Giselle Medeiros da Costa One Helder Neves de Albuquerque (Organizadores)

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1 Giselle Medeiros da Costa One Helder Neves de Albuquerque (Organizadores) SIMPÓSIO PARAIBANO DE SAÚDE: Tecnologia, Saúde e Meio Ambiente à Serviço da Vida João Pessoa-PB

2 Giselle Medeiros da Costa One Helder Neves de Albuquerque (Organizadores) SIMPÓSIO PARAIBANO DE SAÚDE: Tecnologia, Saúde e Meio Ambiente à Serviço da Vida João Pessoa - PB Impressos Adilson

3 INSTITUTO BIOEDUCAÇÃO Diretor Presidente Helder Neves de Albuquerque Coordenação do Evento Giselle Medeiros da Costa One Revisão Final Giselle Medeiros da Costa One Designer da Capa José da Silva Barbosa FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL DA UFPB S612 Simpósio paraibano de saúde: tecnologia, saúde e meio ambiente à serviço da vida [recurso eletrônico] / Giselle Medeiros da Costa One e Helder Neves de Albuquerque (Organizadores). - - João Pessoa: Impressos Adilson, p. ISBN Ciências Médicas. 2. Saúde - Meio Ambiente. I. One, Giselle Medeiros da Costa. II. Albuquerque, Helder Neves de. UFPB/BC CDU: 61 Esta obra tem o incentivo e apoio da Coordenação de Eventos do Instituto Bioeducação Direitos desta Edição reservados ao: Instituto Bioeducação Rua Jornalista Evandro Barros,16A - Malvinas Campina Grande PB CEP: / Telefone: (0xx83) / ibea@institutobioeducacao.org.br Impresso no Brasil / Printed in Brazil 2

4 COMISSÃO CIENTÍFICA Alana Moura Quintans Ednice Fidelles Cavalcante Anízio Eduardo Porto dos Santos Esther Pereira da Silva Flávio William Brito Geovanna Torres de Paiva Bandeira Jéssica Bezerra dos Santos Rodrigues Noádia Priscila Araújo Rodrigues Maria Emília Evaristo Raquel Patrícia Ataíde Lima Ronilson José da Paz Sócrates Pereira Ferreira 3

5 Proibida a reprodução, total ou parcial, por qualquer meio ou processo, seja reprográfico, fotográfico, gráfico, microfilmagem, entre outros. Estas proibições aplicam-se também às características gráficas e/ou editoriais. A violação dos direitos autorais é punível como Crime (Código Penal art. 184 e ; Lei 9.895/80), com busca e apreensão e indenizações diversas (Lei 9.610/98 Lei dos Direitos Autorais - arts. 122, 123, 124 e 126) Todas as opiniões e textos presentes neste livro são de inteira responsabilidade de seus autores, ficando o organizador isento dos crimes de plágios e informações enganosas. Gráfica Impressos Adilson Rua João Alves de Oliveira, 28 - Centro - CEP Campina Grande - PB - Fone: (83) endereço Impresso no Brasil

6 Aos participantes do SIMPÓSIO PARAIBANO DE SAÚDE pelos esforços e dedicação na execução das atividades. 5

7 Os analfabetos desse século não são aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que se recusam a aprender, reaprender e voltar a aprender. Alvin Toffler 6

8 LISTA DE PALESTRANTES Sábado 08/12/12 Dermatoses corriqueiras: diagnóstico e conduta Dr. João Luiz Costa Cardoso - Dermatologista / Médico do Instituto Butantan Graduação em Medicina pela Universidade de São Paulo (1970), residência em Dermatologia na mesma escola, Hansenologista, Sanitarista. Toxinologista clínico no Hospital Vital Brazil do Instituto Butantan desde 1974 e dermatologista na Santa Casa de Ubatuba. Interesse em Dermatologia Tropical, clínica dos envenenamentos por toxinas; Políticas de Saúde nestas áreas. Médico assessor da Fundação de Medicina Tropicl do Amazonas (FMTAM) na área de atendimento clinico ao Ofidismo (2010/2011). Tem participado de grupos de trabalho, investigação clínica e capacitação de pessoal na área dos Acidentes por Animais Peçonhentos. Assesor ad hoc do Ministério da Saúde na elaboraçao/atualização de normas técnicas na sua área de competência Há cerca de 10 anos dedicando-se a estudos atedimento dos casos de Leishmaniose Tegumantar Americana(LTA) no litoral norte de SPaulo (Ubatuba). Desenvolve trabalhos de documentação e estudos dos aspectos dermatológicos dos acidentes humanos por toxinas e outros produtos animais. Interesse em História da Medicina no Brasil ; Numismática e Saúde. Saúde e Meio Ambiente Msc. Ronilson José da Paz - Biólogo, Mestre em Ciências Biológicas/IBAMA-PB Possui graduação em Ciências Biológicas, nas habilitações Bacharelado e Licenciatura Plena, pela Universidade Federal da Paraíba (ambas em 1989) e mestrado em Ciências Biológicas (Zoologia), também pela Universidade Federal da Paraíba (1997). Atualmente, é Servidor Público Federal, exercendo o cargo de Analista Ambiental e a função de Superintendente Substituto, no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, lotado na Superintendência em João Pessoa (Paraíba), e Servidor Público Estadual, exercendo o cargo de professor de ensino fundamental e médio, das disciplinas Ciências e Biologia, lotado também em João Pessoa. Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Ecologia Aplicada (Limnologia), atuando principalmente nos seguintes campos de pesquisa: ecologia de ecossistemas de água doce (limnologia), entomologia e malacologia de parasitos e vetores, toxicologia aquática, ensino de Biologia, Educação Ambiental e ensino de Ciências. Aplicações da Biotecnologia na Saúde Msc. Rodrigo Niskier Ferreira Barbosa Biomédico/Mestre em Genética e Biologia Molecular/Membro do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP-FIP) Possui graduação em Biomedicina pela Universidade Federal de Pernambuco ( ), especialização em Biologia Molecular pela Universidade de Pernambuco ( ) e Mestrado em Genética e Biologia Molecular pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte ( ). Atuou em pesquisas envolvendo polimorfismos genéticos, bioinformática, biossegurança e genética de populações. Atua como docente nos cursos de Biomedicina e Nutrição na instituição de ensino superior FIP (Faculdades Integradas de Patos, Patos-PB) onde leciona as disciplinas de Biologia Molecular, Genética Médica, Biologia Celular e Molecular e Instrumentação Biomédica. É membro do comitê de ética em pesquisa (CEP-FIP), supervisor de estágio curricular e coordenador do núcleo de pesquisa experimental. Ministra palestras nas áreas de biologia molecular, genética, genética forense, diagnóstico molecular, biosseguranca, gestão e qualidade em saúde, nutrigenômica e outros relacionados. Orienta alunos de graduação em temas diversos, principalmente nas áreas de genética e biologia molecular. Em 2011 completou 4 anos e meio de experiência no ensino superior. 7

9 Plantas medicinais em Odontologia PhD. Fabio Correia Sampaio Professor de Odontologia da UFPB/Pesquisador colaborador do Academic Centre for Dentistry Possui graduação em Odontologia pela Universidade Federal da Paraíba (1986), mestrado em Odontologia (Odontologia Social) pela Universidade Federal Fluminense (1992), doutorado em Cariologia pela Universidade de Oslo, Noruega (2000) e pós-doutorado pela Universidade de São Paulo (USP-Bauru) e Universidade Técnica da Dinamarca (Lyngby). Atualmente é professor associado II da Universidade Federal da Paraíba. Pesquisador colaborador do Academic Centre for Dentistry (Amsterdam, Holanda). Membro do Comitê de Ética em Pesquisa da UFPB. Tem experiência na área de Odontologia, com ênfase em Cariologia, Bioquímica e Microbiologia. Atua principalmente nos seguintes temas: flúor, fluorose dentária, desfluoretação, cárie dentária, microbiologia (biofilmes, antimicrobianos e atividade quorum sensing), fitoterapia e farmacognosia. LISTA DE PALESTRANTES Domingo 09/12/12 Biossegurança Aplicada à Pesquisa Científica Dr. Jorge Luiz Silva Araújo Filho Doutor em Ciências Biológicas/Consultor Regional da ANBIO Associação Nacional de Biossegurança Doutor em Ciências Biológicas pela UFPE (2011) possui graduação em Bacharelado em Ciências Biológicas (UFPE, 2003) e mestrado em Patologia (UFPE, 2006). Têm experiência na área de Saúde, com ênfase na pesquisa em Biologia Celular, Histologia e Embriologia, Alterações Patológicas em Células e Tecidos (grupo de pesquisa GP3), atuando como professor e consultor em Biossegurança e com experiência docente nos seguintes temas: Biossegurança, Histologia, Embriologia, Biologia Celular, Metodologia Científica e Saúde Ambiental. MESA REDONDA: AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Coordenadora: Luciana Martinês Vaz Educador Físico: Eduardo Porto dos Santos Nutricionista esportista: Sebastião José Filho Nutricionista: Luciana Martinês Vaz Mestre em Ciências da Nutrição pela UFPB. Nutricionista do Hospital Universitário. Docente da UNPBFPB e da FCMPB. Delegada do Conselho Regional de Nutricionistas da 6ª Região. Educador Físico: Eduardo Porto dos Santos Mestre em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal da Paraíba, onde investigou os efeitos da suplementação de Ômega-3 no processo inflamatório e dano muscular induzido por estresse físico. Tem atuado na pesquisa dos mecanismos envolvidos no exercício físico induzindo dano muscular, processo inflamatório e Overtraining. 8

10 Nutricionista esportista: Sebastião José Filho Possui graduação em Nutrição pela Universidade Federal da Paraíba (1983). Atualmente é professor da Faculdade Maurício de Nassau. Tem experiência na área de Nutrição, com ênfase em Nutrição, atuando principalmente nos seguintes temas: atividade física, alimentação, hipertensão arterial, avaliação nutricional e massa muscular. O cuidar por você e pelo outro Msc. Edenice Fidelles Cavalcante Anízio Enfermeira, psicopedagoga clínica e institucional. Mestre em Espiritualidade e Saúde UFPB. Doutoranda em Educação/Neurociência FSCG. Docente da FACENE e IFPB. Pesquisadora de grupos de estudos Hígea UFPB. 9

11 SUMÁRIO PREFÁCIO...12 CAPÍTULO I - BIOTECNOLOGIA E BIOLOGIA MOLECULAR TERAPIA GÊNICA 1. Nanotecnologia na alimentação Terapia Gênica: Tratamento com introdução de material genético Genética da intolerância à lactose Vacinas Gênicas: artigo de revisão A biologia molecular favorecendo atletas...34 CAPÍTULO II - ONCOLOGIA 6. Uso de glutamina no tratamento do câncer Medidas de prevenção e rastreamento do câncer de colo do útero...45 CAPÍTULO III - EPIDEMIOLOGIA 8. Epidemiologia e estratégias de controle de DST no Brasil...50 CAPÍTULO IV EDUCAÇÃO FÍSICA, FISIOLOGIA DO ESPORTE, TREINAMENTO E ATUAÇÃO EM SAÚDE 9. Exercício físico e ingestão calórica...56 CAPÍTULO V ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA 10. Conhecimento e práticas quanto às opções do tratamento da hipertensão arterial no idoso...62 CAPÍTULO VI SAÚDE E MEIO AMBIENTE 11. Conservação e manejo de sistemas de captação de água de chuva em cisternas do semiárido nordestino: sua relação com diarréias O descarte de Resíduos da Construção e Demolição (RCD) no município de João Pessoa-PB: implicações à saúde pública Água armazenada em cisternas e seu impacto na saúde de populações rurais do médio sertão paraibano...80 CAPÍTULO VII NUTRIÇÃO, SAÚDE E SEGURANÇA ALIMENTAR 14. A importância da alimentação no processo de cicatrização de feridas Consumo alimentar e fatores de risco para doenças crônicas não Transmissíveis em estudantes de uma faculdade particular de João Pessoa-PB Consumo alimentar de gestantes atendidas nas unidades básicas de saúde do município de Cabedelo-PB Prevalência de anemia em gestantes atendidas nas unidades básicas de saúde do município de Cabedelo-PB Perfil nutricional de fumantes do projeto multidisciplinar do hospital Universitário de Campina Grande-PB CAPÍTULO VIII SAÚDE DA MULHER 19. Câncer de mama e qualidade de vida: Artigo de revisão

12 CAPÍTULO IX-BIOQUÍMICA DOS ALIMENTOS 20. Conhecimento dos estudantes de nutrição acerca dos produtos diet e light Panificação: uma visão bioquímica Ácidos graxos trans: alerta na sua ingestão e de olho nas possíveis Consequências Estabilizantes alimentares: efeitos desejáveis nos alimentos Bebidas energéticas: benefício ou malefício? Azeite e seus benefícios Glutamato monossódico Corantes alimentícios: naturais x artificiais Probióticos: a importância na ingestão diária e seus benefícios na atividade física A visão bioquímica do sorvete CAPÍTULO X - GENÉTICA HUMANA 30. Síndrome de Rett: artigo de revisão Síndrome de Williams-Beuren: artigo de revisão Síndrome do Miado do Gato: artigo de revisão Síndrome de Prader Willi: artigo de revisão Anemia Falciforme: artigo de revisão CAPÍTULO XI SAÚDE ANIMAL 35. Levantamento epidemiológico de enfermidades infecciosas de caráter urbano que comprometem a saúde pública, no município de João Pessoa-PB Casos de Leishmaniose Visceral Canina (LVC) no município de João Pessoa-PB Casos de Raiva Animal no Estado da Paraíba CAPÍTULO XII EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL 38. Programa de Educação e Assistência Nutricional (PROANUTRI): uma vivência em extensão

13 PREFÁCIO É com grande satisfação e orgulho que apresento a publicação dos Anais do I SIMPÓSIO PARAIBANO DE SAÚDE (I SIMPS) intitulado Tecnologia, Saúde e Meio Ambiente à Serviço da Vida. Satisfação de poder compartilhar com um grupo de professores e pesquisadores competentes e que conduziu os trabalhos de avaliação das propostas de forma cordial e eficiente e orgulho em ver a consolidação crescente da pesquisa na área da saúde no nosso Estado. O SIMPÓSIO PARAIBANO DE SAÚDE tem como público alvo estudantes e profissionais da área saúde e áreas afins e tem como objetivo de proporcionar, por meio de um conjunto de palestras, mesa redonda e apresentações de trabalhos, subsídios para que os participantes tenham acesso às novas exigências do mercado e da educação no contexto atual. E ao mesmo tempo, reiterar o intuito Educacional, Biológico e Ambiental de inserir todos que formam a Comunidade Acadêmica para uma Educação Sócio-Ambiental para a Vida. Esse evento de natureza interdisciplinar e de múltiplos enfoques promoveu discussões, por meio da ciência e da técnica, produzindo o saber necessário para compreender e suprir as necessidades e/ou satisfazer os interesses básicos das mais diversas espécies, neste sentido, os artigos nos anais foram agrupados pelos eixos temáticos, a saber: Biotecnologia e Biologia molecular, Genética, Bioquímica, Microbiologia, Anatomia e Fisiologia humana, Nutrição, Saúde e Segurança Alimentar, Oncologia, Epidemiologia, Educação física: Fisiologia do esporte, Treinamento, Administração em saúde, Fisioterapia, Saúde mental e psicologia, Saúde e Meio Ambiente, Ecologia humana e saúde. Assim, o presente volume não é apenas uma destacada contribuição aos estudos, é um exemplo da expansão das temáticas e das instituições de estudos, com enfoque específico para saúde. Parabenizo a todos os autores pela escolha do evento como fórum de publicação para seus trabalhos e a todos os participantes que promovem esta Comunidade. Também parabenizo a todas as instituições e organizações que apoiaram a realização deste evento, tornando-o possível. Finalmente, este simpósio não seria possível sem os esforços das várias pessoas envolvidas em sua organização. Deste modo, parabenizo a todo o comitê organizador do I SIMPS 2012 e a todas as pessoas que contribuíram para o sucesso deste evento. Luciana Maria Martinez Vaz Nutricionista do HULW/UFPB/PB Mestre em Ciências da Nutrição Docente da UNPBFPB Docente da FCMPB Membro do CONSEA/PB Delegada do CRN6/PB 12

14 Capítulo I BIOTECNOLOGIA E BIOLOGIA MOLECULAR TERAPIA GÊNICA 13

15 Nanotecnologia na Alimentação NANOTECNOLOGIA NA ALIMENTAÇÃO Mônica Henriques da SILVA Charline SOUZA Giselle Medeiros da Costa ONE 1.INTRODUÇÃO A nanotecnologia tem atraído o interesse de inúmeros grupos de pesquisa em todo o mundo, devida as inúmeras vantagens nos diversos setores industriais. O Brasil tem realizado várias pesquisas e desenvolvidos vários produtos expandindo suas pesquisas se aliando aos Estados Unidos, Europa, China, América Latina e Japão, fazendo parte da Rede de Nanotecnologia, a qual é formada por três sub-redes: nano partículas para liberação controlada de fármacos, materiais nano estruturados para sensores e nano partículas magnéticas. A promessa dessa área espantosa que é a nanotecnologia é a capacidade para processar alimentos naturalmente perniciosos para o organismo humano como: hambúrgueres, gelados, chocolates, enfim tudo aquilo que consumido em excesso tem efeitos negativos na nossa saúde e de tornar estes alimentos em saudáveis sem afetar o seu sabor. Outros benefícios potenciais que são proporcionados pela nanotecnologia são eles: sensor de contaminação, melhoras no estoque de alimentos, potencialização de nutrientes, embalagens ecológicas, textura, sabor e identificação e eliminação de bactérias. 2. OBJETIVOS Realizar uma revisão bibliográfica acerca da nanotecnologia dos alimentos. 3. MATERIAL e MÉTODOS Este trabalho tratou-se de uma revisão bibliográfica realizada através de artigos científicos e livros. 4.RESULTADOS O prefixo nano vem do grego e significa anão. Após toda a ciência na escala micro (pequeno em grego) desenvolvida a partir do século XVII, inaugura-se agora a era nano. Sai micro partícula entra agora nano partícula que é igual a um milímetro dividido por um milhão. 14

16 Nanotecnologia na Alimentação Em 1986, o mundo da observação nano teve início,com o advento do microscópio de força atômica:podia-se agora observar a matéria no nível do átomo, nascia a nanociência. As vantagens desse novo mundo minúsculo são várias, entre elas a facilidade para a miniaturização. O nanômetro (abreviado nm) é a bilionésima parte do metro, ou seja: 10-9 do metro, ou seja:o número 1/ , ou, ainda: 0, m, ou ainda que o nanômetro é nove ordens de grandeza menor que o metro. Para se ter uma idéia destas grandezas, ou melhor o senso da nanoescala, vejamos alguns exemplos um fio de cabelo humano tem cerca de nanômetros; célula de uma bactéria tem cerca de algumas centenas de nanômetros; 10 átomos de hidrogênio, alinhados, perfazem 1 nanômetro. Vários estudos estão sendo realizados afim de desenvolver bioprodutos nanoencapsulados com aplicabilidade em vários setores. No setor da agropecuária, pesquisadores da EMBRAPA, unidade São Carlos-SP, estudam o uso de películas invisíveis comestíveis para a proteção de frutas e legumes (Figura 1). Peras, maçãs, goiaba fatiada, alho descascado, nozes e macadâmias têm tido resultados promissores. Com a película, as frutas demoram até 20 dias para começar a apodrecerem. A idéia principal é aumentar o tempo de prateleira de produtos perecíveis em 100% em média (DIÁRIO DA SAÚDE, 2010). Figura 1: Representa as nanopartículas microscopicamente Fonte: diariodasaude.com.br Uma das grandes vantagens da utilização das películas protetoras comestíveis é evitar o desperdício. Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Brasil perde cerca de 35% de todas as frutas e legumes que produz. Além disso, a utilização dessa inovação pode agregar valor a frutas e hortaliças brasileiras destinadas a exportação (DIÁRIO DA SAÚDE, 2010). 15

17 Nanotecnologia na Alimentação Os alimentos são banhados em uma solução (Figura 2) e depois secos naturalmente. Ao secar, um filme invisível se forma na superfície, protegendo os alimentos (Figura 3). Isso só é possível devido ao tamanho nanométrico das partículas que compõem as películas. Após a imersão no líquido, elas ficam recobertas por um filme fino, que funciona como uma barreira de proteção ao reduzir a quantidade de oxigênio que entra e a de gás carbônico que sai,o que evita a perda de água. Quando a fruta é lavada em água corrente o biofilme é totalmente eliminado. (ERENO, 2004). São dois tipos principais de filmes comestíveis: um a base de proteínas do milho e outro à base de quitosana (polissacarídeo de origem animal).cada película é indicada a um tipo de alimento (DIÁRIO DA SAÚDE, 2010). Figura 2. Representação da fruta recebendo o filme comestível. Fonte: cnpdia.embrepa.br Figura 3. Fruta parcialmente protegida com o biofilme comestível. Fonte: cnpdia.embrepa.br Diversas outras pesquisas comprovam a importância da nanotecnolgia para os alimentos, como a microencapsulação de própolis, onde o mesmo foi processado até obter um pó que tornou o produto isento de álcool e com gosto e aroma atenuados (podendo ser introduzido no alimento (Figura 4). O pão TipTop produzido na Austrália (Figura 5), onde foram incorporadas nanocápsulas de Ômega 3 a fim de elevar a função de suplemento alimentar (AGENDA SUSTENTÁVEL, 2007) 16

18 Nanotecnologia na Alimentação Figuras 4 e 5. Microencapsulação da Própolis e Pão com nanopartículas de ômega 3. Fonte: perfecta.com.br Figuras 6 e 7: Embalagens plásticas inteligentes e Agrotóxicos com nanopartículas Fonte: comprar-vender.mfrural.com.br Entre as muitas possíveis aplicações da nanotecnologia na indústria da agroindústria, destacam-se as embalagens inteligentes (Figura 6), estas podem alertar o consumidor quando o seu conteúdo está vencido ou contaminado adaptando-se as mudanças no ambiente, ou a sua própria deterioração, corrigindo aberturas ou rasgos, além de serem antimicrobianas, e o uso de agrotóxicos nanoencapsulados, que está sendo patenteado por BASF, Bayer, Crop Science, Syngenta e Monsanto (Figura 7), que se dissolvem na água com maior durabilidade,requerem menor quantidade de produto ativo e têm maior poder letal,ou alcançam exclusivamente o objetivo,sem maiores efeitos secundários anunciados (FOLADORI E INVERNIZZI, 2007). Estudos recentes que examinam a toxidade dos nanomateriais produzidos nos cultivos de células e animais mostram que o tamanho, a área de superfície,a química de superfície,a solubilidade e possivelmente a forma, tudo isso desempenha um papel na determinação do potencial prejudicial dos nanomateriais. 17

19 Nanotecnologia na Alimentação Outras das dificuldades enfrentadas pelo regulamento é a dedicação marginal de fundos à pesquisa de riscos.estima-se que do total do orçamento destinado à nanotecnologia no mundo,menos de 4% está orientado para pesquisar riscos potenciais para saúde,para o meio ambiente ou suas implicações legais,éticas,sociais e econômicas (PROPHETARUM, 2008). No entanto, os estudos de que se dispõem até o momento são ainda limitados. A escassa informação sobre a caracterização, bioacumulação, potenciais efeitos tóxicos após a ingestão e impacto a longo prazo na Saúde Pública,dificulta a adequada avaliação dos riscos,necessária para estabelecer uma legislação específica para os produtos NT,que protejam os consumidores dos riscos de exposição aos mesmos (FOLADORI E INVERNIZZI, 2007). 6. CONCLUSÃO As Nanotecnologias se constituem na revolução tecnológica em andamento. Apesar de estas tecnologias mostrarem o potencial de propiciar alguns benefícios significativos aos consumidores é extremamente importante fazer pesquisas detalhadas e completas sobre as potenciais implicações de saúde e segurança a fim de garantir que os possíveis riscos sejam identificados. A grande promessa da nanotecnologia é permitir uma engenharia de ingredientes de forma que os nutrientes atuem de forma mais eficaz no corpo humano, enquanto que impedem a passagem de outros elementos prejudiciais e menos desejáveis. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DIÁRIO DA SAÚDE. Própolis com nanotecnologia melhora conservação de alimentos. 15/12/2012. Disponível em: Acesso em:17/09/2012. FOLADORI, G.; INVERNIZZI, N. Os trabalhadores da alimentação e da agricultura questionam as nanotecnologias. IIEP São Paulo Brasil. Junho de Disponível em: Acesso em 12/11/2012. AGENDA SUSTENTÁVEL. Nanotecnologia na alimentação. HSM Online. 08 de Julho de Disponível em: Acesso em 11/10/

20 Nanotecnologia na Alimentação PROPHETARUM, C. A nova ameaça dos ONM. 17/05/2008. Disponível em Acesso em : 9/11/2012. DURAN, N.; MORAIS, P. C. DE; MATTOSO, L. H. C. Nanotecnologia: introdução, preparação e caracterização de nanomateriais e exemplos de aplicação. São Paulo; Artliber, p. OSWALDO, L. A. Nanotecnologia, nanociência e nanomateriais: quando a distância entre presente e futuro não é apenas questão de tempo. PARCERIAS E STRATÉGICA. No 18. Agos

21 TERAPIA GÊNICA: tratamento com introdução de material genético TERAPIA GÊNICA: Tratamento com introdução de material genético Priscila Elaine de Carvalho SANTOS Juciara Viegas GALVÃO Iranilde do Nascimento Silva ARAÚJO Giselle Medeiros da Costa ONE 1. INTRODUÇÃO Fundada pelo monge Johann Gregor Mendel no século XIX, a genética obteve grande evolução, conquistando um lugar de destaque entre as ciências. Recentemente, no ano de 2000, foi completado o sequenciamento do genoma humano, um feito grandioso que promete acelerar o progresso da biologia e da medicina do século XXI. A expectativa de curar doenças genéticas repousa sobre a identificação de genes responsáveis por sua patogênese e sobre o avanço das tecnologias de DNA recombinante, ou engenharia genética, que permitem a manipulação do genoma de forma cada vez mais eficiente e segura. Terapia gênica é a introdução de genes nas células para o tratamento de algumas doenças, especialmente as hereditárias. Ela consiste em identificar pelas técnicas da biologia molecular, o gene com a enfermidade e visa suplementar com alelos funcionais aqueles que são defeituosos. 2. OBJETIVO Objetivou-se aprofundar o conhecimento sobre terapia gênica e sua utilização no tratamento de doenças. 3. MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa foi do tipo bibliográfica com base em artigos científicos e livros específicos da área. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO As terapias gênicas são procedimentos novos que ainda se encontram em fase experimental. O conhecimento básico vem sendo adquirido em laboratórios de pesquisa fundamental por meio de testes em modelos experimentais e ensaios pré-clínicos. Esses estudos validam o potencial de eficácia de uma estratégia terapêutica, bem como permitem detectar potenciais riscos a seres 20

22 TERAPIA GÊNICA: tratamento com introdução de material genético humanos, antecipando modificações dos vetores e outros componentes da estratégia terapêutica que aumentem a segurança para uso humano. A pesquisa fundamental em terapia gênica é intensa e crescente no mundo. A realização de ensaios clínicos de terapia gênica depende de aprovação prévia por comitês de ética locais e nacionais, como a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) no Brasil ou a Food and Drug Administration (FDA) nos Estados Unidos. No caso de terapia gênica, no Brasil tem a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e nos Estados Unidos o National Institutes of Health (NIH), chamado RAC (do inglês Recombinant DNA Advisory Committee), que devem autorizar procedimentos envolvendo DNA recombinante. No entanto, diferentemente dos Estados Unidos, ainda não existe no Brasil regulamentação específica sobre terapia gênica, a qual precisa, urgentemente, ser elaborada tanto para evitar o uso inadequado das terapias quanto para controlar a produção e importação de insumos do exterior. No momento, resta às autoridades sanitárias aplicar normas consagradas no exterior para examinar eventuais pedidos de licença ou fiscalizar ensaios clínicos e eventuais produtos de terapia gênica no país. Em todo o mundo, até junho de 2010 haviam sido compilados cerca de ensaios clínicos em terapia gênica na base de dados da revista Journal of Gene Medicine. A partir de 2005, começou a ser organizada no Brasil uma Rede de Terapia Gênica. Essa rede congregou inicialmente 14 grupos de pesquisa de três Estados (Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul), dedicados à pesquisa na área de terapia gênica e vacinas de DNA. Os estudos envolvem desenvolvimento de vetores virais, pesquisa básica e testes pré-clínicos nas áreas de câncer, doenças genéticas, doenças neurodegenerativas e vacinas de DNA para dengue, doença de Chagas, infecções por estreptococos e câncer. A primeira pesquisa com terapia genética foi autorizada em Ashanti DeSilva, de 4 anos de idade. Nascida com uma rara doença genética chamada Imunodeficiência Combinada Grave. Os médicos recolheram glóbulos brancos do corpo da criança, e cultivaram as células em laboratório. No segundo momento, inseriram o gene que faltava nas células e reintroduziram os glóbulos brancos geneticamente modificados na corrente sanguínea da paciente. 21

23 TERAPIA GÊNICA: tratamento com introdução de material genético Exames de laboratório mostraram que a terapia fortaleceu o sistema imunológico de Ashanti; ela parou de contrair resfriados recorrentes e pôde voltar a frequentar a escola. Esse procedimento não a curou; os leucócitos reintroduzidos só funcionaram por poucos meses, e o processo teve de ser frequentemente repetido. Um primeiro ensaio clínico de terapia gênica para revascularização miocárdica com emprego de vetores plasmidiais contendo o gene do VEGF (Vascular Endothelial Growth Factor), promovido conjuntamente pelo Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul, pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul e pela Rede de Terapia Gênica ocorreu em fevereiro de 2009 em Porto Alegre. Em relação à forma de transferência do DNA, podem ser utilizados dois procedimentos distintos para realizar a terapia gênica: in-vivo e ex-vivo. Com os procedimentos da terapia gênica in-vivo, o DNA é transferido diretamente para as células do paciente. Já nos procedimentos ex-vivo, o DNA é transferido para células isoladas de um organismo crescidas em laboratório, onde são modificadas e introduzidas no paciente. Existe uma variedade de métodos diferentes para substituir ou reparar os genes focados na terapia genética. O mais comum seria a inserção de um gene normal em um local não específico no genoma, substituindo o problemático. Pode ser feito também a recombinação por meio de troca de um gene defeituoso por outro sadio. A entrada do DNA puro através da membrana plasmática de células eucariotes é rara, podendo ser utilizado para fazer a inserção um carreador com vistas a facilitar a entrada do DNA nas células vivas. Esse carreador é chamado de vetor. Os 3 principais vetores existentes em desenvolvimento são: plasmídeos, os vetores virais e os vetores nanoestruturados: os Plasmídeos, vetores virais, vetores nanoestruturados. Há ainda a vacina de DNA, onde o paciente recebe o gene que codifica uma proteína típica do agente agressor, fazendo com que o organismo do paciente fabrique permanentemente a proteína exógena, estimulando seu próprio sistema imune. Essas vacinas tem a finalidade preventiva ou curativa, levando o sistema imune a atacar os agressores já instalados no organismo. 22

24 TERAPIA GÊNICA: tratamento com introdução de material genético Dentre as centenas de ensaios clínicos de terapia gênica já encerrados, a maioria destinou-se a testar a segurança do procedimento. Dor ou inflamação leve no local da injeção, febre baixa transitória, dor de cabeça passageira, sintomas semelhantes à gripe e outros efeitos suaves são, em geral, toleráveis em vista do potencial de tratamento de uma doença incurável. Em 1999, um paciente morreu logo após a injeção de um vetor viral durante um ensaio clínico de terapia gênica, vitimado por uma síndrome de resposta inflamatória sistêmica causada pelo vetor adenoviral de primeira geração. Em ensaios clínicos mais recentes, realizados na França e Inglaterra, de um total de 20 crianças abaixo de um ano de idade submetidas à terapia gênica para síndrome de imunodeficiência combinada severa ligada ao cromossomo X (SCID- XL), cinco desenvolveram leucemias. Dessas, uma foi a óbito e quatro apresentaram remissão completa da leucemia após quimioterapia. Exames feitos após o aparecimento das leucemias revelaram que os vetores retrovirais utilizados em ambos os ensaios produziram mutagênese insercional, ou seja, mutações produzidas pela intromissão do vetor no DNA, rompendo a continuidade da sequência genética. Os casos citados constituem graves exemplos efetivamente caracterizados como efeitos adversos diretos da terapia gênica, tendo origem em características dos vetores virais utilizados. Porém, a pesquisa fundamental, aliada à observação criteriosa dos eventos associados ao tratamento e ao curso clínico dos efeitos colaterais, contribuiu para avanços no desenho e produção de novos vetores, destinados a evitar tais efeitos adversos. No caso de vetores adenovirais, em contraposição à primeira geração de vetores empregada no ensaio clínico que resultou no caso fatal de 1999, já estão disponíveis vetores adenovirais de terceira geração, construídos com deleção completa de genes virais e capazes de transdução gênica muito mais segura em seres humanos. A Terapia Gênica ainda esta dando os primeiros passos de uma longa caminhada. Riscos existem, especialmente no que diz respeito aos efeitos adversos que podem ocorrer no paciente, mas estudos e pesquisas têm avançado no sentido de aumentar a segurança dos ensaios clínicos. É preciso também que os órgão governamentais competentes definam regras e parâmetros aos 23

