APLICAÇÃO DO SISTEMA MÁXIMO-MÍNIMO NO CONTROLE DE ESTOQUE DE UMA EMPRESA DO SEGMENTO TERMOPLÁSTICO
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- Manuela Assunção Gorjão
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1 APLICAÇÃO DO SISTEMA MÁXIMO-MÍNIMO NO CONTROLE DE ESTOQUE DE UMA EMPRESA DO SEGMENTO TERMOPLÁSTICO Jeanderson Caique Ribeiro Borba (UNIPAM) Jorge Vieira Mesquita (UNIPAM) Moises Alexandre de Melo Santos (UNIPAM) THAINA TAMIRIS DE SOUZA (UNIPAM) Fabio de Brito Gontijo (UNIPAM) Uma das áreas da administração da produção que tem sido tratada de maneira pouco formal se refere à gestão de estoques. Diante disso, o presente artigo apresenta a necessidade de as empresas terem uma visão estratégica e sistêmica no controle efetivo de seus estoques. A abordagem sugerida é a aplicação do sistema máximo-mínimo no controle de estoques de uma empresa do setor termoplástico, a partir da análise de demanda e previsão de consumo de uma matéria-prima imprescindível para empresa. O sistema máximo-mínimo é uma importante ferramenta aliada à gestão de estoques e se baseia em cálculos para se avaliar e estabelecer os níveis mais satisfatórios de estoque. Sendo assim, este trabalho desenvolveu-se com base nos conceitos e fórmulas abordados por tal sistema e em conformidade com os dados e políticas da empresa em estudo. Palavras-chave: Controle de estoques, sistema máximo-mínimo, previsão de consumo
2 1. Introdução Uma das áreas da administração da produção que tem sido tratada de maneira pouco formal se refere à gestão de estoques. Suas principais técnicas se desenvolveram no início do século XX e, desde então, vem sendo desenvolvidas academicamente para aplicação de métodos quantitativos que auxiliem nas decisões relacionadas ao controle dos níveis de estoques. Na logística, os estoques estão sempre presentes, respondendo por uma parte expressiva nos custos de uma empresa (BALLOU, 1993; BOWERSOX; CLOSS, 2001; LIMA, 2006). Para Novaes (2004), a racionalização desses estoques reduz tais custos e, consequentemente, essa redução poderá propiciar um aumento nos lucros da empresa (FLEURY, 2000). Sob essa ótica, os estoques são imprescindíveis tanto para a logística quanto para a produção. Diante da sua necessidade, seja em grandes cadeias, seja em organizações isoladas, e considerando sua importância, tanto estratégica quanto financeira, diversos conceitos e técnicas de trabalho abordam qual o melhor modo de se administrar os estoques e as vantagens e desvantagens em se mantê-lo, trabalhando essa relação de trade-off, do ponto de vista da minimização de custos. Uma das técnicas mais utilizadas para avaliar e determinar os níveis de estoques mais satisfatórios é o sistema máximo-mínimo, que consiste nas seguintes informações (POZO, 2010): (a) o estoque mínimo que se deseja manter; (b) o momento em que novas quantidades de itens devem ser comprados; (c) o tempo necessário para repor o item; (d) a quantidade de itens que devem ser comprados. A otimização do fluxo de materiais é imprescindível para uma organização, pois os estoques representam uma parcela significativa nos custos logísticos. Além disso, a produção não deve ser interrompida e os custos envolvidos na manutenção dos estoques representam uma imobilização dos recursos financeiros que poderiam ser aplicados em outras finalidades. Segundo Krever et al. (2003), o controle eficiente de estoques balanceia a disponibilidade de produto, o nível de serviço e os custos de manutenção. Nessa perspectiva, este trabalho enfoca a questão do controle de estoque de uma empresa do segmento termoplástico, que produz e comercializa forros e tubos de PVC (policloreto de 2
