PROGRAMA DE APRIMORAMENTO PROFISSIONAL PROFICIÊNCIA
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- Isaac Tavares Gama
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1 Disciplina: Terapia intravenosa: práticas de enfermagem para uma assistência de qualidade S NT1: A importância do processo histórico no desenvolvimento da Terapia Intravenosa (TI): da anatomia à fisiologia da rede venosa PROGRAMA DE APRIMORAMENTO PROFISSIONAL PROFICIÊNCIA O Programa Proficiência é uma iniciativa do Cofen, que oportuniza a atualização dos profissionais de Enfermagem por meio de cursos gratuitos a distância. Todos os cursos oferecidos pelo Programa Proficiência trazem conteúdos atuais e de grande relevância, cuidadosamente selecionados e analisados para proporcionar aprimoramento constante aos profissionais de enfermagem em sua atuação. TERAPIA INTRAVENOSA: PRÁTICAS DE ENFERMAGEM PARA UMA ASSISTÊNCIA DE QUALIDADE Autora: Marialda Moreira Christoffel Currículo Ementa: A História da Terapia Intravenosa. Conceitos e definições. Anatomia e Fisiologia da rede venosa em recém nascido, criança, adulto e idoso. Cateter Intravascular: tipos, características, material. Sistema de infusão e acessórios. Equipamentos eletrônicos para a infusão. Estratégias para o controle de infecção pela Terapia Intravenosa. Especificidades da Terapia intravenosa em neonatologia, pediatria e nos adultos. Avanços tecnológicos. Questões éticas e o papel da Enfermagem. Objetivos: Atualizar o enfermeiro de forma técnica e cientifica em terapia intravenosa no cuidado à criança recém nascida, adulto e idoso, despertando nesse profissional uma postura crítica, ética e solidária. Capacitar o enfermeiro para uma assistência de qualidade no controle e avaliação do uso de terapia intravenosa. Orientar o enfermeiro para a prática clínica e segura no uso de terapia intravenosa. Abordar os cuidados de enfermagem necessários para o manuseio dos cateteres intravasculares, refletidos no manejo e controle da terapia intravenosa. Última atualização em: 18/09/2013.
2 Uma abordagem histórica no manuseio da Terapia Intravenosa: do mito à realidade OBJETIVO Discutir aspectos históricos da terapia intravenosa e a evolução tecnológica para o cuidado de enfermagem. Caro aluno, a terapia intravenosa (TI) teve um processo lento de desenvolvimento, que ocorreu ao longo do tempo e concomitante ao conhecimento empírico das diversas áreas do conhecimento, como a química, a biologia, a arquitetura, a medicina, a farmácia, a engenharia, dentre outras. A especialização nessa área é nova e necessita, cada vez mais, da articulação do conhecimento teóricoprático de múltiplas disciplinas para a promoção de práticas seguras de enfermagem relacionadas à TI. É importante ressaltar que o conhecimento científico é extremamente importante para o avanço da profissão de enfermagem. Os profissionais de Enfermagem têm a responsabilidade de realizar uma assistência de qualidade para minimizar potenciais complicações, tendo em vista a segurança dos clientes. Nesse sentido, a terapia intravenosa é considerada importante recurso terapêutico, indicada para a maioria de clientes hospitalizados, representando muitas vezes a condição prioritária para o atendimento. No ambiente hospitalar, estima se que 90% dos clientes internados recebem ou necessitam de TI em algum momento. Você sabia que o estudo realizado por Menezes (2004) constatou que a via venosa foi utilizada em 99,6% dos recém nascidos em cinco unidades neonatais do Município do Rio de Janeiro e que em 49,2% utilizou se somente dispositivo periférico; em 45,2% fez se uso de dispositivo periférico e central e em 5,6% utilizou se apenas dispositivo central? A natureza invasiva dos procedimentos relacionados à TI tem sido um dos grandes desafios para os profissionais de saúde, principalmente para a enfermagem. Por ultrapassar a pele, (principal barreira de proteção corporal) e estabelecer uma comunicação entre a corrente sanguínea e o meio externo, a punção de um acesso venoso não pode ser considerada como procedimento inócuo. Você concorda? A punção venosa periférica é um dos procedimentos mais frequentes, realizados pelos profissionais de enfermagem, exigindo competência técnica para sua realização, destreza manual e domínio de anatomia e fisiologia, bem como habilidade prática para a escolha do dispositivo e da veia adequada, a documentação e avaliação do cuidado com o acesso intravascular. (TORRES, 2005)