25 TERAPIA GÊNICA: tratamento com introdução de material genético procedimentos, dando, assim, maior segurança para a prática da terapia gênica 5. CONCLUSÃO Depois de todas as pesquisas realizadas e o aprofundamento da compreensão do tema, percebemos que a terapia gênica poderá ter aplicações extremamente benéficas no tratamento das mais variadas doenças. Existem grandes avanços em relação ao tratamento de hemofilia, de alguns tipos de câncer e de doenças neurodegenerativas, como o mal de Parkinson por exemplo. 6. REFERÊNCIAS U. DANI, SERGIO. Terapia Gênica. Bio Tecnologia, Ciência & Desenvolvimento. Disponível em: < Acesso em: 18/09/2012. LINDEN, Rafael. Terapia Gênica: o que é, o que não é e o que será. SciELO Brazil Scientific Eletronic Library Online. Disponível em: < Acesso em: 18/09/2012. O que é Terapia Gênica?. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Disponível em: < Acesso em: 18/09/2012. MENCK, CARLOS; VENTURA, ARMANDO. Manipulando genes em busca de cura: o futuro da terapia gênica. Revista USP. Disponível em: < Acesso em: 07/10/

26 Genética da intolerância à lactose GENÉTICA DA INTOLERÂNCIA À LACTOSE Charline Silva de SOUZA Mônica Henriques da SILVA Rowse Alencar Ramalho de FIGUEIRÊDO Giselle Medeiros da Costa ONE 1. INTRODUÇÃO Nos mamíferos ocorre uma gradativa a queda atividade da enzima lactase na parede intestinal após o desmame, caracterizando a hipolactasia primária que provoca sintomas de intolerância à lactose. A má absorção da lactose se dá em decorrência da diminuição da capacidade da enzima intestinal hidrolisar este dissacarídeo. Há um declínio natural da capacidade de absorção de lactose após o desmame. A hipolactasia primária do tipo adulto ou simplesmente intolerância a lactose, é a forma mais comum de deficiência de dissacaridase determinada geneticamente. O teste mais usado para identificação da intolerância à lactose é o teste do hidrogênio expirado. A fermentação da lactose não absorvida pela flora colônica resulta na produção de hidrogênio. Parte desse gás será eliminada pelos pulmões, podendo ser detectado no ar expirado. O limiar de lactose capaz de produzir sintomas varia de indivíduo para indivíduo, dependendo da dose de lactose ingerida, o grau de deficiência de lactase e a forma de alimento consumido. No geral, a prevalência da hipolactasia primária do adulto varia no mundo, sendo em torno de 5% no nordeste da Europa próximo ao Mar do Norte, com a menor de todas encontrada na Dinamarca (4%), na Grã-Bretanha (5%), e na Suécia (1% a 7%). A prevalência da hipolactasia vai aumentando na direção do centro-sul da Europa para chegar próximo aos 100% na Ásia e Oriente Médio. 2. OBJETIVO Realizar uma pesquisa bibliográfica acerca da genética da intolerância a lactose, suas causas e conseqüências. 3. MATERIAL e MÉTODOS Trata-se de uma pesquisa exploratória de natureza bibliográfica. Foi realizada através de pesquisas em artigos científicos e livros. 25

27 Genética da intolerância à lactose 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO A lactose é um glicídio proveniente do leite e dos seus derivados. No processo de digestão a lactose é hidrolisada no intestino delgado originando dois monossacarídeos: glicose e galactose. A absorção se dá por meio transporte ativo dependente de sódio. A enzima lactase hidrolisa a lactose em glicose e galactose que são absorvidas pela mucosa intestinal. A glicose é absorvida no intestino, e a galactose é metabolizada no fígado para ser convertida em glicose principal para o metabolismo celular. Os humanos são os únicos animais que na fase adulta são capazes de absorver lactose, todavia, após o desmame ocorre um declínio gradual da atividade da lactase. A incapacidade de absorção da lactose é denominada de hipolactasia primária do tipo adulto ou intolerância a lactose, sendo mais incidente em grupos étnicos nativos das regiões da Austrália, Oceania, leste e sudeste da Ásia, África Tropical e Américas. Segundo os pesquisadores esse variante na forma originou do gene que mutou para tolerar produtos lácteos de origem animal, quando nossos primatas passaram a consumir leite não humano e produtos lácteos sugerindo que todo mundo já foi originalmente intolerante à lactose. Uma única mutação gênica permite que as pessoas tolerem a lactose. A descoberta veio de uma pequena mudança no código genético onde os cientistas realizaram um teste simples, indolor, não invasivos apropriado para estudos de larga escala deve se fazer, preferencialmente, após 10 ou 12 anos de idade onde uma criança pode possuir a variância genética. Associada com a intolerância e ao mesmo tempo ter a lactase ativa e não possuir sintomas. A intolerância à lactose pode ser congênita, primária ou genética e secundária ou adquirida, sendo bastante raro casos de intolerância congênita. A deficiência de lactase primária é a ausência de lactase, parcial ou total e é a causa mais comum de má absorção de lactose e intolerância. A deficiência secundária de lactase é resultado de lesões no intestino delgado ou por alguma patologia. A HPT caracteriza-se por carência ou deficiência na produção da lactase, que é a enzima responsável por degradar a lactose proveniente do leite e derivados durante a alimentação. Quando ocorre a falta desta enzima, a lactose, que é uma boa fonte de 26

28 Genética da intolerância à lactose energia para os microorganismos do cólon, é fermentada a ácido láctico, metano (CH 4 ) e gás hidrogênio (H 2 ), o que resulta na permanência de lactose no intestino delgado, provocando um fluxo de água extracelular para o interior do duodeno e jejuno, bem como para o estômago, em razão da diferença da pressão osmótica (FIGURA 1), promovendo a formação de ácidos orgânicos, gases e o aumento do peristaltismo dos músculos do intestino, manifestações de flatulência, fluxo intestinal anormal, cólicas abdominais e diarreias com fezes aquosas, esses sintomas podem causar mal-estar ou até o bloqueio das atividades normais do indivíduo. Figura 1: Atividade normal e anormal da lactose ao passar no intestino. Fonte: 27

29 Genética da intolerância à lactose Dados epidemiológicos demonstram que populações humanas que desde os primórdios faziam da pecuária, e por decorrência consumiam leite e laticínios em geral, apresentam menor prevalência de intolerância à lactose em relação àquelas que dependeram mais da agricultura para sobreviver. Métodos de avaliação da intolerância à lactose são eficazes, porém podem causar feitos colaterais tais como:vômitos, distensão abdominal,cólicas e diarréias.o testes diretos na mutação do gene LPM,desde que validado,poderia substituir os outros métodos (Figura 2). Figura 2: Testes realizados para avaliação a Intolerância a Lactose. Fonte: 28

30 Genética da intolerância à lactose Nos pacientes com lactase não persistente, o tratamento é considerado exclusivamente naqueles com sintomas de intolerância à lactose. Inicialmente se recomenda evitar temporariamente leite e produtos lácteos da dieta para se obter remissão dos sintomas. Tal tarefa pode ser dificultada pela presença de alimentos com lactose não identificada na sua composição. 5. CONCLUSÕES A intolerância à lactose é a diminuição da capacidade da enzima LPH. Provocada por mutação no gene CT e GA de digerir a lactose podendo provocar várias complicações a quem possui essa deficiência, mas que com diagnostico e alimentação adequada pode-se vive bem. Difere no sentido prevalência diferentes grupos étnicos e regiões do mundo. Ainda se desenvolveu a cura para esse distúrbio,mas evita os desconfortos dos sintomas diminuindo ou a removendo os produtos lácteos da Dieta melhoram os sintomas.pessoas com baixos níveis de lactase podem tolerar de 55 a 115 gramas de leite de uma sé vez sem ter sintomas.porções maiores de 225 gramas podem causar problemas para pessoas com deficiência de lactase. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DAMODARAN, S.; PARKIN, K. L.; FENNEMA, O. R. QUIMICA DE ALIMENTOS DE FENNMA. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, REIS J.C., MORAIS M.B, FAGUNDES-NETO U. Teste do hidrogênio no ar expirado na avaliação de absorção de lactose e sobrecrescimento bacteriano no intestino delgado de escolares. Arq Gastroenterol 1999; 36: FIGUEIREDO R.C.P. Absorção e tolerância à lactose na população de escolares do município de Rio Acima- MG [tese]. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais; 2000.p.200. MATTAR, R., MAZO, D. F.C. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular.rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v. 56, n. 2, Available from< &lng=en&nrm=iso>. access on 01 Dec MORETTO, E.; FEET, R.; GONZAGA, L. V.; KUSKOSHI, E. M. Introdução a ciência de alimentos. 2ed. Florianólopes: Ed da UFSC

31 Vacinas Gênicas: artigo de revisão VACINAS GÊNICAS: ARTIGO DE REVISÃO Iranilde do Nascimento Silva ARAÚJO Juciara Viegas GALVÃO Priscila Elaine de Carvalho SANTOS Giselle Medeiros da Costa ONE 1. INTRODUÇÃO As vacinas gênicas são caracterizadas por vacinas feitas a partir de um gene ou fragmentos, do agente causador da doença, onde codificam antígenos potencialmente imunizantes, os genes isolados são ligados a outros fragmentos de DNA denominados plasmídeos, que permitem a replicação do gene em bactérias ou células eucarióticas. A primeira demonstração de que a injeção intramuscular de um gene poderia ser empregada como vacina gênica foi feita em 1993, por pesquisadores da indústria farmacêutica Merck. Desde então foram desenvolvidas vacinas gênicas contra uma série de agentes patogênicos. Nas vacinas gênicas, a síntese dos antígenos endógenos ocorre com características estruturais muito semelhantes à molécula nativa sintetizada pelo patógeno, criando epitopos conformacionais necessários para introdução de uma resposta imune mais efetiva. Existem doenças que não possuem vacinas contra elas desenvolvidas. Em grande parte isto se deve à falta de conhecimento do mecanismo de ação destes agentes patogênicos e do funcionamento do sistema imune humano. O custo de produção das vacinas gênicas é mais acessível do que a produção das vacinas recombinantes, peptídeos sintéticos e outras. A vantagem é que ela pode ser estocada em sedimento seco e temperatura ambiente, e no momento da utilização adicionado uma pequena quantidade de água. 2. OBJETIVOS Realizar uma revisão bibliográfica sobre a Vacina gênica. 3. MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa foi do tipo bibliográfica e foi realizada através de revisão bibliográfica em livros e artigos científicos. 30

32 Vacinas Gênicas: artigo de revisão 4. RESULTADOS E DISCUSÃO A vacinação começou a ser utilizada após o sucesso de Pasteur e Jenner, dois dos primeiros cientistas que obtiveram sucesso no controle de doenças por meio de vacinas, sendo que um grande triunfo aconteceu na década de 70, quando uma campanha mundial de vacinação praticamente erradicou a varíola - doença que atingia de 10 a 15 milhões de pessoas. Apesar destes grandes benefícios existem ainda muitas doenças que não possuem vacinas contra elas desenvolvidas. A imunidade depende de vários fatores como a seleção do gene alvo, construção do vetor de expressão, freqüência e via de administração da vacina. Mas graças aos grandes avanços obtidos recentemente nestas áreas novos enfoques de confecção de vacinas estão ficando acessíveis. A vacina de DNA é considerada mais eficaz e segura que a vacina convencional, normalmente preparada a partir de uma parte atenuada do agente causador da doença. Em ambos os casos, o objetivo é induzir o sistema imunológico humano a produzir defesas. Os cientistas retiram do agente causador da doença. Que pode ser um vírus, bactéria, fungo ou parasita, um fragmento da molécula de DNA. Quando introduzido nos animais ou em humanos, este fragmento de DNA codifica uma proteína imunogênica, que tem a potencialidade de induzir o sistema imunológico a produzir anticorpos ou estimular a imunidade mediada por células, principalmente linfócitos T auxiliares ou citotóxicos (uma das principais células de defesa de nosso organismo), protegendo contra a infecção causada pelo agente patogénico de onde se originou o DNA. A via de administração mais comumente utilizada é a injeção intramuscular direta do DNA de interesse, diluído em solução salina. Atualmente, um sistema de transferência de vacinas de DNA para células hospedeiras de mamíferos é o uso de bactérias carreadoras. Já foi relatada a O uso das vacinas de DNA oferece uma série de vantagens econômicas, pois é possível produzi-la em grande escala, mantendo o controle de qualidade facilmente. A comercialização não necessita a uma rede de refrigeração, pois estas vacinas são estáveis a temperatura ambiente. No entanto estes fatores, facilitam assim ao transporte e distribuição, desta 31

33 Vacinas Gênicas: artigo de revisão nova tecnologia para outros países. Além disso, as técnicas de biologia molecular possibilitam a modificação de seqüências e adição de epitopos a uma proteína antigênica, usando-se somente manipulações simples feitas diretamente no plasmídeo, que é o componente das vacinas gênicas A vacina de DNA é produzida em laboratório básico de biologia molecular, onde é desenvolvida em cultura de bactérias, são vacinas menos complexas em termos estruturais. Algumas das principais vacinas gênicas produzidas no Brasil: Vacina Gênica contra Herpes Vacina Gênica contra Diarréia Vacina Gênica contra Tuberculose Figura 1: demonstração da vacina de DNA intramuscular. 5. CONCLUSÕES As vacinas têm como objetivo fundamental a imunização prévia do indivíduo, de modo que ele passe a responder rápida e eficientemente quando em contato com o agente infeccioso, evitando assim a ocorrência ou desenvolvimento da doença. A eficácia dessa vacina varia de zero a 70% entre as diferentes populações do mundo submetidas ao teste. Assim, o alto índice de mortalidade dessa doença e a baixa eficiência da vacina BCG justificam o desenvolvimento de uma nova vacina. As vacinas de DNA foram criadas com o intuito de ajudar a exterminar as varias enfermidades existentes em todo o mundo, apresentando algumas vantagens que assim fazem com que elas 32

34 superem as vacinas comuns. Porém por mais avançada que seja as tecnologias elaboradas hoje nenhuma doença poderá ser combatida pois é preciso combater em primeiro lugar a miséria que populações inteiras vivem, propiciando assim ao surgimento de novas doenças. 6. Referências Vacinas Gênicas: artigo de revisão Vacina de DNA: uma nova geração de imunobiológico, artigo de Eloi S. Garcia JC 2808, de 11 de Julho de 2005: VACINAS DE DNA Disponível em: VACINAS DE DNA: aspectos gerais e sua aplicação na medicina humana e veterinária: e/view/

35 A Biologia Molecular favorecendo a atletas A BIOLOGIA MOLECULAR FAVORECENDO ATLETAS Camila Alves CARVALHO Cássia Priscilla Santos DUARTE Andréia Silva BATISTA Giselle Medeiros da Costa ONE 1. INTRODUÇÃO Na medicina esportiva (principalmente relacionadas às melhorias do desempenho no esporte de alto rendimento). Entrando em um contexto esportivo, estas descobertas cientificas tem sido utilizadas também como um recurso ergogênico farmacológico por parte de atletas de diversos segmentos esportivos, sendo caracterizado como doping genético. A definição exata dada ao termo Doping Genético seria: "O uso não terapêutico de genes, elementos gênicos e/ou células que tem a capacidade de aumentar a performance atlética. O Comitê Olímpico Internacional incluiu o doping genético na sua lista de métodos e substâncias proibidas a partir de 2003, tendo a WADA, a partir de 2004, tomado a responsabilidade de incluí-lo em sua lista, atualizando-a anualmente com uma nova lista de genes passíveis à modulação e consequente melhora no desempenho esportivo. Além disso, novos métodos de detecção estão sendo desenvolvidos para preservar a real proposta da prática esportiva, seja ela competitiva ou não, embora a tecnologia atual não possua um meio eficaz para isso até então. 2. OBJETIVO Realizar uma pesquisa bibliográfica sobre as proteínas utilizadas na Terapia gênica visando a melhoria no desempenho físico. 3. MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa foi do tipo bibliográfica realizada através de revisão em artigos científicos e livros. 4. RESULTADOS E DISCUSÃO Algumas proteínas utilizadas na Terapia gênica visando a melhoria no desempenho físico: ERITROPOETINA: É uma proteína produzida nos rins cujo principal efeito é o estímulo da hematopoese. Logo, uma cópia 34

36 A Biologia Molecular favorecendo a atletas adicional do gene que codifica a eritropoetina resulta no aumento da produção de hemácias. De modo que a capacidade de transporte de O 2 para os tecidos é aumentada. Sabe-se que a performanceaeróbia é melhorada quando usados mecanismos que otimizam o transporte e distribuição de oxigênio pelos tecidos e músculos periféricos. É uma das formas de aumentar o transporte de oxigênio e, consequentemente, o desempenho esportivo em modalidades de longa duração. Muitos estudos já existem visando a utilização do gene EPO, porém, estes não são ainda confiáveis o suficiente para garantir a segurança e eficácia no tratamento de anemias agudas e crônicas e, principalmente, no uso de tal método visando o rendimento esportivo. Já que da mesma forma que a transferência gênica com EPO se mostra eficiente, alguns estudos mostram que esse mesmo tratamento pode causar aumento excessivo de EPO (75%), levando a concentração de hemácias incompatível com a vida, tornando-se claros os cuidados a serem tomados em sua manipulação. IGF-1E GH (FATOR DE CRESCIMENTO 1 SEMELHANTE À INSULINA): Dependendo da modalidade esportiva, até 55% das lesões ocorridas estão ligadas ao tecido muscular, estando essas relacionadas a uma variedade de causas diretas (contusões) ou indiretas (isquemia ou disfunção neurológica). Muitos estudos têm mostrado que os chamados Fatores de Crescimento possuem uma variedade de funções durante o processo de regeneração muscular. Técnicas de manipulação genética vêm sendo desenvolvidas visando inicialmente à recuperação de tecidos lesionados e mais recentemente surgiu à possibilidade de seu uso para fins de performance esportiva e ganho de massa muscular. O IGF-1 é uma cadeia polipeptídica formada por 70 aminoácidos que além de possuir uma estrutura tridimensional semelhante à insulina, permite a ação do hormônio do crescimento (GH), por ser mediador de quase todos os efeitos desse hormônio. O doping genético com GH levaria a efeitos bastante semelhantes aos produzidos por IGF-1, haja vista que a ação do GH é mediada pelo próprio IGF-1. Portanto, pode-se esperar que o doping genético com GH produza ganhos de força e hipertrofia muscular. O principal local de produção do IGF-1 é o fígado, embora outros tecidos o sintetizem e são sensíveis ao seu efeito. O aumento na concentração de IGF-1 pode promover a hipertrofia pelo aumento da síntese de proteínas, 35

37 A Biologia Molecular favorecendo a atletas bem como pela proliferação das chamadas células satélites. Tais células são importantes para o processo de regeneração muscular, pois quando o músculo sofre um traumatismo ou lesão, ou ainda quando se treina vigorosamente, tais células são acionadas. A partir disso as mesmas se proliferam através do processo de mitose celular (divisão celular que pode causar a hiperplasia) e originam células mioblásticas (células musculares imaturas). Estas células se fundem com as células pré-existentes levando há fenômenos hipertróficos ou mesmo entre si, levando à formação de novas fibras (hiperplasia). Embora apresentem certa eficácia, mais estudos com humanos são necessários, já que uma possível modulação em tais genes poderia induzir à possíveis efeitos colaterais. VEGF 8 (FATOR DE CRESCIMENTO DO ENDOTÉLIO VASCULAR): A terapia gênica com VEGF é uma das poucas já utilizadas em seres humanos. A introdução do gene que codifica a VEGF. Principalmente para idosos que possuem fluxo inadequado de oxigênio, e em pacientes com disfunção endotelial responsável por quadros de doença arterial coronariana e doença arterial periférica.tem produzido bons resultados, com formação de novos ramos vasculares. Em atletas, a inserção vetorial do VEGF poderia produzir vasculogênese. Dessa maneira, o fluxo sanguíneo para todos os tecidos seria aumentado, assim como sua oxigenação e nutrição. Considerando que isso ocorra em tecidos como a musculatura esquelética e a cardíaca, pode-se esperar aumento da produção energética, diminuição da produção de metabólitos e o retardo da fadiga. Atletas de endurance seriam, teoricamente, os mais interessados na terapia gênica com inserção do VEGF. BLOQUEADORES DE MIOSTATINA: A miostatina é uma proteína expressa na musculatura esquelética tanto no período embrionário quanto na idade adulta. Sua ação consiste em regular a proliferação dos mioblastos durante o período embrionário e a síntese proteica na musculatura esquelética durante e após o período embrionário. Em algumas raças de bois, observa-se crescimento incomum da musculatura de alguns animais (fenômeno conhecido por doublemuscling). Há poucos anos foi verificado que esses animais apresentavam mutações no gene da miostatina, de modo que se formava uma proteína não funcional, o que demonstrou que a miostatina inibia o crescimento da musculatura 36

38 A Biologia Molecular favorecendo a atletas esquelética. Além destes fenótipos (características observáveis de um organismo) relacionados à mutação no gene da Miostatina observados em animais, sendo o bloqueio da sinalização da miostatina seja um dos candidatos de maior potencial de abuso no esporte, já que o ganho de massa muscular pode ser decisivo em diversas modalidades esportivas. PPARs: As proteínas da família dos PPARs atuam como fatores de transcrição de genes envolvidos no metabolismo de carboidratos e lipídeos. Primeiramente elas foram descobertas desempenhando papel na síntese de peroxissomos, e por esse motivo foram denominadas de peroxissome proliferator-active receptors. Existem diversas proteínas PPAR, mas a que apresenta, pelo menos do ponto de vista teórico, maior potencial para abuso em doping genético é a PPAR-d. A PPAR-d é uma proteína reguladora-chave do processo de oxidação de lipídeos. Atuando no fígado e no músculo esquelético, ela estimula a transcrição de diversas enzimas. A PPAR-d também está relacionada com a dissipação de energia na mitocôndria que ocorre por meio das proteínas desacopladoras, de modo que sua ação leva à diminuição da produção de energia. Como resultado, a PPAR-d diminui a quantidade de tecido adiposo, reduz o peso corporal e aumenta a termogênese. Essa é, portanto, uma das justificativas para o possível interesse de atletas em usar doping genético com PPAR-d. A melhora na oxidação lipídica, além de reduzir a adiposidade (efeito que despertaria o interesse de atletas de quase todas as modalidades esportivas), preservaria os estoques de glicogênio, aumentando o tempo de tolerância ao esforço e provavelmente o desempenho em provas de resistência. Portanto, atletas cujas modalidades não dependem da força, mas exigem que eles se mantenham com baixo peso e baixo percentual de gordura (como maratonistas, ginastas, patinadores e outros) seriam potencialmente os mais interessados na transferência do gene PPAR-d. LEPTINA: A leptina, hormônio peptídico produzido principalmente no tecido adiposo cuja principal ação está relacionada ao controle da sensação de fome e saciedade, redução do consumo alimentar e consequente perda de peso, também é um candidato para abusocomo doping genético. Em 1997 um estudo demonstrou que a introdução do gene leptinapor vetor viral produzia significativa perda 37

39 A Biologia Molecular favorecendo a atletas de peso em ratos. Em contrapartida, talvez o mesmo fenômeno não seja observado em humanos, já que indivíduos obesos, os quais apresentam elevada concentração plasmática de leptina, não têm apetite reduzido. Essa resistência à ação da leptina pode representar importante obstáculo para a terapia gênica com esse hormônio. Além disso, diferentemente dos modelos animais, o comportamento alimentar humano depende também de outros fatores (nutricionais, psicológicos, sociais e culturais). ENDORFINA E ENCEFALINA: As endorfinas e encefalinas são peptídeos endógenos de atividade analgésica. O uso da terapia gênica com os genes da endorfina e encefalina poderiam, portanto, melhorar o desempenho esportivo pela diminuição da sensação de dor associada a algum tipo de lesão, fadiga ou excesso de treinamento. Isso, teoricamente, permitiria que atletas treinassem mais, ou evitaria seu afastamento temporário de treinos e competições por pequenas lesões. 5. CONCLUSÕES A biologia molecular é utilizada, através das proteínas, de forma legal na pré-seleção e seleção de talentos esportivos e na prescrição do treinamento físico. A falta de casos comprovados de atletas geneticamente modificados não exclui a possibilidade de que estes atletas já estejam sendo "produzidos" em laboratório, uma vez que a WADA não implementou, até o momento, testes para o antidoping genético. 6. REFERÊNCIAS BUENO, C. R. J.. Biologia Molecular como ferramenta no esporte de alto rendimento. Disponível em: Acesso: 04 de Set. de CUNHA, E. K.; PADILHA, M. de S. R. Miostatina: da terapia gênica ao dóping genético. Disponível em: 05 de Set. de 2012 Baoutina, A.. Developing strategies for detection of gene doping. Disponível em: Acesso: 06 de Set

40 Capítulo II ONCOLOGIA 39

41 Uso de glutamina no tratamento do câncer USO DE GLUTAMINA NO TRATAMENTO DO CÂNCER Wanessa Belarmino de MORAIS Alane RIBEIRO Lavoisiana Mateus de LACERDA 1. INTRODUÇÃO O câncer é caracterizado por proliferação anormal de determinado tecido que escapam parcial ou totalmente da regulação dos processos homeostático: divisão celular, replicação do DNA e apoptose. A anormalidade das células cancerígenas é fenotípica sendo decorrente de mutação genética, adquirida ao longo do ciclo de vida da célula ou transmitida pela célula- mãe (MANN, 2011). Nas últimas décadas, o câncer ganhou uma dimensão maior, transformando-se em um importante problema de saúde pública mundial. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que no ano 2030 existirão 27 milhões de casos incidentes de câncer, 17 milhões de mortes e 75 milhões de pessoas vivas, anualmente, com câncer. No Brasil, as estimativas para o ano de 2012 serão válidas também para o ano de 2013 e apontam a ocorrência de aproximadamente casos novos de câncer. Os tipos mais incidentes serão os cânceres de pele não melanoma, próstata, pulmão, cólon e reto e estômago para o sexo masculino e os cânceres de pele não melanoma, mama, colo do útero, cólon e reto e glândula tireóide para o sexo feminino (INCA 2011). Sabe-se que o câncer é considerado uma patologia multifatorial onde a associação de fatores ambientais e intrínsecos são determinantes para o desenvolvimento de suas formas mais comuns. Estudos apontam que a alimentação tem uma função importante nos estágios de iniciação, promoção e propagação do câncer, destacando-se entre outros fatores de risco. Entre as mortes por câncer atribuídas a fatores extrínsecos, a dieta contribui com cerca de 35%, seguida pelo tabagismo responsável por 30% dos casos e outras, tais como econômicas e ocupacionais, alcoolismo, poluição e aditivos alimentares contribuem com menos do que 5%. Segundo estudos estima-se que uma alimentação adequada seria capaz de prevenir milhões de novos casos de câncer anualmente (GARÓFOLO, 2004). Segundo Krause (2011) as implicações nutricionais do câncer estão relacionadas principalmente aos efeitos do tratamento, assim como o estado físico e psicológico do paciente. Dentre os 40

42 Uso de glutamina no tratamento do câncer efeitos adversos principais estão a diminuição dos estoques de nutrientes, levando a desnutrição energético-proteica, anorexia, imunossupressão, fraqueza. Há também diminuição da taxa metabólica basal. De acordo com Silva (2006) o metabolismo energético do indivíduo com câncer apresenta alterações, pois a célula cancerosa usa primordialmente glicose como substrato energético, chegando a aumentar em até 50 vezes o consumo, comparado a células normais. Para manter os níveis plasmáticos de glicose há uma elevação na gliconeogênese hepática, onde são utilizados aminoácidos musculares o lactato. Considerada o mais abundante aminoácido do organismo a glutamina é sintetizada por inúmeros tecidos, sendo encontrado em maiores quantidades no sangue e músculo esquelético. É definida com um aminoácido condicionalmente essencial, pois organismo consegue sintetizar na quantidade ideal em condições normais, mas, situações de hipercatabolismo como infecções graves e câncer, onde existe o balanço nitrogenado negativo e elevação das taxas de degradação muscular, ocorrer o aumento da demanda de glutamina nos tecidos, resultando na redução significativa dos seus níveis plasmáticos. (ALBERTINI; RUIZ, 2001). A glutamina corresponde a um substrato celular importante, pois é fonte de energia e é utilizada para sintetizar outras substâncias como biossíntese dos ácidos nucléicos. Dentre as fontes alimentares da glutamina disponíveis estão as carnes, ovos e derivados do leite e soja. (FONTANA, 2003) A deficiência de glutamina sob condições metabólicas de catabolismo intenso pode ocorrer a atrofia intestinal progressiva, podendo levar ao desenvolvimento de síndromes sépticas e a falência de múltiplos órgãos (FRENHANI, 2006).Alguns estudos clínicos mostram que o uso da glutamina pode levar a redução do tempo de hospitalização e da taxa de infecção, retardando a resposta inflamatória de citorredução, ativando os linfócitos T de pacientes oncológicos. Além disso, pode diminuir os efeitos tóxicos ocorridos na radioterapia e quimioterapia melhorando a qualidade de vida do paciente neoplásico. (BOLIGON, 2010) Portanto, o presente estudo tem como objetivo apresentar uma revisão da literatura sobre o efeito do aminoácido glutamina no tratamento de pacientes acometidos com o câncer. 41

43 Uso de glutamina no tratamento do câncer 2. MATERIAL e MÉTODOS Este trabalho foi realizado a partir de uma revisão literária nos principais bancos de dados, tais como livros especializados e artigos em revistas científicas coletados no Scielo, PubMed, NCBI, Web of Science entre outros. Também foram consultadas teses e dissertações relacionadas ao tema. Para acesso a estes sítios utilizou-se as palavras chaves: Glutamina e câncer. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Observou-se na análise dos 13 artigos que o número de publicações aumentou nos últimos anos, demonstrando grande interesse em pesquisas sobre a ação da glutamina na melhoria do tratamento do paciente oncológico. A analise qualitativa dos conteúdos abordados nos artigos será apresentada em dois subitens: ação imunomoduladora da glutamina e a utilização da glutamina no tratamento do câncer Ação imunomoduladora da glutamina Tem-se demonstrado que a glutamina influencia nas funções e vias de sinalização celular. A modulação da expressão de gene está relacionado com a síntese e a degradação das proteínas. A proliferação celular e a ativação das vias envolvidas de apoptose celular é um dos papéis exercidos na glutamina. (CRUZAT, 2009) A glutamina, por constituir um nutriente imunomodulador, também é substrato fundamental para as células do sistema imunológico, estimulando a multiplicação de linfócitos, a diferenciação das células B, a produção de interleucina 1 e a fagocitose dos macrófagos. As células NK, um tipo de linfócito importante no combate de células tumorais e infecções virais, são dependentes de estoques adequados de glutamina para sua proliferação. A glutamina também exerce um efeito imunoestimulante local, aumentando as células T intestinais, causando, assim, um estímulo da função imunológica geral do organismo (FRENHANI, 2006). 42

44 Uso de glutamina no tratamento do câncer 3.2- Utilização da glutamina no tratamento do câncer Alguns estudos examinaram os efeitos protetores da suplementação parenteral da glicil-l-glutamina em pacientes com carcinoma colorretal metastático tratados com quimioterapia. Os resultados demonstram que a glutamina atua na proteção da mucosa gastrintestinal, além de estimular o crescimento da mucosa intestinal, reduzindo as alterações na absorção e permeabilidade intestinais. (SANTOS, 2011) Estudos sugerem que a suplementação de glutamina possa ajudar na prevenção dos efeitos tóxicos do tratamento antitumoral, pois evitam a depleção dos estoques, além de produzir subprodutos protetores às células normais. (SAVARESE,2003) Boligon (2011) verificou menor prevalência e severidade da mucosite em pacientes com câncer de cabeça e pescoço durante o tratamento radioterápico e/ou quimioterápico que utilizaram glutamina, quando comparados ao grupo controle (sem ingestão de glutamina). Além disso, o Índice de Risco Nutricional aumentou nos pacientes sem glutamina. A glutationa (GSH), subproduto do metabolismo da glutamina, protege as células normais contra a injúria oxidativa, ou seja, faz parte do sistema antioxidante natural. Foi observado que a toxicidade da QT e RT são maximizadas quando os níveis de GSH intracelular encontram-se baixos. Por outro lado, as células tumorais possuem menor quantidade de glutationa intracelular, permitindo maior ação do tratamento oncológico nessas células. (PACCAGNELLA,2011) 5. CONCLUSÕES O estudo dos imunomoduladores como a glutamina é de grande relevância para criação de condutas dietoterápicas. Os resultados demonstram que o uso da glutamina pode trazer possíveis benefícios na prevenção e tratamento do câncer, possibilitando uma maior sobrevida ao paciente acometido, ou pelo menos melhorar sua qualidade de vida. 43

45 Uso de glutamina no tratamento do câncer 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBERTINI, S.M.; RUIZ, M.A. O papel da glutamina na terapia nutricional do transplante de medula óssea. Revista Brasileira de Hematologia. São José do Rio Preto, v. 23, n. 1, p BOLIGON C.S.; HUTH, A. O impacto do uso de glutamina em pacientes com tumores de cabeça e pescoço em tratamento radioterápico e quimioterápico. Revista Brasileira de Cancerologia 2011; 57(1): CRUZAT, V.F; PETRY, E.R; TIRAPEGUI, J. Glutamina: Aspectos Bioquímicos, Metabólicos, moleculares e suplementação. Revista Brasileira Medicina do Esporte. v.15, n. 5- set/out, Estimativa 2012: incidência de câncer no Brasil/ Instituto Nacional de câncer José Alencar Gomes da Silva, Coordenação Geral de Ações Estratégicas, Coordenação de Promoção e Vigilância. Rio de Janeiro: Inca, FONTANA, K. E; VALDES, H. VALDISSERA, V. Glutamina como suplemento ergogênico. Revista Brasileira Ciência e Movimento. 2003; 11(3): FRENHANI, P.B. Terapia Nutricional em estados hipermetabolicos. Revista Nutrição em Pauta. São Paulo: maio/junho, n.60, p.40-46, GARÓFOLO, A. Dieta e câncer: um enfoque epidemiológico. Revista de Nutrição. Campinas, v.17 n.4, out./dez., KRAUSE. Alimentos, nutrição & dietoterapia. 12ª ed. Rio de Janeiro. Elsevier, MANN, Jim; TRUSWELL, A. Stewart. Nutrição Humana. 3ª ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, PACCAGNELLA, A., MORASSUTTI, I, ROSTI, G. Nutricional intervention for improving treatment tolerance in cancer patients. Curr Opin Oncol, 23(4): , SANTOS, A.L. B; NOVAES, M.R.C.G. Qualidade de vida de pacientes com câncer colorretal em uso de glutamina. Revista Brasileira de Cancerologia 2011; 57(4): SAVARESE, D.M.F, SAVY, G et alli. Prevention of chemotherapy and radiation toxity with glutamine. Cancer Treatment Reviews, 29: , SILVA. M.N.P. Síndrome da anorexia-caquexia em portadores de câncer. Revista brasileira de cancerologia 2006; 52(1):

