I QUALIDADE DA ÁGUA DISTRIBUÍDA E CONSUMIDA PELA POPULAÇÃO DA CIDADE DO SALVADOR: CARACTERÍSTICAS E FATORES DETERMINANTES
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- João Victor Medina Carreiro
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1 I QUALIDADE DA ÁGUA DISTRIBUÍDA E CONSUMIDA PELA POPULAÇÃO DA CIDADE DO SALVADOR: CARACTERÍSTICAS E FATORES DETERMINANTES Patrícia Campos Borja (1) Engenheira Sanitarista/UFBA, pesquisadora, M.Sc. em Urbanismo, Doutoranda em Urbanismo na Faculdade de Arquitetura UFBA. Raylene Logrado Barreto Engenheira Sanitarista/UFBA, Coordenadora da Vigilância Ambiental da Diretoria de Vigilância e Controle Sanitário da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia. Valmir Santos de Araújo Engenheiro Sanitarista/UFBA, engenheiro da Diretoria de Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, ex-subgerente da Unidade de Saneamento da DIVISA-SESAB. Lidiane Mendes Kruschewsky Estagiária em Engenharia Sanitária/UFBA. Rita Deisy Queiroz Estagiária em Engenharia Sanitária. Edson Ferreira Alves Auxiliar de Saneamento da Diretoria de Vigilância e Controle Sanitário da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia. Maurício Lima Barreto Médico, PhD, Professor Titular da Universidade Federal da Bahia, Instituto de Saúde Coletiva. Endereço (1) : Rua Félix Mendes, 217, apto Garcia Salvador Bahia CEP Brasil; Tel: (55-71) ; Fax: (55-71) ; borja@ufba.br. RESUMO A água é uma riqueza natural essencial à vida na terra. As crescentes agressões ao meio ambiente tornaram esta riqueza mineral um bem escasso e de qualidade comprometida, cuja disputa pelo seu uso e controle já aponta para conflitos entre nações. No Brasil, os mananciais para abastecimento público de água vêm sendo comprometidos ao longo dos anos devido ao lançamento de resíduos líquidos e sólidos, e os sistemas de abastecimento de água não têm oferecido à população água dentro dos padrões de potabilidade. Contribuir para conhecimento desta realidade e estudar os fatores determinantes da alteração da qualidade da água de consumo humano são os objetivos do presente trabalho. A pesquisa foi desenvolvida na cidade do Salvador, no ano de 1998, em 34 micro-áreas do estudo da Avaliação do Impacto Epidemiológico do Programa de Saneamento Ambiental de Salvador e Cidades do Entorno da Baía de Todos os Santos - Bahia Azul, em desenvolvimento pelo Instituto de Saúde Coletiva/UFBA. Foram amostrados 320 pontos, com coleta de amostras de água na rede de distribuição água da rede e nos recipientes de água de beber água de beber. Realizaram-se análises bacteriológicas e físicoquímicas. Foram coletados dados sobre as condições de reservação e manuseio da água no domicílio. Os dados foram analisados com o pacote estatístico STATA - V5, a partir do qual procedeu-se a análises exploratórias, descritivas e testes de qui-quadrado. Os estudos revelaram que, no período estudado, além da água fornecida pela concessionária estadual não ter atendido os padrões de potabilidade da Portaria 36/90 do Ministério da Saúde, a situação se agravava nos domicílios, indicando que a melhoria da qualidade da água envolve diversas ações que vão desde a proteção dos mananciais, passando por ações preventivas e corretivas nos sistemas de abastecimento de água até as instalações domiciliares. Isto exige um planejamento integrado de atividades de controle, vigilância e de educação sanitária e ambiental que deve envolver não só os prestadores dos serviços e órgão de vigilância, como também a sociedade. PALAVRAS-CHAVE: Qualidade da Água, Fatores Determinantes, Água de Consumo Humano. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 1
2 INTRODUÇÃO O abastecimento público de água em termos de quantidade e qualidade é uma preocupação crescente da humanidade, devido à escassez do recurso água e a deterioração das águas dos mananciais. A atividade humana, respaldada em um estilo de vida e desenvolvimento, tem determinado alterações significativas no meio ambiente, influenciando na disponibilidade de uma série de recursos. A água, em alguns territórios, tem se tornado um recurso escasso e com qualidade comprometida. Os crescentes desmatamentos, os processos de erosão/assoreamento dos mananciais superficiais, os lançamentos de efluentes e detritos industriais e domésticos nos recursos hídricos têm contribuído para esta situação. Nos países em desenvolvimento esta problemática vem se agravando pelos baixos investimentos em ações de saneamento ambiental. A qualidade da água vem sendo comprometida desde o manancial, pelo lançamento de efluentes e resíduos, exigindo investimento nas plantas de tratamento e mudanças na dosagem de produtos para se garantir a qualidade da água na saída das estações. A qualidade da água também tem decaído no sistema de distribuição