JULIANA DA ROCHA NETTO DOS REYS MINI-IMPLANTE ORTODÔNTICO: APLICAÇÕES CLÍNICAS NITERÓI
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- Derek Figueira Batista
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1 JULIANA DA ROCHA NETTO DOS REYS MINI-IMPLANTE ORTODÔNTICO: APLICAÇÕES CLÍNICAS NITERÓI 2011
2 JULIANA DA ROCHA NETTO DOS REYS MINI-IMPLANTE ORTODÔNTICO: APLICAÇÕES CLÍNICAS Monografia apresentada à Faculdade Redentor, como requisito para obtenção do título de Especialista em Ortodontia. Orientador: Prof. Tasso Dorchet Coutinho NITERÓI 2011
3 Apresentação da Monografia em _27_/_1_/_2012_ ao curso de Especialização em Ortodontia. Coordenador: Prof. Dr. Alexandre Luiz Queiroz Ponce Orientador: Prof. Tasso Dorchet Coutinho
4 estarem sempre ao meu lado. Dedico a minha família por
5 AGRADECIMENTOS Ao meu marido e minha filha pela paciência e motivação. Aos meus pais pela colaboração. Aos meus avós por toda força. A todos que de alguma forma contribuíram pela realização deste trabalho.
6 RESUMO O uso de mini-implantes vem crescendo na ortodontia. Isto se deve ao fato do tratamento ortodôntico ser dependente não somente da capacidade de movimentar dentes, mas também da necessidade efetiva para tal. Este trabalho foi desenvolvido para mostrar a estabilidade dos mini-implantes, sua utilização clínica e seus aspectos biomecânicos relacionados à ortodontia. O trabalho foi desenvolvido através da revisão bibliográfica. Podemos concluir que o uso de mini-implantes como ancoragem na movimentação ortodôntica é eficiente, pois proporciona um adequado controle da força, necessita de mínima cooperação do paciente e torna o tratamento mais rápido. Palavras-chave: mini-implante, ancoragem ortodôntica, estabilidade.
7 ABSTRACT Using mini-screw in orthodontics has been increasing. This is because orthodontic treatment is dependent not only on the ability to move teeth, but also the actual need for it. This work was developed to show the stability of mini-screw, clinical use and their biomechanical aspects related to orthodontics. The work was developed through literature review. We can conclude that the use of mini-screw as anchorage in orthodontic movement is efficient, it provides an adequate control of force, requires minimal patient cooperation and makes treatment faster. Keywords: mini-implants, orthodontic anchorage, stability
8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO PROPOSIÇÃO REVISÃO DA LITERATURA LOCALIZAÇÂO CICATRIZAÇÃO ESTABILIDADE OSSEOINTEGRAÇÃO MECÂNICA DOS MINI-IMPLANTES RETRAÇÃO INTRUSÃO DISTALIZAÇÃO DISCUSSÃO CONCLUSÃO REFERÊNCIAS
9 8 1 Introdução O papel da ortodontia no âmbito da saúde bucal vem crescendo a cada dia, superando sua utilização apenas na estética dental. O objetivo de qualquer tratamento ortodôntico é alcançar o movimento dentário esperado com mínimos efeitos colaterais indesejados. (PROFFIT et al, 2007). Desde quando surgiu a ortodontia, o maior fator de sucesso na realização do tratamento ortodôntico é a estratégia de controle de ancoragem. Edward Angle, em 1900, foi o pioneiro a defender o uso da aplicação da força igual e oposta para o controle da ancoragem. Atualmente é possível prevenir movimentos indesejados em ambos os arcos dentários, pois o uso de pequenos parafusos de titânio inseridos no osso aumentado as possibilidades do tratamento ortodôntico, bem como permitiu movimentos dentários assimétricos nos três planos do espaço. Mini-implantes fornecem vantagens biomecânicas, que permitem maior efetividade e eficiência no tratamento, mesmo utilizando poucos dispositivos auxiliares. De acordo com Moon et al (2008) os mini-implantes ortodônticos oferecem várias vantagens, tais como ancoragem, não necessita da colaboração do paciente, a simplicidade de inserção e remoção, e o custo relativamente baixo. A crescente necessidade de melhorar a ancoragem para o tratamento ortodôntico tem permitido o desenvolvimento de muitos mini-implantes ortodônticos. Mini-implantes, que permitam o controle da ancoragem e, portanto, o sucesso do tratamento ortodôntico ( Lombardo et al 2010). A maioria das pesquisas relacionadas aos mini-implantes ortodônticos tem sido sobre a morfologia do parafuso, incluindo seu tipo, forma, diâmetro e comprimento, bem como a sua estabilidade (Hu et al 2009). É de extrema importância que os mini-implantes apresentem resistência e estabilidade. No aspecto biológico não deve provocar nenhuma reação desfavorável. No aspecto mecânico, deve ser uma estrutura que distribua as forças ortodônticas e que a estrutura garanta o suporte ósseo. Deve, também, possibilitar mínimo traumatismo durante a colocação. Nas considerações clínicas, o procedimento de inserção deve ser simples, a estabilidade do parafuso não deve depender da técnica ou do sítio de colocação.
10 9 2 Proposição O objetivo desta Revisão de Literatura foi analisar: a) Existem áreas consideradas mais estáveis para colocação dos mini-implantes? b) Quais seriam os fatores responsáveis para o insucesso dos mini-implantes? c) A carga imediata estaria diretamente ligada a estabilidade dos mini-implantes?
11 10 3 REVISÃO DE LITERATURA 3.1 LOCALIZAÇÃO Gracco et al (2008) avaliaram a espessura tridimensional do palato para determinar o melhor local para colocação de mini-implantes. Foram selecionadas tomografias volumétricas digitais de 162 indivíduos saudáveis, na faixa etária entre anos (80 do gênero masculino e 82 do gênero feminino). A amostra foi dividida em três grupos. Grupo A incluiu 52 indivíduos (na faixa etária de anos, 28 do gênero masculino e 24 do gênero feminino), grupo B incluiu 38 indivíduos (na faixa etária de anos, 18 do gênero masculino e 20 do gênero feminino) e grupo C teve 72 indivíduos (na faixa etária de anos, 34 do gênero masculino e 38 do gênero feminino). A região do palato em quatro, oito, 16 mm e 24 mm posterior ao forame incisivo foram reconstruídos, e a altura do osso foi medida lateralmente da linha mediana de cada reconstrução a zero, menos três e menos seis milímetros de incremento para descrever a topografia do palato. As medições de altura palatal em 27 de 162 pacientes foram feitas por dois investigadores diferentes. A parte mais espessa do osso foi encontrada na parte anterior do palato, na região da sutura e nas áreas paramedianas. A região posterior apesar da sua espessura reduzida, é também adequada para mini-implantes. O teste não mostrou diferenças significativas entre os grupos nas várias seções do palato, exceto entre grupos A e C na seção de 16mm paracoronal e de 6mm para a direita e a esquerda da sutura. Ficou concluído que não houve diferença significativa entre o lado direito e o esquerdo do palato. A região anterior é a parte mais espessa do palato, porém a região posterior também é adequada para os mini-implantes.
