UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ. Simone Regina da Silva Kraft
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1 UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Simone Regina da Silva Kraft ACHADOS AUDIOLÓGICOS E O CONHECIMENTO DOS ADOLESCENTES SOBRE OS EFEITOS DA UTILIZAÇÃO DE APARELHOS PORTÁTEIS DE MÚSICA COM FONES INDIVIDUALIZADOS Curitiba 2010
2 Simone Regina da Silva Kraft ACHADOS AUDIOLÓGICOS E O CONHECIMENTO DOS ADOLESCENTES SOBRE OS EFEITOS DA UTILIZAÇÃO DE APARELHOS PORTÁTEIS DE MÚSICA COM FONES INDIVIDUALIZADOS Artigo apresentado à disciplina do Projeto de Pós Graduação do Curso audiologia clínica: enfoque prático e ocupacional da Faculdade de Ciências as saúde da Universidade Tuiuti do Paraná como requisito para obtenção do grau de especialista.. Orientador: Adriana Lacerda Fonoaudióloga; Professora adjunta da Universidade Tuiuti do Paraná UTP, Curitiba, Paraná, Brasil; Doutora em Ciências Biomédicas - Audiologia pela Universidade de Montreal, Canadá. Jair M. Marques Curitiba 2010
3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO MÉTODO RESULTADOS DISCUSSÂO CONCLUSÃO...23 REFERÊNCIAS...24 ANEXOS...28
4 LISTA DE GRÁFICOS GRAFICO 1 LIMIARES SEGUNDO AS FREQUÊNCIAS ORELHA DIREITA...14 GRAFICO 2 LIMIARES SEGUNDO AS FREQUÊNCIAS ORELHA ESQUERDA...15
5 LISTA DE TABELAS TABELA 1- ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS: IDADE (ANOS), EXPOSIÇÃO SEMANAL À MÚSICA (HORAS) E DIÁRIA (HORAS)...13 TABELA 2 LIMIARES AUDITIVOS DE ACORDO COM FREQUÊNCIAS E ORELHAS...14 TABELA 3 DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA SEGUNDO AS QUEIXAS...15 TABELA 4 DANOS QUE O APARELHO PORTÁTIL PODE CAUSAR...16 TABELA 5 SE TEM CONSCIÊNCIA SOBRE O USO DO APARELHO PORQUE USA?...17
6 RESUMO OBJETIVO: Conhecer os achados audiológicos dos adolescentes e o conhecimento desta população sobre os efeitos da utilização de aparelhos portáteis de música com fones individualizados MÉTODO: Trata-se de um estudo analítico transversal (ou seccional) que investigou, por meio de questionário e audiometria, a audição e o conhecimento dos adolescentes sobre a utilização aparelhos portáteis de música com fones individualizados RESULTADOS: Todos os participantes apresentaram queixas de saúde,100% referiu sentir dor de ouvido, taquicardia e desconforto a sons; 88,6% relataram ter insônia e zumbido; 85,7% disseram que sentem coceira; 80,70 sentem a sensação de ouvido tampado e dor de cabeça; 74,3% informaram que ficam irritados com facilidade e sofrem de ansiedade. Quanto aos achados auditivos, 100% apresentaram audição dentro dos limites de normalidade. CONCLUSÃO: Os resultados deste estudo, demonstram que esta população esta habituada à exposição a música elevada e não possui consciência dos danos auditivos futuros que podem ser causados pela exposição. Palavras-chave: Perda Auditiva Provocada por Ruído; Adolescentes; Hábitos sonoros; Atividades de Lazer.
