Trabalho infantil no campo: do problema social ao objeto sociológico

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1 Revista Latino-americana de Estudos do Trabalho, Ano 17, nº 27, 2012, Trabalho infantil no campo: do problema social ao objeto sociológico Valmir Luiz Stropasolas Introdução à problemática de investigação A problematização sociológica do trabalho infantil 1 é muito recente entre nós, razão pela qual tem pouco eco ainda o debate que, nos planos acadêmico, político e social, tem-se realizado em todo o mundo, o que coloca a questão do trabalho das crianças entre, por um lado, as formas mais perversas da exploração na sociedade capitalista e, por outro, a ideia da legitimação do trabalho precisamente como modo de resistência à exclusão, em que se inserem algumas camadas populares mais desprotegidas. Na verdade, segmento expressivo das crianças trabalha e a questão está em distinguir as formas de trabalho legítimas por exemplo, o trabalho escolar de aprendizagem, certas formas de ajuda familiar, algumas atividades econômicas protegidas e reguladas de outras formas inaceitáveis, restritivas de direitos e associadas à exploração (Sarmento, 2009: 2). Embora se verifique a proliferação de estudos conduzidos por instituições oficiais e com abordagens sistemáticas sobre o tema do trabalho infantil, muitas destas iniciativas ainda não têm reconhecido suficientemente as crianças como sujeitos, como também pouco tem valorizado a voz das crianças, subestimando a sua capacidade de elaborar e dar sentido às suas práticas sociais e às representações que formulam em torno dos contextos em que vivem, que são permeados de heterogeneidades e singularidades.

2 250 Revista Latino-americana de Estudos do Trabalho Nesse sentido, o entendimento do modo de vida das crianças, a interpretação das suas visões de mundo e a compreensão dos sentidos do trabalho infantil não podem ser realizados no vazio social e cultural, necessitando se sustentar nas análises das condições sociais em que as crianças vivem, interagem e dão sentido ao que fazem (Sarmento; Pinto, 1997: 20-22). Ainda se verificam lacunas importantes na compreensão das maneiras em que as crianças interagem social e culturalmente no cotidiano dos espaços sociais, sobretudo nas comunidades rurais. A negligência teórica-metodológica acaba reproduzindo a exclusão da fala e das próprias crianças na construção dos pressupostos e objetivos das investigações. As concepções teóricas clássicas na sociologia e os métodos e técnicas convencionais de investigação não instrumentalizam suficientemente os pesquisadores para abordar os espaços específicos do mundo das crianças, suas visões de mundo e expectativas. Verifica-se certa incompatibilidade entre esse público, que demonstra pouca disposição e interesse em responder a questionários fechados, assim como estudos baseados nos cálculos estatísticos dificilmente captam as representações, a sociabilidade e as culturas heterogêneas que compõem os universos infantis. No entanto, as técnicas quantitativas, como o questionário, não deixam de ser importantes para abordar variáveis em que se necessita garantir a representatividade do público investigado. Para colocar em relevo os significados atribuídos pelas crianças ao que fazem, pensam e analisam sobre os diversos elementos componentes do seu cotidiano, torna-se muito importante ajustar as ferramentas metodológicas supostamente aplicáveis a sujeitos tão peculiares. Focalizar a vida cotidiana (Juan, 1991), adotar a prática do olhar distanciado proposta por Claude Lévi-Strauss, a empatia, a aceitação e a disposição em compreender a alma de criança, combinam-se nessa complexa interação entre os sujeitos envolvidos na investigação, na abordagem do cotidiano das crianças na família, na escola, no trabalho, na comunidade em que vivem, nos espaços em que se manifestam os jogos e as brincadeiras, nos ambientes em que se realizam as práticas, os ritos e os saberes vinculados especificamente às unidades familiares de produção agrícola. Há outra perspectiva de análise e abordagem da infância, sobretudo quando nos referimos às crianças rurais e sua interação no mundo do trabalho. O que se preconiza aqui é uma mudança de perspectiva no

3 Trabalho infantil no campo campo interdisciplinar dos estudos da criança, em especial, no campo sociológico. Mais precisamente, a investigação das crianças com base na infância como categoria geracional própria, o reconhecimento crítico da alteridade da infância com o devido esclarecimento dos diversos sentidos em que essa alteridade se exprime, considerando a variedade de condições sociais, bem como o balanço crítico das perspectivas teóricas que construíram o objeto infância (sobretudo aquelas que fazem a projeção da criança como o adulto em miniatura ou como o adulto imperfeito em devir), conformam uma mudança de perspectiva ou, se preferirmos, uma mudança paradigmática (James et al., 1998) constitui o esforço teórico principal da sociologia da infância (Sarmento, 2005). Cabe ressalvar que, embora a categoria geração apresente algumas especificidades quando nos referimos aos contextos rurais, ela não é restrita ao mundo rural, e a noção de trabalho infantil não deve ser entendida apenas como uma questão rural, tendo em vista as diversas formas em que se manifestam essas categorias nos diferentes contextos societários. Entendemos que o desafio de redefinir o nosso olhar interpretativo em torno da infância, no caso, das crianças rurais, deve ser compartilhado por outras ciências sociais nomeadamente a antropologia, as ciências da educação e mesmo a psicologia que vem aos poucos reformulando suas interpretações e abordagens sobre a infância (Sarmento, 2005: 373), em razão de sua importância nas temáticas que envolvem a infância no campo. O conceito de alteridade que adotamos nesse artigo se alicerça na obra de Walter Benjamin, e tem como objetivo colocar em relevo a heterogeneidade e a diversidade de condições sociais e econômicas vivenciadas pelas crianças na sociedade contemporânea. Considerando que o preconceito, a discriminação e a desigualdade marcam indelevelmente a trajetória social das crianças, resgatamos a noção de alteridade para enfatizar a necessidade de, como investigadores ou docentes, desenvolvermos a capacidade de nos colocar no lugar do outro, e compreender as especificidades que caracterizam as diferentes infâncias, entre as quais as crianças rurais. Enfim, para reconhecer, afirmar e valorizar as particularidades de gênero, geração, raça, etnia e classe social, presentes nas relações interpessoais que se estabelecem nos contextos sociais em que se inserem as crianças. Se, nos contextos urbanos, as crianças adquirem uma importância relativa em estudos, políticas, intervenções de instituições oficiais, entre