12 11 Hu et al (2009) estudaram as distâncias interradiculares e tecidos circundantes a fim de evitar complicações após a colocação dos mini-implantes. Vinte mandíbulas e maxilares humanos foram utilizados para este estudo. Nas duzentas seções de cada mandíbula e maxila foi investigada a relação entre as raízes dentárias. O espaço interradicular foi analisado através de radiografias panorâmicas e tomografias computadorizadas. À distância interradicular aumentou dos dentes anteriores para dentes posteriores e da cervical para o ápice na maxila e mandíbula. Na maxila, a maior distância interradicular foi entre o segundo pré-molar e o primeiro molar. Na mandíbula, a maior distância foi entre os primeiros e segundos molares. A largura do osso maxilar bucolingual ultrapassou os 10mm, 7mm (entre caninos e primeiros pré-molares), 5mm (entre o segundo pré-molar e primeiro molar) e quatro milímetros (entre primeiros e segundos molares) acima da linha cervical. A largura do osso mandibular vestíbulo-lingual superior a 10mm (entre o segundo pré-molar e primeiro molar) e 4mm (entre primeiros e segundos molares) abaixo da linha cervical. Os autores concluíram que a zona segura para a colocação de mini-implante na maxila foi entre o segundo pré-molar e primeiro molar, de seis a oito milímetros da linha cervical e na mandíbula foi entre as raízes dos primeiros e segundos molares, menos de 5mm da linha cervical. Monnerat et al (2009) determinaram os locais ideais, interradiculares na mandíbula, para a colocação de mini-implantes ortodônticos usando tomografia computadorizada (TC) e sugerindo comprimento, diâmetro e angulação dos miniimplantes. Foram utilizados exames de TC realizados em 15 mandíbulas humanas com cortes de um milímetro. As medições foram feitas às 3mm, 5mm, 7mm, 9mm e 11mm de altura da crista óssea. À distância interradicular mésio-distal e a distância da crista óssea até o forame mentoniano também foram mensurados. O resultado foi
13 12 obtido a partir medições. Em ordem decrescente, os maiores espaços foram encontrados entre as raízes dos segundos molares, segundo pré-molares, primeiros molares e primeiros e segundos pré-molares. Entre os pré-molares, o mini-implante deve ser introduzido a nove milímetros a partir da crista óssea por causa do forame mentoniano. Entre os incisivos, a colocação interradicular dos mini-implantes não é viável. Entre os primeiros pré-molares e os caninos, nenhuma região adequada foi encontrada. Entre o incisivo lateral e o canino, a uma altura de 11mm, um miniimplante pode ser colocado, mas com o máximo de cuidado. Os autores concluíram que o local mais conveniente para os mini-implantes na mandíbula é entre o primeiro e segundo molar, com uma inclinação de 10 a 20 graus, mas mini-implantes ortodônticos não devem exceder 1,5mm de diâmetro e 6mm de comprimento. Tamamura et al (2009) relataram o método de tratamento bem sucedido de correção de mordida cruzada, utilizando ancoragem com mini-implantes e ortodontia lingual. Um paciente do sexo feminino, 17 anos e 4 meses de idade, com queixa principal de apinhamento dos dentes anteriores. O paciente recebeu o diagnóstico de Classe I de Angle com biprotrusão maxilar, apinhamento dos incisivos inferiores e mordida cruzada do segundo molar direito. Mini-implantes foram introduzidos na região do palato acima do segundo molar superior e foi colocado na maxila bráquetes linguais. Três meses depois, os mini-implantes foram ativados para retrair os seis dentes anteriores. O tratamento ativo total foi de vinte e seis meses. Devido ao efeito do plano de mordida, os molares superiores e inferiores foram separados na oclusão e a mordida cruzada foi corrigida de forma eficaz dentro de um curto período de tempo. Os autores chegaram a conclusão que a combinação da ancoragem com mini-implantes palatinos e aparelhos linguais aumentam a efetividade da correção da mordida cruzada do molar.