7 INTRODUÇÃO A exposição a elevados níveis de pressão sonora (NPS) por um longo período de tempo, pode determinar comprometimentos físicos, mentais e sociais no indivíduo. Entre estas conseqüências, encontra-se os danos no sistema auditivo (MINISTÉRIO DA SAÚDE 2006). A Exposição ao ruído intenso leva à lesão permanente e irreversível, e que depois de existente, não pode ser resolvida. Essa lesão pode piorar com o tempo e só fica estável quando o ruído consumido pela pessoa é controlado. Nos casos em que há um contato contínuo com o ruído, não tem como prever quando a lesão ocorrerá. É o caso do uso de um mp3 durante muito tempo e com o volume alto. Geralmente as pessoas percebem que estão com problemas auditivos quando a perda já é bastante significante. Renzo (2008) relata que os danos auditivos vêm aumentando e isso acontece principalmente devido à urbanização e industrialização das cidades com conseqüente aumento do ruído ambiental. Há algumas décadas ocorreu um grande aumento de lesões auditivas provocadas pelo ruído industrial ambiental, quando na época o uso de protetores auriculares não era considerado obrigatório. Hoje, um dos grandes problemas é o hábito entre os jovens do uso abusivo de fones de ouvido com som bastante alto, bem como o fato de freqüentarem locais ruidosos. A quantidade de ruídos bem como o tempo que se fica exposto a eles são fatores determinantes da capacidade de prejudicar a audição. Os Sons acima de 75 decibéis são considerados potencialmente perigosos. Entre os exemplos de níveis de ruído considerado prejudicial pelos especialistas está cortador de grama, show de rock, armas de fogo, bombinhas, aparelhos de
8 8 8 som com fones de ouvido, motocicletas, tratores, utensílios domésticos (trituradores de lixo, liquidificadores, processadores de alimentos/cortadores, etc.) e brinquedos barulhentos. Todos podem emitir som acima de 90 db s e alguns deles podem chegar até 140 db s (Pina, 2006). Nos dias atuais vem se percebendo uma nova modalidade de causas de perdas auditivas. Pois, nos novos hábitos de vida urbana é cada vez mais freqüente encontrarmos crianças, jovens e adultos passeando nas ruas, nos carros, em transportes públicos, sentados em bancos de praças e escolas com equipamentos sonoros com fones individualizados. Ouvir música é saudável, mas a questão vai além. O hábito se tornou tão natural que poucos se dão conta dos reais perigos que esta prática esconde. O Ministério da Saúde (2006), diz que o estilo de vida sempre opcional, vem levando à incorporação do ruído às nossas vidas, como se fosse algo natural e, portanto, inofensivo. De acordo com pesquisas, o uso excessivo do fone de ouvido por um longo período, pode provocar a perda da audição. A comunidade científica vem desenvolvendo um importante trabalho ligado a pesquisas de cunho científico com relação ao assunto. Levantamento feito com milhares jovens pelo mundo todo,constatou que até 50 db (decibéis) é inofensiva a saúde e alerta para os usuários que mais de 90 db por dia, exposto até 8 horas, pode ser prejudicial. Estudos recentes apontam para os riscos do uso dos Mp3 players, atingem na maioria dos casos, os adolescentes. Estes estudos mostram que os jovens correm o sério risco de ficarem surdos antes mesmo de seus pais. Segundo a pesquisa de Carmo (1999) os resultados encontrados foram preocupantes, na avaliação da fonoaudióloga o volume dos aparelhos variou
9 9 9 de 78 a 87 decibéis, níveis bem acima do recomendado. Os especialistas indicam o uso de protetores auriculares com intensidade a partir de 85 decibéis, pois, essa intensidade se compara ao nível de ruído encontrado nas indústrias. O nível de ruído máximo é de 85dB, sendo que 90dB, durante 5 horas, em alguns anos, causa uma lesão irreversível. A perda auditiva pode chegar a 6kHz, o que leva a uma maior dificuldade em discriminar os sons. A pessoa escuta, mas não entende bem a palavra e costuma dizer hã?, o quê? (CARMO, 1999). A mesma autora ainda relata que as gerações atuais poderão ter um comprometimento auditivo muito maior que as antecessoras. As conseqüências são comprometedoras, em alguns casos, sendo necessário até mesmo o uso de aparelhos auditivos. Segundo dados da UNIÃO EUROPÉIA (2005), Os cientistas calcularam que o número de pessoas que está na categoria de risco para perda auditiva, é de cinco a 10% dos usuários de aparelhos portáteis de música, o que significa até 10 milhões de pessoas na União Européia. No Brasil ainda não existe um calculo certo sobre a quantidade de usuários. Mas, acredita-se que sejam milhares. Pesquisas recentes revelam que a poluição sonora ocupa a terceira posição entre as doenças ocupacionais, motivo pelo qual conduziu o interesse pelo tema proposto. Com isso, podemos perceber o quanto o uso de equipamentos sonoros com fones individualizados pode ser nocivo para a saúde. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo conhecer os achados audiológicos e o
10 10 10 conhecimento dos adolescentes sobre os efeitos da utilização de aparelhos portáteis de música com fones individualizados.