3 Nesse sentido, TI pode ser definida como: Um conjunto de conhecimentos e técnicas que visam à administração de soluções ou fármacos no sistema circulatório, abrangendo preparo, escolha, obtenção e manutenção do acesso venoso periférico, os diferentes métodos de preparo e de administração de fármacos e soluções, bem como, os cuidados referentes à frequência da troca do cateter, curativos, dispositivos de infusão e soluções do cliente, seja recém nascido, criança e adulto. PETERLINI, 2003 A terapia intravenosa requer a inserção de cateteres intravenosos, periféricos ou centrais, que acessam o sistema venoso, principalmente dos membros superiores. A administração de soluções via intravenosa (IV) objetiva repor volume intravascular, corrigir déficits de eletrólitos, administrar fármacos, realizar hemodiálise e fornecer nutrientes ao cliente quando não há outra via disponível. O processo da terapia intravenosa exige protocolos específicos formulados a partir da prática baseada em evidências, sendo a pesquisa uma grande aliada para a enfermagem. Vamos viajar na linha do tempo, para conhecermos mais sobre o assunto. A terapia intravenosa e a Enfermagem Em 1860, Florence Nightingale promoveu a abertura da primeira escola de enfermagem, e foi baseado nesse contexto que as atribuições profissionais na realização de procedimentos referentes à administração de medicamentos e soluções, passaram a ter seu início formal. A partir desse momento, só aumentaram as responsabilidades e atribuições dos profissionais de enfermagem na terapia intravenosa, e assim, fez se necessário que estes profissionais buscassem, cada vez mais, a aquisição de conhecimento científico para melhor fundamentar sua prática. Antes de 1940, a enfermagem assistia o médico nos procedimentos intravenosos. Em 1940, Ada Plumer 1 foi a primeira enfermeira responsável pela administração intravenosa em Massachusetts
4 General Hospital. Durante a Segunda Guerra Mundial, devido ao menor número de médicos na assistência hospitalar, as funções dos enfermeiros mudaram, eles assumiram funções que, geralmente, os médicos realizavam, como: injeções, sutura de feridas, medição de pressão arterial sanguínea, coleta de sangue e administração da terapia intravenosa. A década de 1970 foi marcada pela criação da National Intravenous Therapy A prática de terapia intravenosa na Association (NITA) que priorizava a educação enfermagem foi oficialmente reconhecida em profissional de enfermeiros e a troca de informações entre profissionais nas diferentes regiões dos Estados Unidos. A NITA mudou de nome em 1987 para Infusion Nursing Society (INS). Em 1990, os enfermeiros iniciaram o uso do ultrassom para direcionar a passagem de PICC. Em 1997, a Intravenous Nurses Society EUA (INS) reconheceu a necessidade de uniformizar a terminologia PICC (Peripherally Inserted Central Catheter) e incentivar a padronização para indicações, cuidados, manutenção estratégica para o cateter, bem como a necessidade de recomendações para escolha, uso e descontinuidade do uso, para promover melhores resultados e acrescentar conforto, segurança e satisfação ao paciente. O suporte para serviços em cateter central de inserção periférica (CCIP) e a informação dos resultados variam entre as instituições. Um programa de CCIP nos Estados Unidos, guiado pelo Center for Advanced Nursing Practice s Evidence Based Practice Model, foi designado e implementado com sucesso. Os componentes do programa incluem administração, educação, prática clínica e dados monitorizados para melhores resultados. O crescente interesse no emprego do cateter central