Estudo de Caso Análise da dinâmica produtiva e inovativa em arranjos produtivos locais:o APL vitivinícola na Serra Gaúcha.

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1 Estudo de Caso Análise da dinâmica produtiva e inovativa em arranjos produtivos locais:o APL vitivinícola na Serra Gaúcha (Produto 2)

2 Estudo de Caso Análise da dinâmica produtiva e inovativa em arranjos produtivos locais:o APL vitivinícola na Serra Gaúcha Produto 2 Contrato de Prestação de Serviços Nº 022/2013 Convite Nº 001/2013 Processo Nº 3489/2013 Contrato firmado entre a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial ABDI e Savi E Geremia Planejamento, Consultoria & Auditoria LTDA.

3 Estudo de Caso Análise da dinâmica produtiva e inovativa em arranjos produtivos locais:o APL vitivinícola na Serra Gaúcha (Produto 2) Execução: SAVI E GEREMIA PLANEJAMENTO, CONSULTORIA & AUDITORIA LTDA. Responsável técnico: Marco Antonio Vargas

4 Sumário 1. Introdução Origem e desenvolvimento da indústria vinícola no Sul do país: Histórico de formação do APL Panorama do setor vitivinícola: atividades produtivas, produtos e mercados: Estrutura do APL: segmento produtivo Formas de governança e arcabouço institucional: caracterização das principais instituições presentes no APL Instituições de governança e coordenação interempresarial Organizações ligadas à pesquisa e formação de recursos humanos Breve caracterização dos processos de aprendizagem, formas de interação e cooperação Considerações finais: Sugestão de ações a partir do diagnóstico do APL Bibliografia... 31

5 Quadro Quadro 1: Principais instituições de coordenação das relações inter empresariais no Arranjo vitivinícola Figura Figura 1: Principais regiões produtoras de vinho no Brasil... 7 Figura 2: Produção de uvas no Estado do Rio Grande do Sul Figura 3: Sistema de Inovação da uva e do vinho no APL vitivinícola da Serra Gaúcha Tabela Tabela 1: Produção de vinhos, sucos e derivados do Rio Grande do Sul, em litros Tabela 2: Principais segmentos de empresas vinícolas na Serra Gaúcha... 17

6 1. Introdução Este relatório apresenta os resultados de um estudo sobre a dinâmica competitiva e inovativa do APL de vitivinicultura na região da Serra Gaúcha, no estado do Rio Grande do Sul. O processo de abertura comercial e desregulmentação que teve lugar ao longo da década de 90, resultou num aumento expressivo nas importações de vinhos de países como Chile e Argentina e colocou importantes desafios competitivos para os diferentes segmentos de vinícolas localizadas em diversos municípios da Serra Gaúcha. Entretanto, a análise da trajetória recente deste arranjo aponta para o sucesso de determinadas estratégias adotadas pelas empresas do arranjo e associadas particularmente à busca de capacitações produtivas e inovativas voltadas paraoacesso ao mercado de vinhos finos no Brasil e no mundo. A existência de um novo arcabouço institucional para articulação de ações cooperativas e voltadas para inovação, somada ao papel de uma infraestrutura científica e tecnológica já constituída na região, foram alguns dos fatores fundamentais para a sobrevivência competitiva das empresas mais antigas do APL e para o surgimento de um núcleo dinâmico de cantinas familiares voltadas à produção de vinhos finos para o mercado nacional e internacional (Vargas e Cassiolato, 2005). O principal objetivo deste estudo consiste na análise das estratégias competitivas e inovativas adotadas no APL vitivinícola da Serra Gaúcha e sua relação com os principais elementos que integram o sistema nacional de inovação em uva e vinho no Brasil. Neste contexto, o principal foco de análise do presente trabalho recai sobre a caracterização dos principais atores e configurações institucionais que compõem o arranjo vitivinícola, com vistas a analisar as relações entre o processo de capacitação inovativa das empresas e a existência de externalidades dinâmicas em nível local. Adicionalmente, o estudo se propõe a avaliar as mudanças na trajetória de evolução deste arranjo local ocasionadas pelo processo de liberalização econômica no decorrer da década de 90 e a discutir proposições de políticas de desenvolvimento com vistas a promover a capacitação inovativa dos agentes do arranjos a partir de sinergias com o ambiente local. O estudo encontra-se organizado da seguinte forma. A próxima seção apresenta a trajetória histórica de desenvolvimento do APL desde suas origens no século XIX, até 1

7 os dias de hoje. A terceira seção apresenta um panorama global e nacional sobre o setor vinícola e procura situar a importância do APL vitivinícola da Serra gaúcha no contexto da indústria vinícola nacional.a quarta seção analisa a estrutura do APL tendo em vista os diferentes segmentos de vinícolas que operam no arranjo atualmente e sua forma de inserção na produção de vinhos finos e comuns. A quinta seção analisa o arcabouço institucional e caracteriza as principais organizações e as formas de governança presentesno APL tendo em vista sua relação com a articulação e cooperação interempresarial ou com infraestrutura voltada à capacitação tecnológica e inovativa de atores locais. A sexta seção discute as principais formas de interação e processo de aprendizagem que ocorrem em âmbito local, bem como sua relação com diferentes segmentos de atores localizadas no território ou fora dele. A sétima seção tece algumas considerações finais, faz uma síntese dos principais fatores que explicam a atual dinâmica inovativa do APL e apresenta algumas proposições de políticas de apoio. 2. Origem e desenvolvimento da indústria vinícola no Sul do país: Histórico de formação do APL A tradição do cultivo da uva e elaboração de vinho no RS remonta aos primórdios do povoamento do Estado quando da chegada dos portugueses. Entretanto, foi com a chegada dos primeiros imigrantes italianos que a atividade vitivinícola passou a ganhar maior impulso e evoluir de uma produção voltada para o consumo próprio para uma estrutura de comercialização com abrangência estadual e nacional. Até o ano de 1880, a história da vitivinicultura gaúcha apresentou duas origens e localizações distintas. A primeira vinculada à colonização espanhola na região das Missões e adjacências que se desenvolveu a partir de 1726 e a segunda ligada a colonização portuguesa na região litorânea - a partir de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre que se desenvolveu entre os anos de 1732 e Entretanto, o grande marco da vitivinicultura gaúcha do ponto de vista social e econômico ocorre por volta de 1875, quando da implantação pelos imigrantes italianos dos primeiros vinhedos no sistema de latadas que se mantém até os dias de hoje. Na medida em que a produção de vinho foi crescendo, o mercado local e regional se tornou insuficiente para absorver a totalidade da oferta levando o arranjo à busca de 2