14 13 Jang et al (2010) localizaram o centro de resistência dos dentes anteriores superiores para encontrar a posição ideal dos mini-implantes palatinos. A oclusão normal do adulto foi digitalizada, usando um scanner a laser 3D para preparar o modelo ideal. O modelo 3D apresentava 12 dentes, com dois primeiros pré-molares e terceiros molares extraídos. O tamanho e a dimensão dos dentes foram definidos como no estudo de Wheeler, e o ligamento periodontal foi modelado para ter uma espessura uniforme de 0,25mm. O osso compacto foi modelado para ter uma espessura de 2mm. Os mini-implantes foram colocados entre o segundo pré-molar e primeiro molar. A posição vertical do mini-implante foi estabelecida em cinco condições: 6mm, 7mm, 8mm, 9mm e 10mm apicalmente a partir da linha cervical do primeiro molar. O comprimento do braço de alavanca de retração foi determinado de acordo com a posição do mini-implante, para a direção da força de retração, paralelo ao plano oclusal maxilar. Os modelos em 3D foram utilizados para determinar a localização do centro de resistência dos seis dentes superiores anteriores, visualizando o deslocamento dos dentes e distribuição das tensões. Como o miniimplante foi localizado apicalmente, o estresse se espalhou para o ápice radicular e o osso alveolar adjacente. Os autores concluíram que o centro de resistência dos seis dentes anteriores superiores, retraídos com mini-implante, foi estimado em 12,2 mm apicalmente a partir da borda incisal do incisivo central. Fayed et al (2010) determinaram os locais ideais para a colocação de mini-implantes na maxila e mandíbula com base no mapeamento tridimensional dos espaços interdentais e espessura do osso cortical e analisaram os efeitos da idade e do sexo sobre as medidas anatômicas estudadas. Foram estudadas as imagens de tomografia computadorizada de 100 indivíduos (46 do gênero masculino e 54 do gênero masculino), divididos em dois grupos etários (13-18 anos), e (19-27 anos). As
15 14 seguintes medidas foram realizadas: (1) espessura óssea vestíbulo-lingual, (2) espaços mésio-distal tanto por vestibular e palatino / lingual, e (3) espessura cortical vestibular e palatina / lingual. Na maxila, a maior espessura óssea vestíbulo-lingual foi entre primeiros e segundos molares, o maior espaço mésio-distal foi entre o segundo pré-molar e primeiro molar. A maior espessura cortical vestibular estava entre os pré-molares. A maior espessura cortical palatal foi entre os incisivos centrais e laterais. Na mandíbula a maior espessura cortical vestibular estava entre os primeiros e segundos molares. A maior distância mésio-distal vestibular foi entre o segundo pré-molar e primeiro molar. A maior distância mésio-distal lingual estava entre os pré-molares, primeiro e segundo. A maior espessura cortical lingual foi entre o canino e o primeiro pré-molar. Os indivíduos do gênero masculino e o grupo de maior faixa etária apresentaram significativamente maior espessura cortical vestíbulo-lingual, em locais específicos na maxila e da mandíbula. Foi concluído que tanto gênero e faixa etária alteram as medidas anatômicas em certas áreas da maxila e da mandíbula, portanto deve-se levar em conta esses fatores na escolha dos mini-implantes. Song et al (2010) avaliaram a densidade óssea palatina para permitir uma melhor seleção da área para inserção do mini-implante na ancoragem ortodôntica. Foram utilizadas tomografias computadorizadas (TC) de 30 indivíduos, sendo 15 do sexo masculino e 15 do feminino (média de idade de 27 anos, faixa anos). A densidade óssea foi medida em unidades Hounsfield (HU) em 80 de coordenadas em intervalos regulares de médio-lateral e ântero-posterior ao longo da sutura palatina mediana. A densidade óssea variou HU. Uma diferença significativa foi observada entre os grupos masculino e feminino, embora não houve diferença entre os lados direito e esquerdo do palato. A área palatina mediana
16 15 dentro de 3mm da sutura sagital mediana teve a maior densidade óssea no palato inteiro. Os resultados sugerem que os mini-implantes para ancoragem ortodôntica podem ser efetivamente colocados na maioria das áreas com densidade óssea equivalente à área do palato se forem colocados a partir de 3mm posterior ao forame incisivo e 1,5mm para o lado mediano. 3.2 CICATRIZAÇÃO Eliades et al (2009) estudaram as características morfológicas, estruturais e avaliaram as alterações na dureza dos mini-implantes ortodônticos. Onze miniimplantes foram colocados em 5 indivíduos que após 3,5 a 17,5 meses se recuperaram satisfatoriamente, nenhum apresentou sinais de mobilidade ou de fracasso. Esses mini-implantes, com marca, tipo e tamanhos diferentes tiveram amostras controle e foram submetidos a várias análises. A microscopia óptica indicou perda de brilho com coloração variável. Microscopia Eletrônica de varredura e microanálise de raios-x mostraram alterações geomorfológicas do mini-implante. Os materiais precipitados sobre as superfícies foram sódio, potássio, cloro, ferro, cálcio e fósforo, a partir do contato do mini-implante com fluidos biológicos tais como sangue e exsudato. A composição do mini-implante foi semelhante ao de uma liga de titânio. Mini-implantes de titânio têm alterações nas características morfológicas e estruturais de superfície, incluindo a absorção de fluidos biológicos. Foi concluído pelos autores que a osseointegração dos mini-implantes é alcançada por períodos prolongados de retenção no osso alveolar, dependendo da superfície e da carga imediata destes mini-implantes. Chung et al (2010) descreveram o tratamento ortodôntico de um indivíduo do gênero feminino, com idade entre 23 anos e 5 meses, com mal oclusão Classe III e
17 16 linha média desviada. Dois mini-implantes ortodônticos foram colocados nos espaços interdentais entre os segundos pré-molares inferiores e os primeiros molares. O plano de tratamento consistiu na distalização de dentes inferiores e criação de espaço para retração em massa dos dentes anteriores inferiores. Miniimplantes foram colocados para fornecer ancoragem e foram usados elásticos intrabucais. Os autores concluíram que o design do C-implante minimiza a irritação gengival durante o tratamento ortodôntico. O período ativo de tratamento foi de 18 meses. O transpasse horizontal e vertical foram obtidos, e o equilíbrio facial foi melhorado. Zhang et al (2010) investigaram o tempo de cicatrização de mini-implantes através da análise histomorfológica e histomorfométrica da osseointegração após a carga ortodôntica imediata e precoce. 54 mini-implantes foram colocados bilateralmente na região de pré-molar superior de nove beagles. Em seguida, os mini-implantes foram classificados de acordo com o tempo de carga recebida, carga imediata (grupo 0D), duas semanas (grupo 2W), e quatro semanas (grupo 4W). Foram ativados com uma força ortodôntica (100 g) durante oito semanas. A direção da força ortodôntica foi vertical em relação ao eixo longitudinal dos mini-implantes. Cortes de tecido rígido que contém mini-implantes foram preparados para avaliação histomorfológica e histomorfométrica. A durabilidade dos mini-implantes neste estudo foi de 100%. Remodelação óssea, interface de contato osso-implante, e ossificação foram observados em todos os espécimes ósseos. Osteoblastos apareceram agregados à interface osso-implante do grupo 4W e osso lamelar foi encontrado nas regiões peri-implante. Mini-implantes do grupo 2W foram parcialmente cercados por fibras de colágeno e tecido ósseo, e os osteoclastos foram encontrados nas regiões peri-implante. Mini-parafusos do grupo 0D foram
