no Brasil O mapa da Acreditação A evolução da certificação no país, desafios e diferenças entre as principais
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1 O mapa da Acreditação no Brasil A evolução da certificação no país, desafios e diferenças entre as principais metodologias Thaís Martins shutterstock >> Panorama nacional Pesquisas da ONA (Organização Nacional de Acreditação) revelam que 67% dos estados possuem serviços acreditados pela metodologia. São Paulo é o que conta com o maior número (134), seguido por Minas Gerais (47), Paraná (13) e Rio de Janeiro (11). Essas conquistas representam a maturidade do sistema e coloca o Brasil entre os países com o maior volume de certificações concedidas e válidas. 12 Melh res PráticasMar/Abr 2011
2 Há 11 anos, o Hospital Israelita Albert Einstein recebia o primeiro certificado de Acreditação do país. A busca por mais qualidade assistencial ganhou impulso na década de 1990 com a iniciativa de se estabelecer um convênio entre a OPAS - Organização Pan-Americana de Saúde, Federação Latino Americana de Hospitais e o Ministério da Saúde para elaborar o Manual de Padrões de Acreditação para América Latina. Desde então, dos 6,5 mil hospitais públicos e privados (dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE), cerca de 250 instituições optaram por contratar uma agência acreditadora que pudesse avaliá-las, comparando os processos de gestão de liderança, atenção ao paciente/cliente, diagnóstico, apoio técnico, abastecimento e apoio logístico aos padrões internacionalmente reconhecidos e, em caso de conformidade, conferir um dos quatro selos disponíveis no país: ONA, Joint Commission, NIAHO ou Accreditation Canada. Mudança cultural O sistema mundial de saúde passou do objetivo de evitar somente riscos financeiros institucionais para o de tornar o atendimento mais seguro. A compreensão desse conceito pode levar a um critério de escolha dos serviços assistenciais. Mas ainda há muitos desafios a serem enfrentados. O Dr. Francisco Balestrin, vice-presidente da ANAHP (Associação Nacional de Hospitais Privados), enumera como principal entrave o fato de a sociedade brasileira ainda não ter formada a cultura de procurar por serviços acreditados, pois desconhece os benefícios diretos de uma assistência segura, como índices reduzidos de permanência, infecção e mortalidade. A compreensão deste conceito qualificará o critério de escolha dos serviços assistenciais. Essa falta de conhecimento deve mudar nos próximos anos, pois a maioria das instituições hospitalares está buscando ferramentas para melhorar a qualidade e segurança de sua assistência. Para Balestrin, o processo é educativo, portanto, de médio e longo prazo. A existência de entidades como a ANAHP e a ANS, que A sociedade brasileira ainda não formou a cultura de buscar serviços acreditados, pois desconhece os benefícios de uma assistência segura valorizam a metodologia e sugerem que a segurança e a qualidade assistencial são fundamentais para a assistência médica, favorecem. O interesse da mídia em publicar os hospitais certificados e suas vantagens também contribui. O paciente deve estar informado sobre o que considerar na escolha do seu médico, seu hospital e até seu tratamento, afirma o Dr. Balestrin. Na maioria dos hospitais da Europa, dos Estados Unidos e do Canadá, o principal parâmetro utilizado pela população para a escolha de um serviço de saúde é a Acreditação. Nos EUA, há mais de uma década, a Cleveland Clinic começou a divulgar seus indicadores, iniciando um movimento transformador. Hoje, o norte-americano encontra informações abrangentes e até sites com quadros comparativos entre as várias instituições. Isso estimula os esforços para melhorar a qualidade, além de gerar competição entre os prestadores de serviço. No Brasil, mesmo entre instituições de primeira linha, poucas divulgam seus indicadores. Multiplicar essa prática dependerá, em grande parte, da própria atitude do consumidor. Hospitais como o Pró-Cardíaco, no Rio de Janeiro, e o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, já disponibilizam seus resultados para consulta em seus sites institucionais. Em 2009, uma iniciativa do IQG (Instituto Qualisa de Gestão), reuniu cerca de vinte instituições de saúde em uma campanha de relacionamento voltada ao público leigo, em especial àqueles que trabalham em departamentos de Recursos Humanos de empresas de São Paulo e Rio de Janeiro. Os profissionais de RH foram os escolhidos como foco da campanha por entendermos que participam anahp/divulgação Balestrin, da ANAHP: segurança assistencial é fundamental para a assistência médica Melh res PráticasMar/Abr