3 vinila) para construção civil e irrigação, considerando a utilização do sistema máximomínimo aplicado à administração de um único item (resina de PVC), a fim de garantir os níveis de serviço requeridos pela produção e a otimização do seu estoque. O referido item trata-se de uma matéria-prima de alto valor e imprescindível para a produção (representando 81,11% da composição do produto final), razão no qual se fez necessário um estudo de caso aplicado no controle dos níveis de seu estoque. 2. Revisão da literatura 2.1. Administração de estoques Uma das funções mais importantes da administração de estoques está relacionada como o controle de seus níveis. É evidente que todas as organizações preocupam-se com o controle de seus estoques, visto que eles desempenham e afetam consideravelmente o resultado da empresa. Segundo Pozo (2010), o termo controle de estoques, dentro da logística, se dá em função da necessidade de estipular os níveis de materiais (matérias-primas) que a organização deve manter, dentro de parâmetros econômicos. E o motivo pelo qual é preciso tomar uma decisão acerca das quantidades dos materiais a serem mantidos em estoques está ligado com os custos associados tanto no processo como em estocar. Outra importante função da administração de estoques, na concepção de Dias (2012), é maximizar o efeito lubrificante no feedback de vendas e o ajuste do planejamento da produção, devendo, simultaneamente, minimizar o capital investido em estoques, devido ao seu alto custo. Nas atividades exercidas pela logística e pela produção, os estoques são necessários por vários fatores, dentre eles: garantem disponibilidade de materiais (WILD, 2002); amortecem as incertezas da demanda e do tempo de ressuprimento (BALLOU, 1993); minimizam perdas com stockout (GAITHER; FRAZIER, 2001); permitem uma produção constante (TUBINO, 2000); e podem, inclusive, ser usados como uma tendência especulativa (CORRÊA, 2005). Mas, sobretudo, estoques são necessários porque há uma incongruência entre oferta e demanda (SLACK et al., 2009). 3
4 Todavia, conforme Ching (2010), os estoques absorvem capital que poderia ser investido em outros fins, desviam fundos de diferentes usos potenciais e têm o mesmo custo de capital que qualquer outro projeto de investimento da empresa. Aumentar a rotatividade do estoque significa liberar ativo e economizar no custo de manutenção do inventário. Posto isso, dentro de uma conjuntura econômica instável e muitas vezes desfavorável, é fundamental o controle de estoques, verificando as disponibilidades e as necessidades totais do processo produtivo. De acordo com Pozo (2010), dentre os objetivos do controle de estoques estão: (a) assegurar o suprimento adequado de matéria-prima e insumos ao processo de fabricação; (b) manter o nível de estoque o mais baixo possível para atendimento compatível às necessidades vendidas; (c) não permitir condições de falta ou excesso em relação à demanda de vendas; (d) manter as quantidades em relação às necessidades e aos registros Tempo de ressuprimento (TR) e intervalo de ressuprimento (IR) Segundo Pozo, o TR é o tempo gasto desde a verificação de que o estoque precisa ser reposto até a chegada efetiva do material no almoxarifado da empresa, sendo esse tempo composto das seguintes partes: (a) tempo para elaborar e confirmar o pedido junto ao fornecedor; (b) tempo que o fornecedor leva para processar e entregar o pedido; (c) tempo para processar a liberação do pedido para consumo. Dias (2012) ressalta que, em virtude de sua grande importância, o TR deve ser determinado de modo mais realista possível, pois as variações ocorridas durante esse tempo podem alterar toda a estrutura do sistema de estoques. Após se estabelecer o TR, pode-se fixar o IR, isto é, o tempo que transcorre entre dois ressuprimentos. Esse intervalo pode ser fixado em qualquer limite, dependendo das quantidades a serem compradas (DIAS, 2012) Estoque mínimo (E mín ) Também conhecido como estoque de segurança ou estoque reserva, o E mín é uma quantidade mínima de materiais que deve existir no estoque com a função de cobrir as possíveis variações 4