18 17 cercados por mais fibras de colágeno em comparação com os outros dois grupos. Relações de contato osso - implante dos três grupos foram 43,74% (grupo 0D), 66,26% (grupo 2W), e 73,28% (grupo 4W). Os autores concluíram que todos os miniimplantes dos três grupos podem fornecer ancoragem ortodôntica estável. No entanto, para obter ancoragem absoluta, um tempo de cicatrização de quatro semanas é recomendado antes da ativação ortodôntica. 3.3 ESTABILIDADE Ohmae et al (2001) determinaram o potencial de fixação do mini-implante de titânio para a mini-intrusão ortodôntica dos dentes posteriores da mandíbula. Seis mini-implantes foram inseridos cirurgicamente em torno do terceiro molar de cada lado da mandíbula de três cães machos da raça beagle. Três na vestibular e três na região lingual. Os mini-implantes foram utilizados como ancoragem para intrusão de terceiros molares (implantes carregados) e os outros mini-implantes foram utilizados como controle (sem carga). Em seis semanas, uma força intrusiva (150 g) foi aplicada entre os mini-implantes por molas fechadas que percorrem as coroas dos molares. Após 12 a 18 semanas de intrusão ortodôntica, os animais foram sacrificados e as mandíbulas foram dissecadas e preparadas para observação histológica e fluorescente. Os resultados indicaram que os dentes intuíram 4,5 mm, em média, após 12 a 18 semanas de aplicação da força ortodôntica, houve uma reabsorção radicular suave na região de furca, assim como o arredondamento do ápice da raiz. Todos os mini-implantes se mantiveram estáveis durante o movimento ortodôntico, sem qualquer mobilidade ou deslocamento. Os achados morfométricos indicaram que a calcificação do osso peri-implantar em mini-implantes ativados é igual ou ligeiramente superior ao do grupo controle. Além disso, seis dos 36 mini-
19 18 implantes foram removidos após o movimento do dente, e todos eles foram facilmente removidos com uma chave de fenda. Com os resultados obtidos, concluise que mini-implantes são dispositivos eficazes e estáveis para ancoragem durante movimento de intrusão ortodôntica. Serra et al (2007) avaliaram a evolução da fixação óssea de miniimplantes de titânio ativados imediatamente. Os mini-implantes têm sido utilizados com sucesso como elemento de ancoragem ortodôntica, mas a diminuição do tamanho e a aplicação precoce da carga são requisitos importantes para a otimização da metodologia. Nove coelhos da raça Nova Zelândia foram utilizados neste estudo. Em cada animal foram inseridos quatro mini-implantes de titânio grau cinco, dos quais dois foram ativados imediatamente com 1N. Os animais foram eutanasiados após um, quatro e 12 semanas e as amostras foram divididas em seis grupos, sendo três grupos carregados e 3 grupos sem carga. O torque de remoção dos mini-implantes foi realizado e os resultados tratados estatisticamente com o módulo ANOVA e pós-teste de Tukey. Após um e quatro semanas de cicatrização não foi detectada diferença estatisticamente significativa nos valores de torque de remoção, independente da ativação. Entretanto, após 12 semanas, tanto o grupo ativado quanto o não ativado apresentaram aumento significativo no torque de remoção e os maiores valores foram atribuídos ao grupo sem ativação. Os autores concluíram que a ativação imediata resultou em menor osseointegração dos miniimplantes que os ativados após 12 semanas de cicatrização, contudo não comprometeu a estabilidade dos mini-implantes. Freire et al (2007) avaliaram a resposta do osso após introdução de miniimplantes de 2,5 mm de diâmetro e 6 e 10 mm de comprimento ativados após vários períodos de cicatrização. Setenta e oito mini-implantes foram colocados
20 19 bilateralmente na região de pré-molar e molar inferior de seis cães da raça beagle. O lado esquerdo da mandíbula foi chamado experimental e o lado direito o controle, cada hemi-arco recebeu seis e sete mini-implantes, respectivamente. O grupo experimental foi imediatamente ativado, uma semana e três semanas após e foram avaliados por um período de ativação de 12 semanas de carga (250 g de força entre os mini-implantes). O grupo controle não foi ativado. As mandíbulas foram dissecadas, e amostras foram preparadas para avaliação histomorfológica e histomorfométrica (foi avaliado contato osso - mini-implante). As taxas de sucesso foram de 100% e 77,78% para o controle e o grupo experimental, respectivamente. As taxas de sucesso do grupo experimentais foram de 88,89% para os de 10 mm e de 66,67% para os de 6mm. Todos os dispositivos não tiveram a inflamação do tecido e foram perdidos após a colocação da mola. O grupo controle apresentou cicatrização óssea, e o grupo experimental apresentou uma morfologia de osso maduro, após 12 semanas in vivo, independentemente do tempo de colocação antes da ativação da carga. Valores de contato osso - mini-implante foram semelhantes entre o grupo experimental e o grupo controle que permaneceram 12 semanas in vivo. Ficou concluído a partir dos resultados que carga imediata ou tardia e intensidade não afetam a performance mini-implante. Favero et al (2007) analisaram as taxas de sucesso e os fatores associados com a estabilidade dos mini-implantes de titânio colocados no osso alveolar na região posterior. Foram analisados 51 indivíduos com mal oclusão, 134 mini-implantes de 3 tipos, sendo que 17 foram miniplacas examinadas em relação às características clínicas. Mini-implantes de 1,0 mm de diâmetro tiveram uma taxa de sucesso de um ano, que foi significativamente menor do que outros parafusos com 1,5 mm ou 2,3 mm de diâmetro ou do que a de mini-placas. A cirurgia foi associada