4 252 Revista Latino-americana de Estudos do Trabalho outros, o que se verifica, antes de tudo, na constituição de um mercado global de produtos para a infância de importância econômica estratégica ou mesmo porque elas mobilizam atualmente um número crescente de adultos que trabalham com crianças, entre os quais professores, funcionários públicos etc. (Sarmento, 2008), para os territórios rurais ainda se verifica um conjunto de fatores que envolve e determina a exclusão e a invisibilidade da infância rural, seja na academia, nas políticas públicas ou mesmo nos espaços públicos, fato que não deixa de contribuir decisivamente para o aumento da importância singular dessas crianças na sociedade contemporânea. Como veremos em seguida, as crianças rurais são percentualmente cada vez menos na sociedade contemporânea e a significativa redução do número dessas crianças, por comparação com outros grupos etários, torna particularmente sensível a sua presença/ausência nos equilíbrios demográficos, nas relações de afeto, na sociabilidade comunitária, na aprendizagem e sucessão patrimonial entre as gerações, na divisão social do trabalho agrícola familiar e até na própria formação de rendimentos da família. Que as crianças se tornem cada vez mais importantes à medida que são cada vez menos, esse é apenas um dos muitos paradoxos da infância (Qvortrup, 1991). O artigo coloca em relevo a inadiável tarefa de se buscar a sociologização do conceito de trabalho infantil, procurando enfrentar os desafios, superar as dicotomias e buscar compreender os significados e as singularidades presentes nesse fenômeno social. Discute as principais interpretações em torno do sentido do trabalho infantil, com suas especificidades nos contextos rurais, a partir da análise das práticas e relações sociais em que se inscreve o trabalho das crianças nos processos produtivos rurais. Focaliza, sobretudo, os fatores motivadores da inserção das crianças no trabalho agrícola familiar, verificados nas regiões coloniais do Sul do Brasil, especificamente, na região Oeste do Estado de Santa Catarina, onde realizamos pesquisas junto a crianças e jovens rurais. O que dizem os estudos sobre o número de crianças Segundo os dados do Censo Demográfico 2010, divulgados no Brasil pelo IBGE, diminui a quantidade de crianças e aumentou o número de idosos; consequência dos declínios nos níveis de fecundidade e nas taxas de mortalidade nessas últimas décadas, aliado ao aumento da

5 Trabalho infantil no campo longevidade da população. Hoje, 7,6% da população são crianças com idade até cinco anos, número menor que o registrado pelo levantamento em 2000 (9,8%) e em 1991 (11,5%). Na outra ponta, a população de idosos, acima de sessenta e cinco anos, cresceu. Em 1991, os idosos representavam 4,8% da população, em 2000, 5,8%, e agora chegam a 7,4%. Do total de da população brasileira, têm sessenta e cinco anos ou mais. A Taxa de Fecundidade Total (TFT), definida como o número total de filhos que uma mulher teria ao final do período reprodutivo, variou de 6,3 filhos por mulher, em 1960, para 2,9, em 1991, e diminuiu para 2,3, em 2000 (Rios-Neto, 2005). Os resultados da PNAD de 2003 e 2008 apontam uma taxa de fecundidade total de 2,1 e 1,8 filhos por mulher, respectivamente, o que compromete o chamado nível de reposição. De acordo com análises feitas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, em 2009, essa queda iniciou-se no final dos anos 1960 e está implicando uma desaceleração do ritmo de crescimento da população brasileira e provocando importantes mudanças na estrutura etária desta população. Esta poderá diminuir a partir de 2030 e apresentar uma população superenvelhecida, reproduzindo a experiência de vários países da Europa Ocidental, da Rússia, do Japão, entre outros. A alta velocidade da queda da fecundidade e da mortalidade acarreta mudanças rápidas no ritmo de crescimento da população e, também, na distribuição etária e na oferta de força de trabalho, dentre outras. A mudança mais importante ocorrida nos últimos anos foi o envelhecimento populacional, ou seja, uma mudança nos pesos da população. Pode-se observar nos dados da PNAD que a população menor de quinze anos, responsável por 33,8% da população total em 1992, passou a constituir 24,5% desta população, em Por outro lado, a população idosa que respondia por 7,9% da população brasileira passou a responder por 11,1%. Por população idosa, considerou-se a população de sessenta anos e mais, tal como estabelecido pelo Estatuto do Idoso. Para as populações rurais, embora a média de filhos por mulher seja maior que no meio urbano, verificou-se, também, uma queda acentuada nas taxas de fecundidade, traduzindo um drástico recuo dos padrões demográficos tradicionais das comunidades rurais em geral, considerando que, para as populações desse espaço societário, ter um elevado número de filhos representava um patrimônio humano a ser mobilizado no trabalho agrícola familiar.