de inserção periférica levou ao desenvolvimento do PICC Council (EUA). Esse conselho foi estabelecido para prover recursos de informações na área de enfermagem, envolvendo o uso e cuidado do CCIP. O resultado foi o desenvolvimento de recomendações de nomenclatura, comunicações e atividades de manutenção, que podem ser usadas por enfermeiras na terapia intravenosa no cuidado do paciente. A atribuição de competência técnica e legal para o enfermeiro inserir e manipular o CCIP encontra se amparada pela Resolução COFEN n. 258/2001. No art.1º considera lícito ao enfermeiro a inserção de cateter central de inserção periférica, e no art. 2º, que o enfermeiro, para o desempenho de tal atividade, deverá ter se submetido à qualificação e /ou capacitação profissional. No Brasil, o CCIP começou a ser utilizado em No ano de 2002, foi criada a INS Brasil, que publicou, em 2008, as Diretrizes Práticas para Terapia Intravenosa. Em paralelo, as Sociedades de especialistas ministram o curso de qualificação para enfermeiros, habilitando os na inserção, manutenção e retirada do cateter e promovendo polos de desenvolvimento de Dessa forma, é de extrema importância o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre a anatomia circulatória humana, para saber quais as principais veias utilizadas na terapia
5 utilização do dispositivo nas Instituições de saúde. intravenosa e suas localizações. Somente assim, o enfermeiro terá subsídios para otimizar a assistência ao paciente que necessita da terapia intravenosa. As principais veias para o acesso venoso percutâneo superficial são as veias da fossa antecubital, mediana do antebraço, mediana do cotovelo, basílica e cefálica. Século XXI e os desafios A incorporação de tecnologias presentes no processo de terapia intravenosa, em todas as unidades de saúde aliadas à qualidade da assistência, reduz os custos hospitalares, as complicações infecciosas e mecânicas dos dispositivos e o consumo de materiais. Aumenta ainda a segurança do paciente e favorece a educação continuada dos profissionais. Neste sentido, a educação permanente dos profissionais de saúde também constitui alguns dos grandes desafios para se integrar a tecnologia ao cuidado de enfermagem. Pontos a revisar: Apesar de toda a evolução do conhecimento após a revolução industrial no campo da terapia intravenosa, o manejo adequado depende do estabelecimento de uma relação positiva entre profissionais, cliente e tecnologia. Você concorda? Espero que você tenha se atualizado sobre os procedimentos que levaram ao desenvolvimento da terapia intravenosa ao longo da história. Por isso, a partir de agora, continuaremos nosso estudo, ressaltando os mitos e a realidade sobre a terapia intravenosa. Na próxima Unidade de Estudo falaremos sobre asespecificidades da anatomia da rede venosa no recém nascido, criança, adulto e idoso. Que tal você assistir ao filme Quase Deuses, com Alan Rickman e Mos Def, e ver em cena a primeira cirurgia cardíaca realizada em crianças e como se deu toda essa descoberta? Referências BUTTON, V.L.S.N. Dispositivos de Infusão. Disponível em: < Acesso em: 18 Dez MENEZES, S.O. Avaliação do acesso vascular em neonatos com menos de 1500g internados em unidades neonatais da MS do Rio de Janeiro. Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Fernandes Figueira. PETERLINI, M.A.S.; CHAUD, M.N.; PEDREIRA, M.L.G. Órfãos de terapia medicamentosa: a administração de medicamentos por via intravenosa em crianças hospitalizadas. Rev Latino am enfermagem. v. 11, n. 1, p , jan. fev PHILLIPS, L.D. Manual de terapia intravenosa. 2..ed. Porto Alegre (RS): Artmed; TELLES FILHO, P.C.P.; CASSIANI, S.H.B. Administração de medicamentos: aquisição de conhecimentos e habilidades requeridas por um grupo de enfermeiros. Rev Latino am Enfermagem, v. 12, n. 3, p
6 TORRES, M.M.; ANDRADE, D.; SANTOS, C.B. Punção venosa periférica: avaliação do desempenho dos profissionais de enfermagem. Rev Latino am Enfermagem; v. 13, n. 3, p
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