pela intermitência do serviço, baixa cobertura da população com sistema de esgotamento sanitário, pela obsolescência da rede de distribuição de água, manutenção deficiente, entre outros. Nos domicílios, os níveis de contaminação se elevam pela precariedade das instalações hidráulicosanitárias, pela falta de manutenção dos reservatórios e pelo manuseio inadequado da água. A comunidade técnica brasileira já reconhece a chamada crise da água e a necessidade de melhorar as ações de vigilância e controle da qualidade da água. Para Santos (Apud BIO, 1997, p.4) o governo não tem condições de negar que a qualidade da água potável merece mais atenção no Brasil segundo ela, no ano passado o país gastou R$ 78 milhões com internações devido a doenças diarréicas. Para Melo (ibid, p.41) falta uma política consistente, com controle social e mecanismos de financiamento, para o controle da qualidade da água. É dentro deste contexto que a Fundação Nacional de Saúde vêm realizando esforços no sentido de promover a vigilância e controle da qualidade da água no Brasil. Recentemente, foi feita a revisão da Portaria 36/90, e publicada a Portaria n.º 1469, de 29 de dezembro de 2000, que estabeleceu os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências. Está também em implantação do Sistema de Vigilância da Qualidade da Água de Consumo Humano o qual será um instrumento valioso para o planejamento e avaliação das políticas governamentais neste campo. No entanto, existem poucos estudos no Brasil que buscam avaliar tanto a qualidade da água distribuída pelas prestadoras dos serviços água da rede, como a consumida pela população água de beber. Este trabalho visa contribuir com estudos nesta área, apresentando uma pesquisa desenvolvida em 34 micro-áreas da cidade do Salvador, no período de junho a janeiro de 1998, no âmbito do estudo do Impacto Epidemiológico do Programa Bahia Azul em desenvolvimento pelo Instituto de Saúde Coletiva da UFBA. QUALIDADE DA ÁGUA EM SALVADOR Em Salvador, a qualidade da água distribuída à população merece extrema atenção. Apesar dos poucos estudos realizados, os mesmos apontam para uma situação muito preocupante. Moraes (1990) ao estudar nove comunidades situadas na bacia do rio Camarajipe, na periferia de Salvador, entre dezembro de 1989 e novembro de 1990, ilustrou esta situação. Das 528 amostras coletadas em ponto com fornecimento direto da rede de distribuição, as análises indicaram que 48,3% apresentavam coliformes totais e 29,7% coliformes fecais, resultados em desacordo com as exigências da Portaria n o. 36/90 do Mistério da Saúde 1, que estabelece normas e padrões de potabilidade da água para o consumo humano. Estas taxas foram ainda maiores ao se analisar amostras, nos mesmos pontos de coleta, das águas dos recipientes de água de beber. Destas, 74,1 % apresentaram coliformes totais e 51,1% fecal. Assim, houve um incremento de amostras fora do padrão de potabilidade entre a água da rede e a água de beber de 53, 4% para coliforme total e 72,05% para coliforme fecal. Lima e outros (1996) ao estudar a qualidade micro-biológica e físico-química da água da cidade do Salvador, no período de 1992 e 1994, em 74 bairros, revelaram, mais uma vez, a problemática referida. Das Todas as avaliações deste trabalho foram feitas a partir da Portaria N o. 36/90, que estava em vigor no período de sua realização. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 2
3 amostras analisadas 9,1% não atenderam aos padrões micro-biológicos de potabilidade, 7,6% indicaram a presença de coliformes totais e fecais. Das 326 amostras analisadas do ponto de vista físico-químico, 12,5% estavam em desacordo com os padrões admitidos para cor, turbidez e ph (apenas uma). Dos 74 bairros avaliados 29,7% apresentaram amostras fora dos padrões da Portaria n o. 36/90, independente da faixa de renda da população. O comprometimento da qualidade da água no interior de hospitais foi estudado por Farias (1995). A autora ao analisar a qualidade de água em dois hospitais de Salvador (Espanhol e Português), entre os meses de julho e agosto de 1994, constatou que das 51 amostras analisadas em diversos pontos críticos das instalações hidráulicas, 72,5 % encontravam-se comprometidas do ponto de vista bacteriológico. No Hospital Português dos 15 pontos amostrados, 67% apresentaram amostras contaminadas e no Espanhol, dos 36 pontos analisados 75% estavam com algum tipo de contaminação bacteriológica (coliformes totais, fecal e bactérias heterotróficas). Nos pontos que alimentavam os equipamentos de hemodiálise verificou-se que de um total de 7 amostras coletadas, 100 % (3 no Hospital Espanhol e 4 no Português) estavam com algum tipo de contaminação. A autora ao admitir a limitação do estudo, por ter analisado apenas uma coleta em cada ponto, ressalta, contudo, que