Logo, se conclui que imputar é atribuir a responsabilidade de um fato a alguém que tenha condições de discernimento do seu ato.

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Logo, se conclui que imputar é atribuir a responsabilidade de um fato a alguém que tenha condições de discernimento do seu ato."

Transcrição

1 Conceito Em princípio, todos são responsáveis pelos seus atos e por suas condutas, devendo receber a devida sanção penal quando praticam atos tidos como criminosos. A exceção se dá com os inimputáveis, isto é, aqueles que não podem responder por suas ações ou omissões, pois lhes falta a capacidade de discernimento para entender o caráter ilícito do fato ou porque ainda não atingiram a plena capacidade para suportar os encargos de uma ação penal e uma futura condenação. É a responsabilidade do agente de responder pelo crime cometido. A isso se chama de imputabilidade, embora alguns prefiram distinguir os termos. Assim, os imputáveis respondem pelas consequências de suas condutas, enquanto os inimputáveis, em regra, não responderão, de acordo com sua incapacidade penal. A imputabilidade penal faz parte da culpabilidade, que é um dos pressupostos para a imposição da pena. Isto é, somente será imposta a pena se se constatarem as condições para que o agente responda por sua conduta. Logo, se conclui que imputar é atribuir a responsabilidade de um fato a alguém que tenha condições de discernimento do seu ato. Inimputabilidade A inimputabilidade penal decorre de alguns fatores específicos da culpabilidade, sendo prescrita nos artigos 26 ao 28 do Código Penal. Pelo artigo 26 do Código Penal 1 já dá para perceber que o legislador tratou de maneira diversa aquele que não tem qualquer tipo de entendimento sobre o caráter ilícito de sua conduta e aquele que possui o entendimento, embora compreenda de maneira incompleta. 1 Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar- -se de acordo com esse entendimento. Redução da pena: Parágrafo Único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 95

2 Disso se conclui que temos três formas de aferir a capacidade do agente: Total: quando o agente era, à época do delito, totalmente capaz de entender o caráter criminoso do que realizou, responderá por sua conduta. É imputável. Parcial: quando o agente era, à época do delito, parcialmente capaz de entender o caráter criminoso do fato e/ou parcialmente capaz de determinar-se de acordo com esse entendimento, responderá como semi-imputável. Nula: quando o agente era, à época do delito, totalmente incapaz de entender o caráter criminoso do fato e/ou totalmente incapaz de determinar-se de acordo com esse entendimento, será irresponsável. É inimputável. Métodos, critérios ou sistemas de inimputabilidade Pode-se dizer que há três métodos, critérios ou sistemas destinados a aferir a inimputabilidade do agente, quanto ao seu desenvolvimento mental. O primeiro é o biológico ou etiológico no sentido de que basta a existência da doença mental ou anomalia psíquica para se tornar inimputável, retirando-se o segundo elemento da inimputabilidade, que é a autodeterminação (libertas consilii). Tal critério é totalmente falho. O segundo critério é o psicológico, no sentido de que se verificam as condições pessoais do agente, afastando-se qualquer indagação a respeito da existência de doença mental ou de distúrbio psíquico patológico (libertas judicii). Tal critério também é totalmente desprezível e afastável. O terceiro, que é o aceito pelo Código Penal, é o biopsicológico ou biopsicológico normativo ou misto, sendo aquele que necessita indagar se, ao tempo da ação ou omissão, o agente não possuía condições de entender sua conduta porque estava privado do sentido biológico ou etiológico (libertas consilii) e, também, porque não detinha o elemento psicológico (libertas judicii) para compreender o sentido de sua atitude. 96

3 Elementos que compõem a inimputabilidade Imputabilidade penal A lei fala em doença mental, que é uma expressão vaga e imprecisa, abrangendo todo o tipo de alterações mórbidas da saúde do agente, sendo que essas doenças podem ser orgânicas (paralisia progressiva, sífilis cerebral, tumores cerebrais etc.), tóxicas (psicose alcoólica, psicose proveniente da ingestão de drogas, lícitas ou ilícitas) e funcionais (psicose senil etc.). No entanto, em todos os casos dependerá sempre de comprovação pericial, nos termos do artigo 149 do CPP 2, como psicoses funcionais, psicoses maníacodepressivas, epilepsia, sífilis cerebral, arteriosclerose cerebral, psicose alcoólica, paralisia progressiva etc. De outro lado, a lei fala em desenvolvimento mental incompleto, no qual devem ser considerados aqueles que não conseguiram atingir a maturidade penal, especialmente os menores de 18 (dezoito) anos, que são objeto de dispositivo penal próprio (CP, art. 27). Porém, os silvícolas, não adaptados ao meio social urbano, ou seja, à civilização, também entram nessa categoria, assim como os surdos-mudos que não receberam educação ou instrução suficiente, chegando a interferir na libertas judicii. A lei complementa-se com o desenvolvimento mental retardado, que são aqueles que possuem um estado mental oligofrênico, como a debilidade mental, imbecilidade e idiotia, incapazes de entender o caráter ilícito do fato. Aproxima-se esse conceito do conceito de doente mental. Os efeitos de um e de outro são idênticos. 2 Dispõe o Código de Processo Penal do exame de insanidade mental do acusado, nos artigos 149 ao 154. Art Quando houver dúvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz ordenará, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador, do ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado, seja esta submetido a exame médico-legal. 1.º O exame poderá ser ordenado ainda na fase do inquérito, mediante representação da autoridade policial ao juiz competente. 2.º O juiz nomeará curador ao acusado, quando determinar o exame, ficando suspenso o processo, se já iniciada a ação penal, salvo quanto às diligências que possam ser prejudicadas pelo adiamento. Momento da aferição da imputabilidade A inimputabilidade penal deverá ser aferida no momento em que o agente pratica a conduta (ação ou omissão), eis que a lei penal diz, era, ao tempo da ação ou da omissão. São os peritos judiciais que dirão se o agente tinha, naquele momento, condições de verificar a faculdade de entender (libertas judicii) e, se tinha essa primeira faculdade, se possuía, também, a faculdade de autodeterminar-se (libertas consilli). Poderá ocorrer situação em que o agente se coloque, propositadamente, em situação em que não deseje responder pela ação ou omissão, mas 97

4 sua conduta seja premeditada ou desejada, advindo o resultado. O exemplo clássico é do vigia que, à noite, cônscio da ação planejada por larápios para a subtração da empresa, embriaga-se para dormir profundamente, deixando de acionar o alarme quando o prédio é invadido. Assim, de nada valerá a argumentação da actiones liberae in causa, sive ad libertatem relatae (ações livres em sua causa), respondendo o vigia pelo delito. 3 Art Se se verificar que a doença mental sobreveio à infração, o processo continuará suspenso até que o acusado se restabeleça, observado o 2.º do art º O juiz poderá, nesse caso, ordenar a internação do acusado em manicômio judiciário ou em outro estabelecimento adequado. 2.º O processo retomará o seu curso, desde que se restabeleça o acusado, ficando-lhe assegurada a faculdade de reinquirir as testemunhas que houverem prestado depoimento sem a sua presença. Se o agente vier a adquirir a doença mental ou alguma patologia mencionada durante o curso do processo criminal o juiz deverá suspender o andamento do processo, até que o acusado se restabeleça, tudo conforme o artigo 152 do Código de Processo Penal. 3 Consequências da inimputabilidade penal Se o fato criminoso foi produzido por uma pessoa que não tem condições de entender o caráter ilícito de sua conduta, a consequência natural é a absolvição do agente, eis que falece um dos elementos que compõem a estrutura do tipo penal, qual seja, falta a culpabilidade. Mas, quando o fato for punível com reclusão, o juiz determinará sua internação (CP, art. 97, caput, 1.ª parte). Se o crime for punido com detenção, poderá o agente ser submetido a tratamento ambulatorial. Da culpabilidade diminuída Quando se trata de semi-imputabilidade, nos termos do parágrafo único do artigo 26 do CP, não há a total inimputabilidade penal, o agente, nesse caso, possui uma perturbação de sua saúde mental ou possui desenvolvimento mental incompleto ou retardado. Mantém o agente um pouco do seu discernimento e a capacidade de entender o caráter ilícito do fato, pois também mantém uma parte da sua capacidade intelectiva. Não é o caso de absolvição. Será o caso de condenação, com a possibilidade de ter sua pena reduzida de um a dois terços. Ademais, o semi-imputável não está obrigado à internação, eis que poderá ser submetido a tratamento ambulatorial, conforme está disposto no artigo 98 do Código Penal. 98