6 254 Revista Latino-americana de Estudos do Trabalho No Brasil rural, a fecundidade era de 4,3, em 1991, contrastando com aquela de 2,3, correspondente às áreas urbanas (Berquó; Cavenaghi, 2004: 4). Com um declínio de 19,2%, chegou a 3,4, em 2000, enquanto nas cidades, foi reduzida em apenas 5,2%, atingindo 2,2. Os resultados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher, PNDS-2006, mostraram que as maiores reduções na Taxa de Fecundidade Total (TFT) para o Brasil ocorreram onde os níveis eram mais altos, ou seja, nas áreas rurais, de 3,4 em 1996 para 2,0 em 2006; e, na região Norte, de 3,7 para 2,3 filhos por mulher, respectivamente. Isto é, o declínio da fecundidade na última década vai apontando para uma homogeneização das taxas de fecundidade. No entanto, existem diferenciais grandes nos níveis de fecundidade, principalmente, para mulheres em diferentes categorias de instrução e rendimento médio mensal. De acordo com Berquó e Cavenaghi (2004), o Norte e o Nordeste, por apresentarem maiores proporções de populações rurais, com médias mais baixas de instrução e com médias menores de rendimento, apresentaram também as maiores taxas de fecundidades. Em 1991, era da ordem de 4,2 e 3,7, respectivamente, as quais foram reduzidas pela ordem, em 23,2% e 26,0%, no período , chegando a 3,2 e 2,7 filhos por mulher, respectivamente nestas regiões. A região Oeste de Santa Catarina é a maior em superfície territorial e em quantidade de municípios do estado, abrangendo 118 de um total de 293. Além disso, é a principal região de produção agrícola, localizando-se aí grandes complexos agroindustriais e segmentos cooperativos de grande porte produtores de carnes de suínos e aves, com expressão nacional, cuja base de produção está assentada na integração e/ou parceria com agricultores familiares. No entanto, esta região enfrenta problemas sociais e redefinições demográficas de grande amplitude, sobretudo a migração expressiva de jovens, a diminuição acentuada da quantidade de filhos(as) por família, a masculinização e o envelhecimento da população rural, o que vem comprometendo a disponibilidade de mão de obra familiar e a sucessão rural em segmento importante de unidades produtivas familiares. Os resultados do Levantamento Agropecuário Catarinense, realizado em 2003 pela Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural de Santa Catarina, já indicavam a presença de 28,5% de propriedades familiares sem sucessores. Os dados dos censos do IBGE sistematizados para uma pesquisa que realizamos nessa região ilustram essas problemáticas (Stropasolas, 2010).

7 Trabalho infantil no campo Essas informações comprovam a reduzida quantidade de jovens residentes nas comunidades rurais. De acordo com os dados do último Censo do IBGE, constata-se que a partir dos quinze anos de idade até a faixa etária entre trinta e trinta e quatro anos ocorre um vazio demográfico, consequência da migração desse público para a cidade, com predominância de saída das filhas dos agricultores familiares. Conforme resultados de pesquisas que realizamos nessa região (Stropasolas, 2006; 2010; Aguiar; Stropasolas, 2010), constatou-se a recusa de parcela expressiva das filhas de agricultores familiares em permanecer no campo e reproduzir a condição social vivida pelas mulheres rurais, migrando para as cidades em busca de uma profissão alternativa à agricultura. Os dados indicam também uma diminuição acentuada da fecundidade entre as mulheres rurais dessa mesma região, além do processo de envelhecimento das populações rurais masculina e feminina. O caráter seletivo dos processos migratórios recentes nas regiões de predomínio da agricultura familiar no Sul do Brasil, e que tem resultado na masculinização do meio rural, vem instigando a realização de estudos especializados para a compreensão em profundidade dos fatores motivadores desse processo. Mais recentemente, os documentos das organizações internacionais de desenvolvimento como o IICA, a FAO e a Cepal internalizam essas problemáticas nas suas análises sobre as transformações sociodemográficas dos territórios rurais. Embora a migração seletiva não seja um fenômeno novo, o que impressiona é não só a ausência de estudos sistemáticos e recentes a respeito, mas, sobretudo a magnitude que ela parece estar assumindo nas áreas de predomínio da agricultura familiar do Sul do país. No que se refere à América Latina, especificamente, estudo da CEPAL (1995: 8) já indicava a existência de 5,2 milhões de homens a mais que mulheres na zona rural latino-americana. Nos grupos entre quinze e vinte e nove anos, esta diferença chegava a 1,8 milhão havendo 12% a mais de jovens homens. Estudos mais recentes realizados em contextos específicos de nosso país feitos por Camarano e Abramovay (1999) e Froehlich et al. (2011) confirmam a ocorrência desse fenômeno. De acordo com os dados do Censo 2006 do IBGE, cerca de 80% dos municípios no Brasil com menos de 5 mil habitantes têm mais homens do que mulheres. Nos municípios com até 2 mil habitantes, há cento e cinco homens para cada cem mulheres. Os homens são maioria nas zonas rurais, e as mulheres nas zonas urbanas, considerando que, no país, a maioria da população rural vive nas zonas rurais dos pequenos

8 256 Revista Latino-americana de Estudos do Trabalho municípios e, que, pelo menos em algumas regiões, esta população é majoritária nos municípios com até 20 mil habitantes. No entanto, embora a masculinização do campo possa se constituir numa tendência geral, importa ressaltar que não é possível generalizar a ocorrência desse fenômeno para todas as regiões do país, sobretudo, para microrregiões do Nordeste brasileiro, ou mesmo para o Vale do Jequitinhonha mineiro, onde se verificam particularidades como a migração seletiva de jovens rapazes para trabalhar na agroindústria sucroalcooleira e uma presença expressiva de mulheres chefiando as unidades familiares. Somente estudos específicos nesses contextos podem nos indicar as redefinições demográficas em curso nesses territórios rurais. Por outro lado, as pequenas cidades, consideradas urbanas pelo IBGE, conhecem uma experiência urbana, que é, frequentemente, frágil e precária (Wanderley, 2001). Nos quadros da modernização dos contextos locais, privilegiou-se a concentração de bens e serviços indispensáveis ao conjunto da população nas aglomerações urbanas consideradas pólos regionais. Este fato acabou transformando as comunidades rurais e as pequenas localidades em espaços de precariedade e de desigualdade, dificultando o acesso dos grupos sociais a bens e serviços necessários. Naqueles pequenos municípios cuja população rural é majoritária e cuja atividade principal é a agropecuária, tanto a trama espacial e social como as trajetórias de desenvolvimento são preponderantemente rurais. O trabalho de Veiga (2002) questiona critérios oficiais comumente utilizados para quantificar as populações rurais e urbanas no Brasil em que se considera urbana toda sede de município (cidade) e de distrito (vila), sejam quais forem suas características. O autor demonstra, nas suas análises, que o Brasil é menos urbano do que se calcula, desde que se utilizem, mais comumente, os critérios adotados internacionalmente. Todavia, mais do que uma preocupação meramente contábil, o autor ressalta a necessidade de uma renovação do pensamento brasileiro sobre as tendências de urbanização e de suas implicações sobre as políticas de desenvolvimento que o Brasil deve adotar. Para efeitos analíticos, o autor afirma que não se deveriam considerar como urbanos os habitantes de municípios pequenos demais, com menos de 20 mil habitantes. Por tal convenção, que vem sendo usada desde 1950, seria rural a população dos municípios que tinham menos de 20 mil habitantes em 2000, o que por si só já derrubaria o grau de urbanização do Brasil para 70%. (Veiga, 2002: 31-2).