5 aleatórias intrínsecas à demanda e ao TR, atuando nos momentos de falha do fornecimento, da produção, da previsão da demanda, entre outros fatores. Pozo (2010) ressalta que a finalidade do E mín é não afetar o processo produtivo e, sobretudo, não causar transtornos aos clientes por falta de material e, consequentemente, atrasar a entrega do produto ao mercado. Para Dias (2012), o E mín poderia ser tão alto que jamais haveria falta de material no estoque. Contudo, desde que a quantidade representada por ele não seja usada e, portanto, fique permanente no estoque, a armazenagem e os outros custos seriam elevados. E, ao contrário, estabelecer um E mín consideravelmente baixo acarretaria custos de ruptura, ou seja, paralisação da produção, perda de vendas, despesas para agilizar a entrega, entre outros. Nesse caso, como a realidade das empresas e as variáveis ambientais são fatores determinantes, é preciso estabelecer um E mín que garanta a continuidade do processo produtivo em razão dos fatos supracitados. De acordo com Pozo (2010), a situação mais favorável é adotar um E mín que possa otimizar os recursos disponíveis e minimizar os custos envolvidos e que atenda a fatos previsíveis dentro do plano global de produção e a política de grau de atendimento. Chopra e Meindl (2003) enfatizam que a quantidade adequada de E mín a ser mantida está relacionada às incertezas da demanda e do TR e ao grau de atendimento que se pretende oferecer ao cliente. Partindo dessa premissa, Pozo (2010) destaca que a quantidade a ser mantida em estoque pode ser calculada por meio do método com grau de atendimento definitivo Método com grau de atendimento definitivo (MGAD) O MGAD visa determinar um E mín baseado em um consumo médio do item durante certo período e em um atendimento da demanda com grau definido. Por esse método, é possível comparar, em termos percentuais e financeiros, as diversas alternativas de grau de atendimento, decidindo pelo que melhor atenderá às politicas da empresa e o que causará menor impacto negativo por não entregar todos os pedidos. Segundo Pozo (2010), para definir o E mín por esse método é necessário seguir, respectivamente, as etapas descritas abaixo: a) Calcular o consumo médio mensal, através da Equação (1): 5
6 C C md (1) n Onde: C Consumo médio mensal; md C Consumo mensal do item; n Número de períodos. 6
7 b) Calcular o desvio-padrão de consumo, por meio da Equação (2): n 2 C Cmd i 1 n 1 (2) Onde: Desvio-padrão de consumo; C Consumo mensal do item; C Consumo médio mensal; md n Número de períodos. c) Calcular o E mín, conforme a Equação (3): E mín k (3) Onde: E Estoque mínimo; mín Desvio-padrão de consumo; k Coeficiente de grau de risco. Ainda de acordo com Pozo (2010), com esse modelo pode-se comparar valores para atender ao mercado com maior ou menor grau de atendimento ao cliente (Tabela 1), tomando decisões sobre custos e benefícios dos volumes de estoques. Tabela 1 Valores do coeficiente k para graus de atendimento com riscos percentuais Risco (% ) k Risco (% ) k Risco (% ) k 52,000 0,102 80,000 0,842 90,000 1,282 55,000 0,126 85,000 1,036 95,000 1,645 60,000 0,253 86,000 1,085 97,500 1,960 65,000 0,385 87,000 1,134 98,000 2,082 70,000 0,524 87,500 1,159 99,000 2,326 75,000 0,674 88,000 1,184 99,500 2,576 78,000 0,775 90,000 1,233 99,900 3,090 7
8 Fonte: Pozo (2010) 8
9 2.4. Lote de compra (LC) O LC é a quantidade de itens especificadas no pedido de compra e que estará sujeita à politica de estoque da empresa. Pode ser definido pela Equação (4) (POZO, 2010): LC C md (4) Onde: LC Lote de compras; C Consumo médio mensal. md 2.5. Ponto de pedido (PP) Segundo Pozo (2010), o PP é a quantidade de materiais que se tem em estoque e que garante o processo produtivo para que ele não sofra problemas de continuidade, enquanto se aguarda a chegada do LC durante o TR. Assim, quando um determinado item de estoque atinge seu PP, deve-se fazer a seu ressuprimento, colocando-se um pedido de compra. Para determinar o PP, utiliza-se a Equação (5) (POZO, 2010): C TR Emín PP (5) Onde: PP Ponto de pedido; C Consumo mensal do item; TR Tempo de ressuprimento; E Estoque mínimo. mín 2.6. Estoque máximo (E máx ) É o resultado da soma do E mín com o LC. Para Pozo (2010), o E máx deve ser suficiente para suportar variações normais de estoque em face da dinâmica do mercado, deixando um volume que assegure, a cada LC, que o nível máximo de estoque não aumente e, consequentemente, 9