8 novas estruturas de comercialização, produção e uma nova dinâmica empresarial em torno desta atividade. O primeiro ciclo de industrialização ocorre a partir de 1910, quando fatores como o incremento do cooperativismo e a chegada da via férrea até o município de Caxias do Sul desempenharam um papel fundamental. Em 1926, como decorrência do incremento e funcionalidade do cooperativismo das atividades vitivinícolas, o governo do Estado decide criar o Instituto Rio-grandense do Vinho como orgão responsável pela fiscalização e tabelamento dos preços da uva. Entre a década de 30 e a década de 60 não ocorreram alterações significativas nos aspectos técnicos da produção. No decorrer deste período, o arranjo vitivinícola manteve um padrão tecnológico relativamente baixo em termos de processamento industrial juntamente com uma produção vitícola proveniente de cepas híbridas e americanas. Foi na década de 70 que ocorreu o primeiro grande salto de qualidade do arranjo vitivinícola da Região da Serra Gaúcha a partir da modernização do parque industrial local e da melhoria significativa da produção vitícola.através da importação de mudas para formação de novos vinhedos mais adaptados às condições climáticas da região. A partir de 1974, a entrada de empresas vinícolas de procedência européia e norte-americana passa a promover uma mudança qualitativa no setor. Aliado a modernização do parque industrial - que coloca a indústria vinícola do RS como uma das mais avançadas da América Latina ocorre a importação maciça de mudas para formação de vinhedos próprios e multiplicação do material vegetativo. Em 1975, cria-se em Bento Gonçalves a Embrapa/CNPUV, como Centro Nacional de Pesquisa da Uva e do Vinho, vinculada ao Ministério da Agricultura, que foi a primeira instituição de pesquisa voltada exclusivamente para as demandas tecnológicas específicas do setor. No arranjo vitivinícola, o ingresso de empresas transnacionais no setor esteve em grande parte ligado ao crescimento do mercado interno brasileiro nos anos 70. Tal crescimento se deu através da ampliação do poder aquisitivo das camadas médias urbanas e possibilitou a criação de um mercado consumidor de vinhos finos nacionais em substituição aos produtos importados. Além disso, as empresas locais de maior porte foram capazes de absorver as mudanças tecnológicas necessárias no decorrer do processo de reorganização e modernização da produção vinícola. Neste contexto, a 3

9 entrada de capital externo no arranjo ocorreu principalmente através de alianças de empresas nacionais com grupos externos. A dinâmica que assume este processo de alianças é bem ilustrada pelas das estratégias adotadas pela principal empresa do arranjo, a Cooperativa Vinícola Aurora (Vargas, 2000 e 2002). Investimentos diretos de empresas multinacionais (FDI) visando explorar o mercado nacional de vinho, juntamente com diversos outros tipos de alianças mercadológicas entre vinícolas nacionais e multinacionais foram fatores que desempenharam um papel importante no processo de capacitação tecnológica do arranjo vitivinícola na Serra Gaúcha. A Chandon, subsidiária da vinícola francesa Moet- Chandon, que iniciou sua produção de espumantes no Brasil na década de 60 nessa região, é um exemplo deste processo. A Cooperativa Vinícola Aurora Ltda que estabelece nesse mesmo período um acordo de comercialização com a Seagram para introdução de vinhos finos no mercado brasileiro e para inserção no mercado americano. BOX 1 Desenvolvimento e capacitação da indústria vinícola brasileira na década de 70; a trajetória da Vinícola Aurora. A história da Cooperativa Vinícola Aurora no Brasil teve início em 1930, quando 16 famílias de imigrantes italianos resolveram formar uma cooperativa para produção de vinhos comuns. Em 1962, esta empresa inicia o processo de engarrafamento de vinho de vinífera para a Bernard Taillan Importadora (de origem francesa), que atuava na intermediação de vinhos na França, Brasil e América do Norte. Esta associação ampliou consideravelmente a capacidade técnica da Cooperativa Vinícola Aurora e permitiu a sua vinculação ao mercado de vinhos finos. Já no início da década de 70, a Vinícola Aurora associou-se com a Seagrans, ampliando ainda mais sua inserção no mercado de vinhos finos com o lançamento da marca Forestier. Em 1973, a empresa iniciou sua exportação para os Estados Unidos com a remessa anual de caixas de vinho comum (sangue de boi). Entre 1988 e 1998, a estratégia de exportação da Aurora esteve associada ao acordo estabelecido com a CanandaiguaWineCo. para exportação de uma nova marca de vinho fino, Marcus James, para o mercado americano. Entretanto, este acordo foi cancelado em 1998 devido à problemas no processo de controle de qualidade e a CanandaiguaWineCo passa a importar vinhos finos da Argentina. Por um lado, o crescimento acelerado do mercado brasileiro tornou o mercado externo menos atrativos para a vinícola Aurora. Por outro, apesar do impacto decorrente do cancelamento do contrato com a Canandaigua nas exportações da vinícola para o mercado americano, o vinho Marcus James veio a ser tornar uma das marcasmais vendidas de vinho fino tinto no Brasil, atingindo uma produção de 1,8 milhões de caixas em Até início da década de 2000 a vinícola Aurora detinha cerca de 30% do mercado brasileiro de vinhos finos. Em 2003, a vinícola Aurora tinha um faturamento anual de US$ 80 milhões e contava com cerca de produtores de uva associados à cooperativa com uma produção de 50 a 65 milhões de kilos de uva por ano. Source: Wines and Vines, May 2001; IBRAVIN 4

