por exemplo, sinônimos, palavras que aparecem ora no singular ora no plural e também palavras que com algum erro ortográfico. O SciMAT realiza alguns agrupamentos automáticos, por exemplo o agrupamento de palavras no singular e no plural. Também sugere possíveis erros ortográficos. No entanto, após estas ações automáticas é imprescindível que o pesquisador dedique tempo na análise das palavras para reuni-las em grupos com mesmo conceito. Para auxiliar nesta análise manual de palavras, o SciMAT possui uma poderosa ferramenta filtro, sendo que vale ressaltar os seguinte caracteres curinga que podem ser utilizados nestes filtros: Tabela 60: Caracteres Curinga para utilização de filtros no SciMAT Caractere Função Exemplo Acento circunflexo (^) Retorna todas as palavras ou expressões que começam com os caracteres que estão ^POWER retorna: POWER, POWER-FACTOR, POWER REGULATION, etc imediatamente após o ^ Cifrão ($) Retorna todas as palavras ou expressões que terminam com os caracteres anteriores ao $ POWER$ retorna: POWER, SOLAR-POWER, REGULATION-POWER Barra ( ) Possui uma função semelhante ao operador booleano OR, retorna palavras com dados antes e depois do ELECTRIC POWER retorna: ELECTRICITY, POWER, GLOBAL-ELECTRICITY- GRID, AUXILIAR-POWER- UNIT, etc Fonte: próprio autor

248 226 Uma informação relevante sobre o filtro é que trata-se de uma funcionalidade case sensitiva, ou seja, existe diferença entre caracteres maiúsculos e minúsculos. Como o sistema converte todas as palavras-chave para maiúsculo, os filtros devem ser realizados com caracteres em maiúsculo. Vale ressaltar que, considerando a análise por palavras, todas as palavras devem pertencer à um grupo, se existe alguma palavra que não foi possível ser agrupada com outra, esta deve formar um grupo de uma só palavra. Definição dos períodos de análise A definição dos períodos de análise é uma segmentação temporal da base de artigos estudada, uma divisão proposta é por década, iniciando pela década de 90. Esta atividade encerra o primeiro módulo apresentado na Figura 100, nesta etapa do trabalho é possível analisar algumas estatísticas que devem servir para validar a definição dos períodos. Seleção do período de analise Nesta etapa do fluxo de trabalho (ver Figura 100), inicia-se o módulo de análise. A primeira etapa do módulo de análise é a seleção dos períodos de análise definidos na etapa anterior. Seleção das unidades de análise Após selecionar os períodos de análise, parte-se para definição das unidade, sendo cinco possibilidades (i) autor, (ii) autor referência, (iii) referência, (iv) fonte da referência e (v) palavras. É importante que a unidade escolhida tenha passado pela etapa de criação dos grupos. Neste trabalho, sugere-se utilizar a unidade palavras para montar o primeiro mapeamento. Redução da quantidade de dados Este passo tem como objetivo reduzir a quantidade de dados limitando pela frequência. Considerando que a unidade de análise são palavras, nesta etapa pode-se eliminar do mapeamento as palavras que aparecem com frequência menor que a definida pelo pesquisador. Neste estudo, será considerado o limite de 3 vezes, ou seja, as palavras que aparecerem menor de 3 vezes nos documentos trabalhados não serão consideradas no mapeamento,