10 os custos de manutenção dos mesmos. Dias (2012) afirma que, nas condições de equilíbrio entre a compra e o consumo, o estoque varia entre os níveis máximos e mínimos, e esses níveis somente serão válidos sob o enfoque produtivo. O nível máximo de estoque pode ser estabelecido pela Equação (6) (POZO, 2010): E máx Onde: E LC (6) mín E Estoque máximo; máx E Estoque mínimo; mín LC Lote de compra. 3. Procedimentos metodológicos No que se refere à abordagem, o presente artigo classifica-se como uma pesquisa quantitativa, pois, de acordo com Fonseca (2002), diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da pesquisa quantitativa podem ser quantificados, uma vez que a mesma se centra na objetividade e considera que a realidade só pode ser compreendida com base na análise de dados brutos, recorrendo à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, entre outros. Do ponto de vista de sua natureza, caracteriza-se como uma pesquisa aplicada, pois, segundo Silva e Menezes (2001), objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos, envolvendo verdades e interesses locais. Com base nos objetivos, este estudo qualifica-se como uma pesquisa exploratória, pois proporciona maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses por meio de pesquisas bibliográficas, levantamento de dados e estudo de caso (GIL, 2007). Quanto aos procedimentos, compreende-se como um estudo de caso, pois, para Yin (2005), o estudo de caso é uma estratégia indicada para examinar novos acontecimentos inseridos em algum contexto real. O poder diferenciador do estudo de caso é a sua capacidade de lidar com uma ampla diversidade de evidências. 10
11 Pela perspectiva operacional, aplicaram-se os passos propostos por Arnold (1999), que se baseiam em um conjunto lógico de etapas para tratar processos. Essas propostas foram adequadas ao caso em estudo e consiste nos seguintes pontos: (a) escolha do processo (dimensionamento do estoque) com identificação de atividades primárias (processamento de pedidos, manutenção de estoques e transportes); (b) coleta e registro dos dados do processo, através de entrevistas, observações, acompanhamento de atividades de apoio (compras, armazenagem, planejamento da produção) e relatórios; (c) estudo das informações para formatação do plano de melhorias, a partir da comparação entre os elementos teóricos e os dados operacionais obtidos; (d) criação do plano de melhorias, por meio de uma proposta de determinação do nível de estoque mais adequado para a empresa, utilizando-se como técnica de apoio o sistema máximo-mínimo. A empresa em questão está localizada em Patos de Minas (MG), é de médio porte e possui um estoque considerável de matérias-primas. Realiza ao mês 5 ressuprimentos de estoque e seu grau de atendimento ao cliente foi definido pelo gestor da empresa em 88%, baseado em sua percepção de mercado e informações colhidas junto ao setor de vendas e de suprimentos. Grande parte dos custos da empresa está ligada à manutenção dos seus estoques para o atendimento da demanda e, como espaços de armazenagem são limitados, é fundamental um controle eficiente dos estoques de matérias-primas para que o fluxo normal da produção não seja interrompido. A falta de matéria-prima altera todo o planejamento da produção, gerando mais setups e descontrole na coordenação da capacidade produtiva, além de levar os produtos acabados à ruptura. 4. Análise dos dados e resultados 4.1. Evolução dos níveis de estoque A empresa em estudo não apresenta um controle de estoque bem definido e quando se tem estoques elevados, para atender plenamente a demanda, eles promovem a necessidade de um elevado capital de giro e acarreta elevados custos. No entanto, baixos estoques podem ocasionar, se não forem bem administrados, custos difíceis de serem contabilizados em face à atrasos de entregas, replanejamento da produção, insatisfação do cliente e, acima de tudo, a 11
