CONTABILIDADE GERAL. Balanço Patrimonial. Operações envolvendo Tributos Parte 1. Prof. Cláudio Alves
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- Giovanna Guimarães Lima
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1 CONTABILIDADE GERAL Balanço Patrimonial Operações envolvendo Tributos Parte 1 Prof. Cláudio Alves
2 O Código Tributário Nacional Brasileiro, em seu artigo 3º conceitua tributo como sendo toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Temos os seguintes tipos de tributos: impostos, taxas, contribuições de melhorias e contribuições especiais.
3 A contabilização do IPI e do ICMS pagos na aquisição de mercadorias para revenda e de insumos da produção industrial (matérias-primas, materiais intermediários e embalagens) não deve integrar o respectivo custo, quando forem recuperáveis mediante crédito nos livros fiscais pertinentes. Uma forma de contabilizar os impostos recuperáveis pagos na aquisição de mercadorias e insumos da produção é o registro, por ocasião da aquisição desses bens, em contas próprias, classificáveis no ativo circulante, intituladas IPI a Recuperar e "ICMS a Recuperar.
4 Contabilização do IPI De acordo com a legislação do Imposto de Renda, na receita bruta de vendas não deve ser incluído o valor do IPI. Desse modo, em virtude da conveniência de adotar procedimentos contábeis que facilitem a demonstração de valores que devam produzir efeitos fiscais, a prática é não registrar o IPI em conta de Resultado, sendo as vendas contabilizadas a débito de conta do Ativo Circulante (caixa/bancos ou clientes), tendo como contrapartidas: a) a conta de receita de vendas, pelo valor líquido da operação, ou seja, sem o IPI incidente; b) a conta de IPI a Recolher (no Passivo Circulante), pelo valor do imposto debitado.
5 Por exemplo, uma venda de mercadorias por R$ 5.000,00 mais 10% de IPI seria contabilizada da seguinte forma: D - Caixa/Bancos Conta Movimento ou Clientes (AC) R$ 5.500,00 C - Receita de Vendas (CR) R$ 5.000,00 C - IPI a Recolher (PC) R$ 500,00
6 Este modo de contabilização pode ser vista com certas restrições, pois implica omitir na Demonstração do Resultado do Exercício, o valor do faturamento bruto, que representa o valor das vendas, inclusive o IPI. Também pode-se registrar a receita pelo valor total cobrado do cliente numa conta sob o título de Faturamento Bruto, e em seguida debitar o IPI em conta de resultado, sob o título de IPI Faturado.
7 Desse modo, a qualquer momento pode ser demonstrado contabilmente o valor da receita bruta segundo o conceito fiscal, que corresponde à diferença entre o saldo credor da conta Faturamento Bruto e o saldo devedor da conta IPI Faturado.
8 D - Clientes (AC) D - Faturamento Bruto (CR) Operações envolvendo Tributos Parte 1 Utilizando-se essa forma de contabilização do exemplo proposto, a mesma seria efetuada da seguinte forma: D - IPI Faturado (CR) D - IPI a Recolher (PC) R$ 5.500,00 R$ 500,00 Caso seja adotado este procedimento para o registro das vendas com incidência do IPI, para fins do Imposto de Renda (na Declaração de Rendimentos), a receita bruta deve ser considerada sem o IPI e o valor desse imposto não deve constar da conta de Resultado.
9 No caso das indústrias, a mesma paga IPI na compra de seus materiais e também tem seus produtos tributados. Nesse caso, funciona ela como simples intermediária entre o pagador final do imposto e o Governo Federal. Não possui ela nenhuma receita quando cobra IPI de seu cliente, como também não tem nenhuma despesa ou custo quando paga o encargo ao seu fornecedor. Ao saldar sua dívida para com este, por exemplo R$1.000,00 pela matéria-prima adquirida mais R$100,00 pelo IPI incidente nessa operação ( alíquota de 10%). Ao utilizar o material para produzir um bem qualquer e vendê-lo, digamos, por R$1.800,00, acaba por cobrar de seu cliente R$1.980,00 (R$1.800,00 mais R$180,00, supondo alíquota igual à da entrada).