249 227 Seleção do tipo de rede ou de conexão entre dos dados O SciMAT possui quatro opções de tipo de rede ou conexão entres dos dados, são elas: (i) coocorrência, (ii) acoplamento básico, (ii) acoplamento agregado baseado em autores e por fim (iv) acoplamento agregado baseado em jornais. Estes conceitos são definidos por COBO et al. (2012) da seguinte forma: A co-ocorrência direta é estabelecida entre duas unidades (autores, termos ou referências) quando eles aparecem juntos em um conjunto de documentos, já a relação de acoplamento é estabelecida entre dois documentos, quando eles têm um conjunto de unidades (autores, termos, ou referências) em comum. Além disso, o acoplamento pode ser estabelecido utilizando uma unidade de nível superior de agregação, tais como autores ou revistas. Ou seja, um acoplamento entre dois autores ou revistas pode ser estabelecida através da contagem de unidades compartilhadas por seus documentos (usando obras do autor ou periódico das). Finalmente, uma ligação direta estabelece uma relação entre documentos e referências, particularmente uma relação citação. O modelo proposto neste estudo é a co-ocorrência. Redução da quantidade de redes Considerando a co-ocorrência como tipo de rede selecionado, o passo de redução da quantidade de redes consiste em eliminar as redes cuja frequência ou quantidade de co-ocorrências entre dois grupos de palavras seja menor que o valor determinado pelo pesquisador. Para este estudo, será considerado como frequência mínima de duas co-ocorrências. Seleção do tipo de normalização Após a rede estar construída é necessário realizar a normalização da mesma, o que significa ponderar as conexões entre os grupos pela frequência de cada grupo. Por exemplo, suponhamos que uma palavra A com frequência 15 possui uma conexão de 5 co-corrências com a palavra B de frequência 10, ao mesmo tempo, a palavra A possui uma conexão de 12 co-corrências com a palavra C de frequência 97. Ora, analisando somente a quantidade de co-ocorrências poderiase concluir que a conexão de A com C é mais forte que a conexão A com B, no entanto, o maior número de co-ocorrências de A com C está relacionado com a maior frequência de C, após a

250 228 normalização, pode-se concluir que a conexão entre A e B é mais forme do que a conexão de A com C. Diferentes medidas têm sido utilizados na literatura para normalizar uma rede bibliométrica: co-seno de Salton, Índice de Jaccard, Índice de Equivalência e associação força (COBO et al., 2012). No referido trabalho, será considerado o índice de equivalência como método para normalização. Seleção do tipo de agrupamento O SciMAT disponibiliza cinco diferentes algoritmos para agrupamento dos dados, são eles (i) centros simples, (ii) ligação de agrupamento único, (iii) ligação de agrupamento completo, (iv) média de ligação de agrupamento, (v) ligação da soma de agrupamento. Independente da escolha do algoritmo, é necessário definir o tamanho máximo e mínimo da rede. Para o presente estudo, considera-se o algoritmo de centros simples com tamanho máximo de 12 e mínimo de 3. Mapeamento dos documentos SciMAT oferece cinco opções para mapeamento de documentos, são eles: (i) mapeador de núcleo, (ii) mapeador de interseção, (iii) mapeador de K-núcleos, (iv) mapeador secundário, (v) mapeador de união. Cada um oferece um tipo de visualização diferente para auxiliar nas análises do pesquisador. Definição dos indicadores de qualidade Conforme descrito por COBO et al. (2012), a análise de desempenho utiliza medidas e indicadores bibliométricos (com base em citações), como o h-index, g-index, hg-índice, ou Q2- índice para quantificar a importância, impacto, e a qualidade dos diferentes elementos dos mapas (por exemplo, aglomerados), e também da rede.

251 229 Análise longitudinal Nesta última etapa do módulo de análise de mapeamento bibliográfico, deve-se selecionar as opções para visualização da evolução do mapa e de mapa de sobreposição. As opções são: (i) força de associação, (ii) índice de equivalência, (iii) índice de inclusão, (iv) índice de Jaccard e (v) cosseno de Salton Visualização e interpretação dos dados Após os passos descritos nos itens anteriores, estará disponível o módulo de visualização do mapeamento bibliográfico ou mapeamento de ciência do campo analisado. Esta análise é útil para definir as palavras chaves e estratégias de pesquisa e seleção dos artigos científicos que servirão de base para a pesquisa em questão. Figura 101: Eliminação de dados e redes pela frequência Fonte: adaptado de COBO et al. (2012) v. Elaboração e divulgação de enquetes (survey) A tecnologia da informação, com a internet cada vez mais eficiente e disponível, propicia o desenvolvimento de ferramentas que vem alterando de forma significativa os diversos as formas

