No Brasil: Construir a campanha pela redução da jornada de trabalho independente das centrais governistas

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1 Contribuição : R$ 1,00 Solidária: R$2,00 Ano V - Número 16 Março/Abril de 2010 CORRENTE MARXISTA REVOLUCIONÁRIA - Corrente Internacional Socialismo ou Barbárie No Brasil: Construir a campanha pela redução da jornada de trabalho independente das centrais governistas CHILE E HAITÍ: Do terremoto natural e social à intervenção militar! - p. 20 ELEIÇÕES: Denunciar a democracia dos ricos e apresentar uma alternativa operária - p.8 GREVE: Professores reivindicam melhores condições de trabalho - p.14

2 2 EDITORIAL Em 2010: Unificar trabalhadores na luta e nas eleições com um programa classista e com base na mobilização das massas A situação política da Grécia coloca um sinal de alerta para classe dominante em todo mundo. Os trabalhadores gregos estão dando uma grande lição política - em menos de duas semanas já foram realizadas duas greves gerais de grande repercussão -, não apenas para os seus irmãos europeus, mas, também, para todos trabalhadores do mundo que estão acometidos por planos de ajustes que despejam sobre os trabalhadores todo o ônus da crise econômica. Nessas manifestações eram comuns faixas e cartazes com os dizeres: que os ricos paguem pela crise - uma contundente manifestação de uma consciência classista - e nas mais recentes se ouvia também nós não somos Irlanda, em uma clara alusão de que não aceitarão a traição da burocracia irlandesa que assinou um acordo pelas costas dos trabalhadores que significou uma redução salarial de 20%. No Brasil ainda não contamos com esse grau de polarização social. Apesar das contas públicas e do déficit não ter atingido 12% como na Grécia, o Brasil tem acumulado sérios problemas econômicos (déficits no balanço de pagamentos, balança comercial negativa, crescimento da dívida pública, tendência a inflação, etc.) fazendo com que as alavancas da política econômica funcionar contra os trabalhadores. Pois as altas taxas de exploração do trabalho vividas no Brasil com as grandes empresas nacionais e transnacionais são altamente beneficiadas com o livre fluxo de capitais e remessas de lucro, com o pagamento dos juros da dívida, garantidos pelos superávits primários; pelas políticas de isenção fiscal etc. É certo que em um cenário de repique da econômica mundial as políticas de transferência da crise para os trabalhadores no Brasil seriam agravadas. Os trabalhadores brasileiros no último período pagaram a conta da crise diretamente com a perda de empregos, arrocho salarial e precarização do trabalho e, indiretamente, com a transferência de bilhões dos cofres públicos para os patrões. Se depender do governo e dos patrões essa situação será agravada. Dessa forma, é necessário encontrar pontos de apoio, mesmo dentro de uma conjuntura desfavorável, na realidade para que possamos retomar a ofensiva. A política brasileira em 2010 é marcada pelo calendário eleitoral - onde a polarização entre alternativas burguesas já tomam conta do noticiário, apesar do prazo legal para a propaganda eleitoral ainda não ter sido liberada oficialmente - e pela continuidade de políticas governamentais que favorecem claramente a classe dominante. Em relação às eleições é importante destacar que o processo eleitoral no atual regime de democracia dos ricos em que vivemos, tem por objetivo realizar um consulta popular para saber quais seriam os melhores governantes do atual Estado. Ao depender simplesmente das eleições é óbvio que nenhuma mudança estrutural é possível. Mas, isso não significa que eleger representantes comprometidos com a transformação social não pode contribuir com a denúncia do sistema e com o processo de organização dos trabalhadores. Outro aspecto do controle burguês sobre as eleições está relacionando com a capacidade da classe dominante em fazer a ampla maioria dos postos de representação política na sociedade de classes. Os gastos estimados nas campanhas eleitorais em média para presidente é de R$ 160 milhões. O ex-tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, estima o custo da campanha de Dilma em 200 milhões. Calcula-se que o custo para se eleger um governador no Estado de São Paulo é de 90 milhões, um senador no mesmo estado não sairia por menos de 95 milhões. Atenção! estes seriam valores das doações consideradas legais. Apesar de tudo isso, os trabalhadores devem no processo eleitoral apresentar alternativas socialistas e radicais ao que está colocado por se tratar de um momento de discussão política singular. Para tal, a construção de uma aliança entre as forças classistas é fundamental. Não apenas apresentando siglas e nomes mais ou menos conhecidos, mas através de propostas de superação do capitalismo pela alternativa socialista de sociedade. Somos, assim, a favor da construção de uma frente eleitoral da esquerda radical nas próximas eleições para se colocar entre as falsas polarizações entre Dilma e Serra e da falsa alternativa - basta ver política de alianças e programa - de Marina Silva pois também se encontra totalmente nos marcos do regime Dessa forma, está sobre a responsabilidade dos setores de esquerda do PSOL e do PSTU, apoiados em um processo de discussão nos fóruns do movimento, construir uma frente eleitoral e candidaturas que apresentem a ruptura com o capitalismo através de um programa socialista com ênfase na auto-organização dos trabalhadores. Nesse sentido, é necessário atentar para as bases do programa dessa frente de esquerda. O último programa eleitoral do PSTU, exibido no dia 11 de março em rede nacional, nesse sentido não contribui para a estratégia de construir uma alternativa apoiado na mobilização dos trabalhadores. Pois em momento nenhum se apelou à organização direta dos trabalhadores para resistir à política de continuar transferindo aos trabalhadores a conta da crise. Mesmo o chamado à unificação entre CONLUTAS e Intersindical - que tem no Congresso de Unificação entre os dias 05 e 06 de junho em Santos (SP) uma data fundamental - foi a- presentado nesse programa eleitoral do PS- TU, meramente como um calendário sindical. Como se a construção de uma alternativa classista e de luta não dependesse diretamente da mobilização pela base da classe trabalhadora - enfrentando objetivamente os patrões e o governo - para superar na prática a era PT/CUT. Outra lacuna é a ausência de campanhas nacionais de mobilização que atendam a questão da precarização crescente da força de trabalho no Brasil. Um exemplo importante nesse sentido é a ausência de uma campanha sistemática pela redução da jornada de trabalho (existe um projeto tramitando do Congresso Nacional que prevê a jornada legal de 40 horas semanais). Para que CONLUTAS e INTER- SIDNICAL se construam de fato como alternativas devem ser capazes de impulsionar campanhas pela base que se oponham ao vértice das políticas entreguistas da CUT e da Força Sindical (no caso da jornada de trabalho estão preparando um acórdão pelas costas dos trabalhadores que pode significar uma redução pífia da jornada legal de 44 para 42 horas). As alternativas classistas devem impulsionar imediatamente uma campanha unificada pela redução da jornada de trabalho para 30 horas sem redução de salário, campanha essa devidamente acompanhada de outras bandeiras como a necessária auto-organização dos trabalhadores no interior de todo local de trabalho através da criação de Comissões de Fábricas independentes e democráticas etc... EQUIPE DE REDAÇÃO: Antonio Carlos Soler, Ana Paula Lemos e Rosi Santos

3 3 Enquanto bancos e indústrias batem recordes de lucro, trabalhadores amargam desemprego e arrocho salarial N esses primeiros meses de 2010 os analistas ligados aos interesses dominantes, em meio à corrida eleitoral que já começou apesar de ainda não haver candidatos oficiais, continuam tecendo altos elogios à política macroeconômica do governo Lula. Entre os analistas burgueses há um uníssono em relação aos acertos do presidente apesar de exigirem sempre mais aperto fiscal (leia-se maiores cortes restrição na folha de pagamentos e nos investimentos nas áreas sociais) na condução da política cambial, fiscal e monetária do atual governo. Não é por menos: o governo Lula se demonstrou nesses quase oito anos na frente do governo como um verdadeiro guardião dos fundamentos neoliberais, superando de longe seu antecessor, FHC. Assim, a política econômica não saiu um milímetro do trilho garantindo taxas de acumulação nunca vistas. Após a recessão, que levou o PIB anual a - 0,2%, a economia parece dar sinais de recuperação. A questão é: no cenário internacional, com fortes suspeitas de que o fim da recessão não tem sustentação, com países a falência aberta e uma crise social e política de grande escala, dará condições para que a produção doméstica do Brasil encontre mercado consumidor suficiente para a oferta que tende a crescer. Um estudo do DIEESE demonstra que os trabalhadores no pós -crise estão em situação bem pior do que a anterior. No quesito salários houve perda de 2,8% na indústria. Já as empresas - ajudadas pelas centrais sindicais governistas, como a CUT e a Força Sindical - aproveitaram a situação de defensiva em que se encontravam os trabalhadores diante da ameaça de demissões para reduzir salários e benefícios. Não é a toa que em vários ramos da economia os patrões estão batendo recordes de lucratividade. Da mesma forma que o mito da economia blindada diante da crise mundial demonstrou-se falácia - basta ver os dados em relação ao PIB da indústria em , a recuperação sustentada da economia brasileira depende, em grande medida, da recuperação da economia mundial que tem demonstrado uma série de fragilidades (vide a atual crise da Grécia e de outros países europeus que enfrentam verdadeiras Contas públicas: uma verdadeira bomba-relógio Por Antonio Soler insolvências em suas contas públicas). O financiamento da dívida pública é um problema que perpassa economias em todo planeta, com sérias repercussões na Grécia e nas economias mais vulneráveis na Europa, Espanha, Portugal e Irlanda com um risco de contágio que pode eclodir em uma nova onda de quebras. Apesar do governo brasileiro ter comemorado resultado das contas públicas de janeiro devido ao superávit primário de R$2,2 bilhões - obtido por uma manobra contábil que contou com o atraso do pagamento dos precatórios - essa e outras manobras não podem esconder a evolução negativa das contas externas e da dívida pública do Estado brasileiro que, com o aumento das importações em relação às exportações e a depreciação do dólar, tendem a se elevar podendo, ao depender do cenário internacional, colocar em risco a médio-longo prazo a solvência financeira. O governo, para o ano de 2010, está projetando um déficit de R$ 40 bilhões para as transações correntes (quase o dobro do ano anterior que foi de US$ 24,3 bilhões). Esta elevação é um fenômeno que está ligado ao crescimento das importações, ao desequilíbrio da balança comercial, às remessas de lucro e dividendos e ao pagamento dos juros da dívida pública. Coloca-se para o ano de 2010 a tendência de acumular déficits do balanço de pagamentos, problema que será enfrentado pelo governo e pelo banco central não com medidas no sentido de controlar remessas de lucro, mas com medidas de aperto fiscal que significam, dentre outras coisas, arrocho salarial para os servidores públicos e a redução de investimentos nos setores sociais. O Brasil e outros países emergentes se tornaram altamente lucrativos para o capital especulativo. Com a redução - a praticamente zero - das taxas de juros nos mercados dos EUA e demais países centrais tornou-se altamente lucrativos tomar dinheiro emprestado nesses mercados para investir no Brasil. Operação que causou grande desequilíbrio financeiro, com conseqüência imediatas para o câmbio, produzindo desvalorização rápida do dólar e um volume de negócios na bolsa de valores que não guardava nenhuma relação com a realidade econômica do país. A depreciação do dólar - também conseqüência do espetacular fluxo de capital especulativo - levou a uma elevação de 3% da dívida líquida do setor público em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, passou de 40% para 43%. O remédio para essa situação dentro da lógica dominante é garantir a meta fiscal em 2010 que corresponde a 3,3% do PIB, com o objetivo de que a dívida líquida recue para 40% - patamar que ainda continua estratosférico - do PIB até o final de O FMI reconheceu que economias como a do Brasil vivem a formação de bolhas financeiras, e para esses casos até defendeu maior taxação sobre operações financeiras, O diretorgerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Straus-Kahn, alertou nesta sexta-feira que o Brasil, Indonésia e outros países emergentes correm um risco real de sofrer uma bolha no preço de seus ativos por causa da avalanche de dinheiro externo que entra nestas nações (...)