5 Menores de dezoito anos Imputabilidade penal Ao contrário de inúmeros países que tratam da maioridade penal, o Brasil elevou ao plano constitucional o limite de responsabilidade penal ao estabelecer, no artigo 228 da Constituição Federal, a inimputabilidade penal 4. Tal preceito já existia no artigo 23 do Código Penal de 1940 e manteve-se a mesma disposição na Parte Geral com a reforma do Código Penal de Alguns países consagram outras idades para a responsabilidade penal, verbi gratia, Grécia, Malásia (17 anos), Filipinas, Israel (16 anos), Índia, Honduras, Síria, Iraque (15 anos). Porém, a grande maioria prefere os 18 anos, como Argentina, Holanda, França, Alemanha, Dinamarca, Finlândia, México, Uruguai e Noruega. A Inglaterra não mais utiliza o critério de idade fixa, podendo aplicar penas severas àqueles que cometeram crimes graves. 4 Art São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial. 5 Art. 27. Os menores de dezoito anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. Diferença entre maioridade civil e penal Há necessidade de se diferenciar a maioridade civil da maioridade penal, eis que, nem todo maior civil tem maioridade penal, embora todo maior penal tem, no mínimo, a relativa maioridade. É importante observar que alguém pode contrair matrimônio com idades inferiores a 18 (dezoito) anos: 17, 16, 15, 14 ou 13, ou até menos do que isso, dependendo da realidade local de cada ponto do Brasil. Porém, não é o fato da pessoa ter adquirido a maioridade civil, pelo casamento, por exemplo, que a torna apta a suportar os percalços de uma persecução criminal. Mesmo casado, o menor com 16 (dezesseis) anos, por exemplo, continuará sendo inimputável para a legislação penal e constitucional. Curiosamente, o jovem entre 16 e 18 anos pode eleger o presidente da República; poderá até ajuizar ação popular contra ele, contra o governador, contra o prefeito etc. Basta apresentar prova de que é cidadão, ou seja, eleitor, com todos os seus direitos políticos em dia. Porém, não poderá ser responsabilizado criminalmente. O jovem nessa mesma idade pode comerciar, porém, não pode sofrer condenação criminal, caso tenha sua falência decretada, posto que não tem maturidade suficiente para entender o caráter ilícito de sua conduta. 99

6 Diante disso, tem ele capacidade para ser eleitor, para se casar, para exercer o comércio etc., porém, não poderá responder pelos seus atos criminosos. Ficará sujeito ao estatuído pela Lei Federal 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente ECA). Contagem da idade penal O jovem poderá ser sujeito à prática da conduta exatamente a partir do primeiro minuto do dia em que completar os 18 (dezoito) anos de idade, independentemente do horário em que o mesmo tenha nascido. Essa idade segue a regra do artigo 10 do Código Penal, não do Código Civil. Exemplo: supondo que o menor tenha nascido no dia 10 de maio de 1980, às 23h00, no dia 10 de maio de 1998, às 10h00, no pátio da escola, esfaqueia um desafeto, matando-o. Responderá ele pela sua conduta, independentemente de ter completado, efetivamente, os 18 anos. Outro exemplo: um menor nascido em 10 de maio de 1981, à 00h10, no dia 09 de maio de 1999, às 23h58, quando estava próximo de completar os 18 anos, esfaqueia um desafeto, o qual é socorrido, sendo levado ao hospital, onde é operado, porém, vem a falecer no dia 12 de maio de 1999, quando o agente já tinha completado os 18 anos. Nesse caso, resolver-se-á pela regra do artigo 4.º do Código Penal, valendo o momento da conduta. Nesse momento o agente era considerado inimputável e, portanto, não responderá pela sua conduta. 6 Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal: I - a emoção ou a paixão; Embriaguez: II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. 1.º É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar- -se de acordo com esse entendimento. 2.º A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Emoção e paixão e a embriaguez Pela regra do artigo 28 do Código Penal 6 não há a exclusão do crime, seja pela emoção, seja pela paixão e, muito menos, pela embriaguez, seja ela voluntária ou culposa. Emoção e paixão A emoção é o estado afetivo atual, forte, produzido de maneira repentina e violenta, perturbando o estado de espírito do agente, desestabilizando o equilíbrio psíquico da pessoa humana. Na emoção há uma fase aguda e de curta duração, um rompante do espírito. Exemplos de emoção são a alegria, a vergonha, a raiva, o medo, a surpresa, a coragem etc. A paixão é o estado afetivo mais profundo e duradouro, que perdura por um tempo maior como se se tratasse de uma força interior estável, guar- 100

7 dada e constantemente lembrada, que muitas vezes leva o agente à prática da conduta criminosa. Na paixão há uma exacerbação crônica e estável. São exemplos clássicos de paixões o amor e o ódio, duas faces do mesmo indivíduo, caracterizadores muitas vezes dos crimes mais nefandos. Aquele mesmo indivíduo que ama fervorosamente sua mulher a mata violentamente, produzindo-lhe os mais graves e retumbantes golpes. A cupidez, a ambição, o patriotismo, a piedade e a inveja são facetas da mesma história de paixão. Seja uma emoção passageira e momentânea, seja uma paixão duradoura e profunda, tanto num caso como no outro não haverá a exclusão da imputabilidade penal. Divisão das paixões Os positivistas dividem as paixões de forma a demonstrar o grau de cada uma, embora todas sejam penalmente irrelevantes. São paixões sociais o amor, a piedade, o patriotismo etc. São paixões antissociais o ódio, a inveja, a ambição, a raiva etc. Frise-se, somente haverá possibilidade de alguém ser declarado inimputável na hipótese do agente sofrer de um estado patológico, quando então enquadrar-se-á nas hipóteses do artigo 26 do Código Penal. Jamais se excluirá a condenação sobre o argumento vil e tosco de uma paixão ou emoção. Redução da pena no caso de emoção De outro lado, a nossa legislação não deixou de contemplar situações em que a emoção se torne motivo de redução de pena, como se vê nos artigos 121, 1.º e 129, 4.º do Código Penal, desde que, aliado à emoção, esta tenha sido violenta, ou seja, intransponível, insubstituível. Além disso, é necessário, ainda, que tenha existido injusta provocação da vítima. Sem que esse binômio se encontre presente, não se poderá falar em violenta emoção. Embriaguez Dispõe a lei penal, claramente, que não se excluirá a imputabilidade penal quando o agente tiver cometido o crime valendo-se de embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. Porém, 101