10 Assim, o processo de capacitação da indústria vinícola no Sul do Brasil na década de 70teve uma importância fundamental na medida em que representou um movimento pioneiro de desenvolvimento científico e tecnológico associado ao setor vitivinícola no País. Apesar das diferenças marcantes entre os avanços que ocorreram na esfera de produção agrícola nas atividades de processamento e vinificação, esse impulso inicial de modernização representou uma importante base para o desenvolvimento posterior do setor e contribuiu para o sucesso do novo ciclo de inovação que passa a ocorrer na década de 90. Neste novo ciclo destaca-se o papel de um conjunto de pequenas cantinas familiares criadas no início dos anos 80 que passam a investir na qualificação da sua produção vitícola e vinícola para produção de vinhos finos (Cassilato e Vargas, 2005). 3. Panorama do setor vitivinícola: atividades produtivas, produtos e mercados: Apesar de não ocupar uma posição de destaque no cenário da indústria vinícola mundial - o Brasil ocupa a 12 a. posição na produção mundial de vinhos e é terceiro maior mercado produtor de vinhos na América do Sul depois da Argentina e Chile - o complexo vitivinícola brasileiro envolve um conjunto considerável de empresas e instituições. O País conta com uma área de produção vitícola de mais de ha, sendo que a maior parte da produção vitícola está situada no estado do Rio Grande do Sul, nas regiões da Serra Gaúcha, Campanha, Serra do Sudeste e Campos de cima da Serra. De acordo com dados do IBRAVIN (2013), o RS produz 85% da área vitícola do Brasil e é responsávelpor 90% da produção de vinhos no país. Esta representação é ainda maior quando se considera exclusivamente o cultivo de espécies vitis-vinífera. O principal núcleo da produção de uva e vinho no Estado localiza-se na Serra Gaúcha abrangendo uma área de 800 km2 e envolvendo cerca de 40 municípios. Dos hectares de parreiras que são cultivados, cerca de ha são destinados ao cultivo de variedades nobres. As atividades ligadas a este setor são desenvolvidas em mais de 700 empresas entre cantinas e cooperativas vinícolas envolvendo cerca de 14 mil famílias numa estrutura fundiária marcada pela predominância de pequenas propriedades. Ao mesmo tempo em que a região Colonial Italiana (MR- 016) detém a maior parte da produção no Estado, verifica-se também a importância crescente que vem assumindo 5

11 novas áreas de produção tais como Santana do Livramento e Pinheiro Machado. Além disso, destacam-se algumas novas fronteiras de produção vitícola como na região do Planalto Catarinense no estado de Santa Catarina e no Vale do São Francisco na região nordeste do País. As principais regiões produtores de vinho no Brasil são apresentadas na figura 2. São Paulo é o maior mercado consumidor e responde por quase 40% do consumo nacional de vinhos, seguido pelo Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, com cerca de 12% do consumo nacional, Paraná (9,5%) e Minas Gerais (6,2%). Gráfico 1 - Produção Mundial de vinhos- principais países Fonte: Milan(2013). 6

12 Figura 1 - Principais regiões produtoras de vinho no Brasil VALE DO SÃO FRANCISCO PIRAPORA CALDAS, ANDRADAS, STA.RITA NOVA MUTUM SANTA HELENA DO GOIAS JALES ROLÂNDIA, MARIALVA, MARINGÁ ROSÁRIO DO IVAÍ VALE DO RIO DO PEIXE SERRANA, ESPÍRITO SANTO SÃO ROQUE, BANDEIRANTES PLANALTO CATARINENSE CAMPOS DE CIMA DA SERRA SERRA GAÚCHA SERRA DO SUDESTE CAMPANHA Fonte: Milan (2013) Conforme destacado por (Mello, 2011) não existem estatísticas precisas sobre a produção e comercialização de vinhos e suco de uvas no País. Entretanto, as informações relativas à produção de uvas, vinhos e derivados e à comercialização no Rio Grande do Sul permitem estabelecer uma aproximação sobre a produção nacional de uva e vinhos conforme os dadosapresentados na tabela abaixo. Em termos nacionais a produção de uvas no Brasil abrange a região Sul, Sudeste e Nordeste, onde se destacam Estados como Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Pernambuco (Gráfico 2). Em 2011 a produção nacional de uvas foi de 1,46 milhões de toneladas. O Rio Grande do Sul foi responsável por 56% da produção total de uvas com 829 mil toneladas, enquanto que o estado de Pernambuco foi responsável por 14% da produção total. Cabe ressaltar que o montante total de produção engloba tanto uvas vitiviníferas destinadas para produção de vinhos como uvas destinadas ao consumo in natura. Na medida em que se considera somente o volume de produção de uvas para processamento de vinhos e derivados a participação do Rio Grande do Sul chega a 85% (Ibravin, 2013). 7

13 Gráfico 2 - Produção de uvas no Brasil Pernambuco Bahia Minas Gerais São Paulo Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul Brasil Fonte: elaboração própria a partir de dados apresentados em Mello (2010). Em termos da área plantada de videiras em ha, percebe-se igualmente a forte participação do Rio Grande do Sul quye respondia em 2011 por mais de 61% da área plantada total de videiras no Brasil, seguido pelos estados de São Paulo (11,9%), Pernambuco (8,5%) e Paraná (7,3%)., conforme ilustrado no gráfico 3. 8

14 Gráfico 3 - Área plantada de videiras em ha 61,8% 8,5% 3,4% 1,0% 11,9% 7,3% 6,1% Pernambuco Bahia Minas Gerais São Paulo Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul Fonte: elaboração própria a partir de dados apresentado em Mello (2010). Em termos da produção vinícola, de acordo com Mello (2013), a produção de vinhos, sucos e derivados do Rio Grande do Sul, em 2012, foi de 579,31 milhões de litros mantendo-se estável em relação ao ano de Deste total, 212 milhões de litros corresponderam à produção de vinhos de mesa (vinho comum) e 49 milhões decorrentes da produção de vinhos finos. Já no estado de Santa Catarina foram produzidos 21 milhões de litros de vinhos em 2012, sendo que 72,57% deste volume correspondeu à produção de vinhos de mesa. A evolução da produção desde a década de 80 manteve-se relativamente estabilizada, seguindo a trajetória de crescimento na produção de vinho comum que é responsável por cerca de 89% do total produzido. No decorrer da década de 90 verificase uma tendência ao aumento na produção de vinhos finos e sucos. No período mais recente percebe-se a crescente inserção A evolução da produção de vinhos e derivados no Rio Grande do Sul é apresentada na tabela 1 abaixo. 9