4 Índice Bovespa, que caiu dos 30 mil pontos no final de 2008, durante o pior da crise, confiar que hoje passava dos 66 mil pontos, apesar de registrar perdas neste ano, o que significa uma valorização a mais do dobro do dinheiro investido. Altas similares foram registradas na Indonésia e em outros mercados emergentes. (1) O enorme fluxo de capitais externos em busca de altas taxas de remuneração levou a valorização artificial (bolhas) dos ativos nacionais, fazendo com que o ministério da economia aumentasse o Imposto sobre operações financeiras (IOF). Para conter esse processo foi aumentada para 5% a alíquota do IOF. A formação de bolhas especulativas podem, em uma conjuntura de agravamento da situação econômica mundial, provocar uma combinação explosiva para a economia brasileira. Mesmo a lenta recuperação da economia, vivida nesses primeiros meses de 2010, trazem problemas adicionais, pois O Brasil, ao contrário, tem poupanças domésticas baixas, e sempre que a taxa de investimentos aumenta, acelerando o crescimento do PIB, surgem déficits nas contas correntes. O Brasil não é um exportador de capitais, e os investimentos exigem a complementação das poupanças externas, que são importadas através de déficits nas contas correntes (2). A situação das contas públicas também se agravam, pois os Investimentos Externos Diretos (investimento na produção de bens e serviços dos últimos 12 meses não foi suficiente para cobrir as transações correntes do período. O investimento Estrangeiro Direto IED) acumulou ingressos de US$24,8 bilhões (1,53% do Produto Interno Bruto) nos 12 meses encerrados em janeiro, enquanto a conta corrente - que registra todas as operações de bens e serviços do Brasil com o exterior - teve saldo negativo de US$ 25,4 bilhões, correspondente a 1,56% do PIB na mesma base de comparação (3). De forma extremamente otimista o BC acredita em um ingresso de US$ 45 bilhões para cobrir o déficit externo (US$40 bilhões). Ou seja, o fechamento das contas públicas dependem diretamente do ingresso de investimentos estrangeiros na produção e nos serviços em um cenário onde a economia mundial dá sinais claros que podem passar por novas quedas. Além do mais, existe uma tendência inflacionária e o Banco Central, preocupado com a garantia da lucratividade do grande capital, opera a política monetária no sentido de retornar as taxas de juros nos patamares anteriores à crise mundial. Com a restauração das linhas de credito e a abundância de liquides no mercado o que cria pressões inflacionárias e um ambiente extremamente favorável para a formação de bolhas - o governo agora se foca na política de ajustes voltados para conter a liquides e de maior austeridade nas contas públicas. Para conter as tendências inflacionárias, por um lado, e continuar a atrair fluxos de capitais com vistas no balanço das contas correntes, por outro, o Banco Central a partir de 22 de março retomará a exigência de depósitos à vista e a prazo. O objetivo, segundo o BC é realizar uma redução de liquidez na ordem de R$37 bilhões. Já em 9 de abril, volta a para 15% o compulsório sobre os depósito a prazo, que havia sido reduzido para 13,5%, segundo o 4 BC reduzindo a liquidez em R$34 bilhões. O Banco Central, após uma tendência de redução na taxa básica de juros, drástica redução dos empréstimos compulsórios, acena com uma reversão total da política desenvolvida no período de forte redução nos fluxos de capital internacional e local. A primeira medida foi a volta das taxas anteriores de retenção de capital no Banco Central. Com isso, há grande redução de dinheiro disponível para empréstimos ou aplicações financeiras. Tendo como conseqüência óbvia o aumento das taxas de juros. Vale dizer que mesmo com a redução dos compulsórios e da taxa básica de juros os bancos continuaram aplicando spreads (diferença entre valor tomado e valor cobrado dos clientes). A outra tendência é que nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (COPOM) a taxa Selic seja elevada com vistas a combater as tendências inflacionárias. (4) Continua a tendência à primarização da pauta de Exportações A inserção do Brasil na economia mundial - tendência aprofundada no governo Lula - continua sendo como fornecedora de produtos primários. Dados recentes demonstram que a importação de bens de consumo duráveis aumenta significativamente. Entre setembro e janeiro, a importação desses itens cresceu expressivos 30,2%, enquanto a produção caiu 1,1%. Em relação às exportações os melhores resultados ficaram concentrados nas commodities (5). Em parte essa tendência pode ser explicada pela valorização do real (O Estado de São Paulo, p. B4. Raquel Landim, 28 de fevereiro de 2010). Mas é evidente que há escolhas estratégicas pela classe dominante brasileira que tem se contentado em ser grande fornecedora de produtos primários. Alternativa que aufere a essa mesma classe taxas fabulosas de lucros (a produção de commodities se dá em condições extremamente favoráveis para o capital, como abundancia da força-de-trabalho submetido ao um assalariamento aviltante, grande quantidade de matérias-primas, solo fértil etc.).

5 5 Em relação à indústria parece haver uma maquilização, ou seja, as indústrias estão cada vez mais comprando componentes de fora para montar produtos a serem vendidos no mercado interno. Além disso, a valorização do real está sendo usada pelas empresas para ter ganhos de competitividade, em outras palavras, para dar conta do crescimento da demanda interna sem contratar mais força de trabalho, assim, também aproveitam o dólar barato para comprar bens de capital no exterior, aumentando a produção ou trocando maquinário obsoleto para melhorar sua produtividade(...) O número de importadores de máquinas e equipamentos triplicou nos últimos três anos, diz o presidentes da Associação Brasileira dos importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (Abimei) (6). O festejado lucro recorde histórico - R$ bilhões, uma marca de 15,3% em comparação com o ao de do Bando do Brasil (BB) e a alta lucratividade dos bancos privados que atingiram cifras também grandiosas tem o seu correlato na demissão de milhares de trabalhadores em Como sempre, os processos de fusão se não encontram em contrapartida a mobilização e resistência dos trabalhadores levam à demissão em massa. O caso da fusão entre Itaú e Unibanco não é diferente. Entre os bancos privados o Itaú Unibanco foi o que mais lucrou em meio à crise de R$10,007 bilhões - e, ao mesmo, tempo foi o que mais demitiu: fechou postos de trabalho. Juntos os maiores bancos privados do Brasil (Itaú Unibanco, Bradesco e Santander) fecharam 9,9 mil postos de trabalho em Em contrapartida esses mesmo bancos obtiveram lucro líquido superior a R$23,5 bilhões. O cinismo dos capitalistas parece não ter fim. Para o Bradesco, a redução de 1,24% ocorrida no quadro de pessoal não representa fechamento de vagas. Trata-se, de acordo como banco, de um índice de rotatividade no trabalho considerado normal dentro da instituição (7). Ou seja, a rotatividade da força de trabalho para garantir salários baixos e péssimas condições de trabalho é vista pelos bancos como coisa normal. As demissões entre janeiro e setembro de 2009 e a rotatividade fez com que a remuneração mensal em média caísse de R$3.494,25 para R$2.051,80, uma queda de 41,28%. Mas não são apenas os bancos que estão nadando de braçadas não. O governo Lula tem garantido ao capital financeiro exterior uma remessa de praticamente três vezes maior que a obtida na gestão de FHC. Apenas em 2009 foram remetidos para o exterior US% 7,45 bilhões em lucros financeiros, o segundo maior valor da série histórica iniciada em 1979(...) As remessas tem crescido ininterruptamente desde 2003, primeiro ano do governo Lula. Na comparação com 2001, o total de remessas do ano passado é 560% maior (8). Mas, é claro que não se trata apenas de remessa conseguidas em aplicações estritamente financeiras. Pois a maior parte do valor enviado foi originário na produção. Do total de remessa de 2009 (US$ 25,21 bilhões), a maior parte (70,5% ou RS$17,76 bilhões) tem origem nos investimentos na produção e apenas um terço (US$ 7,45 bilhões) teve origem nas aplicações financeiras. É bom que se diga que, mesmo os lucros obtidos nos investimentos em aplicações financeiras, como nas bolsas são gerados no interior da esfera produtiva, sem a qual não seria possível tal remuneração, pois quando há um descolamento, mesmo que momentâneo, entre valorização financeira e correspondente na produção real de riquezas há a formação dos processos de bolhas especulativas que geraram, inclusive, a atual crise econômica mundial. Com o fim da recessão e a lenta recuperação da economia o aumento da atividade industrial tem sido feito sem que se abram empregos na mesma proporção. Além da política monetária e dos incentivos fiscais dados pelo governo (como a redução de IPIs e os empréstimos governamentais às grandes empresas), contribuiu, de forma decisiva, para as demissões o arrocho salarial e as políticas de intensificação do trabalho durante os meses de recessão. Na verdade, observa-se um fenômeno onde o aumento da produção industrial está sendo garantido pelo aumento da produtividade e da intensificação da jornada de trabalho. A recuperação da indústria não é acompanhada proporcionalmente pela criação de novos postos de trabalho. Ao contrário, a expansão da produção tem sido sustentada pelo aumento da produtividade dos trabalhadores e pela intensificação da jornada de trabalho, de um total de 365 empresas consultadas, 76% disseram esperar aumento de produção no primeiro semestre deste ano e só 6% falam em queda. O otimismo não para ai: 81% pretendem realizar, este ano, investimentos capazes de aumentar em 15 %, na média, a sua capacidade produtiva. (9) A perspectiva empresarial, segundo simulação feita pela FIESP, indica que pode haver um crescimento no primeiro semestre de 2010 em 90 mil vagas. Número irrisório se comparado com a eliminação dos postos de trabalho pela indústria brasileira no período mais grave da crise econômica. Entre outubro e dezembro de 2009 a indústria fechou nada menos do que postos de trabalho (Dados do Cadastro Geral de Empregados e desempregados Caged). Em termos percentuais o emprego na indústria no ano de 2009 teve uma queda de 5,3% e o reflexo na folha de pagamentos dessa queda, segundo o IBGE, foi de 2,8%. Mesmo nos setores da indústria que mantiveram e até bateram recordes de vendas (como é o caso das montadoras que vendeu 3,1 milhões de veículos em 2009, o que significa uma elevação de 11% em relação ao patamar anterior o nível de emprego) se manteve praticamente o mesmo. Agora que a produção demonstra alguma recuperação é claro que os capitalistas querem manter os mesmos níveis de exploração - base da lucratividade crescente - e para isso irão contratar o mínimo possível. A luta contra o desemprego se coloca como prioritária Com a lenta e incerta recuperação da economia brasileira - que não gera postos de trabalho e que nem ao menos repõe as perdas salariais do último ano -,, da mesma forma que em vários países em todo o globo, está se apresentando um crescente endividamento

6 público e crescentes déficits das contas correntes, além da elevação inflacionária. Tudo isso somado a um cenário mundial de indefinição em relação aos rumos da economia com possibilidade de se instaurar uma situação de insolvência generalizada, fazendo com que aja um novo quebra planetário. Se confirmando um cenário internacional de novos repiques, a situação da economia brasileira, que acumula problemas estruturais (como o crescente endividamento do setor pública e a commoditização da economia) poderá ser arrastado por uma crise de piores proporções do que a vista em Mas, de qualquer forma, mesmo um cenário mais benigno coloca problemas graves para a classe trabalhadora. Não é verdade que em um ano eleitoral como 2010 o governo e a classe dominante se apresentarão de forma mais palatável aos trabalhadores. Medidas recentes do Banco Central e do governo apontam em sentido contrário, ou seja, todas as medidas necessárias para garantir taxas atuais de lucratividade e acumulação serão garantidas. As mais recentes medidas para garantir as metas de inflação e de superávit primário são claros exemplos do que estamos falando. A questão é que para resistir para não falar em superar - às terríveis tendências destrutivas da economia capitalista é necessário que os trabalhadores encontrem formas de retomar a ofensiva política perdida durante a década de Para tanto algumas tarefas se colocam como fundamentais, por exemplo, a superação das direções governistas como a CUT e a Força Sindical são fundamentais. Mas, a retomada da ofensiva dos trabalhadores passa também pelo campo político mais geral. As ilusões - criadas pelo PT - de que bastava que representantes dos trabalhadores fossem assumindo cargos públicos até se chegar à presidência da república para que as mazelas fossem resolvidas - se demonstram, na prática, totalmente superadas. Por isso construir uma alternativa política-programáticapartidária à altura das reais necessidades dos trabalhadores é decisivo. Grécia: Resistência e necessidade de organizar a luta conjuntamente com os trabalhadores e a juventude A Grécia vive uma fantástica jornada de lutas contra as políticas do governo de transferir para os trabalhadores os custos da crise econômica que gerou a insolvência do Estado grego. A Grécia tem um déficit na ordem de 12% do seu PIB e está diante da possibilidade de um verdadeiro default, processo que pode ser comparado aos vividos pelos países da América Latina e que geram processos de mobilização, como o argentinaço em Mas, a Grécia não está sozinha nessa situação. As contas públicas em uma série de países da Europa passam por problemas parecidos, em um nível maior ou menor de gravidade, a Grécia só é o elo mais fraco da corrente. Mesmo o Brasil que tem conseguido - com um o acúmulo de problemas estruturais, como o crescente endividamento do setor público e uma tendência ao crescimento dos déficits no balanço de pagamentos - financiar seus déficits sem planos de ajustes tão severos já começa a colocar em prática políticas de contenção de gastos, como as anunciadas pelo ministério do planejamento. A questão de fundo é que o alardeado fim da crise econômica e a volta do crescimento em termos planetários tem se demonstrado mais propaganda do que realidade. Dessa forma, as ameaças de novas turbulência generalizadas não estão fora de cogitação, o que atingiria em uma nova onda de destruição econômica mesmo os países que foram menos afetados no período anterior. A vigorosa reação dos tabeladores e da juventude grega não é por menos. O pacote de ajuste proposto pelo governo é brutal, passa pela redução salarial de 10% nos salários dos servidores públicos, redução drástica do gasto público com os setores sociais, aumento nos impostos sobre o combustível etc. Além de aplicar uma reforma da Previdência, que reduziria benefícios e aumentaria o tempo de trabalho de quem está na ativa. No mesmo mês os trabalhadores gregos protagonizaram duas manifestações de grande peso. Particularmente a realizada no dia 24 de fevereiro pode abrir um processo de lutas que fuja do controle das burocracias sindicais e políticas. A grande preocupação do imperialismo europeu é que a crise grega, objetivamente, está ultrapassando fronteiras econômicas e políticas. Em uma eventual quebra da economia grega haveria, sem dúvida, um contágio de difícil reversão, pois como já dito existe uma série de países em condições parecidas. Essa onda de mobilização dá um claro exemplo para os trabalhadores europeus e de todo o mundo: não vamos aceitar pagar a conta de uma crise que não é nossa, que os capitalistas paguem a conta da crise que o seu sistema econômico criou. Em suas manifestações diziam Que paguem a crise os ricos e o povo é mais importante do que os mercados. Essa tomada de posição coloca em cheque o complexo mecanismo de ajustes no setor públicos que têm como princípio a transferência de valor do capital público para o privado, sem o qual não há como resolver, do ponto de vista dominante, as crises típicas do modo de produção capitalista. O problema é que os trabalhadores gregos terão que enfrentar o entreguismo das burocracias sindicais e políticas especialistas em trair os processos de mobilização. Pois, quando há grande pressão da base acabam chamando mobilizações mas só para que a tensão passe e possam fazer pelas costas dos trabalhadores acordos favoráveis para a classe dominante. Foi exatamente o que ocorreu na Irlanda que após mobilizações massivas assinaram um acordo que, dentre outros ataques, reduziu em 20% os salários. Mas não somos fatalistas. Os trabalhadores gregos, como os de todo o mundo, aprendem também com as experiências dos seus irmãos de outros países não é sem sentido que durante a última greve geral uma as bandeiras era a de Não somos Irlanda, em um claro sinal de que estão dispostos a levar sua luta mais longe sem cair nas armadilhas burocráticas. Cabe aos trabalhadores de todo mundo, particularmente aos europeus, desenvolver a solidariedade ativa à resistência operário-estudantil grega. Propostas como greve continental contra a transferência das crise, principalmente nos países onde os planos de ajustes contra os trabalhadores estão em curso, poderiam criar um movimento social muito mais poderoso e de difícil repressão. A auto-organização dos trabalhadores e o fortalecimento das organizações revolucionárias na Grécia, certamente, criarão condições muito melhores para os enfrentamentos que se desenvolvem nesse momento. 6 Enfrentamentos na Grécia