3 Nos países de primeiro mundo, estar certificado é a diferença entre ser um player de mercado ou estar fora dele intensamente do processo de compra e gestão do benefício-saúde. E, atualmente, os planos corporativos representam cerca de 70% do mercado, explica Gilmara Espino, coordenadora executiva do Grupo Entenda Acreditação. O grupo está indo para o seu terceiro ano de ação e no portal com.br, os usuários podem consultar quais os prestadores com certificado de qualidade mais próximos. Investimentos e retornos Outro desafio ao crescimento do número de certificações é a questão financeira. O vice-presidente da ANAHP explica que o processo de adequação pode levar de dois a três anos. Quanto aos custos, estes podem variar de instituição para instituição e também de acordo com a metodologia escolhida. Os valores são divididos entre as taxas da empresa acreditadora e as mudanças de estrutura e processos necessários para se atingir os requisitos, aponta Balestrin. As instituições de saúde também podem contar com o apoio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que vai muito além do financiamento à construção de hospitais, laboratórios de análise ou clínicas. Contempla desde os meios de produção (incluindo equipamentos, móveis e utensílios hospitalares), como também os serviços de Acreditação em consonância com as políticas públicas para a melhoria do atendimento na área da saúde, desde que prestados segundo os padrões de certificação reconhecidos pela ANS. Pode-se financiar as fases de obtenção e manutenção do respectivo certificado, excluindo-se os serviços de consultoria e treinamento, que visam preparar a empresa para obter a certificação. O futuro da certificação Hoje, em países de primeiro mundo, estar certificado é a diferença entre ser um player de mercado ou estar fora dele. Além disso, novos padrões definidos pela ANS para as operadoras de plano de saúde necessariamente obrigarão os prestadores de serviço a se encaixar nesse sistema, pois poderão perder seus convênios, analisa Balestrin. (veja nesta edição a entrevista com Márcio Coriolano, presidente do Bradesco Seguros). De fato, o número de certificações concedidas não para de crescer. Os números cedidos pela ONA demonstram esse fenômeno: incluindo recertificações, em 2006 foram 66 certificados entregues; 73 em 2007; 98 em 2008 e 123 em 2009; segundo a apresentação do Dr. Luiz Plinio Moraes de Toledo, presidente do Sistema Metodologia ONA Nível 1 Acreditado ONA Nível 2 Acreditado Pleno ONA Nível 3 Acreditado com Excelência Accreditation Canada Origem Brasil (1998) Brasil (1998) Brasil (1998) Canadá (1958) Foco Gestão da Segurança: certifica os recursos físicos, materiais, de equipamentos, financeiros, organizacionais, humanos, gestão da segurança Gestão Integrada: certifica o que e como é feito para os pacientes Gestão da Excelência:certifica os resultados obtidos em relação ao estado de saúde dos pacientes e sua satisfação com o sistema de prestação do serviço Estrutura, assistência, segurança do paciente e gestão de riscos Joint Commission International Estados Unidos (1951) Estrutura, assistência, segurança do paciente e gestão de riscos Validade 2 Anos 2 Anos 3 Anos 3 Anos 3 Anos 14 Melh res PráticasMar/Abr 2011
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5 shutterstock 92% dos pacientes atendidos em um dos hospitais do SUS acreditados ficaram muito satisfeitos com a recepção. Reconhecimento dos esforços em gestão de qualidade Brasileiro de Acreditação, durante o 10º Fórum ANAHP, realizado em outubro do ano passado. No mesmo evento, Mara Machado, diretora técnica do IQG, avaliou positivamente a percepção atual do gestor da área de saúde. Ela informou que, no passado, buscavam metodologias de certificação que pudessem orientar sobre como reduzir ou evitar custos; atualmente, desejam também melhorias nos processos e protocolos, visando reduzir erros. No futuro, estarão focados na epidemiologia e em aumentar valor agregado do serviço prestado, implementando ações preventivas e melhorando a performance. Também é crescente o número de hospitais universitários que recebem investimentos de instituições privadas para iniciarem seus processos de Acreditação, que é um pouco diferente da rede privada. Este último tem uma maior integração das áreas técnicas e as lideranças estão mais definidas. Na esfera pública, as estruturas estão mais incipientes, além de haver a necessidade de vinculação com a área acadêmica. Atualmente, 16 projetos filantrópicos estão em andamento, totalizando um investimento anual de R$ 250 milhões. A escolha dos beneficiados é feita pelo Ministério da Saúde, de acordo com a necessidade de melhoria da instituição. O Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), representante exclusivo da Joint Commission International no Brasil, foi convidado a participar desse projeto pelas mantenedoras. Hoje, são cinco os hospitais universitários em preparação e mais dois em fase final de assinatura de contratos para iniciar o processo. >> Resultados evidentes Em um dos hospitais do SUS acreditados, o índice no atendimento médico fechou o ano de 2009 com 96% de satisfação dos pacientes e 92% disseram que o atendimento na recepção é muito satisfatório. Já em um dos hospitais privados acreditados nível III ONA e elegível para a Accreditation Canada, o índice de infecção hospitalar, em uma das UTIs, passou de 7% para menos de 1% de janeiro de 2007 a outubro de Na mesma instituição, a pneumonia associada à ventilação mecânica passou de 9% para 2% no mesmo período, representando 154 dias a menos de internação no ano de Melh res PráticasMar/Abr 2011
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