9 Trabalho infantil no campo Assim, consideramos de fundamental importância inserir nas análises sobre a inserção do trabalho infantil no campo e, especificamente, para explicar as especificidades do envolvimento das crianças no trabalho agrícola familiar, as implicações decorrentes das mudanças demográficas que vêm ocorrendo nas comunidades rurais, que trazem consequências para o perfil social das pessoas que permanecem no campo, e para a disponibilidade de mão de obra nas unidades produtivas familiares. O que mostram os números sobre o trabalho infantil A legislação brasileira referente ao trabalho infantil orienta-se pelos princípios estabelecidos na Constituição Federal de Os artigos 60 a 69 do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069, de 13 de julho de 1990) tratam da proteção ao adolescente trabalhador. O ECA prevê também a implementação de um Sistema de Garantia de Direitos (SGD). Por outro lado, cabe aos conselhos de direitos de âmbito nacional, estadual e municipal a responsabilidade pela elaboração das políticas de combate ao trabalho infantil, proteção ao adolescente trabalhador e pelo controle social. Os conselhos tutelares são corresponsáveis nas atividades de combate ao trabalho infantil, cabendo a eles zelar pelos direitos das crianças e dos adolescentes em geral, por meio de ações articuladas com o Ministério Público e o Juizado da Infância e da Adolescência. Finalmente, o tema do trabalho infantil está presente na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em seu Título III, Capítulo IV, Da Proteção do Trabalho do Menor, alterado pela Lei da Aprendizagem (Lei , de 19 de dezembro de 2000). De maneira geral, esse conjunto de leis busca sintonizar-se com as atuais disposições da Convenção dos Direitos da Criança, da Organização das Nações Unidas (ONU), e das Convenções 138 e 182, da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O Brasil ratificou em 2 de fevereiro de 2000 a Convenção 182 da OIT, que estabelece que os Estados-Membros devem tomar medidas imediatas e eficazes para abolir as piores formas de trabalho infanto-juvenil 3. Segundo o relatório da OIT, publicado em 2006, diminuiu em 11% o número de crianças trabalhadoras em nível mundial, no intervalo de tempo de 2000 a 2004, mais precisamente, baixou de 246 para 218 milhões o número de crianças envolvidas no trabalho infantil. Um dado

10 258 Revista Latino-americana de Estudos do Trabalho em especial foi a redução de 26% no número de casos de crianças e jovens, com idades entre cinco e dezessete anos, envolvidas em trabalhos considerados perigosos, ou seja, de 171 para 126 milhões, nesse mesmo período. De acordo com os interlocutores dessa organização, essa diminuição no contingente de crianças trabalhadoras deve-se a ações concretas em nível mundial associadas à redução da pobreza e à educação de massas. Cabe salientar que, no caso brasileiro, políticas sociais implementadas pelo Estado, nesses últimos anos, com envolvimento da sociedade civil são ilustrativas desse fato. De acordo com o Relatório da OIT, foi na América Latina e no Caribe onde se verificaram os maiores alcances na redução do trabalho infantil. Na Ásia, verificou-se uma diminuição absoluta do número de crianças trabalhadoras, no entanto, no continente africano, embora tenha se verificado menor incidência de trabalho infantil, mais precisamente na África ao Sul do Saara, encontramos, em nível mundial, a mais elevada proporção de crianças envolvidas em atividades econômicas, aproximadamente 50 milhões de crianças trabalhadoras. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), divulgados em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a incidência de crianças trabalhadoras no Brasil, na faixa etária de cinco a treze anos, caiu de 4,5% da população desta faixa etária em 2006, para 4% em Embora tenha ocorrido uma queda percentual, ainda existem em torno de 1,2 milhão de crianças afetadas e/ou exploradas, nos mais diversos níveis, pelo trabalho infantil nas diferentes regiões brasileiras. De acordo com esse levantamento, mais da metade desse público morava no campo, mais precisamente 60,7% das crianças trabalhavam em atividades agrícolas. Por outro lado, considerando-se a faixa etária acima de quatorze anos, reduziu-se para 32% o número de pessoas envolvidas com o trabalho no campo. Importa registrar que é justamente nesse espaço societário e, especificamente, entre as crianças mais novas que se constata a realização de trabalho não remunerado. Ou seja, a presença no trabalho, sem qualquer espécie de contrapartida, é mais acentuada nas atividades agrícolas (83,6%) que nas atividades não agrícolas (18,7%). Como veremos posteriormente, as razões meramente econômicas não são suficientes para explicar esse fenômeno, tendo em vista a manifestação de outras dimensões de cunho social e cultural inerentes às explorações agrícolas familiares.