7 Novembro/Dezembro de Diante de constantes e variadas ofensivas da classe dominante cabe aos trabalhadores encontrarem pontos de apoio para sua ação. Nesse sentido a questão da redução da jornada de trabalho merece toda a nossa atenção. Esse tema está sendo levado a cabo principalmente por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduz a jornada de trabalho de 44 horas semanais para 40 horas. O cálculo que as centrais sindicais fazem é de que com a redução da jornada poderiam ser criados 2,5 milhões de novos empregos. Valor muito aquém das reais necessidades da classe trabalhadora no Brasil se levarmos em conta que mais de 1 milhão de jovens entram todo ano no mercado de trabalho. O pior é que existe uma negociação no congresso encabeçada por Temer (presidente da Câmara dos Deputados e possível vice de Dilma Rousseff) para se chegar a uma proposta de 42 horas por semana. Uma solução que interesse verdadeiramente aos trabalhadores deveria passar pela redução da jornada de trabalho de forma constante até que todos estejam empregados. Por isso de forma imediata a jornada de trabalho deveria ser reduzida para 30 horas por semana e novas reduções deveriam ser feitas até o fim do desemprego (mecanismo é conhecido como escala móvel da jornada de trabalho). É claro que qualquer redução da jornada de trabalho é interessante aos trabalhadores, porém, a redução da jornada nos moldes que esta sendo feita não garante a contratação de mais trabalhadores. Vários estudos desde (O Capital), mais ou menos sérios, demonstram que as empresas em todo mundo reagem mais ou menos da mesma forma à redução da jornada, ou seja, compensam a redução das horas por inovações técnicas e gerenciais e aumento do ritmo do trabalho. Esse fato demonstra, claramente, a necessidade de realizar um processo amplo de mobilização política dos trabalhadores pela escala móvel de trabalho, única forma de impor o fim do desemprego da constante precarização e do aviltamento salarial. Assim, a luta pela redução da jornada de trabalho deve ser seguida da luta para que os trabalhadores tomem em suas mãos progressivamente o controle do próprio processo produtivo. Nesse sentido, causa grande estranheza o fato da CONLUTAS - central da qual nos reivindicamos - e a Intersindical não estarem desenvolvendo uma campanha alternativa ao encaminhamento que as centrais governistas vêm dando a esse tema tão caro aos trabalhadores. A crise econômica, que ainda não terminou e esta gerando novos ataques as condições de vida dos trabalhadores, deve ser respondida com campanhas que mobilizem os trabalhadores em nível nacional. Um setor que se propõe alternativo ao governismo no movimento sindical não pode deixar de se posicionar diante de uma questão como a jornada de trabalho sob pena de perder mais oportunidades - como as perdidas por ocasião das demissões na GM de São José dos Campos - de se apresentar com alternativa real à CUT e a Força Sindical. (1) Brasil e demais emergentes correm risco de sofrer bolha econômica, alerta FMI. da Efe, em Washington, 26/02. (2) Affonso Celso Pastore. O Estado de São Paulo, p. B5, 28 de fevereiro de (3) Fabio Graner e Fernado Nakagawa. O Estado de São Paulo, B8, 24 de fevereiro de (4) O índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) indica uma alta de 4,8% em relação a amostras anteriores. Dentro de cenário de alta inflacionária a taxa Selic, segundo o mercado, tende a ficar em 11,25%. (5) O Estado de São Paulo, p.b4, 28 de fevereiro de 2010 (6) Thomas Lee. O Estado de São Paulo, B4. 28 de fevereiro de (7) Marcelo Rehder. O Estado de São Paulo. Três bancos demitiram quase 10 mil em B5, 20 de fevereiro de (8) Dados obtidos em artigo de Fernando Nakagawa. O Estado de São Paulo, B7, Remessas de lucro crescem 277% sob Lula (9) Marcelo Rehder. Produtividade cresce e dificulta expansão do emprego na indústria. O Estado de São Paulo, B1, 17 de fevereiro de 2010.

8 8 Eleições Presidências: DENUNCIAR A DEMOCRACIA DOS RICOS COMO INSTRUMENTO DE DOMINAÇÃO E stá chegando ao fim o mandato de 8 anos do presidente Lula, um governo marcado no ultimo período pelas políticas de isenção fiscal para os grandes empresários, pelas demissões em massa e pela repressão aos movimentos sociais(1). O governo Lula tem se sustentado em duas frentes para manter a governabilidade : superávits primários para pagar os juros da dívida pública - medidas que permitiram altas taxas de acumulação ao capital privado. A outra medida foi a de transferir valores irrisórios, perto do que se transferiu ao capital privado e com divida externa (mas que cumpriu e continua cumprindo um papel importante de contenção social) - combinação que em grande parte é responsável pela a letargia dos movimentos sociais -, para as política compensatórias, como a Bolsa Família, o Programa Universidade para Todos (PROUNI), programas sociais como o Minha casa minha vida (2). "O brasileiro acompanhou o governo e fez a sua parte, segurando o tranco e mantendo a economia em movimento." Lula Os trabalhadores brasileiros agüentaram o tranco - demissões, redução de direitos, arrocho salarial -, pois a política do governo e das empresas foi a de transferir a conta da crise para os trabalhadores. Lula, nestes 8 anos, fez bem a lição de casa ditada pelo capital e, agora, pretende deixar um legado a ser continuado. Atualmente a grande preocupação da classe dominante é quem será capaz de continuar sua política? Mas, para nos os candidatos que aparecem à frente da corrida eleitoral, Dilma (PT) x Serra (PSDB), não mudarão, independentemente de quem for eleito, nenhum milímetro na política macroeconômica. Pois se trata de uma batalha entre iguais e o resultado será mais do mesmo. Principalmente porque o governo lula não só continuou todas as medidas importantes do ex- presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) como, também, aprofundou muitas outras, como, por exemplo, a medida provisória que proibi a desapropriação das áreas ocupadas pelo movimento dos sem terras criada por FHC e mantida por Lula. Outro exemplo importante é o da reforma da previdência que tirou diretos dos trabalhadores, aumentando o tempo de trabalho e impondo um teto salarial. Essa medida, além de um ataque direto ao direito dos trabalhadores, está transferindo bilhões para os fundos de pensão, pois quem ganha acima deste teto migra para estes fundos afim de complementar sua aposentadoria. Além da tão propagada reforma agrária bandeira histórica do PT, Lula assentou menos que no governo FHC. Na política externa o governo Lula combina o desejo de maior projeção internacional com a de manutenção na prática de aliado do imperialismo estadunidense na região. O envio de tropas militares para o Haiti, tentando se colocar como uma potencia na America latina, é um exemplo disso. Pela primeira vez o Brasil está à frente de um comando militar de ocupação de outro país. Enfim, deu continuidade às medidas tucanas e originou outras ainda mais reacionárias. DENUNCIAR A DEMOCRACIA FORMAL O cenário político não esta totalmente definido, há algumas incógnitas em relação aos candidatos, a vices e aos já declarados, como Dilma Rousseff. Sobre esta pesa questionamentos sobre sua capacidade de manter o pacto social e político construído por Lula.. A situação mais nebulosa paira sobre o que fará o PSDB, imerso em uma crise interna. Quem será o vice? O PSDB passa por difícil situação, pois Aécio Neves acaba de declarar que não será vice na chapa de Serra e que, apesar da chapa puro sangue ser um desejo do partido e de Serra, Aécio não tem interesse na cadeira de vice e vai se candidatar ao Senado. Por outro lado, o maior aliado Por Rosi Santos político do PSDB, o DEM, sofre grande desgaste com o chamado mensalão do DEM além de não se encontrar em condições política e nem moral para apresentar um nome para vice nessa chapa.. Dilma Rousseff, Ministra Chefe da Casa Civil, candidata que ainda não possui musculatura própria, chegou até a ser chamada de invenção do PT e considerada uma má aposta. Mas, a seu favor está o apoio incondicional do presidente Lula. Além do mais, as pesquisas vem demonstrando que o presidente tem trabalhado direitinho, pois apontam que Dilma tem crescido - a esteira da enorme popularidade de Lula, é claro -, também as custas da inércia dos tucanos. O Instituto Data Folha publicado em 28/02 divulgou que em relação a ultima sondagem, em meados de dezembro 2009, o governador José Serra caiu 5 pontos percentuais e Dilma subiu 4. Esta alavancada de Dilma é fruto da grande exposição que tem tido ao lado de seu mentor, Lula. Melhor estratégia de campanha ela não poderia ter. A quem diga que é a única. Já os tucanos têm perdido espaço no cenário político, ao menos espaço e propaganda positiva, pois nos últimos dois meses o mar não estava para peixe, ou melhor: mar não, mas, água foi o que não faltou principalmente na região sudeste. São Paulo ficou imerso devido às chuvas causando inundações e grandes destruições, mortes e centenas de desabrigados. A população, com toda razão, reagiu e os movimentos de moradia com amplo apoio da opinião pública pressionaram o prefeito da cidade de São Paulo Gilberto Kassab (DEM), aliado importante de Serra, e o próprio governador, expondo a inoperância de suas gestões. O governador do Estado de São Paulo, José Serra, e outros, provavelmente, não passaram eleitoralmente ilesos pela exposição causada pelos movimentos de moradia e vitimas do descaso criminoso estão mobilizadas a todo vapor (vide p. 15).

9 Como se não bastassem os fatores climáticos e sua própria incompetência, para ruir a tranqüilidade do (PSDB) eclodiram a cassação de Gilberto Kassab e os escândalos do DEM em Brasília. Sem falar das questões internas do próprio partido, o mais complicado do ponto de vista eleitoral após a recusa de Aécio em ser vice já chapa de Serra, trata-se do seguinte: existe um nome nacional que pode cumprir papel de ampliara a candidatura de Serra em outras regiões do pais? Como vemos, o cenário eleitoral que se avizinha não parece ser muito favorável para o PSDB, ou seja, uma chapa sem Aécio deixa os tucanos numa situação muito complicada. Aécio por sua vez não parece querer colaborar, declarou que sairá candidato ao Senado. É importante analisar este comportamento de Aécio, ele traz uma pitada de pragmatismo e ressentimento, primeiro por ter sido preterido pelo partido que se inclinava a indicar Serra, dando continuidade do que os mineiros chamam de ditadura paulista (eleições presidenciais só com candidatos de São Paulo) Sendo assim, o governador de Minas Gerais disse : ou presidente ou nada. Ou seja, Minas se cansou de ser vice, a princípio está se referindo aos grandes nomes da política burguesa, aos políticos mineiros de projeção nacional que nunca chegaram a presidência depois de Juscelino Kubitschek, tais como: José Alencar, Itamar Franco (só depois de ter sido cassado Collor em 1992) que chegaram ao máximo a vicepresidência. A própria experiência pessoal de Aécio, seu avô Tancredo Neves, que este ano completaria seu centenário, faleceu às vésperas de tomar posse da presidência em Desde então, apesar da grande importância política e econômica de Minas Gerais, a aristocracia mineira amarga um papel secundário na corrida presidencial. E, por fim, ao recusar a vice-presidência de Serra, Aécio faz um cálculo bastante pragmático. O de que talvez Dilma não se projete tanto quanto seu antecessor e faça um mau governo ou governo mediano e, neste ínterim, ele já estaria cacifado pelo cargo de senador. E em 2014 apareceria como a melhor aposta do PSDB para concorrer à presidência, já que Serra estaria desgastado com a segunda derrota, para ele isso seria muito melhor do que ficar de 4 a 8 anos a esteira de Serra ou, pior, se desgastar dividindo o palanque, concorrendo apenas como vice e batendo de frente com popularidade do governo Lula refletida em Dilma.. Ou seja, dentro do pragmatismo eleitoreiro teria mais ônus do que bônus. Mas, José Serra não pode reclamar da postura de seu correligionário, o mesmo ele fez na campanha de Geraldo Alckmin(3). O fato é que ao recusar a vicepresidência, Aécio rifa José Serra, pois sem o apoio direto do mineiro, com um dos maiores colégios eleitorais, onde contaria com sua enorme popularidade, Serra fica numa situação muito complicada. Já a situação de Dilma Rousseff é mais confortável, pelo menos neste primeiro momento. A ministra da Casa Civil está blindada por Lula, no norte do país é chamada de A Mulher do Homem. O mais importante neste primeiro momento para Dilma é se vincular o máximo possível a imagem do presidente Lula. O Data Folha indica que 42% dos entrevistados diziam que não sabiam em quem votar mas, votariam em quem Lula apoiasse, isto significa, guardadas as devidas proporções,s que o eleitorado votaria independente de quem fosse desde que avalizado por Lula. Isso, como já dito, tem bastado para Dilma. Mas a situação tende a mudar; a candidata terá que provar se tem vôo próprio. Pois, daqui a dois meses ela deixara o cargo de confiança de ministra e terá que ir com a cara e a coragem começar de fato a batalha eleitoral, já não poderá contar tanto com o escudo do presidente. Terá o desafio de convencer toda uma nação, de que será capaz de governar um país sem antes mesmo de ter governado um município sequer, mais do que isso: provar que tem mais capacidade de governo do que o experimente Serra (4). Em contrapartida, haverá toda a apelação do vitorioso governo Lula, até mesmo será explorada a imagem de Dilma Rousseff enquanto mulher, por ter passado por um câncer etc...usarão de todas as armas para colocá-la no planalto. Assim se comportam os oportunistas e demagogos que se apoderam de questões e de bandeiras operáriopopulares para obterem galgar postos de comando. Devemos ter claro que o fato de ter um(a) presidente mulher (Dilma) ou ex operário (Lula) por si só não basta para garantir mudanças no quadro social. Pois as transformações sociais passam pela ação das massas trabalhadoras no enfretamento aos interesses dominantes e não por discursos vazios que se apropriam das causas operáriopopulares. É fundamental apresentar uma alternativa de ruptura com o capitalismo e seu atual regime político de dominação, o sistema de democracia formal, que, muitas vezes, se traveste do que for mais oportuno. E as outras alternativas... Depois de um longo debate interno sobre quem seria o candidato ou quem iriam apoiar, já que Heloisa Helena se recusou a se lançar candidata - calculo mesquinho para tentar garantir um cargo no Senado - o PSOL cogitou apoiar Marina Silva, ex - PT e agora PV. Este fato demonstrou, de forma ainda mais clara, o quanto este partido esta se enquadrando na ordem. Esta aproximação ao PV só não foi efetivada porque o PV fez alianças com partidos como PSDB. O fato é que estas alianças feitas pelo PV são extremamente compreensíveis, porque o PV de longe é um partido com referenciais de esquerda, tem em seu interior Zequinha Sarney, além de grandes patrões. 9