21 20 com o desconforto do paciente. A inclinação do plano mandibular aumentado e a inflamação dos tecidos peri-implante foram fatores de risco para a mobilidade dos mini-implantes. No entanto, não foi detectada uma associação significante entre a taxa de sucesso e as seguintes variáveis: comprimento do mini-implante, tipo de cirurgia de colocação, carga imediata, o local de implantação, idade, sexo, apinhamento dos dentes, relação de base posterior da mandíbula, periodontite controlada e sintomas da desordem temporomandibular. Foi concluído que miniimplante com 1,0mm ou menos de diâmetro, a inflamação do tecido peri-implante, e um aumento ângulo do plano mandibular (ou seja, o osso cortical fino), foram associadas com a mobilidade dos mini-implantes colocados no osso alveolar na região posterior para ancoragem ortodôntica. Luzi et al (2007) avaliaram a taxa de falha da carga imediata dos miniimplantes ortodônticos utilizados para ancoragem. Foram utilizados 140 miniimplantes em 98 pacientes e imediatamente ativados com 50CN. 99 dispositivos foram inseridos na mandíbula e 41 na maxila nos seguintes locais: sínfise mandibular (n = 17), processo alveolar da mandíbula (n = 72), processo alveolar da maxila (n = 32), área retromolar (n = 10) e palato (n = 9). Os mini-implantes foram utilizados para realizar os seguintes movimentos dentários: verticalização do molar, verticalização e mesialização de molar, movimento mesial dos molares, intrusão e vestibularização dos incisivos, retração dos incisivos, intrusão dos pré-molares, correção da linha média, movimento distal dos pré-molares e intrusão de molares. Todos os dispositivos revelaram ausência completa de mobilidade, após 120 dias de carga contínua foram classificados como bem-sucedidos. Aqueles que apresentaram mobilidade mínima, mas permaneceram no lugar e podiam resistir à carga adicional foram classificadas como falhas parciais, enquanto aqueles que foram perdidos
22 21 foram classificados como falhos. Treze dos mini-implantes falharam (9,3%), 9 foram falhas parciais (6,4%). A maxila teve maior taxa de insucesso (12,2%) do que a mandíbula (8,0%). O palato foi à área anatômica com o maior risco de fracasso, enquanto que o processo alveolar da mandíbula, foi à área de maior sucesso. Os autores chegaram a conclusão que a taxa global de insucesso foi semelhante a outros estudos, sugerindo que a carga imediata não deve ser considerada um fator de risco. Outros fatores, tais como inflamação dos tecidos moles circundantes, as características do osso, espessura da mucosa e procedimento cirúrgico incorreto devem ser considerados os determinantes de falha clínica. Kim et al (2008) investigaram as propriedades mecânicas e histológicas de mini-implantes cônicos em comparação com cilíndricos em termos de taxa de sucesso. A amostra constou com mini-implantes cilíndricos e cônicos, e comumente tinham 1,6 mm de diâmetro e 6,0 mm de comprimento. Foram inseridos em cães da raça beagle. O estudo mecânico analisou o torque máximo de inserção ( MIT), torque máximo de remoção (MRT), e relação de torque (RFA). E ainda o contato osso/mini-implante (BIC), e área óssea (BA) entre o grupo cilíndrico e cônico. Todas as medidas foram avaliadas estatisticamente utilizando testes para determinar qualquer diferença entre os fatores estudados. O grupo dos miniimplantes cônico mostrou MIT e MTR significativamente mais elevado que o grupo cilíndrico no estudo mecânico. No entanto, não houve diferença significativa na RFA, BIC e BA entre os dois grupos em estudos histomorfométricos. Os autores concluíram que embora a forma cônica de mini-implante poderia induzir osseointegração e pode produzir uma boa estabilidade primária, a forma cônica pode necessitar de modificação da mecânica de fios e técnica de inserção para reduzir o torque de inserção excessiva, mantendo a alta resistência à remoção.
23 22 Chan et al (2008) avaliaram a melhor área utilizando um dispositivo ultrasônico para medir a espessura do tecido mole para a colocação de um mini-implante ortodôntico. A amostra foi constituída de 61 adultos jovens. Pacientes não poderiam apresentar inchaço gengival, doença periodontal ou apinhamento severo e dentes ectópicos. Um medidor ultra-sônico foi usado para medir a espessura do tecido mole gengival apenas adjacente à junção mucogengival das arcadas superior e inferior. E 4mm e 8mm abaixo da crista gengival na mucosa mastigatória palatina. Independente do ultra-som outras três análises foram usados para análise estatística. A espessura da gengiva na arcada superior foi significativamente maior nos homens que nas mulheres, mas a espessura da gengiva no arco inferior e espessamento da mucosa mastigatória palatina de 4mm e 8mm abaixo da crista gengival não mostraram diferenças entre os sexos. Significativamente mais espessa, as áreas de tecido mole ocorreram: anterior na arcada superior e nas áreas posteriores no arco inferior. As áreas entre os caninos e os pré-molares apresentaram valores mais elevados do que outras áreas 4mm abaixo da crista gengival. No entanto, o tecido mole de maior espessura (8mm) foi abaixo da crista gengival. Mostrou um aumento progressivo a partir da área anterior para a área posterior. Ficou concluído que medidas da espessura dos tecidos moles usando um dispositivo de ultra-som pode ajudar os profissionais a selecionar o mini-implante ortodôntico ideal na prática clínica diária. Lim et al (2008) determinaram a variação do torque de inserção de miniimplantes ortodônticos de acordo com o comprimento do parafuso, diâmetro e forma.o torque máximo de inserção (MIT) foi medido utilizando um aparelho de torque a uma velocidade constante de três rpm. Tipo cilíndrico e cônico de miniimplantes com diferentes comprimentos, diâmetros, e formas foram testados. Neste
24 23 estudo, um bloco ósseo experimental artificial foi fabricado para introdução dos miniimplantes e usado para medir o torque de inserção. Depois de definido, o miniimplante é inserido perpendicularmente com a amostra de osso artificial, o eixo de rotação do torque testador foi girado no sentido horário a uma velocidade de 3 rpm, e os valores de torque foram registrados a cada 0,1 segundo usando um programa de computador. Os resultados mostraram que o torque de inserção aumentou significativamente com o comprimento do parafuso. Em particular, houve um aumento significativo no torque, com comprimento e diâmetro do parafuso. Uma análise do torque de inserção do mini-implante revelou que o parafuso cilíndrico tem torque de inserção muito maior na rosca incompleta, enquanto o parafuso tipo cônico mostrou um torque de inserção muito maior na parte final da rosca. O torque de inserção foi alterado pelo diâmetro externo, comprimento e forma do miniimplante. Os autores concluíram que o aumento no diâmetro do parafuso pode eficientemente reforçar a estabilidade inicial do mini-implante, mas a proximidade da raiz no local do implante deve ser considerado. Wilmes et al (2009) testaram a hipótese de que o impacto da profundidade de inserção e o diâmetro pré-perfuração não têm nenhum efeito sobre a estabilidade primária de mini-implantes. Doze segmentos de osso ilíaco de suínos foram embutidos em resina. Após a preparação do local do implante com diferentes diâmetros de pré-perfuração (1.0mm, 1.1mm, 1.2mm, e 1.3mm), Parafusos Dual Top 1,6 10 mm foram inseridos em três diferentes profundidades de inserção (7,5mm, 8,5mm e 9,5mm). O torque de inserção foi registrado para avaliar a estabilidade primária. Em cada osso, cinco mini-implantes foram usados como referência. A profundidade de inserção e o diâmetro pré-perfuração influenciaram no torque medido distintamente: o torque de inserção dos mini-implantes com perfuração de