46 Medidas de prevenção e rastreamento do câncer de colo do útero MEDIDAS DE PREVENÇÃO E RASTREAMENTO DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO Chisleide Costa LIMA Ana Flávia Carlos de MELO Scarlett Felipe da SILVA 1. INTRODUÇÃO Apesar de ter sido um dos primeiros países a utilizar o exame Papanicolaou para detecção do câncer cérvico-uterino, os dados estatísticos mostram que esse tipo de câncer continua sendo um caso de saúde pública no Brasil (NOBRE; LOPES NETO, 2009). O câncer do colo do útero é um câncer com mortalidade elevada, que, mesmo com as campanhas e programas governamentais de prevenção, ainda continua sendo um problema de Saúde Pública no Brasil, embora já apresente conhecimentos técnicos de prevenção suficientes para fornecer um dos mais altos potenciais de cura (CRUZ; LOUREIRO, 2008). Os fatores de risco para seu desenvolvimento são: a idade precoce na primeira relação sexual; multiplicidade de parceiros; baixa condição sócio-econômica; história de infecções sexualmente transmitidas (da mulher e de seu parceiro). Atualmente, considerase que a persistência da infecção pelo Vírus do Papiloma Humano (HPV) represente o principal fator de risco; multiparidade; tabagismo, diretamente relacionados à quantidade de cigarros fumados; alimentação pobre em alguns micronutrientes, principalmente vitamina C, beta caroteno e folato, e o uso prolongado de anticoncepcionais (BRASIL, 2006; SMELTZER; BARE, 2002). É preciso atentar para os motivos que podem interferir na decisão da mulher em realizar ou não realizar a prevenção do câncer do colo do útero. Motivos esses que em alguns casos estão ligados a tabus, valores culturais e sua própria sexualidade (OLIVEIRA; PINTO, 2007). De acordo com Otto (2002), as recomendações do agente comunitário de saúde para o rastreamento do câncer do colo do útero em mulheres assintomáticas incluem um Papapanicolaou e um exame pélvico que deve ser feito anualmente em todas as mulheres que são ou foram ativas sexualmente ou que apresentam menos de 18 anos de idade. 45

47 Medidas de prevenção e rastreamento do câncer de colo do útero 2. OBJETIVO Abordar as principais estratégias de prevenção e rastreamento do câncer do colo do útero por meio da revisão sistemática da literatura científica. 3. MATERIAL e MÉTODOS Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que se desenvolve por meio de materiais já publicados, constituídos principalmente de artigos científicos ou livros. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO O carcinoma do colo é o câncer que é predominante de células escamosas. Nos últimos 20 anos, a incidência do câncer do colo invasivo diminuiu de 14,2 casos por mulheres para 78 casos por mulheres. Ele é menos comum que outrora por causa da detecção precoce das alterações celulares. Na maioria dos casos, a evolução do câncer do colo do útero é lenta, passando por fases pré-clínicas detectáveis e curáveis (BRASIL, 2002). A detecção precoce do câncer do colo do útero em mulheres assintomáticas por meio do exame citopatológico (Papanicolaou), permite a detecção das lesões precursoras e da doença em estágios iniciais, antes mesmo do aparecimento dos sintomas (BRASIL, 2002). O exame para o rastreamento do câncer é amplamente propagado, não apresenta custos ao paciente e é facilmente colhido e executado, mesmo assim o câncer ainda representa a terceira maior estimativa de incidência de neoplasia maligna na população feminina brasileira (COSTA et al., 2007). O exame recebe o nome de Papanicolaou, pois George N. Papanicolaou, nos anos 30 do século passado, estudando as manifestações hormonais nas células escamosas das paredes vaginais, detectou, em alguns casos, em colos uterinos absolutamente normais, células com alterações semelhantes àquelas encontradas nos processos neoplásicos. No aprofundamento dos seus estudos, passou a colher rotineiramente secreções cervicais em mulheres aparentemente hígidas e, com isso, concluiu pela eficácia do método de diagnóstico precoce da neoplasia (FOCCHI; ROBERTO NETTO, 2006). Para realização do exame preventivo do câncer do colo do útero a mulher não deve usar duchas, e não deve ter realizado exames intravaginais, como a ultrassonografia nas 48 horas antes 46

48 Medidas de prevenção e rastreamento do câncer de colo do útero da coleta, evitar relações sexuais 2 dias antes da coleta, evitar os anticoncepcionais locais, espermicidas 2 dias até a realização do exame, o exame não deve ser feito no período da menstruação, pois o sangue dificulta o diagnóstico (SOUZA et al., 2008). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), após um resultado negativo, a realização trienal do exame é tão eficiente quanto a anual, no que diz respeito à redução das taxas de incidência por esse câncer. Além disso, a recomendação de que a periodicidade seja trienal, somente após dois resultados consecutivos, obtidos em exames realizados com intervalo anual, permite identificar os casos nos quais possa ter ocorrido um resultado falso-negativo (BRASIL, 2002). O resultado encontrado no exame citopatológico apresenta a Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC) I, NIC II e NIC III. NIC I é a alteração celular que acomete as camadas mais basais do epitélio estratificado do colo do útero. Cerca de 80% das mulheres com esse tipo de lesão apresentarão regressão espontânea. NIC II é a existência de desarranjo celular em até três quartos da espessura do epitélio, preservando as camadas mais superficiais NIC III é a observação do desarranjo em todas as camadas do epitélio (displasia acentuada e carcinoma in situ), sem invasão do tecido conjuntivo subjacente (BRASIL, 2002). Alguns fatores podem ajudar na prevenção de várias doenças, inclusive do câncer, tais como: alimentação saudável (comer mais frutas, legumes, verduras, cereais e menos alimentos gordurosos, salgados e enlatados) a dieta deve conter pelo menos cinco porções de frutas, verduras e legumes; dar preferência às gorduras de origem vegetal como o azeite extra virgem, óleo de soja e de girassol e evitar gorduras de origem animal, como leite e derivados, carne de porco, carne vermelha, pele de frango e algumas gorduras vegetais, como margarinas e gordura vegetal hidrogenada (BRASIL, 2006). Ainda, de acordo com o Ministério da Saúde (2006), outras medidas preventivas para o câncer é a realização de atividade física regular, evitar ou limitar a ingestão de bebidas alcoólicas e parar de fumar. 5. CONCLUSÕES Com este estudo fica bastante claro que a prevenção do câncer do colo uterino é feita por meio do exame citopatológico 47

49 Medidas de prevenção e rastreamento do câncer de colo do útero também chamado de Papanicolaou, que é um exame de fácil acesso a população, muito fácil de ser realizado e que apresenta muita eficácia para o diagnostico de lesões pelo HPV, que é a principal causa que leva ao câncer e é de extrema importância para diminuição dos índices crescentes de câncer do colo do útero, que ainda se constitui um importante problema de saúde pública. 6. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Câncer do colo do útero, 2002: Disponível em: < de.pdf>. Acesso em: 02 out. 2012, 18:10.. Secretaria de Atenção a Saúde. Controle dos cânceres do colo do útero e de mama. Departamento de atenção básica, n.13. Brasília: Ministério da Saúde, COSTA, M. A et al. Palestra sobre HPV e Câncer de colo de útero em escolas de ensino médio do município de Cascável-PR. In: CONGRESSO DE FARMÁCIA DE MARINGÁ, I, 2006, Maringá. Resumos. Disponível em: < Acesso em: 07 nov CRUZ, L. M. B; LOUREIRO, R. P. A comunicação na abordagem preventiva do câncer do colo do útero: importância das influências histórico-culturais e da sexualidade feminina na adesão às campanhas. Saúde e Sociedade, São Paulo, v.17, n.2, p , abr./jun FOCCHI, J; ROBERTO NETTO, A. Câncer do colo do útero, dez Disponível em: >. Acesso em: 15 out NOBRE, J. C. A. de A.; LOPES NETO, D. Avaliação de Indicadores de Rastreamento do Câncer do Colo do Útero no Amazonas, Norte do Brasil, de 2001 a Revista Brasileira de Cancerologia, v. 55, n. 3, p , OLIVEIRA, M. M.; PINTO, I. C. Percepção das usuárias sobre as ações de Prevenção do Câncer do Colo do Útero na Estratégia Saúde da Família em uma Distrital de Saúde do município de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife, v.7, n.1, jan./mar OTTO, S. E. Oncologia. Rio de Janeiro: Reichmann e Affonso Editores, SMELTZER, S. C; BARE, B. G. Tratado de enfermagem médicocirúrgica. 9.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, SOUZA, A. S. R et al. Prevenção e Controle do Câncer de colo do útero. Protocolos de Atenção à Saúde da Mulher. Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, p. 48

50 Capítulo III EPIDEMIOLOGIA 49

51 Epidemiologia e estratégias de controle de DST no Brasil EPIDEMIOLOGIA E ESTRATÉGIAS DE CONTROLE DE DST NO BRASIL Adriana dos Santos ALVES Edith de Carcia Pontes A. de AZEVEDO Manuela Barbosa GALVÃO Rowse Alencar Ramalho de FIGUEIRÊDO 1. INTRODUÇÃO Doenças sexualmente transmissíveis (DST) são processos infecciosos causados por um grupo heterogêneo de microorganismos, com grande potencial epidemiológico. Atualmente as DST são tratadas como pandemias cuja transmissão se dá por meio do contato sexual sem uso de preservativo (camisinha), embora este não seja necessariamente o único meio de transmissão. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que no Brasil 10 a 12 mil pessoas são portadoras de DST curáveis (gonorreia, clamídia, sífilis e tricomoníase), sendo 25% dos portadores tratam-se de jovens com idade inferior a 25 anos. Dentre as DST incuráveis, somente a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), sífilis congênita e hepatite B (HBV) fazem parte da lista nacional de doenças de notificação compulsória. Dados de incidência das demais DST no Brasil são ausentes ou insuficientes. A incidência de DST em mulheres teve um aumento progressivo. A razão de infecção por HIV passou de 15,4 homens /1 mulher em 1986, para 1,5 homens /1 mulher em A mulher portadora sífilis, a hepatite B e a AIDS, pode transmitir sua doença de forma vertical para o feto durante a gravidez ou no momento do parto devido ao contato do feto com o seu sangue contaminado. DST não tratada em gestantes são as maiores causas de abortos espontâneos, natimortos, baixo peso ao nascer e infecção congênita e perinatal. Após a epidemia de AIDS no Brasil em 1983, o governo adotou medidas de contenção de HIV/DST. Em 80, a maior incidência de AIDS estava entre homossexuais masculinos das classes média e média alta e usuários de drogas injetáveis e hemofílicos, principalmente nos grandes centros urbanos do Sudeste. Nos anos 90 ocorreu uma mudança no perfil epidemiológico da doença que sofreu um processo de 50

52 pauperização, interiorização, juvenilização e feminilização, ou seja, afetando mais as mulheres, indivíduos em relações heterossexuais, jovens residentes de pequenos centros urbanos e camadas mais pobres da sociedade. O aumento do número de DST no país, juntamente com a heterogeneidade do perfil dos seus portadores, forçam o governo a produzir estratégias de prevenção mais eficientes, tanto de caráter primário (uso do preservativo, informação) quanto secundário (diagnóstico e tratamento) podem permitir o controle das DST e suas consequências. 2. OBJETIVO O trabalho teve como objetivo de verificar o grau de informações acerca do tema, com bases em dados epidemiológicos da incidência de DST na população brasileira, observado como se dá sua evolução e distribuição, analisando as estratégias que são adotadas para sua contenção e tratamento. 3. MATERIAL e MÉTODOS Tratou-se de uma pesquisa exploratória de natureza bibliográfica, espera-se lançar mão de conhecimentos acerca da incidência de DST na população brasileira, por meio de uma revisão de artigos relacionados ao tema em questão. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO O aumento gradativo de pessoas infectadas por DST no Brasil é algo preocupante. Apesar dos programas informativos e distribuição gratuita de preservativos por parte do governo para a população, os índices de aquisição desse tipo de doença ainda é elevado. Em ambos os sexos, essa doença causa vulnerabilidade do organismo a outras doenças, inclusive a AIDS, além de terem relação com a mortalidade materna e infantil, abortos, e esterilidade. A duração da doença costuma variar em relação ao tipo ou disponibilidade de tratamento devido à existência ou não dos serviços de atendimento, acessibilidade, a disponibilidade a tratamentos efetivos, o controle dos parceiros para evitar novas infecções. O Ministério da Saúde estima que por volta de 10,3 milhões de brasileiros já tiveram algum sinal ou sintoma de uma doença transmitida pelo sexo, porém somente 18% dos homens e 11,4% das mulheres não buscaram atendimento médico. A 51

53 Epidemiologia e estratégias de controle de DST no Brasil estimativa de infecções de transmissão sexual na população sexualmente ativa, a cada ano é praticamente alta, como percebemos na Tabela 1. Tabela 1: Estimativa do número de indivíduos portadores de DST em 2011 DST Quantidade de portadores Sífilis Gonorreia Clamídia Herpes genital HPV AIDS Fonte: Ministério da Saúde: Portadores de DST constituem um grupo heterogêneo de indivíduos do ponto de vista epidemiológico, pois sua constituição abrange ambos os sexos, diferentes faixas etárias sociais e econômicas, sendo independente o grau de escolaridade e orientações sexual do portador. Apesar da heterogeneidade da população portadora de algum tipo de doença transmitida pelo sexo, alguns perfis se apresentam mais vulneráveis à aquisição dessas enfermidades. A taxa de prevalências de HIV entre usuários de drogas ilícitas é de 5,9 %, 10,5% entre homens que fazem sexo com homens e de 4,9% entre mulheres profissionais do sexo. A taxa de prevalência da infecção pelo HIV, na população de 15 a 49 anos, estima-se estável em 0,6% desde 2004, sendo 0,4% entre as mulheres e 0,8% entre os homens. Em 2010 a incidência da doença nos jovens na faixa etária de 15 a 24 representava 9,5/ habitantes. A carência de tratamento das DST pode acarretar em danos maiores e irreversíveis. O HPV ser o principal fator da incidência do câncer de pênis no homem e câncer de colo de útero na mulher. Algumas uretrites mais graves podem levar a uma este no se da uretra, sífilis pode originar consequências neurológicas graves, assim como promover o aparecimento de lesões genitais, que podem levar a cicatrizes e deformidades no corpo do pênis. 52

54 Epidemiologia e estratégias de controle de DST no Brasil O atendimento imediato de uma DST não é apenas uma ação curativa, ela deve ter de caráter preventivo /informativo objetivando barrar a transmissão e surgimento de outras complicações. Para controle eficiente das doenças transmitidas pelo sexo deve haver detecção dos casos, tratamento imediato, aconselhamento para os parceiros de indivíduos portadores; uso de aconselhamentos específicos como forma de prevenção de novas ocorrências. As orientações devem ser discutidas conjuntamente, favorecendo a compreensão e o seguimento das prescrições médicas deve ser respeitado, assim como a adoção de práticas sexuais mais seguras. O governo brasileiro desenvolve e aperfeiçoa medidas de contenção da disseminação de DST, através da distribuição gratuita de preservativos, campanhas publicitárias, implementação do ensino de educação sexual, distribuição de medicamentos antirretrovirais durante a gestação para portadoras de HIV, junto com acompanhamento completo do recém-nascido, manipulando a substituição do aleitamento materno por fórmula infantil (leite em pó) e uso de antirretrovirais. O governo ainda disponibiliza centros de aconselhamento e testagem para portadores, onde são prestados serviços de saúde que realizam ações de diagnóstico e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. Nesses serviços, é possível realizar testes para HIV, sífilis e hepatites B e C gratuitamente. 5. CONCLUSÕES No Brasil o índice de incidência de pessoas com DST ainda é preocupante. Apesar da modernização dos tratamentos, aumento do grau de informação acerca do assunto, distribuição de preservativos e fornecimento gratuito de remédios, a população ainda pratica sexo de forma insegura. Apesar do caráter heterogênio dos portadores, os jovens, usuários de drogas ilícitas e profissionais do sexo fazem parte da camada mais vulnerável a aquisição desse tipo de doença. Métodos de informação, controle e tratamento da doença são otimizados pelo Ministério da Saúde Brasileiro, ano após ano, esses métodos refletem na diminuição e estabilização da doença como também a cura ou o aumento da expectativa de vida para os portadores. 53

55 Epidemiologia e estratégias de controle de DST no Brasil 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FONSECA MGP, TRAVASSOS C, BASTOS FI, SILVA NV, SZWARCWALD CL. Distribuição social da AIDS no Brasil, segundo participação no mercado de trabalho, ocupação e status socioeconômico dos casos de 1987 a Cadernos de Saúde Pública 2003; 19: Brasil, Ministério da Saúde. Programa nacional de DST e AIDS. Área Técnica. Prevenção. AIDS no Brasil [texto na internet] Disponível em: Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação em Saúde. Saúde Brasil 2005: uma análise da situação de saúde no Brasil. Brasília: MS; Ministério da Saúde. Manual de Controle de Doenças Sexualmente Transmissíveis DST. Séries Manuais. 4 Ed, Brasilia DF Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e AIDS. Prevalências e frequências relativas de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) em populações selecionadas de seis capitais brasileiras, Brasilia DF, REIS, A.C., SANTOS, E.M., CRUZ, M.M. A mortalidade por AIDS no Brasil: um estudo exploratório de sua evolução temporal. Boletim de Epidemiologia. v.16 n.3 Brasília set

56 Capítulo IV EDUCAÇÃO FÍSICA: fisiologia do esporte, treinamento e atuação em saúde 55

57 Exercício físico e ingestão calórica EXERCÍCIO FÍSICO E INGESTÃO CALÓRICA Lys MATOS 1. INTRODUÇÃO As tendências de transição nutricional ocorrida neste século convergem para uma dieta mais rica em gorduras, particularmente as de origem animal, açúcares e alimentos refinados, e reduzida quantidade de carboidratos complexos e fibras. (MONTEIRO et al., 1995). Além desse fator, os indivíduos diminuíram progressivamente a atividade física, sofreram alterações concomitantes na composição corporal, principalmente o aumento da gordura. No caso do Brasil, estudos comprovam que essa transição nos padrões nutricionais, relacionados com mudanças demográficas, socioeconômicas e epidemiológicas ao longo do tempo, está refletindo na diminuição progressiva da desnutrição e no aumento da obesidade (MONTEIRO et al., 1995). A inatividade física está entre um dos principais fatores de risco que contribuem para o aumento da prevalência da obesidade. Na população urbana brasileira, o sedentarismo tem sua prevalência de até 56% em mulheres e 37% entre os homens, justificando, assim, o comportamento crescente de indivíduos com esse diagnóstico (FUCHS, MOREIRA e RIBEIRO apud MONTEIRO e SOBRAL FILHO, 2004; Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2005). 2. OBJETIVOS Objetivou-se fazer uma revisão sobre os aspectos gerais da importância que o exercício físico associada a uma ingestão calórica ideal terá na redução da gordura corporal e conseqüentemente em uma melhor qualidade de vida, prevenindo a obesidade. 3. MATERIAL E MÉTODOS Trata-se de uma pesquisa exploratória de natureza bibliográfica. Foi realizada através de pesquisas em artigos científicos e livros. 4. RESULTADOS E DISCUSÃO 4.1 Exercício Físico Quanto à prática de exercício físico, já é consenso que, quanto mais à sociedade se desenvolve e se mecaniza, a demanda por atividade física diminui, reduzindo o gasto energético diário (GRUNGY, 1998). 56

58 Exercício físico e ingestão calórica É sabido que existem prováveis mecanismos através dos quais o exercício pode auxiliar na perda e manutenção do peso. Alguns deles seriam o aumento do gasto diário de energia, a redução do apetite, o aumento da taxa metabólica de repouso, o aumento da massa muscular, o aumento do efeito térmico de uma refeição, a elevação do consumo de oxigênio, a otimização dos índices de mobilização e utilização de gordura, bem como uma sensação de auto-suficiência e bem-estar (BALLOR et al., 1996; WEINSIER et al., 1996). Corroborando com o citado acima, um estudo de Wirth apud Bronstein, 1996, demonstrou que, após a atividade física, a incorporação de ácidos graxos no tecido adiposo e sua estratificação para triacilglicerol diminuem, pois ocorre um aumento na concentração plasmática de ácidos graxos livres, aumentando, portanto, a sua oxidação. O exercício físico também é importante para promover um adequado balanço energético, pois a energia gasta durante a atividade física é importante para que ocorra um efeito positivo sobre a taxa metabólica de repouso e melhora da composição corporal, o que pode manter ou até mesmo preservar a massa muscular durante a perda de peso. De acordo com Rippe JM & Hess S. (1998), para que a atividade física possa manter essa perda de peso, é necessário que ocorra um gasto de a Kcal por semana, porem não existe um consenso literário quanto a esse valor. De acordo com um estudo de Hunter et al. (2000) realizado com mulheres idosas de 60 a 77 anos de idade, durante 16 semanas, observou um aumento de quase 100% na oxidação de lipídios após um programa de treinamento com pesos. Esses dados foram analisados através da medição da taxa metabólica pós-treino, avaliada entre 22 e 44 horas após o término do exercício. Isso sugere que o treinamento com pesos tem um papel importante no aumento do gasto de energia em repouso, parecendo, assim, melhorar o perfil metabólico desses indivíduos. Portanto, de acordo com o American College of Sports Medicine (ACSM), recomenda-se que toda a população se engaje em uma rotina regular de exercícios que englobe 20 a 60 minutos de exercícios aeróbios, realizados de 3 a 5 dias por semana, juntamente com um treinamento de resistência e treinamento de flexibilidade com frequência de 2 a 3 vezes por semana 57

59 Exercício físico e ingestão calórica (ANDERSEN, 1999), pois, mesmo não ocorrendo redução de peso, haverá benefícios para a saúde Ingestão Calórica Um dos princípios fundamentais da termodinâmica é a lei da conservação de energia, ou seja, a energia não desaparece, e sim é convertida de uma forma para outra. (MELBY E HICKEY, 1999). A energia absorvida em excesso segundo AMORIM (2003), que exceder às necessidades do organismo, será armazenada nos tecidos sob as formas de proteína, gorduras ou carboidratos. O gasto energético diário é resultado do metabolismo basal, da atividade física (AF) diária e do efeito térmico dos alimentos (HANSEN et al. 2007). Assim, para se obter o emagrecimento é necessário promover um equilíbrio energético negativo com o organismo despendendo mais energia do que ele recebe. Nesse sentido, várias técnicas podem ser utilizadas desde que o resultado seja o de equilíbrio energético negativo. Das várias possibilidades existentes, a mais recomendada pela literatura científica é a da restrição calórica, por meio de dieta, concomitantemente com o aumento dos níveis de atividade física (AMORIM, 2003). Já Kleiner (2009) afirma que pessoas ativas precisam se alimentar durante todo o dia, com pequenas refeições a cada duas ou três horas, de preferência intercaladas com seu horário de treinamento. Segundo este autor, o hábito de realizar várias refeições mantém constantes os níveis de açúcar no sangue, de modo a evitar picos e baixas durante o dia, que acarretaria no armazenamento de gordura. A inclusão de pequenas quantidades de proteína nas refeições e nos lanches permite controlar o apetite, alimentar os músculos de modo mais eficiente e conservá-los quando se quer perder gordura. (DI PASQUALE, 2005) Já Kleiner (2009) explica que a queima de gordura também será favorecida na realização de várias pequenas refeições ao dia que contenham proteína, porque a proteína aumenta a termo gênese, processo pelo qual o organismo converte as calorias ingeridas e a gordura armazenada em calor. Então, é possível queimar mais calorias se houver mais proteína na dieta (DI PASQUALE, 2005). 58

60 Exercício físico e ingestão calórica As necessidades individuais de proteína variam de acordo com o objetivo do indivíduo. E Kleiner (2009) afirma que a recomendação de ingestão diária de proteína é 0,8g/kg de peso/dia (recommended dietary allowances RDA) para quem não pratica exercício. Sendo assim, praticar treinamento de força exigiria uma quantidade adicional para atender ao crescimento muscular e ao aumento de certas substâncias no sangue. Ainda de acordo com Kleiner (2009), com fundamentos nas últimas pesquisas com praticante de treinamento de força com objetivo de desenvolver os músculos e perder gordura, é recomendável ingerir 2g diárias de proteína/kg de peso. Portanto cabe ao indivíduo preservar sua saúde, praticando atividade física regular (AMORIM, 2003) integrada à prática de ingerir pequenas refeições e freqüentes durante o dia (KLEINER, 2009) porque com isso estará utilizando as melhores táticas para uma vida mais saudável, e ainda, queimar gordura e formar músculos (KLEINER, 2009). 5. CONCLUSÃO A partir das informações apresentadas neste estudo de revisão, observou-se que o exercício físico possui influência positiva na saúde e associado a uma alimentação saudável influenciará no controle da obesidade. Os exercícios com pesos parecem proporcionar um aumento significativo na demanda energética pósexercício, mantendo-a acima dos valores de repouso oferecendo estratégias para o controle do peso corporal através do aumento do gasto calórico, aumento da massa muscular e da taxa metabólica de repouso e também pelo chamado EPOC. Como conseqüência ocorre diminuição no percentual de gordura corporal, favorecendo um emagrecimento seguro e saudável. 6. REFERÊNCIAS AMORIM, P. Roberto. Gastos energéticos na atividade física. Rio de Janeiro: Shape, ANDERSEN RE. Exercise, an active lifestyle, and obesity. The Physician and Sports Medicine. 1999; 27(10) BALLOR DL, HARVEY-BERINO JR, ADES PA, CRYAN J, CALLES-ESCANDON J. Contrasting effects of resistance and 59

61 Exercício físico e ingestão calórica aerobic training on body composition and metabolism after dietinduced weight loss. Metabolism. 1996; 45(2): BRONSTEIN MD. Exercício físico e obesidade. Ver Soc Cardiol Estado de São Paulo. 1996; 6(1): MONTEIRO CA, MONDINI L, SOUZA ALM, POPKIN BM. The nutrition transition in Brazil. Eur J Clin Nutr 1995;49: DI PASQUALE, Mauro G. Dieta metabólica: a dieta revolucionária que acaba com os mitos sobre os carboidratos e as gorduras. São Paulo: Phorte, Grungy, S.M. Multifactorial causation of obesity: implications for prevention. American Journal of Clinical Nutrition, Bethesda, v.67, n.3, p.563s-572s, Supplement. Hunter GR, Wetzstein CJ, Fields DA, Brown A, Bamman MM. Resistance training increases total energy expenditure and freeliving physical activity in older adults. The American Physiological Society. 2000; 89: Jebb SA, Moore MS. Contribution of a sedentary Rippe JM, Hess S. The role of physical activity in the prevention and management of obesity. J Am Diet Ass. Supplement ; 98(10):S32- S37. KLEINER, Susan M. Nutrição para o treinamento de força. Barueri, SP: Manole, PEREIRA LO, FRANCISCHI RP, KLOPFER M, SAWADA LA, SANTOS R, VIEIRA P, et al. Obesidade e sua Implicações Ação da Atividade Física e Controle Nutricional. Rev Bras Nutr Clin 1999;14:

62 Capítulo V ANATOMIA E FISIOLOGIA 61

63 Conhecimento e Práticas quanto às opções do tratamento da hipertensão arterial no idoso CONHECIMENTO E PRÁTICAS QUANTO ÀS OPÇÕES DO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NO IDOSO Scarlett Felipe da SILVA Ana Flávia Carlos de MELO Maíra Bonfim BARBOSA 1. INTRODUÇÃO Ao logo dos últimos anos, tornou-se evidente o aumento da expectativa de vida em todo o mundo observou-se uma maior incidência e prevalência de certas doenças, particularmente as doenças cardiovasculares. No Brasil, as doenças cardiovasculares são responsáveis por mais de mortes por ano, a hipertensão arterial sistêmica (HAS) participa de quase metade delas (MIRANDA et al, 2002). Hipertensão Arterial Sistêmica pode ser de dois tipos: pressão arterial sistólica maior ou igual a 140 mmhg e pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 mmhg, em indivíduos que não fazem o uso de medicação anti-hipertensiva (MS, 2006). Oficialmente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera idoso o individuo com idade igual ou superior a 65 anos residentes em países desenvolvidos e com 60 anos ou mais para países em desenvolvimento, contexto em que se insere o nosso País (MAZO, LOPES e BENEDITTI, 2001) Segundo Mion Jr (2007) a prevalência da hipertensão aumenta com a idade e isso depende de vários fatores: idade, sexo, fatores genéticos, etnia, tabagismo, alcoolismo, obesidade, sedentarismo, fatores dietéticos. Para complicar ainda mais a situação, é importante lembrar que, além da hipertensão esses pacientes também são portadoras de outros problemas como diabetes, dislipidemia e obesidade. 2. OBJETIVOS O objetivo desse estudo foi conhecer as causas que determinam a hipertensão no idoso, no Município de Ferreiros- PE, a fim de identificar os fatores de riscos, buscando descrever o tratamento indicado para hipertensos e apontando sugestões para controle da doença. 62

64 Conhecimento e Práticas quanto às opções do tratamento da hipertensão arterial no idoso 3. MATERIAIS E MÉTODOS A pesquisa tratou de uma abordagem qualitativa através de observações in situ durante o mês de novembro de 2012, de base populacional que incluiu idosos com sessenta anos e mais, residentes na área urbana do Município de Ferreiros - PE. As informações foram obtidas por meio de questionários aplicados diretamente ao idoso selecionado que sofrem de hipertensão arterial. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO A hipertensão arterial (HA) é uma doença de alta prevalência nacional e mundial, acompanhada de elevado risco de mortalidade que se constitui em um grave problema de saúde pública. Além disso, sua evolução é lenta e silenciosa, o que dificulta a percepção dos indivíduos portadores da doença. Pressão alta é uma doença crônica e mais comum entre os idosos. Essa doença é a principal causa de morte no país, ela pode causar infartos fulminantes e acidentes cardiovasculares, quase 300 mil óbitos por ano. Dos idosos entrevistados portadores da hipertensão, observou-se que (60%) não fuma e nem nunca fumou, porém só (20%) fazem caminhada regularmente. Entretanto, constatou que a prevalência da hipertensão arterial estava presente em todos: os nãos fumantes, fumantes, ex-fumantes. Em sua pesquisa Gus M. et al (1998), ressalta que a HA possui natureza multicausal e seus principais fatores de risco são classificados como modificáveis (estilo de vida, tabagismo, sedentarismo, alimentação inadequada e outros), entre eles se evidencia a associação direta com a obesidade e com o excesso de peso. Quanto questionados sobre a ingestão de bebida alcoólica, verificou-se que todos tem total convicção de que não devem ingerir da mesma, alegaram que tomaram conhecimento dessa informação através do aconselhamento médico, nas consultas realizadas. Para SBH; SBC; SBN (1998), hábitos como fumo e ingestão de bebida alcoólica merecem atenção na caracterização de uma população de hipertensos pela sua correlação com os níveis tensionais e, consequentemente, devendo ser afastados. Evitar fumo e bebida alcoólica juntamente com a atividade física regular constituem-se em elementos integrantes do tratamento não 63

65 Conhecimento e Práticas quanto às opções do tratamento da hipertensão arterial no idoso farmacológico. Segundo Soares [sd], a ocorrência da hipertensão no idoso, esta claramente relacionada com a idade. Aos 20 anos, 20% dos indivíduos têm pressão alta; aos 30 anos, 30% e, aos 80 anos, 80% têm hipertensão. Existem outras causas que explicam a hipertensão no idoso, de acordo com o autor supracitado são: Especialmente nos estados pré-diabéticos, os idosos podem ter descarga maior da insulina que o próprio organismo produz. Essa hiperinsulemia libera substâncias que agem no cérebro e aumenta a absorção de sal pelos rins, o que acaba acarretando hipertensão. Lesões no endotélio (camada interna que reveste os vasos) provocadas por diabetes, menopausa, alcoolismo também predispõem à hipertensão e são prevalentes na população mais idosa. Identificou-se que a maioria dos idosos hipertensos (70%) visitavam regularmente o médico por conta da hipertensão arterial, sendo que todos os entrevistados (100%) faziam o uso de medicamentos hipertensivos. Para a aderência ao tratamento anti-hipertensivo no idoso: Constitui um problema frequente também nesta faixa etária e provavelmente é o maior desafio que enfrentamos hoje para o controle adequado, em larga escala, da hipertensão. A hipertensão arterial sistêmica é uma doença crônica, com longo curso assintomático, sem consequência imediata da suspensão do tratamento, que exige mudanças no estilo de vida e uso diário de medicamentos. Somam-se a isso a alta frequência de co-morbidades, a consequente poli - farmácia e o maior risco de interações medicamentosas e efeitos adversos na população geriátrica. Dessa forma, os pacientes devem ser educados em relação à doença durante as consultas médicas e, sempre que possível, em grupos com assistência multiprofissional. No início do tratamento e nos ajustes de dose pode-se conseguir melhor controle e aderência com a realização de retornos ambulatoriais frequentes a cada 3 a 4 semanas. A escolha do antihipertensivo deve ser cuidadosa, atentando-se para o número de tomadas diárias, interação medicamentosa e especialmente para os outros problemas de saúde do idoso, como cardiopatias, incontinência urinária e hipotensão ortostática (MIRANDA et al, 2002). 64