10 10 Heloisa Helena, além de não compor um alternativa classista para estas eleições, continua, mesmo com o não apoio formal do partido ao PV, tecendo elogios a Marina e, pasmem, até se ofereceu a ajudá-la com sua experiência para formatar o programa de governo de Marina. Vergonhosa a postura de H.H, pois se o próprio partido tem claro que o PV tem problemas, como Heloisa se oferece para ajudar as bases programáticas deste partido? Na disputa interna o PSOL já conta com três pré-candidatos: Plínio de Arruda Sampaio, Martiniano Cavalcante e Babá. Estes pré-candidatos não trazem em seus manifestos posições claras sobre o socialismo e assim como Heloisa não falam sobre o não pagamento da divida externa apenas menções vagas sobre anti-imperialismo ou neoliberalismo. O PSTU, que sonhava com a uma campanha onde Heloisa fosse candidata a presidência e José Maria vice, se encontra desolado, pois desejava uma reedição de uma frente de esquerda com maior projeção eleitoral. Possivelmente o PSOL, mesmo com H.H fora da disputa presidencial, constituirá uma frente eleitoral com o PSTU mas, não abrirá mão do cargo de presidente e não se sabe ainda se aceitaria Zé Maria na vice. Porém, essa não é a questão central para os revolucionários, mas, sim, quais serão as bases programáticas e, fundamentalmente, os desdobramentos dessa aliança eleitoral na luta de classe - visto a incapacidade dos vários setores de esquerda de responderem aos desafios concretos da realidade. Um exemplo disso é a política pífia diante da discussão sobe a redução da jornada de trabalho, até agora nenhum setor saiu com uma campanha contundente contra o teatro de sombras que tem sido a discussão no congresso nacional sobre a redução da jornada, por exemplo. O PSTU se comporta como conselheiro do PSOL, o que em muitas vezes acabam em capitulação (5). A grande critica que este partido faz ao PSOL é sobre as questões internas de unidade e comportamento do partido, O PSOL deve fazer campanha para o PSOL(...) O PSOL precisa abandonar a arrogância com os outros partidos com qual se relaciona...é preciso respeitar o peso dos partidos. Mas porque o PSTU não faz duras criticas políticas ao PSOL, principalmente neste momento que é crucial para diferenciação e disputa de consciência, além de apresentar uma proposta de fato classista? Sabemos que esquerda comprometida com o lado dos trabalhadores na luta de classes sempre atuou fazendo criticas e debatendo programas, políticas e táticas que mais representam as necessidades do movimento e da revolução. Por exemplo, neste artigo de E- duardo Almeida(6) só faz exigências superficiais ao PSOL, não cita as vergonhosas alianças com o PSB do Pará e a tentativa de aproximação com PV apenas, apenas exige que o PSOL prometa que casos como o da Gerdau não voltem a acontecer(7). As alianças que determinado partido faz, querendo ou não, contagiam sua política, tanto para o bem quanto para o mal. Neste sentido, o PSTU continua com a sua estratégia de tirar política a partir dos setores mais atrasados do movimento com o objetivo de adquirir a qualquer custo maior projeção política e sindical. Foi assim na USP, foi assim na GM de São José, é assim na política de exigência ao governo Lula e é assim no dia-a-dia. Uma atitude típica da burocracia que coloca o seu prestigio à frente de qualquer coisa. Este não é o legado revolucionário deixado por Trotsky, Lênin e Rosa Luxemburgo, que nos ensinaram que a polêmica e a critica nos auxilia a tirar lições fundamentais, doa a quem doer. Por isso, o Práxis mantém, em meio a esse processo de definições políticas, estratégicas e eleitorais, a proposta, para superar esse terrível déficit de organização revolucionária da classe trabalhadora brasileira dirigida a todas organizações revolucionárias do Brasil, particularmente aos militantes do PSTU, de abrir uma agenda comum para discutir entre todos a construção de um partido revolucionário com direito de tendência que seja capaz arrastar um amplo setor da vanguarda lutadora brasileira, apresentar planos nacionais de lutas (como pede a questão da redução da jornada de trabalho, por exemplo), organizar e impulsionar politicamente as lutas pela base com um programa anticapitalista e de transição ao socialismo. (1) Vide as várias prisões a militantes do MST. (2) Estes programas surgem como panos quentes nos problemas sociais, pois além de ser extremamente populista e reformista traz falsas ilusões ao governo, basta ver os índices altíssimos de popularidade de Lula na região nordeste do país onde este auxilio atende uma grande parcela da população. (3) Em campanha presidencial de 2006, quando Alckmin ganhou a disputa interna e foi o candidato a presidência pelo PSDB, contra vontade de Serra, que deixou o Colega de partido a ver navios não o apoiando, por que queria ser candidato. Dito e feito Alckmin perdeu para Lula. (4) Ocupa atualmente o cargo de governador no mandato , já exerceu os mandatos de deputado federal constituinte ( ), deputado federal ( ) e senador ( ), os cargos de Secretário de Planejamento de São Paulo (1983/1986), ministro do Planejamento e Orçamento ( ), ministro da Saúde ( ) e ainda prefeito de São Paulo ( ). José Serra foi candidato à Presidência da República pela coligação PSDB-PMDB em 2002, tendo sido derrotado no 2º turno por Lula. (5) Como no caso da USP que a direção da juventude da UsP segurou o tempo todo a greve unificada com estudantes e trabalhadores por capitulação a política populista e economicista do PSOL. Em meio a uma luta que mobilizava todas as Estaduais de São Paulo assim como apoio de federais e algumas privadas. (6) Jornal Opinião Socialista do PSTU ed.399.(7) Referente a doação que Luciana Genro recebeu da referida empresa. A democracia dos ricos é uma verdadeira usina de corrupção: Apenas a organização pela base e a superação desse Estado pode colocar a produção de riqueza a serviço da maioria Por Rosi Santos G ilberto Kassab, prefeito de São Paulo pelo DEM, foi cassado no último dia 21- /02. Mais um escândalo envolvendo o Partido Democrata. Dessa vez envolvendo o prefeito Kassab que teve seu mandado cassado, assim como sua vice, Alda Marco Antonio, e seus vereadores pelo recebimento de doações ilegais. As doações ocorreram em 2008 durante as eleições municipais de São Paulo na campanha de reeleição de Kassab. Estas doações foram feitas por empresas prestadoras de serviços públicos ao Estado, entre elas estão AIB (Associação Imobiliária Brasileira) (1), Banco Itaú e várias construtoras, como a Camargo Correia. Estes tipos de doações são PROIBIDAS, de modo que é incompatível

11 11 que empresas, entidades ou concessionárias que prestam serviço públicos façam qualquer espécie de doação para partidos políticos ou candidatos (2). O que fica caracterizado como troca de favores. Em outras palavras: empresas que doam dinheiro para governos querem em troca facilidades na hora da prestação de serviços: obras públicas sem licitações, super-faturamentos, dentre outras formas que estes chefões da política encontram para usurpar e saquear os cofres públicos. É mais uma forma perversa de corrupção, não se trata de doações desinteiriçadas ou transparentes já esclarecidas, como sinicamente os envolvidos querem tentar nos convencer. Somente o prefeito Kassab é acusado de ter recebido 300 mil para sua campanha desse montante. Segundo o ministério publico 33%(3) do gasto na campanha do democrata vem de fontes ilegais. Infelizmente todos estes dados podem ir para gaveta, considerando que não é de hoje que este tipo de denuncia é feita sem que os envolvidos fossem condenados, o casos mais conhecido foi o de Celso Pitta. Todos trazem muita polêmica e discussões, mas, efetivamente, não dão em nada. Esses políticos se safam sob o escudo da própria justiça dominante, processo que envolve, dentre outras coisas, a compra de juízes, desembargadores etc. No caso mais recente de São Paulo ainda mais por se tratar de um peixe grande, como Kassab, que tem como principal aliado José Serra, pré-candidato a presidência, e, por conseguinte, a estrutura de poder não permitiria predominantemente tucana - não deixara este escândalo respingar na imagem de seu candidato preferencial à presidência: José Serra. Portanto, o processo, previsivelmente, pode ser arquivado. Se, por um lado, este tipo de denuncia tem um aspecto positivo, pois revela nacionalmente a estrutura de poder dominante e suas mazelas, por outro, constrói a ilusão de que a justiça esta sendo feita - mesmo que não levada as ultimas conseqüências. Uma ilusão de que no estado democrático de direito existe verdadeiramente justiça. Assim, podemos ficar em nossas casas aguardando a sábia decisão da justiça. Para correntes e partidos de esquerda, como a nossa (Práxis/ Socialismo ou Barbárie), esses momentos devem ser aproveitadas para denunciar e, de alguma forma, desmistificar o poder burguês, demonstrando que nele, e da forma que é constituído só há espaço para esse tipo de política: a política da trapaça voltada integralmente para a super-acumulação de riquezas através da transferência direta de verbas públicas para os cofres das grandes empresas. Mas do que isso: é necessário demonstrar que somente a participação consciente, direta e organizada dos trabalhadores, voltada para a mudança radical no quadro social, é capazes de transformar radicalmente a realidade. O resto é falácia e, quiçá, impotente reformismo. Pois a critica que deve ser feita é a que somente com a destruição do mesmo desse Estado será possível uma transformação radical na sociedade. A justiça tem um lado!!!... Cinco dos oito vereadores paulistas, juntamente com o prefeito Kassab e sua vice Alda, obtiveram suspensão de suas cassações e podem continuar em seus cargos. Mais uma vez se demonstra que os privilegiados, chamados costas quentes, podem fazer o que bem entendem com o dinheiro público e passar ilesos. O mesmo não acontece no caso de pessoas comuns, ou seja, se um trabalhador é flagrado em qualquer comportamento suspeito é demitido na certa, quando não, por justa causa, (sem direito à indenização). Vai até para prisão por roubar uma lata de sardinha num mercado para matar a fome. A justiça é feita para punir os pobres diariamente. A diferença fundamental é que para os ricos e para o capital privado TUDO, para os demais NADA. Essa é a realidade da sociedades dividas em classes. A fortuna que o atual prefeito de São Paulo repassou em forma de contratos e prestações de serviços (que valem milhões) para as empresas que contribuíram ilegalmente configura-se, na verdade, desvio de verba pública. Fizemos um cálculo que aponta que este montante equivale a 12% de tudo que foi gasto em investimentos pela prefeitura no ultimo ano, ou seja, 12% (4)a menos do que foi gasto com saúde, moradia, educação, transporte etc... foi repassado cerca de 243 milhões para a conta de empresas como a Camargo Correia, S/A Paulista, OAS, Egeform dentre outras. Companhias que doaram para campanha de Gilberto Kassab 6,8 milhões juntas e hoje receberam de volta - pagamento feito com dinheiro publico - algo em torno de 3.400% a mais do que doaram, ou seja, 243 milhões. Ou seja, isso não se trata de doações, mas, de investimentos extremamente lucrativos. Mesmo as doações sendo caracterizadas como ilegais as empresas envolvidas foram absolvidas pela justiça, dentre elas a Camargo Correia, a maior beneficiada, pois recebeu da prefeitura de São Paulo 83,2 milhões. A justiça eleitoral entende que somente o candidato deve ser responsabilizado, ou seja, somente quem recebe as doações. Entendemos que ambos devem responder, pois as empresas estavam cientes da legislação, sem falar que na verdade se trata de um negócio ilegal - mas muito lucrativo -, pois essas empresas recebem de volta quantidades muito maiores do que investiram. De qualquer forma, se dá um jeito para que as empresas saiam ganhando/lucrando. Assim, continuarão agindo da mesma forma. Nesse caso, o crime compensa... Tudo isso demonstra que, internamente a própria justiça se contradiz através do princípio ideológico criado por ela: o da imparcialidade, a saber, todos são iguais perante a lei. O fato é que ambas cometeram corrupção, uma ativa e outra passiva. Mas isso não se trata apenas de uma falha na justiça, mas de uma lógica, de um sistema de manipulações de autopreservação que demonstram que não devemos ter nenhuma ilusão na justiça burguesa. Pois nas lacunas da lei só os poderosos passam... As empresas são entidades jurídicas não publicas, portanto, respondem criminalmente por seus atos, já os candidatos possuem quórum privilegiado e não respondem criminalmente; assim, projeta-se uma pseudo- responsabilidade para o candidato (já que neste caso a justiça é mais amena e se arrasta por anos... acabando invariavelmente em pizza). O máximo que acontece com o candidato envolvido é perder seus direitos políticos por um período, o que não significa normalmente que ele se afaste totalmente da máquina pública. Este afastamento parcial nada mais é do que um deixar a poeira baixar, o que permite o poder público não se desgastar com as grandes empresas que continuaram a injetam dinheiro em campanhas. Ao não responsabilizar as empresas e ao punir de forma somente administrativa os candidatos, na prática, tudo ficará por isso mesmo, e o montante verbas desviadas nunca mais voltará aos cofres publico.