11 MÉTODO Trata-se de um estudo analítico transversal (ou seccional) que investigou, por meio de questionário e audiometria, a audição e o conhecimento dos adolescentes sobre a utilização aparelhos portáteis de música com fones individualizados A pesquisa foi realizada, e um município de porte médio do interior do Estado do Paraná. A participação dos sujeitos se deu de forma voluntária. Foi aplicado um questionário contendo questões fechadas e abertas com perguntas sobre aspectos auditivos, assim como sobre o comportamento dos adolescentes relacionados ao uso de aparelhos portáteis de música com fones individualizados. Posteriormente, foi realizado audiometria tonal em todos participantes. O audiometro utilizado foi o MAICO MA 41, os fones H-39 calibrados dentro dos padrões internacionais. A técnica utilizada foi a descentente, as freqüências testadas foram de A audiometria tonal por via aérea foi realiza a nas freqüências e 500 Hz, 1, 2, 3, 4, 6 e 8 khz. Os exames foram realiza os pela fonoaudióloga, em cabina acusticamente tratada e calibrada conforme norma ISO , ANSI S Para realização a audiometria foi utiliza o audiômetro a Marca Ma 41. Foi considerado audiograma dentro dos limites aceitáveis (compatível com a normalidade) quando os limiares tonais em todas as freqüências apresentarem valores inferiores e iguais a 25 B (NA).
12 12 12 Os dados foram analisados de modo a obter a caracterização dos participantes (sexo, idade, tempo de utilização dentre outros) conhecimentos sobre riscos para a saúde auditiva e condutas frente a estes riscos. O projeto do estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Tuiuti do Paraná por meio do processo nº 00192/2009
13 RESULTADOS A pesquisa foi realizada com 35 jovens com idade que variou de 15 a 20 anos. Os participantes eram de ambos os gêneros (feminino: 51,4% e masculino: 48,6%). A tabela 1 apresenta informações sobre os participantes TABELA 1 ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS: IDADE (ANOS), EXPOSIÇÃO SEMANAL À MÚSICA (HORAS) E DIÁRIA (HORAS) VARIÁVEL n MÉDIA MÍNIMO MÁXIMO DESVIO PADRÃO Idade 35 17,3 anos 15 anos 20 anos 1,7 ano Exp. Música (semanal) 35 6,0 horas 3 horas 7 horas 1,4 ano Exp. Música (diária) 35 2,0 horas 1 hora 7 horas 1,1 ano Na tabela 1 podemos observar que dos 35 jovens a exposição semanal a aparelhos musicais com fones individualizados variou de 3 a 7 horas por semana, e entre 1 e 7 horas de uso dos fones por dia. Quando questionados sobre o volume utilizado pelos jovens participantes, 65,6% referiram estilizar o volume alto, 28,5 referiram estilizar o volume moderado, e apenas 2,9 referiram estilizar o volume baixo.
14 14 14 TABELA 2 LIMIARES AUDITIVOS DE ACORDO COM FREQUÊNCIAS E ORELHAS FREQUÊNCIAS (Hz) E ORELHA n MÉDIA MÍNIMO MÁXIMO DESVIO PADRÃO OD ,1-10,0 20,0 8,4 OD ,4-10,0 20,0 8,4 OD ,3-10,0 20,0 6,7 OD ,9-10,0 15,0 6,5 OD ,7-10,0 20,0 8,1 OD ,1-10,0 20,0 8,5 OD ,1-10,0 20,0 8,3 OD ,7-10,0 20,0 7,8 OE ,6-10,0 20,0 7,9 OE ,1-10,0 20,0 6,9 OE ,3-10,0 20,0 7,6 OE ,7-10,0 20,0 7,5 OE ,1-10,0 20,0 7,3 OE ,7-10,0 20,0 7,4 OE ,6-10,0 20,0 7,0 OE ,4 0,0 25,0 7,3 GRÁFICO 1 LIMIARES SEGUNDO AS FREQUÊNCIAS ORELHA DIREITA Limiares (db) Frequências (Hz) Média Mínimo Máximo
15 15 15 GRÁFICO 2 LIMIARES SEGUNDO AS FREQUÊNCIAS ORELHA ESQUERDA Limiares (db) Frequências (Hz) Média Mínimo Máximo TABELA 3 DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA SEGUNDO AS QUEIXAS QUEIXA NÃO N (%) SIM N (%) Dor de ouvido 35 (100,0%) - (0,0%) Taquicardia 35 (100,0%) - (0,0%) Desconforto 35 (100,0%) - (0,0%) Zumbido 31 (88,6%) 4 (11,4%) Insônia 31 (88,6%) 4 ((11,4%) Coceira 30 (85,7%) 5 (14,3%) Ouvido tampado 28 (80,0%) 7 (20,0%) Dor de cabeça 28 (80,0%) 7 (20,0%) Fica irritado fácil 26 (74,3%) 9 (25,7%) Ansiedade 24 (68,6%) 11 (31,4%) Todos os participantes apresentaram queixas de saúde, 100% referiram sentir dor de ouvido, taquicardia e desconforto a sons; 88,6% relataram ter insônia e zumbido; 85,7% disseram que sentem coceira; 80,70