11 Trabalho infantil no campo A maior parte das crianças que trabalham são do sexo masculino, mas as meninas são maioria quando se observa o trabalho doméstico. O fato de os rapazes aparecerem com maior frequência a desempenhar trabalhos na agricultura, sobretudo aqueles considerados perigosos e mais pesados, não significa dizer que trabalhem mais que as meninas e as adolescentes. As moças apresentam ritmos de trabalho mais regulares ao longo da semana e ao longo do ano. Os seus horários de trabalho mantêm-se muito extensos e preenchidos, mercê da sua constante intervenção nas rotinas inerentes à manutenção da casa e da família. Concentrando as suas atividades no domínio agrícola, os rapazes são mais influenciados pela sazonalidade desse trabalho. Por isso, embora possam apresentar índices de participação no trabalho mais elevados, nos momentos críticos da atividade agrícola, têm, na época de baixa atividade, horários e conteúdos laborais muito mais suavizados que elas. O que proporciona ao público masculino infantil e juvenil mais tempo para o lazer e maior flexibilidade e autonomia para participar das atividades vinculadas ao espaço público. Dentre os fatores envolvidos na problemática do trabalho infantil, que contribuem para a complexidade desse fenômeno, a temática da educação se reveste de grande importância, tendo em vista as redefinições ocorridas recentemente no papel e lugar ocupado pela instituição escola ou mesmo pela valorização do estudo verificada entre as famílias de agricultores. Novamente, os dados da PNAD/2006 são reveladores desse fato, na medida em que a jornada de trabalho das crianças, muitas vezes acentuada (segundo o PNAD, 6,6% delas tinham uma jornada de 40 horas semanais), não as impediram de estudar, pois 94,7% delas além de trabalharem (em diferentes intensidades) também foram à escola. Cifra esta muito semelhante às crianças que não trabalhavam, isto é, 95,7%. A partir de informações divulgadas em 2009 pela PNAD e em 2007 pelo SAEB (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, que mede o rendimento dos estudantes em matemática e português), pode-se fazer uma correlação, para determinados contextos regionais, entre os índices de trabalho infantil e os Índices de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). De maneira geral, os dados indicam que quanto maior a incidência de trabalho infantil menores são os valores do Ideb. Os índices mais altos de trabalho infantil foram registrados nos estados do Nordeste ( ) e do Norte ( ), regiões que também possuem o Ideb mais baixo, inferior a 4,0. O Ideb é calculado com base em uma escala de 0 a 10.

12 260 Revista Latino-americana de Estudos do Trabalho Contudo, além da necessidade de realizar estudos aprofundados para qualificar esta relação entre trabalho e rendimento escolar, outros aspectos também interferem nos índices desse rendimento. Entre esses, cabe destacar a precariedade na infraestrutura escolar, a débil formação dos professores, as enormes dificuldades vivenciadas pelas crianças das comunidades rurais mais distantes para se deslocar até as escolas etc. Conforme pode ser observado nos resultados dos Censos da Educação Superior, realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), as crianças que nascem no campo têm muito mais chance de não frequentar (ou frequentar menos) a escola que uma criança nascida na cidade. Os números apontados nos estudos indicam o difícil quadro da educação rural no Brasil. É justamente entre crianças e adolescentes que vivem em territórios rurais que encontramos os maiores índices de crianças não alfabetizadas. Por outro lado, é preocupante também a baixa qualidade do ensino, decorrente da precariedade na infraestrutura de ensino e da baixa remuneração dos professores. Geralmente, o conteúdo ensinado nas cidades é levado para o campo sem problematização, desconsiderando as realidades locais. Para Soares et al. (2009), os projetos pedagógicos desenvolvidos na área urbana dos municípios, em que frequentam as crianças do campo, nem sempre reconhecem as especificidades constitutivas da diversidade do mundo rural, desprezando tradições, valores e identidades individuais e coletivas em favor de um mundo único, civilizado e educado ao qual todos devem ser submetidos. Se, por um lado, os indicadores numéricos divulgados por instituições de pesquisa são de grande valia para mostrar a presença e a dimensão do trabalho infantil no Brasil; por outro, é necessário fazer a ressalva de que os dados isolados dos seus contextos não são suficientes para se analisar a complexidade do problema, sobretudo no que diz respeito aos contextos rurais, havendo particularidades não contempladas nesses estudos. Ao se abordar a inserção de crianças e adolescentes nas atividades agrícolas é fundamental que se diferenciem as atividades inerentes à agricultura familiar daquelas restritas ao trabalho assalariado, que possui outras implicações e significados. Como veremos posteriormente, ao se explicitar a lógica de inserção das crianças no trabalho agrícola familiar, que se constitui no principal objetivo dessa reflexão, é ressaltado pelos autores o sentido de aprendizagem e socialização das crianças, além da

13 Trabalho infantil no campo sucessão geracional como elementos que explicam o envolvimento das crianças com o trabalho familiar. Antes de explicitarmos esta lógica familiar, colocaremos em relevo alguns aspectos gerais que distinguem a inserção das crianças nos processos produtivos rurais. A inserção das crianças nos processos produtivos rurais e suas implicações no debate sobre o trabalho infantil As crianças rurais não formam um grupo social homogêneo, assim como são diferenciados as realidades e os contextos sociais, econômicos e culturais em que se inserem. Nessa mesma lógica, se inscreve a problemática do trabalho infantil que possui variações e diferentes manifestações, condicionantes e razões para explicar a sua existência. Entre outros fatores, a pobreza, a escolaridade dos pais, o tamanho e a estrutura da família, o sexo do chefe de família, idade em que os pais começaram a trabalhar, local de residência, tipos de atividades econômicas, são os determinantes mais analisados e dos mais importantes para explicar a alocação do tempo da criança para o trabalho (Kassouf, 2007). Não é objetivo deste artigo fazer uma análise exaustiva sobre as categorias trabalho e infância, considerando a vasta literatura existente sobre esses conceitos. Não é nossa intenção, também, elaborar um quadro abrangente sobre os diferentes contextos e as diferentes formas em que se insere o trabalho infantil no Brasil, o que certamente demandaria estudos aprofundados sobre este tema. Objetiva-se neste artigo analisar as caraterísticas distintas e os fatores motivadores da inserção das crianças na divisão social do trabalho agrícola familiar, especificamente, nas regiões coloniais do estado de Santa Catarina, onde temos realizado pesquisas envolvendo a infância e a juventude rural. Para analisar a inserção das crianças no trabalho agrícola familiar, que será objeto do próximo tópico desse artigo, cabe preliminarmente diferenciar o trabalho infantil vinculado às atividades de subsistência familiar implicadas na reprodução social e na sucessão geracional do patrimônio familiar, daquilo que é considerado degradante e que acarreta a exploração do trabalho das crianças. Nesse processo, há uma diferença fundamental apontada por Schneider (2005) entre as atividades voltadas à produção para uso próprio, autoconsumo etc., e os trabalhos que implicam ocupação formal e sistemática da força de trabalho fora dos