12 Ainda no Partido dos democratas... O ex-deputado Leonardo Prudente e ex-dem, nem tão prudente assim, aparece em imagens guardando dinheiro nas meias e. em outras. orando em agradecendo a propina santa de cada dia. Depois do escândalo, Prudente renunciou ao cargo para não perder os direitos políticos e para sofrer apenas processo disciplinar. Este indivíduo é literalmente a figura publica mais emblemática do esquema de pagamento de propina no Distrito Federal, não só por protagonizar as imagens escandalosas, mas, por estar abaixo no esquema apenas do governador José Roberto Arruda (também ex-dem), líder do esquema. Ambos são investigados pela policia federal, operação intitulada Caixa de Pandora (apropriação feita do mito grego no qual trata de uma caixa que sendo a- berta traz a tona todos os vícios e males da humanidade). O que ocorre em Brasília é de enorme gravidade, trata-se de um grande esquema de corrupção feito no epicentro da política do país, e mais do que isso, é orquestrado por um governador e por um deputado que até pouco tempo era Presidente da Câmara Legislativa. Ou seja, este escândalo envolve agentes políticos dos mais graduados níveis. Como já apontamos em outras edições de nosso jornal, o modelo político expresso na democracia dos ricos é inviável para a maioria, assim, é necessário denunciálo e apresentar propostas classistas (5) que se contraponham à ordem capitalista. Polícia pra ladrão... O governador do Distrito Federal, José Arruda, também flagrado num vídeo recebendo um calhamaço de dinheiro, está em maus lençóis. Encontra-se preso desde 11/02/2010. Ele é o que podemos chamar de boi de piranha, a prisão dele é uma espécie de recado, alguma coisa está sendo feita, pois este esquema passou dos limites. Em entrevista a revista Carta Capital, Ed. 583, Edmilson Sombra, delator do esquema declarou que o esquema e as fitas já eram lendas urbanas em Brasília, ou seja, todo mundo sabia mas ninguém ainda tinha visto. A ação da Policia Federal (PF) é uma artimanha que tendo demonstrar um pseudo caráter de eficiência do poder público mas, na verdade, em seu conteúdo revela uma tática de bate e assopra. Pois se quisessem de fato desmantelar todo este esquema de corrupção já o teriam feito, pois fatos e aparato técnico não lhes faltam. Mas, como estamos vendo pelos meios de comunicação mais fazem alardes do que ação de fato. Obviamente o fato de haver um governador preso não é menor, ao contrario. Situação inédita na história do Brasil e com certa importância política. A verdade é que se fosse possível politicamente fazer uma varredura na vida e atividade política de todos os cargos eletivos poucas cabeças se salvariam. Ficaria explicito que o que polariza e centraliza as tomadas de decisão políticas são os interesses de poucos, ou seja, o enriquecimento individual, os conchavos e esquemas fraudulentos de toda espécie. Quando dissemos que nenhuma cabeça escaparia estamos levando a radicalidade da expressão, pois não é de hoje que vemos esquemas daqui falcatruas dali...e o fato de atualmente vermos prefeito cassado, governador preso, renúncias de mandatos às pilhas e CPIs a milhões, não significa que antes não havia corrupção. Havia, está 12 havendo e vai continuar havendo, esta é a realidade do sistema representativo burguês. Estávamos no fechamento desta edição e mais uma notícia sobre corrupção surgiu. Desta vez, relatório da PF que investiga 30 mil casos de crimes contra a administração pública. Outro fato importante é o envolvimento do coordenador de campanha da candidata a eleição presidencial e aposta do presidente Lula, Dilma Rousseff. Fernando Pimentel, coordenador da campanha de Dilma, foi prefeito da capital mineira de Belo Horizonte (BH) em 2008, ele é acusado de participar ativamente do mensalão do PT nessa mesma época. Seu nome consta na lista de investigação do Supremo Tribunal Federal que investiga o caso(6). Pimentel gerenciou recursos para o exterior, dinheiro advindo de superfaturamento de contratos da prefeitura de BH. Este dinheiro era repassado por ele para conta do publicitário Duda Mendonça no exterior como pagamento de dividas de campanha do PT. Esta denuncia sem duvida abala a campanha de Dilma e traz a tona antigos fantasmas do PT. Sergio Guerra (PSDB) - presidente do partido de José Serra - diz que em relação à denuncia sobre o envolvimento do coordenador de campanha de Dilma no mensalão do PT, que na verdade este esquema nunca foi concluído (7). Nisso Guerra tem razão, todos os processos e as representações feitas na CPI do mensalão foram arquivadas, mas o que ele não diz é que a totalidade dos partidos estão envolvidos em algum tipo de esquema fraudulento. Além do mensalão do PT, mensalão do DEM, cogita-se agora a existência de um mensalão Federal, este, por fim, envolveria a ampla maioria dos partido. O próprio Serra, sinicamente, disse que não é vantajoso para ninguém a- profundar a discussão sobre os escândalos envolvendo Gilberto Kassab, assim, referenda, a decisão mais sábia é deixar tudo como está. Todas estas falas podem ser interpretadas como um claro recado que diz que todos tem teto de vidro.

13 A política dominante é composta por divisões e subdivisões, e nelas há sempre uma luta concorrencial. Onde um sempre está competindo com o outro o tempo todo, o que podemos chamar de cobra engolindo cobra. Neste jogo, quando esta em risco a obtenção de poder de determinados partidos ocorre uma espécie de luta entre gladiadores. Conduzidos pelo cinismo e oportunismo, ora estão se alfinetando, ora estão unidos por alianças e coligações para atacar os trabalhadores. Dessa forma, a conclusão que os socialistas revolucionários devem ter é que somente superando o Estado burguês se pode superar a opressão, a exploração e todas as formas de degeneração política. Cabe aos mesmos socialistas procurarem formas de discutir com a classe trabalhadora essas conclusões para que esse momento de denúncias generalizadas sirva para apresentarmos propostas concretas e alternativas operárias ao que está colocado. Por isso não podemos nos conformar com a política de correntes que se limitam ao campo da democracia burguesa e à sua institucionalidade. No editorial do jornal Opinião Socialista podemos ler o PSTU defende a saída mais democrática que pode haver neste momento: a antecipação imediata das eleições, para que o povo do DF decida quem governa. Mas isso não basta: a população deve sair às ruas, demonstrando toda a sua indignação e exigir em alto e bom som a cassação e a prisão de todos os corruptos(9). Concordamos que a população deve sair às ruas em um movimento que se pretende de massa e radical para enfrentar a burguesia e seu Estado para exigir a cassação e a prisão de todos os corruptos(9) mas, a política socialista revolucionária não pode se restringir à punição dos poderosos mas deve ir além e propor um modo de organização onde estes já não poderão ressurgir. Ou seja, devemos, a partir da atual mobilização, impulsionar a instituição de organizações operáriopopulares que unifique a luta e se constituam como uma forma de poder autônomo dos trabalhadores. È claro que a prisão, a cassação, a expropriação de todos os corruptos são medidas necessárias, mas se limitar a essas medidas e à antecipação das eleições, como propõe a direção do PSTU em seu editorial assinado por Rodrigo Dantas, é uma política que se limita no marco do atual regime. A nosso ver, esse é um momento privilegiado para propor alternativas que vão para além da democracia formal. Assim, apresentar como proposta a criação de conselhos populares, compostos por organizações por local de trabalho, moradia, estudo, pelos sindicatos combativos, organizações de bairros, da USP: A ELEIÇÃO DE RODAS E OS DESAFIOS DO MOVIMENTO PARA O PRÓXIMO PERÍODO A estratégia de José Serra (governador tucano do Estado de São Paulo) para impor os planos de privatização da UsP segue sua velha tônica ao nomear João Grandino Rodas (segundo colocado na eleição) para Reitor. Não reconheceu nem mesmo a votação ultra-burocrática, pois não conta a estrutura atual de poder com a participação direta da comunidade universitária. Eleito de forma totalmente biônica por Serra, pois não foi o mais votado não se pode ter a menor sombra de dúvidas de que esse senhor vem para aplicar a fundo e custe o que custar o projeto o PSDB para a UsP. Projeto que mais se parece com uma caixa de Pandora pela quantidade de maldades que contém. Com essa postura Serra dá uma clara mensagem de que continuará a não respeitar as necessidades e a vontade política da maioria, que é obviamente contrária à sua estratégia de entrega total da universidade aos interesses do capital. O eleito por Serra tem um currículo - colaborador da ditadura militar (presidiu a comissão de presos e desaparecidos e indeferiu vários pedidos inocentando, assim, o regime), elaborador da resolução do Conselho Universitário que permite a entrada da PM que reprimiu o movimento violentamente na última greve etc. - político de causar inveja ao maior direitista. Rodas vem para, dentre outras coisas, tentar impor definitivamente a Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP) que tem por objetivo, ao contrário do que diz o discurso governista, por um lado, elitizar ainda mais o acesso à universidade e, por outro, precarizar o ensino em algumas áreas de menor interesse para a classe dominante paulistana. A outra estratégia que Rodas não vai abrir mão é a de manter a repressão ao movimento e suas lideranças. Certamente vai manter a demissão de Brandão, os processos de ativistas e o controle burocrático sobre os espaços estudantis e dos trabalhadores. 13 juventude etc... é fundamental para que essa crise sirva, também, para começar a colocar outro patamar de participação e organização dos trabalhadores. É claro que ainda não temos organização e força suficiente para impor um governo que seja expressão direta dos organismos de base dos trabalhadores, fazendo com que propostas como a antecipação das eleições sejam necessárias, mas isso não quer dizer que não devemos aproveitemos o momento para fazer a crítica ao regime; e a melhor forma de fazer essa crítica é começar a propor uma estrutura de poder dos trabalhadores paralela ao Estado atual. (1) A AIB é uma entidade ligada ao Secovi, Sincadato da Habitação mas uma contradição já que sindicatos não podem fazer este tipo de doação imbuída pela própria lei Sindical. (2) Segundo ( lei 9.504/97) no inciso 3 do artigo 24 da Lei de Eleições. (3) Fonte Folha on line e Jornal Estado de São Paulo 21/02. (4) Números disponíveis no site De olho nas contas, site oficial da prefeitura. (5) Referente aos escândalos do senado como a crise das passagens áreas, o nepotismo de José Sarney, Antonio Carlos Magalhães denuncias de abuso de poder onde a maquina publica é utilizada ao bel prazer de parlamentares a serviço de seus interesses pessoais, além do mensalão do PT etc... (6) Fonte Revista Istoé. (7) Falaram ao jornal Estado de São Paulo. (8) Fontes Uol noticias. (9) Opinião Socialista, edição 399, pg3. Por enquanto Rodas esta tateando e tentando construir uma rede de aliados. E é claro que vai tentar cooptar a direção oficial (DCE dirigido pelo PSOL)) dos estudantes para impor o seu projeto. Acena com uma reforma no regime universitário que na prática mantém o controle burocrático sobre a universidade. Mas, basta que o estudantes e trabalhadores comecem a se mobilizar - a violenta repressão ao movimento por ocasião do Ato de Repúdio na data da posse de Rodas já deu o tom do que está por vir - para que todos percebam que não há espaço para conciliação, pois os projetos de universidade que estão em disputa são incompatíveis, pois temos de um lado, o projeto de universidade construída para e pela classe trabalhadora e, de outro, a que está instituída, ou seja, voltada para atender e formar intelectuais a serviço do status quo.