8 poderá haver isenção ou redução, quando se tratar das hipóteses previstas nos 1.º e 2.º do mesmo artigo 28 do Código Penal. Como se sabe, a embriaguez é a intoxicação aguda e transitória provocada pelo álcool ou substâncias de efeitos análogos que privam o agente de sua capacidade de entender o caráter ilícito de sua conduta. A embriaguez decorre de três situações diversas, que a lei prevê, dando a cada uma definição própria e sua correspondente qualificação. A primeira forma de embriaguez é a voluntária ou culposa. O agente, por livre e espontânea vontade, embriaga-se, não necessariamente para cometer crime, mas pratica o delito depois de ingerir bebidas alcoólicas. O agente que desejava apenas beber, e se excedeu, ou quis beber somente para embriagar-se e, depois, pratica uma conduta criminosa, responderá pela conduta, posto que o agente se colocou sponte sua na condição de ébrio. A segunda forma de embriaguez é a preordenada, para o fim de cometer crimes. Aquele agente que não tem a coragem necessária de praticar uma conduta encoraja-se na bebida, vindo a praticar o crime. Nesse caso, sua conduta é penalmente relevante e não haverá qualquer beneplácito. A terceira forma de embriaguez é a embriaguez acidental ou fortuita, onde o agente não quer embriagar-se ou não fica embriagado porque deseja. A embriaguez decorre do caso fortuito ou do motivo de força maior. Não podem responder pela conduta aqueles que deixam de agir num caso fortuito, ou por motivo de força maior. Por caso fortuito entenda-se como aquilo que não é previsível, quando não seja ele inevitável, aquilo que se aproxima sem ser esperado, algo que não se pode presumir. Tudo que seja estranho à vontade do homem e que este não pode impedir, tendo, como exemplo, o fato da pessoa ser extremamente sensível aos efeitos do álcool e acaba por ingerir um determinado líquido que contém álcool, sem o saber. Já o motivo de força maior é aquele em que o agente não tem condições de se desvencilhar para a realização de uma ação ou omissão. Um exemplo clássico é a coação física irresistível. Se a coação for resistível, servirá apenas como forma de diminuição da pena, nos termos do artigo 65, III, c do Código Penal. Ambas são circunstâncias que tornam a ação ou omissão atípicas perante o direito. São os chamados casus, que interferem diretamente na formação 102

9 da culpabilidade do autor do delito. Porém, não basta que o agente alegue que embriagou-se, para tentar excluir a imputabilidade. É obrigatório e decorre da nossa lei que o agente fique num estado de embriaguez completa. Tratando-se de embriaguez fortuita incompleta, na qual o agente, ao tempo do crime, tem plena capacidade de entendimento e autodeterminação, há imputabilidade pela existência ainda dessa possibilidade de entender e querer. Como o agente continua com a capacidade de entender e querer, porém, diminuída, pode o juiz operar uma redução da pena de um a dois terços (CP, art. 28, 2.º). A Lei das Contravenções Penais pune, no artigo 62, o fato de apresentar- -se alguém, publicamente, em estado de embriaguez, de modo que cause escândalo ou ponha em perigo a segurança própria ou alheia. Se, porém, houver crime e contravenção, estará esta absorvida pelo crime. Questões para debates 1. Discrimine as formas de imputabilidade penal. 2. Qual é a solução para o caso de reconhecimento de semi-imputabilidade penal? 3. Distinga a emoção da paixão. 4. Em que condições não se reconhece a punibilidade pela embriaguez? 5. Distinga a diferença da embriaguez que se dá por força maior e caso fortuito. Atividades de aplicação 1. (Cespe) Acerca do direito penal, julgue o item subsequente. Nos termos do Código Penal, é inimputável aquele que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de se determinar de acordo com esse entendimento. 2. (Cespe) Tarso, embriagado, colidiu o veículo que dirigia, vindo a lesionar gravemente uma pessoa. Nessa situação hipotética, a respeito da imputabilidade penal de Tarso, assinale a opção correta. 103

10 a) Pela teoria da actio libera in causa, Tarso não poderá responder pelo crime, pois não era capaz de se autodeterminar no momento da ação criminosa. b) A responsabilidade de Tarso depende de a embriaguez ser voluntária ou culposa. c) Caso a embriaguez de Tarso tenha sido preordenada, ele responderá pelo crime, mas de forma atenuada. d) Caso seja comprovado que Tarso sofre da doença do alcoolismo, sua pena será apenas o tratamento médico. e) Se Tarso estava completamente embriagado por ter sido obrigado a ingerir uma garrafa inteira de uísque por um desafeto seu, que lhe apontava uma arma e intencionava humilhá-lo, então, nesse caso, Tarso será isento de pena. 3. (Cespe) Quanto à culpabilidade e à imputabilidade penal, julgue o próximo item. Considere a seguinte situação hipotética. Em uma festividade de calouros de determinada faculdade, João foi obrigado, por vários veteranos, mediante coação física, a ingerir grande quantidade de bebida alcoólica, ficando completamente embriagado, uma vez que não tinha costume de tomar bebida com álcool. Nesse estado, João praticou lesões corporais e atentado violento ao pudor contra uma colega que também estava na festa. Nessa situação, trata-se de embriaguez acidental decorrente de força maior, devendo ser excluída a imputabilidade de João, que fica isento de pena pelos delitos que praticou. Dica de estudo Observar que a imputabilidade penal é diferente da maioridade civil. Lembrar que a inimputabilidade pode ser completa ou incompleta. No primeiro caso, é caso de absolvição do agente, com aplicação de medida de segurança, enquanto que no segundo haverá a aplicação de pena, reduzida, podendo ser cumulada com outra medida qualquer. 104

11 Referências FRAGOSO, Heleno Cláudio. Lições de Direito Penal Parte Geral. 10. ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, GARCIA, Basileu. Instituições de Direito Penal. Volume 1, Tomo I. 4. ed. São Paulo: Ed. Max Limonad, HUNGRIA, Nélson. Comentários ao Código Penal. Volume 1, Tomo I. Rio de Janeiro: Forense, JESUS, Damasio Evangelista de. Direito Penal. Volume I, Parte Geral. 31. ed. São Paulo: Saraiva, MAGALHÃES NORONHA, Edgard de. Direito Penal. Volume I. 2. ed. São Paulo: Saraiva, MARQUES, José Frederico. Tratado de Direito Penal. Campinas: Bookseller, MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal. 24. ed. São Paulo: Atlas, PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. Volume I, Parte Geral, arts. 1.º a ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, ZAFFARONI, Eugenio Raúl. Manual de Derecho Penal Parte General. Buenos Aires: Ediar, Gabarito Questões para debates 1. A imputabilidade penal é a capacidade que cada agente tem de responder pela sua conduta penalmente considerada como crime ou contravenção penal. Ela começa aos 18 anos quando se tratar de pessoa física. 2. Quando houver o reconhecimento de semi-imputabilidade penal o juiz deverá condenar o agente, mas com redução de pena, determinando a aplicação de alguma medida de segurança, quando se tratar de crime apenado com reclusão, ou se o fato for punido com detenção apenas submetê-lo a tratamento ambulatorial. 105

12 3. A emoção é menos intensa que a paixão. Na emoção há um estado afetivo atual, forte, produzido de maneira repentina e violenta, perturbando o estado de espírito do agente, desestabilizando o equilíbrio psíquico da pessoa humana. Na emoção há uma fase aguda e de curta duração, um rompante do espírito. Exemplos de emoção, a alegria, a vergonha, a raiva, o medo, a surpresa, a coragem etc. Já na paixão há um estado afetivo mais profundo e duradouro, que perdura por um tempo maior como se se tratasse de uma força interior estável, guardada e constantemente lembrada, que muitas vezes leva o agente à prática da conduta criminosa. Na paixão há uma exacerbação crônica e estável. São exemplos clássicos de paixões o amor e o ódio, a cupidez, a ambição, o patriotismo, a piedade, a inveja etc. 4. Não se reconhece a punibilidade pela embriaguez quando se tratar de embriaguez acidental, ou fortuita, ou seja, quando o agente não quer embriagar-se ou nem fica embriagado porque deseja, decorrendo de caso fortuito ou de motivo de força maior. 5. A embriaguez que se dá por caso fortuito é quando não é ela previsível, quando não seja inevitável, ou seja, não era esperado, algo que não se pode presumir. Exemplo é o fato da pessoa ser extremamente sensível aos efeitos do álcool e acaba por ingerir um determinado líquido que contém álcool, sem o saber. Ocorre o motivo de força maior quando o agente não tem condições de se desvencilhar para a realização de uma ação ou omissão. Um exemplo é a coação física irresistível, onde o agente é obrigado a ingerir bebida alcoólica com um revólver apontado para si. Gabarito Atividades de aplicação 1. Certo 2. E 3. Certo 106