15 Tabela 1 - Produção de vinhos, sucos e derivados do Rio Grande do Sul, em litros PRODUÇÃO * VINHO DE MESA Tinto Branco Rosado VINHO FINO Tinto Branco Rosado SUCO DE UVA INTEGRAL SUCO CONCENTRADO* MOSTO SIMPLES OUTROS DERIVADOS TOTAL Fonte: Mello (2013) Impactos da Abertura A atividade vitivinícola no Brasil ainda apresenta uma competitividade inferior em relação aos principais países produtores e frente aos parceiros do Mercosul, particularmente quando comparada à Argentina. Essa diferença pode ser percebida pelo próprio consumo per capita de vinho que situa-se em torno de 1,5 litros no Brasil enquanto que na Argentina chega a cerca de 60 litros/ano. No Rio Grande do Sul esta média é de cerca de 6 litros/ano, chegando a quase 30 litros/ano na região produtora de Caxias. O processo de abertura comercial e liberalização econômica intensificado a partir do início da década de 90 e a crescente integração econômica no âmbito do Mercosul representou um grande desafio para este setor que passou a concorrer no mercado nacional com países da Comunidade Européia e Argentina que já apresentavam um elevado grau de competitividade em nível internacional. Em termos comparativos com a produção vitivinícola européia é possível destacar os seguintes indicadores: Os países lideres da produção européia e mundial (Itália e França) apresentam uma produção de vinhos e derivados da uva cerca de 20 vezes superior à brasileira; 10

16 A produção vinícola total da CEE é cerca de 11 vezes superior ao do Mercosul e 70 vezes superior a do Brasil As exportações de vinho e derivados da União Européia para terceiros países, equivalentes a cerca de 1 bilhão de litros, é 20 vezes superior às do Mercosul e 100 vezes à do Brasil (excluídos os sucos de uva) No final da década de 80, a média de consumo per capita na União Européia era de cerca de 41 litros, enquanto que no Brasil situava-se em torno de 2,4 litros. Em comparação com a Argentina que é o quinto maior produtor mundial (gráfico 1) e quarto maior mercado interno, a produção de vinho e de uvas argentina é de seis a oito vezes maior que a brasileira, a produção de uvas viníferas é trinta vezes maior, a área plantada de seis à sete vezes maior e a exportação seis a oito vezes maior. O Gráfico 4 mostra os dados de consumo interno e consumo per capita para o Brasil, Argentina, Chile e Uruguai para o ano de Ainda que o Brasil apresente o segundo maior consumo interno entre os países da região, equivalente a 320 milhões de litros em 2009, o seu consumo per capita de aproximadamente 1,8 litros por habitante é consideravelmente menor do que o consumo per capita na Argentina (26,5 litros/habitante), Chile (15,2 litros/habitante) e Uruguai (25 litros/habitante). Além disso uma parte crescente do consumo interno de vinhos finos no Brasil vem sendo suprida pela importação de vinhos desses países. Gráfico 4 - Consumo Interno de vinhos em países selecionados Fonte:Ibravin (2013) 11

17 O gráfico 5 mostra a evolução na participação de vinhos nacionais e importados na composição do consumo do consumo doméstico de vinhos finos no Brasil a partir de dados do IBRAVIN. Conforme pode ser observado no gráfico, verifica-se um aumento expressivo no consumo de vinhos importados a partir de meados da década de 90. A participação de vinhos finos nacionais no consumo aparente de vinhos finos no País chegou a apresentar um pequeno aumento ao longo da década de 80 até meados da década de 90. Com a intensificação do processo de abertura comercial a partir dos anos 90 a produção nacional de vinhos finos perde competitividade principalmente para importações oriundas de países como Chile e Argentina. Gráfico 5 - Evolução na comercialização de vinhos finos importados e nacionais, (em milhões de litros) Fonte Ibravin (2013) 4. Estrutura do APL: segmento produtivo O Complexo agro-industrial Vitivinícola no RS encontra-se concentrado espacialmente na região da Serra no Nordeste do Estado (microregião 016) que responde por 88% da produção de uvas e 96% da produção de vinho e mosto no Estado. Cerca de 65% da produção de uvas é destinada a elaboração de vinhos enquanto que os restantes 35% são direcionados para consumo in natura. A produção primária 12

18 caracteriza-se pelo predomínio de pequenas propriedades, produção familiar e pelo elevado número de variedades produzidas (Vargas, 2002). A figura 2 mostra o perfil da produção de uvas no estado do Rio Grande do Sul de acordo com dados da Produção Agrícola Municipal para ano de 2012 (PAM-IBGE). Observa-se uma forte concentração da produção na região da Serra gaúcha Figura 2 - Produção de uvas no Estado do Rio Grande do Sul Fonte: PAM (IBGE, 2013) Ao todo o sistema produtivo vitivinícola gaúcho congrega atualmente cerca de 700 estabelecimentos entre cooperativas, cantinas rurais e estabelecimentos industriais, sendo que a maior parte da produção encontra-se concentrada nos grandes estabelecimentos. É possível verificar o crescimento expressivo no número de empresas vinícolas no Rio Grande do Sul entre 2001 e De acordo com dados do Ibravin (2013), no inicio da década, em 2001, existiam 439 estabelecimentos ligados à produção de vinhos e derivados no rio Grande do Sul. Em 2007 já existiam 682 estabelecimentos e, em 2013 foram identificados 735 empresas dedicadas à produção de vinhos e 13