14 14 Divisão da esquerda na eleição da direção do DCE por pouco não dá vitória pra a direita Se faz necessário tirar todas as lições da greve de 2009 para que não incorramos nos mesmos erros do passado. Dentre elas estão: a necessária unidade pela base entre estudantes e trabalhadores através de fóruns comuns, construir uma política claramente oposta à de Serra/Rodas que dialogue com o movimento e os trabalhadores de toda a sociedade, desenvolver uma organização capaz de dar vazão à compreensão de que para resistir às ofensivas teremos que realizar enfrentamos duríssimos com esse governo e seu aparato repressivo. A política de adaptação à institucionalidade e às correntes políticas mais à direita - como a corrente de direita do PSOL, Movimento da Esquerda Socialista (MES) - do movimento estudantil levou à derrota do PSTU nas eleições para o DCE da UsP. O Diretório Central dos Estudantes (DCE), dirigido pelo PSTU, foi em grande medida responsável pela não radicalização e extensão do movimento estudantil na UsP durante a greve de Em edições anteriores já tratamos de demonstrar isso através da apresentação de uma série de circunstâncias e posicionamentos da referida corrente política. A concepção burocrática de movimento desse setor custou, em certa medida, a perda da direção do DCE para uma chapa que é dirigida pela direita do PSOL.Vamos explicar: Durante a greve a política do PSTU gerou várias dificuldades políticas e organizativas. Em meio à greve dos funcionários e com uma crescente vontade de lutar essa organização se posicionou seguidamente contra a eclosão da greve. Já durante a greve, com possibilidades de intensificar a luta, o PSTU tratou de deixar que o movimento caísse na inércia aceitando a negociação com Suely (ex-reitora) e semeando ilusões, o que levou à desmobilização. O resultado da greve, que em nossa opinião não foi objetivamente de vitória do movimento, e todo o desgaste político causado pela condução burocrática do movimento pelo PSTU criou condições políticas favoráveis para a vitória de um setor oportunistas na eleição do DCE. Na eleição para a direção do DCE a divisão da esquerda quase permitiu que a chapa Reconquista (que organiza os estudantes da extrema direita da universidade) fosse vitoriosa, perdeu apena por 55 votos. Em parte podemos explicar o crescimento eleitoral da direita por uma caracterização ideologizada dos setores que sustentam que a mobilização de 2009 foi uma vitória do movimento. Pois não consideram os resultados objetivos da luta e, nem tampouco, os subjetivos. Estas correntes saíram apressadamente a fazer uma caracterização de que desarma o movimento. Esse desarme político. provocado por uma caracterização unilateral e superficial da realidade. não permitiu que percebessem o crescimento da direita no último processo o que colocava a necessidade de uma política de unidade da esquerda na disputa do DCE. Isso ocorre porque esses setores como única perspectiva a disputa de prestígio no interior do movimento estudantil. Assim, os resultados objetivos da luta são relegados a segundo plano. Certamente outros graves equívocos políticos se manifestarão se os balanços dos processos de lutas (esse critério também serve para os processos históricos) dos trabalhadores e estudantes não forem feitos com a devida honestidade intelectual. Uma vez eleita a chapa Transformar o tédio em melodia (PSOL), setor que notadamente tem cumprido um papel de freio à mobilização independente dos estudantes, pois tende constantemente a criar ilusões nas soluções por dentro da institucionalidade, está claro que a atual direção do DCE não está à altura dos embates que continuaremos a ter com Serra/ Rodas. No primeiro enfrentamento da sua gestão contra Rodas o ato na posse a direção do DCE já deixou claro a que veio...como estavam contra uma ação unificada não jogaram peso na organização e convocação do Ato o que, evidentemente, facilitou a ação repressiva da policia. Esse quadro demanda mais do que nunca que os fóruns democráticos do movimento atuem organizando e politizando um número cada vez maior de estudantes. A unidade em torno de bandeiras políticas voltadas para a luta contra os ataques à universidade pública (Fundações de Apoio, UNIVESP...) aos seus trabalhadores e estudantes (demissão de Brandão, processos contra ativistas...) e à princípios da organização democrática de base (comandos de mobilização e assembléias unificadas) não podem ser mero exercício de retórica, pois está mais do que demonstrado que serão decisivos no próximo período. Greve dos professors: em defesa da educação pública e em defesa do magistério E m assembléia no dia 5 de março na praça da República com cerca de 5 mil trabalhadores da educação, em sua ampla maioria professores foi decretada greve. Existe um conjunto de reivindicação, desde reajuste salarial de 34 % até a redução do número de alunos por sala de aula e o fim das avaliações desempenho. A mais de uma década o magistério paulista e a educação no estado sofrem com as políticas neoliberais aplicadas à educação. Políticas estas que tem como principais objetivos reduzir gastos com o ensino e atacar o conjunto das condições de trabalho. Assim assistimos uma reforma que retirou sociologia e filosofia do currículo no ensino médio, as escolas foram dividida entre ensino fundamental e médio, o que causou uma fragmentação do processo educacional, foi imposto um conjunto de normas regimentais que engessaram o funcionamento pedagógico e administrativo das escolas, foi criada uma pseudo autonomia na administração escolar que apenas transferiu tarefas para as escolas sem poder de decisão. Mais recentemente foi imposto um currículo centralizado com uma cartilha que uniformiza conteúdos e procedimentos em todo o estado desconsiderando as especificidades locais e regionais, foram criadas leis que divide a categoria em quatro (os efetivos, os estáveis, os categoria F, os categoria L e os categoria O)S sendo que a categoria O é a mais precarizada pois são reduzidos ou extintos (não pode se afastar, não pode ser designado, não tem direito à previdência própria dos servidores e nem do instituto médico e após um ano de trabalho é automaticamente desligado, tendo que ficar ao menos 1 anos sem lecionar) uma série de direitos.

15 15 Parte dessa política é a chamada provinha. Um processo de seleção totalmente arbitrário, pois em detrimento do tempo de serviço e da titulação dos docentes institui que uma prova para criar uma série de oura classificações, pois aqueles que por ventura não atingir uma determinada pontuação será incluído em lista diversa dos aprovados. Assim um professor que leciona a 20 anos por exemplo poderá ter uma classificação inferior daqueles que ainda não são formados e ue nunca deram aulas. É claro que não se trata como tem feito a direção majoritária do sindicato entrar no jogo do governo e colocar graduados contra não graduados, categoria F contra categoria O, pois existe um processo global de precarização do trabalho docente que só poderá ser revertido com a mais ampla unidade entre os professores e entre esses e o conjunto da comunidade escolar. Em uma carta aberta para a população pode se ler o seguinte: Você deixaria um estudante de medicina realizar uma cirurgia em seus pais ou filhos em lugar de um médico habilitado e experiente? Supomos que não. Então, por que o governo estadual permite e incentiva que estudantes e pessoas não habilitadas ministrem aulas no lugar de professores habilitados? Mao que a direção do sindicato não fala é que existe um processo geram de precarização dos contratos de trabalho, principalmente dos professores que ainda não se graduaram e que a luta passa pela mobilização de todos contra o governo e que esse tipo de fragmentação reforçado pelo discurso oficial do sindicato não contribui para a unificação. Outro aspecto importante a destacar é que estamos diante de um governo que apesar de estarmos em ano eleitoral e haver uma preocupação maior com a sua popularidade não cederá sem a mais intensa mobilização. Dessa forma, construir comandos de greve pela base e nas regiões é uma tarefa central para garantir que as propostas e os encaminhamentos estejam de acordo com as necessidades da luta. Assim, do ponto de vista da organização da greve é importante agir em três frentes: unificar a categoria em torno de bandeiras comuns e que combatam a fragmentação que o governo quer impor, ampliar cada vez mais as ações e garantir a máxima democracia nas assembléias. Dentro da política editorial de publicar textos de militantes comprometidos com a transformação socialista e revolucionária da realidade e dos vários movimentos sociais (estudantes, operários, moradia etc.) que se enfrentam objetivamente com a classe dominante e com o Estado em lutas de resistência e na defesa de seus interesses, publicamos abaixo um informe do movimento Terra Livre sobre o movimento de moradia do Jardim Pantanal que vem se enfrentando contra a política criminosa de Kassab (prefeito da cidade de São Paulo) e José Serra (governador do Estado). INFORME DA LUTA CONTRA ENCHENTES PANTANAL Plenária Conlutas-SP 27 de fevereiro de 2010 O ato do dia 8 de fevereiro na Prefeitura de São Paulo foi decisivo para a população atingida pelas enchentes, principalmente a da várzea do Rio Tietê na Zona Leste. A prefeitura está acuada com as mobilizações e denúncias do movimento contra a enchente e, apesar de enrolar nas mesas de reivindicações e ficar longe da solução do problema, foi obrigada a conceder junto com o governo estadual a limpeza do rio e o fim imediato da inundação. Muita gente que foi ao ato se espantou quando chegou em seus bairros: Saí com água no joelho e cheguei em casa com o sapato no pé. Estava seco. O Governo Serra controla as barragens com as empresas terceirizadas que sugam o dinheiro público. Fecharam a barragem da Penha e soltaram água das barragens de Mogi das Cruzes no dia 8 de dezembro para inundar a região que eles pretendem construir o Parque Linear do Tietê. Querem expulsar o povo pagando no máximo 1800 reais na infame bolsaaluguel. O fim do represamento era a nossa principal reivindicação, além da continuidade das reuniões com o poder público (também conquistada), indenização ou outra casa para sair da região, indenizações pelos danos materiais e morais da inundação e a presença de profissionais e estrutura de saúde, bombeiros e serviço social nos bairros. Depois de 60 dias de inundação e mais de 15 mortes causadas pelos governos, a população agora está resistindo contra as remoções das casas. Após a enchente, estamos em uma nova fase da luta no Pantanal da Zona Leste. O único plano público que os governos têm para a população pobre e vivendo em áreas de risco de alagamento é o da remoção forçada. Eles vão expulsando essa população cada vez mais para a periferia para valorizar terrenos para as empresas imobiliárias que os apóiam e financiam, construindo parques e condomínios. As obras contra as enchentes são poucas, com os seguidos cortes no orçamento público, e se concentram nos bairros centrais. Para expulsar o povo do Pantanal usaram as enchentes e agora vão usar tratores e a polícia para remover quem resistiu. A estratégia do MULP (Movimento de Urbanização e Legalização do Pantanal, apoiado pela Terra Livre) é expandir a resistência nos bairros contra as atividades da prefeitura, tanto de cadastramento quanto da remoção. Conscientizar sobre a legitimidade de negar a institucionalidade e autoridade do Estado e mobilizar em torno da manutenção das construções, mesmo aquelas cadastradas em troca do bolsa-aluguel. As enchentes são comuns em cada verão em São Paulo. Uma mistura de falta de moradia para boa parte da população, falta de obras públicas para urbanizar e conter as águas, a impermeabilização constante da cidade, agora com a expansão da Marginal Tietê, e o caos causado pela economia capitalista liberal causam essas catástrofes para o povo pobre. A outra catástrofe para esse povo é que o Estado os reprime no seu direito mais básico, o de ter um teto. Todas as áreas onde existe população de baixa renda são consideradas ilegais e passíveis de remoção por parte das prefeituras. Para morar, esse povo tem que lutar e arrancar do Estado e da burguesia espaço de moradia. Por isso, o povo pobre da periferia se levanta. Agora ele está se mobilizando por conta das enchentes. O ato do dia 8 de fevereiro foi um importante momento da união necessária do setor mais numeroso da classe trabalhadora, em volta da luta por moradia. Precisamos unificar todo o povo atingido pelas enchentes e em áreas consideradas irregulares. Avaliamos que é o momento de avançarmos sobre o governo estadual pelo seu papel estrutural na questão das enchentes e pela blindagem política que Serra tem na sociedade. Com isso é possível ajudar muito a reorganização dos trabalhadores e no re-ascenso da luta de classes, aproveitando do que existe de mais explosivo de poder de mobilização nas periferias das grandes metrópoles hoje em dia. - Campanha de luta da Conlutas para denunciar os governos pelas enchentes, principalmente o Serra, e mobilizar por resistência e moradia (faixas, informes, textos, participação militante). Dia de luta da Frente de Resistência Urbana (fim de março); - Campanha de solidariedade para as áreas que ainda estão (ou serão) afetadas pelas inundações; - Participação dos sindicatos e entidades no processo de mobilização nos locais, com presença de militantes e ajuda estrutural nessas lutas; atuação da oposição no sindicato de servidores municipais para influenciar nos servidores que estão fazendo cadastramentos e remoções; - Proposta para outros setores de unificação da luta em torno de uma pauta unificada; centralizar contatos com lideranças nos bairros em toda Grande São Paulo; - Construção de um ato centralizado no Palácio dos Bandeirantes, ou outro órgão do governo estadual.