12 perda dele. Diante disso, percebe-se a necessidade de um equilíbrio nos níveis de estoque a fim de garantir os níveis de serviço requeridos. Assim sendo, foram realizados cálculos e análises com base nos dados e informações do ano de 2014, uma vez que, conhecendo a evolução dos níveis de estoque no decorrer do ano, os resultados auxiliarão como modelos para previsão futura de estoques e, consequentemente, com a tomada de decisão. Inicialmente, analisou-se o processo produtivo da referida empresa, onde foi possível verificar o consumo real da resina de PVC para o atendimento da demanda (Tabela 2). Tabela 2 Consumo mensal da resina em 2014 Período Consumo real (em kg) Percentual de consumo Jan ,82 96,25% Fev ,01 112,23% Mar ,47 103,08% Abr ,91 79,15% Mai ,84 96,30% Jun ,16 86,99% Jul ,56 107,47% Ago ,75 109,91% Set ,05 116,49% Out ,38 129,34% Nov ,08 84,63% Dez ,97 78,16% C md = ,08 100,00% δ = ,04 15,25% Com as informações coletadas, constatou-se um consumo médio mensal de ,08 kg de resina e um desvio-padrão de consumo de ,04 kg, isto é, 15,25% para mais ou para menos, não representando grandes variações ao longo do ano (Figura 1), o que caracteriza uma evolução de consumo constante (ECC). Figura 1 Gráfico da evolução de consumo da resina durante o ano de
13 Pozo (2010) afirma que a ECC possui oscilações de consumo inferiores a 30%, pois o volume de consumo não sofre influências conjunturais, ambientais e mercadológicas, mantendo-se um valor médio no decorrer do tempo. 13
14 4.2. Determinação dos níveis de estoque Sabe-se que os custos de estoque são influenciados por diversos fatores, tais como volume, disponibilidade, movimentação e, dependendo da situação, cada um desses fatores tem pesos que podem ter magnitudes distintas em razão da situação específica. Desse modo, para se aplicar e administrar adequadamente o sistema máximo-mínimo é necessário estabelecer o LC, o TR, o E mín, o PP e o E máx (POZO, 2010). Inicialmente, estabeleceu-se o E mín utilizando como base os dados de consumo do produto durante o ano de 2014 (Tabela 3) e o MGAD, devido à possibilidade de comparar valores para atender ao mercado com maior ou menor grau e de tomar decisão sobre custos e benefícios dos volumes de estoques. Tabela 3 Tabulação do consumo da resina (em kg) para cálculo do desvio-padrão Período C (C - C md ) (C - C md )² Jan , , ,32 Fev , , ,45 Mar , , ,49 Abr , , ,76 Mai , , ,94 Jun , , ,73 Jul , , ,54 Ago , , ,36 Set , , ,12 Out , , ,99 Nov , , ,75 Dez , , ,91 C md = ,08 Ʃ = ,36 Através da Equação (2) obteve-se um desvio-padrão de consumo de ,04 kg de resina, o que corrobora os dados apresentados na Tabela 2. Definido o LC, por meio da Equação (4), em ,08 kg de resina (equivalente a 5 pedidos de ,02 kg) e calculado o desviopadrão com grau de atendimento de 88%, ou seja, com o coeficiente k equivalente a 1,184 (Tabela 1), pôde-se definir o E mín, o PP e o E máx, respectivamente. Por meio da Equação (3), calculou-se o E mín em ,52 kg de resina de PVC (quantidade mensal). Porém, como a empresa estudada realiza 5 ressuprimentos ao mês desse item, adequou-se os cálculos para convergirem com as práticas adotadas por ela, dividindo-se esse 14
15 valor por 5 e obtendo-se um E mín de 3.820,30 kg. Isso quer dizer que essa é a quantidade mínima de resina que deve haver no estoque e que cobrirá as possíveis variações do sistema, que podem ser: eventuais atrasos no TR pelo fornecedor, rejeição do LC ou o aumento na demanda do produto. Com o resultado obtido, calculou-se o PP do referido item, recorrendo à Equação (5) e levando-se em consideração o TR de 3 dias (dado fornecido pela empresa) e o consumo médio diário da resina de 3.526,34 kg, ou seja, dividindo-se consumo médio mensal de ,08 kg (Tabela 3) por 30 dias. Como resultado, obteve-se um PP de ,31 kg de resina. Isso significa que quando a resina atingir esse nível, deve-se fazer o ressuprimento de seu estoque, emitindo-se um pedido de compra. Para o cálculo do E máx, através da Equação (6), utilizou-se o E mín de 3.820,30 kg e o consumo médio diário de 3.526,34 kg de resina. O volume máximo desse item que poderá ser consumido, ou seja, o seu E máx, resultou em ,32 kg de resina de PVC. A partir desses resultados foi possível representar o funcionamento do sistema de controle de estoque máximo-mínimo proposto para a empresa em estudo (Figura 2): Figura 2 Proposta esquematizada para controle de estoque da resina através do sistema máximo-mínimo Como se vê, o estoque inicia-se com ,32 kg de resina (E máx ), é consumido durante determinado tempo (4 dias) até chegar em ,31 kg (PP). A partir daí, decorrem-se os 3 dias de TR e utiliza-se o material até atingir o nível de 3.820,30 kg (E mín ), sendo resposto com ,02 kg (LC), retornando assim aos ,32 kg de resina iniciais e mantendo-se a 15