14 262 Revista Latino-americana de Estudos do Trabalho estabelecimentos, na maioria das vezes, destinados à produção de bens, produtos e serviços de terceiros com a finalidade de obter remuneração pelo trabalho realizado. Isto não significa, necessariamente, que estas formas de trabalho impliquem a observância da legislação do trabalho ou que as formas de pagamento sejam em dinheiro ou que não haja o uso do trabalho infantil. Nesta última situação, insere-se um conjunto diverso de sistemas produtivos em que se verifica uma presença marcante do agronegócio exportador de alimentos e matérias-primas e do trabalho assalariado no campo, demandando análises diferenciadas ao se enfocar o conceito de trabalho infantil, considerando a ocorrência nesse contexto de formas mais agudas de exploração do trabalho das crianças. Tendo em vista que diversos autores já analisaram com profundidade as características e os problemas envolvidos no trabalho infantil das crianças nesses contextos entre os quais cabe citar Martins (1993), Marin (2006; 2010), Neves (1999; 2001), Silva (2000), entre outros destacaremos apenas os aspectos principais apontados pelos autores. O estudo no Brasil que possivelmente mais colocou em relevo as profundas contradições e desigualdades de condições sociais vivenciadas pelas crianças rurais no Brasil foi feito por Martins (1993), que valoriza no seu trabalho as representações e a voz das crianças pesquisadas nas regiões de fronteira entre o Centro-Oeste e o Norte do Brasil, contexto em que se verificou uma expansão muito grande do agronegócio exportador. Além de explicitar a profunda precariedade vivida por essas crianças de origem rural na sua (não) infância, explicita os problemas estruturais de uma realidade social afetada pelas políticas macroeconômicas nacionais e internacionais que, a longo tempo, tem gerado exclusão social, empobrecimento e condições desiguais de desenvolvimento entre as regiões. Constata, enfim, que, no cotidiano das crianças, o tempo dedicado ao trabalho aparece em primeiro lugar, aparecendo posteriormente e com uma série de dificuldades o período da escola e, de forma circunstancial, como uma exceção, as brincadeiras; enfim, uma fragmentação da sociabilidade na infância dessas crianças. Como refere Quinteiro (2003), o alerta desse sociólogo adquire na atualidade maior relevância diante de diagnósticos que apontam as precárias condições sociais da criança e de suas famílias e, ainda, a ausência de trabalhos que enfoquem tais problemas como um fenômeno sociológico. O estudo feito por Neves (1999) no Nordeste brasileiro, que

15 Trabalho infantil no campo analisa as lógicas sociais em torno da exploração do trabalho infantil e as alternativas de prevenção, é uma exceção importante e uma referência na literatura que aborda a infância no espaço rural. Segundo Marin (2010), os empresários das cadeias produtivas do agronegócio brasileiro inseriram, nesses últimos anos, cláusulas sociais em seus contratos comerciais, bem como assinaram pactos de erradicação do trabalho infantil e aderiram aos propósitos dos selos sociais, em virtude do crescimento da pressão internacional, expresso nas contínuas ameaças de boicotes às mercadorias produzidas com exploração do trabalho de crianças e adolescentes. Segundo o autor, essas iniciativas conferem legitimidade às empresas ligadas ao agronegócio nos mercados globalizados, além de constituírem-se em valiosos investimentos em marketing social. A inserção laborativa prematura dos filhos exprime a divisão familiar do trabalho e o sistema de valores morais que organiza a interdependência de seus membros. Ao analisar os efeitos intergeracionais do trabalho infantil entre trabalhadores rurais da agroindústria sucroalcooleira no Nordeste brasileiro, Neves (2001) constata que todos os membros da família, desde cedo, assumem responsabilidades na constituição dos bens fundamentais ao consumo. A ética expressa na aceitação do sacrifício é assim constitutiva do ethos desta categoria de trabalhadores, também sintetizadora de diversos valores de referência comportamental. Segundo a autora, a ausência de instituições que ofereçam apoio aos pais na tarefa de socialização dos filhos facilita a dependência do trabalho e a aceitação de condições adversas, portanto, mais facilmente impostas. O trabalho aparece então como recurso de enquadramento moral dos pobres e os empregadores como os agentes mais próximos e viabilizadores da sobrevivência, do crédito e do apoio diante do inesperado. Já Silva (2000) constata, em sua pesquisa feita com crianças trabalhadoras na cultura da cana-de-açúcar no Nordeste brasileiro, que, ao pensar sobre o próprio corpo durante o trabalho, a grande maioria delas sofria com as extensivas jornadas de trabalho no corte da cana, que as obrigavam a acordar muito cedo e renunciar ou diminuir o tempo destinado às brincadeiras; o tempo para que o corpo pudesse com plenitude e sem pressão entregar-se às conjecturas lúdicas. A maioria referia-se sempre ao trabalho na infância como detonador de sofrimento, dor e fadiga, nunca de ludicidade e relaxamento (Silva, 2000: 256). Além da cana-de-açúcar, existem outros sistemas produtivos de base empresarial