o estado das instalações hidráulicas dos hospitais já era um forte indicador da contaminação. Para a mesma (...) Tem-se observado que os hospitais quando são ampliados, vão construindo reservatórios, sem fazer um estudo de oferta e demanda de água, criando um número excessivo de reservatórios interligados, gerando pontos de possíveis de contaminação (FARIAS, 1995). Estes dados foram confirmados pelo estudo realizado por Lima e outros (1997) em hospitais da rede pública de Salvador, no período de janeiro de 1996 a junho de O mesmo revelou não só o comprometimento da água vinda direto da rede de distribuição, como também das instalações hidráulicas dos hospitais. Coletou-se e analisou-se um total de 574 amostras de água em 33 unidades hospitalares, destas 21,8 % encontravam-se em desacordo com os padrões de potabilidade. Os pontos com maior percentual de amostras em desacordo foram os das torneiras internas dos hospitais (62,4 %), seguidos dos reservatórios (24,8%) e dos bebedouros (11,2%). Verificou-se contaminação em pontos de água que suprem os equipamentos de hemodiálise (0,8%) e nos pontos com fornecimento direto da rede (0,8%). Se por um lado são poucos os estudos que buscam caracterizar a qualidade da água em Salvador, por outro são ainda mais raros os que visam verificar a relação entre a contaminação da água e a disseminação de doenças. Um dos poucos trabalhos é o de Carvalho e outros. (1988) que estudou a diarréia aguda e contaminação da água em Salvador. Através de um estudo do tipo caso-controle estudou-se setenta e quatro casos de diarréia aguda dentre a clientela do Hospital Pediátrico do INAMPS, com crianças de idade variando de zero a 24 meses, nos meses de novembro e dezembro de Os controles, crianças sem diarréia nos últimos 10 dias, foram selecionados na vizinhança da moradia dos respectivos casos. Nas moradias foram coletados dados sobre o número de episódios diarréicos, número de residentes no domicílio, características da água consumida pela criança e do reservatório de água da casa. Além disso, foi coletada uma amostra de água diretamente do local de consumo da criança, para determinação do número mais provável de coliformes totais. Das 148 amostras de água analisadas, 65% apresentaram coliformes totais em 100ml, sendo que a contaminação da água foi semelhante entre os casos e controles, com distribuição também semelhante de amostra de água mais intensamente contaminada ( coliformes). Para os autores, este resultado sugere que existiu uma relação dose-resposta quanto à contaminação da água semelhante entre casos e controles. Não existiu diferença significante entre casos e controles quanto à procedência da água; além disso, os resultados sugeriram que as diferentes origens da água (filtrada, fervida, ozonizada, de torneira, etc.) não estavam associadas fortemente à ocorrência de diarréia. Ao estudar os níveis de amamentação entre casos e controle foi constato o efeito protetor da mesma na determinação da diarréia. (...) Os resultados apóiam a hipótese de que a diarréia tem etiologia multifatorial e que o papel da contaminação bacteriológica da água de beber deve ser relativizado, especialmente em localidades com baixo nível de saneamento (CARVALHO e outros, 1988). Em recente estudo desenvolvido por Moraes e outros (1999) em um assentamento da periferia urbana de Salvador, a Baixa do Camurujipe, alvo de obras de infra-estrutura e de saneamento executadas no âmbito do Projeto AISAM II Ações Integradas de Saneamento Ambiental, os resultados indicaram que apesar das ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 3
4 intervenções realizadas não houve melhoria na qualidade da água distribuída e consumida na localidade. Os níveis de contaminação se mantiveram acima dos permitidos pela Portaria N o. 36/90 do Ministério da Saúde, com o maior valor apresentado no último ano estudado (1998). O estudo foi desenvolvido no período de 1990 (antes das intervenções) a 1998 (após as intervenções). Neste período houve uma melhoria da qualidade da água na rede de distribuição logo após as intervenções. Posteriormente, as taxas de contaminação voltaram a crescer, certamente em função do retorno da intermitência do fornecimento de água, da deficiência de manutenção e reparos na rede, pelo estado precário da rede de esgoto implantada, pelas inundações ocorridas no local devido a não execução das obras macro drenagem previstas, colocando em risco a integridade da rede e deixando-a susceptível à contaminação. Por outro lado, o comprometimento da qualidade da água distribuída na Baixa do Camurujipe pode estar associado a outras ocorrências em trechos do sistema de abastecimento de água, à montante do assentamento. Quanto à qualidade da água de beber, Moraes e outros (1999) concluíram que a manipulação