66 Conhecimento e Práticas quanto às opções do tratamento da hipertensão arterial no idoso Os resultados dos estudos mostraram que os idosos hipertensos, tem o conhecimento do que deve ser feito para o controle da pressão arterial, como as práticas da dieta sem sal, regime para perde/manter o peso, utilização de medicamentos e atividade física. Porém, na prática, a maioria só fazia o uso da dieta sem sal (90%) e da medicação ante- hipertensiva (10%), por alegarem que, se não fizessem o controle e o uso respectivamente dos itens citados, sofriam de reações como: tontura, mal-estar e a própria elevação da pressão. Entendendo que relacionados a estilo de vida e ao uso de medicamentos, todos fazem alguma coisa para o controle e tratamento da hipertensão, mas o regime para perde/manter o peso e a prática de se fazer exercícios físicos, são pela maioria (70%), deixados de lado, visto que não conhecem a gravidade da doença. 5. CONCLUSÕES Com o crescimento da população idosa no mundo, há a necessidade de se ter maior atenção com essa parte da população. Apesar dos pacientes hipertensos saber do que se deve fazer no tratamento da hipertensão, em parte, não exercem o mesmo, visto que desconhecem as reais consequências caso haja complicações. Sugere-se que tenha uma equipe preparada, que trabalhem em grupos, mobilizando todos os idosos incluindo os que não sofrem de hipertensão, abordando temas educativos relacionado a doença, suas complicações, necessidade na mudança nos hábitos de vida, adesão ao tratamento medicamentoso e a dieta, assim como a prática da atividade física diária. 6. REFERÊNCIAS MIRANDA, R. D. et al. Hipertensão Arterial no Idoso: Peculiaridades na Fisiopatologia, no Diagnóstico e no Tratamento. Rev Bras Hipertens, v 9, p , jul/set Disponível em: < Acesso em: 11 nov MINISTERIO DA SAÚDE. Hipertensão Arterial Sistêmica. Cadernos de atenção básica. n.15, Brasília, DF, Disponível em: < f> Acesso em: 12 nov

67 Conhecimento e Práticas quanto às opções do tratamento da hipertensão arterial no idoso MAZO, G. Z.; LOPES, M. A.; BENEDETTI, T. B. Atividade física e o idoso: concepção gerontológica. Porto Alegre: Sulina, p 236, NEVES, J. L. Pesquisa Qualitatita Caracteristicas, Usos e Possibilidades. Caderno de Pesquisas em Administração. São Paulo, v 1, n 3, 2 sem/1996. Disponível em: < > Acesso em: 11 nov GUS, M. et al. Associação entre Diferentes Indicadores de Obesidade e Prevalência de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol. Porto Alegre; v 70, n 2, p , Disponível em: < > Acesso em: 12 nov SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO -SBH; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDILOGIA SBC; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA - SBN. IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Tratamento Não-Medicamentoso. Campos do Jordão SP, v 5, n 4, c 5; SOARES, A. de M. Hipertensão em idosos. [s.l]: DrauzioVarella.com.br. [s.d]. Disponível em: < > Acesso em: 13 nov

68 Capítulo VI SAÚDE E MEIO AMBIENTE 67

69 Conservação e manejo de sistemas de captação de água de chuva em cisternas do semiárido nordestino: sua relação com diarréias CONSERVAÇÃO E MANEJO DE SISTEMAS DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA EM CISTERNAS DO SEMIÁRIDO NORDESTINO: sua relação com diarréias Bruno Freire ARAÚJO Monalisa dos Santos OLÍMPIO Cidoval Morais de SOUSA Beatriz Suzana O. de CEBALLOS 1. INTRODUÇÃO Em 2010 a Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) declarou o acesso à água potável e ao saneamento básico um direito humano essencial. Reconhecer o direito (embora tardiamente) é o primeiro passo, deve-se torná-lo efetivo para mais de um bilhão de pessoas ao redor do mundo que não possuem saneamento básico, incluindo a água potável. Os mais pobres são os mais atingidos. No nordeste semiárido do Brasil moram 20 milhões de pessoas, 12% da população do país e mais de 84% (9 milhões) não têm acesso à água de boa qualidade. Entretanto, é o semiárido mais chuvoso do planeta, com medias de 800 mm e máximas de ate mm. O viver (ou conviver) no semiárido brasileiro passa pela estocagem de água no período chuvoso (concentrado em 2 a 5 meses do ano) e seu uso na estiagem. A qualidade dessa água, seu melhoramento e preservação são pontos críticos para a diminuição das doenças de veiculação hídrica ou associadas com a água. Na região a diarréia causada por águas contaminadas é ainda a principal causa de morbidade e morte em menores de 5 anos. No Nordeste a taxa de mortalidade infantil é de 35 (35 crianças por mil nascidos vivos), ali incluído o estado da Paraíba, no Vale do Jequitinhonha (MG) essa taxa varia entre 36,9 a 49,2 (SILVA, 2007) e a média nacional é de 22 (Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher - PNDS, 2006). A qualidade da água de beber deve atender a critérios de potabilidade para que sua utilização diária ao longo da vida não cause danos à saúde. Guias internacionais como as da Organização Mundial da Saúde (WHO, 2011), recomendam os parâmetros e seus limites para o controle da qualidade. No Brasil, a Portaria n o 2.914/2011 do Ministério da Saúde Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. 68

70 Conservação e manejo de sistemas de captação de água de chuva em cisternas do semiárido nordestino: sua relação com diarréias Para solução há alternativa individual como as cisternas unifamiliares, a portaria não considera necessário um responsável para controle da qualidade, mas estabelece que esta sujeita à vigilância da qualidade da água. No aspeto microbiológico água de beber não deve conter bactérias coliformes nem E. coli, esta ultima indicadora de contaminação fecal. Em relação à quantidade, a OMS (WHO, 2003) considera no limiar de pobreza um gasto de água inferior a 50L/pessoa ao dia e 20L/dia como o mínimo para manutenção do bem estar físico e da dignidade inerente à higiene pessoal. Ainda a distancia entre a fonte de água e a residência deve ser no máximo de metros e o tempo entre coleta e viagem ida e volta deve demorar de 5 a 30 minutos. Nesta pesquisa se estudaram as condições sócio econômicas de famílias da zona rural do semiárido da Paraíba sem disponibilidade de água potável, suas práticas de higiene, sua relação com as formas de manejo e conservação da água das cisternas e a associação de esse entorno com casos de diarréias. 2. OBJETIVOS - Avaliar a situação social e econômica de famílias rurais dispersas de comunidades do médio Sertão paraibano. - Conhecer in loco as práticas de higiene dessas famílias, as condições de manutenção e manejo dos sistemas de captação de água de chuva já instalados e destinados para consumo humano. - Avaliar relações aparentes entre práticas de higiene, condições de manutenção e manejo dos sistemas de captação e armazenamento de água de chuva, os benefícios citados pelos usuários trazidos por essas tecnologias e as doenças diarreicas nessas comunidades. 3. MATERIAL e MÉTODOS Questionários semiestruturados foram aplicados aos chefes de famílias dos dois municípios. Em Patos foram visitadas 7 residências da Comunidade Mucambo de Baixo e em São José de Espinharas, 4 da Comunidade Cajazeiras, 5 no Assentamento Maria Paz e 4 no Assentamento Santana, somando 20 pessoas/famílias com cisternas. Nas microrregiões de Patos e São José de Espinharas, mesorregião do Sertão Paraibano, distante 310 km de João Pessoa-PB, a precipitação pluviométrica media é de 432 mm 69

71 Conservação e manejo de sistemas de captação de água de chuva em cisternas do semiárido nordestino: sua relação com diarréias (mínimas de 280 mm e máximas de 500 mm). A temperatura ambiente atinge 38 o C. Na sistemática do trabalho houve uma primeira fase de aproximação da equipe de pesquisa, observações do exterior das residências, cisternas e pomares e conversas informais com as famílias. Numa segunda fase se aplicaram os questionários aos chefes de família nas suas residências com observação dos ambientes, das condições de preservação e uso da água e dos cuidados higiênicos. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO A maioria das entrevistas foi respondida por mulheres chefes de família (65%). Destes 30% são analfabetos, 44% cursaram fundamental incompleto e 9% concluíram-no, 12% tem ensino médio completo; 1% tem curso técnico. Das 77 pessoas nas 20 famílias, 13 (17%) eram crianças e apenas 4 menores de 5 anos (31%). A maioria das famílias (80%) tem menos de 5 membros e se chover 150 mm e o telhado tiver entre 60 e 80 m 2, todas as telhas e os dutos bem instalados se pode acumular L de água na cisterna que abasteceriam com pelo menos 9 L por dia a cada um dos habitantes de uma casa durante 8 meses. Das famílias 75% vive com menos de 4 salários mínimos. As casas têm banheiros (90% - 95% internos), com esgotamento sanitário para o ambiente (60%) e para a fossa séptica (40%). Mesmo destino tem os esgotos da cozinha (80% para o ambiente e 20% à fossa). A fossa esta presente em 85% das casas, foram construídas há 10 anos (50%) ou menos (<2 anos 38%, 6 anos 12 %). São limpas por 12 % dos beneficiados e 82 % destas estão bem conservadas. A maioria (41%) se localiza em nível inferior ao da cisterna, 29 % no mesmo nível e 12 % em nível superior. Estes dois últimos níveis representam risco de contaminação do solo e da água acumulada se houver rachaduras nas cisternas. Os resíduos líquidos da fossa são depositados no solo (74%) e parte armazenada na própria fossa (24%). O lixo sólido produzido é queimado. Os entrevistados declararam limpar os telhados antes das chuvas (85%), lavar os dutos e calhas (70%), colocar telas nas bocas dos tubos para evitar sujeiras e insetos (90%), descartar as primeiras águas das chuvas (85%). Mas não possuem desvios automáticos e 65% tem calhas fixas. A água de beber é das 70

72 Conservação e manejo de sistemas de captação de água de chuva em cisternas do semiárido nordestino: sua relação com diarréias cisternas e quando falta de açudes (34%), de rios (30%) e de poços (34). Responderam colocar água de carro pipa na cisterna 30%, com frequência semanal (16 %), quinzenal (17 %), mensal (17 %) e anual (50 %). Houve contradições nas respostas das duas questões anteriores, assim como sobre o desvio das primeiras águas de chuva, e que se repetiram com outros assuntos. Percebem-se respostas formais ao questionário e distantes da prática cotidiana. Responde se o que deve ser dito, seguindo um roteiro traçado nas reuniões de gestão dos recursos hídricos, cuja participação é exigida pela ASA antes de entregar as cisternas, mas as condutas não condizem com os discursos. A água é retirada da cisterna com balde (100%) e transportada para as casas onde é armazenada em potes de barro (54%), filtros cerâmicos (31%), garrafões plástico (7%). Alguns (8%) retiram da cisterna segundo as necessidades. Disseram tratar a água antes de beber 85% das famílias, 65% com hipoclorito e as restantes por fervura ou nos filtros de cerâmica. O hipoclorito é adicionado no filtro (30%), potes de barro (30%) e garrafões nas doses de 1 a 2 gotas/l de água. Na cisterna, 25% dos usuários aplicam cloração adicionando 1 frasco (25%), 2 (50%) e ate 4 (25%). Medidas apropriadas de hipoclorito em geral estão indicadas na etiqueta do frasco. A desinfecção na cisterna não é apropriada (embora a ASA recomendou esse procedimento no inicio do projeto) porque o cloro livre (ativo) se volatiliza rapidamente. Casos de diarréia ocorreram em 8 famílias (40%) com freqüência semestral e alguns episódios semanais ou mensais. Os adultos foram mais afetados. Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) realizam visitam mensais (53%) ou quinzenais (47%) às famílias para acompanhar o estado de saúde, encaminhar doentes para hospitais ou serviços específicos, pesar as crianças, distribuir medicamentos e hipoclorito de sódio para desinfetar a água de beber. Para 96% das famílias a ação desses agentes é satisfatória. Entretanto, os ACS não enfatizam a importância da qualidade da água, uso apropriado do hipoclorito, cuidados com a cisterna, telhados e o descarte das primeiras águas de chuva. Essa função fica restrita aos Agentes de Vigilância Ambiental AVAs, que controlam a qualidade da água encanada na sedes dos municípios e tem menor ingerência nas famílias. Mais de 90% das famílias confirmaram melhorias das condições de vida depois de instaladas 71

73 Conservação e manejo de sistemas de captação de água de chuva em cisternas do semiárido nordestino: sua relação com diarréias as cisternas e 65% citaram menos doenças, entre elas as diarréias (85%). Avaliações da qualidade das águas de cisternas em vários estados e países mostraram positividade para coliformes termotolerantes e/ou Escherichia coli: 70 a 100% das amostras de cisternas de Pernambuco, Minas Gerais, Paraíba e Nova Zelândia (AMORIM E PORTO, 2001; BRITO et al, 2005a;2005b; SILVA, 2006;TAVARES, 2009; SIMMONS et al, 2001). Em 2007 Marcynuk realizou em PE a primeira avaliação brasileira sobre riscos de diarréia pelo consumo de água de chuva. A prevalência da morbidade foi de 11% nas famílias com cisternas e de 18,3% nas famílias sem cisternas; para crianças foram 16% com cisterna e 25,7% para as que bebiam águas de fontes duvidosas. Luna (2011) confirma a ação protetora das cisternas contra diarréias por reduzir a prevalência, o número de episódios e sua duração. Pesquisadores consideram que doenças de veiculação hídrica ou relacionadas com a água, por ser parte do ciclo de vida do vetor, persistem pelo descuido ou negligencia da população rural nas condições de captação, preservação e uso da água. Mas também é possível que essa conduta se deva às intervenções, além da ASA, de pesquisadores e ONGs e AVAs que buscam transferir formas de manejo e higiene para os sistemas de captação e armazenamento de água de chuva, mas que não foram incorporadas ou apropriadas pelos usuários, seja por conflitar com hábitos e saberes ancestrais, seja por não ter compreendido/apreendido a importância da relação entre manejo correto e manutenção higiênica do sistema com a saúde. 5. CONCLUSÕES As cisternas melhoram a qualidade da água e de vida das famílias, diminuem casos de diarréias em número e tempo de duração. Podem conter água de melhor qualidade se medidas higiênicas (barreiras sanitárias) fossem aplicadas, e em consequência, melhores seriam as condições de saúde da população abastecida. Maiores êxitos, maiores investimentos governamentais. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 72

74 Conservação e manejo de sistemas de captação de água de chuva em cisternas do semiárido nordestino: sua relação com diarréias AMARAL, L. A.; FILHO, N. A.; JUNIOR O. D. R.; FERREIRA, F. L. A.; BARROS, L. S. S. Água de consumo humano como fator de risco à saúde em propriedades rurais. Rev. Saúde Pública, v. 37, n. 4, p BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria n o 2.914, de 12 de dezembro de BRITO, L. T.; PORTO, E. R.; SILVA, A. S.; SILVA, M. S. L.; HERMES, L. C.; MARTINS, S. S. Avaliação das características físico-químicas e bacteriológicas das águas das cisternas da comunidade de Atalho, Petrolina, PE. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE CAPTAÇÃO E MANEJO DE ÁGUA DE CHUVA. CAPTAÇÃO E MANEJO DE ÁGUA DE CHUVA, 5., Teresina, PI: ABCMAC. Resumos... Teresina, PI: ABCMAC, 2005a. BRITO, L. T. L.; ANJOS, J. B.; PORTO, E. R.; SILVA; A. S.; SOUZA, M. A.; XENOFONTE, G. H. S. Qualidade físico-química e bacteriológica das águas de cisternas no município de Ouricuri, PE. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE CAPTAÇÃO E MANEJO DE ÁGUA DE CHUVA. CAPTAÇÃO E MANEJO DE ÁGUA DE CHUVA, 5., Teresina, PI: ABCMAC. Resumos... Teresina, PI: ABCMAC, 2005b. LUNA, C. F. Avaliação do impacto do Programa Um Milhão de Cisternas Rurais (P1MC) na saúde: ocorrência de diarréia no Agreste Central de Pernambuco f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, Pernambuco, MARCYNUK, P. et al. Preliminary summary: prevalence of diarrhoea among cistern and non cistern users in Northeast Brazil and further risk factors and prevention strategies. In: Simpósio Brasileiro de Captação de Água de Chuva no Semiárido, 7, Caruaru-PE, 2007 (anais eletrônicos). MALVEZZI, R. Finalmente água é um direito humano. Disponível em:< Acesso em: 10/10/2010 MIRANDA, P C.; XAVIER, R. P. SILVA, A.F.; CEBALLOS, BS.O. Avaliação da qualidade da água de chuva armazenada em cisternas e no ponto de consumo em comunidades rurais do semi-árido paraibano. X Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste. Fortaleza-CE, 2010 Anais... Fortaleza: ABRH,2010. TAVARES, A. C.. Aspetos físicos, químicos e microbiológicos da água armazenada em cisternas de comunidades rurais no semi-árido paraibano Dissertação (Mestrado PRODEMA) UFPB SIMMONS, G.; HOPE, V.; LEWIS, G.; WHITMORE, J.; GAO, W. Contamination of potable roof-collected rainwater in Auckland, New Zealand. Water Research, v. 35, n. 6, p , abr

75 O descarte de resíduos da construção e demolição (RCD) no Município de João Pessoa-PB: Implicações à saúde pública O DESCARTE DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO (RCD) NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA-PB: Implicações à saúde pública Marília Carolina Pereira da PAZ Arinalda Cordeiro de ALMEIDA Ronilson José da PAZ 1. INTRODUÇÃO Os resíduos sólidos são resultantes das atividades diárias humanas da sociedade. O conceito de lixo é puramente humano, pois em processos naturais não há sobras, tudo se transforma de modo sustentável. O desenvolvimento sustentável é dividido em três partes, a sustentabilidade ambiental, a sustentabilidade econômica e a sustentabilidade sociopolítica. O Relatório de Bruntland (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1987) fala que o desenvolvimento sustentável é o que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais. Portanto, o correto descarte dos resíduos sólidos é uma ação necessária a manutenção do meio ambiente ecologicamente equilibrado, favorecendo, inclusive, a manutenção da saúde da população, considerando que, mal gerido, estes resíduos pode abrigar agentes etiológicos de diversas doenças. Existem soluções com as quais podemos reduzir os impactos dos nossos rejeitos na Natureza, pois estes resíduos podem ser reciclados, compostados ou reutilizados. A preservação ambiental é hoje em dia preocupação e dever mundial, porém as atividades dos seres humanos apresentam relação direta com a geração de algum impacto ambiental, por menor que seja, que acaba comprometendo o equilíbrio e a qualidade de ecossistemas através de intervenções humanas. Com o grande desenvolvimento das cidades, nota-se que um grande fator para o surgimento de novos problemas de cunho social 74

76 O descarte de resíduos da construção e demolição (RCD) no Município de João Pessoa-PB: Implicações à saúde pública e ambiental é o setor da construção civil, e, sendo o Município de João Pessoa uma cidade em desenvolvimento constante não se deve, portanto, dar menor importância aos resíduos que são gerados a partir desse desenvolvimento e as degradações ambientais que ele causa ao meio ambiente. De acordo com PASCHOALIN FILHO & GRAUDENZ (2012) os resíduos de construção e demolição constituem grande parte do volume de resíduos sólidos urbanos gerados diariamente, atingindo valores de até 70%. Esses resíduos comprometem a paisagem urbana, invadem pistas, dificultam o tráfego de pedestres e de veículos, como também a drenagem urbana; além de propiciar a atração de resíduos não inertes, com multiplicação de vetores de doenças e degradação de áreas urbanas, o que afeta a qualidade de vida da sociedade como um todo (KARPINSK et al., 2009). Em decorrência do grave problema ambiental decorrente da irregular destinação dos resíduos de construção civil e demolição, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), editou a Resolução CONAMA nº 307/2002, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil (BRASIL, 2002), que obriga os geradores a reduzir, reutilizar e reciclar, tratar e dispor os resíduos de construção e demolição (KARPINSK et al., 2009). 2. OBJETIVOS Esta pesquisa tem como meta a análise do problema de geração e destinação final dos resíduos de construção e demolição (RCD) e seus impactos na saúde no Município de João Pessoa, através da avaliação do manejo e da destinação dos resíduos sólidos de construção e demolição feitos pelos órgãos públicos no Município de João Pessoa-PB. 3. MATERIAL E MÉTODOS O projeto foi realizado no Núcleo de Educação Ambiental (NEA), da Superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis da Paraíba (IBAMA/PB), em outubro de 2010, tendo como base a Resolução CONAMA nº 307/2002, que 75

77 O descarte de resíduos da construção e demolição (RCD) no Município de João Pessoa-PB: Implicações à saúde pública trata dos resíduos sólidos oriundos da construção civil, acerca de sua disposição e manejo. Foi elaborado um questionário, que foi aplicado em empresas públicas relacionadas ao meio ambiente e à construção civil do Município de João Pessoa-PB. As empresas escolhidas foram a Secretaria do Meio Ambiente do Município de João Pessoa (SEMAM), a Secretaria de Planejamento do Município de João Pessoa (SEPLAN), a Superintendência de Obras do Plano de Desenvolvimento do Estado da Paraíba (SUPLAN), a Superintendência de Administração do Meio Ambiente (SUDEMA), a Secretaria de Infraestrutura do Município de João Pessoa (SEINFRA), o Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa (SINDUSCON), a Autarquia Municipal Especial de Limpeza Urbana (EMLUR) e a Usina de Beneficiamento de Resíduos Sólidos da Construção e Demolição (USIBEN). 4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 AS ENTREVISTAS A primeira visita foi realizada na SEMAM, onde um engenheiro nos auxiliou respondendo coerentemente ao questionário, bem como aconteceu, posteriormente, na EMLUR. A partir daí começaram a surgir algumas dificuldades em se tratando da acessibilidade aos órgãos e no que concerne à veracidade das respostas obtidas com o questionário. Na SINDUSCON, SUDEMA e SUPLAN não foi possível a conclusão na aplicação dos questionários. Na SEINFRA uma engenheira informou que tal repartição não poderia nos informar sobre a gestão dos resíduos sólidos, sendo a sua função apenas a de utilizar os materiais reciclados da USIBEN para a pavimentação das ruas. Posteriormente, foi-se à SEPLAN, onde o engenheiro responsável expôs que órgão tem se esmerado no cumprimento da Resolução CONAMA nº 307/2002. Na SUPLAN obtivemos sucesso na aplicação do questionário, porém, a pessoa que respondeu alegou não ter certeza da maioria de suas respostas. 76

78 O descarte de resíduos da construção e demolição (RCD) no Município de João Pessoa-PB: Implicações à saúde pública Na SUDEMA e SINDUSCON houve dificuldade quanto à acessibilidade aos engenheiros indicados e aos horários, deixando transparecer que não estavam interessados em responder o questionário. Por fim, o questionário foi aplicado na USIBEN, onde o funcionário responsável apresentou o relatório de entrada de entulho do mês de setembro/2010. Também na USIBEN, foi relatado que algumas empresas não enviam apenas os resíduos de classe A, como pede a Resolução CONAMA nº 307/2002, mas encaminhou outros materiais sem triagem e que não poderia ser reciclado ou reutilizado. Outro funcionário nos apresentou à usina, aonde vimos todo o processo de transformação dos resíduos em materiais reciclados, como a brita 19, o cascalhinho, o pó de brita e a macadâmia. 4.2 DO DESTINO DADO AO RCD Das sete empresas visitadas, apenas quatro responderam ao questionário satisfatoriamente. As pesquisas realizadas na Secretaria de Meio Ambiente do Município de João Pessoa (SEMAM), na Autarquia Municipal Especial de Limpeza Urbana (EMLUR) e USIBEN, demonstraram que existente uma preocupação da municipalidade com a destinação correta de resíduos da construção e demolição. Estes demonstraram que os resíduos sólidos de construção civil são levados à USIBEN por grande parte das empresas construtoras, bem como e principalmente a SEMAM. Os materiais mais desperdiçados nas construções são argamassa, concreto e cerâmica, e algumas empresas que não fazem triagem depositam parte desses resíduos em terrenos baldios. Os materiais das obras que são reciclados são os de classe A. Poucas construtoras utilizam algum tipo de projeto voltado para a educação ambiental com seus trabalhadores, no que se refere às exigências legais da correta destinação desses resíduos. As empresas construtoras têm pouco conhecimento sobre a Resolução CONAMA nº 307/2002 e a legislação que diz respeito aos resíduos sólidos provenientes da construção civil e que é de sua responsabilidade a sua destinação final. 77

79 O descarte de resíduos da construção e demolição (RCD) no Município de João Pessoa-PB: Implicações à saúde pública Grande parte das construtoras terceiriza os serviços de coleta desses resíduos, que são encaminhados para a USIBEN, a quantidade de resíduos encaminhados, entre os anos 2008/2009 foi de toneladas coletados, sendo apenas 10% desse valor beneficiado, porém, esse resultado é muito dinâmico, podendo variar de ano a ano. Quando a USIBEN foi questionada sobre quanto de resíduo é produzido e quanto é coletado, foi respondido que, no mês de setembro/2010, foram coletados m³ de resíduos. 4.3 RCD E SAÚDE PÚBLICA NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA Embora tenha sido observado um esforço concentrado pelos órgãos municpais para a correta destinação dos RCD em João Pessoa, foram detectadas várias situações que podem comprometer a saúde publica. As principais situações de risco à saúde pública e à saúde ambiental observadas quanto ao descarte não apropriado dos RCDs no Município de João Pessoa foram a presença de resíduos orgânicos na nos detritos (restos de alimentos que atraíam a presença de insetos); presença de resíduos perigosos (lâmpadas fluorescentes inteiras e quebradas, bateria de veículo automotor); presença de animais (gato, pombo, cão); presença de embalagens vazias (garrafas plásticas, latas, galões, embalagens de isopor), objetos vazados (louça sanitária, pneus) e nichos impermeabilizados, que retêm líquidos no seu interior, formando poças de água da chuva, que constituem ambientes favoráveis à proliferação de mosquitos, inclusive o da dengue, bem como outros vetores de doenças; presença de cacos de vidro no passeio público e água empoçada na sarjeta; presença de pessoas manuseando os resíduos sólidos descartados (Figura 1). 78

80 O descarte de resíduos da construção e demolição (RCD) no Município de João Pessoa-PB: Implicações à saúde pública Figura 1. Descarte de RCD no Município de João não apropriado, favorecendo infestação de animais sinantrópicos, vetores de doenças. Foto: Marília Paz. 5. CONCLUSÕES A pesquisa realizada mostra que a reciclagem e a reutilização dos materiais que são frequentemente desperdiçados nas obras, que podem ser realizadas através da USIBEN, são ainda as melhores alternativas para os resíduos sólidos provenientes de construção civil e demolição, sendo essas oportunidades de geração de renda e qualidade de vida, de acordo com os princípios do desenvolvimento sustentável. Tendo como grandes aliados os programas de educação ambiental, que podem servir de auxílio às alternativas encontradas para os problemas causados pelos resíduos de construção e demolição, uma vez que tais programas ajam diretamente com a sociedade, tornando-a consciente, pois esses resíduos afetam diretamente a ela, que sem programas que viabilizem uma conscientização ambiental para que esteja a par da legislação vigente e das demais condutas a serem tomadas como meio de evitar os problemas socioambientais causados pela deficiência no manejo e gestão dos resíduos sólidos da construção civil. 79

81 O descarte de resíduos da construção e demolição (RCD) no Município de João Pessoa-PB: Implicações à saúde pública 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAMARGO, Maria Eugênia. Jogos de Papeis (RPG) em Projetos de Educação Ambiental: Algumas Possibilidades. In: PAZ, Ronilson José da. Fundamentos, Reflexões e Experiências em Educação Ambiental. João Pessoa: Ed. Universitária/UFPB, p COMISSÃO MUNDIAL SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso Futuro Comum. 2 ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. CONAMA. Resolução nº 307, de 5 de julho de Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 JUL Seção 1. p GABIALTI, Adriana Farina. O Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos e a Reciclagem. Minas Gerais, jun Disponível em: < Acesso em: 10/02/2010. JACOBI, Pedro. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cad. Pesqui., n. 118, p , KARPINSK, Luisete Andreis et al. Gestão Diferenciada de Resíduos da Construção Civil: Uma Abordagem Ambiental. Porto Alegre: Edipucrs, p. MORAIS JÚNIOR, Joácio de Araújo. A Gestão dos Resíduos da Construção e Demoliçãop (RCD) no Município de João Pessoa. In: PAZ, Ronilson José da; LUNA, Rômulo Gil de; FARIAS, Talden. Gestão Ambiental: O Caminho para a Sustentabilidade. João Pessoa: Ed. Universitária/UFPB, p PASCHOALIN FILHO, João Alexandre; GRAUDENZ, Gustavo Silveira. Destinação irregular de resíduos de construção e demolição (RCD) e seus impactos na saúde coletiva. Revista de Gestão Social e Ambiental - RGSA, São Paulo, v. 6, n. 1, p ,

82 Água armazenada em cisternas e seu impacto na saúde de populações rurais do médio sertão paraibano ÁGUA ARMAZENADA EM CISTERNAS E SEU IMPACTO NA SAÚDE DE POPULAÇÕES RURAIS DO MÉDIO SERTÃO PARAÍBANO Tamires L. LUNA Albertina F. SILVA Jessica N. BARROS Beatriz Suzana O. de CEBALLOS 1. INTRODUÇÃO O acelerado crescimento populacional e o conseqüente aumento das atividades produtivas são causas de demandas crescente de água de boa qualidade que somados à degradação dos recursos hídricos geram cenários de escassez em diversas regiões do planeta (TUNDISI, 2003). Nos países em desenvolvimento as condições precárias de saneamento básico são a principal causa de surtos e epidemias de doenças de veiculação hídrica. Doenças transmitidas pela água causam mais de 50% das internações hospitalares no Brasil e a metade das mortes de crianças de até um ano, muitas delas concentradas a na região nordeste (ZANCUL, 2006). O Semiárido nordestino (SAB) dispõe de 3% das águas doces do País e abriga uma população de pessoas, quase 12% da população nacional. A captação de água de chuva é uma pratica popular desenvolvida com técnicas simples por diferentes povos ao redor do mundo há milhares de anos, especialmente em regiões áridas e semiáridas, que abrangem aproximadamente 30% da superfície da terra. Nestas regiões as chuvas ocorrem durante poucos meses do ano e com bastante variabilidade em quantidade e distribuição entre os anos (GNADLINGER, 2011). No SAB o sistema de captação e armazenamento de água de chuva em cisterna foi estimulado por organizações da sociedade civil desde 2002, como política publica com destaque do Programa Um Milhão de Cisternas Rurais PIMC,sendo uma solução alternativa de abastecimento (ASA, 2009). É uma técnica simples e viável economicamente de obter água usada pelos habitantes da região que permite, mesmo com baixo índice pluviométrico ( mm), acumular L de água, quantidade suficiente para suprir aproximadamente com 9 L por pessoa por dia as necessidades de beber, cozinhar e de higiene pessoal de uma 81

83 Água armazenada em cisternas e seu impacto na saúde de populações rurais do médio sertão paraibano família com até 5 membros, durante ate 8 meses de escassez (GNADLINGER, 2011). Toda nova tecnologia ou nova prática deve ser apresentada às comunidades beneficiadas por intermédio de multiplicadores da própria comunidade, em geral líderes comunitários, professores, agentes comunitários de saúde (ACS), agentes da vigilância ambiental em saúde (AVAS), entre outros (BETER, 2006). AVAS desenvolvem um conjunto de ações e serviços prestados por órgãos públicos relativos à Vigilância Ambiental em Saúde, visando conhecer, detectar e prevenir qualquer mudança nos determinantes e condicionantes do ambiente que interferem na saúde humana e engloba a vigilância da qualidade da água para consumo humano (BARRETO, 2003). Considerando o P1MC como uma política pública massiva (um milhão de cisternas, 5 milhões de pessoas a serem beneficiadas com água) e seu potencial impacto na qualidade de vida da população, o propósito deste trabalho é conhecer a relação entre as práticas de manejo dos sistemas de captação e de armazenamento das águas chuva em cisternas em comunidades rurais do sertão paraibano e a saúde dos consumidores. Leva-se em consideração que embora construídas com a finalidade de captar e armazenar água de chuva, nas estiagens prolongadas as cisternas tendem ser abastecidas com água de outras fontes como as transportadas por carros-pipas. No primeiro caso (água de chuva), a qualidade pode ser afetada pelo manejo inadequado do sistema de captação e armazenamento, e no segundo, pela origem da água, não sempre satisfatória para consumo. 2. OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Avaliar a relação entre as práticas de manejo da água armazenada em cisterna e sua relação com a saúde das pessoas beneficiárias. 2.2 Objetivos específicos - Acompanhar e conhecer as formas de manejo da água das cisternas pelas famílias do sertão paraibano - Conhecer a origem da água armazenada nas cisternas - Analisar a relação entre manejo e origem da água armazenada e sua influencia na saúde das famílias beneficiadas com cisternas 82