16 16 Venezuela: Grave crise do chavismo É indispensável uma alternativa operária independene para impedir que a bacarrota deste nacionalismo burguês do século XXI seja capitalizada pela direita e pelo imperialismo yanqui O regime de Chávez na Venezuela está passando por uma de suas piores crises. A série dificuldade econômicas, financeiras e produtivas, e a megadesvalorização do Bolívar ocorrida em janeiro, tem se somada a renúncia em cadeia de ministros e altos cargos que pertenciam ao coração do chavismo. A oposição burguesa tem aproveitado o movimento para colocar outra vez na rua os estudantes de direita. Teme m vista as eleições parlamentares de setembro: se conseguir ganhá-la, Chávez ficaria seriamente atingido e com dificuldade para seguir governando. Essa não é a primeira crise de /Chávez em mais de dez anos de presidência. NO entanto, a de agora tem um signo muito diferente das crises de seus primeiros anos, como por exemplo, a do golpe de estado de abril de 2002 ou a do lockout ( paralisação patronal) de dois meses, iniciado em 2 de dezembro desse mesmo ano. Nessas oportunidades, as crises se deram no marco de um curso de ascenso do chavismo. Não só se resolveram em desenlaces vitoriosos, como também na conquista ou reafirmação de um apoio ativo e fervoroso das massas populares e também da maioria da classe operária. Hoje, pelo contrario, na tela de fundo desta crise se demonstra uma crescente desilusão e ascetismo dos setores populares e pobres ( que foram sempre as camadas sociais em que Chávez têm buscado primordialmente apoiar-se) e uma ruptura também crescente de setores de classe trabalhadora. As causas de um divórcio Ao longo dos últimos anos, os trabalhadores, especialmente os operários industriais, protagonizaram lutas que foram reprimidas violentamente ao custo de vários dirigentes assassinados pela polícia e por sicários, demissões em massa de ativistas ( como na Mitsubishi e outras empresas) e quase lutadores processados criminalmente e alguns já presos (como Rubén Gonzáles, secretario geral do sindicato Ferro-mineiro Orinoco, até hoje detido por encabeçar uma greve que reivindicou o cumprimento do convenio) Esse último caso como o de muitos outros ativistas vitimas da repressão e demissões é um símbolo da contradição política em que estão os trabalhadores venezuelanos, uma contradição que para muitos estaria se resolvendo no sentido da ruptura com Chávez. É que Rubén Gonzáles, como muitos dos ativistas processados e despedidos, era membro do PSUV, o partido do governo, e fervoroso partidário do comandante..que hoje o mantém preso por dirigir uma greve. O fato é que o número de conflitos operários em 209 tem sido o maior nos dez anos de chavismo. O duro e crescente enfrentamento de setores da classe operária venezuelana com Chávez não é casual. O socialismo com empresários praticado pelo governo bolivariano está fazendo a classe trabalhadora em termos salariais, emprego e condições de trabalho os custos desse estranho matrimônio entre um (suposto) socialismo e setores da burguesia (uma classe que vive de explorar o trabalho alheio). Isso se tem agravado desmedidamente nos último tempos, por vários fatores. O primeiro deles é a crise mundial, que na Venezuela tem atingido com mais força do que nos outros países da América Latina. Depois de se vangloriar que o socialismo do século XXI seria imune a ela. Chávez a foi encarando com medidas e planos de ajustes típicos do neoliberalismo. A última dessas medidas a megadesvalorização do Bolívar forte, realizada em 8 de janeiro foi arrasadora Por Claudio Testa para os salários, que já vinham arrochados pela inflação mais alta da América Latina [1] Porém, ao mesmo tempo, a megadesvalorização foi uma intervenção divina para os capitais estrangeiros (especialmente para os que participam na empresas mistas com a PDVSA, a companhia estatal de petróleo) e também para a maioria dos capitalistas nacionais, em primeiro lugar os exportadores. Por isso o Fundo Monetário e vários entidades empresariais da Venezuela se colocaram a aplaudir Chávez: A desvalorização da moeda é um bom passo para a Venezuela, declarou o FMI em Washington.(El Universal, 13/01/10) Outro fator importante de contradição entre os trabalhadores e Chávez é o desastre fenomenal do governo bolivariano na administração do estado em geral e das empresas nacionalizadas em particular.. Nisso, o socialismo do século XXI esta repetindo, adaptadas e aumentadas, as tristes experiência do nacionalismo burguês do século XX na Ásia, África e América Latina. Os desastres do nacionalismo burguês do passado (junto com a outra catástrofe que foram os supostos estados socialistas ) serviram ao capitalismo para pode impor o neoliberalismo e as privatizações.. Agora, evidentemente, são a- proveitadas no mesmo sentido pela propagando da direita opositora, que poderá vez esta ganhando as ruas. Essa calamidade da administração chavista está levando a situações críticas, tanto a PDVSA como o coração da industria pesada da Venezuela, situada principalmente em Orinoco, está hoje semi-paralisada. A atitude do governo tem sido responsabilizar aos trabalhadores. Porém ocorre que nem os operários do petróleo nem os das demais indústrias estatizadas tem arte nem parte na direção e administração dessas empresas. Se há algo que Chávez tem se oposto de cara é o controle operário!

17 O fato é que PDVSA e as demais empresas estatais como sucedeu sempre na história venezuelana são a recompensa de guerra das cúpula do partido do governo, antes adecos e copeyanos, e agora socialistas bolivarianos. O controle democrático dos trabalhadores tornaria difícil meter a mão! Uma das conseqüências é, então, uma corrupção em grande escala, que compete com a da IV República de AD e CO- PEI. Porém outra conseqüência é que origina descalabros administrativos e produtivos. A produção de eletricidade, por exemplo, já era um setor historicamente deteriorada. E na década bolivariana não se vê grande coisa para solucionar este desastre herdado da IV República, a pesar da magnitude dos ingressos petroleiros. Agora uma severa seca tem coloca em crise o fornecimento de eletricidade em m país que um dos maiores produtores mundiais de energias!!!! Caminho a direita colorido por discursos vermelhos O ponto é que, em dez anos de chavismo, não houve nenhuma mudança seria da formação econômico social da Venezuela, nem sequer nos marcos do capitalismo. Tal como na IV República(e também antes), segue em pé a chamada Venezuela saudita, que vive da renda diferencial petrolífera, graças a que Deus abençoou (ou amaldiçoou) com grandiosas reservas de hidrocarbonetos de extração muito mais barata que no Texas. Nove de cada dez dólares que ingressam no país, vem dai. A outra cara da moeda é que Venezuela importa a maior proporção dos produtos que consome, desde grande parte dos alimentos (a pesar de ter sido um país agrícola) até pasta de dentes ou sabão. Dentro desse mecanismo, uma lumpen-burguesia, um lumpenestado, seus lumpen-administradores militares e civis, e seus séquitos sociais e políticos disputam a divisão da renda petrolífera : tudo sob as pressões contraditórias do imperialismo e seus capitais, de um lado, e das massas trabalhadoras e populares, do outro. Chávez impôs mudanças nessa divisão (o que inclui importantes gastos de assistencialismo as massas populares mais pobres), porém não conduziu nenhuma transformação estrutural, nem sequer sobre bases capitalistas. Por isso a decomposição social (especialmente em Caracas) causada pelo desemprego, o subemprego e o trabalho precário, hoje é maior do que nunca. E inclusive as melhoras do assistencialismo começam a cair ao primeiros sopro da crise mundial. Ao mesmo tempo, a sombra da V República, esta se gerando novos setores enriquecidos mediante a rápida da renda petroleira via suas conexões com o governo. Os chamados boliburgueses já som um setor 17 ( ainda que minoritário ) da burguesia e da alta classe média. Igual que nas anteriores repúblicas, a corrupção não é um mero fenômeno moral, mas principalmente um modo de acumulação. Este é um fenômeno comum a todos os países rentistas petroleiros. Porém isto também impulsiona a atual crise política e sobretudo a desilusão com Chávez nas fileiras operárias e populares. Assim, no fim do anos passado explodiu um dos maiores escândalos nos dez anos da V República. No centro da crise bancária que levou ao fechamento de sete bancos, esteve envolto um dos mais proeminentes boliburgueses, Ame Chacón, irmão de Jesse Chacón, ministro e figura histórica do Chavismo, como ex militar que participou com Chávez nas sublevações de Porém o fato mais significativo é como Chacón se converteu em milhionáio e proprietário de bancos. Estava associado a outro boliburgues também comprometido com fraudes bancárias o empresário Ricardo Fernandéz -, e tinham um negócio muito lucrativo: o de provedores da cadeia estatal de supermercados subsidiados Mercal. È um detalhe que coloca luz sobre os circuitos do socialismo do século XXI e seu caráter de classe parte da renda petroleira que ingressa no estado é invertida em assistencialismo; porém, no caminho, não apenas alivia um pouco a pobreza de muitos, mas também faz milionários aos bolivarianos bem situados.

18 18 É de se supor que um operário com o salário arrochado ( e que além disso, se trabalha em uma empresa estatal, é responsabilizado por sua ruína) não vai aumentar a sua adesão a Chávez quando é golpeado por fatos assim. Porém as rapinas dos bolburgueses são apenas moedas nos aspectos econômicos do curso a direita da V República. Para além dos planos de ajuste como o da megadesvalorização de janeiro que fazem os trabalhadores pagarem a crise, são de conseqüências muito sereias os acordos e contratos bilionários que vem sendo assinados com as grandes corporações petrolíferas. Já sob a forma de empresas mistas está em curso desde faz tempo uma desnacionalização parcial do petróleo, que tem sido prejudicial para a Venezuela e PDVSA [2] Essa situação atingiu um nova patamar agora: em 11 de fevereiro, Chávez anunciou que Chevron, Repsol, Mitsubishi e outras corporações darão conta da exploração de importantes setores da Faixa Petroleira do Orinoco, em condições também leoninas. É o primeiro de uma série de contratos que vão entregar a exploração da Faixa às corporações estrangeiros e a algumas empresas privada venezuelana menores associadas a elas. Isso é algo histórico, sentenciou Chávez, temos posto a disposição do mundo (textual!) a Faixa Petroleira de Orinoco...tem uma grande importância, e recebemos com muito afeto a intervenção internacional (Agencia EFE, 11/02/10). Efetivamente é histórico para corporações com a Chevron apoderar-se de uma das maiores reservas de hidrocarbonetos do planeta! Ao mesmo tempo, por meio dos executivos de Chevron, Chávez convidou Obama a visitar a Faixa de Orinoco sem ressentimentos. Devemos ser todos amigos...ha que restabelecer o diálogo e propiciar melhores relacionais bilaterais (Agencia EFE, cit.). Porém o quadro não esta completo, se não recordamos que, o mesmo tempo, este curso político e econômico a direita é colorido com discursos muito mais vermelhos que o dado aos executivos da Chevreon, e também com algumas expropriações menores. Nesse sentido, o sucedido nos dias da megadesvalorização retrata bem ao chavismo. Foi essencialmente um golpe na classe trabalhadora. Porém, simultaneamente, Chavez expropriou a cadeia de supermercados Êxito que passou do limite nas remarcações de preços...claro que as expropriações de Chávez se fazem pagando generosamente aos expropriados... A necessidade de uma alternativa independente operária e popular O curso do chavismo tem motivado algumas conclusões unilaterais e perigosas. Assim, José Bodas, um importante dirigente operário petroleiro que foi fervoroso partidário de Chávez, conclui que já PE um governo pro imperialista...seria errôneo seguir catalogando este governo como relativamente independente do imperialismo. Nos fatos esse governo cruzou a fronteira...se converteu num fiel representante dos empresários nacionais e das multinacionais... [3] Talvez por ter acreditado que Chávez é socialista e que representa o sentimento de luta e a esperança de um povo para muar o modelo capitalista [4], hoje o companheiro Bodas e sua corrente, a Unidade Socialista de Esquerda - sustenta que é pro imperialista. Algo tão equivocado como a caracterização que tinham antes de Chávez socialista. E além disso muito perigoso politicamente, porque significa que Chávez não teria na prática inimigos mortais a sua direita... E isso é um disparate político. Chávez ainda esta a anos luz de ser um governo burguês normal, nem sequer de centro-esquerda (como por exemplo, Lula no Brasil ou Mujica no Uruguai). Não duvidamos que é sincero ao dizer que com Obama devemos ser amigos, porém é um amor não correspondido. O imperialismo yanque quer gente como Uribe, Pepe Lobo, Calderón ou Alan Garcia para governar seu pátio traseiro da América Latina. Servidores incondicionais e não demagogos e populistas (como qualificam Chávez), com os que tem que viver num eterno bate e assopra. Chávez e seu socialismo do século XXI apresentam as mesmas contradições e repetem os mesmos caminhos dos nacionalismos burgueses do século XX. Hoje está em crise e em decadência, e além do mais em uma deriva a direita, anti-operária e capituladora. Porém não significa que a maioria da burguesia venezuelana e o imperialismo tenham feito pazes com ele (ainda seguem fazendo negócios, quando os converte). Pelo contrário, estão tratando de aproveitar sua crise para ver como o tiram do poder. Por enquanto, a política principal do imperialismo e da maioria entreguista da burguesia parece ser a via democrática : derrotar Chávez nas eleições de setembro. Isso significa que tenha sido deixada de lado para sempre a opção de derrubá-lo mediante um golpe. Porém hoje, apesar de toda sua crise, isto poderia levar a uma situação de guerra civil. É que uma coisa é que Chávez tenha perdido a confiança de muitos trabalhadores. Outra é que agora simpatizem com a repugnante direita venezuelana, mais ainda assim se querem voltar ao poder apontando-lhes uma pistola. Porém o mais importante é uma conclusão política: o nacionalismo burguês (do século que seja) é um beco sem saída para os trabalhadores. A experiência do século passado é que sempre (tanto na América Latina, como na Ásia e África) terminou em desastre, cujos custos pagarão a classe operária e as massas populares. Chávez repete esse ciclo. Hoje como ontem, é imprescindível, uma alternativa operário e popular, absolutamente independe, tanto Del nacionalismo burguês como da direita pro imperialista. 1.- Uma análise detalhada da desvalorização em Crítica marxista a las medidas econômicas..., por Manuel Sutherland, em edición del 31/01/ Sobre este tema fundamental, ver El capitalismo rentístico..., de Manuel Sutherland, pág. 18, en edición del 06/12/ José Bodas: Estamos ante un gobierno antidemocrático, antiobrero y proimperialista, Laclase.info, 12/02/10). 4.- Corrente Classista ratifica compromiso con reelección del Presidente Chávez, Prensa / C-CURA, Aporrea, 23/02/06.