doméstica da água foi responsável pelo incremento da ordem de 30% dos níveis de contaminação. Os autores observam, contudo, que outro estudo realizado por Moraes (1990) em nove assentamentos de Salvador, constatou que este incremento foi de 148%. Este resultado favoreceu uma hipótese, não avaliada no estudo, de que as ações de educação sanitária e ambiental realizadas na Baixa do Camurjjipe podem ter contribuído para a redução deste incremento. Os testes de associação das variáveis estudadas demonstraram que a situação de risco para a contaminação domiciliar da água diz respeito ao tipo e localização do recipiente de armazenamento da água de beber. O tempo de reservação da água de beber pode também contribuir para a presença de coliformes fecais (MORAES e outros, 1999). A Empresa Baiana de Águas e Saneamento EMBASA, em atendimento a Portaria N o. 36/90 realiza a monitorização da qualidade da água da RMS - Região Metropolitana de Salvador. Cerca de 152 pontos são acompanhados todos os meses na RMS, sendo que 120 estão situados em diversos bairros da cidade do Salvador. São realizadas coletas de amostras para análises físico-químicas e bacteriológicas. Por exigência da Lei Estadual N o de 17/11/95, essa empresa deve divulgar todo o ano os resultados da monitorização realizado nos sistemas operados pela mesma. Em atendimento a esta determinação a EMBASA divulgou os dados dos anos de 1996 e 1997 no Diário Oficial do Estado. Os resultados da monitorização do sistema de Salvador podem ser vistos na Tabela 1 a seguir: Tabela 1 - Parâmetros da qualidade da água distribuída do sistema integrado de Salvador, segundo dados do Diário Oficial nos anos de 1996 e VALOR ANO ITEM PARÂMETRO MÁXIMO PERMITIDO MED MAX MED MAX 1 Cor aparente (µh) 15 9,1 27 8, Turbidez (µt) 5 2,5 5,5 1, Alumínio (mg/l) 0,2 0,250 0,263 0,38 1,43 4 Cloretos (mg/l Cl) ,9 59,6 54,5 113,0 5 Cobre (mg/l) 1,0 < 1,0 < 1,0 0,01 0,02 6 Dureza total (mg/l de CaCO 2 ) ,9 81,2 75,0 128,0 7 Ferro total (mg/l) 0,3 0,46 1,02 0,55 2,02 8 Sulfato (mg/l de SO 4 ) ,5 14,2 19,4 34,3 9 Zinco (mg/l) 5 < 5,0 < 5,0 <0,005 0, ph 6,5 8,5 7,26 8,15 7,12 9,71 11 Cloro (mg/l) min. 0,20 3,7 6,8 3,5 10,0 12 Característica bacteriológica (média) SC SC Fonte: Diário Oficial do Estado (1996) e (1997) - SC Sem contaminação. Os dados indicam que para alguns parâmetros físico-químicos e organolépiticos os valores não atendem as exigências da Portaria N o. 36/90 do Ministério da Saúde. Os teores de ferro acima do valor máximo permitido podem estar indicando teores de ph que permitem o ataque da tubulação, a oxidação da mesma e a conseqüente incrustação da tubulação, elevando o teor de ferro na água e a cor. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 4
5 Os resultados de sem contaminação bacteriológica durante todo os meses de monitorização da rede de distribuição, nos anos referidos, não são compatíveis com os resultados das pesquisas desenvolvidas até então em Salvador. O parâmetro utilizado de característica bacteriológica média, no entanto, não foi definido; além disso, não se tem conhecimento da utilização do mesmo na literatura. Segundo a portaria, as características bacteriológicas da água devem ser verificadas analisando-se três parâmetros: presença de coliformes totais, fecais e bactérias heterotróficas. Das amostras analisadas todas devem ter ausência de coliformes fecais, 98% das mesmas não podem apresentar coliformes totais e a contagem de bactérias formadoras de colônias não deve exceder a quinhentas (BRASIL, 1990). A forma adotada para a apresentação dos dados, portanto, não permite uma análise conclusiva sobre as características bacteriológicas da água de Salvador. Borja e outros (1999) analisando os dados dos pontos monitorados pela EMBASA no ano de 1997, verificaram que do total de amostras coletadas pela EMBASA, 14,26% apresentaram coliformes totais, 8,73% fecais e 2,71% tinham mais de 500UFC/ml, o que significa dizer que neste período e nos pontos monitorados pela concessionária, a qualidade da água distribuída não atendeu aos padrões bacteriológicos de qualidade da água (V. Tabelas 2 e 3 a seguir). Segundo estes dados, a qualidade da água das amostras coletadas em pontos localizados nas micro-áreas do presente estudo estava fora dos limites aceitáveis pela portaria já citada quanto aos padrões bacteriológicos. A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia, através da Vigilância Sanitária é o órgão responsável pela observação e cumprimento do padrão de potabilidade da água por parte dos prestadores dos serviços, em atendimento Portaria N o. 36 GM/1990-MS. Em Salvador, a Vigilância vem realizando um trabalho mais sistemático, dando prioridade à área do Subúrbio Ferroviário devido à vulnerabilidade do sistema de abastecimento de água naquela região. No ano de 