19 derivados no estado. A evolução no número de empresas vinícolas no Rio Grande do Sul é mostrada no gráfico Gráfico 6 - Evolução do número de empresas vinícolas no RS Empresas Linear (Empresas) Fonte: elaboração própria a partir de dados do Ibravin O gráfico 7 apresenta a estrutura do emprego nas atividades de produção vinícola nos principais municípios que integram a indústria vitivinícola no RS 1. De acordo com os dados da RAIS, as atividades de produção de vinhos nesses municípios respondiam por1.851 postos de trabalho em 2002 e passaram a responder por em 2012, representando um aumento de quase 40% no emprego associado à indústria vinícola no período. Em termos do porte da empresas, verifica-se que em 2002 a maior parte destes postos de trabalho 45,5% estava empregada em empresas de pequeno porte, enquanto que 34,3% estava empregada em microempresas e apenas 20,2% do emprego residia em empresas de médio porte. Em 2012verifica-se o predomínio do emprego no segmento das empresas de médio porte (39,4%), seguido das pequenas empresas que respondiam por 38,1% do emprego e das microempresas responsáveis por 22,5% do total do emprego gerado nas atividades de produção de vinho. Tal mudança aponta para um aumento no porte médio das vinícolas. 1 Antonio Prado, Bagé, Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Cotiporã, Encruzilhada do Sul, Farroupilha, Flores da Cunha, Garibaldi, Ipê, Monte Belo do Sul, Nova Pádua, Santana do Livramento, SãoMarcos 14

20 Gráfico 7 - Emprego em atividades relacionadas com a Fabricação de vinhos no RS, ,2% 34,3% 39,4% 22,5% 45,5% 38,1% Micro Pequena Média Micro Pequena Média Fonte: Elaboração própria a partir de dados da RAIS (2012) É possível identificar atualmente três segmentos distintos de empresas vinícolas no arranjo vitivinícola na Serra Gaúcha Em primeiro lugar, destaca-se o segmento das vinícolas com capacidade de processamento superior a seis milhões de litros/ano e que atuam na produção de vinhos finos. Neste segmento encontram-se tanto empresas de capital nacional, como a Cooperativa Vinícola Aurora que é a maior no setor,como divisões de grupos transnacionais como a Vinícola De Lantier, ligada ao Grupo Bacardi-Martini, que é a segunda maior vinícola em comercialização no país2. Apesar de representarem menos de 2% dos universo de empresas vinícolas, as empresas deste segmento respondem por quase 30% do total da produção de vinhos no arranjo3. A Cooperativa Vinícola Aurora está entre o conjunto de vínicolas que integram este primeiro segmento e ainda representa uma das marcas dominantes que responde por cerca de 27% doo mercado doméstico de vinhos finos. A vinícola Aurora conta com 13 unidades de produção que cobrem uma área de metros quadrados, com uma produção anual de 85 milhões de litros de vinho. A subsidiária da Seagram (marcas Forrestier e Almadén), e a cooperativa Garibaldi também estão entre as principais vinícolas de maior porte no arranjo. A vinícola Salton é outro exemplo do uso de 2 Dentre as principais empresas transnacionais que atuam no arranjo vitivinícola da Serra Gaúcha atualmente encontram-se: Domeck do Brasil (Espanha); Chandon do Brasil (França) e a Seagram do Brasil (Canadá) 3 De acordo com dados disponibilizados pela UVIBRA para o início da década de

21 tecnologias de produção avançadas característico do primeiro segmento de vinícolas de maior porte. Esta vinícola conta com armazéns refrigerados para conservação das uvas trazidas pelos cerca de 1000 produtores associados, além de equipamentos para vinificação de última geração (Cassiolato e Vargas, 2005). Em segundo lugar, situado no extremo oposto, encontra-se o segmento de pequenas cantinas que produzem menos de três milhões de litros/ano, mas respondem por mais de 50% da produção total de vinho na região. Em geral, a maior parte das vinícolas deste segmento dedica-se a produção de vinhos comuns e apresentam um nível reduzido de capacitação tecnológica. Neste aspecto cabe destacar o elevado grau de associativismo existente nas relações entre produtores de uva e vinícolas no arranjo. A cadeia produtiva da uva e do vinho na Serra Gaúcha congrega cerca de 20 cooperativas associadas à FECOVINHO - Federação Riograndense de Cooperativas Vinícolas. Este modelo de organização chegou a representar cerca de 60% de toda a produção vinícola no estado, mas atualmente está restrito a cerca de 25% da produção vinícola. A crise enfrentada pelas associações de produtores e a concorrência de vinícolas privadas com modelos de produção integrada estão entre os principais fatores que levaram à redução das cooperativas vinícolas no mercado doméstico. Entretanto, verifica-se que este modelo de cooperativas vinícolas ainda é forte na região da Serra Gaúcha na medida em que envolve cerca de famílias de produtores e gera um faturamento de aproximadamente US$ 80 milhões. Além disso, a integração de pequenos produtores de uva através de cooperativas vinícolas apresenta características bastante distintas daquelas existentes em outros segmentos como o de fumo e de produção avícola, onde um pequeno número de grandes empresas (geralmente multinacionais) controlam integralmente a cadeia produtiva e os canais de comercialização. Um terceiro segmento de vinícolas é composto por um grupo restrito mas muito importante de pequenas cantinas familiares produtoras de vinhos finos que emergiu em meio ao universo de pequenas e médias empresas do arranjo no decorrer das décadas de 80 e 904. Estas pequenas cantinas familiares vem conquistando importantes prêmios em âmbito nacional e internacional, principalmente em países da União Européia que 4 A produção de vinhos finos corresponde hoje a menos de 20% do volume total produzido pela indústria vinícola brasileira e envolve um percentual ainda menor quando se considera o seleto grupos de empresas com capacitação tecnológica para este tipo de produção. 16