19 19 YANKES PELO BRASIL: Hillary Clinton a visita que não devemos convidar para entrar A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, veio ao Brasil, em busca de aliados. Medida desesperada de buscar apoio dos países da America latina para questões que já há algum tempo tem fugido do controle dos Estados Unidos a principal delas é a posição do Irã, em produzir urânio que no limite coloca em risco a hegemonia militar e a potencia bélica dos EU- A. Sua visita traz na mala, pedidos de sanções comuns, contra os países que não se alinham a ONU. Ao ser indagada em Brasília se acreditava que o Brasil deveria ter a mesma posição que EUA em relação ao Irã, a secretaria disse que o Brasil tem autonomia, mas o fato era o que fazer com o Irã. Asseverando Esperamos apoio, uma ação única contra o país Ou seja, sua visita tem um firme propósito, a saber, desbravar novos caminhos buscando apoio para garantir a hegemonia do pais. Principalmente em regiões na qual os Estados Unidos perderam muito espaço nos últimos dez anos, devido a era Bush.O centro de gravidade da estratégia norte-americana continuaria a ser o exercício da pressão político-militar para forçar rendição incondicional aos Estados Unidos. O Estado também trata de reativar seus laços com grupos políticos e economias nacionais, bastante enfraquecidos, um esforço para construir alianças que possam se contrapor ao avanço das correntes de esquerda e nacionalistas. D epois do grande desastre causado por um forte terremoto de 7,7 graus, a população haitiana tão sofrida por golpes militares, corrupção dos governos, se vê novamente emergida em grande problema reconstruir seus país e sua autonomia. A grande imprensa internacional está realizando uma cobertura superficial da grande tragédia ocorrida no Toda Solidariedade ao povo haitiano: Fora as tropas brasileiras e as yankes!!! Haiti, pois não estão mostrando o que realmente está ocorrendo com a população local. Centenas de milhares de pessoas, estão buscando asilo na capital, ou vivem da ajuda de vizinhos e amigos, que também em condições precárias tentam ajudar uns aos outros. Torna-se pior ainda quando vemos as imagens da tragédia. A justificativa que o grande empecilho para ajuda humanitária é a questão de segurança, ou seja, enquanto não for mantida a ordem publica não é possível enviar ajuda. Com este argumento o exército estadunidense justificar a militarização da sociedade haitiana, cujo contingente chegará a soldad o s. Ao mesmo tempo a imprensa internacional tenta vender, as imagens Por Severino Ramos da ocupação do exército yanke, como o mais experiente na distribuição de materiais e na ajuda humanitária. Ao assumir o controle dos aeroportos e impor um bloqueio naval de fato representa uma ocupação militar na ilha do caribe. Ao ver a chegada de tantos soldados estadunidenses, a população haitiana relembra a mesma cena com a chegada dos marines a ilha em 1915, cuja a justificativa era a mesma, manter a ordem. Não tão diferente quanto ao papel do exército estadunidense tem sido a do exército Brasileiro que comanda as tropas dos capacetes azuis da ONU desde Da mesma forma, a presença do exército brasileiro resultou na manutenção da ordem publica. A presença do exército brasileiro resultou na repressão dos protestos realizad o s p e l a p o p u l a ç a h a i t i a n a. É preciso que todas organizações de esquerda demonstrem sua solidariedade ao povo haitiano e, também, denunciem as atrocidades cometidas pelas forças de paz conduzida pelo e- xércitos das várias nações presente no Haiti.

20 CHILE E HAITÍ: Do terremoto natural e social à intervenção militar!! Por Socialismo ou Barbárie O terremoto que devastou parte do Chile segue sendo notícia. Segundo especialistas, o tremor de magnitude de 8.8 da escala Richter que se abateu sobre o país transandino é um dos mais graves da série histórica. A destruição da região sul do seu território e, sobretudo, na cidade de Concepción (a segunda do país) não deixa de ser impactante e provoca a imediata solidariedade. Por trás do terremoto emergem outras imagens não menos impactantes. Não se trata já dos efeitos destrutivos da natureza, mas sim das conseqüências da ação humana. É que - como ocorreu no Haiti - a primeira resposta das autoridades do governo de Bachelet, apoiada incondicionalmente pelo presidente eleito, Piñeira, tem sido a militarização das zonas afetadas pelo tremor. Uma verdadeira vergonha! Quer dizer, apareceu uma i- magem contraditório em relação ao que tem nos vendidos as fábricas de notícias do neoliberalismo capitalista sobre o Chile; uma explosão social de fúria e indignação se espalhou por localidades e as cidades afetadas pelo abalo conta com a inoperância das 19 autoridades por conta de desabastecimento. Essa fratura social (que inclui a realização de saques massivos a supermercados) não poderia deixar de revelar os gravíssimos problemas estruturais na sociedade chilena. Oculto por trás da fachada de um modelo econômico exitoso o que se pode observar é a crítica situação de desigualdade social aguda. Se demonstra que no Chile, herdeiro da ditadura sangrenta de Pinochet, há milhões de trabalhadores desempregados e condenados a uma vida miserável. Incrivelmente, nessas circunstâncias, agravadas infinitamente pelo terremoto, a primeira ordem da parceria de Bachelet/Piñeira tem sido mobilizar um contingente de 15 mil soldados para evitar saques e controlar as multidões! Está claro que a vida humana e as necessidades dos que perderam tudo não importa: somente o que os preocupa é a defesa da sagrada propriedade privada frente aos necessitados e famintos. Uma tremenda repressão - se pode ver os tanques nas ruas das cidades chilenas -, fala-se muito também de outra particularidade ao referido modelo neoliberal : seu grau de autoritarismo. Como se sabe, no Chile, a Forças Armadas nunca perderam sua posição privilegiada, adoradas pelas classe media alta e a burguesia que reivindicaram sua ação genocida na década de 70. Esta classe media alta é a mesma que, historicamente, está pedindo que os militares saiam às ruas e matem a quem tenham que matar para restabelecer a ordem.se o terremoto foi, evidentemente, tão dramático no número de mortos em relação ao Haiti, não deixa de ser altamente esclarecedor a resposta capitalista em ambos os casos, incluíram como primeira medida o desencadeamento de um verdadeiro exército de ocupação, seja a marinha yanque ou os carabineiros chilenos, Chamamos, então, a solidariedade incondicional ao povo chileno frente a catástrofe. Façamos uma campanha conjunta de solidariedade aos povos haitiano e chileno. Basta de repressão. Desmilitarização das cidades afetadas pelo terremoto. Expropriação das redes de comércio. Ajuda humanitária sim, repressão não!

21 20 OITO MARÇO: DIA INTERNACIONAL DA MULHER Mais do que uma homenagem ao dia internacional da mulher, um chamado a luta consciente das massas trabalhadoras - bem ao estilo de Rosa Luxemburgo - publicamos dois textos a seguir. O primeiro dedicado aos 91 anos da morte de Rosa Luxemburgo, completados no dia 15 de janeiro, e ao seu papel de destaque na luta revolucionária que, ao contrário do que dizem seus difamadores, cumpriu esteve entre as figuras mais proeminentes (pela sua capacidade teórica e de intervenção prática na realidade, e apesar de todos os seus erros, Rosa foi e permanece sendo uma águia - Lênin) do marxismo revolucionário do início do século XX. O outro é um texto elaborado por uma companheira do Partido Socialista dos Trabalhadores de Honduras (PTS-H) que traça um panorama muito rico do cotidiano da mulher trabalhadora. A metade invisível da Historia A rica história de lutas das mulheres é apaixonante. Atualmente negadas pela a história "Oficia.l" Mas na luta de classes mulheres têm sido protagonistas têm feito parte das lutas de todos os explorados e oprimidos. De Flora Tristan a Comuna de Paris, aos trabalhadores Tecidos de algodão de Nova York para a revolução russa de Outubro, ao movimento de libertação das mulheres Hondurenhas contra o golpe militar, as mulheres têm dado amostras de confronto heróico contra o sistema capitalista patriarcal. Queremos contribuir para a luta nas ruas e na luta teórica, política, ideológica, por um movimento de Mulheres independente do governo e anti-capitalista. O oito de Março, Dia Internacional mulheres trabalhadoras, não é dia de celebrações festivas nem os atos governamentais, pois tanto as mulheres burguesa, ministras, deputadas, empresárias e outras instituições do Estado atraem mulheres trabalhadoras, pela única razão de serem mulheres se utilizando de discurso feminista pela direita. Infelizmente, a dona de casa,estudante e trabalhadora se atraem por estas celebrações efêmeras e vazias por não entenderem o real significado da luta feminista e pela ausência de movimentos reais feministas e anticapitalista. E possa ser capaz de realmente lutar pela liberdade e emancipação das mulheres, não apenas dizendo nós somos melhores do que os homens ou simplesmente porque somos as mulheres e merecem uma lugar na sociedade. Este é o discurso das mulheres burguesas que de fato buscam um lugar na sociedade e cumprem um papel na sociedade, sociedade que vivem a explorar seus maridos filhos e outras mulheres. Quando na verdade a liberdade e emancipação da mulher não passa por este modelo de sociedade e sim um projeto que vá para além desta. As mulheres chefes de Estados, reproduzem as políticas capitalistas de direitos desiguais,discriminação social, cultural e econômica. Porque respondem aos interesses de Estado que parte da manutenção da família patriarcal que subjuga a liberdade das mulheres, com falácias ideológicas que repetem sistematicamente que lhes devida sobrevivência ao marido e filhos ou a escravatura doméstica, onde não pode haver outras aspirações.decidir sobre o nosso corpo é um direito primordial para mas nos é negados, o direito ao aborto. As mulheres burguesas quando procuram um aborto, não vão para a prisão, não são identificadas, acessam clínicas privadas, com ótimas condições de higiene, são atendidos de prontidão por que possuem recursos, pronto decidem sobre seu corpo com total conforto e sigilo. No entanto as mulheres pobres trabalhadores se ariscam em clinicas clandestinas ou em métodos totalmente precários que na maioria das vezes acabam mutiladas quando não perdem a vida ou por pressões sociais e religiosas são forçadas a ter filho que não desejam. Pelo o direito ao aborto livre, legal como fruto da luta das mulheres e não como favor!!! Fim da dupla jornada!!! Igualdade de direitos 15 de janeiro de 1919: A social-democracia e a burguesia alemã assassinam Rosa Luxemburgo. O papel da greve de massas na revolução A vida de Rosa Luxemburgo esteve plenamente dedicada à luta pela Revolução Socialista. Nasceu em março de 1870, no seio de uma família judia de classe média em Zamosc, um vilarejo próximo a Lublin na Polônia dominada pelo nazismo. Desde muito jovem abraçou a causa revolucionária. Em 1887, se uniu a um dos núcleos do Partido Proletário que sido diluído pela repressão. Tinha 16 anos e três anos mais tarde teve que sair da Polônia por ter sido perseguida pela polícia. Dirigiu-se a Zurich, uma cidade habitada por muitos exilados polacos e russos. Lá conheceu Plejanov, Axelrod, Vera Zsulich e outros dirigentes socialdemocratas. Rapidamente Rosa Luxemburgo começou a ser reconhecida como militante do Partido Socialista da Polônia. Converteu-se em uma das principais colaboradoras e com 22 anos representou o Partido no congresso da Internacional Socialista se devotando com imensa paixão revolucionária ao movimento operário alemão. Naquele momento na Alemanha o nível de vida dos operários estava a em vias de aumentas, desde a crise de 1873 os sindicatos e as cooperativas se fortaleceram. Isso fez com que a burocracia dos sindicatos, junto à influência que a socialdemocracia começava a ter no parlamento, se afastassem dos princípios revolucionários e florescia a necessidades de reforma e uma mudança gradual do capitalismo. Rosa foi quem respondeu em defesa dos princípios do marxismo revolucionário. Desta maneira Rosa Luxemburgo manteve uma trajetória revolucionária. Polemizando com acertos e equívocos, porém, fiel ao marxismo. E foi em 1914, quando a socialdemocracia votou a favor dos orçamentos para guerra, ela rompe definitivamente com esse partido e junto a Karl Liebknecht, Franz mehring e Clara Zethin, entre outros, funda a liga Espartaco. Logo foi presa e em se instalou a revolução alemã. Em dezembro funda o Partido Comunista Alemão. Em princípios de 1919 a revolução é derrotada. Rosa e Liebknecht são detidos e em 15 de janeiro foram assassinados. Rosa Luxemburgo foi uma das maiores marxistas revolucionárias. Assim a reconheceu Lênin e Trotsky, com quem polemizou, muitas vezes equivocadamente, porém marcada pela paixão e honestidade revolucionária. Sua obra intelectual e militante requer uma valorização e atualização permanentes frente aos problemas cotidianos e estratégicos que nos apresenta o já apodrecido sistema capitalista o qual Rosa nunca deixou de combater.

22 21 Adquira a nova edição da nossa Revista Internacional Socialismo ou Barbárie Essa é uma edição ampliada da revista (23/24) que visa dar conta da amplitude da nossa elaboração internacional CONTATOS: grupo.praxis@yahoo.com.br (11)

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