1997, a Vigilância analisou 233 amostras de água procedentes da rede de distribuição dos sistemas de suprimento de água de Salvador. Das amostras em inconformidade com o padrão ou impróprias ao consumo, 29% se referiam à presença de conformes fecais, ao passo que, 71% indicavam presença de coliformes totais acima dos valores limites de tolerância permitidos. Os resultados das análises físico-químicas da água mostraram que 63% das amostras atendiam ao padrão de qualidade. Os parâmetros de cor, turbidez e ferro se encontravam fora dos limites estabelecidos em 36% das amostras. Nas unidades de diálises, o alumínio - analisado pela Fundação CETEC/MG - foi a característica química em maior desacordo com a Portaria N o. 36/90. Segundo a Secretaria, as condições operacionais dos sistemas de tratamento de água, destacando-se a intermitência do suprimento e as condições sanitárias locais (esgoto e lixo a céu aberto, ruas sem pavimentação etc.) eram as causas mais prováveis associadas à qualidade da água de consumo no município de Salvador. Objetivando modificar o quadro apresentado, a Secretaria da Saúde vem realizando reuniões técnicas com a EMBASA onde são abordados a crescente deterioração dos mananciais de suprimento de água, o controle operacional e as tecnologias de tratamento de água empregadas. OBJETIVOS Estudar a qualidade da água de consumo humano na cidade do Salvador- BA. Estudar os fatores determinantes da alteração da qualidade da água da rede e de beber. METODOLOGIA A área objeto de estudo é a cidade de Salvador e mais especificamente 34 micro-áreas do Estudo do Impacto Epidemiológico do Programa Bahia Azul. O processo de seleção das micro-áreas seguiu os critérios de amostragem definidos no 2 º. Relatório Quadrimestral apresentado a então Secretaria de Recursos Hídricos, Saneamento e Habitação (ISC/Programa de Avaliação do Impacto Epidemiológico do Programa Bahia Azul, 1997). A partir da divisão das bacias de ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 5
6 esgotamento sanitário da cidade do Salvador, foram selecionadas bacias com características diferenciadas em termos de faixa de renda da população e condição de saneamento. Através de uma seleção aleatória foram identificadas 10 bacias, sendo que uma representa uma área saneada e com população de renda média a alta, outra uma área recentemente saneada e oito representam bacias que não foram ainda saneadas. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 6
7 Tabela 2 - Percentual de amostras com coliformes totais e fecais, com mais de 500 UFC/ml e cloro residual abaixo de 0,20mg/l. Salvador, jan-dez de Bairro Coliforme Bactérias Cloro (mg/l) Heterotrófica s Total Fecal N % N % N % N % Jardim de Alá/Stiep/Boca do Rio/Armação , , Pituba/Rio Vermelho/Amaralina 224 8, , , ,57 Nordeste/Sta. Cruz 75 18,7 75 5, , ,33 Federação/Garibaldi/Vasco da Gama , ,6 66 3, ,97 Tororó/Barris 75 10,7 77 5, ,3 Barra/Graça/Vitória/C. Grande/Ondina , , ,27 Mares/Itapagipe/Boa Viagem/Bonfim/ , , ,92 Bx. do Bonfim/Jd. Belvedere/M. Serrat Caminho de Areia/Bx. de Quintas/Sertanejo , , ,7 Barbalho/Nazaré/ Sete Portas , ,1 53 5, Calçada/Comércio 71 8, , , ,18 Lapinha/Liberdade 84 20, , Brotas/Cosme de Farias , , ,15 São Caetano/Lg. do Tanque/Mata Escura , , ,88 Lauro de Freitas/Vilas/Portão/Itinga , , , ,2 Aeroporto/São Cristóvão , , ,7 IAPI/Arraial do Retiro , , , ,5 Pernanbués/Cabula 68 17, ,3 27 7, ,63 Engomadeira 39 20, , Beiru/São G. do Retiro/Narandiba , ,4 40 2, Itapuã , , ,2 Plataforma 74 14,9 74 8, ,16 Itacaranha/Sta. Terezinha , , , ,89 CIA , ,3 59 5, ,59 Góes Calmon 99 24, , ,02 Simões Filho , , , ,5 P. da Lima/S. Marcos/S. de Abril/Canabrava , ,2 86 2, ,35 Castelo Branco/Sussuarana Fazenda Grande/Cajazeira , , , ,48 Águas Claras 36 11, , ,56 Pirajá , , ,85 Mussurunga 74 12,2 77 6, Coutos/Paripe , , , ,73 Periperi 93 8,6 94 3, ,06 Jardim Bevedere , ,5 TOTAL , , , ,75 In: BORJA et al. (1999); Fonte: EMBASA, ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 7
8 Tabela 3 - Percentual de amostras com coliformes totais e fecais, com mais de 500 UFC/ml e cloro residual abaixo de 0,20mg/l, segundo micro-áreas. Salvador, jan-dez de Bacia Microárea Coliforme Total Coliforme Fecal Bactérias Heterotróficas Cloro (mg/l) N % N % N % N % PARIPE , , COBRE , , ,5 32 9, ,25 Total 70 14, , ,82 LOBATO , , ,06 CALAFATE , , M. CAMARA , , ,57 GIPE , , ,03 Total 61 14, , ,28 TRIPAS ,9 43 4, MANGABEIRA , , ARMAÇÃO , , , , Total 76 18, , A 78 20, , , ,23 BARRA B 74 9, , , C 41 14, , Total , ,5 67 4, ,5 In: BORJA et al. (1999); Fonte: EMBASA, A população total das micro-áreas de estudo no ano de 1996 era de habitantes (IBGE, 1996), que ocupava uma área de 813ha. Doze micro-áreas estão situadas no Subúrbio Ferroviário, envolvendo as bacias de Paripe, Periperi, Cobre e Lobato. Está área