84 Água armazenada em cisternas e seu impacto na saúde de populações rurais do médio sertão paraibano 3. MATERIAL e MÉTODOS Foram entrevistadas famílias de comunidades rurais dispersas sem água encanada do Município de Quixaba, distribuídas numa área de 157 km² com habitantes (1066 na zona rural e 633 na zona urbana). O município, situado no bioma caatinga do semiárido do sertão paraibano na microrregião de Patos, possui pluviometria média anual de 431,8mm. Em Quixaba foram construídas 158 cisternas entregues a 158 famílias, que são as únicas fontes de água. Para este trabalho foram selecionadas 10 famílias (6,5%) que possuem cisternas do PIMC distribuídas em 4 comunidades (Motorista, Aroeiras, Serrota Vermelha e Cacimba de Areia). Os critérios de escolha foram tempo de construção das cisternas, programa (P1MC, FUNASA, outros) e órgão financiador. Em uma primeira fase de aproximação se realizaram visitas aleatórias a 30 famílias para estabelecer contato e outra de observação e aplicação de questionários semi estruturados aos chefes de família, que fazem a gestão das águas nas residências. Também foram contatadas a secretaria de saúde, AVAS (Agentes de Vigilância Ambiental em Saúde) que fazem parte do programa de controle da qualidade dessa água do Ministério da Saúde/SUS e que coletam amostras de água potável da rede de distribuição na sede do município. Foram também contatados os ACS (Agentes Comunitários de Saúde) que atendem à população com visitas mensais às famílias. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Nas comunidades rurais dispersas de Quixaba, 80% das famílias utilizam água armazenada em cisterna para consumo humano. Considerando a importância das cisternas na gestão da água domiciliar nestas comunidades e após um surto diarréico, a secretaria de saúde iniciou com os AVAs o monitoramento sistemático da qualidade da água de 4 delas com um sistema rotativo de amostragem. A atitude evidenciou inquietude pela qualidade das águas das cisternas e a saúde da população sendo o único município do estado da Paraíba que monitora sistematicamente essa águas, visto que não há ainda um programa governamental de controle da qualidade das águas de cisternas. 83

85 Água armazenada em cisternas e seu impacto na saúde de populações rurais do médio sertão paraibano Todas as famílias coletam água de chuva, mas afirmaram abastecer as cisternas com água de carro da operação pipa do exercito ou da prefeitura com frequência quinzenal (30% das famílias) ou mensal (50%). A água transportada pelos caminhões sob controle do exercito é parte de uma política pública para o abastecimento humano nos períodos de escassez (Operação Pipa) ou de calamidade pública e é água tratada pela CAGEPA, entretanto alguns piperos independentes captam de açudes próximos águas de qualidade duvidosa. As análises microbiológicas das amostras de água das cisternas ao longo de 2010 e 2011 mostraram contaminação elevada por coliformes totais e E. coli em todas as águas, associada com a origem destas e às práticas de manejo do sistema de captação e armazenamento. Um dos objetivos do P1MC é abastecer as cisternas com água de chuva de boa qualidade para diminuir doenças de veiculação hídrica e preservar ou melhorar essa qualidade através da conservação e do manejo higiênico do sistema, para o qual se adotam barreiras sanitárias que minimizam o risco de contaminação. Essas barreiras são: limpeza dos telhados (área de captação), dos dutos e das cisternas antes das chuvas, desvio das primeiras águas de cada evento chuvoso que lavam as telhas e arrastam sujeiras que não devem atingir a cisterna, uso de bomba (manual) para retirar água da cisterna, cuidados higiênicos com a água dentro da casa e com seu armazenamento, desinfecção no ponto final de uso (residências) antes do consumo (ANDRADE NETO, 2004). Embora originalmente para águas de chuva, nos momentos de escassez (estiagens prolongados) que justificam a acumulação de água de carro pipa nas cisternas as barreiras sanitárias devem ser mais cuidadosamente aplicadas. Todos os entrevistados disseram fazer a limpeza do telhado uma vez por ano e usarem filtros nos ductos para impedir a entrada de sujeira, asseguraram eliminar as primeiras águas de chuvas. Entretanto todas retiram água da cisterna com baldes ao invés da bomba e embora afirmarem que é usado somente para este fim, é um veículo de contaminação porque fica apoiada no chão, a corda não é lavada e às vezes é utilizada na amarração de animais. A maioria não desinfeta a água antes de beber. Estas barreiras são eficientes para as águas de chuvas e para as águas 84

86 Água armazenada em cisternas e seu impacto na saúde de populações rurais do médio sertão paraibano de outras fontes, pois nas secas 100% das cisternas recebem águas de carro-pipa, em geral com água de qualidade duvidosa. Em 60% das famílias houve casos de diarréia em adultos e crianças com frequências semanal, mensal ou semestral. Pode ser devido ao uso de água não apropriada, falta de higiene e manejo inadequado das cisternas e da água que afeta à saúde, mas também se continua usando águas dos açudes, barreiros ou cacimbas para lavar roupa, banho prolongado, dessedentação animal. Os ACS realizam visitas mensais e fazem a distribuição de hipoclorito de sódio para desinfetar a água antes de beber, porém poucas famílias o usam e aquelas que o aplicam não o fazem de maneira incorreta (doses muito baixas ou muito altas). Muitas famílias não cloram a água porque acham gosto ruim, ou porque consideram que água distribuída pelo caminhão pipa já esta tratada. A falta de conhecimento e de apropriação dos conceitos de barreiras sanitárias, usos higiênicos da água e da associação entre água boa/ higiene/ melhorias na saúde, revela maior necessidade de educação para a saúde a ser transferida pelos AVAS e ACS, como também necessário maior capacitação desses profissionais com a reciclagem continua. 5. CONCLUSÕES As cisternas que armazenam água de chuva causam impactos positivos na saúde dos habitantes do SAB ao diminuir a vulnerabilidade hídrica e garantir perto da residência água de boa qualidade que, se usada como cuidado (9 L.pessoa -1.dia -1 ) pode satisfazer as necessidades básicas de beber e cozinhar para 5 membros durante 8 12 meses. O PIMC busca satisfazer necessidades hídricas básicas com água de qualidade adequada para beber e seu uso continuo deveria diminuir a incidência de doenças de veiculação hídrica. O manejo higiênico e controlado da água de chuva armazenada na cisterna e a higiene da família são fundamentais para garantir ausência de contaminação da água, entretanto nas comunidades estudadas não são aplicadas as barreiras sanitárias corretamente. Entretanto, o pequeno volume disponibilizado (OMS recomenda um mínimo 20L. pessoa -1.dia -1 ) obriga às famílias a continuar recorrendo às fontes tradicionais para os demais usos ( o 85

87 Água armazenada em cisternas e seu impacto na saúde de populações rurais do médio sertão paraibano gasto ). Por sua vez a estiagem prolongada determina o uso de água de carro pipa, mas também a certeza da assistência por esse tipo de abastecimento gerou o habito de usar água de chuva da cisterna para qualquer uso, transformando-a em um tanque no quintal para encher com qualquer tipo de água, ao invés de armazenar água de chuva boa para beber e cozinhar durante todo o ano. Os resultados ressaltam a necessidade da vigilância da qualidade da água dos sistemas de abastecimento alternativos, tanto das águas das cisternas como dos carros pipa, pelos órgãos competentes de saúde, como também ações que viabilizem a garantia de abastecimento de água potável consumo humano em comunidades rurais que sofrem com a falta de acesso a água de boa qualidade em quantidade apropriada. Essas ações devem ser acompanhado de educação continuada às famílias pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e pelos Agentes de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS), que devem estar capacitados para serem multiplicadores das boas práticas. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE NETO, C.O. Proteção sanitária das cisternas rurais. In: Anais do Simpósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, 11., 2004, Natal-RN. Anais... Natal: ABES/APESB/APRH, GNADLINGER, J. Recursos Hídricos em Regiões Áridas e Semiáridas. Campina Grande: Instituto Nacional do Semiárido, 2011 TUNDISI, J.G. Água no século XXI: Enfrentando a escassez. São Carlos: RiMa, IIE, 2003, 246p. ZANCUL, M.S. Água e saúde. Revista Eletrônica de ciências, nº 32, São Carlos, abril 2006 BARRETO, R. L. Estruturação da vigilância ambiental no estado da Bahia. Monografia (Trabalho de Conclusão do Curso de Saúde Coletiva) - núcleo de Estudos em Saúde coletiva. Universidade Federal da Bahia, Salvador,

88 Capítulo VII NUTRIÇÃO, SAÚDE E SEGURANÇA ALIMENTAR 87

89 A importância da alimentação no processo de cicatrização de feridas A IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO NO PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS Ana Claúdia Santos SILVA Claudia Saturnino ALVES Jessica Estela da Silva ANDRADE 1. INTRODUÇÃO A alimentação é fundamental para a saúde e o bem estar, sendo também importante no processo de cicatrização de feridas. A ingestão adequada de macro e micronutrientes, bem como a hidratação apropriada, são necessárias para que a cicatrização ocorra À nutrição é um aspecto importante relacionado tanto com o desenvolvimento das feridas (P.E. úlceras de pressão), como com a sua cicatrização desempenhando um papel fundamental na melhoria da qualidade de vida, na diminuição do tempo de internamento, da mobilidade e da mortalidade. Existem fatores locais e sistêmicos que podem influenciar prejudicialmente o processo cicatricial. Do ponto de vista nutricional, destacar - se apenas fatores sistêmicos como, por exemplo, a desnutrição, deficiência de vitaminas A, C ou K, assim como a deficiência protéica e a do micronutriente zinco. As necessidades nutricionais apresentam-se acrescidas num doente com feridas, pois o organismo após a lesão desenvolve uma resposta catabólica proporcional à severidade da mesma. Relativamente à suplementação nutricional (SN), inúmeros produtos disponíveis alegam promover a cicatrização e muitas investigações tentam estabelecer uma ligação entre a cicatrização e a suplementação de determinados compostos nutricionais. Mas será que a SN se A relação entre nutrição e cicatrização de feridas é reconhecida há muito tempo. As necessidades nutricionais apresentam-se acrescidas num doente com feridas, pois o organismo após a lesão desenvolve uma resposta catabólica proporcional à severidade da mesma. Relativamente à suplementação nutricional (SN), inúmeros produtos disponíveis alegam promover a cicatrização e muitas investigações tentam estabelecer uma ligação entre a cicatrização e a suplementação de determinados compostos nutricionais. 88

90 A importância da alimentação no processo de cicatrização de feridas 2. OBJETIVOS Objetivou-se obter mais conhecimentos sobre a importância da alimentação no processo de cicatrização. 3. MATERIAL e MÉTODOS A pesquisa do tipo bibliográfica obteve informações mediante revisão de artigos apresentados na base de dados Scielo e livros. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Ferida é uma lesão causada por um traumatismo externo, onde há interrupção na continuidade dos tecidos, com ou sem perda de substância, ou seja, é uma área do corpo cuja integridade normal se encontra comprometida. Para tratar adequadamente as feridas é preciso antes compreender a função da pele. Este tecido serve para impedir a perda de líquidos pelo organismo e como instrumento de sensibilidade à dor, cuja função é informar o cérebro das agressões externas, explica. Assim, toda vez que se corta parte desse revestimento, abre-se uma porta sem que se tenha qualquer tipo de defesa natural como as existentes em outras entradas do corpo nariz, ouvidos, olhos, etc. Por isso, cada vez que se abre uma entrada não natural, precisar - se adotar certos cuidados. Para que esse processo migratório ocorra satisfatoriamente, é preciso que o leito (parte da pele onde houve a lesão) da ferida esteja úmido. Esse é o primeiro cuidado. Nunca se pode deixar a ferida secar, alerta a enfermeira. Portanto, a crendice popular de que é bom deixar as feridas abertas para secarem e formarem uma casquinha é totalmente errada e prejudicial à cicatrização. Essas crostas, inclusive, retardam a cicatrização. Cada vez que esse corpo é retirado, causa uma nova lesão que demandará em mais um processo de recuperação para o organismo administrar, reforça. Na eventualidade das incômodas casquinhas surgirem, devem ser retiradas por profissionais e jamais arrancadas. Para isso, existem produtos específicos como os hidrogéis ou coberturas de absorção que não causam traumas. Retardar a cicatrização significa prejudicar e muito a nova pele. Se uma ferida era para cicatrizar em 10 dias, por exemplo, mas demora 20, isso significa que essa pele terá 30% menos elasticidade de tensão. Caso esse processo hipotético demore mais 89

91 A importância da alimentação no processo de cicatrização de feridas de dez dias, o novo tecido terá somente a metade da qualidade que teria originalmente. São vários os fatores propostos que podem influenciar o processo de cicatrização da ferida. Dos vários fatores não nutricionais que influenciam a cicatrização salientam-se: idade, tabagismo, Diabetes melittus, infecção, perfusão tecidular, técnica cirúrgica, quimioterapia, radioterapia e corticosteróides. E os nutricionais dependem da necessidade do organismo, como segue abaixo: Formação tecidular, síntese do colágeno, remodelação da ferida, suporte imunitário: Proteínas no geral, alimentos de origem animal como carnes, aves, peixes, ovos, leite e derivados; e os de origem vegetal como feijão, lentilha, soja e ervilha; Fonte de energia: Carboidratos no geral, cereais como milho, trigo e aveia; farinhas de milho e trigo; pães de trigo, integral e de centeio; macarrão, arroz e batata; Coagulando o sangue e fechando os ferimentos: Lipídios no geral, soja, gergelim, linhaça, milho, canola, laticínios e carnes. Síntese de colágeno, epitelização, suporte imunitário: Vitamina A, fígado, gema de ovo, verduras verde-escuro como brócolis e espinafre, cenoura; Síntese de colágeno, suporte imunitário, antioxidante, integridade capilar: Vitamina C, frutas como morango, abacaxi, acerola, laranja, goiaba, melão e kiwi; Aumento da cicatrização, aumento da imunidade: Vitamina K, fígado, óleos vegetais, vegetais de folha verde-escuro como couve e espinafre; minerais; Ferro: fígado, carne vermelha, aves, peixes, gema de ovos, ostras e marisco. Síntese de colágeno e síntese protéica: Mineral Zinco, carne vermelha, peixes, aves, fígado, leite e derivados, cereais integrais. Formações de tecidos conjuntivos: Mineral Cobre Aves, fígado, frutas secas. Existem três fases no processo de cicatrização que exigem nutrientes específicos e um bom estado nutricional geral do indivíduo. A fase inicial é chamada de inflamatória e caracteriza-se pela homeostase, coagulação, ativação da resposta imune local, 90

92 A importância da alimentação no processo de cicatrização de feridas fagocitose e a migração celular. A vitamina K, as proteínas e os aminoácidos são fundamentais neste momento. A fase de proliferação é marcada pelo intenso desenvolvimento de células epiteliais e fibroblastos, responsáveis pela produção do colágeno. Esta fase também requer proteínas e aminoácidos, além de vitamina C, ferro, zinco e oxigênio disponíveis. A terceira fase é a de remodelação, quando ocorre o processo de maturação e estabilização da síntese e degradação do colágeno, conferindo força tênsil à cicatrização. Uma boa alimentação auxilia muito no processo de cicatrização, como mostra a figura 1 abaixo e o nutricionista tem um papel primordial nesse processo, uma vez que a nutrição é tida como um fator preponderante em todo o processo de cicatrização de feridas. Muitos nutrientes estão envolvidos na formação de novos tecidos, na supressão da oxidação e na melhoria da cicatrização. A nutrição pode influenciar qualquer das fases do processo de cicatrização, sendo que a terapia nutricional adequada auxilia também na imunocompetência diminuindo o risco de infecção. Figura 1. Representa cicatrização antes e depois do apoio nutricional. Fonte CONCLUSÃO Conclui-se que a alimentação é um dos fatores mais importantes para o sucesso no processo da cicatrização, pois com uma alimentação adequada é possível obter um resultado mais 91

93 A importância da alimentação no processo de cicatrização de feridas rápido e satisfatório. A regeneração do tecido depende do estado nutricional do paciente. Os pacientes acompanhados pelos profissionais da área de nutrição tem uma resposta eficaz ao tratamento no processo de cicatrização. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: DIAS, C. A. M. S. Nutrition and Wounds Healing ± Nutritional Supplementation?. Monografia. Porto. FCNAP f. Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Hospital das Clínicas. Grupo de Estudos de Feridas. Manual de tratamento de feridas. Campinas:UNICAMP, Acesso e 19/Nov/2012. POTTER, P A.; PERRY, AG. Fundamentos de enfermagem: conceitos, processo e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999 SOUZA TT. Importância da terapia nutricional especializada na cicatrização de úlceras de decúbito. Nutrição em Pauta [revista on line]. Disponível htpp:// Mar 24]. Acesso e 19/Nov/2012. SAUDE E VIDA..Conduntas simples que ajudam na boa cicatrização da pele lesionada. Redação Paraná on-line. Paraná, Out AZEVEDO. Acesso e 19/Nov/

94 Consumo alimentar e fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis em estudantes de uma faculdade particular de João Pessoa-PB CONSUMO ALIMENTAR E FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS EM ESTUDANTES DE UMA FACULDADE PARTICULAR DE JOÃO PESSOA-PB Wanessa Belarmino de MORAIS Lenilda RIBEIRO Olivete Pereira da SILVA Pamela R. Martins LINS 1. INTRODUÇÃO As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) correspondem as principais causas de mortalidade no mundo, com aproximadamente 80% das mortes presentes em países de média e baixa renda, sendo que um terço dessas ocorre com pessoas com idade inferior a 60 anos (SCHMIDT, 2011). Segundo Silva-Junior (2009) no Brasil as DCNT estão entre as principais preocupações na área da saúde. Em 2007 o número de óbitos por doenças crônicas, chegou a 72%, atingindo principalmente a população de baixa renda. Já em 1930 as doenças infecciosas correspondiam a 46% do número de mortes nas capitais do Brasil. Essa mudança ocorreu devido à transformação no padrão de desenvolvimento econômico e social no Brasil, havendo melhorias nas condições econômicas da população, na industrialização, urbanização, no acesso a alimentos principalmente os industrializados. As quatro doenças crônicas de grande impacto mundial são as doenças do aparelho circulatório, diabetes, câncer e doenças respiratórias crônicas. Os principais fatores de risco dessas patologias são modificáveis destacando-se o tabagismo, a inatividade física, alimentação não saudável e etilismo. Além disso, são ainda considerados determinantes sociais para essas doenças as desigualdades sociais, as diferenças no acesso aos bens e aos serviços, a baixa escolaridade, renda e as desigualdades no acesso à informação (WHO, 2009). Entre os fatores passíveis de modificação, a dieta pode ser considerada um dos mais importantes para combater DCNT, isso porque, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que cerca de 80% das doenças coronarianas, 90% de diabetes (tipo 2) e 30% de câncer poderiam ser evitadas por meio de práticas 93

95 Consumo alimentar e fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis em estudantes de uma faculdade alimentares saudáveis, maior atividade física e menor utilização do tabaco e seus derivados. Estudos recentes têm investigado a influência dos determinantes sociais sobre as práticas alimentares e o consumo alimentar (CNDSS, 2008). Grande parte dos estudantes de faculdade do turno noturno trabalha no período diurno, o que resulta em alterações no estilo de vida. Podem ocorrer omissões de refeição, consumo de lanches nutricionalmente inadequados, podendo assim desencadear o desenvolvimento de DCNT (COTA, 2006). Tendo em vista a preocupação do alto índice de complicações e mortalidade causados pelas DCNT s, sentiu-se a necessidade de pesquisar sobre os fatores de risco em estudantes universitários, analisando a frequência do consumo de alimentos industrializados e sua relação com as DCNT s. 2. MATERIAL e MÉTODOS particular de João Pessoa-PB Trata-se de um estudo transversal é de caráter descritivo com estudantes do curso de nutrição do turno da noite de uma faculdade particular localizada no bairro dos Estados no município de João Pessoa-PB. Foram avaliados através de questionário biossocial e questionário de frequência alimentar. As variáveis biossociais avaliadas foram sexo, idade e estado civil. Foram também coletados os dados sobre estilo de vida (tabagismo, etilismo e sedentarismo) e história familiar para DCNT. O consumo de alimentos industrializados foi verificado através de um questionário de frequência alimentar, listando-se alguns alimentos e a frequência que o mesmo é consumido : um dia por semana, dois dias por semana, três dias por semana, diariamente, raramente ou nunca. Os dados foram digitados no software Microsoft Excel, sendo realizada uma análise descritiva, apresentada em média, valor absoluto e valor relativo. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Participaram da pesquisa 92 alunos, destes 87% eram mulheres com média de idade de 25 anos. O estado civil dos participantes é na maioria solteiro (78%) (Tabela 1). Em relação às variáveis de estilo de vida 99% dos estudantes declararam não fumar, e 74% não consumir bebidas 94

96 Consumo alimentar e fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis em estudantes de uma faculdade alcoólicas. Um pouco mais da metade dos participantes (53%) referiram não realizar atividades físicas (Tabela 1). No que se refere aos hábitos alimentares, 39% realizam controle alimentar e 46% realizam de 4 a 5 refeições diárias. Dos estudantes consultados, 57% apresentaram antecedentes familiares das DCNT hipertensão e diabetes (Tabela 1). Tabela 1. Características biossociais, estilo de vida e historia familiar para Doenças Crônicas Não Transmissíveis de estudantes de faculdade particular. João Pessoa, 2012 VARIÁVEIS n (92) % Sexo Feminino 80 87% Masculino 12 13% Tabagismo Sim 1 1% Não 89 99% Consumo de Álcool Sim 23 26% Não 67 74% Atividade física Sim Não particular de João Pessoa-PB % 53% Controle alimentar (dieta) Sim Não Quantidade de refeições diárias Até 3 De 4 a 5 6 Mais de 6 Antecedentes familiares de Hipertensão /diabetes Sim Não % 61% 20% 46% 29% 5% 57% 43% 95

97 Consumo alimentar e fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis em estudantes de uma faculdade particular de João Pessoa-PB Como se verifica na maioria dos cursos da área de saúde, em especial do curso de Nutrição, boa parte dos estudantes são do sexo feminino, como foi observado no estudo de Petribú et al (2009), realizado com estudantes universitários de uma universidade pública do Recife, onde 61,6% dos estudantes participantes eram mulheres. Neste estudo foi encontrado um grande percentual de indivíduos solteiros, corroborando com os achados de Junior e Schimiguel (2010), avaliando o perfil econômico e social de estudantes de faculdade particulares, cuja frequência evidenciada foi de 81% de estudantes solteiros. Em relação aos fatores de risco relacionados às DCNT s pode-se observar uma baixa frequência de tabagismo, o que constata Malta e cols (2006) onde a proporção de fumantes é maior entre os grupos com menor escolaridade (ensino fundamental incompleto), em todas as capitais. Por outro lado, a frequência do consumo de álcool foi inferior ao verificado por Silva (2008), com resultados evidenciando o etilismo em 84,7% dos estudantes universitários da área de ciências biológicas. Outro importante achado deste estudo foi um elevado nível de sedentarismo. Esse alto sedentarismo também foi encontrado em um estudo de Marcondelli et al (2008), no qual foi analisado o nível de atividade física e hábitos alimentares de universitários do 3º ao 5º semestres da área da saúde, concluíndo-se que 65,5% deles eram inativos, indicando que um estilo de vida sedentário caracteriza uma proporção substancial de jovens adultos no campus universitário. Dos estudantes avaliados 27% afirmaram realizar seis refeições ao dia e 42% apenas 4 a 5, verificando-se inadequação entre o número de refeições diárias consumidas e o preconizado pelo Ministério da Saúde que afirma que o ideal é consumir seis refeições diárias, incluindo lanches saudáveis (BRASIL, 2005). No que se refere aos antecedentes familiares de hipertensão e diabetes observou-se alta prevalência desse fator de risco (57%). Essa elevada prevalência também foi observada na pesquisa de Moraes et al (2000), onde foi verificada os fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis, entre alunos de enfermagem, tendo como resultado 65,6% de indivíduos com dois ou mais antecedentes familiares. Isso reflete a importância do planejamento de ações que busquem diminuir a prevalência de fatores comportamentais, prevenindo a prevalência das DCNT no futuro. 96

98 Consumo alimentar e fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis em estudantes de uma faculdade particular de João Pessoa-PB Na figura 1 lista-se a frequência do consumo de alguns alimentos industrializados. Os resultados mostram que a frequência predominante do consumo foi raramente correspondendo a 47%, enquanto os que consumiam diariamente foi de apenas 7%. Sendo então o consumo de acordo com recomendações da OMS, cujo objetivo é reduzir a ingestão de alimentos industrializados de alta densidade calórica que promovem ganho de peso. Esses alimentos, ricos em gorduras, carboidratos simples ou amido, são, em geral, altamente processados e pobres em micronutrientes (BARRETO, 2005). Figura 1. Frequência da ingestão de alguns alimentos industrializados pelos estudantes do curso de Nutrição de uma faculdade particular do município de João Pessoa, Na figura 2 apresenta-se a frequência da ingestão de frutas, verduras, legumes, raízes e tubérculos e cereal integral pelos estudantes. Observando-se grande variedade na frequência alimentar, destacando o consumo diário de frutas, verduras e legumes de 53%, e consumo raro de raízes e tubérculos (68%). A base principal para recomendar o aumento do consumo de frutas, verduras, legumes, cereais integrais está na possibilidade de esses alimentos substituírem outros de alto índice glicêmico e baixo valor nutricional, como cereais e grãos processados, utilizados na preparação de alimentos industrializados. Além de sua possível contribuição no balanço energético, eles podem introduzir nutrientes 97

99 Consumo alimentar e fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis em estudantes de uma faculdade particular de João Pessoa-PB com efeitos significativos na saúde geral da população, assim como na prevenção de DCNT como obesidade, hipertensão, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer (OMS,2003). Figura 2. Frequência da ingestão de frutas, verduras, legumes, raízes e tubérculos e cereal integral pelos estudantes do curso de Nutrição de uma faculdade particular do município de João Pessoa, CONCLUSÕES A alta frequência de fatores de risco para DCNT representa uma advertência para juventude. Pesquisas como esta são necessárias ao direcionamento de estratégias para a promoção da saúde e para a prevenção de DCNT, associando o incentivo de estilo de vida saudável incluindo a prática regular de exercício físico e mudança nos hábitos alimentares. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARRETO, Sandhi Maria et al. Análise da estratégia global para alimentação, atividade física e saúde, da Organização Mundial da Saúde. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 14, n. 1, mar BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Guia alimentar para a população brasileira: promovendo alimentação saudável. Edição especial. Brasília, p. 98

100 Consumo alimentar e fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis em estudantes de uma faculdade particular de João Pessoa Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde - CNDSS. As causas sociais das iniquidades em saúde no Brasil. Relatório Final da Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde - CNDSS; COTA, RP; Miranda, LS. Associação entre constipação intestinal e estilo de vida em estudantes universitários. Res. Bras. Nutr. Clin. 2006; 21 (4) JUNIOR, H.R; SCHIMIGUEL, J. Perfil econômico e social dos estudantes de cursos superiores de tecnologia em instituições particulares de ensino. Revista acadêmica de economia latino-americana, MALTA, D C; CEZÁRIO, A C; MOURA, L et al. Vigilância dos edifícios e prevenção para doenças crônicas não-transmissíveis no Sistema Único de Saúde.Epidemiol. Serv. Saúde, setembro 2006, vol.15, no.3, p ISSN MORAES, S. A; MEIRA, L.; FREITAS, I.C.M. Fatores de risco para doenças crônicas näo transmissíveis, entre alunos de enfermagem de Ribeiräo Preto-Brasil, Medicina (Ribeiräo Preto);33(3):312-21, jul.-set MARCONDELLI, Priscilla; COSTA, Teresa Helena Macedo da; SCHMITZ, Bethsáida de Abreu Soares. Nível de atividade física e hábitos alimentares de universitários do 3º ao 5º semestres da área da saúde. Rev. Nutr., Campinas, v. 21, n. 1, Feb PETRIBÚ, M.M.V; CABRAL, P.E; ARRUDA, I.K.G. Estado Nutricional, consumo alimentar e risco cardiovascular: um estudo em universitários. Revista Nutrição, Campinas, 22(6): , nov./dez.,2009. SCHMIDT, M.I.; DUNCAN, B.B.; SILVA, G.A.; MENEZES; A.M.; MONTEIRO, C.A.; BARRETO, S.M.; CHOR, D.; MENEZES,P.R. Saúde no Brasil. Doenças crônicas não transmissíveis: carga e desafios atuais. The Lancet, 2011 nº377. p SILVA-JUNIOR, JB. As doenças transmissíveis no Brasil: tendências e novos desafios para o Sistema Único de Saúde. In: Ministério da Saúde, ed. Saúde Brasil 2008: 20 anos de SUS no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde,2009. Organização Mundial de Saúde. OMS / FAO de Especialistas sobre dieta, nutrição e prevenção de doenças crônicas. WHO Technical Report Series. Nutrição para Saúde e Desenvolvimento [monografia na Internet]. Genebra: OMS [atualizado de setembro]. WHO 2009a. Global health risks: mortality and burden of disease atributable to selected major risks. Geneva: Word Health Organization,

101 Consumo alimentar de gestantes atendidas nas unidades básicas de saúde do município de Cabedelo-PB CONSUMO ALIMENTAR DE GESTANTES ATENDIDAS NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE CABEDELO-PB Alana Moura QUINTANS Patrícia Vasconcelos Leitão MOREIRA 1. INTRODUÇÃO A nutrição desempenha um importante papel na gestação, caracterizada pelo aumento da demanda de energia e de nutrientes necessários para que ocorra o desenvolvimento e crescimento do feto. Neste período, os níveis de nutrientes nos tecidos e líquidos disponíveis para sua manutenção estão modificados por adaptações químicas e fisiológicas, marcadas por um intenso e peculiar processo de formação de tecidos e grandes transformações orgânicas durante um curto espaço de tempo (NASCIMENTO; SOUZA, 2002; BERTIN, 2006). O período de crescimento e desenvolvimento intrauterino é o mais vulnerável do ciclo de vida (FURUMOTO; LUCYK, 2008). Dessa forma, é indispensável que haja um acompanhamento nutricional da mulher durante a assistência pré-natal, não só para estabelecer o estado nutricional, como também para identificar fatores de risco, possibilitar interferências terapêuticas e profiláticas no sentido de corrigir distorções e planejar a educação nutricional, garantindo-se, assim, a saúde da mulher durante a gravidez, a saúde do concepto, o bem-estar materno para possibilitar a nutrição do recém-nascido e a proteção contra o desenvolvimento de doenças crônicas durante a vida adulta (AZEVEDO; SAMPAIO, 2003). Se a ingestão dietética for insuficiente e se os estoques de nutrientes da gestante estiverem baixos, o feto recorrerá às reservas pré-concepcionais para se suprir, ocasionando comprometimento materno-fetal, tendo como resultado crianças pequenas, porém com crescimento proporcional; se ocorrer em etapas avançadas, terá efeito no crescimento fetal, nas proporções corporais e sobre o peso ao nascer (BARKER, 2003). 2. OBJETIVOS Avaliar o consumo alimentar das gestantes atendidas nas Unidades Básicas de Saúde do Município de Cabedelo-PB. 100

102 Consumo alimentar de gestantes atendidas nas unidades básicas de saúde do município de Cabedelo-PB 3. MATERIAL e MÉTODOS Foi realizada uma pesquisa transversal e observacional no município de Cabedelo-PB, localizado no estado da Paraíba. A população do estudo envolveu as usuárias das áreas de abrangência das dezenove Unidades Básicas de Saúde do município, em acompanhamento pré-natal. O instrumento utilizado para verificar o consumo alimentar foi um inquérito, o Questionário de Frequência Alimentar, adaptado de Ribeiro e Cardoso (2002), contendo questões de múltipla escolha que permitem identificar a quantidade e o consumo habitual dos alimentos em um período amplo de tempo (dia, semana, mês e ano). Para uma melhor visualização das porções por parte das entrevistadas e redução do viés de memória, acompanhado ao instrumento, havia um álbum de fotos complementar, contendo as porções padronizadas, onde foram identificadas as quantidades consumidas. Através desse inquérito obteve-se uma visão mais detalhada da ingestão de energia, macronutrientes, vitaminas (C e A) e minerais (ferro e cálcio). Após a avaliação do consumo, foi calculado o valor energético total (VET) para cada gestante e analisado o consumo de carboidratos, lipídios e proteínas, onde de acordo com a sua adequação foi realizada a classificação em três categorias: insuficiente (< 95%), adequado (entre 95% e 100%) ou excessivo (>100%). A análise do consumo de vitamina C, vitamina A, ferro e cálcio foi realizada de acordo com as recomendações da Dietary Reference Intake/DRI (PADOVANI, 2006). Para os três primeiros, foram considerados os parâmetros da Necessidade Média Estimada (EAR), correspondentes à faixa etária e ao estágio de vida das mulheres (70mg, 550µg e 22mg, respectivamente). Como o mineral cálcio não possui EAR foi utilizado o valor de 1000mg, que corresponde à referência de Ingestão Adequada (AI). 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO A Tabela 1 analisa a adequação de cada um dos macro e micronutrientes. 101

103 Consumo alimentar de gestantes atendidas nas unidades básicas de saúde do município de Cabedelo-PB Adequado Tabela 1: Distribuição das gestantes analisadas segundo os macronutrientes e micronutrientes. Cabedelo-PB, Variável Insuficiente Excessivo N % (1) N % N % Macronutrientes Calorias ,3 9 6, ,8 Carboidrato 27 20, ,7 2 1,5 Proteína 1 0, ,5 1 0,8 Lipídio 2 1, , Micronutrientes Ferro ,1 9 6,9 - - Cálcio , ,5 - - Vitamina C 27 20, ,2 - - Vitamina A 9 6, ,1 - - (1): Os percentuais foram obtidos do número total de 130 pesquisadas. Os resultados foram satisfatórios quanto à adequação dos macronutrientes, mas destaca-se um percentual de 30% com excesso de lipídios na dieta (Gráfico 1). Esse valor pode ser justificado pelo consumo de massas, frituras e guloseimas em geral. Gráfico 1 Adequação dos macronutrientes e calorias totais consumidos pelas gestantes. Cabedelo, PB, O consumo excessivo de proteínas é algo comum na população em geral, porém foi verificado que a maioria das dietas estavam adequadas quanto a esse nutriente, em concordância com um estudo realizado por Azevedo (2003), em Fortaleza, CE, que 102

