Caracterização morfoagronômica de variedades crioulas de fava produzidas na Paraíba
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- Mirella Benevides Valgueiro
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1 Caracterização morfoagronômica de variedades crioulas de fava produzidas na Paraíba Luciana dos S. Almeida 1, Fillipe Silveira Marini 2, Dácio Jerônimo de Almeida 3 Jefferson Santos A. da Costa 4, Nair Helena Castro Arriel 5 1,2,3,4 Universidade Federal da Paraíba; Centro de Ciências Humanas Sociais e Agrárias ; Departamento de Agropecuária;( Bananeiras-PB; CEP ;Fone/Fax: (83) ); annalmeida.s@gmail.com. 5 Embrapa Algodão ;(Campina Grande PB; Caixa Postal 174; CEP ; Fone: (83) ); nair.arriel@embrapa.br. RESUMO A caracterização morfoagronômica é um procedimento importante para definir caracteres desejáveis no comportamento produtivo de variedades, cujo objetivo é registrar o maior número de características para que se possa reconhecer e aproveitar com eficiência o germoplasma disponível, compondo informações imprescindíveis para técnicos e produtores. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar as características morfoagronômicas de alguns acessos de feijão-fava provenientes de diversas localidades do Estado da Paraíba, utilizando os descritores para a cultura da fava. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado, com dez tratamentos e três repetições. Os tratamentos consistiram de dez variedades de fava: Moita, Raio de Sol, Eucalipto, Cearense, Branca, Balinha, Manteiga, Orelha de vó e duas variedades Boca de moça. As variáveis avaliadas foram: Forma do folíolo; Padrão de crescimento; Pigmentação do caule; Número de dias até a floração; Cor das asas das flores; Nº de nós no caule principal; Posição das vagens; Tamanho do botão floral. A característica número de dias até a floração foi a que mais contribuiu para a diversidade entre as variedades, sendo a fava Moita a mais precoce (34 dias) e a orelha de vó a mais tardia (90 dias). PALAVRAS CHAVE: Phaeolus lunatus L. Germoplasma. Agricultura familiar. ABSTRACT Morphoagronomic characterization of creole varieties of fava beans produced in Paraíba The morphoagronomic characterization is an important procedure to identify desirable traits in the productive performance of varieties, whose objective is to register the highest number of characteristics in order to be able to recognize and seize efficiently the available germplasm, composing essential information for technicians and farmers. In this context, the objective of this study was to evaluate the morphoagronomic characteristics of some accesses of fava beans from diverse locations in the Paraíba state, using the descriptors to the culture of fava beans. The experimental design was completely randomized, with ten treatments and three replications. The treatments consisted of ten varieties of fava beans: Moita, Raio de Sol, Eucalipto, Cearense, Branca, Balinha, Manteiga, Orelha de Vó and two varieties of Boca de Moça. The variables evaluated were: Shape of the foliole; Growth pattern; Stem pigmentation; Number of days to flowering; Color of the flowers wings; Number of nodes on the main stem; Position of the pods; Floral bud size. The characteristic "number of days to flowering" was the largest contributor to the diversity among the varieties, being the variety Moita the earliest (34 days) and the Orelha de Vó the later (90 days).
2 KEYWORDS: Phaseolus lunatus L. Germplasm. Family Farming. INTRODUÇÃO O feijão-fava é cultivado na América do Norte, América do Sul, Europa, leste e oeste da África e sudeste da Ásia (BAUDOIN, 1988). Sendo cultivado comercialmente, atingindo relativa importância econômica em alguns estados brasileiros (SANTOS et al., 2002). A cultura do feijãofava constitui uma importante alternativa de renda e fonte de alimento para as populações da região Nordeste do Brasil (OLIVEIRA et al., 2004). Possui importância econômica e social devido à sua rusticidade e capacidade de adaptação as condições edafoclimáticas do semiárido brasileiro por ser mais tolerante à seca, ao excesso de umidade e ao calor que o feijão comum (AZEVEDO et al.,2003; SOARES et al., 2010). A caracterização morfoagronômica é um procedimento importante para definir caracteres desejáveis no comportamento produtivo de variedades, cujo objetivo é registrar o maior número de características para que se possa reconhecer e aproveitar com eficiência o germoplasma disponível, compondo informações imprescindíveis para técnicos e produtores. Nesse contexto objetivou-se neste trabalho, avaliar as características morfoagronômicas de alguns acessos de feijão-fava provenientes de diversas localidades do Estado da Paraíba, utilizando os descritores para a cultura da fava. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em casa telada do setor de agricultura na Chã do Campus III da Universidade Federal da Paraíba, em Bananeiras-PB, cujas coordenadas geográficas são de 6º 46 S e 35º 38 W, com altitude de 617 m, o clima da região é o As (tropical chuvoso), quente e úmido (classificação de Köppen) e se caracteriza por apresentar temperatura média de 21,8ºC com chuvas de outono-inverno. Foram selecionados para o desenvolvimento desta pesquisa 10 acessos de feijão-fava (Phaseolus lunatus L.) provenientes de diversas localidades da Paraíba. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado, com dez tratamentos e três repetições. Os tratamentos consistiram de dez variedades de fava: Moita, Boca de moça (Embrapa), Raio de Sol, Eucalipto, Cearense, Branca, Boca de moça (Feira), Balinha, Manteiga, Orelha de vó. Para o cultivo foram semeadas três sementes por vaso, deixando-se uma planta após o desbaste. As variáveis avaliadas foram: As informações dessas características foram produzidas segundo os descritores para Phaseolus lunatus (IPGRI, 2001) As características analisadas foram: (1) Forma do