16 16 16 sentem a sensação de ouvido tampado e dor de cabeça; 74,3% informaram que ficam irritados com facilidade e sofrem de ansiedade. Quanto aos danos causados pelos aparelhos musicais, 65,7% dos participantes acreditam que os fones dos aparelhos portáteis podem causar danos à saúde e 34,3% discordam. Não ouve diferença significativa sobre o conhecimento dos malefícios sobre o uso do MP3 entre os gêneros masculino e feminino. TABELA 4 DANOS QUE O APARELHO PORTÁTIL PODE CAUSAR DANOS Nº DE SUJEITOS % Nenhum 15 42,8% Surdez 13 37,1% Acha que não causa 3 8,6% danos Dor de ouvido e alergia 1 2,9%) Surdez a longo prazo 1 2,9% Traz danos? 1 2,9% Não sabe 1 2,9% Quando perguntados aos participantes que informassem quais os danos que os aparelhos poderiam causar a sua audição, 42,8% dos jovens refiram que nenhum dano; 37,1% relataram a surdez como dano; 8,6% não causam danos; 2,9 referiram dor de ouvido e alergia por causa do fone no conduto; 2,9% duvidaram dos malefícios respondendo com um traz danos?; 2,9 disseram que não sabia nada sobre o assunto. Quando perguntado em especifico sobre a surdez 51,4% dos jovens disseram que não causa surdez, e 48,6% acredita que causa surdez.
17 17 17 TABELA 5 SE TEM CONSCIÊNCIA SOBRE O USO DO APARELHO PORQUE USA? DANOS Nº DE SUJEITOS % Acha que daqui a alguns 1 2,9 anos vai adquirir surdez Adora o aparelho 1 2,9 Não vive sem música 1 2,9 Ouço no ônibus 1 2,9 Não sabe 1 2,9 Gosto de música 5 14,3 Gosta de música, pode 1 2,9 ouvir quando quer Porque gosta 2 5,7 Acalma, tranqüiliza, 1 2,9 relaxa Porque vai perder a 1 2,9% audição depois dos 60 Para distrair enquanto vai 1 2,9% de ônibus para o trabalho Vai acontecer mais tarde 1 2,9 Sem resposta 18 51,4% Quando perguntados se possuem consciência dos malefícios por faz o uso, a resposta dos jovens foi a seguinte: 2,9% acham que daqui a alguns anos vai adquirir surdez; 2,9 adoram o aparelho; 2,9% não vivem sem música; 2,9% ouvem no ônibus; 2,9% não sabem; 2,9% gostam de música, pode ouvir quando quer; 2,9% porque vai perder a audição depois dos 60; 2,9% para distrair enquanto vai de ônibus para o trabalho; 2,9% vão acontecer mais tarde; 5,7 porque gosta; 14,3 refere gostar de música; 51,4 sem resposta.
18 DISCUSSÃO O presente estudo teve como objetivo conhecer os achados audiológicos e o conhecimento dos adolescentes sobre os efeitos da utilização de aparelhos portáteis de música com fones individualizados. Com relação ao número de horas diária e semanal à aparelhos portáteis de música com fones individualizados, os participantes deste estudo se expõem diariamente a 2,0 em média e semanalmente à 6 horas. Concordando com o estudo de Shargorodsky, J. et al. (2010) Que fez um levantamento e encontrou dados sobre a exposição ao barulho de cinco ou mais horas por semana. No inquérito de , 29% dos entrevistados disseram que foram expostos ao ruído do Mp3. Segundo Palácios e Marquese (2006) conclui-se que as pessoas que precisam ou gostam de utilizar esses equipamentos de sons portáteis, devem avaliar o nível de pressão sonora do equipamento, bem como o tempo de exposição ao mesmo. Sugere-se portanto, a utilização com um NPS abaixo de 75 dba, um fone de ouvido externo e em um ambiente com o mínimo de ruídos. Com relação aos achados auditivos, Fifer R. e kileny P (2010), descrevem que o ruído no local de trabalho e a exposição a ruídos nocivos, podem levar à perda auditiva por danificar as células ciliadas sensível na orelha interna. E verificaram em sua pesquisa que isso também acontece com música em alto volume bombeado diretamente para o ouvido através de leitores de MP3.