16 264 Revista Latino-americana de Estudos do Trabalho no campo brasileiro em que se verifica a presença do trabalho infantil (entre os quais, o sisal, o carvão vegetal, a fruticultura comercial, oleaginosas etc.), cujas particularidades foram ou vêm sendo abordadas na literatura (Kassouf, 2007, indica os principais estudos empíricos sobre trabalho infantil no Brasil). Estudos realizados pela PNAD e pela OIT estabelecem uma analogia questionável entre o trabalho realizado nas unidades de agricultores familiares na forma de ajuda, que possui um caráter pedagógico-socializador, e aquele executado por contratação (assalariamento ou outra forma de pagamento) e submetido aos rigores do controle e do disciplinamento e, em muitos casos, com exploração da mão de obra infantil. Segundo Schneider (2005), em determinadas circunstâncias, o senso comum e mesmo a legislação corrente acabam percebendo a intensificação das jornadas de trabalho e o recurso ao emprego dos filhos meramente como formas de aviltamento ou promoção da auto ou (super)exploração da força de trabalho, esquecendo-se que, para eles, o trabalho pode assumir sentido produtivo e dignificante. Cabe salientar, no entanto, que estas considerações não podem servir para justificar ou legitimar o uso do trabalho de crianças em atividades agrícolas, sobretudo em atividades penosas ou que oferecem riscos. Para o autor, o exercício do trabalho infantil nas unidades de agricultura familiar não possui o sentido de uma ocupação tout court e que as crianças que exercem atividades não remuneradas e/ou destinadas à produção para o próprio consumo não podem ser equiparadas a indivíduos economicamente ativos e tão pouco ser contabilizadas como pessoas ocupadas pelas estatísticas oficiais. Mais precisamente: Os trabalhos realizados pelas crianças dentro das unidades de agricultores familiares são complementares aos processos produtivos, não se destinam a obter remuneração e possuem um sentido pedagógico e de socialização. Contudo, não se pode dizer o mesmo daquelas situações em que o trabalho infantil é realizado fora da unidade produtiva, onde então assume o caráter de uma ocupação, mesmo que não formalizada do ponto de vista jurídico legal, visando a venda da força de trabalho e a obtenção de remuneração por esta (Schneider, 2005: 23). Levantamentos feitos pela PNAD, nesses últimos anos, mostram que a parcela hegemônica das crianças na faixa etária entre cinco e quinze anos que trabalham no ramo agrícola do Brasil enquadram-se na categoria dos trabalhadores que oferecem ajudas e auxílios dentro do domicílio, sendo por isso classificados pela PNAD como não remunerados e

17 Trabalho infantil no campo para o próprio consumo. Nas duas regiões brasileiras em que se verifica a presença predominante da agricultura familiar na estrutura fundiária, também, constata-se um elevado percentual de crianças com idades entre cinco e quinze anos que trabalham em atividades que, provavelmente, são tarefas de apoio e ajuda aos pais dentro do estabelecimento agropecuário ou até mesmo nos afazeres do domicílio. Como se refere Schneider (2005), trata-se, em essência, de trabalhos auxiliares que não implicam trocas mercantis, remuneração e, tampouco, geração de vínculos empregatícios formais. Se resgatarmos Chayanov (1974), veremos que, nas unidades familiares, o trabalho e a produção possuem um caráter coletivo e indivisível, pois todos trabalham com a finalidade de viabilizar o empreendimento. Muitas vezes, esta diferença assenta-se, fundamentalmente, em uma construção simbólica, que se constitui em uma representação do significado e do sentido do trabalho que orienta os valores e a visão de mundo de indivíduos e dos grupos sociais. O que pretendemos enfatizar nesta reflexão é que a divisão social do trabalho agrícola familiar é uma estratégia para viabilizar sua reprodução social, constituindo-se num traço essencial de sua identidade social. Nesse sentido, mobilizar o trabalho das crianças e dos jovens possui razões que não se explicam apenas por motivações econômicas e, dificilmente abarcaremos toda a sua dimensão fundamentando-se apenas em indicadores estatísticos ou quantitativos. No nosso ponto de vista, não podemos apontar sem uma devida problematização essa lógica inerente à agricultura familiar como um ato de exploração do trabalho das crianças por parte dos pais. Visando contribuir com esse debate, apresentamos a seguir alguns elementos que configuram esta lógica nas unidades familiares de produção na agricultura. A lógica camponesa e a inserção das crianças no trabalho agrícola familiar A utilização nos estudos rurais, no Brasil, dos conceitos de camponês e, mais recentemente, de agricultura familiar nunca foi consensual nem mesmo harmônica entre os diversos interlocutores. Pelo contrário sempre foi marcada por divergências de cunho teórico, ambiguidades e, polêmicas entre aqueles que adotam estas noções. Camponeses ou agricultores familiares, adotamos estes termos para designar as famílias de agricultores que mais ou menos modernizadas ou tecnificadas em-

18 266 Revista Latino-americana de Estudos do Trabalho pregam nos seus processos produtivos mão de obra predominantemente familiar, dependendo principalmente da renda de seu próprio estabelecimento para o sustento dos membros do grupo doméstico. Partimos do pressuposto de que estas categorias sociais são diversas e heterogêneas social, econômica e culturalmente, com interesses, projetos de vida e visões de mundo muitas vezes diferentes entre os integrantes do próprio grupo familiar, ilustrado nas hierarquias de poderes, desigualdades e conflitos de gênero e geração encontrados, em muitos casos, no seio das unidades produtivas familiares. Estas características peculiares verificadas nessa categoria social, marcada por singularidades na organização da produção, do consumo e da vida social, não deixam de influenciar e condicionar os processos de socialização, as representações, os valores e a trajetória social das crianças rurais. Mesmo nos contextos sociais rurais em que a maioria das propriedades agrícolas são de base familiar, como é o caso do Sul do Brasil, há uma heterogeneidade muito grande em relação aos diferentes perfis sociais das unidades agrícolas familiares. Além de camponeses e/ou agricultores familiares descendentes de imigrantes europeus não ibéricos, entre os quais, sobretudo italianos, alemães, austríacos, poloneses etc., encontramos descendentes de luso-brasileiros, reconhecidos como caboclos, comunidades quilombolas, indígenas etc., constituindo um leque bastante amplo de diferentes etnias em que se verifica a presença de unidades produtivas com base familiar. Considerando esta diversidade de contextos e realidades socioculturais, ocorrem também diferentes formas e níveis diferenciados de inserção das crianças no trabalho agrícola familiar. Para as intenções desta análise, focaremos o trabalho infantil na agricultura familiar constituída de descendentes de imigrantes italianos e alemães, que colonizaram o Oeste de Santa Catarina, região em que se verifica a predominância desse público nas comunidades rurais e na qual realizamos pesquisas. Nas propriedades familiares rurais típicas dessa região, não é nada simples separar o que é trabalho doméstico de trabalho produtivo, ou mesmo trabalho produtivo de trabalho reprodutivo, tendo em vista a complexidade que se estabelece nessa forma social. Muitas vezes, esta unidade familiar é vista como um trabalhador coletivo, em que todos(as) colaboram para o conjunto do empreendimento. Obviamente, que esta visão pode acarretar vieses de gênero e geração. Paulilo (2004), ao estudar o trabalho das mulheres rurais percebeu que a distinção entre traba-