3 folíolo; (2) Padrão de crescimento (3) Pigmentação do caule; (4) Nº de nós no caule principal antes do primeiro cacho; (5) Posição das vagens em relação à planta; (6) Cor das asas das flores; (7) Nº de dias até afloração; (8) Tamanho do botão floral (mm). Os dados obtidos foram submetidos á análise de variância através do programa ASSISTAT e aplicado o teste de Tukey para as variáveis qualitativas. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Dentre as características estudadas na fase vegetativa do feijão-fava, constatou-se que 90 % das variedades avaliadas apresentaram padrão de crescimento indeterminado, diferindo apenas a variedade (Moita) cujo padrão de crescimento apresentado é determinado. A variedade Eucalipto apresentou pigmentação localizada nos nós, as variedades Raio de sol e Balinha apresentaram pigmentação quase total, a variedade Cearense apresentou pigmentação generalizada, e as demais variedades apresentaram-se sem pigmentação no caule principal. Quanto à forma do folíolo não houve diferenças significativas entre as variedades estudadas, pois 80% das variedades apresentaram folíolos de forma oval, diferindo apenas as variedades Moita e Eucalipto que apresentaram forma de folíolo redonda e lanceolada respectivamente. Variedades Nº de dias até a floração Tamanho do botão floral Cor das asas Nº de nós no caule principal antes do 1ºcacho Posição das vagens em relação à planta Moita 34 6,01d Branca 6c 1 Boca de moça 79 6,45bcd Branca 10b 3 Raio de sol 83 6,99b Rosa escuro a púrpura 10b 4 Eucalipto 72 6,53bcd Rosa escuro a púrpura 16a 3 Cearense 53 6,78bc Rosa escuro a 5c 4
4 púrpura Branca 86 6,45bcd Branca 11b 3 Boca de moça 59 6,88b Branca 10b 3 Balinha 35 6,22cd Rosa claro 6c 5 Manteiga 44 6,51bcd Branca 6c 4 Orelha de vó 90 7,77a Rosa claro 15a 4 De acordo com a tabela 1 é possível observar que houve diferença significativa entre as variedades de fava avaliadas quanto ao número de nós no caule principal a2tes do primeiro cacho e ao tamanho do botão floral. Com relação a variável cor das asas, 50% apresentaram das variedades apresentaram cor branca. O número de dias até a floração variou de 34 (Moita) há 90 dias (Orelha de vó) que podem ser classificadas como precoce e tardia respectivamente. O número de dias até a floração é uma característica bastante relevante para a dissimilaridade total, indicando que este deve ser priorizado na escolha de genitores em programas de melhoramento, pois a precocidade é uma importante característica, por apresentar a possibilidade TABELA 1. Caracteres avaliados na fase de inflorescência do feijão-fava, Bananeiras, PB, da realização de mais de um cultivo por ano. Outra importância da precocidade é a relação com o clima específico de cada região, ou seja, as cultivares e linhagens precoces podem escapar de estiagens que, frequentemente, ocorrem em zonas semiáridas (EHLERS; HALL, 1997). CONCLUSÃO Houve variabilidade dentre as variedades de fava estudadas; A variável número de dias até a floração foi a caracterítica que mais contibuiu para esta variabilidade. REFERÊNCIAS AZEVEDO, J. N; FRANCO, L. J. D. ARAÚJO, R. O. C. Composição química de sete variedades de feijão- fava. Teresina: EMBRAPA/CNPMN p. (EMBRAPA/CNPMN. Comunicado Técnico, 132). BAUDOIN, J.P. Genetic resources, domestication and evolution of lima bean, Phaseolus lunatus. EHLERS, J. D.; HALL, A. E. Copwea (Vigna ungicukata L. Walp.). Field Crops Research, v. 53, p. Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. 1 Principalmente concentradas na base. 3 Principalmente concentradas no topo. 4 - Igualmente distribuídas. 5 Distribuídas aleatoriamente.
5 , CONGRESSO DE EDUCAÇÃO AGRÍCOLA SUPERIOR IPGRI Descritores para Phaseolus lunatus (feijão-espadinho). International Plant, Rome. 44p, OLIVEIRA, A.P.; ALVES, E.U.; ALVES, A.U.; DORNELAS, C.S.M.; SILVA, J.A.; PÔRTO, M.L.; ALVES, A.V. Produção de feijão-fava em função do uso de doses de fósforo em um Neossolo Regolítico. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 22, n. 3, p , jul-set SANTOS, D. ; CORLETT, F. M. F.; MENDES, J. E. M. F.; WANDERLEY JÚNIOR, J. S. A. Produtividade e morfologia de vargem e sementes de fava no Estado da Paraíba. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 37, n.10, p , SOARES, C. A.; LOPES, A. C. A.; GOMES, R. L. F.; GÂNDAR, F. C. Aspectos sócioeconômicos. In: LOPES, A. C. A.; GOMES, R. L. F.; ARAÚJO, A. S. F. (Eds.) A cultura do feijão-fava no Meio Norte do Brasil. 1 ed. Teresina: EDUFPI, 2010, v.1, p
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