13

14

Embriaguez e Responsabilidade Penal

Embriaguez e Responsabilidade Penal Embriaguez e Responsabilidade Penal O estudo dos limites da responsabilidade penal é sempre muito importante, já que o jus puniendi do Estado afetará um dos principais direitos de qualquer pessoa, que

Leia mais

REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL E A ANÁLISE DOS CRITÉRIOS DE AFERIÇÃO DA IMPUTABILIDADE PENAL Á LUZ DO ORDENAMENTO JURÍDICO.

REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL E A ANÁLISE DOS CRITÉRIOS DE AFERIÇÃO DA IMPUTABILIDADE PENAL Á LUZ DO ORDENAMENTO JURÍDICO. 1 REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL E A ANÁLISE DOS CRITÉRIOS DE AFERIÇÃO DA IMPUTABILIDADE PENAL Á LUZ DO ORDENAMENTO JURÍDICO. VAGULA, J. E. M. Resumo No decorrer desta pesquisa buscou-se a melhor forma, dentre

Leia mais

Internação Compulsória para Dependentes Químicos. Quais Vantagens e Desvantagens? Hewdy Lobo Ribeiro

Internação Compulsória para Dependentes Químicos. Quais Vantagens e Desvantagens? Hewdy Lobo Ribeiro Internação Compulsória para Dependentes Químicos. Quais Vantagens e Desvantagens? Hewdy Lobo Ribeiro Coordenador Pós Saúde Mental UNIP Psiquiatra Forense ABP ProMulher IPq HCFMUSP Dependência Química Uso

Leia mais

Capítulo 12 Dos Crimes Contra a Dignidade Sexual

Capítulo 12 Dos Crimes Contra a Dignidade Sexual Capítulo 12 Dos Crimes Contra a Dignidade Sexual 645. (CESPE / Promotor de Justiça - MPE - ES / 2010) No ordenamento jurídico brasileiro, apenas o homem pode ser autor do delito de estupro; a mulher pode

Leia mais

REQUISITOS PARA O EXERCÍCIO DA ATIVIDADE EMPRESARIAL

REQUISITOS PARA O EXERCÍCIO DA ATIVIDADE EMPRESARIAL 1. Capacidade para o exercício da empresa Atualmente, existe a possibilidade de a atividade empresarial ser desenvolvida pelo empresário individual, pessoa física, o qual deverá contar com capacidade para

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO ADMINISTRATIVO RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO Atualizado até 13/10/2015 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO NOÇÕES INTRODUTÓRIAS Quando se fala em responsabilidade, quer-se dizer que alguém deverá

Leia mais

PLANO DE ENSINO. Disciplina Carga Horária Semestre Ano Teoria Geral do Direito Penal I 80 2º 2015. Carga

PLANO DE ENSINO. Disciplina Carga Horária Semestre Ano Teoria Geral do Direito Penal I 80 2º 2015. Carga 1 PLANO DE ENSINO Disciplina Carga Horária Semestre Ano Teoria Geral do Direito Penal I 80 2º 2015 Unidade Carga Horária Sub-unidade Introdução ao estudo do Direito Penal 04 hs/a - Introdução. Conceito

Leia mais

O alcance do princípio da culpabilidade e a exclusão da responsabilidade penal

O alcance do princípio da culpabilidade e a exclusão da responsabilidade penal O alcance do princípio da culpabilidade e a exclusão da responsabilidade penal Pedro Melo Pouchain Ribeiro Procurador da Fazenda Nacional. Especialista em Direito Tributário. Pósgraduando em Ciências Penais

Leia mais

Chamamos esses fenômenos jurídicos de ultratividade da lei penal e retroatividade

Chamamos esses fenômenos jurídicos de ultratividade da lei penal e retroatividade Conceito A lei penal, quanto à sua obrigatoriedade e efetiva vigência, está subordinada às mesmas regras que disciplinam as leis em geral: publicação oficial no Diário Oficial e decurso de eventual prazo

Leia mais

RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1 Suponha se que Maria estivesse conduzindo o seu veículo quando sofreu um acidente de trânsito causado por um ônibus da concessionária do serviço público

Leia mais

PONTO 1: Concurso de Crimes PONTO 2: Concurso Material PONTO 3: Concurso Formal ou Ideal PONTO 4: Crime Continuado PONTO 5: PONTO 6: PONTO 7:

PONTO 1: Concurso de Crimes PONTO 2: Concurso Material PONTO 3: Concurso Formal ou Ideal PONTO 4: Crime Continuado PONTO 5: PONTO 6: PONTO 7: 1 PROCESSO PENAL PONTO 1: Concurso de Crimes PONTO 2: Concurso Material PONTO 3: Concurso Formal ou Ideal PONTO 4: Crime Continuado PONTO 5: PONTO 6: PONTO 7: 1. CONCURSO DE CRIMES 1.1 DISTINÇÃO: * CONCURSO

Leia mais

Teresina, 08 de junho de 2015.

Teresina, 08 de junho de 2015. Faculdade Estácio CEUT Coordenação do Curso de Bacharelado em Direito Disciplina: História do Direito Professor: Eduardo Albuquerque Rodrigues Diniz Turma: 1 B Alunas: Alice Brito, Larissa Nunes, Maria

Leia mais

www.apostilaeletronica.com.br

www.apostilaeletronica.com.br DIREITO PENAL PARTE GERAL I. Princípios Penais Constitucionais... 003 II. Aplicação da Lei Penal... 005 III. Teoria Geral do Crime... 020 IV. Concurso de Crime... 027 V. Teoria do Tipo... 034 VI. Ilicitude...

Leia mais

Aula 5 Pressupostos da responsabilidade civil (Culpa).

Aula 5 Pressupostos da responsabilidade civil (Culpa). Aula 5 Pressupostos da responsabilidade civil (Culpa). Pressupostos da responsabilidade civil subjetiva: 1) Ato ilícito; 2) Culpa; 3) Nexo causal; 4) Dano. Como já analisado, ato ilícito é a conduta voluntária

Leia mais

PROJETO DE LEI N o, DE 2012

PROJETO DE LEI N o, DE 2012 PROJETO DE LEI N o, DE 2012 (Do Sr. Alfredo Kaefer) Autoriza o Poder Público a realizar a internação compulsória, para tratamento médico especializado, de crianças, adolescentes e adultos apreendidos em

Leia mais

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE HISTÓRICO DA PROTEÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NO BRASIL PERÍODO COLONIAL 1551 - fundada no Brasil a primeira Casa de Recolhimento: gerida pelos jesuítas, objetivava

Leia mais

Validade, Vigência, Eficácia e Vigor. 38. Validade, vigência, eficácia, vigor

Validade, Vigência, Eficácia e Vigor. 38. Validade, vigência, eficácia, vigor Validade, Vigência, Eficácia e Vigor 38. Validade, vigência, eficácia, vigor Validade Sob o ponto de vista dogmático, a validade de uma norma significa que ela está integrada ao ordenamento jurídico Ela

Leia mais

A PRISÃO PREVENTIVA E AS SUAS HIPÓTESES PREVISTAS NO ART. 313 DO CPP, CONFORME A LEI Nº 12.403, DE 2011.