104 Consumo alimentar de gestantes atendidas nas unidades básicas de saúde do município de Cabedelo-PB encontrou um consumo de proteínas adequado, excessivo em lipídios e inadequado em carboidratos. Gráfico 2 Adequação dos micronutrientes das dietas das gestantes. Cabedelo, PB, Apesar dos macronutrientes estarem em sua maioria adequados, as calorias totais foram consumidas de forma insatisfatória, assim como ocorreu em outros estudos, como o de Giddens et al. (2000), onde gestantes apresentaram ingestão abaixo do recomendado e o estudo de Brognoli, Neme e Passoni (2010), que encontrou uma alimentação abaixo dos valores energéticos recomendados para gestantes. O consumo de vitamina A e C apresentou-se adequado. Este fato é importante, pois ambas as vitaminas possuem importante papel na gestação: a primeira por ter ação na manutenção da visão normal e é essencial à diferenciação e proliferação celular; e a segunda, por ter a função essencial para síntese de colágeno, hormônios adrenais e aumento de absorção e utilização de ferro. Semelhante a esses resultados, Petrakos et al. (2005), avaliando gestantes gregas, observaram um elevado percentual de adequação para vitamina A e C, porém constataram um consumo insuficiente de ferro e cálcio. Também o estudo de SATO et al (2010) demonstrou inadequação do consumo desses dois nutrientes. 103

105 Consumo alimentar de gestantes atendidas nas unidades básicas de saúde do município de Cabedelo-PB 5. CONCLUSÕES Analisar o consumo alimentar diário é uma tarefa imprescindível, pois ajuda a identificar erros alimentares e garantir um desenvolvimento saudável durante e após a gravidez, propiciando o desenvolvimento e desfecho gestacional com sucesso para o binômio materno-fetal e evitando o surgimento de carências nutricionais. Nesse contexto, ressalta-se a necessidade de ações educativas na área de alimentação e nutrição que estimulem o acompanhamento nutricional durante a assistência pré-natal e que auxiliem as gestantes a realizarem escolhas alimentares corretas. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AZEVEDO, D.; SAMPAIO, H. A. de C.. Consumo alimentar de gestantes adolescentes atendidas em serviço de assistência pré-natal. Rev. Nutr., Campinas, vol.16, n.3, p , jul/set. de BARKER, D.J.P. Maternal nutrition, fetal nutrition and disease in later life. In: Pita GR, Pineda D, Partin I, Gutitiérrez PM., Serrano Sintes G, Macías Matos C. Ingesta de macronutrientes y vitaminas en embarazadas durante um año. Rev Cubana Salud Pública, v.29, n.3, p , BERTIN, R. L.; PARISENTI, J. P.; PIETRO, P. F. D.; VASCONCELOS, F. A. G.. Métodos de avaliação do consumo alimentar de gestantes: uma revisão. Rev. Bras. Saúde Mater.Infant., Recife, v.6, n.4, p , BROGNOLI, A. F.; NEME, L. C. L. H.; PASSONI, C. M. S. Relação da dieta de gestantes com o estado nutricional. Cadernos da Escola de Saúde, Curitiba, 03:1-14, Disponível em: Acesso em: 17/02/2012. FURUMOTO, R. V.; LUCYK, J. de M. Necessidades nutricionais e consumo alimentar na gestação: uma revisão. Com. Ciências Saúde, v.19, n.4, p , GIDDENS, J.B. et al. Pregnant adolescent and adult women have similarly low intakes of selected nutrients. J. Am Diet Assoc., v.100, n.11, p , NASCIMENTO, E. do; SOUZA, S. B. de. Avaliação da dieta de gestantes com sobrepeso Rev. Nutr.,Campinas, v.15, n.2, p mai./agos

106 Consumo alimentar de gestantes atendidas nas unidades básicas de saúde do município de Cabedelo-PB PADOVANI, R. M.; A. F., JAIME; COLUGNATI, F. A. B.; DOMENE, S. M. A. Dietary Reference Intakes: aplicabilidade das tabelas em estudos nutricionais. Rev. Nutr., Campinas, vol.19, n.6, p , nov/dez, PETRAKOS, G.; PANAGOPOLOUS, P.; KOUTRAS, I.; KAZIS, A.; PANAGIOTAKUS, E.; ECONOMOU, A. A comparison of the dietary and total intake of micronutrients in a group of pregnant Greek women with the dietary reference intakes. European Journal of obstetrics e Gynecology and reproductive biology, v. 127, n.2, p , RIBEIRO, A.B.; CARDOSO, M.A. Devolopment of a food frequency questionnaire as a tool for programs of chronic diseases prevention. Rev. Nutr., Campinas, v.15, n.2, p , SATO, A.P.S.; FUJIMORI, E.; SZARFARC, S.C.; BORGES, A.L.V.; TSUNECHIRO, M.A. Consumo alimentar e ingestão de ferro de gestantes e mulheres em idade reprodutiva. Rev. Latino-Am. Enfermagem, v.18, n.2, p , mar./abr

107 Prevalência de anemia em gestantes atendidas nas unidades básicas de saúde do município de Cabedelo-PB PREVALÊNCIA DE ANEMIA EM GESTANTES ATENDIDAS NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE CABEDELO-PB Alana Moura QUINTANS Patrícia Vasconcelos Leitão MOREIRA 1. INTRODUÇÃO De acordo com a World Health Organization (WHO), a anemia é definida como: a condição em que a hemoglobina do sangue está abaixo do nível normal, como resultado da deficiência de um ou mais nutrientes essenciais, independente da causa de tal deficiência (WHO,1992). Entre os segmentos biológicos mais vulneráveis ao problema encontram-se as mulheres no período reprodutivo, particularmente durante a gestação, e as crianças nos primeiros anos de vida (SOUZA, BATISTA FILHO, 2003). Entre as principais causas da anemia em gestantes se destacam o baixo nível socioeconômico, maior número de partos, baixo nível educacional, idade gestacional mais avançada, reservas inadequadas de ferro, ausência de suplementação de ferro e dietas deficientes em quantidade e qualidade de ferro (FUJIMORI et al, 2000). A anemia está associada ao retardo no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento da imunidade, diminuição da capacidade intelectual, como também ao comprometimento do crescimento e desenvolvimento do concepto, risco de desenvolvimento de infecção puerperal, aumento do risco de mortalidade materna (FERREIRA; MOURA; JÚNIOR, 2008). 2. OBJETIVOS Determinar a prevalência de anemia em gestantes atendidas nas Unidades Básicas de Saúde do município de Cabedelo, bem como relacionar a prevalência de anemia com a idade gestacional, condições socioeconômicas e o estado nutricional das gestantes. 3. MATERIAL e MÉTODOS A pesquisa foi do tipo observacional, transversal, descritiva de abordagem quantitativa, envolvendo uma amostra de 130 gestantes em acompanhamento pré-natal. A coleta de dados foi realizada nas Unidades Básicas de Saúde de todo o município de 106

108 Prevalência de anemia em gestantes atendidas nas unidades básicas de saúde do município de Cabedelo-PB Cabedelo. Após a aplicação do questionário socioeconômico e consulta ao cartão da gestante, as gestantes eram submetidas à avaliação nutricional, onde foram aferidos peso e altura em duplicata, para obtenção da média. O critério adotado para avaliar o estado nutricional da gestante foi a curva de IMC para a idade gestacional (ATALAH et al, 1997). Os valores de hemoglobina e hematócrito foram coletados dos prontuários das gestantes não devendo ultrapassar três meses da data do exame bioquímico, o qual foi realizado em laboratório conveniado com a rede de saúde do município. Para o diagnóstico da anemia, foi adotado o ponto de corte recomendado pela WHO: nível de hemoglobina abaixo de 11g/dl (MCLEAN et al, 2008). 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO A prevalência de anemia nas 130 gestantes avaliadas foi de 17,7%, com uma média de hemoglobina de 12,28 g/dl (DP= 1,56) e hematócrito de 37,96% (DP=5). A representação se encontra no gráfico: Com anemia ferropriva 17,7% Sem anemia ferropriva 82,3% Gráfico 1 Distribuição das pesquisadas segundo a ocorrência da anemia. Cabedelo, PB, A prevalência de anemia não foi considerada alarmante, segundo os parâmetros da OMS (VITOLO, 2006). A anemia por deficiência de ferro é uma das carências nutricionais de grande impacto na Saúde Pública. Considerando os efeitos deletérios da anemia ferropriva na gestação e sua influencia na saúde materna e da criança (SATO et al., 2008). 107

109 Prevalência de anemia em gestantes atendidas nas unidades básicas de saúde do município de Cabedelo-PB Um estudo, realizado no Peru, observou que o baixo nível econômico estava relacionado a uma maior frequência de anemia, já que a renda influencia a aquisição de alimentos fontes de ferro que possuem um maior custo (BECERRA, et al, 1998). A Tabela 1 demonstra a associação de alguns dos fatores socioeconômicos e a anemia. Tabela 1 - Distribuição da anemia em gestantes, segundo variáveis socioeconômicas. Cabedelo-PB, 2011 Anemia Variável Sim Não TOTAL Valor de p n % n % N % Grupo Total 23 17, ,3 130 Escolaridade Até ens ino fundamental 15 22, , ,76 p (1) =0,127 Médio/Superior 8 12, , ,23 Renda Até 1 salário mínimo 15 19, , p (2) =0,572 >1 salário mínimo 8 15, , Benefício de algum programa do governo Sim ,77 p (2) =0,646 Não 15 16, , ,23 (1): Através do teste Exato de Fisher (2): Através do teste Qui-quadrado de Pearson Um maior percentual de gestantes avaliadas encontravam-se em estado nutricional adequado como pode ser observado na Tabela

110 Prevalência de anemia em gestantes atendidas nas unidades básicas de saúde do município de Cabedelo-PB Tabela 2 Distribuição da anemia em gestantes, segundo o estado nutricional. Cabedelo-PB, Anemia Variável Sim Não TOTAL Valor de p n % n % N % Grupo Total 23 17, ,3 130 Estado nutricional pré-gestacional Baixo Peso 4 23, ,5 17 p (1) = 0,288 Adequado 16 21, ,4 74 Sobrepeso 1 5, ,4 18 Obesidade 12 9, ,5 21 Estado nutricional atual Baixo Peso/ Adequado 19 22, ,9 86 p (1) = 0,066 Sobrepeso/ Obesidade 4 9, ,9 44 (1): Através do teste Exato de Fisher. O percentual de pesquisadas com anemia ferrropriva foi mais elevado entre as que receberam do que entre as que não receberam suplementação de ferro (22,2% x 7,5%) e entre as que receberam do que entre as que não receberam suplementação de ácido fólico (21,0% x 12,2%). O que provavelmente pode estar relacionado é o tempo do diagnóstico, ou seja, a maior adesão à suplementação se deu naquelas gestantes que apresentaram diagnóstico recente de anemia (Tabela 3). 109

111 Prevalência de anemia em gestantes atendidas nas unidades básicas de saúde do município de Cabedelo-PB Tabela 3: Distribuição da anemia em gestantes, segundo a suplementação de ferro e ácido fólico. Cabedelo-PB, Anemia Variável Sim Não TOTAL Valor de p n % n % N Grupo Total 23 17, ,3 130 Suplementação de ferro Sim 20 22, ,8 90 p (1) = 0,042* Não 3 7, ,5 40 Suplementação de ácido fólico Sim 17 21, ,0 81 p (1) = 0,206 Não 6 12, ,8 49 (*): Diferença significativa ao nível de 5,0%. (1): Através do teste Qui-quadrado de Pearson. Um estudo realizado em São Paulo mostrou que nas gestantes que receberam orientação nutricional, a adesão à suplementação chegou a quase 90%, ou seja, a orientação eficaz intensifica essa ação (VITOLO, 2006). 5. CONCLUSÕES A prevalência de anemia em gestantes no município de Cabedelo PB foi considerada leve e as condições socioeconômicas e o estado nutricional não se associaram à ocorrência da patologia. Considerando as consequências que a anemia pode acarretar para a gestação, faz-se necessário intensificar as ações junto as gestantes, informando-as sobre os sintomas e cuidados essenciais para desfrutar de uma gravidez saudável, como também enfatizar ações de educação nutricional. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ATALAH et al. Propuesta de um nuevo estándar de evaluación nutricional de embarazadas. Rev Med Chile, Santiago,v.125, n.1, p , BECERRA,C.; GONZALES, G.F, VILLENA, E.L.C.; FLORIAN, A. Prevalência de anemia em gestantes no hospital regional de Pucalpa, Peru. Rev Panam Salud, [Sl], v.3, n. 5, p ,

112 Prevalência de anemia em gestantes atendidas nas unidades básicas de saúde do município de Cabedelo-PB FERREIRA, H.S.; MOURA, F.A. Prevalência e fatores associados a anemia em gestantes da região semi-árida do estado de Alagoas. Rev Bras Ginecol Obstet, [Sl], v. 30, n. 9, p , 2008 FUJIMORI, E.; LAURENT, D.; NUÑEZ DE CASSANA, L.M.; OLIVEIRA, I.M.V.; SZARFARC, S.C. Anemia e deficiência de ferro em gestantes adolescentes. Rev Nutr, Campinas, v.13,n.3, p , MCLEAN et al. Worldwide prevalence of anaemia, WHO Vitamin and Mineral Nutrition Information System, Public Health Nutr, v.23, n.1, p.1-11,2008. SATO, A.P.S; FUJIMORI,E.; SZARFARC, S.C. et al. Prevalência de anemia em gestante e fortificação de farinhas com ferro. Texto Contexto Enferm, Santa Catarina, v. 17, n. 3, p , julho/ setembro, SOUZA, A.I.; BATISTA FILHO, M. Diagnóstico e tratamento das anemias carenciais na gestação: consensos e controvérsias. Rev Bras Saúde Mater Infant, Recife, v.3, n.4, p , VITOLO, M.R.; BOSCONI, C.; BORTOLINI, C. Baixa escolaridade como fator limitante para o combate a anemia entre gestantes. Rev Bras Ginecol Obstret, [Sl] v.28, n. 6, p , WORLD HEALTH ORGANIZATION. The prevalence of anaemia in women: a tabulation of available information. 2. ed. Geneva: WHO/MCH/MSM, p. [report nª.92.2]. 111

113 Perfil nutricional de fumantes do projeto multidisciplinar do hospital universitário de Campina Grande - PB PERFIL NUTRICIONAL DE FUMANTES DO PROJETO MULTIDISCIPLINAR DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE CAMPINA GRANDE-PB 1. INTRODUÇÃO Rebecca Hadassah Rocha NASCIMENTO Camilla Silveira COSTA Mayra da Silva CAVALCANTI O tabagismo é a maior causa de mortalidade em todo o mundo e estima-se que poderá levar a óbito 450 milhões de pessoas nas próximas cinco décadas. Pois, o tabaco está associado a uma multiplicidade de patologias, como: as cardiovasculares, respiratórias e úlceras gástricas, podendo de tal modo antecipar a menopausa(maseeh, 2005). Neste sentido, sabendo do reconhecimento dos efeitos negativos do tabaco na saúde, desenvolveram-se campanhas de sensibilização para a cessação tabágica (Guerra, 2004), por que deixar de fumar, seja em que idade for, traduz-se numa diminuição de risco e aumenta a esperança de uma melhor qualidade de vida (MASEEH, 2005). Noventa por cento dos fumantes ficam dependentes da nicotina entre os 5 e os 19 anos de idade. Atualmente, existem no Brasil 2,8 milhões de fumantes, nessa faixa etária.os principais fatores de risco, encontrados na literatura, que levam ao hábito de fumar, são: sexo, idade, nível sócio-econômico, tabagismo de familiares de primeiro grau e dos amigos, rendimento escolar, separação dos pais e trabalho (MALCON, 2003). A preocupação com o ganho de peso pode inibir tentativas de parar de fumar, principalmente entre as mulheres. Alguns estudos têm demonstrado que uma das razões pelas quais meninas começam a fumar é o medo aliado à crença de que fumar emagrece (INCA, 2004). A maioria dos estudos relacionados ao abandono do tabaco e ganho de peso indica que ocorre um aumento da ingestão de alimentos doces, após a interrupção, como um mecanismo compensatório (ROSEMBERG, 2004). Akbartabartoori et al. (2005)encontraram menor IMC em fumantes atuais e ex-fumantes quando comparados aos nãofumantes Enquanto que, John et al. (2005)apontaram que os homens que fumavam 30 cigarros por dia tiveram 5 vezes mais 112

114 Perfil nutricional de fumantes do projeto multidisciplinar do hospital universitário de Campina Grande - PB chances de serem obesos quando comparados com os homens que nunca fumaram. Jonh et al.(2005), revela que há um aumento de peso corporal após o ato de parar de fumar, verificando-se que o receio de aumentar de peso é uma das principais barreiras para se conseguir parar de fumar. Se por um lado, o aumento da ingestão energética, a diminuição do metabolismo e da atividade física, poderá estar na origem do ganho de peso (FERRARA, 2001; CAN, 2007). Por outro lado, as alterações do equilíbrio energético poderão explicar a redução de peso nos fumantes. Assim, sendo, os fumantes terão os seus gastos energéticos aumentados ou terão a sua ingesta energética diminuída (PERKINS, 1992). Fatores como o estilo de vida sedentário e a elevada ingestão de gordura saturada poderão contribuir para o aumento do IMC após a pessoa para de fumar. Estudos realizados por Guerra et al.(2004) e Jonh et al.(2005), indicam que os fumantes têm uma dieta menos saudável que os não fumantes (DYER, 2003; PADRAO, 2007). 2. OBJETIVOS Este estudo buscou traçar um perfil nutricional dos fumantes que participam de um projeto multidisciplinar no hospital universitário do município de Campina Grande (PB), com intuito de melhor os impactos gerados após a interrupção do hábito de fumar. 3. MATERIAL E MÉTODOS Visando um novo estilo de vida procuramos inserir na realidade dos pacientes a importância de certos alimentos, tais como a água e hortaliças, nos quais eles têm em sua maioria rejeição. Com aplicação de questionários específicos de hábitos alimentares e imagem corporal identificamos a presença de comportamentos mal adaptados de intensidades variadas no grupo. Fizemos um traçado do cotidiano e da vida dos estudados antes e depois do uso do tabaco. Foram estudados 54 pacientes, sendo 44 mulheres e 10 homens. Trabalhamos com base no peso teórico e no tratamento de patologias associadas ou não ao fumo, dando assim maiores resultados. A avaliação nutricional é feita com pesagem do paciente e aferição da altura, foi aplicado também um recordatório de 24 horas 113

115 Perfil nutricional de fumantes do projeto multidisciplinar do hospital universitário de Campina Grande - PB ajudando a entender os hábitos alimentares, preferências e aversões. Além disso, fizemos entrevistas seguindo um protocolo padrão de questionário, para entender o período de uso do tabaco e presença de comorbidades. A coleta de dados foi realizada no Hospital Universitário por estudantes de nutrição. Foi realizada a aplicação de questionário auto administrado com 24 questões abertas referentes a anamnese nutricional. As informações obtidas foram armazenadas em um banco de dados elaborado especialmente para este fim, em um microcomputador com o auxilio do aplicativo Excel, e as análises dos dados foram efetuadas no mesmo programa. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os 54 pacientes estudados, sendo 44 mulheres e 10 homens, foram analisados por 8 estudantes de nutrição e uma nutricionista especialista em nutrição clinica. Ao serem questionados sobre a importância nutricional, a grande maioria (92%) respondeu que achava de suma importância, mas que não sabia ao certo como pôr em prática. Apenas quatro pacientes afirmaram ter consciência da importância da nutrição e já haviam passado por um nutricionista. Na aplicação do questionário pudemos analisar que em duas questões há uma associação direta entre o tempo de fumo, as patologias encontradas no paciente e o histórico patológico familiar, ressaltando cada vez mais que quanto maior o tempo de fumo, maior a diversidade patológica. Os pacientes também foram questionados sobre a idade em que iniciaram a atividade do fumo, e como dado alarmante pudemos observar que o hábito se torna comum cada vez mais cedo, devido a influencias da mídia, familiares, e própria pré-disposição devido a diversos fatores nos quais podem variar de paciente para paciente (Figura 1). 114

116 Perfil nutricional de fumantes do projeto multidisciplinar do hospital universitário de Campina Grande - PB Figura 1 Resposta da questão aberta: Iniciou o fumo com quantos anos? (Números absolutos) Outro dado de grande importância é a prevalência do sexo feminino entre os estudados, totalizando (80%) e do sexo totalizando (20%). A inserção das mulheres na sociedade dos fumantes veio após a revolução feminina, fazendo com que as mulheres adentrassem em hábitos masculno tais como o fumo (Sá,2007). Resultado este que podemos analisar perfeitamente em nossos estudos. 5. CONCLUSÕES Com base nas informações coletadas no presente trabalho, pode-se afirmar que os pacientes do hospital universitário do Projeto Multidisciplinar contra o tabagismo apresentam patologias tais como: hipertensão, diabetes, colesterol alto, triglicerídeos alto, úlceras, câncer, depressão e transtornos bipolares. Contudo, o aumento da ansiedade gerada pela abstinência do cigarro e a vontade de comer, por causa da mesma, podem causar o aumento de peso ou até mesmo sua diminuição (que prevalece em minoria). Em relação aos dados obtidos observamos a grande incidência de obesos, o que pode ser explicado pelo aumento da ansiedade que o fumo causa na maioria dos pacientes, sendo descontados quase sempre em alimentos ricos em gorduras e carboidratos, provocando obesidade e taxas alteradas. O que demonstra a importância do acompanhamento nutricional neste 115

117 Perfil nutricional de fumantes do projeto multidisciplinar do hospital universitário de Campina Grande - PB grupo específico como peça chave para a finalização de um tratamento com um resultado positivo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS AKBARTABARTOORI, M.; LEAN, M. E.; HANKEY, C. R. Relationships between cigarette smoking, body size and body shape.int J Obes2005; 29(2): CAN, G., OZTUNA, F. TOPBAS, M. Complaints related to smoking cessation. Tuberktoraks. 2007; 55(4):364-9 DYER, A. R.; ELLIOT, P.; STAMLER, J.; CHAN, Q.; UEDHIMA, H. ZHOU, B. F. Dietary intake in male and female smokers, ex-smokers, and never smokers: the INTERMAP study. J Hum Hypertens. 2003; 17(9): FERRARA, C.. M.; KUMAR, M.; NICKLAS, B. MCCRONE, S.; GOLBERG, A. P. Weight gain and adipose tissue metabolismo after smoking cessation in women.int J ObesRelatMetabDisord. 2001; 25(9): GUERRA, M. P. A Abstenção Tabágica: Reflexões Sobre a Recaída. Análise Psicológica. 2004; 2 (XXII): JONH, U.; HANKE, M.; RUMPF, H.J.; THYRIAN. J. R. Smoking status, cigarettes per day, and their relationship to overweight and obesity among former and current smokers in a national adult general population sample. Int J Obes2005; 29: MASEEH A, Kwatra G. A review of smoking cessation interventions.medgenmed.2005; 7(2):24 MALCON M. C.; MENEZES, A. M. B.; CHATKIN.M. Prevalência e fatores de risco para tabagismo em adolescentes. Rev Saúde Pública 2003; 37 (1Suppl):1-7. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Ação global para o controle do tabaco 1º Tratado Internacional de Saúde Pública. 3. ed. Rio de Janeiro: INCA; PADRAO, P.; LUNET, M.; SANTOS, A.C.; BARROS, H. Smoking, alcohol, and dietary choice: evidence from the Portuguese National Health Survey. BMC Public Health. 2007; 7 (147):138] PERKINS, K. A. Effests of tobacco smoking on caloric intake. Br J Addict. 1992; 87(2): ROSEMBERG, J; ROSEMBERG, A.M.A.; MORAES, M.A. Nicotina: droga universal. São Paulo: SES/CVE; SÁ, N. N. B.; MOURA, E. C. Associação entre excesso de peso e hábito de fumar. Santarém, PA,

118 Capítulo VIII SAÚDE DA MULHER 117

119 Câncer de mama e qualidade de vida: artigo de revisão CÂNCER DE MAMA E QUALIDADE DE VIDA: Artigo de revisão Manuella Barbosa GALVÃO Edith de Carcia Pontes A. de AZEVEDO Adriana dos Santos ALVES Rowse Alencar Ramalho de FIGUEIRÊDO 1. INTRODUÇÃO O câncer é uma doença sistemática caracterizada pelo desequilíbrio e proliferação celular. O câncer de mama (CM) é o segundo tipo de câncer de maior incidência mundial e o mais comum entre as mulheres. Dos casos de câncer feminino diagnosticado, 22% correspondem a CM. O número de casos novos de câncer de mama no Brasil corresponde em média a 49 casos a cada 100 mil mulheres. O CM pode ocorrer devido a causas externas ou internas ao organismo, porém os casos mais comuns estão relacionados à origem genética, tendo menor frequência em mulheres com idade inferior a 35 anos. Esta se dá geralmente pela deficiência de cromossomos, tem como Genes supressores dos tumores o BRCA1 e o BRCA2 e de eventos citogenéticos que resultam na rapidez da produção de células cancerígenas, ocasionando tumores de alta complexidade. A contribuição hereditária para o desenvolvimento do câncer de mama, é também um fator muito frequente para o desencadeamento da doença. Os novos fatores de risco surgem cada vez mais agressivos e presentes nos novos casos da doença. Nos últimos anos a tecnologia tem trazido maiores possibilidades de tratamentos para pacientes portadoras do câncer de mama. Porém, a cura da doença só pode ser possível com um diagnóstico precoce, que inclui o autoexame e mamografia de prevenção, que detectam com precisão e rapidez a presença dos tumores, aumentando as chances do paciente de viver uma vida normal e confortável mesmo com a presença da doença. O CM já se trata de um grave problema saúde pública, sendo esta neoplasia maligna a segunda causa de óbito entre mulheres na Europa e na America do Norte. No Brasil, é o principal tipo de câncer que ocasiona o óbito feminino. 118

120 Câncer de mama e qualidade de vida: artigo de revisão Devido a grande porcentagem de mulheres acometidas por CM, o número elevado de óbitos e danos negativos a autoimagem, esta neoplasia maligna representa para mulheres algo destrutivo, ameaçador, depressivo e mortal. A aquisição de CM pode influenciar negativamente a qualidade de vida de suas portadoras, ocasionando além dos danos físicos um desgaste na saúde psicológica e até mesmo afetar a percepção de sexualidade e da própria imagem pessoal. Qualidade de vida (QV) é conceito subjetivo, pode indicar a satisfação pessoal do indivíduo com a vida ou até mesmo a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Tratamentos clínicos associados a terapias e grupos de ajuda para as pacientes portadoras de CM pode proporcionar uma melhoria da QV durante o período de tratamento. Diante o impacto do tratamento, as mulheres necessitam de informação sobre as consequências dos tratamentos, orientação sobre a sua nova condição e de suporte psicológico. 2. OBJETIVOS Realizar uma revisão bibliográfica sobre o câncer de mama. 3. MATERIAL e MÉTODOS O presente trabalho trata-se de uma pesquisa exploratória de natureza bibliográfica. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO O surgimento do câncer se dá quando as células perdem a capacidade de limitar e comandar seu próprio crescimento passando, então, a se dividir e se multiplicar muito rapidamente e de maneira aleatória, resultando num processo de multiplicação e crescimento desordenado das células e consequentemente um desequilíbrio na formação dos tecidos do corpo (Figura 1). Segundos dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) em 2012, que o CM no Brasil pode atingir de número de casos, sendo estimado o risco de 52 casos a cada 100 mil mulheres. É o tipo de câncer mais frequente nas mulheres das regiões Sudeste (69/100 mil), Sul (65/100 mil), Centro-Oeste (48/100 mil) e Nordeste 119

121 Câncer de mama e qualidade de vida: artigo de revisão (32/100 mil). Na região Norte é o segundo tumor mais incidente (19/100 mil). Figura 1: Representação espacial das taxas brutas de incidência por 100 mil mulheres, estimadas para o ano de 2012, segundo Unidade da Federação (neoplasia maligna da mama feminina). Fonte: Dados indicam que a incidência de CM é muito baixa em mulheres com idade inferior a 25 anos (1%), sofrendo um aumento da incidência em mulheres com idade superior e/ou igual a 30 anos, apresentando um pico entre mulheres de idade entre 45 e 50 anos. Isso mostra que a idade continua sendo um importante fator de risco de aquisição da doença, a incidência de casos aumentam rapidamente até os 50 anos, e posteriormente, esse aumento ocorre de forma mais lenta, possivelmente devido a menopausa. O Instituto Nacional do Câncer (INCA), afirma que o CM é a primeira causa de mortes em mulheres no Brasil. Na maioria das vezes, o diagnóstico é estabelecido em uma fase tardia da doença. O Ministério da Saúde usa a classifica os tumores de mama como do tipo invasivos e não invasivos, sendo os CM hereditários, na sua grande maioria sua maioria, tumores invasivos, predominando o tipo ductal infiltrante, responsável por 65 a 80% dos casos. As mulheres com história de CM na família possuem aproximadamente 60 a 80% de chance de desenvolver CM. 120

122 Câncer de mama e qualidade de vida: artigo de revisão O CM causa um grande impacto seus portadores, possivelmente devido ao seu tratamento contínuo, e a possível perda da mama afetada pelo câncer. Essa ideia de mutilação faz que as mulheres desenvolvam uma ideia de autoimagem negativa podendo acarretar em alterações psicológicas, emocionais e sociais, ou seja, uma queda de qualidade de vida. Não só o paciente sofre danos emocionais, mas também seus familiares e amigos, pois esses compartilham o medo da morte, sofrimento da mutilação, receio do surgimento do linfedema e, até mesmo, sentimentos de desvalorização social. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define qualidade de vida como a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. A qualidade de vida vem sendo o alvo de grande preocupação para o ser humano, conceituar e mensurar qualidade de vida é algo difícil, devido à subjetividade atribuída a esse assunto. Na tentativa de mensurar o grau de qualidade de vida, profissionais lançam mão de técnicas que podem ser: uso de questionários, entrevistas com as pacientes, exames psicológicos e etc. A partir dos resultados obtidos por meio dessas técnicas é possível ter uma compreensão do estado psicológico das pacientes e a partir daí delinear de programas adequados de intervenção, possibilitando modificar variáveis que possam interferir de forma negativa no acompanhamento multidisciplinar do paciente ontológico. A estabilidade mental do paciente ontológico é tão importante quando sua estabilidade física. A compreensão do seu estado emocional é o primeiro passo para desenvolver métodos eficazes de melhora de sua autoestima, e no modo que enfrenta o tratamento contra o câncer. O acompanhamento psicológico e o uso de terapias afeta positivamente o tratamento de mulheres portadoras de CM, proporcionando mais segurança e até podemos dizer, esperança de cura e aceitação pessoal. Pacientes mais estabilizadas emocionalmente respondem de maneira positiva ao tratamento, isso garante uma possibilidade que melhor qualidade de vida durante e após o tratamento. 121

123 Câncer de mama e qualidade de vida: artigo de revisão 5. CONCLUSÕES O câncer de mama é o tipo de câncer mais frequente entre as mulheres no Brasil, é provocado por uma alteração de genes supressores de tumor (BRCA1, BRCA2). Tem grandes possibilidades de cura se tratado inicialmente, porém seu tratamento cansativo e a possibilidade de uma possível mutilação na mama faz com que as mulheres vitimadas por esse tipo de câncer sofram uma queda de qualidade de vida. Programas de aconselhamento e tratamento psicológico essas mulheres, assim como seus familiares é uma boa alternativa para melhor enfrentamento da doença e maior qualidade de vida durante e após o tratamento. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, A.M. Vivendo com a incerteza da doença: a experiência de mulheres com câncer de mama [Tese de Doutorado em Enfermagem]. Ribeirão Preto (SP): Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo; f. CHAPADEIRO, C.A., PAIVA,S., SCANDIUZZI,D., ANJOS,A.C.Y. Qualidade de vida de mulheres tratadas de câncer de mama: Funcionamento Social. Revista Brasileira de Carciologia, 2001, 47(3): HADDAD N, DA SILVA MB. Mortalidade por neoplasmas em mulheres em idade reprodutiva - 15 a 49 anos - no estado de São Paulo, Brasil, de 1991 a Rev Assoc Med Bras. 2001;47(3): INCA - Instituto Nacional de Câncer [homepage na Internet]. Rio de Janeiro: INCA; 2012 acessado em: 27 nov Disponível em: Ministério da Saúde Brasil. Estimativa da incidência e mortalidade por câncer no Brasil. Rio de Janeiro, Disponível em: Ministério da Saúde (BR). Estimativa da incidência e mortalidade por câncer no Brasil, Brasília (DF) jun Disponível em: Acessado em: 28 nov. de THULER, L. Considerações sobre a prevenção do câncer de mama feminino. Disponível em: <. Acesso em: 02/10/