é tipicamente de população de baixa renda, com condição precária de moradia, infra-estrutura e saneamento. Outras nove micro-áreas estão localizadas nas bacias do Calafate, Médio Camarajipe e Tripas e estão situadas em uma área mais consolidada e central da cidade, dispondo de infra-estrutura e condições de saneamento precárias. Três micro-áreas estão localizadas no bairro de Itapuã, na bacia de Mangabeira, antes tipicamente de veraneio e hoje, tipicamente de população de baixa renda. Dez micro-áreas estão localizadas nas bacias da Barra e Armação, em áreas que dispõem de infraestrutura sanitária e abriga população de renda média a alta. Isto, no entanto, não impede que haja uma microárea na bacia de Armação, que é tipicamente de baixa renda (595). Uma vez que na bacia da Barra houve dificuldades para se obter o número de crianças exigidas no estudo de avaliação do impacto na saúde, optouse, nesta área, em trabalhar com macro-áreas, que são agrupamentos de micro-áreas. Uma vez que o objetivo final da pesquisa é realizar uma análise comparativa entre as taxas de amostras com presença de coliformes totais e fecais entre as bacias de esgotamento em estudo, antes e depois da implantação do Programa Bahia Azul, visando verificar os impactos do mesmo na melhoria da qualidade da água distribuída nestas áreas, o cálculo da amostra foi realizado a partir de uma expressão que compara duas taxas (sample size of each group) segundo Kirkwood (1988, p ). A estimativa da taxa antes do programa foi feita a partir da pesquisa realizada por Moraes (1990). Segundo este autor, de um total de 528 amostras coletadas em pontos com fornecimento direto da rede, 255 (48,3%) apresentaram coliformes totais e 391 (29,7%) coliformes fecais. A estimativa da taxa esperada para depois do programa foi definida a partir de estudos realizados por Schembri e outros (1997) na cidade de Belo Horizonte. Isto por que se espera que, após o Bahia Azul, a cidade de Salvador atinja índices de cobertura da população com água e esgoto similares aos desta cidade. Segundo a autora, de um total de 312 amostras coletadas 14 (5%) apresentaram coliforme total. Para Kirkwood (1988, p ) a amostra capaz de verificar as hipóteses do estudo pode ser calculada segundo a expressão: u = (u + v ) 2 (µ 1 + µ 2 )/ (µ 1 - µ 2 ) 2..Sendo: u = nível de significância; v = poder do teste; ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 8
9 µ 1 = taxa antes; µ 2 = taxa posterior. Admitindo-se um nível de significância de 95%, um poder do teste de 80% e considerando a mesma taxa para depois do programa de coliforme total e fecal, pode-se estimar que seriam necessárias 13 amostras para o estudo, considerando as taxas de coliforme total e 25 para coliforme fecal. Uma vez que o laboratório onde se realizaram as análises tinha capacidade para receber um total de 10 amostras por dia, durante três dias na semana, optou-se em coletar um total de 10 amostras por micro-área, totalizando 30 por bacia, resultando em um total de 320 pontos amostrados. Como se pretendia também estudar a qualidade da beber, nos pontos amostrados coletou-se também amostra no recipiente de água de beber. Foi coletada ainda sub-amostra (cinco) para análise físico-química. A seleção dos pontos de amostragem foi feita segundo a amostragem sistemática, a partir dos trechos da pesquisa das condições sanitárias dos logradouros. Nas amostras coletadas fez-se análises bacteriológicas (Contagem Total de Bactérias em UFC/ml, Coliforme Fecal e Total em NMP/100m) e físico-químicas (cloro, turbidez, ferro, ph, cor, nitrato etc.). Visando analisar os fatores que poderiam estar contribuindo para a alteração da qualidade da água, foram coletados outros dados a saber: destino dos esgotos; tipo de reservatório de água; existência de tampa no reservatório; tempo da última limpeza no reservatório; rota 2 de chegada da água de beber; existência de pavimentação da rua; tipo de abastecimento (rede de distribuição e gato ); freqüência do abastecimento e destino dos esgotos do bairro. RESULTADOS O abastecimento de água nas micro-áreas se dava pela rede pública da EMBASA em 93% dos trechos de vias. Entretanto, constatou-se distribuição diferenciada deste serviço. Nas micro-áreas situadas na bacia de esgotamento sanitário de Periperi área periférica, observou-se o menor percentual de vias atendidas com rede pública - 79%, enquanto que na bacia da Barra este percentual era de 100%. Entre as micro-áreas, as que apresentaram os menores percentuais de vias atendidas com rede de distribuição pública foram: Paripe (68%); Paripe (79%);118 - Lobato (76%) e Mangabeira (58%) (V. Tabela 7 a seguir). Na micro-área 427, da bacia da Barra, constatou-se o uso de poços tubulares para o abastecimento de água. Estes poços são executados pelos condomínios