A PRISÃO PREVENTIVA E AS SUAS HIPÓTESES PREVISTAS NO ART. 313 DO CPP, CONFORME A LEI Nº 12.403, DE 2011. A PRISÃO PREVENTIVA E AS SUAS HIPÓTESES PREVISTAS NO ART. 313 DO CPP, CONFORME A LEI Nº 12.403, DE 2011. Jorge Assaf Maluly Procurador de Justiça Pedro Henrique Demercian Procurador de Justiça em São Paulo.

Leia mais

A Assembléia Legislativa do Estado do Espírito Santo

A Assembléia Legislativa do Estado do Espírito Santo PROJETO DE LEI Nº 172/2012 Dispõe sobre a responsabilidade no fornecimento de bebidas alcoólicas. A Assembléia Legislativa do Estado do Espírito Santo D E C R E T A Art. 1º. O fornecedor de bebidas alcoólicas

Leia mais

Lugar do crime, relação de causalidade e relevância da omissão. Lugar do crime. Conceito. Teorias sobre o lugar do crime

Lugar do crime, relação de causalidade e relevância da omissão. Lugar do crime. Conceito. Teorias sobre o lugar do crime Lugar do crime, relação de causalidade e relevância da omissão Lugar do crime Conceito É preciso fixar o local em que ocorre a infração penal para se saber qual é a lei penal que deve ser aplicada. É preciso

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br BuscaLegis.ccj.ufsc.Br As Medidas de Segurança (Inconstitucionais?) e o dever de amparar do Estado Eduardo Baqueiro Rios* Antes mais nada são necessárias breves considerações acerca de pena e das medidas

Leia mais

LEI SECA de trânsito

LEI SECA de trânsito LEI SECA de trânsito Tire algumas dúvidas sobre a nova Lei Seca no trânsito O jornal Zero Hora, de Porto Alegre, está apresentando em sua edição desta segunda-feira (23) um interessante serviço público.

Leia mais

CULPABILIDADE RESUMO

CULPABILIDADE RESUMO CULPABILIDADE Maira Jacqueline de Souza 1 RESUMO Para uma melhor compreensão de sanção penal é necessário a análise levando em consideração o modo sócio-econômico e a forma de Estado em que se presencie

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br A figura do delinquente / transtornos da personalidade Vania Carmen de Vasconcelos Gonçalves* 1. INTRODUÇÃO Atualmente é comum nos depararmos diariamente com casos e relatos de violência,

Leia mais

PROJETO DE LEI Nº DE 2011

PROJETO DE LEI Nº DE 2011 PROJETO DE LEI Nº DE 2011 Altera a Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, a Lei 8.666, de 21 de junho de 1993 e a Lei nº 8.884, de 11 de junho de 1994. O CONGRESSO NACIONAL decreta: Art. 1º O art. 4º

Leia mais

Direito Penal III. Aula 07 21/03/2012 2.3 DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE. 2.3.1 Introdução

Direito Penal III. Aula 07 21/03/2012 2.3 DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE. 2.3.1 Introdução Aula 07 21/03/2012 2.3 DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE 2.3.1 Introdução a) Crime de perigo os da periclitação da vida e da saúde são denominados como crimes de perigo, cuja consumação se dá com a exposição

Leia mais

DIREITO PENAL MILITAR

DIREITO PENAL MILITAR DIREITO PENAL MILITAR Objetivos: Definir direito penal e direito penal militar; Distinguir direito penal militar das demais denominações do direito e dos demais direitos e ciências afins; Distinguir lei

Leia mais

Estrutura do texto: Os loucos de todo gênero

Estrutura do texto: Os loucos de todo gênero PERES, Maria Fernanda Tourinho; NERY FILHO, Antônio. A doença mental no direito penal brasileiro: inimputabilidade, irresponsabilidade, periculosidade e medida de segurança. IN: História, ciências, saúde

Leia mais

O MENSALÃO E A PERDA DE MANDATO ELETIVO

O MENSALÃO E A PERDA DE MANDATO ELETIVO O MENSALÃO E A PERDA DE MANDATO ELETIVO José Afonso da Silva 1. A controvérsia 1. A condenação, pelo Supremo Tribunal Federal, na Ação Penal 470, de alguns deputados federais tem suscitado dúvidas relativamente

Leia mais

Doutrina - Omissão de Notificação da Doença

Doutrina - Omissão de Notificação da Doença Doutrina - Omissão de Notificação da Doença Omissão de Notificação da Doença DIREITO PENAL - Omissão de Notificação de Doença CP. Art. 269. Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja

Leia mais

Funções: 1ª) Proteção aos bens jurídicos. Bens Jurídicos são os interesses, os valores protegidos pela norma penal; 2ª) Manutenção da paz social.

Funções: 1ª) Proteção aos bens jurídicos. Bens Jurídicos são os interesses, os valores protegidos pela norma penal; 2ª) Manutenção da paz social. DIREITO PENAL O Direito Penal é o conjunto de princípios e normas que disciplinam o crime, as contravenções, a pena e a medida de segurança. Funções: 1ª) Proteção aos bens jurídicos. Bens Jurídicos são

Leia mais

1. REGISTRO RESTRIÇÕES PARA ATUAR COMO EMPRESÁRIO INDIVIDUAL. Falido:... Estrangeiro:... Médico:... Advogado:... Membros do legislativo:...

1. REGISTRO RESTRIÇÕES PARA ATUAR COMO EMPRESÁRIO INDIVIDUAL. Falido:... Estrangeiro:... Médico:... Advogado:... Membros do legislativo:... 1 DIREITO EMPRESARIAL PONTO 1: Registro PONTO 2: Incapacidade Superveniente PONTO 3: Sociedade Empresária 1. REGISTRO Para fazer o registro, a pessoa deve estar livre de qualquer impedimento ou proibição.

Leia mais

Relato de Casos: Comissão Técnica Riscos Pessoais

Relato de Casos: Comissão Técnica Riscos Pessoais Relato de Casos: Comissão Técnica Riscos Pessoais Convidado para Diretor Sem Fronteiras Dr. Lodi Maurino Sodré Comissão indicou para os Grupos de Trabalhos e demais Comissões. A questão está na aplicação

Leia mais

A ESSÊNCIA DA CAPACIDADE PARA O DIREITO

A ESSÊNCIA DA CAPACIDADE PARA O DIREITO A ESSÊNCIA DA CAPACIDADE PARA O DIREITO Elton de Souza Moreira Jeanderson Resende de Souza Wesley Ferreira dos Reis SOUZA, G.N. de et al. A essência da capacidade para o direito. Jornal eletrônico da Faculdade

Leia mais

INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES. Jefferson Aparecido Dias *

INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES. Jefferson Aparecido Dias * INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES Jefferson Aparecido Dias * Introdução Um dos temas mais polêmicos da atualidade no Brasil é a possibilidade de internação compulsória de crianças e adolescentes

Leia mais

36) Levando-se em conta as regras da Lei 8.112/90, analise os itens abaixo, a respeito dos direitos e vantagens do servidor público federal:

36) Levando-se em conta as regras da Lei 8.112/90, analise os itens abaixo, a respeito dos direitos e vantagens do servidor público federal: Hoje, continuaremos com os comentários ao simulado da 2ª Feira do Concurso. 36) Levando-se em conta as regras da Lei 8.112/90, analise os itens abaixo, a respeito dos direitos e vantagens do servidor público