252 230 tradicionais de executar diferentes ações humanas, dentre elas a pesquisa cientifica. No caso de pesquisas qualitativas, as ferramentas de questionários online estão se apresentando como uma forma mais rápida, abrangente e econômica para coleta de dados. Diversos estudos, em diversas áreas, comparam as técnicas tradicionais com a utilização destas novas ferramentas, na área de saúde pode-se destacar os estudos de TENFORDE; SAINANI; FREDERICSON (2010) e BRAITHWAITE et al. (2003), já na área de logística temos como exemplo os estudos de GRIFFIS; GOLDSBY; COOPER (2003) e por fim na área de negócios pode-se citar FLEMING; BOWDEN (2009) e MANFREDA et al. (2008). Definido que a pesquisa do referido trabalho seria executada com apoio de ferramenta online, o próximo passo foi definir qual ferramenta seria utilizada, tendo como principais opções o SurveyMonkey (pt.surveymonkey.com) e o Qualtrics ( As duas opções atendiam as expectativas tendo em vista a simplicidade do questionário elaborado, a opção pelo Qualtrics (MACHADO, 2012) foi por ser uma ferramenta mais completa que poderia ter suas potencialidades melhor utilizadas em uma próxima etapa da pesquisa. O Qualtrics pode ser utilizado gratuitamente, sendo possível ampliar os recursos disponíveis pelo sistema através de uma licença paga. O questionário é construído no próprio site não sendo necessário baixar qualquer tipo de programa. A ferramenta é bem intuitiva e o processo segue os seguintes passos: Criação do Questionário, Edição do Questionário, Distribuição e por fim Visualização dos Resultados. Para criação do questionário existe uma grande variedade de tipos de questão como abertas, múltipla escolha e diversas derivações destas. Na etapa de revisão pode-se simular como o respondente irá visualizar as questões sendo possível editar o questionário nesta etapa. A distribuição se dá por meio de um link (que pode ser enviado por e- mail ou qualquer outro tipo de mensagem eletrônica). A visualização de resultados vem acompanhada por variáveis estatísticas tais como valores máximos e mínimos, médias, variância, desvio padrão, etc. Com o questionário elaborado e carregado em uma ferramenta de pesquisa pela internet, o próximo passo é divulgar este questionário (neste momento disponível através de um link) para o público alvo da pesquisa. As opções podem ser listas ou grupos de discussão do setor, associações de empresas ou a própria rede de relacionamento de profissionais da área. Tendo em vista que na equipe de pesquisa do referido trabalho existiam profissionais do setor elétrico, foi utilizada a rede de relacionamento de um deles para realizar a pesquisa. Para contatar esta

253 231 rede foi utilizado o sistema de mensagens do LinkedIn, uma Rede Social com foco na vida profissionais dos participantes. Além de consultar o próprio site, para obter mais informações sobre esta rede social pode-se consultar artigos como o de BAKER et al. (2013) e BRADBURY (2011). VantagePoint O VantagePoint é um software de mapeamento bibliométrico, trata-se de um sistema pago com custo aproximado de 7 mil dólares para instalação em 5 máquinas de forma permanente, além de licenças temporárias para estudantes do grupo (ou laboratório) que adquirir o software. Este sistema utiliza a metodologia de text mining que, de acordo com PALOP (2014), segue as etapas descritas no fluxo apresentado na Figura 102. Figura 102: Etapas usuais do Text Mining Fonte: PALOP (2014) Ainda de acordo com (PALOP, 2014), o VantagePoint funciona em quatro etapas, conforme mostra a Figura 103.

254 232 Figura 103: Funcionamento do VantagePoint Fonte: PALOP (2014) Já a Figura 104, mostra as ferramentas internas que compõe o sistema VantagePoint Figura 104: Conjunto de ferramentas do VantagePoint Fonte: PALOP (2014) Por fim, a Figura 105 apresenta o tipo de informação que pode ser obtida com VantagePoint, bem como aquelas que ficam a cargo do pesquisador para responder com base nas análises realizadas.

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