124 Capítulo IX BIOQUÍMICA DOS ALIMENTOS 123

125 Conhecimento dos estudantes de nutrição acerca dos produtos diet e light CONHECIMENTO DOS ESTUDANTES DE NUTRIÇÃO ACERCA DOS PRODUTOS DIET E LIGHT José Donivaldo da Silva NETO Francisco Gilvandro L. do NASCIMENTO Noádia Priscila A. RODRIGUES Giselle Medeiros da Costa ONE 1. INTRODUÇÃO O crescimento acelerado em todo o mundo do consumo de alimentos processados é uma das causas importantes da maior incidência de doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, diabetes, dislipidemias, doenças coronarianas, etc. Esses alimentos tendem a apresentar concentrações de gordura, açúcar e sal excessivas e prejudiciais à saúde (WHO, 2003). Diante do panorama epidemiológico exposto, centenas de produtos diet e light tem surgido no mercado, como alternativa saudável e sensorialmente atrativa, e o seu consumo é amparado pelo forte apelo e sofisticadas estratégias de marketing desenvolvidas pelas indústrias multinacionais que controlam o setor (VILELA, 2000). Produtos diet são especialmente formulados para grupos da população que apresentam condições fisiológicas específicas. Como, por exemplo, alimentos para dietas com restrição de açúcar. São feitas modificações no conteúdo de nutrientes, adequando-os a dietas de indivíduos que pertençam a esses grupos da população. Apresentam na sua composição quantidades insignificantes ou são totalmente isentos de algum nutriente, tais como açúcar, sal, glúten, etc. Já os produtos light são aqueles que apresentam a quantidade de algum nutriente ou valor energético reduzido quando comparado a um alimento convencional. São definidos os teores de cada nutriente e ou valor energético para que o alimento seja considerado light. Tanto alimentos diet quanto light não têm necessariamente o conteúdo de açúcares ou energia reduzido. Podem ser alteradas as quantidades de gorduras, proteínas, sódio, entre outros; por isso a importância da leitura dos rótulos (ANVISA, 2005). Tendo em vista a potencial inconsciência quanto à diferenciação entre os produtos diet e light pelos consumidores em geral (CHOUCINO et al., 2012), e, sabendo-se que o profissional de nutrição é o responsável por promover educação nutricional, 124

126 Conhecimento dos estudantes de nutrição acerca dos produtos diet e light incluindo o consumo responsável deste grupo de alimentos (MORESCO, et al., 2012). É que o presente estudo teve como objetivo investigar o conhecimento de estudantes do curso de nutrição acerca de alimentos diet e light. 2. OBJETIVO Identificar o conhecimento dos alunos do curso de nutrição de uma Faculdade Particular de João Pessoa a respeito de produtos diet e light. 3. MATERIAL E MÉTODOS Realizou-se pesquisa do tipo quali-quantitativa com a participação de quarenta estudantes do curso graduação em nutrição de uma faculdade da cidade de João Pessoa-PB, de ambos os sexos, e que cursavam entre o primeiro e terceiro período do curso de bacharelado citado. Foi aplicado um questionário contendo dez perguntas sobre o tema proposto. Formuladas no seguinte esquema: nove questões eram objetivas e uma questão subjetiva, na qual os entrevistados descreveram as diferenças entre produtos diet e light. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Dentre os participantes da pesquisa sobre conhecimentos sobre diet e light abordando estudantes do 1 ao 3 período do curso de nutrição de uma Faculdade particular de João Pessoa, sendo 14 entrevistados do primeiro e terceiro período e 12 do segundo período. Quando questionados sobre conhecer produtos diet e light, 100% dos alunos do 1 período afirmou conhecer tais produtos, já dos alunos do 2 período 11 entrevistados (92%) afirmaram que sim, conhecem os produtos, quanto aos alunos do 3 período 100% afirmou conhecer produtos light e enquanto 13 estudantes (93%) afirmou conhecer produtos diet (Figura 1). 125

127 Conhecimento dos estudantes de nutrição acerca dos produtos diet e light Figura 1. População de estudantes do curso de Nutrição que afirma conhecer alimentos diet e light. Quando questionados sobre o conhecimento das diferenças entre os produtos abordados na pesquisa, a maioria dos alunos afirmaram ter tal conhecimento, sendo 86% dos alunos do 1 período, 50% do 2 período e 71% do 3 período (Figura 2) Figura 2. População de estudantes do curso de Nutrição que afirma saber diferenciar alimentos diet e light Quanto a definição de produtos diet e light, 71,43% dos alunos do 1º período, 75% do 2º período e 85% do 3º período responderam corretamente a definição de diet. Já sobre light, apenas 28,57% do 1º período, 58,33% do 2º período e % do 3º período souberam a definição correta. Estes produtos foram criados para atender pessoas que tenham restrição a algum tipo de substância, como por exemplo, os diabéticos que não podem comer açúcares, os hipertensos que não devem ingerir nada com alto teor de sódio. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) o termo diet pode ser usado em dois tipos de alimentos: a) Nos alimentos para dietas com restrição de nutrientes (carboidratos, gorduras, proteínas, sódio); b) Nos alimentos para dietas com ingestão 126

128 Conhecimento dos estudantes de nutrição acerca dos produtos diet e light controlada de alimentos (para controle de peso ou de açúcares) (CHOUCINO et al., 2012). Para o autor supra citado, Light são aqueles alimentos que devem ter, no mínimo, 25% menos de algum componente calórico, seja açúcar, gordura, sal, entre outros. São aqueles que apresentam a redução de qualquer um de seus componentes (açúcar, gordura, proteína) tendo como referência o produto do mesmo tipo, e não tem fim especifico como os produtos diet. Estes resultados corroboram com as pesquisas quanto ao conhecimento e identificação de produtos diet e light por parte dos consumidores em geral. (CHOUCINO et al., 2012; MORESCO et al., 2012; VILELLA, 2000) Quanto em relação a definição de forma aberta para avaliar o conhecimento de forma subjetiva e por extenso das diferenças entre diet e light, percebeu-se que o nível de conhecimento é gradativo de acordo com o avanço no curso de nutrição período à período através da quantidade de respostas acertadas sobre a questão, diferente do que foi mostrado quando a alternativa se limitava a marcara de forma objetiva se os participantes sabiam diferenciar os produtos, onde a maioria assinalou saber tais diferenças. Fazendo um comparativo dos resultados do questionário abordado, percebeu-se que a população questionada, em sua maioria afirma conhecer os produtos mencionados na pesquisa e suas diferenças, porém ao serem submetidos a definir tais situações, a maioria dos participantes não souberam definir de forma correta. Produtos diet e light tornaram-se valiosas ferramentas para a obtenção de resultados positivos nas diversas e possíveis aplicações desses produtos, para isso é importante que se tenha o conhecimento necessário para tirar proveito das vantagens oferecidas por esses produtos. 5. CONCLUSÕES Através dos resultados obtidos na pesquisa, pode-se concluir que há deficiências quanto ao entendimento do real conceito de produtos light e diet. Pois, mesmo afirmando conhecer estes tipos de alimentos, menor parcela dos entrevistados realmente sabe definir o conceito correto das terminologias alimentares. 127

129 Conhecimento dos estudantes de nutrição acerca dos produtos diet e light Pode-se concluir este resultado também pelas respostas subjetivas, onde se percebeu dificuldade em definir os conceitos corretos para estes alimentos. Os estudantes ainda apresentam dificuldades em definir, diferenciar e obter informações sobre produtos denominados diet e light, entretanto percebeu-se que, de acordo com a progressão e aprofundamento em relação aos conhecimentos no curso de nutrição, houve maior entendimento em relação ao assunto abordado. Por fim, conclui-se através do presente estudo que há uma necessidade de melhor informar e de se buscar atualização quanto a este tipo nicho de mercado que são os alimentos diet e light por parte dos estudantes de nutrição. E que sejam realizadas outras pesquisas em relação ao tema. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de Orientação aos Consumidores - Educação para o Consumo Saudável. Brasília: Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária/Universidade de Brasília, p. CHOUCINO, C. C.; SAITO, L. H.; SANTOS, C. R.; RIBEIRO, J. Análise dos consumidores e de seu conhecimento sobre a diferença entre os produtos dietéticos. In: 3º simpósio de Iniciação Científica. LONDRINA: UNIFIL MATTA, I. E. A. Da; H, P.; SILVA, Y. Adequação à legislação vigente, da rotulagem de alimentos diet e light comercializados no Rio de Janeiro, RJ. Hig. aliment;20(147):97-103, dez MORESCO, G. P.; BARCELOS, A. L. V.; PIETZSCH, E. L. C.; BAMPI, G. B. Análise sensorial e identificação de produtos light por universitários. Textos Acadêmicos. Concórdia: Universidade do Contestado, VILELA, E. R. Alimentos dietéticos e alternativos. Textos Acadêmicos. Lavras: UFLA, WORLD HEALTH ORGANIZATION. Diet, nutrition and the prevention of chronic diseases. Report of a Joint WHO/FAO Expert Consultation. Geneva: WHO,

130 Panificação: uma visão bioquímica 1. INTRODUÇÃO PANIFICAÇÃO: UMA VISÃO BIOQUÍMICA Cássia Priscilla Santos DUARTE Camila Alves CARVALHO Andréia Silva BATISTA Giselle Medeiros da Costa ONE O pão é o alimento é um dos alimentos mais comuns e baratos de todo o mundo e é considerado como importante fonte de nutrientes. Acredita-se que o pão tenha-se originado há milhares de anos antes de Cristo (9). Na panificação a farinha mais apropriada é a farinha de trigo que contém a presença de uma proteína chamada glúten, que quando em contato com água forma uma massa elástica que retém os gases da fermentação (3). Essa proteína possui uma capacidade elástica que permite o pão ficar fofinho e gostoso, por não deixar arrebentar aqueles buraquinhos que se formam na massa quando ela cresce, ou seja, fermenta. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) exige que seja informado, no rótulo, que o alimento contém glúten, porque algumas pessoas têm alergia a essa proteína, uma moléstia chamada de doença celíaca. Além do trigo, a massa mais básica utilizada para a fabricação de um produto de panificação deve ter água, fermento e sal, porém para se produzir um produto de alta qualidade adiciona-se a esses produtos ingredientes extras para intensificar o desenvolvimento da massa durante o processo, melhorando também a qualidade do pão. Atualmente existe a presença dos melhoradores da massa que são um grupo de pequenos ingredientes, aditivos e auxiliares de processamento adicionados à massa, atuando principalmente como agentes estruturadores, amaciadores, umidificadores e aromatizantes (4,9). 2. OBJETIVOS Realizar uma pesquisa bibliográfica sobre a bioquímica da panificação. 129

131 Panificação: uma visão bioquímica 3. MATERIAL E METODO O estudo foi realizado no período de setembro e outubro de 2012, e o levantamento de dados deu-se por meio de pesquisa bibliográfica através de livros e artigos científicos. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO A qualidade e quantidade dos ingredientes da formulação, como a forma de processamento, podem produzir diminuição no volume e perda das características externas e internas do pão (7). A farinha de trigo é o ingrediente mais utilizado na receita do pão e a qualidade desta farinha está relacionada com fatores como clima, solo, o uso de novas variedades e leis mais rígidas com relação ao uso de fertilizantes, isso faz com que a utilização de aditivos em farinha de trigo aumente de forma expressiva (3). Para panificação uma farinha de boa qualidade é aquela que possui alta capacidade de absorção de água, tolerância ao amassamento e alta porcentagem de proteína. O amido é o principal constituinte da farinha de trigo, sendo seus maiores componentes os polímeros de glicose: amilose (23%) e amilopectina (77%) (9). Contribui para a formação da estrutura, consistência e textura da massa, é fonte de açúcares para as leveduras, favorecendo a coloração do miolo e da casca do pão, como também, favorece o volume do produto final devido à produção de gás carbônico (5). Quanto às proteínas, da quantidade total presente no trigo, 15% corresponde às proteínas não formadoras do glúten, ou seja, globulinas e albuminas e as 85% restantes correspondem às proteínas formadoras do glúten, sendo elas a gliadina e a glutenina (9). Para a formação do glúten é necessário a hidratação das proteínas gliadina e glutenina, por isso a água é o segundo ingrediente de maior quantidade utilizado na receita de pão. Recomenda se o uso de 60% de água em relação à farinha de trigo, sendo quase impossível encontrar uma farinha com este poder de absorção no mercado, encontra-se farinha com uma variação de 55 a 58% de absorção. (1) Os grãos de trigo com elevados teores de glúten úmido tendem a produzir as farinhas denominadas fortes (strong), enquanto que os grãos de trigo com baixos teores de glúten úmido proporcionam a obtenção de farinhas denominadas fracas (weak), as quais apresentam baixa elasticidade e baixo teor de proteínas, 130

132 Panificação: uma visão bioquímica sendo utilizadas principalmente na elaboração de bolachas e doces (6). O sal e o açúcar influenciam na atividade do fermento. O grau pelo qual as mudanças na pressão osmótica, provocadas pelo aumento do nível do sal, influenciando a atividade do fermento. O sal causa um efeito muito mais expressivo sobre o fermento do que o açúcar. Além disso, as quantidades de sal e açúcar são ajustadas na panificação por motivos de sabor, textura e vida de prateleira do produto (4). A gordura atua principalmente como lubrificante do glúten, contribuindo para melhorar as propriedades de expansão da massa, gerando pães com volumes maiores. Auxilia ainda na obtenção de pães com miolos de textura mais suaves e sedosos, diminui a taxa de retrogradação por formar um complexo com o amido, além de auxiliar na retenção de gases da massa, produzindo pães de crosta mais fina e macia (9). O fermento biológico é obtido a partir de culturas puras de leveduras, através de processos tecnológicos adequados, é empregado para dar sabor próprio e aumentar o volume e a porosidade dos produtos forneados..a levedura que atua no processo de fermentação é a Sacharomyces cerevisae (9). O mercado para fermentos cresceu devido à maior demanda de produtos fermentados, e em consequência do desenvolvimento de processos automatizados de panificação. Sua condição física pode ser líquida, seca ou prensada (4). A legislação brasileira define aditivos alimentares como: substâncias intencionalmente adicionadas aos alimentos com o objetivo de conservar, intensificar ou modificar suas propriedades, desde que não prejudiquem seu valor nutritivo, ressaltando a prevenção da deterioração ou decomposição dos mesmos. Os principais aditivos utilizados na panificação, e que também podem ser chamados de melhoradores, são os emulsificantes, as enzimas, os agentes oxidantes e os reforçadores de glúten (2). O melhorador tem a capacidade de se ligar à água e a outras gorduras ao mesmo tempo. Atuam, preferencialmente, na conservação dos produtos acabados, melhoram a lubrificação do glúten nas massas, facilitam e reduzem o tempo da mistura, beneficiam o volume dos produtos, facilitam o manuseio da massa e melhoram o sabor dos produtos (2). 131

133 Panificação: uma visão bioquímica Dentre os melhoradores de farinha, os agentes oxidantes são os produtos de maior importância na tecnologia de panificação. Atuam diretamente sobre a estrutura das proteínas do glúten, reforçando a rede de glúten através da formação de ligações dissulfídicas. Como consequência direta da ação reforçadora dos oxidantes sobre o glúten, a capacidade de retenção de gases é aumentada, o que resulta em pães com maior volume. Os principais agentes oxidantes utilizados são o bromato de potássio (proibido no Brasil), azodicarbonamida (liberada apenas para uso em moinhos) e ácido ascórbico (3). Os emulsificantes atuam diminuindo a taxa de retrogradação do amido, aumentando assim a vida de prateira do produto; reforçam o glúten proporcionando pães de maior volume e estrutura; e influenciam ainda de maneira benéfica sobre a crocância e crosta dos pães (9). O aumento na concentração da enzima provoca redução na absorção de água, melhora a tolerância ao processo mecânico e aumenta a extensialidade da massa. Melhora o volume, o sabor, o aroma, a estrutura da casca e do miolo, a maciez e aumentam a vida útil do produto (5). A farinha de trigo contém enzimas (principalmente amilases e proteases) em pequenas quantidades não ideais para princípios de panificação. Entre estas enzimas, encontram-se as a-amilases, xilases e pentonases, lípases, oxidades, lipoxogenases e proteases (8). 5. CONCLUSÃO O processo de panificação vem ganhando complexidades cada vez maiores se observados pela sua biotecnologia. A utilização dos aditivos como potenciadores na qualidade e duração de pães, exige maior conhecimento de como utilizá-los, para que não haja uso excessivo impedindo a perda dos valores nutricionais desses produtos. Houve uma diminuição desses aditivos no processo de panificação, mas ainda se faz preciso a utilização de aditivos naturais na panificação como questão de segurança sobre o emprego de substâncias químicas nos alimentos. 132

134 Panificação: uma visão bioquímica 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. SILVA, JOÃO CARLOS B. Melhoria do processo produtivo: um estudo de caso Padaria Salute. Nova Venécia: XX, PEREIRA, JOELMA ET AL. Composição centesimal da mucilagem do Inhame (Dioscorea SSP.) Liofilizado comparado a de um melhorador comercial utilizado na panificação e avaliação sensorial de pães de forma. Ciênc. Agrotec., vol. 33, Edição Especial, p , JUNIOR, J. E. P. J. e SARAIVA, F. Z.. Estudo comparativo de diferentes aditivos com função oxidativa sobre a farinha de trigo. Cultivando o Saber, Cascavel, vol 2, p , CAUVAIN, STANLEY P. E YOUNG, LINDA S. Tecnologia da Panificação. 2ª Ed. São Paulo: Editora Manole p. 5. QUEIJI, M. F. D. et al. Propriedades reológicas da massa de farinha de trigo de alfa-amilase. Publ. UEPG Ci. Exatas Terra, Ci. Agr. Eng., Ponta Grossa, vol. 12, n. 2, p.21-29, COSTA, MARIA DAS GRAÇAS DA et al. Qualidade tecnológica de grãos e farinhas de trigo nacionais e importadas. Ciênc. Tecnol. Aliment. Campinas, vol. 28, n. 1, p , FERREIRA, SILA MARY RODRIGUES et al. Parâmetros de qualidade do pão francês. B. CEPPA, Curitiba, vol. 19, n. 2, CARVALHO, WALTER et al. Aditivos alimentares produzidos por via fermentativa parte 3: polissacarídeo e enzimas. Revista Analytica, Lorena n. 20, p , 2005/ TREIB, E. Avaliação tecnológica de farinha mista de Trigo, Babaçu e Banana Verde e sua utilização na elaboração de pães tipo francês f. Dissertação (Mestrado) Universidade Positivo, Curitiba

135 Ácidos graxos trans: alerta na sua ingestão e de olho nas possíveis consequências ÁCIDOS GRAXOS TRANS: ALERTA NA SUA INGESTÃO E DE OLHO NAS POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS Francyalle Rayanne de Araújo BARBOSA Jéssica Fernanda Silva do NASCIMENTO Giselle Medeiros da Costa ONE 1- INTRODUÇÃO Os ácidos graxos trans apresentam uma ou mais duplas ligações, podendo formar isômeros geométricos, quando os hidrogênios ligados ao carbono da insaturação estão do mesmo lado o ácido graxo é denominado cis, quando estão em lados opostos é denominado trans. O consumo de ácidos graxos trans pela população vem aumentando desde 1920, quando teve início a produção industrial de gorduras vegetais. A média de consumo estimada de ácidos graxos trans em países desenvolvidos é de 7-8 g/dia por pessoa. Através de estudos ficou evidenciado que as doenças mais associadas ao consumo de ácidos graxos trans são de caráter cardiovascular e as crônicas degenerativas; além de que seu consumo influencia no crescimento intrauterino, a obesidade e a doenças com tendências inflamatórias. Diante dessa realidade, como resultado do aumento da disponibilização dos ácidos graxos trans e dos estudos que os associam às consequências negativas para a saúde, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou, em 2004, a Estratégia Global para Promoção da Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde, estabelecendo a eliminação do consumo dos ácidos graxos trans como meta Uma das medidas que pode auxiliar a população a realizar escolhas alimentares mais saudáveis em relação aos ácidos graxos trans é a rotulagem de alimentos. No Brasil, de acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 360, de 23 de dezembro de 2003, é determinado que fossem declarados nos rótulos dos alimentos industrializados a quantidade de gorduras trans presente nos alimentos. Desde o dia 1 de agosto de 2006, as empresas devem obrigatoriamente especificar esta informação na embalagem de seus produtos, inclusive se o teor for considerado menor ou igual a 0,2g/porção, ele deve divulgar na embalagem, o termo zero trans. 134

136 Ácidos graxos trans: alerta na sua ingestão e de olho nas possíveis consequências No presente estudo serão abordados diversos temas objetivando o consumo dos ácidos graxos trans, relacionando às possíveis consequências, tanto benéficas, quanto maléficas para com o indivíduo, além de especificar seus interesses e modos diferentes e conscientes de seu consumo. 2- OBJETIVOS Apresentar uma revisão bibliográfica sobre os ácidos graxos trans de origem, tanto industrial, quanto natural, seu consumo, consequências para a saúde e as possibilidades de controle da ingestão, discutindo também fatores de caráter de rotulação nutricional de acordo com a Legislação Brasileira. 3- MATERIAIS E MÉTODOS A pesquisa do tipo bibliográfica obteve informações mediante revisão de artigos apresentados na base de dados SciELO e livros. 4- RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1- Efeitos na Saúde As gorduras trans podem desempenhar importante efeito deletério na saúde humana. Embora existam diversas recomendações do seu consumo, a ausência de informações em tabelas de composição química de alimentos e rótulos dos produtos consumidos no país prejudica essa ação. Os alimentos contendo gordura parcialmente hidrogenada contribuem com cerca de 80% a 90% na ingestão diária de AGT. Os óleos refinados apresentam níveis razoavelmente pequenos, mas a reutilização, principalmente no preparo de alimentos fritos, pode tornar significativa a sua contribuição nessa ingestão diária, que, recomenda-se, que seja de 2% a 5%. Um aumento de 2% nessa ingestão diária de AGT pode ser responsável pela ascensão de 23% na incidência das doenças coronarianas em adultos saudáveis. As doenças mais associadas ao consumo desse ácido graxo são as doenças cardiovasculares e as crônicas degenerativas. O consumo de isômeros trans altera as concentrações séricas de lipídeos, aumentando a lipoproteína de baixa densidade (LDL colesterol) e diminuindo a lipoproteína de alta densidade (HDL 135

137 Ácidos graxos trans: alerta na sua ingestão e de olho nas possíveis consequências colesterol), sendo, por estes motivos, associado ao aumento no risco da doença arterial coronariana (DAC). Além disso, o aumento dos níveis de lipoproteína e de triglicerídeos séricos, efeitos adversos no metabolismo de ácidos graxos essenciais e no balanço das prostaglandinas, podendo levar à trombogênese (elevação de marcadores de inflamação e disfunção endotelial, favorecendo a formação de placas ateroscleróticas). A morte súbita e a resistência à insulina são outras consequências possíveis. A eliminação de ácidos graxos trans da dieta da população é essencial. Trata-se, contudo, de uma medida importante, considerando-se que o resultado desse controle será a melhoria da saúde da população, com conseqüente redução de gastos com a saúde. Porém, pode-se inferir que ainda é um desafio para indústria de alimentos e para as redes de fast-food; sendo assim, o seu consumo ainda é uma realidade, especialmente para as pessoas que costumam consumir alimentos industrializados e/ou provenientes dessas redes. 4.2-Ácidos graxos trans e a saúde materno-infantil Entre as pesquisas voltadas para a relação entre o consumo de ácidos graxos trans e a saúde materno-infantil, relatam-se que os ácidos graxos trans são transferidos de mãe para filho por meio do leite e da placenta. O elevado consumo de ácidos graxos trans durante a gestação e lactação, pode além das implicações nutricionais, ter como consequência direta a redução de ingestão de ácidos graxos essenciais. Os AGT monoinsaturados e poliinsaturados podem inibir as enzimas β6 e β5 dessaturase, bloqueando o metabolismo dos ácidos graxos essenciais, alterando o desenvolvimento intra-uterino pela inibição da síntese dos ácidos araquidônico e docosahexaenóico, favorecendo o desenvolvimento de síndromes relacionadas a deficiência destes ácidos graxos e podendo afetar também o processo de desenvolvimento da criança. Esse consumo pode modificar tanto o perfil lipídico plasmático quanto alterar a expressão de adipocinas envolvidas com a resistência insulínica. O teor do AGT do leite materno apresenta alta correlação com a quantidade ingerida, seja referente ao consumo atual ou de longo prazo. Outro efeito verificado entre os ácidos graxos trans e a gestação refere-se ao aumento de risco de pré-eclampsia. O risco de pré-eclampsia eleva-se de forma linear 136

138 Ácidos graxos trans: alerta na sua ingestão e de olho nas possíveis consequências com o aumento dos níveis de trans. A hipótese metabólica para explicar esse processo ainda está sob investigação em estudo de caráter longitudinal. O equilíbrio entre o consumo de ácido graxo linoléico e trans na gestação é indispensável, além da garantia de suprimento adequado de todos os ácidos graxos essenciais na dieta. O consumo de trans seria de 10% no máximo, em relação a energia total da dieta diária materna. 5- CONCLUSÕES Foi perceptível que o consumo de ácidos graxos trans pela população cresceu paralelamente ao aumento do seu uso pelas indústrias de alimentos. Ë de suma importância a rotulagem dos alimentos, onde, dá ênfase às maneiras como estão disponibilizadas as informações nutricionais e a lista de ingredientes Em relação à trabalhos educativos, seria necessário a realização de conscientização da população sobre os agravos trazidos pela ingestão de alimentos que contenham ácidos graxos, utilizando como mediador, tanto o corpo a corpo, como também o rádio e a TV. 6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHIARA, Vera Lúcia. Ácidos graxos trans: doenças cardiovasculares e saúde materno-infantil. Disponível em: < Acesso em: 07 de nov SCHER, C.; PINTO, J.. O que o cardiologista precisa saber sobre gorduras Trans.Disponível em < equence=1>acesso em 09 de nov MARQUES, A.; CASTRO, V.; TESSA, B.; SEVERO, R. C. Formação de toxinas durante o processamento de alimentos e as possíveis consequências para o organismo humano. Disponível em< Acesso em 10 de nov.2012 HENRIQUE, T., PORTE, A.. A influência dos ácidos graxos trans nas doenças cardiovasculares. Disponível em < 2.pdf> Acesso em 12 de nov

139 Ácidos graxos trans: alerta na sua ingestão e de olho nas possíveis consequências HISSANAGA, V. M., PROENÇA, R. P. da C., BLOCK,J. M.. Ácidos graxos trans em produtos alimentícios brasileiros: uma revisão sobre aspectos relacionados à saúde e à rotulagem nutricional. Disponível em< Acesso em 12 de nov. de

140 Estabilizantes alimentares: efeitos desejáveis nos alimentos ESTABILIZANTES ALIMENTARES: Efeitos desejáveis nos alimentos Larissa Isley de Araújo SOUTO Joseli Fernandes SILVA Rowse Alencar Ramalho de FIGUEIRÊDO Giselle Medeiros da Costa ONE 1. INTRODUÇÃO Por volta da metade do século XX ocorreu um aumento do consumo de alimentos industriais, consequentemente a modernização indústria para conseguir atender maiores demandas da população. Um dos maiores problemas enfrentados pela indústria de alimentos era o de manter a integridade dos seus produtos por períodos mais longos, e assegurar que estas permanecessem frescos e atrativos para o consumo. Nesse cenário, substâncias capazes de assegurar as características físicas desses alimentos são adotadas de maneira mais intensa. Os estabilizantes mantêm as propriedades físicas dos alimentos, mantendo a homogeneidade dos produtos e impedindo a separação dos diferentes ingredientes que compõem sua fórmula. Seu uso abrange desde lacticínios, doces, sobremesas, sopas, panificação, massas, caldos concentrados, alimentos a itens processados, biscoitos, sorvetes, achocolatados e sucos, garantindo não somente suas propriedades físicas como também sua homogeneidade, facilitando sua dissolução, aumentando a viscosidade, evitando a cristalização, podendo ainda promover a formação e estabilização de espuma, em vários produtos, também é um efeito deste aditivo. Os estabilizantes são geralmente carboidratos grandes,que possibilita a junção de substâncias menores nos alimentos, formando um produto mais estável. Este é o maior grupo de aditivos, muitos dos quais são substâncias naturais. Eles alteram ou controlam a consistência de um produto durante o resfriamento ou aquecimento, ou no armazenamento. Segundo a legislação brasileira, portaria Nº 540 de 27 de outubro de 1997, do Ministério da Saúde, estabilizante é a substância que torna possível a manutenção de uma dispersão uniforme de duas ou mais substâncias imiscíveis em um alimento. Os estabilizantes devem ser usados preferivelmente como meio 139

141 Estabilizantes alimentares: efeitos desejáveis nos alimentos suplementar no processo industrial do alimento e deve não ocasionar risco á saúde do indivíduo que se nutrir desse alimento. 2. OBJETIVOS Conceituar estabilizantes, averiguar sua importância na indústria de alimentos, qual a origem desses produtos e quais são mais utilizados atualmente. 3. MATERIAL e MÉTODOS Trata-se de uma pesquisa exploratória de natureza bibliográfica, onde por meio de artigos científicos tentaremos explicar e exemplificar os estabilizantes e sua importância na conservação de alimentos. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO A ação de conservar alimentos é um ato comum aos humanos desde épocas remotas. Com o advento de novas tecnologias ocorreu uma aumento na capacidade de armazenamento de alimentos por longos períodos sem comprometimento de sua integridade física. Mesmo tendo sofrido modificações, os princípios básicos da tecnologia aplicada na conservação dos alimentos continuam sendo aplicados nas modernas fábricas de processamento e conservação dede itens alimentícios, como a secagem, a defumação, a salga, a fermentação, o congelamento, etc. O aumento na demanda de alimento cresce junto do aumento da população mundial, em consequência, o aumento da produção agropecuária. Como os produtos agropecuários são perecíveis e sazonais, se torna necessário o uso de métodos de processamentos específicos para conservação desses produtos, para que esses possam ser transportados e consumidos durante um maior espaço de tempo. Os estabilizantes são misturas ou substâncias que facilitam a dissolução, aumentam a viscosidade dos ingredientes, ajudam a evitar a formação de cristais que afetariam a textura e promovem uma integração homogênea de ingredientes como óleo e água, por exemplo, que normalmente se separariam e ainda evita que os ingredientes se separem com o tempo. As funções dos estabilizadores variam dependendo da substancia usada (TABELA 1) e o tipo de alimento a qual vai ser adicionada. Na 140

142 Estabilizantes alimentares: efeitos desejáveis nos alimentos indústria os principais estabilizadores são: as gomas carboidratos complexos de origem vegetal com propriedades espessantes e gelificantes; Alginatos, polissácarídios provenientes da parede celular de algas Phaeophytas com propriedades gelificantes; fumarato de sódio e glutamato de sódio substâncias que ressaltam ou realçam o sabor e aroma dos alimentos; Polisorbato 80, 65, 60, 40 e 20 (Associados a Mono e diglicerídeos) que age como estabilizantes, emulsificante, aumentando a umidade de produtos secos, aumentar a maleabilidade em gomas de mascar, manter o frescor e o sabor agradável de certos alimentos, modificante no processo de cristalização de gorduras. A carragena é um hidrocolóide extraído de algas marinhas das espécies Gigartina, Hypnea, Eucheuma, Clondrus e Iridaea, sua aplicação abrange a ação de espessante, gelificante, agente de suspensão e estabilizador. Na água e no leite a carragena age de maneiras diferentes, enquanto na água possui propriedades espessantes e gelificantes, no leite, possui a propriedade de reagir com as proteínas e prover funções estabilizantes. A carragena pode assumir diferentes texturas: em temperatura ambiente forma gel firme ou elástico; transparente ou turvo; forte ou débil; termo-reversível ou estável ao calor; alta ou baixa temperatura de fusão/gelificação. A indústria dos sorvestes é muito beneficiada pelo uso de estabilizadores. Desde a fabricação até o consumo, os sorvetes sofrem grandes alterações de temperatura e sua integridade fica comprometida. O estabilizante evita a formação de cristais, mantém a textura cremosa do sorvete e ainda proporciona resistência a seu derretimento. Algumas substâncias estabilizadoras usadas na indústria e suas funções: Carragenina (extraída do musgo-da-irlanda, um tipo de alga marinha) usada em pudins, milk shakes e sorvetes. A carragenina, geralmente, é utilizada associada a um agente gelificante; Alginatos (fonte: alga-marinha) utilizados em massas de pastéis, geléias, sorvetes, queijos, doces de frutas, iogurtes, enlatados congelados, cremes chantilly e cerveja; Caseína (fonte: leite) utilizada em confeitos; Goma Guar (retirada do endosperma do feijão de tipo Guar) utilizada em queijos, sorvetes, sopas, geléias, conservas e sobremesas); Goma Jataí (obtida do feijão de alfarroba) utilizada em bolos, biscoitos, molhos para saladas, na melhoria das características de congelamento e de fusão de sorvetes, na melhoria da palatabilidade dos géis de carragena (diminui a dureza); Goma Xantana (é um heteropolissacarídeo produzido pela Xanthomonas campestris) utilizada molhos diversos, sopas, maioneses, geléias, embutidos, iogurtes e cremes. A goma xantana apresenta excelente estabilidade em valores do ph extremos, na faixa de 2 a 11, além de poder ser dissolvida a quente ou a frio. 141

143 Estabilizantes alimentares: efeitos desejáveis nos alimentos Carboximetil Celulose Sódica (CMC) (produzida a partir de celulose e monocloroacetato de sódio) além de ser aquasolúvel, suas soluções apresentam viscosidade em elevadas faixas de valor de ph. Funcionam em grande escala, como estabilizantes em sorvetes proporcionando boa textura e corpo com boas propriedades de fusão. Os aditivos autorizados como BPF encontram-se no Regulamento técnico sobre aditivos utilizados segundo as boas práticas de fabricação e suas funções contido na Resolução nº ANVS/ MS, de 5 de agosto de 1999, alguns serão demonstrados na Figura 1. Figura 1: Estabilizantes alimentares: efeitos desejáveis nos alimentos 5. CONCLUSÕES Os estabilizantes têm muitas funções nos alimentos.e principalmente na indústria,de uso, preferencialmente industrial. 142