Leia mais

LFG MAPS. Teoria Geral do Delito 05 questões

LFG MAPS. Teoria Geral do Delito 05 questões Teoria Geral do Delito 05 questões 1 - ( Prova: CESPE - 2009 - Polícia Federal - Agente Federal da Polícia Federal / Direito Penal / Tipicidade; Teoria Geral do Delito; Conceito de crime; Crime impossível;

Leia mais

PLANO DE RESPOSTA DA PROVA DISSERTATIVA PARA O CARGO DE DELEGADO

PLANO DE RESPOSTA DA PROVA DISSERTATIVA PARA O CARGO DE DELEGADO PLANO DE RESPOSTA DA PROVA DISSERTATIVA PARA O CARGO DE DELEGADO PEÇA D E S P A C H O 1. Autue-se o Auto de Prisão em Flagrante; 2. Dê-se o recibo de preso ao condutor; 3. Autue-se o Auto de Apresentação

Leia mais

Crime consumado, crime tentado, desistência voluntária e arrependimento eficaz

Crime consumado, crime tentado, desistência voluntária e arrependimento eficaz Crime consumado, crime tentado, desistência voluntária e arrependimento eficaz Crime consumado Nos termos do artigo 14 do Código Penal há uma definição legal do que se considera crime consumado e tentado

Leia mais

AS TEORIAS MOTIVACIONAIS DE MASLOW E HERZBERG

AS TEORIAS MOTIVACIONAIS DE MASLOW E HERZBERG AS TEORIAS MOTIVACIONAIS DE MASLOW E HERZBERG 1. Introdução 2. Maslow e a Hierarquia das necessidades 3. Teoria dos dois Fatores de Herzberg 1. Introdução Sabemos que considerar as atitudes e valores dos

Leia mais

AMAJUM. No próximo dia 7 de outubro, o povo brasileiro retorna às urnas, desta vez para escolher prefeitos, vice-prefeitos e vereadores.

AMAJUM. No próximo dia 7 de outubro, o povo brasileiro retorna às urnas, desta vez para escolher prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. No próximo dia 7 de outubro, o povo brasileiro retorna às urnas, desta vez para escolher prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Produção: Ação conjunta: Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso Parceiro:

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br O Estatuto do idoso em Benefício do Réu. Roberto Dantes Schuman de Paula * DA NOVATIO LEGIS IN PEJUS Em outubro de 2003 a ordem jurídica foi inovada com o advento da lei 10741/03,

Leia mais

MPE Direito Penal Aplicação da Lei Penal no Tempo e no Espaço Emerson Castelo Branco

MPE Direito Penal Aplicação da Lei Penal no Tempo e no Espaço Emerson Castelo Branco MPE Direito Penal Aplicação da Lei Penal no Tempo e no Espaço Emerson Castelo Branco 2013 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. 1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO

Leia mais

O ÔNUS DA PROVA NO PROCESSO PENAL

O ÔNUS DA PROVA NO PROCESSO PENAL O ÔNUS DA PROVA NO PROCESSO PENAL Gustavo de Oliveira Santos Estudante do 7º período do curso de Direito do CCJS-UFCG. Currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/4207706822648428 Desde que o Estado apossou-se

Leia mais

RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR E DEVERES DO ADMINISTRADOR

RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR E DEVERES DO ADMINISTRADOR RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR E DEVERES DO ADMINISTRADOR A punição administrativa ou disciplinar não depende de processo civil ou criminal a que se sujeite também o servidor pela mesma falta, nem obriga

Leia mais

RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL NA ÁREA DA SEGURANÇA DO TRABALHO

RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL NA ÁREA DA SEGURANÇA DO TRABALHO RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL NA ÁREA DA SEGURANÇA DO TRABALHO RESPONSABILIDADE CIVIL E CRIMINAL DECORRENTE DE ACIDENTES DE TRABALHO Constituição Federal/88 Art.1º,III A dignidade da pessoa humana. art.5º,ii

Leia mais

APOSENTADORIAS. Aposentadoria por invalidez permanente;

APOSENTADORIAS. Aposentadoria por invalidez permanente; APOSENTADORIAS Aposentadoria é o direito que o servidor tem à inatividade remunerada, em decorrência de invalidez, da idade, ou oriunda da conjugação de vários requisitos, quais sejam: tempo de exercício

Leia mais

FATO TÍPICO. Conduta (dolosa ou culposa; comissiva ou omissiva) Nexo de causalidade Tipicidade

FATO TÍPICO. Conduta (dolosa ou culposa; comissiva ou omissiva) Nexo de causalidade Tipicidade TEORIA GERAL DO CRIME FATO TÍPICO Conduta (dolosa ou culposa; comissiva ou omissiva) Resultado Nexo de causalidade Tipicidade NEXO DE CAUSALIDADE O nexo causal ou relação de causalidade é o elo que une

Leia mais

A MAIORIDADE PENAL NO BRASIL E EM OUTROS PAÍSES

A MAIORIDADE PENAL NO BRASIL E EM OUTROS PAÍSES A MAIORIDADE PENAL NO BRASIL E EM OUTROS PAÍSES RIBAMAR SOARES Consultor Legislativo da Área II Direito Civil e Processual Civil, Direito Penal e Processual Penal, de Família, do Autor, de Sucessões, Internacional

Leia mais

A extinção da personalidade ocorre com a morte, que pode ser natural, acidental ou presumida.

A extinção da personalidade ocorre com a morte, que pode ser natural, acidental ou presumida. Turma e Ano: Turma Regular Master A Matéria / Aula: Direito Civil Aula 04 Professor: Rafael da Mota Mendonça Monitora: Fernanda Manso de Carvalho Silva Personalidade (continuação) 3. Extinção da personalidade:

Leia mais

A importância da Senha. Mas por que as senhas existem?

A importância da Senha. Mas por que as senhas existem? 1 A importância da Senha Atualmente a quantidade de sistemas (Bancos, E-mail, Intranet, Rede Local etc) que precisamos utilizar no dia-a-dia é extremamente grande e ao mesmo tempo acaba sendo um tanto

Leia mais

O que são Direitos Humanos?

O que são Direitos Humanos? O que são Direitos Humanos? Por Carlos ley Noção e Significados A expressão direitos humanos é uma forma abreviada de mencionar os direitos fundamentais da pessoa humana. Sem esses direitos a pessoa não

Leia mais

A RESPONSABILIDADE OBJETIVA NO NOVO CÓDIGO CIVIL

A RESPONSABILIDADE OBJETIVA NO NOVO CÓDIGO CIVIL A RESPONSABILIDADE OBJETIVA NO NOVO CÓDIGO CIVIL SÍLVIO DE SALVO VENOSA 1 Para a caracterização do dever de indenizar devem estar presentes os requisitos clássicos: ação ou omissão voluntária, relação

Leia mais

Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro. Embriaguez: uma análise dos artigos 26 e 28 Código Penal brasileiro. Nathalia Botelho Portugal

Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro. Embriaguez: uma análise dos artigos 26 e 28 Código Penal brasileiro. Nathalia Botelho Portugal Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro Embriaguez: uma análise dos artigos 26 e 28 Código Penal brasileiro Nathalia Botelho Portugal Rio de Janeiro 2013 NATHALIA BOTELHO PORTUGAL Embriaguez:

Leia mais

PARECER Nº, DE 2008. RELATOR: Senador ANTONIO CARLOS VALADARES I RELATÓRIO

PARECER Nº, DE 2008. RELATOR: Senador ANTONIO CARLOS VALADARES I RELATÓRIO PARECER Nº, DE 2008 Da COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E CIDADANIA, sobre o Projeto de Lei do Senado nº 370, de 2008, do senador Papaléo Paes, que altera o Código Penal, para incluir o crime de induzir