25 24 7,5mm foi de 51,62 Nmm (± 25,22), para os de 8,5mm foi de 65,53 Nmm (± 29,99), e para os de 9,5mm foi de 94,38Nmm (27,61 ±). O torque de inserção dos miniimplantes de 1,0mm, 1.1mm, 1.2mm e 1.3mm foram respectivamente 83,50Nmm, 77,50Nmm, 61,70Nmm 53,10. Toda a diferença foi significativa. Os autores concluíram que quanto maior a profundidade de inserção melhor será a estabilidade. E mini-implantes com diâmetros maiores pré-perfuração resultaram em menor torques de inserção. Cho et al (2010) determinaram o risco local de contato da raiz durante a perfuração para a colocação mini-implante ortodôntico e analisaram a influência da experiência dos dentistas sobre os resultados. Foram utilizados arcos dentários com dentes de resina montados em um manequim. A perfuração foi realizada em seis locais com freqüência selecionada para a colocação do mini-implante: entre os incisivos centrais, entre o primeiro pré-molar e segundo molar superior, e entre os primeiros e segundo molares inferiores bilateralmente. Os 28 dentistas qualificados que participaram foram divididos em dois grupos com base em sua experiência clínica. O grupo experiente era de oito dentistas com mais de dois anos de experiência em mini-implantes e o grupo inexperiente era de vinte alunos da graduação. Uma total de 192 perfurações foi realizada pelo grupo experiente e 240 pelo grupo inexperiente. A superfície da raiz danificada foi classificada como "moderados" ou "grave". Taxas globais para os grupos experientes e inexperientes foram 13,5% e 21,3%, respectivamente. Para o grupo experiente, os incidentes ocorreram predominantemente na arcada inferior esquerda (34,4%) e superior direita (18,8%) regiões posteriores. Os dentes mais suscetíveis foram os elementos 36 e 16. Em contraste, para o grupo inexperiente, todas as quatro regiões posteriores foram suscetíveis. Ficou concluído que o local da cirurgia e
26 25 especialização dos dentistas tiveram efeitos significativos na taxa. Lee et al (2010) determinaram a reação histológica da raiz e osso quando um mini-implante se aproxima da raiz. Dois tipos de mini-implantes foram inseridos no osso alveolar de 4 beagles (2 machos e 2 fêmeas). O material estudado foi classificado como o grupo inserido perto da raiz (1), o grupo de contacto (2), o grupo de contacto da raiz (3), e do grupo de perfuração de raiz (4). Foram avaliados os seguintes fatores quando o mini-implante se aproximava da raiz: reabsorção do cemento, reabsorção da dentina, reparação do cemento, crescimento do cemento, anquilose, rachaduras e fratura radicular. A incidência de reabsorção radicular aumentou quando o mini-implante foi inferior a 0,6mm da raiz no grupo 1 e grupo 2. Rachadura e fratura radicular ocorreram no grupo 3 e do grupo 4. Reabsorção óssea e anquilose foram observados em algumas amostras. No entanto, algumas amostras do grupo 2 e grupo 3 tinham crescimento do cemento ou reabsorção radicular pequena, apesar da proximidade à raiz. No grupo 4 ocorreu no lado oposto a inserção do mini-implante, reabsorção radicular e anquilose. Ficou concluído que existe o risco de contato da raiz e lesão tecidual grave durante o procedimento de perfuração do mini-implante, podendo induzir a reabsorção radicular ou anquilose. Uso de pequenos mini-implantes podem reduzir o contato da raiz e o dano tecidual. No entanto, o mini-implante menor pode não ter uma estabilidade favorável. Ferreira et al (2010) fizeram o estudo matalográfico da microestrutura interna dos mini-implantes. Determinaram a composição do metal para detectar eventuais descontinuidades da superfície do núcleo dos parafusos. A ancoragem ortodôntica eficaz pode ser obtida por mini-implantes inseridos no osso maxilar ou mandibular. No entanto, o risco de falha dos mini-implantes é uma das questões mais importantes, especialmente a ruptura de sua estrutura, que chamamos de
27 26 fratura, principalmente devido a deficiências metal. Na amostra foram utilizadas dezoito marcas diferentes de mini-implantes. As amostras foram embutidas a frio em polímero de metacrilato de metila, e ambos foram seccionados longitudinalmente (3 amostras de cada marca) e transversalmente (os outros 3 parafusos de cada marca). Após o preparo, as amostras foram observadas utilizando um microscópio de luz em até x ampliação. Os resultados mostraram que os mini-implantes não apresentaram defeitos como bolhas, fissuras e imperfeições, em sua microestrutura interna. Todas as amostras seccionadas longitudinalmente tinham uma microestrutura interna homogênea, livre de descontinuidades. Todas as amostras atenderam aos requisitos das normas internacionais. Ortodontistas devem estar cientes da composição de metal e microestrutura interna de mini-implantes, para diminuir o risco de fratura do mini-implante. Chen et al (2010) testaram que o pico de torque de inserção de miniimplantes auto-perfurantes se correlaciona com o pico de torque de remoção mecânica. Foram usados para análise um total de 360 mini-implantes autoperfurantes compostos por cinco tipos diferentes. Os mini-implantes (24 de cada grupo) foram inseridos em três tipos de osso artificial, com o uso de um testador de torque a uma velocidade de 15 rpm. O torque de inserção foi medido durante a colocação, enquanto o torque de remoção foi medido dentro de 3 dias após a inserção. Houve uma correlação estatisticamente significativa entre torque de inserção e remoção de torque (r 0,43543, P = 0,0001). Houve diferenças significativas na inserção e torque de remoção entre os diâmetros dos mini-implantes e densidades ósseas com uma tendência crescente. Os autores concluíram que mini-implantes autoperfurantes com um diâmetro menor de 1,3 mm são inadequados para inserção em um osso com uma densidade superior a 40 libras por pé cúbico.