22 integram o grupo dos principais produtores mundiais de vinhos finos. Apesar de constituir um grupo ainda restrito de pequenas e médias vinícolas,este segmento tornouse um dos principais vetores de capacitação do arranjo produtivo vitivinícola da Serra Gaúcha no decorrer da última década5 (Cassiolato e Vargas, 2005). Originalmente, a inserção deste segmento de empresas familiares no arranjo se refletia através do seu papel de abastecedoras primárias de uva ou de vinho a granel para o segmento da grandes empresas 6. Gradativamente, entretanto, uma parcela destas cantinas logrou atingir um elevado padrão de qualidade na produção de vinhos finos através da modernização de equipamentos e da qualificação técnica dos filhos dos proprietários enviados para cursos de formação superior em enologia em países como Argentina e França. Muitas destas pequenas cantinas tem uma inserção qualificada no mercado nacional de vinhos finos como é caso das Vinícolas Miolo, Valduga, Cave Amadeu e Don Laurindo, para citar apenas algumas das principais. Tabela 2 - Principais segmentos de empresas vinícolas na Serra Gaúcha Segmento Grandes vinícolas (Aurora, Salton, Bacardi, AlliedDomeck, Chandon do Brasil, entre outras) Pequenas e médias vinícolas (Jota Pe, Abegê, Monte Lemos, etc.) Cantinas familiares Miolo, Valduga, Cave Amadeu, Don Laurindo, Don Giovanni, Angheben, Boscato, Marson, Lovara, etc) Principais características Alta capacidade de processamento (acima de3milhões de litros) Foco na produção de vinhos finos e espumantes. Envolve tanto empresas nacionais como multinacionais Tecnologias modernas de processamento e vinificação Investimentos substanciais em P&D e marketing Voltadas para o mercado nacional e global Associadas da UVIBRA Baixa capacidade de processamento (50,000 a 500,000 litros) Foco na produção de vinhos comuns Predomínio de pequenas cooperativas de produtores menor nível de capacitação na produção vinificação investimentos reduzidos em capacitação e marketing Voltadas para mercados locais e/ou nacional de baixo preço Associadas a AGAVI Iniciam com capacidade reduzida de processamento (50,000 to500,000 litres); mas algumas vem ampliando consideravelmente essa capacidade. Foco exclusivo na produção de vinhos finos e espumantes Práticas de viticultura voltadas á valorização do Terroir 5 Conforme dados da UVIBRA estima-se que entre as quase 200 pequenas cantinas localizadas na Serra Gaúcha, não chega a 15 o número das que compõe esse grupo de produtores com elevado grau de capacitação. 6 Também vale destacar que a trajetória de aprendizado e inovação dessas grandes emnpresas remonta ao primeiro ciclo de modernização do arranjo na década de

23 Fonte: elaboração própria Esforço de criação de selos de indicação geográfica na região da Serra Gaúcha. Elevada capacitação tecnológica no processamento e vinificação Investimentos substanciais em capacitação e marketing Amplo uso de consultorias na área vinícola e vitícola Voltadas para produtos de qualidade e preço Premium no mercado nacional e internacional Associados da APROVALE É importante ressaltar que a produção de vinhos finos demanda um elevado nível de capacitação no processo de vinificação que se reflete não somente no nível tecnológico dos equipamentos utilizados mas também no conhecimento técnico das melhores práticas enológicas. Da mesma forma, o sucesso na produção de vinhos finos exige um elevado padrão de qualidade na matéria-prima utilizada. Assim, o processo de evolução das empresas em direção ao domínio na fabricação de vinhos finos se constitui no melhor indicador das trajetórias de aprendizado tecnológico e inovação no arranjo vitivinícola. 5. Formas de governança e arcabouço institucional: caracterização das principais instituições presentes no APL O arcabouço institucional que regula as relações inter empresariaisno complexo agro-industrial vitivinícola na Serra Gaúcha denota uma considerável diversidade e grau de cooperação entre os atores locais. Esta seção busca apresentar as principais organizações que integram o arcabouço institucional do APL e as formas de governança presentes no mesmo. Tal anaálise busca diferenciar as organizações e associações ligadas à representação e articulação interempresarial, daquelas vinculadas à infraestrutura científica, tecnológica e de capacitação Instituições de governança e coordenação interempresarial A constituição do Instituto Brasileiro do Vinho IBRAVIN no decorrer da década de 90, constitui o exemplo mais emblemático do esforço conjunto empreendido pelos diferentes segmentos de empresas vinícolas do arranjo na reestruturação produtiva do setor na região. O IBRAVIN foi criado originalmente com a proposta de gerir e executar uma serie de projetos aprovados através do chamado Fundo de Apoio ao Setor Vitivinícola (Fundovitis)constituído com recursos oriundos da renúncia fiscal doo 18

24 governo do Estado. Inicialmente, o instituto logrou aglutinar o interesse das principais associações do setor em torno de um amplo esforço de reconversão de toda a cadeia produtiva vitivinícola. Esse processo seria alavancado pelo desenvolvimento de projetos que abarcavam aspectos como o estudo do mercado brasileiro de vinho, a realização de um cadastro vitivinícola na região, zoneamento agroclimático, uma nova proposta de legislação para o setor, entre outros. O Instituto passou a ser visto como uma instância potencial para regulação e controle do setor emulando, em parte, um modelo que foi aplicado com sucesso no processo de reconversão do setor vitivinícola no vizinho Uruguai no decorrer da década de Da mesma forma,a sua estrutura refletia o interesse crescente em aproximar as demandas da cadeia produtiva do esforço de pesquisa desenvolvido nos centros de pesquisa e universidades da região. O exemplo mais claro desse objetivo se traduziu na escolha de um pesquisador da Embrapa ligado ao Centro Nacional de Pesquisa da Uva e do Vinho CNPVU para a primeira gestão na presidência do instituto (Cassiolato e Vargas, 2005). Além disso, a existência de vinícolas que operam em segmentos diferenciados de mercado possibilitoua criação de diversas associações voltadas para os interesses e necessidades específicas de cada um desses segmentos conforme demonstra o quadro 1 abaixo. Além disso, verifica-se que essas instituições desempenham um papel importante na disseminação de informações e no processo de capacitação produtiva e inovativa das empresas no interior do arranjo. Cabe ressaltar que a participação das associações empresariais no processo de desenvolvimento do arranjo vitivinícola ocorre através de diferentes formas: atravésda promoção de contatos e troca de experiências entre as empresas na região, na organização de viagens de estudos ao exterior ou na organização das empresas para participação em feiras internacionais. 7 Para uma discussão detalhada sobre o processo de reconversão do arranjo vitivinícola uruguaio versnoeck (1999) 19