Leia mais

SUMÁRIO. UNIDADE 10 Prescrição ou ministração culposa de drogas; UNIDADE 11 Condução de embarcação ou aeronave sob o efeito de drogas;

SUMÁRIO. UNIDADE 10 Prescrição ou ministração culposa de drogas; UNIDADE 11 Condução de embarcação ou aeronave sob o efeito de drogas; SUMÁRIO LEI Nº 11.343/06 NOVA LEI DE DROGAS; UNIDADE 1 UNIDADE 2 UNIDADE 3 UNIDADE 4 Antinomia aparente de normas penais; Delito de posse de drogas ilícitas para consumo pessoal; Vedação da prisão em flagrante;

Leia mais

LEI PENAL X NORMA PENAL VIGÊNCIA A PERSECUÇÃO PENAL. -A persecução penal no Brasil é dividia em 5 fases: LEIS PENAIS INCOMPLETAS

LEI PENAL X NORMA PENAL VIGÊNCIA A PERSECUÇÃO PENAL. -A persecução penal no Brasil é dividia em 5 fases: LEIS PENAIS INCOMPLETAS 1 DIREITO PENAL PONTO 1: LEI PENAL X NORMA PENAL PONTO 2: VIGÊNCIA PONTO 3: FASES DA PERSECUÇÃO PENAL PONTO 4: LEIS PENAIS INCOMPLETAS PONTO 5: APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO PONTO 6: LEIS INTERMINTENTES

Leia mais

DOS FATOS JURÍDICOS. FATO JURÍDICO = é todo acontecimento da vida relevante para o direito, mesmo que seja fato ilícito.

DOS FATOS JURÍDICOS. FATO JURÍDICO = é todo acontecimento da vida relevante para o direito, mesmo que seja fato ilícito. DOS FATOS JURÍDICOS CICLO VITAL: O direito nasce, desenvolve-se e extingue-se. Essas fases ou os chamados momentos decorrem de fatos, denominados de fatos jurídicos, exatamente por produzirem efeitos jurídicos.

Leia mais

Questão de Direito Penal 1,0 Ponto PADRÃO DE RESPOSTA.

Questão de Direito Penal 1,0 Ponto PADRÃO DE RESPOSTA. Poder Judiciário da União Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios XL Concurso Público para Provimento de Cargos de Juiz de Direito Substituto da Justiça do Distrito Federal SEGUNDA PROVA

Leia mais

AULA 08. CONTEÚDO DA AULA: Teorias da Conduta (cont). Teoria social da ação (cont.). Teoria pessoal da ação. Resultado. Relação de Causalidade Início.

AULA 08. CONTEÚDO DA AULA: Teorias da Conduta (cont). Teoria social da ação (cont.). Teoria pessoal da ação. Resultado. Relação de Causalidade Início. Turma e Ano: Flex A (2014) Matéria / Aula: Direito Penal / Aula 08 Professora: Ana Paula Vieira de Carvalho Monitora: Mariana Simas de Oliveira AULA 08 CONTEÚDO DA AULA: Teorias da (cont). Teoria social

Leia mais

difusão de idéias AS ESCOLAS TÉCNICAS SE SALVARAM

difusão de idéias AS ESCOLAS TÉCNICAS SE SALVARAM Fundação Carlos Chagas Difusão de Idéias dezembro/2006 página 1 AS ESCOLAS TÉCNICAS SE SALVARAM Celso João Ferretti: o processo de desintegração da educação atingiu em menor escala as escolas técnicas.

Leia mais

CONCURSO PREFEITURA DE CANOAS/RS PROVA: GUARDA MUNICIPAL ANÁLISE DAS QUESTÕES E RECURSOS

CONCURSO PREFEITURA DE CANOAS/RS PROVA: GUARDA MUNICIPAL ANÁLISE DAS QUESTÕES E RECURSOS CONCURSO PREFEITURA DE CANOAS/RS PROVA: GUARDA MUNICIPAL ANÁLISE DAS QUESTÕES E RECURSOS PROFª MARTHA MESSERSCHMIDT E-MAIL: marthamesserschmidt@hotmail.com 1. ESTATUTO DO IDOSO LEI Nº 10.471/2003: - QUESTÃO

Leia mais

Prova de Direito Civil Comentada Banca FUNDATEC

Prova de Direito Civil Comentada Banca FUNDATEC Prova de Direito Civil Comentada Banca FUNDATEC 2014) QUESTÃO 54 Analise as seguintes assertivas sobre as causas de exclusão de ilicitude no Direito Civil: I. A legítima defesa de terceiro não atua como

Leia mais

1. Questionamento: 2. Fundamentos:

1. Questionamento: 2. Fundamentos: 1. Questionamento: Preciso saber em qual dispositivo legal se encaixa o seguinte caso: Um senhor induziu um menor, com 12 anos de idade, a praticar ato sexual com animal (ovelha), porém não há indícios

Leia mais

Responsabilidade Civil dos Administradores das Sociedades. Profª. MSc. Maria Bernadete Miranda

Responsabilidade Civil dos Administradores das Sociedades. Profª. MSc. Maria Bernadete Miranda Responsabilidade Civil dos Administradores das Sociedades Administrador Administrador é a pessoa a quem se comete a direção ou gerência de qualquer negócio ou serviço, seja de caráter público ou privado,

Leia mais

Férias Individuais e Coletivas; Período Aquisitivo e Concessivo; Remuneração; Abono; Efeitos na Rescisão Contratual

Férias Individuais e Coletivas; Período Aquisitivo e Concessivo; Remuneração; Abono; Efeitos na Rescisão Contratual Lição 6. Férias Férias Individuais e Coletivas; Período Aquisitivo e Concessivo; Remuneração; Abono; Efeitos na Rescisão Contratual 6.1. FÉRIAS INDIVIDUAIS: arts. 129 a 138 da CLT. As férias correspondem

Leia mais

NOTA INFORMATIVA. 3. Como se constata, as modificações introduzidas reconduzem-se aos seguintes aspectos:

NOTA INFORMATIVA. 3. Como se constata, as modificações introduzidas reconduzem-se aos seguintes aspectos: NOTA INFORMATIVA Face às notícias que tem vindo a ser publicadas na imprensa, relacionadas com alegadas dificuldades na obtenção da isenção de Imposto sobre Veículos (ISV) pelas pessoas portadores de deficiência,

Leia mais

Noções de Direito Civil Personalidade, Capacidade, Pessoa Natural e Pessoa Jurídica Profª: Tatiane Bittencourt

Noções de Direito Civil Personalidade, Capacidade, Pessoa Natural e Pessoa Jurídica Profª: Tatiane Bittencourt PESSOA NATURAL 1. Conceito: é o ser humano, considerado como sujeito de direitos e deveres. Tais direitos e deveres podem ser adquiridos após o início da PERSONALIDADE, ou seja, após o nascimento com vida

Leia mais

Efeitos da sucessão no Direito Tributário. Os efeitos da sucessão estão regulados no art. 133 do CTN nos seguintes termos:

Efeitos da sucessão no Direito Tributário. Os efeitos da sucessão estão regulados no art. 133 do CTN nos seguintes termos: Efeitos da sucessão no Direito Tributário Kiyoshi Harada Os efeitos da sucessão estão regulados no art. 133 do CTN nos seguintes termos: Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir

Leia mais

Introdução ao direito penal. Aplicação da lei penal. Fato típico. Antijuridicidade. Culpabilidade. Concurso de pessoas.