28 27 Wei et al (2011) compararam a estabilidade dos mini-implantes sob os efeitos de diferentes espessuras de osso cortical em diferentes momentos de cicatrização. Sessenta e quatro mini-implantes foram inseridos em fêmures de oito beagles, com quatro mini-implantes em cada fêmur de um cão beagle. Os cães foram sacrificados aos 0, 3, 6 e 9 semanas após a colocação do mini-implante, respectivamente. A espessura do osso cortical foi medida. As análises estatísticas foram realizadas. O torque de remoção é significativamente menor em locais com espessura cortical óssea fina a 0 semana e maior em três semanas de osseointegração. Para ambos, espessura cortical óssea fina e grossa, o torque de remoção foi menor no grupo da semana 0 e maior no grupo 3 semana. No entanto, essas diferenças não foram observadas em espessura cortical óssea espessa. Os autores concluíram que mini-implantes inserido em espessura cortical óssea tinha melhor estabilidade do que aqueles inseridos em espessura cortical óssea fina e em tempo de cicatrização precoce. A diferença aumentou e tornou-se significante com o tempo de cicatrização maior. Maior tempo de cicatrização pode ser necessário se mini-implantes são inseridos em locais de espessura óssea fina de cortical, maior tempo de cicatrização, maior estabilidade. Hong et al (2011) compararam a estabilidade mecânica de diferentes tipos de mini-implante, que variam em forma e segmentação, usando tomografia de alta resolução micro-computadorizada, e avaliaram a relação entre a superfície e os resultados de estabilidade. Foram utilizados quatro tipos de mini-implantes disponíveis comercialmente: mini-implante cilíndrico com rosca simples (SC), afilado com rosca simples (ST), cilíndrico com rosca dupla (DC), cônicos com rosca dupla (DT) e cinco mini-implantes recém projetados ( ainda não são comercializados), para serem utilizados principalmente em osso cortical com dimensões mais curtos e
29 28 largos (N1). Os mini-implantes foram inseridos no osso artificial com camadas de osso cortical e trabeculado. O estudo consistiu em mecânica de medições de torque e testes de deslocamento lateral. O torque máximo de inserção, remoção e os níveis de força para deslocamentos foram mais altos em N1, seguida por DT, ST, CC e SC. A área de superfície foi maior em DT, seguido por N1, ST, CC e SC. A maior osseointegração foi em N1. Os mini-implantes apresentaram correlação positiva com a estabilidade. Ficou concluído pelos autores que N1 foi o mini-implante mais estável dentro deste projeto de pesquisa. O novo projeto tem potencial para ser clinicamente superior, tem maior estabilidade e não diminui o risco de pôr em perigo as proximidades das estruturas anatômicas durante a colocação e tratamento ortodôntico, mas o projeto necessita de ajustes para reduzir o torque de inserção, evitando complicações clínicas e desconforto ao paciente. Takaki et al (2010) estudaram clinicamente o uso de miniplacas e miniimplantes de ancoragem para a estabilidade do tratamento ortodôntico. E determinaram os fatores que podem causar complicações durante o uso dos dispositivos temporários para ancoragem (TADs). Participaram do estudo 455 indivíduos, (sendo 97 do gênero masculino e 358 do gênero feminino e na faixa etária de 8 a 68 anos), com necessidade de tratamento ortodôntico com o uso de ancoragem esquelética. O diagnóstico clínico para o qual foi planejado o tratamento ortodôntico foi o seguinte: má oclusão, deformação da mandíbula, várias síndromes, fenda labial e fenda palatina com o dente impactado. Todos os pacientes subseqüentemente foram submetidos à cirurgia. Três tipos de mini-implante de titânio com diâmetro e comprimento diferentes foram usados: autorrosqueante, autoperfurante, mini-implante palatino. Mini-placas fixadas com 2 ou 3 mini-implantes também foram utilizadas. Todos os tipos de mini-implante apresentaram taxas altas
30 29 de sucesso. As taxas de falhas foram as seguintes: mini-implantes 7%, miniimplantes palatinos 11% a mini-placas 6%. Taxas de inflamação ao redor do miniimplante no tecido mole foi: mini-placas 7,6%, mini-implante 1,3%, mini-implante palatino 2,5%. Inflamação do tecido mole depende do grau de penetração do miniimplante. Os autores concluíram que mini-implantes e mini-placas mostraram excelentes resultados como ancoragem esquelética. Wehrbein et al (1999) avaliaram a capacidade de fixação do mini-implante palatino para reforço da ancoragem dos dentes posteriores. A amostra foi de nove indivíduos com mal oclusão Classe II (idade anos), cujo plano de tratamento era a extração dos primeiros pré-molares superiores. Todos os pacientes receberam um mini-implante no centro do palato anterior. Após um período de cicatrização de três meses, foram fixadas barras transpalatina para contato dos dentes posteriores ao mini-implante. A retração dos caninos e incisivos foi realizada sem o uso de elásticos de Classe II. O grau de perda de ancoragem e a retração dos incisivos e caninos foram avaliados através de medidas no modelo de gesso e telerradiografias. A perda de ancoragem média foi de 0,7 mm do lado direito e 1,1 mm no lado esquerdo (P <0,05). Os caninos direito e esquerdo foram retraídos 6,6 e 6,4 mm, respectivamente. Os autores concluíram que através da avaliação clínica e histológica revelou que a estabilidade do mini-implante e a perda de ancoragem pequena são mais prováveis a partir da deformação da barra transpalatina pelas forças ortodônticas. Song et al (2007) avaliaram o efeito da espessura do osso cortical sob a inserção máxima e torque de remoção durante a perfuração dos diferentes tipos de mini-implantes e determinaram se o torque depende do desenho do parafuso. (Três tipos diferentes de mini-implantes: tipo cilíndrico [Cl], tipo cone [Ta] e tipo cone [Tb])
31 30 foram inseridas com o uso de um testador de condução de torque a uma velocidade constante de 3 rpm. Blocos ósseos experimentais com diferentes espessuras de osso cortical foram utilizados como amostras. As diferenças na espessura do osso cortical tiveram pouco efeito sobre a inserção máxima e torque de remoção em Cl. No entanto, com Ta e Tb, o torque máximo de inserção aumentou com a espessura do osso cortical. O torque máximo de inserção de Tb foi maior em todas as situações, seguido de Ta e Tb, nessa ordem. Cl apresentou menor perda de torque em todas as espessuras de osso cortical e um maior tempo de afastamento em relação ao Ta ou Tb. Houve relação significativa entre a espessura do osso cortical, inserção máxima, torque de remoção e tempo de implantação em cada tipo de perfuração dos mini-parafusos. Os autores concluíram que o desenho da rosca do mini-implante deve ser escolhido de acordo com a espessura cortical do osso, pois o torque de inserção se altera de acordo com a espessura. Chaddad et al (2008) compararam o desempenho clínico e a durabilidade de dois sistemas de mini-implantes com diferentes características de superfície sob carga ortodôntica imediata. O Dual-Top é de titânio puro (MT), disponíveis nos diâmetros de 1,4, 1,6 e 2,0mm e em comprimentos de 6,0, 8,0 e 10,0mm. O C- implante também é um mini-implante de titânio com uma característica distintiva de ter tratamento na superfície condicionada por ácido (SLA). Seu diâmetro 1,8mm está disponível em comprimentos de 8,5, 9,5 e 10,5mm, e só pode ser inserido com uma chave de fenda manual. Foram incluídos no estudo, dez indivíduos saudáveis, na faixa etária entre anos, cujo plano de tratamento incluiu o uso de dispositivos temporários de ancoragem TADs ( aparelhos que ajudam na ancoragem como barra transpalatina). Os dados clínicos e radiográficos foram analisados para determinar a taxa de sobrevivência dos dois sistemas de mini-implante. Antes de