19 19 19 Danhauer, J.L. et al. (2009), dizem que MP3 players tornam mais fácil ouvir música onde quer que esteja, mas o nível de ruído combinado com a escuta sustentado em uma base diária sobre o sistema de música conveniente e portátil pode ser altamente prejudicial, de acordo com estudos recentes, eles descobriram que 25 por cento dos pesquisados que ouviam música a níveis elevados de ruído apresentaram alguns danos auditivos. Fligor ( 2010) analisou em sua pesquisa dados de 12 - a 19 anos de idade e comparados a perda auditiva em mais de crianças testadas para cerca de crianças testadas durante O resultado foi prevalência de perda auditiva aumentou de cerca de 15 por cento para 19,5 por cento. Contrariamente aos estudos apresentados, os participantes deste estudo apresentaram audição dentro dos padrões de normalidade (tabela 2 e gráficos 1 e 2). No entanto as queixas relacionadas à saúde estiveram presentes em 100% dos participantes. (tabela 3) É sabido que o ruído como qualquer outro estressor, poderá provocar uma série de mudanças fisiológicas, psicológicas e comportamentais no indivíduo. Seligman et al. (2002) relatam que os indivíduos expostos a elevados níveis de pressão sonora são afetados adversamente em seu bem estar físico e mental, podendo apresentar inúmeros outros sintomas, além os auditivos. Destacam-se as dificuldades específicas o sono, transtornos neurológicos, desordens vestibulares, problemas digestivos e vasculares, transtornos comportamentais e a comunicação.
20 20 20 Danhauer, J.L. et al. (2009) relatam em seu trabalho que quem utiliza fones tem alterações na atenção e na concentração, outro problema encontrado e pouco divulgado e a formação de dermatites e eczemas nas orelhas. Os pesquisadores alertam para os cuidados constantes, não só relacionados ao volume, mas também a higienização do objeto. Os participantes desse estudo acreditam que a exposição a aparelhos portáteis causa algum dano à saúde (65,7%) e dentre as respostas o dano relatado foi a surdez (tabela 4). O estudo revelou ainda que os jovens possuem consciência sobre o dano, mas não possui nenhum tipo de prevenção ou preocupação sobre a surdez (tabela 5). Neste contexto, Jobim C. (2008) relata que a surdez é uma doença invisível, lentamente progressiva. Então, os jovens não se preocupam com a altura do som e usam os tocadores de MP3 indiscriminadamente. Você só vai conseguir identificar que tem um problema quando algum sintoma aparecer: dificuldade para conversar no telefone ou para entender o que as pessoas falam. Quando chegarem na faixa dos 40 anos, eles vão ter suas atividades sociais prejudicadas e ressalta que as possíveis lesões no ouvido são permanentes e irreversíveis. Fligor ( 2010) verificou na pesquisa que os jovens ignoram todos os avisos e boa vontade em perigo a sua audição. Por exemplo, um estudo realizado em duas escolas da holanda revelou que os adolescentes estão cientes dos efeitos nocivos da musica alta, ainda assim optou por jogar seus ipods na altura máxima, porque eles acreditavam erroneamente que estavam imunes a perda auditiva. Outros estudos, incluindo alguns dos Estados Unidos, concorrem com estes resultados. O mesmo autor ainda cita
21 21 21 uma pesquisa realizada com cerca de 10 mil jovens, revelou que somente 8% considerava a possibilidade de perder a audição como sendo um problema grave. Os especialistas como Biassoni et al. (2005) afirmam, no entanto, que deve-se estabelecer um limite de segurança porque se deixa a opção aos jovens, estes sempre preferirão escutar sua música no volume mais alto possível e nada os fará mudar de opinião. Borja et al. (2002), com uma amostra de 700 indivíduos, ambos os gêneros, idade entre 14 e 20 anos, sendo 50% alunos de escola publica e 50% deescola privada, investigaram através e um questionário formulário sobre seus hábitos e lazer relacionados a eventos com música amplificada em alta intensidade e aos efeitos que o ruí do pode causar a saúde. Os autores concluíram que a população detém informações sobre os efeitos dessa exposição, além do fato que um número