Introdução ao direito penal. Aplicação da lei penal. Fato típico. Antijuridicidade. Culpabilidade. Concurso de pessoas. Programa de DIREITO PENAL I 2º período: 80 h/a Aula: Teórica EMENTA Introdução ao direito penal. Aplicação da lei penal. Fato típico. Antijuridicidade. Culpabilidade. Concurso de pessoas. OBJETIVOS Habilitar

Leia mais

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: COMENTÁRIOS DA PROVA Questões da prova de Oficial de Justiça PJ-H/2014 Questão 48 (art. 325) Questão 47 (art. 312 parágrafo segundo) QUESTÃO 48 - GABARITO: D QUESTÃO 47 - GABARITO: C CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO

Leia mais

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE RETROATIVIDADE DA LEI QUE NÃO MAIS CONSIDERA O FATO COMO CRIMINOSO ART. 107, III ABOLITIO CRIMINIS O CRIME É APAGADO CONSIDERA-SE INEXISTENTE PRESCRIÇÃO ART. 107, IV CP PRESCRIÇÃO LIMITAÇÃO TEMPORAL DO

Leia mais

Conceito. Responsabilidade Civil do Estado. Teorias. Risco Integral. Risco Integral. Responsabilidade Objetiva do Estado

Conceito. Responsabilidade Civil do Estado. Teorias. Risco Integral. Risco Integral. Responsabilidade Objetiva do Estado Conceito Responsabilidade Civil do Estado é a obrigação que ele tem de reparar os danos causados a terceiros em face de comportamento imputável aos seus agentes. chama-se também de responsabilidade extracontratual

Leia mais

A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE

A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE Aline Trindade A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE Introdução Existem várias maneiras e formas de se dizer sobre a felicidade. De quando você nasce até cerca dos dois anos de idade, essa

Leia mais

11/11/2010 (Direito Empresarial) Sociedades não-personificadas. Da sociedade em comum

11/11/2010 (Direito Empresarial) Sociedades não-personificadas. Da sociedade em comum 11/11/2010 (Direito Empresarial) Sociedades não-personificadas As sociedades não-personificadas são sociedades que não tem personalidade jurídica própria, classificada em: sociedade em comum e sociedade

Leia mais

www.apostilaeletronica.com.br

www.apostilaeletronica.com.br DIREITO CIVIL I. Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro... 002 II. Pessoas Naturais e Pessoas Jurídicas... 013 III. Domicílio e Bens... 025 IV. Dos Fatos Jurídicos... 030 V. Prescrição e Decadência...

Leia mais

Introdução ao direito penal. Aplicação da lei penal. Fato típico. Antijuridicidade. Culpabilidade. Concurso de pessoas.

Introdução ao direito penal. Aplicação da lei penal. Fato típico. Antijuridicidade. Culpabilidade. Concurso de pessoas. Programa de DIREITO PENAL I 2º período: 4h/s Aula: Teórica EMENTA Introdução ao direito penal. Aplicação da lei penal. Fato típico. Antijuridicidade. Culpabilidade. Concurso de pessoas. OBJETIVOS Habilitar

Leia mais

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO PROJETO DE LEI Nº 5171, DE 2001

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO PROJETO DE LEI Nº 5171, DE 2001 COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO PROJETO DE LEI Nº 5171, DE 2001 Modifica o Decreto-lei 3689, de 3 de outubro de 1941 Código de Processo Penal tornando da competência do júri os crimes que

Leia mais

NEXO CAUSAL PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES

NEXO CAUSAL PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES NEXO CAUSAL PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES 1 Conceito. Causa. É elemento do fato típico. É o vínculo entre conduta e resultado. O estudo da causalidade busca concluir se o resultado decorreu da conduta

Leia mais

PROJETO DE LEI N.º 6.858, DE 2010 (Do Sr. Marcelo Itagiba)

PROJETO DE LEI N.º 6.858, DE 2010 (Do Sr. Marcelo Itagiba) CÂMARA DOS DEPUTADOS PROJETO DE LEI N.º 6.858, DE 2010 (Do Sr. Marcelo Itagiba) Altera a Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984, Lei de Execução Penal, para criar comissão técnica independente da administração

Leia mais

PONTO 1: Teoria da Tipicidade PONTO 2: Espécies de Tipo PONTO 3: Elementos do Tipo PONTO 4: Dolo PONTO 5: Culpa 1. TEORIA DA TIPICIDADE

PONTO 1: Teoria da Tipicidade PONTO 2: Espécies de Tipo PONTO 3: Elementos do Tipo PONTO 4: Dolo PONTO 5: Culpa 1. TEORIA DA TIPICIDADE 1 DIREITO PENAL PONTO 1: Teoria da Tipicidade PONTO 2: Espécies de Tipo PONTO 3: Elementos do Tipo PONTO 4: Dolo PONTO 5: Culpa 1.1 FUNÇÕES DO TIPO: a) Função garantidora : 1. TEORIA DA TIPICIDADE b) Função

Leia mais

TEMA: CONCURSO DE CRIMES

TEMA: CONCURSO DE CRIMES TEMA: CONCURSO DE CRIMES 1. INTRODUÇÃO Ocorre quando um mesmo sujeito pratica dois ou mais crimes. Pode haver um ou mais comportamentos. É o chamado concursus delictorum. Pode ocorrer entre qualquer espécie

Leia mais

ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLECENTE PROF. GUILHERME MADEIRA DATA 30.07.2009 AULA 01 e 02

ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLECENTE PROF. GUILHERME MADEIRA DATA 30.07.2009 AULA 01 e 02 TEMAS TRATADOS EM SALA ECA ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE PARTE CIVIL 1) Objeto art. 2º do ECA: a) Criança = 12 anos incompletos. b) Adolescente = 12 e 18 anos. Atenção: Pode o ECA ser aplicado à

Leia mais

CRIME DOLOSO E CRIME CULPOSO PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES

CRIME DOLOSO E CRIME CULPOSO PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES CRIME DOLOSO E CRIME CULPOSO PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES Espécies de Conduta a) A conduta pode ser dolosa ou culposa. b) A conduta pode ser comissiva ou omissiva. O tema dolo e culpa estão ligados à

Leia mais

ENUNCIADOS ELABORADOS PELA ASSESSORIA DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS

ENUNCIADOS ELABORADOS PELA ASSESSORIA DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS ENUNCIADOS ELABORADOS PELA ASSESSORIA DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS ÁREA CRIMINAL CRIMES CONTRA OS COSTUMES 1. CRIMES CONTRA OS COSTUMES. ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. TODAS AS FORMAS. CRIMES HEDIONDOS.

Leia mais

O CÓDIGO PENAL E AS CAUSAS DE INIMPUTABILIDADE

O CÓDIGO PENAL E AS CAUSAS DE INIMPUTABILIDADE 1 O CÓDIGO PENAL E AS CAUSAS DE INIMPUTABILIDADE Roberto Elias Rodrigues 1 Valquíria Belomo 2 Francisco Carlos Giovanetti³ José Moreira Barbosa Neto RESUMO A legislação penal aborda hipóteses em que a

Leia mais

Prova: PC-SP - 2011 - PC-SP - Delegado de Polícia Disciplina: Direitos Humanos Assuntos: Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura;

Prova: PC-SP - 2011 - PC-SP - Delegado de Polícia Disciplina: Direitos Humanos Assuntos: Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura; Prova: FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado - IX - Primeira Fase Disciplina: Direitos Humanos Assuntos: Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura; Com relação à Convenção Interamericana

Leia mais

Art. 27 - rol de legitimados. Partilha Provisória dos bens do ausente. Com procurador - 3 anos contados do desaparecimento

Art. 27 - rol de legitimados. Partilha Provisória dos bens do ausente. Com procurador - 3 anos contados do desaparecimento Turma e Ano: Flex A (2014) Matéria / Aula: Direito Civil (Parte Geral) / Aula 05 Professor: Rafael da Motta Mendonça Conteúdo: II) Ausência: Sucessão Definitiva. III)Capacidade: Espécies de Capacidade

Leia mais