32 31 iniciar o tratamento padrão, foram obtidos para cada paciente documentação ortodôntica. Planos de tratamento ortodôntico e periodontal foram desenvolvidos para cada paciente. Os dois sistemas de mini-implantes foram colocados alternadamente até um mínimo de 15 mini-implantes de cada tipo. Alguns pacientes receberam mini-implantes de ambos os sistemas em estudo. Dezessete miniimplantes MT, e 15 SLA foram colocados em 10 indivíduos. Os mini-implantes foram ativados imediatamente e os indivíduos atendidos em 7, 14, 30, 60 e 150 dias. Os parâmetros clínicos como localização anatômica, a reação dos tecidos moles com o surgimento da cabeça do mini-implante, tipo de sistema do mini-implante, o diâmetro e o comprimento foram analisados. Além disso, o torque de inserção também foi avaliado. A durabilidade global foi de 87,5%. Durante o estudo quatro mini-implantes falharam, três eram MT e um SLA, resultando em uma durabilidade individual de 82,4% e 93,4%, respectivamente. No grupo de falha, todos os mini-implantes surgiram na mucosa oral, havendo um torque inferior a 15N. O torque de inserção influenciou estatisticamente a durabilidade dos mini-implantes. Tratamento da superfície, localização anatômica, aparência de tecidos moles não foram estatisticamente significativos. Os autores chegaram a conclusão que as características da superfície não parecem influenciar a durabilidade dos miniimplantes com carga imediata. El-Beialy et al (2009) avaliaram a perda de ancoragem dos miniimplantes. No entanto, o comportamento do mini-implante sob carga inicial ainda não foi totalmente investigado. Foram utilizados 40 mini-implantes para a retração dos caninos superiores e inferiores após extração dos pré-molares. Após um período de cicatrização de duas semanas, a força aplicada foi entre 150 e 250 g por 6 meses. O deslocamento dos mini-implantes, a colocação dos seus ângulos foi avaliada usando
33 32 volumes sobrepostos em 3 dimensões da maxila e da mandíbula, antes e após seis meses de colocação dos mini-implantes. Estes foram deslocadas na direção da força do tratamento ortodôntico. O deslocamento foi visto no movimento da cabeça e da cauda, e extrusão do mini-implante. Esses movimentos não foram correlacionados com o ângulo de colocação ou a duração do mini-implante no osso. Concluíram que o movimento do mini-implante é esperado durante o tratamento ortodôntico. Esse fenômeno deve ser considerado ao determinar as suas dimensões e ângulos de posicionamento para proporcionar o máximo raio de ação para a mecânica ortodôntica, sem a reposição dos mini-implantes. Wilmes et al (2008) analisaram o impacto do ângulo de inserção sobre a estabilidade primária de mini-implantes. Vinte e oito segmentos do osso ilíaco de suínos foram incluídos em resina, estes segmentos são comparáveis com as espessuras encontradas na maxila e mandíbula humana. Dois tamanhos diferentes de mini-implantes foram utilizados para este estudo: Dual-Top mini-implante 1,6 8mm e 2,0 10mm. As perfurações piloto foram planejadas por uma máquina de perfuração de bancada a 915 rpm. A profundidade de perfuração foi de 3mm com o diâmetro pré-perfuração dos mini-implantes de: 1mm, 1,6mm e 1,3mm e 2mm. Antes do momento da medição, os mini-implantes foram inseridos manualmente em sete diferentes ângulos (α = 30, 40, 50, 60, 70, 80 e 90) com o uso de uma chave de fenda portátil. Em cada segmento ósseo, cinco mini-implantes Dual-Top 1,6 8mm foram utilizados como referências para estabelecer a compatibilidade entre os segmentos ósseos. Um componente central do sistema de medição é um robô RX60, que foi equipado com um potenciômetro de precisão, que funcionava como um sensor de ângulo e, como um sensor de torque. O sensor de momento foi juntamente com o mini-implante com o uso do eixo condutor do Sistema Dual Top.
34 33 Os sinais analógicos fornecidos pelos sensores foram digitalizados por um dispositivo de medição Spider 8 e foram armazenados em um computador pessoal. O software do sistema de medição foi programado de tal forma que o braço do robô realiza uma rotação de 80 dentro de 2 segundos. Cada combinação de ângulo e tamanho do mini-implante foi repetida 34 vezes e, em geral, 616 medições de torque foram realizados. Todos os torques de inserção máxima foram transferidos para uma tabela dinâmica e foram classificados de acordo com os parâmetros do tamanho do implante e do ângulo de inserção. Os maiores valores de torque de inserção foram medidos em ângulos entre 60 e 70 (63,8 para 1,6 mm e 66,7 para 2,0 mm). Muitos ângulos de inserção oblíqua (30 ), resultaram na estabilidade primária reduzida. Os autores concluíram que para alcançar a melhor estabilidade primária, é aconselhável um ângulo de inserção que varia de 60 a 70. Se o espaço disponível entre as duas raízes adjacentes é pequeno, uma direção mais oblíqua de inserção parece ser favorável para minimizar o risco de contato com a raiz. O diâmetro do mini-implante tem um grande impacto sobre o torque de inserção e, consequentemente, a estabilidade primária dos mini-implantes ortodônticos. Muito torque de inserção pode causar falha por compressão óssea excessiva. A relação adequada entre o diâmetro do mini-implante e pré-perfuração é fundamental. Kim et al (2009) testaram a hipótese de que não há nenhuma diferença na estabilidade e resistência à rotação dos primeiros momentos dos mini-implantes usinados com areia e outros tratados com ataque ácido (SLA), tamanho e forma. O delineamento de blocos foi utilizado em 12 cães da raça beagle. Noventa e seis miniimplantes ortodônticos foram testados. Após três semanas de cicatrização, momentos de rotação de 150 g foram aplicados. As taxas de sucesso, os valores de torque máximo, a angulação e a energia total absorvida pelo osso foram comparados.
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