10 Por já haver pago R$100,00 de imposto na compra, ou seja, haver feito um adiantamento por conta do que iria cobrar futuramente, ao receber os R$180,00 de seu cliente considera R$100,00 como devolução do adiantamento feito, e R$80,00 como dívida à União; ao recolher este último montante, tem a simples liquidação de uma dívida como outra qualquer. Nem os R$180,00 fazem parte de sua receita nem os R$80,00 e os R$100,00 são despesa ou incorporam o custo do produto elaborado.
11 Vejamos a contabilização: Operações envolvendo Tributos Parte 1 a) Na compra: D Matéria-prima 1.000,00 D C/C IPI 100,00 C Fornecedores 1.100,00
12 b) Pela utilização da matéria-prima para elaboração do produto; omitidos os lançamentos intermediários de produção em processamento e dos custos dos outros fatores de produção: D Produtos Acabados C Matéria-prima 1.000,00 c) Pela venda dos Produtos: D Clientes 1.980,00 C Receita de Vendas 1.800,00 C C/C IPI 180,00
13 A conta C/C IPI, enquanto tinha saldo devedor, representava o direito pelo adiantamento feito pela indústria e era conta de Ativo; ao passar a representar a dívida à União e torna-se conta de Passivo. Ao ser feito o recolhimento dos R$80,00, haverá um débito a essa conta, que terá então anulado o seu saldo. Vejamos os lançamentos: D Clientes C Receita de Vendas 1.980,00 e D IPI Faturado nas Vendas C C/C IPI 180,00
14 No final do período, a conta IPI Faturado nas Vendas será encerrada contra a conta Receita de Vendas e se obterá o valor líquido de impostos nas Vendas, que são sua verdadeira receita.
15 PIS E COFINS SOBRE VENDAS Os valores das Contribuições ao PIS e à COFINS incidentes sobre a receita de vendas serão debitados em contas próprias de resultado, tendo como contrapartida contas do passivo circulante. Assim, temos: a) Registro pelo regime de competência: D - PIS sobre vendas (Conta de Resultado) C - PIS a recolher (Passivo Circulante) e D - COFINS sobre vendas (Conta de Resultado) C - COFINS a recolher (Passivo Circulante)
16 b) pelos pagamentos: D - COFINS a recolher (Passivo Circulante) D - PIS a recolher (Passivo Circulante) C - Caixa (Ativo Circulante)
17 Antes do advento dos Pronunciamentos Técnicos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, o PIS e a COFINS eram classificados como deduções de vendas. Atualmente, de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 30 (R1) Receitas, para fins de divulgação na demonstração do resultado, a receita inclui somente os ingressos brutos de benefícios econômicos recebidos e a receber pela entidade quando originários de suas próprias atividades. As quantias cobradas por conta de terceiros, tais como tributos sobre vendas, exemplos PIS e COFINS não recuperáveis, tributos sobre bens e serviços, exemplo ISS e tributos sobre valor adicionado, exemplos ICMS, PIS e COFINS, todos recuperáveis, não são benefícios econômicos que fluam para a entidade e não resultam em aumento do Patrimônio Líquido. Logo, são excluídos da receita.
18 Importante: Tributos sobre valor adicionado são os recuperáveis nas compras e incidentes nas vendas, como é o caso do ICMS, o qual é recuperável nas compras e incide nas vendas, de forma que a diferença entre o valor incidente nas vendas e o valor recuperável nas compras é o que chamamos de tributos sobre o valor adicionado.
19 QUESTÃO: Telebrás Especialista em Gestão de Telecomunicações Contador CESPE No que concerne ao cálculo e escrituração do PIS/PASEP, da COFINS, do imposto de renda das pessoas jurídicas (IRPJ) e da CSLL, julgue os itens consecutivos. À exceção das empresas optantes pelo SIMPLES, aplica-se o regime de não cumulatividade da COFINS a todas as pessoas jurídicas tributadas para fins de IR. ( ) Certo ( ) Errado X
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