significativo e jovens estudados (29,14%) afirma ter costume de ficar próximos fontes sonoras. Isso demonstra que, apesar e deter a informação, ainda existe um número grande de jovens, que se mostra pouco preocupado com os possíveis prejuízos auditivos que possam a vir o excesso e ruído, mesmo sabendo que os anos são irreversíveis. Ao final afirmam que esses jovens demonstram a necessidade de um programa educacional e conscientização a população acerca os riscos que a exposição a ruídos pode causar saúde. Então fica o questionamento sobre o impacto dos aparelhos musicais com fones individualizados ou coletivos, estão causando nos jovens, porque continuam usando equipamento? Será falta de informação dos jovens, falta
22 22 22 de um programa de preservação da saúde auditiva para esses adolescentes? Será que devemos cobrar um limite de tolerância para os fábricantes desses equipamentos? Os pais também tem culpa por não cobrarem providencias de melhora sobre o assunto? Seria falta de conhecimento dos pais também? Ou usam por rebeldia e desafios a sociedade? Sendo assim, sugerimos a adoção de programas de promoção de saúde auditiva nas escolas. Seria importante a mudança de hábito da população no tocante a esta temática.
23 CONCLUSÃO Os resultados demonstraram que a exposição semanal ao aparelho musical com fones individualizados, variou de 3 a 7 horas por semana, e entre 1 e 7 horas de uso dos fones por dia. Quando questionados sobre o volume utilizado pelos jovens participantes, 65,6% referiram estilizar o volume alto, 28,5 referiram estilizar o volume moderado, e apenas 2,9 referiram estilizar o volume baixo. Todos os participantes apresentaram audição dentro dos padrões de normalidade, entretanto apresentaram sintomatologia de estresse por causa do ruído excessivo. Todos os participantes apresentaram queixas à saúde, 100% referiu sentir dor de ouvido, taquicardia e desconforto a sons; 88,6% relataram ter insônia e zumbido; 85,7% disseram que sentem coceira; 80,70 sentem a sensação de ouvido tampado e dor de cabeça; 74,3% informaram que ficam irritados com facilidade e sofrem de ansiedade. Cerca de metade dos jovens desta pesquisa demonstraram claramente ter conhecimento sobre o assunto, mas não dão importância para os danos à saúde causados pelo uso deste equipamento musical, achando que o uso não causa surdez, ou que só acontecera quando forem mais velhos.
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28 28 28 ANEXO Questionário Uso de aparelhos portáteis de música com fones individualizados e suas alterações 01- Qual é a sua idade: 02- Qual é o seu sexo: M ( ) F ( ) 03- Você usa aparelhos portáteis de música com fone individualizado quantas vezes por semana: 1 vez( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes ( ) 6 vezes ( ) 7 vezes ( ) 04- Você usa o aparelho portátil de música com fone individualizado quantas horas por dia: 30 min ( ) 1 hora ( ) 2 horas ( ) 3 horas ( ) 4 horas ( ) Mais quanto? 05- Você dorme com o :aparelho portátil de música com fone individualizado sim ( ) não ( ) 06- Você usa o aparelho portátil de música com fone individualizado em qual volume: Baixo ( ) Moderado ( ) Alto ( ) 07- Você sente: Zumbido ( ) Dores de ouvido ( ) Coceira ( ) Sensação de ouvido tapado ( ) Irritabilidade a sons intensos ( ) nenhum desconforto ( ) 08- Você fica irritado com facilidade: sim ( ) não ( ) 09- Você tem insônia: sim ( ) não ( ) 10- Você tem falta de concentração: sim ( ) não ( ) 11- Você sente taquicardia: sim( ) não ( ) 12- Você fica ansioso: sim ( ) não ( ) 13- Você tem dores de cabeça com freqüência: sim ( ) não( ) 14- Você acha que o aparelho portátil de música com fone individualizado pode te trazer algum dano:sim ( ) não( ) 15- Quais danos você acha que o aparelho portátil de música com fone individualizado pode trazer: 16- Você acha que o uso do aparelho portátil de música com fone individualizado pode causar surdez: sim ( ) não ( )
29 Se acredita que faz mal por que você uso do aparelho portátil de música com fone individualizado
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