25 Quadro 1 - Principais instituições de coordenação das relações inter empresariais no Arranjo vitivinícola - União Brasileira de Vitivinicultura (UVIBRA), fundada em 1967, conta com cerca de 150 associados em nível nacional além de concentrar a maioria das empresas que atuam na produção de vinhos finos na região; - Associação Gaúcha de Vinicultores (AGAVI), representa os interesses de cerca de 60 pequenos e médios produtores dedicados a produção de vinhos comuns no Rio Grande do Sul; - Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE), criada em 1997, congrega 11 adegas de vinho finos que possuem vinhedos próprios e constituem o seleto grupo de pequenas cantinas familiares agrupadas em torno do objetivo comum de viabilizar a criação de um selo de origem controlada no Brasil. - Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul e Federação das Cooperativas Vinícolas (OCERGS/FECOVINHO), que foi fundada em 1952 e representa hoje cerca de 22 cooperativas vinícolas. - Instituto Brasileiro do Vinho (IBRAVIN), criado no início da década de 90 com o intuito de coordenar o processo de reconversão do setor vitivinícola brasileiro através do Fundo de Apoio ao Setor Vitivinícola Fundovitis, criado pelo governo do Estado. - Associação Brasileira de Enologia (A.B.E), criada em 1976 com o objetivo de promover a cultura vitivinícola é responsável pela organização de uma das principais feiras do setor a Fenavinho na cidade de Bento Gonçalves. A realização anual da Fenavinho coincide com outro evento organizado pela A.B.E, a Avaliação nacional de Vinhos que fecha o calendário anual do setor Organizações ligadas à pesquisa e formação de recursos humanos No arranjo vitivinícola verifica-se também a existência de um importante núcleo de organizações voltadas para a pesquisa específica neste setor. OCentro Nacional de Pesquisa de Uva e Vinho da EMBRAPA (CNPUV-EMBRAPA) e a Escola Agrotécnica Federal Juscelino Kubitschek, ambos localizados no município de Bento Gonçalves, constituem-se nos principais centros de pesquisa e formação de recursos humanos deste arranjo. O CNPUV é um centro de referencia nacional para pesquisa vitivinícola. O centro foi criado em 1975, durante o ciclo de modernização do setor vitivinícola na região, e tem como função principal o desenvolvimento de tecnologias de produto e de processo relacionadas ao complexo agro-industrial vitivinícola. A Escola Agrotécnica Federal Juscelino Kubitschek, por sua vez, foi constituída ainda em 1959 sendo a única instituição de ensino do Brasil que oferece a habilitação de técnico em Enologia em nível de segundo grau e técnico. Escola Agrotécnica Federal 20

26 Presidente Juscelino Kubitschek: foi criada em 1959, com a denominação de Escola de Viticultura e Enologia e iniciou o seu funcionamento em É a única escola a propiciar a habilitação de Técnico em Enologia em nível de 2 o grau através de um curso que tem duração de três anos que abrange também a formação técnica específica e envolve um estágio supervisionado de 360 horas. Desde 1975 a escola oferece também a habilitação de técnico em Agricultura que, em 1985, foi transformada para Técnico em Agropecuária. Desde a sua fundação a Escola já formou mais de 750 técnicos em enologiae cerca de técnicos em agricultura e agropecuária. Desde 1995 a Escola passou a oferecer o Curso superior de Tecnologia em Vitivinicultura e Enologia que é o único existente no país. Este curso conta hoje com 44 alunos matriculados, provenientes de 11 municípios do RS e de 3 unidades da Federação. A organização do curso contou com a colaboração da ENFA (Escola Nacional de Formação Agronômica) de Toulouse- França e com o apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. A Escola mantém intercâmbio com a ENFA, através do envio de professores para estágios em diversas regiões vitivinícolas da França e do intercâmbio de professores e alunos em programas de aperfeiçoamento técnico. Do mesmo modo, a Escola mantém diversos convênios de cooperação com universidades, centros de pesquisa, empresas e prefeituras na região (Cassiolato e Vargas, 2005). Além dessas duas instituições ligadas à pesquisa e capacitação, destaca-se o papel da EMATER. O escritório da EMATER de Bento Gonçalves prioriza a orientação aos agricultores quanto à melhoria na qualidade do vinho, bem como práticas culturais e combate a viroses e doenças fúngicas. No escritório de Caxias do Sul, as atividades estão direcionadas para os parreirais das variedades de uvas híbridas ou americanas e para orientação para diversificação de culturas. 6. Breve caracterização dos processos de aprendizagem, formas de interação e cooperação Apesar dos saltos de qualidade que tem sido verificados na produção vitícola no Estado nos últimos anos a qualificação da etapa de produção agrícola constitui-se ainda hoje num dos maiores desafios para o aumento da competitividade do arranjo vitivinícola da Serra Gaúcha. Em 1989 do total de 380 mil toneladas produzidas por 16 mil famílias de pequenos agricultores 26% corresponderam a variedades nobres e 74% a 21