dos edifícios, visando eliminar os custos com a conta de água da EMBASA. Esta prática vem sendo usada não só nesta área, como em outras da cidade, a exemplo do bairro da Pituba. Esta alternativa, no entanto, não tem sido avaliada pelos órgãos competentes, principalmente quanto à qualidade da água. O maior problema do abastecimento das micro-áreas referiu-se a descontinuidade do fornecimento de água. Segundo informação de moradores das bacias de Paripe, Periperi e Cobre, o fornecimento de água era descontínuo em mais de 90% dos trechos de vias. Este fato é percebido pelos moradores das áreas periféricas como fruto da discriminação de que são alvos, já que nos bairros nobres, a exemplo da Barra, Graça, Pituba, etc. não há esse tipo de ocorrência. A condição do sistema de distribuição de Salvador na época da pesquisa determinava esta situação. Além da obsolescência de linhas troncos e redes de distribuição, o parque de reservação também não tinha capacidade de atender a demanda. Com exceção das bacias da Barra e Armação, todas as outras apresentavam o problema referido. Com a implantação do Programa Bahia Azul o governo do Estado espera reverter está situação. Os resultados da pesquisa aqui discutida revelaram uma situação preocupante quanto a qualidade da água de consumo humano. Do total de 324 amostras coletadas na rede de distribuição, entre janeiro e junho de 1998, 8% apresentaram coliformes fecais e 14,5% totais, cerca de 8,3% das amostras tinham contagem total de bactérias acima do permitido, o que significa dizer que a qualidade bacteriológica da água neste período estava fora dos padrões definidos pela Portaria N o. 36/90 do Ministério da Saúde (V. Tabela 5). Os maiores percentuais de amostras fora dos padrões foram encontrados nas bacias de Paripe - 17%, Periperi, Calafate e Mangabeira - 13% e Lobato - 10%, demonstrando que na área periférica de Salvador a situação era mais grave (V. BORJA e outros, 1999). Estes resultados convergem aos da EMBASA do ano de Das amostras coletadas por esta concessionária 15,6% apresentaram coliformes totais e das 6.046, 8,73% tinham coliformes fecais (V. Tabela 6). Quanto às características físico-químicas, cerca de 3,9% das amostras 2 Refere-se ao caminho percorrido pela água do ponto de fornecimento de água ao recipiente de água de beber. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 9
10 coletadas apresentaram níveis de cloro total e residual inferiores a 0,2 mg/l, estando, portanto, fora do padrão. Dentre as micro-áreas as da bacia do Cobre, a 205 de Lobato, a 263 do Calafate, as 327 e 322 do Médio Camarajipe, todas de Tripas, a 672 de Mangabeira, as 571, 685 e 575 de Armação e as 11 e 13 da Barra, estavam em conformidade, na época da pesquisa, com as exigências para coliformes fecais da portaria citada (V. Tabela 4). ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 10
11 Tabela 4 - Percentual de amostras com Contagem Total de Bactérias acima do permitido e com presença de coliformes totais e fecais. Salvador, jan-jun/1998. Bacia Micro-área Contagem total Coliformes (NMP/100ml) de Total Fecal bactérias(ufc/ml) N % N % N % PARIPE Total 21 4, ,7 PERIPERI Total 30 6, , ,3 COBRE Total , LOBATO , , ,41 Total 37 16, ,2 CALAFATE Total 30 6, , ,3 M CAMARAGIPE Total ,3 30 3,3 TRIPAS Total 30 3,3 30 6, MANGABEIRA Total 30 13, , ,3 ARMAÇÃO* Total 40 3,3 40 3,3 40 3,3 BARRA ,1 11 9, ,7 15 6, Total 37 10, , ,7 Total 315 8, , ,02 * Exceto a micro-área 685 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 11
12 Tabela 5 - Amostras com coliformes totais, fecais e contagem total de bactérias acima de 500. Salvador, jan-jun de Parâmetro Água da rede Água de beber N 0. de amostras Amostras contaminadas N 0. de amostra Amostras contaminadas n % s n % Contagem total de bactérias em , ,03 UFC/100ml Coliformes totais em NMP/100ml , ,86 Coliformes fecais em NMP/100ml , ,04 Tabela 6 - Amostras com coliformes totais e fecais. Salvador, EMBASA, EMBASA Parâmetro n N % Coliforme total (NMP/100ml) ,65 Coliforme fecal (NMP/100ml) ,73 Os níveis de contaminação ampliaram significativamente nos domicílios. Do total de 324 amostras coletadas em recipientes de água de beber, 55,8% apresentaram coliformes totais e 37% fecais, ou seja: houve um incremento da contaminação surpreendente, da ordem de 285% para coliformes totais e 361,6% para fecais (V. Tabela 5). A bacia que apresentou a maior proporção de amostras da água de beber fora dos padrões de potabilidade para coliformes fecais foi a de Periperi (63,3%) - área de baixa renda. O estado da rede de distribuição não parece ser o fator preponderante da contaminação bacteriológica da água. Dos trechos de vias pesquisados em apenas 4,4% detectou-se problemas na rede, a exemplo de vazamentos, rede ou hidrômetro em contato com esgoto, entre outros. Das