19 Trabalho infantil no campo lho pesado feito pelos homens e trabalho leve feito pelas mulheres não se devia à qualidade do esforço despendido, mas ao sexo de quem o executava, de tal modo que qualquer trabalho era considerado leve se feito por mulheres, por mais exaustivo, desgastante ou prejudicial à saúde que fosse. A autora vê o mesmo fenômeno se repetir quando da divisão entre trabalho doméstico e trabalho produtivo. Embora com especificidades, a denominação de ajuda aos esforços realizados por crianças, sobretudo meninas, no trabalho agrícola familiar traz implicitamente esta conotação ideológica que reproduz desigualdades e descontentamentos entre os integrantes dos estabelecimentos familiares. Isto não significa dizer que esta ajuda, estes trabalhos enquadrados nessa noção sejam de menor importância ou que não possam ser prejudiciais à saúde. De maneira geral, são atividades laborais que não são remuneradas porque destinam-se a auxiliar ou complementar as diversas tarefas e serviços que são executados na unidade produtiva familiar. O trabalho é uma categoria polissêmica construída socialmente e (re)produzida historicamente pelos descendentes de imigrantes europeus, que colonizaram o Sul do Brasil nos séculos XIX e XX, como um elemento fundamental do ethos desses camponeses, um referencial simbólico de uma identidade étnica, cujas virtudes e particularidades procuram ser repassadas através de um processo de aprendizagem no próprio grupo doméstico, em que a geração ascendente transmite os valores e saberes práticos às gerações subsequentes, num processo que nem sempre é homogêneo, muito menos harmônico. Obviamente que, se considerarmos outras realidades com presença da agricultura familiar no Brasil ou mesmo outras categorias sociais de base familiar presentes nas comunidades rurais da região Sul, encontraremos outras visões de mundo, valores e racionalidades no que se refere à categoria trabalho, que se expressam nas diferentes formas de organização e de finalidades dos processos produtivos, nas diversas maneiras de inserir as crianças nas atividades produtivas, bem como nas trajetórias sociais formuladas pelos membros desses grupos domésticos específicos. Renk (2000) entende ser necessário relativizar a assertiva de Mendras (1984), segundo a qual o indivíduo nasce camponês e não se torna camponês. Para a autora, o indivíduo nasce na condição camponesa, no entanto, este fato não prescinde da construção social dessa condi-

20 268 Revista Latino-americana de Estudos do Trabalho ção, ou seja, da necessidade de produção social do que significa ser agricultor(a), visando a sua reprodução enquanto tal. Aqui se insere o papel desempenhado pela transmissão do saber agrário, agronômico, telúrico, do saber prático, transmitido de pai para filho, como prática pura sem teoria (Bourdieu, 1989: 22). Embora os avanços da ciência e da tecnologia no campo das ciências agrárias, bem como a disponibilidade atual de um leque bastante amplo de oportunidades de capacitação formal ou informal, ainda o principal mecanismo para se formar e reproduzir a profissão de agricultor(a) familiar continua sendo o aprendizado prático através do saber-fazer transmitido de geração em geração. No Brasil, não se tem referências precisas acerca do modo como surgem novos profissionais da agricultura, mas é possível estimar que parcela significativa aprende e inicia-se na atividade agrícola através das relações familiares, sendo a profissão transmitida de pai para filho. Neste sentido, a iniciação das crianças no trabalho agrícola acaba adquirindo um sentido pedagógico e constitui-se no aprendizado fundamental para formar um novo profissional do ramo agrícola (Schneider, 2005). Para o autor, além do papel de socialização das crianças, o processo de aprendizagem da profissão é também um ritual de seleção do futuro herdeiro da unidade familiar, pois é justamente na hora da escolha do herdeiro que os pais podem levar em conta aspectos observados ao longo da trajetória individual e profissional do filho escolhido, considerando, obviamente, as habilidades para o trabalho aprendidas desde a infância. No que se refere, especificamente, aos processos de socialização, nos contextos rurais, a sociabilidade das crianças se realiza principalmente em torno das redes familiares e de vizinhança. No entanto, cada vez mais as relações sociais e de afeto desse público se complexificam, considerando o estreitamento das relações campo-cidade, possibilitada, além de outros fatores, pela mobilidade social do público infanto-juvenil e pelo aumento no fluxo de informações geradas pelas redes de comunicação e pela inclusão digital. Nesse sentido, redefinições nos processos de sociabilidade passam a ocorrer a partir do momento em que as crianças de menor idade começam a passar grande parte do seu tempo fora do contexto familiar na escola, em diversas atividades extracurriculares ou em centros infantis de dia. Os lugares da infância podem ser vistos à luz dos fluxos que os atravessam, as escolas estão associadas a outras escolas, a agregados familiares, centros de atividades extracurriculares etc. (Schueler; Delgado; Muller, 2005).

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