144 Suas propriedades garantem a integridade de muitos produtos de nosso consumo diário, facilitam a dissolução, aumentam a viscosidade dos ingredientes, ajudam a evitar a formação de cristais que afetariam a textura (melhorando a mesma) e mantêm a aparência homogênea do produto. A grande maioria é formada por polissacarídeos ou ainda por proteínas. A formação e estabilização de espuma, em vários produtos, também é um efeito deste aditivo. Os aditivos autorizados como BPF encontram-se no Regulamento técnico sobre aditivos utilizados segundo as boas práticas de fabricação e suas funções. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EVANGELISTA, J. Tecnologia de Alimento. São Paulo:Editora Atheneu, p p. Estabilizantes, Food Ingredients Brasil Nº FREITAS, A.L, FIGUEIREDO,P.Conservação de alimentos. Livro de apoio a disciplina Concervação de alimentos.lisboa, GAVA, A.J. Princípios de Tecnologia de Alimentos. São Paulo:Nobel, p POLÔNIO, M.L.T, PIRES,F. Consumo de aditivos alimentares e efeitos à saúde: desafi os para a saúde pública brasileira. Caderno de. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 25(8): , ago,

145 Bebidas energéticas: benefício ou malefício? BEBIDAS ENERGÉTICAS: benefício ou malefício? 1.INTRODUÇÃO Pâmela FERREIRA Irisnay CORREIRA Giselle Medeiros da Costa ONE As bebidas energéticas são bebidas não alcoólicas, gaseificadas, normalmente composto basicamente por cafeína e carboidratos (açúcares), além de aminoácidos, vitaminas, minerais, extratos de plantas, e a eles são acrescidos aditivos acidulantes, agentes conservantes, aromatizantes e corantes. Quando consumida, independentemente da sua propriedade ou misturados com outras drogas legais ou ilegais, acabam por ter efeito muito insalubre. Eles podem causar insónia, nervosismo e ansiedade. Mas também, quando combinado com álcool, mascarando a sensação de embriaguez. Vale ressaltar que as bebidas energéticas são diferentes das esportivas. A maioria dos energéticos simplesmente provê muito açúcar e/ou cafeína. Já as bebidas esportivas têm o objetivo de reabastecer eletrólitos, açúcar, água e outros nutrientes, sendo geralmente isotônicos (contém as mesmas proporções achadas no corpo humano). Eles são projetados para fornecer um benefício específico, para se enquadrarem na categoria de alimentos funcionais. Inicialmente, eles foram criados para "aumentar a resistência física, proporcionar respostas mais rápidas e maior concentração, aumentar a agilidade mental (evitar dormir), proporcionam uma sensação de bem-estar, estimular o metabolismo e ajudar a eliminar substâncias prejudiciais para o organismo. Como resultado de estimulação que produz, cria um estado de permitindo euforia hiperativo mantida durante várias horas. Devido o aumento do consumo desse tipo de bebida, e a falta de informação ou as informações erradas que os consumidores tem, esse trabalho tem o objetivo de informar sobre o real poder das bebidas energéticas. Essa bebida tem se tornado cada vez mais presente na vida dos jovens, seja na balada, na hora de estudar ou ate mesmo no treino, por esse motivo é importe que informa-los sobre as consequências do uso e abuso dessas bebidas. 144

146 Bebidas energéticas: benefício ou malefício? 2. OBJETIVOS Objetivou-se realizar uma pesquisa bibliográfica sobre as bebidas energéticas 3. MATERIAL e MÉTODOS A pesquisa foi do tipo bibliográfica e foi realizada através de artigos científicos e livros. 4.RESULTADOS E DISCUSSÃO As bebidas energéticas apresentam em sua composição cafeína, taurina, e vitaminas, hidrato de carbono e outras substâncias e seu consumo objetiva-se uma melhoria psicológica ou física (SafeFood, 2002). A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) define uma bebida energética como um composto líquido pronto para o consumo que contém inositol, glucoronolactona, taurina ou cafeína, sozinho ou combinado, e com ou sem vitaminas e / ou minerais até 100% da ingestão diária recomendada (DRI) (AGÊNCIA, 2005). A Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde publicou, no Diário Oficial da União de 5 de novembro de 1998, a Portaria no 868, regulamentando a produção e a venda de bebidas energéticas, identificando-as como compostos líquidos prontos para o consumo. Analisando a composição dessas bebidas, observa-se que a grande maioria consiste numa mistura de carboidratos (cerca de 11g/dl), taurina (cerca de 400mg/dl), cafeína (cerca de 32mg/dl), glucoronolactona (cerca de 240mg/dl), inositol (cerca de 20mg/dl) e vitaminas do complexo B (40% a 100% das necessidades diárias) (CARVALHO et al, 2006). A quantidade máxima de cafeína permitido para bebidas energéticas é de 35mg.100 ml-1 (AGÊNCIA, 2005) e não existe regulamentação quanto ao mínimo valor aceite, prevalecendo o que esta no rótulo, e de acordo com a regulamentação da ANVISA (confirmado no protocolo , datado de 06 de dezembro de 2010): "A quantidade de cafeína presente em alimentos para o consumo deve corresponder ao informado no rótulo do produto. Não há nenhum regulamento que define uma margem de erro para o valor de cafeína informado pela empresa na etiqueta do produto em relação ao seu conteúdo real." (AGÊNCIA, 2005). 145

147 Bebidas energéticas: benefício ou malefício? Os seus ingredientes principais são os seguintes: Carboidratos - A maioria destas bebidas contêm cerca de 20 a 30 gramas de hidratos de carbono, mas alguns deles podem exceder 60 gramas na forma de monossacarídeos e dissacarídeos, tais como frutose, a sacarose, dextrose, glicose e maltodextrina. Glucoronolactona - É um hidrato de carbono derivado de glucose, é um intermediário no metabolismo no homem. De acordo com os fabricantes, na atividade física age como um desintoxicante, diminuindo a fadiga e melhorando a performance. Taurina - Este é o aminoácido mais comum encontrado nessas bebidas. Ele funciona como um transmissor metabólico, desintoxicante e acelera a contratilidade cardíaca. Outra das suas funções antioxidantes é como auxiliares de regeneração das membranas celulares, de modo como a diminuição da secreção do ácido láctico nos músculos, o que reduz o cansado, às vezes o desgaste físico. Piruvato - Quando fornecidos em grandes quantidades causam perturbações gastrointestinais, mas tem melhorado o desempenho do exercício em estudo (STANKO et al, 1990), mas nas doses presentes nos benefícios BE não verificadas no desempenho. Cafeína - Cafeína provoca um estímulo para o cérebro, reduzindo a ação da adenosina, um transmissor nervoso que produz calma Em seguida, gera uma sensação de vitalidade e força par algumas horas. Este estado de alerta aumenta a concentração e a resistência à maiores esforços físicos e mentais.. A cafeína é a substância mais utilizado em todo o mundo psicoativas sendo que sua ingestão de altas doses (10 a 15 mg.kg -1 de peso corporal) pode causar sintomas indesejáveis, tais como tremores, taquicardia, insônia, irritabilidade, ansiedade, náuseas e desconforto gastrointestinal (Stephenson, 1977 apud CARVALHO et al, 2006). Carvalho et al (2006) afirmam que devido ao crescimento do mercado de bebidas energéticas, é extremamente importante para desenvolver métodos rápidos, confiáveis e de baixo custo para o controle de qualidade do produto final e determinar o cumprimento de níveis de cafeína com os máximos admissíveis regulamentos limite brasileiros. Além disso, uma vez que a adição de cafeína é desejável neste tipo de produto, é importante verificar se o teor de cafeína é adicionado de acordo com o conteúdo declarado na 146

148 Bebidas energéticas: benefício ou malefício? informação etiquetas produto nutricional para obter as propriedades estimulantes. Produtos nesta categoria incluem a Red Bull, Redline, Monster, Full Throttle, assim como muitos outros (Quadro 1). Quadro 1. Comparação das bebidas energéticas mais populares. * As quantidades desconhecidas de cafeína, parte de uma fórmula. Fl oz oz = fluido é equivalente a ml. Fonte: Bebidas Energizantes: Un Artículo de Revisión Problemas que as bebidas energéticas podem causar: Consumo abusivo: Atualmente percebe-se, que o consumo abusivo de bebidas energéticas podem causar quadros de ansiedade, fadiga, nervosismo, insônia, taquicardia, tremores, inquietação motora, aumentar pressão arterial e criar vício. Cada latinha de energético equivale a cerca de três xícaras de café, bebida que também é rica em cafeína. Por isso, o ideal é que a pessoa consuma, no máximo, uma lata e meia por dia, porque cafeína em excesso pode intoxicar o organismo, levando a náuseas, taquicardia, tremores, insônia, irritabilidade e zumbidos. Misturado com álcool: Ao ingerir a bebida, você perde a noção exata de autocontrole, podendo ficar mais bêbado do que imagina estar. Isso porque essa mistura bloqueia a defesa do organismo que lhe diz que você não deve tomar mais álcool. Utilizado durante o exercício: Considerando seu alto teor de carboidratos não é recomendada ingerir antes ou durante o 147

149 Bebidas energéticas: benefício ou malefício? exercício, porque retardar o esvaziamento gástrico e absorção intestinal. Além disso a cafeína causa um certo grau de desidratação devido ao seu efeito diurético. Isto poderá ter uma importância significativa na realização de exercícios de longa duração num ambiente quente. 5. CONCLUSÕES A partir da pesquisa realizada, ficou evidente que este tipo de bebida é mais utilizada pelos jovens no desempenho Atlético, para estudar ou para se divertir nas festas. Infelizmente, muitos jovens têm encontrado uma maneira de "estender" a noite de festa misturando álcool nessas bebidas. É igualmente preocupante que alguns estudantes buscam refúgio nessas bebidas quando enfrenta períodos de exames intensos. É necessário informar os nossos jovens sobre as consequências do uso e abuso dessas bebidas. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA. Resolução RDC nº 360, de 23 de dezembro de Aprova o Regulamento Técnico sobre Rotulagem Nutricional de Alimentos Embalados que obriga a declaração do valor energético, carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans e sódio no rótulo do produto. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 dez BALLUS, C.A et al. A fast and efficient method for the study of caffeine levels in energy drinks using micellar electrokinetic chromatography (MEKC). Ciênc. Tecnol. Aliment. vol.32 no.2 Campinas Apr./June CARVALHO, J. M. et al. Perfil dos principais componentes em bebidas energéticas: cafeína, taurina, guaraná e glucoronolactona. Revista do Instituto Adolfo Lutz, v. 65, n. 2, p , CASTELLANOS, R.A, ROSSANA, M.R, FRAZER, G.G. Efeitos fisiológicos de bebidas energéticas. - REV. FAC. CIENC. MED MELGAREJO, M. El verdadero poder de las bebidas energéticas. Food Revista Foco Disponível em:<http: oxygensportclub.com>. Acesso em 10/11/2012. REISSIG, C. J.; STRAIN, E. C.; GRIFFITHS, R. R. Caffeinated energy drinks - A growing problem. Drug and Alcohol Dependence, v. 99, p. 1-10, Disponível em:. Acesso em 12/11/

150 Azeite e seus benefícios AZEITE E SEUS BENEFÍCIOS Mariana Augusta Moura de LIMA Robson Queiroz da SILVA Alana Ferreira SÁTIRO Giselle Medeiros da Costa ONE 1. INTRODUÇÃO Dentre os óleos vegetais comestíveis comercializados mundialmente o azeite de oliva (Olea europaea salitava L.), produzido mediante processos de extração, depuração, a partir da prensagem de azeitonas é um dos mais importantes e antigos do mundo. É considerado o principal ingrediente representante, e ainda empresta aos alimentos seu aroma e sabor inconfundível. Existem vários tipos de azeites de oliva, cada qual com sua características, que varia de acordo com país produtor, tipo de colheita, seleção e modo de produção. Alguns são feitos com azeitonas ainda verde, o que lhes atribui um sabor mais ácido, outros produzidos com olivas maduras e possuem um sabor mais doce, macio ou frutado. O azeite é um lipídeo líquido à temperatura ambiente, pertencendo, portanto, à categoria dos óleos. É constituído por uma mistura de, praticamente, três ácidos gordos, nos seguintes teores médios: um ácido gordo saturado, com uma cadeia carbonada de 16 C - ácido palmítico (12,3%); um ácido gordo mono-insaturado, de 18º C - ácido oléico (85,4%); um ácido gordo poli-insaturado, de 18º C - ácido linoléico (2,2%). Assim como o azeite, são óleos extraídos a frio e, portanto mais saudáveis e nutritivos do que os óleos refinados em larga escala na culinária brasileira.é, alem disso, a única gordura vegetal que pode ser consumida diretamente, virgem e crua. O azeite de oliva corresponde por 3% do consumo mundial de óleos vegetais e é um alimento considerado rico em polifenóis, que reduzem a formação de radicais livre. 2. OBJETIVOS Realizar uma revisão bibliográfica sobre os benefícios do azeite. 149

151 Azeite e seus benefícios 3. MATERIAL e MÉTODOS Este trabalho tratou-se de uma revisão bibliográfica realizada através de artigos científicos e livros. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO O azeite de oliva pode ser classificado em dois tipos de azeites: virgem e extra-virgem e a diferença entre eles esta no teor de acidez, o que também acidez, maior a pureza do produto. Peixoto et al., (2009) mencionaram que os valores distintos de ácidos são estabelecidos para os diferentes tipos de azeite de Olivia. Classificados pelos modos de obtenção (extração mecânica ou extração por solvente) e pelo fato de sofrerem refinação e mistura. Muitos são os fatores que influenciam na determinação das características químicas e organolépticas: a variedade da planta, o clima, o solo, o método de colheita, o transporte das azeitonas do campo até o largar ou a técnica de prensagem. Os principais parâmetros químicos úteis que devem ser observados para determinar o nível qualitativo de um azeite virgem de oliva são a acidez, que está relacionada a quantidade de acidos graxos livres (uma grande quantidade de ácidos graxos livres indica que o produto está em acelerado grau de deterioração); a oxidação, onde o número de peróxido indica o grau de oxidação do óleo e a sua tendência de se tornar rançoso, sendo sinônimo de degradação e envelhecimento; a quantidade de Polifenois, pois determinam as características de amargo e picante, quanto em relação à saúde uma vez que são antioxidantes naturais. Bioquimicamente, a diferença entre eles esta no teor de acidez, onde o azeite virgem tem acidez menor ou igual a 2 gramas. Já a acidez do extra-virgem é menor e é o tipo mais puro (AFRED HALPEM; 2012). O extra-virgem e puro e não pode ser misturado a nenhum outro tipo de óleo e deve ter acidez máxima de 0,8%. Já no virgem ser resultado de blend entre dois bons azeites e deve ter acidez máxima de 2%. A acidez indica a qualidade da azeitonas usadas na fabricação do azeite (ADMIM, 2011). O mais importante é saber o que diferencia a um tipo de azeite do outro e como escolher o mais adequado para cada ocasião de uso ou de ocasião de uso preferência particular de paladar (AFRED HALPEM, 2012). 150

152 Azeite e seus benefícios O extra virgem é recomendado para consumo cru, como por exemplo, em saladas, por causa do sabor. O virgem, apesar de ter os mesmos benefícios, tem o sabor menos apurado e pode ser usado para cozinhar, além de ser mais barato. Apesar de fazer bem para a saúde, o azeite não apresenta quantidades importantes de ômega-3, como o óleo de canola e de soja que possuem teores mais elevados. A gordura do azeite suporta temperatura muito alta, mas suas propriedades benéficas são preservadas apenas até 180 graus. Pode ser usado para refogar, assar, cozinhar, mas não para fritar alimentos (AFRED HALPEM, 2012). Na cozinha se submetidos a muito calor por período prolongo, como frituras e cozimentos, eles perdem os antioxidantes e aromas diferenciados. Em uma única colher de sopa, conta-se em media, 120 calorias (PEIXOTO, 1998). O azeite é um alimento que apresenta vários benefícios para a saúde. É rico em antioxidantes, ingrediente pode funcionar como anti-rugas, hidratante e calmante; é fonte de vitaminas E, A e K, ferro cálcio, magnésio, potássio e aminoácido beneficiando a pele olhos, ossos, saúde células e função imunológica, além de O azeite de oliva é altamente digestivo e é considerada a gordura melhor tolerada pelo nosso organismo; regula a função intestinal; protege a mucosa do estômago; produz um efeito de regeneração da pele; estimula o crescimento e favorece a absorção de cálcio, ajudando a evitar a osteoporose; contribui para prevenção e/ou redução dos sintomas da artrite e do reumatismo; ajuda na prevenção de doenças cardiovasculares; fortalece o sistema imunológico; permite elevada absorção de vitamina, particularmente da vitamina E; proporciona um envelhecimento saudável e protege contra o declínio de funções cognitivas relativas à idade e a doença de Alzheimer (LEITE, 2011). Na primeira infância, a criança, ao passar da alimentação exclusivamente láctea para a alimentação diversificada, necessita de uma adequada absorção de ácidos gordos essenciais, para que não ocorram carências que determinariam atraso no crescimento e outras alterações. O azeite proporciona uma quantidade de ácidos gordos semelhante à parte gorda do leite materno e, por meio do seu principal constituinte - ácido oléico - exerce uma ação benéfica no crescimento, na calcificação e no desenvolvimento dos ossos (MARCH, 1994). 151

153 Azeite e seus benefícios Uma pesquisa da Universidade de Bordeaux, na França comprovou: usar regularmente o azeite no cardápio reduz em 41% o risco de derrames, controla o colesterol, ajuda a aumentar HDL, a baixar LDL, a manter a pressão e evitar problemas cardiovasculares e diabetes.o ideal é usar, no máximo, duas colheres de sopa por dia - cada uma tem 90 calorias (LEITE, 2011). 5. CONCLUSÕES O azeite é uma das gorduras mais saudáveis e nutritiva, ajudando ao ser humano a manter uma alimentação saudável e aumentar o HDL e a diminuir o LDL. Registros comprovam que o uso diário do azeite beneficia o coração, pele, unhas e cabelo. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AFRED HALPEM; A. P. Variar os tipos de óleos usados nas refeições faz bem para a saúde. G1, São Paulo, Jun. 2012, Disponível em: < Acesso em: 02 nov, ADMIM, Você sabe como escolher um bom azeite?. REVISTA AGROPECARIA, set. 2011, Disponível em: < Acesso em: 02 nov LEITE, C. Conheça os benefícios do azeite. JORNAL HOJE, Belo Horizonte, Jul. 2011, Disponível em:< Acesso em: 03 nov MARCH, L. O Azeite na Cozinha Mediterrânica. Lisboa: Centro de Informação do Azeite. PEIXOTO, E. R. M., SANTANA, D. M.N. e ABRANTES, S. Avaliação dos índices de identidade e qualidade do azeite de oliva - proposta sta para atualização da legislação brasileira. Ciênc. Tecnol. Aliment., Out 1998, vol.18, no.4, p Disponível: < br/scielo.php?pid=s &script=sci_arttext > Acesso em: 27 out

154 Glutamato monossódico GLUTAMATO MONOSSÓDICO Paloma A. Cupini NERY Márcia R. ASSIS Millena NEVES Giselle Medeiros da Costa ONE 1. INTRODUÇÃO O Glutamato Monossódico (MSG) é o sal sódico do ácido glutâmico, que é um aminoácido presente em todas as proteínas animais e vegetais. É composto por a proximamente 78% de ácido glutâmico livre, 21% de sódio, e até 1% composto de contaminantes. Foi em 1907 que o Professor Ikeda iniciou seus experimentos para identificar qual era a origem deste sabor distinto. Ele sabia que estava presente no "caldo" feito a partir de kombu (um tipo de alga marinha) encontrado na tradicional culinária japonesa. A partir de uma grande quantidade de caldo de kombu, ele conseguiu extrair cristais de ácido glutâmico (ou glutamato), que por sua vez, é um é um aminoácido e uma das unidades constituintes das proteínas. O Professor Ikeda verificou que o glutamato tem um sabor distinto, diferente do doce, azedo, amargo e salgado, e denominou este sabor de "umami". É um condimento muito utilizado na indústria alimentícia principalmente para realçar o sabor. Que já foi e ainda é motivo de discussões e estudos por suspeitas sobre possíveis malefícios a saúde. Em média uma pessoa consome diariamente entre 10 a 20 gramas de glutamato. A quantidade média aceitável de glutamato ingerido representa apenas 0,5 a 1,5 gramas por dia. 2. OBJETIVOS Objetivou-se obter mais conhecimentos sobre o glutamato monossódico, 3. MATERIAL e MÉTODOS A pesquisa do tipo bibliográfica obteve informações mediante revisão de artigos apresentados na base de dados SCIELO e livros. 153

155 Glutamato monossódico 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO O Glutamato Monossódico (GMS) recebe a nomeclatura de acordo com a IUPAC sodiun-2-amino-5-hydroxy-5-oxo-pentanoate, apresenta fórmula molecular C 5 H 8 NNaO 4 (Figura 1) massa molar e é muito solúvel em água (WELLS, 1984). Este realçador de sabor também é reconhecido como INS-621, código que corresponde à identificação no Sistema Numérico Internacional de Aditivos Alimentares elaborado pelo Comitê do Codex Numérico Internacional de Aditivos Alimentares elaborado pelo Comitê do Codex Alimentarius (BRASIL, 2010) É produzido através de fermentação, um processo usado para a produção de cerveja, vinagre, molho de soja e iogurte. O processo inicia com produtos naturais como o melaço da cana de açúcar ou do açúcar de beterraba, e amido obtido da tapioca ou de cereais. Figura 1. Fórmula estrutural Glutamato monossódico Fonte: triskle-terapianatural.blogspot.com Postula-se que o aditivo realça o sabor dos alimentos característico conhecido por umami seria um quinto gosto básico (KAWAMURA et al., 1991). O gosto umami permite que o GMS seja utilizado como substituinte do cloreto de sódio, reduzindo seu uso entre 30 e 40% nos alimentos (YAMAGUCHI et AL., 2000). É vendido sob a forma comercial usado em sopas enlatadas, biscoitos, carnes, saladas e refeições congeladas. de Aji-no-moto, caldo Maggi, caldo Knorr e molho Shoyu, Em média uma pessoa consome diariamente entre 10 a 20 gramas de glutamato. A quantidade média de glutamato ingerido a partir do GMS representa apenas 0,5 a 1,5 gramas por dia. Pelo fato do Molho Shoyu conter em sua composição GMS e ser bastante utilizado na culinária oriental, alguns autores consideram os sintomas por ele provocado como a "síndrome do restaurante chinês", cujos sintomas são: uma sensação de aperto e 154

156 Glutamato monossódico queimação no peito, dores na cabeça, enxaqueca, pescoço e ao redor dos olhos; sudorese, ondas de calor, e alterações do humor (BAAD-HANSEN ET AL. 2009). Nos indivíduos sensíveis, os sintomas começam 20 minutos após a ingestão do glutamato monossódico. (HE et al., 2008, ERB, 2006) SE evitados esses produtos, os sintomas serão reduzidos, e da prioridade para o shoyu com fermentação natural e SEM glutamato monossódico. Mas há uma controvérsia quanto aos problemas causados pelo GMS. Enquanto alguns pesquisadores relatam seus efeitos maléficos, pesquisas na Europa, nos Estados Unidos e na Ásia mostram claramente que o GMS usado no preparo de alimentos ou como um condimento é inócuo para o ser humano de qualquer idade. Para Parello (2008) associar a Síndrome do Restaurante Chinês ao consumo de alimentos contendo MSG é considerado incorreto e ultrapassado. PRAWIROHARDJONO et al., (2000) realizaram uma pesquisa para verificar uma possível relação entre o consumo de GMS e a síndrome do restaurante chinês foi desenvolvido na Indonésia, com a participação de 52 voluntários saudáveis. Por um período de 3 dias, previamente ao almoço, estes voluntários ingeriram cápsulas contendo de 1,5 a 3,0g de GMS ou ainda um placebo contendo apenas lactose. Posteriormente, os participantes deveriam relatar a ocorrência de sintomas, como dor de cabeça e náuseas. Os resultados não apresentaram diferenças significativas demonstrando que o consumo de GMS não promoveu os indesejáveis sintomas relatados na síndrome do restaurante chinês. A possível associação entre o consumo deste aditivo com o desenvolvimento ou agravamento da asma, foi descartada conforme estudo realizado em ratos induzidos à asma. A administração por via oral de GMS, não exerceu nenhum efeito sobre a situação induzida, seja no desenvolvimento ou na ocorrência de uma resposta aguda (YONEDA et al., 2011). Nos Estados Unidos, o FDA (Food and Drug Administration), órgão responsável pela regulamentação de alimentos naquele país, classifica o MSG como um ingrediente de alimentos seguro, de forma semelhante ao sal, o açúcar, o fermento e o vinagre. Ou seja, considera o MSG como uma substância de uso seguro em alimentos (REAL NEWS, 2010). O Codex Alimentarius, organização internacional que tem por objetivo proteger a saúde dos consumidores e assegurar a 155

157 Glutamato monossódico aplicação de práticas eqüitativas no comércio de alimentos, e o JECFA (Comitê Conjunto FAO/OMS de Peritos em Aditivos Alimentares e Contaminantes), reconhecem que o MSG, como aditivo alimentar, é de uso seguro em alimentos (op cit.). A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), órgão do Ministério da Saúde responsável pela regulamentação, fiscalização e controle de aditivos e alimentos no país, através da Resolução ANVS / MS n 386, de 5 de Agosto de 1999, publicada na Seção I do Diário Oficial da União do dia 9 de Agosto de 1999, classifica o realçador de sabor glutamato monossódico como um produto BPF (quantum satis), ou seja, com limite máximo de uso baseado na quantidade suficiente para se obter o efeito desejado no alimento, o que é estabelecido unicamente para aditivos alimentares considerados de uso seguro (BRASIL, 2010). 5. CONCLUSÕES O emprego de processos fermentativos otimizou sua produção e assegurou o suprimento da crescente demanda promovida pela indústria alimentícia e seu uso é regulamentado pelas principais agências reguladoras. Não existem comprovações suficientes de que o glutamato de monossodico seja prejudicial a saúde e nem tem tais efeitos nocivos levantado por alguns pesquisadores, é um aditivo amplamente utilizado como realçador de sabor em alimentos 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAAD-HANSEN, L.; CAIRNS, BE; ERNBERG, M; SVENSSON, P. Effect of systemic monosodium glutamate (MSG) on headache and pericranial muscle sensitivity. Cephalalgia. 28 APR Disponível em : Acesso em 15/11/2012. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Sistema Internacional de Numeração de Aditivos Alimentares. Brasília, Disponível em: < alimentos/aditivo.htm> Acesso em: 22 dez ERB, J. A report on the toxic effects of the food additive monosodium glutamate to the Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives. Canadian,

158 Glutamato monossódico HE, K., ZHAO, L., DAVIGLUS, M.L., DYER, A.R., HORN, L.V., GARSIDE, D. Association of monosodium glutamate intake with overweigth in Chinese adults. The Intermap Study. Obesity, 16(8), pp , KAWAMURA, Y., KURIHARA, K., NICOLAIDIS, S., OOMURA, Y., WAYNER, M.J. Umami: proceeding of the second international symposium on umami. Physiology & Behavior, 49, pp , PARELLO, M. L., O que é glutamato monossódico. Jornal livre. Agos, Disponível em: Acesso em 14/11/2012. PRAWIROHARJONO, W., DWIPRAHASTO, I., ASTUTI, I., HADIWANDOWO, S., KRISTIN, E., MUHAMMAD, M., KELLY, M.F. The administration to Indonesians of Monosodium L-Glutamate in Indonesian Food: Na Assessment of Adverse Reactions in a Randomizes Double- Blind, Crossover, Placebo-Controlled Study. Journal of Nutrition, 130, pp , WELLS, A. F. Structural Inorganic Chemistry, 5th ed., Oxford University Press, Oxford, UK, YAMAGUCHI, SHIZUKO; NINOMIYA; KUMIKO. Umami and food palatability. J Nutr. Apr; 130 (4S Suppl): 921S-6S Disponível em: Acesso em 13/11/

159 Corantes alimentícios: naturais x artificiais CORANTES ALIMENTÍCIOS: Naturais x artificiais Joseli Fernandes SILVA Larissa Isley de Araujo SOUTO Bruno Silva de ANDRADE Rowse Alencar Ramalho de FIGUEIRÊDO Giselle Medeiros da Costa ONE 1. INTRODUÇÃO A visão é o meio sensorial que possibilita a detecção e interpretação da luz e imagem. As cores presentes nos alimentos podem servir de interpretação para suas propriedades nutricionais. Na alimentação humana a percepção das cores nos alimentos está intimamente ligada à interpretação do seu sabor. Desta forma, a aparência do alimento age de forma estimulante ou inibidora do apetite. A indústria de alimentos sempre se preocupou com a qualidade sensorial de seus produtos, usando métodos que tornem seus alimentos cada vez mais atrativos para o consumo. O primeiro corante sintetizado foi o de malveína em 1856, William Henry Perkin. A partir do século XX com o desenvolvimento da indústria alimentar, os aditivos artificiais passaram a ser produzidos em longa escala, e com isso, implicações para o uso destes. Corantes são tipos de aditivos alimentares que possuem capacidade de conferir, intensificar ou restaurar a cor de um alimento. A legislação Brasileira permite o uso de três tipos de corantes: Os Naturais, extraídos de uma substância vegetal ou animal; corantes caramelo, obtidos a partir do açúcar exposto a temperaturas superiores ao seu ponto de fusão; e por fim os corantes artificiais, sintetizados por processos químicos. Várias polêmicas são atribuídas ao uso industrial de corantes sintéticos nos alimentos, já que a justificativa para seu emprego é somente a melhoria da aparência para maior aceitabilidade do alimento. Estudos vêm sendo realizados para verificar os efeitos que os aditivos sintéticos podem causar ao homem se ingeridos na alimentação. O número de corantes permitidos em cada país varia substancialmente. Em virtude do aumento no número de compostos com poder corante e de seu uso estendido aos alimentos e bebidas, 158

160 Corantes alimentícios: naturais x artificiais tornou-se necessário o controle de suas aplicações e surgiu uma maior preocupação com possíveis efeitos à saúde humana. Os corantes sintéticos são mais vantajosos do que os naturais do ponto de vista de produção e armazenamentos de alimentos em longa escala, pois corantes naturais são mais sensíveis a incidência de luz, temperatura e ação de bactérias. Porém, suspeitas de efeito cancerígeno nos corantes se torna algo preocupante. 2. OBJETIVO Objetivou-se relacionar as diferenças entre corantes naturais e sintéticos destacando seu emprego na indústria e suas implicações na produção de alimentos, assim como seus possíveis riscos a saúde humana. 3. MATERIAL e MÉTODOS Trabalho de origem bibliográfica, com uso de artigos, complementado por pesquisas de conteúdo em revistas de nutrição. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os corantes são compostos químicos naturais ou artificiais que tem capacidade de modificar a cor ao ser adicionado em uma mistura. A vontade de ingerir algum alimento pode ser de alguma forma influenciado ou inibida pela cor que o alimento apresenta, ou seja, existe uma relação numa relação quase direta entre coloração e a vontade de consumo. Desde que Sir William Henry Perkin sintetizou o primeiro corante, outros países nvestiram em estudos que resultaram na fabricação de centenas de corantes. No inicio do século XX já existiam por volta de oitenta corantes sintéticos disponíveis para alimentos, entretanto não existiam quaisquer regulamentações de seus usos ou graus de pureza. Pela legislação atual, através das Resoluções n 382 a 388, de 9 de agosto de 1999, da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), são permitidos no Brasil para alimentos e bebidas o uso de apenas onze corantes artificiais sendo eles: Azul de Indigotina, Azul Brilhante, Azorrubina, Amaranto, Verde Rápido e Azul Patente V, Vermelho de Eritrosina, Vermelho 40, Ponceau 4R, Amarelo Crepúsculo, Amarelo Tartrazina. Ainda, nos rótulos dos produtos 159

161 Corantes alimentícios: naturais x artificiais deve ser indicado que o produto é colorido artificialmente. Figura 1 os principais corantes utilizados na indústria mundial. Na Figura 1: Principais corantes naturais e artificiais Fonte: A resolução n 44/77 da Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos (CNNPA), em 2002 diz que os corantes permitidos para uso em alimentos e bebidas devem ser classificados da seguinte forma: orgânico natural, de origem animal ou vegetal; orgânico artificial, adquirido por síntese orgânica; sintético idêntico natural: É o corante cuja estrutura química é semelhante a do principio isolado do corante orgânico natural; corante inorgânico ou pigmento, obtido a partir de substancias minerais e submetido a processos de elaboração e purificação adequados ao seu emprego em alimentos. Atualmente ocorre uma preferência do consumidor por produtos mais saudáveis e naturais, o uso de corantes naturais 160

162 Corantes alimentícios: naturais x artificiais apesar de mais saudável é mais financeiramente custosa. Corantes naturais são mais sensíveis a se degradar por ação de temperatura, luz, bactérias dentre outros. Os corantes artificiais acabam se tornando uma alternativa mais eficiente e barata na produção dos alimentos, pois é uma classe de aditivos sem valor nutritivo, introduzidos nos alimentos e bebidas com o único objetivo de conferir cor, tornando-os mais atrativos. Na Figura 2 podemos perceber a distribuição dos corantes no processo industrial mundial. Figura 2: Porcentagem do uso de corantes pela indústria de alimentos Fonte: Alimentos nutrição: Corantes artificiais em alimentos Quando se refere à saúde, os corantes artificiais em geral não são recomendados, justificando seu uso, quase que exclusivamente, do ponto de vista comercial e tecnológico. Raramente a utilização de corante artificial é substituída pelo natural por haver dificuldade em preparar fórmulas que o torne mais estável e sem sabor, quando o objetivo é apenas "colorir" o alimento e não alterar sua condição durável. Os estudos sobre os efeitos nocivos causados pelos corantes artificiais à saúde são insuficientes e bastante contraditórios. Os corantes podem causar desde simples urticárias, passando por asmas e reações imunológicas, chegando até ao câncer em animais de laboratórios. Pesquisas demonstraram que os corantes azóicos, derivados do trifenilmetano e as ftaleínas, induziram câncer em animais de laboratório. Porém dados relevantes acerca do potencial cancerígenos desses aditivos ainda são insuficientes. 161

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