27 variedades comuns, híbridas ou americanas utilizadas somente para produção de vinhos comuns e sucos. Na safra de 1999, por outro lado, das 430 mil toneladas produzidas, apenas 13,5% corresponderam a uvas nobres. Dados recentes sobre o perfil da produção vitícola no arranjo evidenciam poucas mudanças no perfil da produção de uvas no APL. Em 2012 foram processados 620 milhões de quilos de uvas no Rio Grande do Sul. Deste total, apenas 11% corresponderam à variedades viníferas e 89% corresponderam ao processamento de variedades híbridas e americanas. A evolução no perfil de processamento de uvas no Rio Grande do Sul é mostrado no gráfico a seguir. Gráfico 8: Uvas processadas no Rio Grande do Sul, total (em milhões de kg e participação por tipo de uva, % 88,5% 89,9% 88,7% 89,2% 85,7% 86,6% 87,3% 86,8% 86,5% 91,3% ,3% 89,1% 87,9% 90% 626, % 550,3 620,6 516,3 537,3 70% 498,4 384,9 426,6 462,1 480, % 422, % % % % % 11,5% 10,1% 11,3% 10,8% 14,3% 13,4% 12,7% 13,2% 13,5% 8,7% 11,7% 10,9% 12,1% 0% Americanas/híbridas Viníferas Produção total Fonte: Uvibra A preocupação com relação a melhora no perfil da produção vitícola constitui um consenso entre os diferentes atores do arranjo e tem levado muitas vinícolas a ampliarem seus investimentos em áreas próprias e a importarem uma maior quantidade de mudas dos principais países produtores. Da mesma forma, essa preocupação se reflete claramente como o principal foco de ação dos projetos a serem desenvolvidos nos próximos anos através do IBRAVIN. Neste aspecto, cabe destacar que o circuito inovativo da produção vitícola abrange um conjunto mais amplo de atores onde se incluem, além das empresas, centros de pesquisa e de transferência tecnológica existentes em nível local tais como Embrapa e Emater. Esse esforço de capacitação da produção agrícola envolve ações como a distribuição de porta-enxertos, desenvolvimento de novos cultivares de uva destinados à vinificação ou difusão de orientação técnica no manejo da cultura e no controle de doenças. As principais vinícolas do arranjo importam mudas de variedades mais nobres como Chardonay, 22

28 PinotNoir, Cabernet Sauvignon e Merlot da Franca, Italia, Africa do Sul e Austrália. Em 1998, uma das grandes vinícolas do arranjo, achandon, importou 100 mil mudas, das quais cerca de 60%, foram distribuídas para seus produtores conveniados (Gazeta Mercantil, 21/10/99). Não obstante as limitações que o arranjo ainda enfrenta na qualificação da sua produção vitícola,verifica-se que existe um elevado nível de capacitação tecnológica das empresas do arranjo no processo de vinificação 8. Desde o primeiro grande ciclo de modernização do arranjo na década de 70, as principais empresas do arranjo passaram a introduzir importantes inovações no processo produtivo que resultaram tanto na realização de investimentos em equipamentos como também em novas técnicas de controle do processo produtivo. Atualmente, a utilização de tanques de aço inoxidável para armazenamento do vinho constitui uma prática amplamente difundida no arranjo mesmo entre as empresas de menor porte. Do mesmo modo, esse tipo de equipamento conta hoje com um importante núcleo de fornecedores locais. Outros tipos de equipamentos como filtros especiais a vácuo ou equipamentos de frio encontram-se restritos a um número menor de cantinas. Os equipamentos de frio, por exemplo, que são utilizados no controle do processo de fermentação, clarificação e estocagem de vinhos e mostos e são indispensáveis para a produção de vinhos finos. Esses equipamentos mais complexos, bem como alguns dos principais insumos como cortiça e barris de carvalho ainda são importados de países como Itália, Argentina e Espanha. Por outro lado, percebe-se um esforço de integração com fornecedores locais através de diferentes iniciativas (Cassiolato e Vargas, 2005). Um dos exemplo deste tipo de postura, se reflete numa parceria entre a Adega Miolo e a empresa de moveis Bentec para a produção de barricas de carvalho que permitiu a substituição de fornecedores externos da Franca e Estados Unidos. Esse processo reflete também o esforço de inserção das empresas vinícolas de oferecer um produto de maior qualidade e mais adequado as tendências do mercado internacional (Gazeta Mercantil, 21/09/99). Além do investimento em novos equipamentos, importantes avanços tem sido feitos na parte de controle dos processos de vinificação mediante o uso crescente de enzimas coadjuvantes na maceração, maceração pelicular, equipamentos automatizados, e dilatando-se o tempo de maceração de 4 a 5 dias para 8 O processo de elaboração do vinho envolve, basicamente as seguintes etapas: Desengaçamento, prensagem, decantação, fermentação, clarificação e filtração, estabilização, conservação, corte, filtração e armanzenamento. 23

29 20, 30 e até 40 dias. Na fermentação alcoólica estão sendo usadas leveduras biotecnologicamente melhoradas, praticando-se também a fermentação malolática em todos os tintos e técnicas de remontagens diferenciadas. Além disso, foi multiplicada a utilização de barricas de carvalho no amadurecimento dos vinhos tintos. A adoção de inovações na etapa de produção vinícola reflete também a capacitação do arranjos em termos da qualificação dos técnicos e enólogos que atuam nas cantinas. Além do papel desempenhado pela Escola de Enologia na região, a crescente inserção internacional das empresas do arranjo viabilizou o maior intercâmbio com outras empresas nos principais países produtores como França, Itália e Argentina. Nas principais empresas do arranjo esse fluxo de conhecimento ocorre de forma sistemática através da contratação da assessoria de enológos estrangeiros para acompanhamento e melhorias nos processos. Além disso, as a participação em feiras internacionais e a organização de viagens de estudo aos principais países produtores, promovidas através das associaçõesempresas tem contribuído para disseminação de novas práticas entre empresas dos diversos segmentos do arranjo. No caso das pequenas cantinas familiares que se especializaram na produção de vinhos finos, a capacitação de recursos humanos ocorreu fundamentalmente através da formação técnica dos filhos dos proprietários nas melhores escolas de enologia em países como França eargentina. De uma maneira geral, dentre as principais inovações identificadas na vitivinicultura brasileira nas últimas décadas destacam-se: adaptação de tecnologia de fermentação à baixa temperatura, permitindo um salto na qualidade dos vinhos brancos; modernização de equipamentos e instalações (tanques de aço inoxidável e controladores de temperatura; melhoria nos sistemas de produção da uva, onde se incluem o controle de doenças da videira, uso de material isento de vírus, uso de porta-enxertos adequados, entre outros; introdução de novas variedades de uvas viníferas que seriam utilizados para elaboração de vinhos finos, bem como novas cultivares para elaboração de vinhos comuns e uvas rústicas para mesa; formação de recursos humanos especializados, contando com profissionais qualificados (pós-graduados); 24

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