16 variação mensal de ,08 kg, ou seja, a somatória dos 5 ressuprimentos realizados ao mês, conforme as políticas da empresa em questão. De acordo com Dias (2012), esse ciclo será sempre repetitivo e constante se, dentre outros fatores: (a) não existir alteração de consumo durante o tempo; (b) não ocorrer falhas que provoquem um atraso ao se solicitar a compra; (c) não acontecer atraso na entrega do material pelo fornecedor; (d) não haver rejeição do material pelo controle de qualidade. 5. Conclusão O controle de estoques é uma das ações mais importantes da logística, pois absorvem 25% ou mais dos custos totais e são uma parcela substancial do capital da organização (POZO, 2010). Portanto, a compreensão do papel dos estoques na empresa e de como gerenciá-los, visto que é praticamente impossível prever a demanda futura com exatidão, bem como as variações de suprimento, faz com que se tenha de alocar determinado volume de estoque para assegurar o atendimento ao cliente, buscando minimizar os custos totais de produção e distribuição. A aplicação do sistema máximo-mínimo no controle de estoque da resina possibilita a manutenção do seu nível e configura um sistema automático de suprimentos, onde novas ordens são emitidas em função das variações do próprio nível de estoque. Assim, toda vez que o estoque ficar abaixo do nível do ponto de pedido, é emitido uma requisição de compras para o item em específico. Além disso, garante um retorno de capital satisfatório e proporciona à empresa condições de atender adequadamente o mercado e de suportar um aumento inesperado da demanda e/ou atrasos no tempo de ressuprimento do pedido. Melhorado, assim, o seu nível de serviço e provendo segurança contra as imprevisibilidades do mercado. REFERÊNCIAS ARNOLD, J. R. Tony. Administração de Materiais. São Paulo: Atlas, BALLOU, R. H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimento. São Paulo: Atlas,
17 CHING, H. Y. Gestão da cadeia de logística integrada: supply chain. 4. ed. São Paulo: Atlas, CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operação. São Paulo: Prentice Hall, CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração de produção e de operações: manufatura e serviços: uma abordagem estratégica. São Paulo: Atlas, DIAS, M. A. P. Administração de materiais: princípios, conceitos e gestão. 6. ed. São Paulo: Atlas, FLEURY, P. F. Conceito de logística integrada e supply chain management. In:. Logística empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas, p FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, GAITHER, N.; FRAZIER, G. Sistemas de estoques com demanda independente. In:. Administração da produção e operações. São Paulo: Pioneira, p GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, KREVER, M.; WUNDERINK, S.; DEKKER, R.; SCHORR, B. Inventory control based on advanced probability theory: an application. european journal of operational research. v. 162, n. 2, p , LIMA, P. M. Custos logísticos na economia brasileira. Revista Tecnologística. v. 11, n. 122, p , NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, operação e avaliação. Rio de Janeiro: Elsevier, POZO, H. Administração de recursos materiais e patrimoniais: uma abordagem logística. 6. ed. São Paulo: Atlas, SILVA, E. L.; MENEZES, E. M. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. Florianópolis: UFSC, SLACK, N; CHAMBERS, S; JOHNSTON, R. Planejamento e controle de estoques. In:. Administração da produção. 3. ed. São Paulo: Atlas, p TUBINO, D. F. Administração dos estoques. In:. Manual de planejamento e controle da produção. São Paulo: Atlas, p WILD, T. Best practice in inventory management. Oxford: Elsevier, YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman,
Assegurar o suprimento adequado de matéria-prima, material auxiliar, peças e insumos ao processo de fabricação;
2. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS Área da Administração responsável pela coordenação dos esforços gerenciais relativos às seguintes decisões: Administração e controle de estoques; Gestão de compras; Seleção
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