micro-áreas estudadas as que apresentaram o maior percentual de vias com este problema foram: 1057, 1026, 1011, 208, 672 e 677, com este indicador variando de 10 a 39% (V. Tabela 7). Realizando-se o teste exato de Fisher para analisar a associação entre a presença de coliformes na água da rede e variáveis que podem favorecer a sua existência, concluiu-se que: Não foi verificada a associação entre a existência de cloro residual livre na rede e ausência de coliforme, confirmando resultados de outros estudos (CERQUEIRA e outros, 1997; SCHEMBRI e outros, 1997; MORAES e outros, 1999); A não associação verificada entre a turbidez na água e presença de coliforme, certamente se deve ao número de reduzido de amostras com turbidez acima de 1UT e com coliforme (apenas uma). Não foi encontrada a associação esperada entre a intermitência do serviço de abastecimento de água e presença de coliformes. Certamente, este fato está relacionado à interferência de outras variáveis confundidoras, além de possível contaminação em trechos de montante do ponto da coleta da amostra de água, inclusive no reservatório de distribuição. Tais fatos indicam a necessidade de se identificar variáveis complementares para medir a intermitência, além de se elaborar um desenho de estudo específico para avaliar esta relação com o controle de outras variáveis; Foi identificada associação entre a existência de solução inadequada de esgotamento sanitário e presença de coliforme total, com p<0,05. No que se refere às características físico-químicas da água ao se analisar as Tabelas 8 a seguir, percebe-se que 3,85 % das amostras coletadas, durante o período de janeiro a julho de 1998, apresentaram níveis de cloro total e residual livre inferiores a 0,2 mg/l, estando, portanto, fora do padrão estabelecido pela Portaria N o. 36/90 do Mistério da Saúde. Surpreendentemente, a bacia da Barra teve o maior número de amostras com baixos teores de cloro um total de sete. No que se refere ao ph, 11% das amostras analisadas se encontravam fora dos padrões. Um total de 33 amostras (10,6%) apresentou ph abaixo de 6,5, indicando a acidez da água. Os percentuais de amostras fora do padrão de ph foram maiores nas bacias de Mangabeira (40%), Cobre (33%), Médio Camarajipe (20%) e Barra (9%). ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 12
13 Tabela 7 - Situação do abastecimento de água das micro-áreas e bacias, em percentuais de vias. Salvador, julho a outubro de Bacia Micro-área Abastecimento de água PARIPE PERIPERI COBRE LOBATO CALAFATE M. CAMARA- GIPE TRIPAS MANGABEIRA ARMAÇÃO BARRA Com rede de distribuição* Com problemas de conservação e sujeita a contaminação** Fornecimento contínuo*** % /m %/m %/m ,46 1,18 2, ,34 27, ,99 8,4 0 Total 84,87 14,42 0, ,34 21,64 1, , ,33 38,74 0 Total 79,67 23,49 0, ,81 0 2, ,18 0 5, Total 92,21 1 3, ,93 0 5, ,27 4,3 31, ,84 9,9 72,71 Total 91, , , , , ,7 0 28,16 Total 96,4 0 18, ,84 2, ,81 1,5 13, ,66 1,4 39,1 Total 94,24 1,8 32, ,22 2,9 38, ,28 0,7 55, ,6 1,1 43,66 Total 93,86 1,6 45, ,13 10,3 58, ,91 11,94 3, ,28 0,41 0 Total 87,14 8,35 32, , , Total 99, , Total 98, Total 92,85 4,4 49,47 * Com rede= rede; ** Com problemas = c/ vazamento, destruída, em contato c/ esgoto, hidrômetro c/ esgoto; *** 24h por dia. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 13
14 Tabela 8 - Características físico-química e organolépticas da água, segundo bacias de esgoto sanitário. Salvador, janeiro/ julho de Parâmetros Valores Amostras fora dos padrões Média Mínimo Máximo N % Cloro total (mg/l) 1,38 ± 0,56 0,0 2, ,9 Cloro livre (mg/l) 1,44 ± 0,62 0,0 3, ,9 Ferro (mg/l X Fe - ) 0,35 ± 0,22 0,0 1, ,2 PH 7,07 ± 0,63 0,0 8, ,9 Turbidez (λt) 1,20 ± 0,61 1,0 5, ,8 Cor (λh) 7,69 ± 5,50 1,0 30, ,9 Aspecto da água ,5 Verificando-se outros parâmetros físico-químicos determinados pelo LACEN Laboratório Central do Estado, percebe-se que nas amostras analisadas os teores de nitrato, cloreto, sulfato, dureza, odor e cromo hexagonal não se mostraram fora dos padrões estabelecidos pela portaria já citada. No entanto, os teores de ferro, turbidez, cor e o aspecto da água apresentaram valores acima dos permitidos. Verificando-se os níveis de ferro na água, percebe-se que 37% das amostras encontravam-se fora dos limites permitidos. Este percentual foi maior na bacia de Mangabeira (86,8%), seguida da bacia de Tripas (66,7%), Armação (60%) e Barra (52,9%). As amostras coletadas nas bacias de Paripe e Periperi não apresentaram resultados acima do estabelecido. Em relação a turbidez, 22% das amostras analisadas estavam fora do limite máximo permitido. Na bacia do Cobre, obteve-se o maior número de amostras fora do padrão (66,7%). Nas bacias de Paripe, Periperi e Lobato todas as amostras encontravam-se dentro dos limites. Nas outras bacias, os percentuais de amostras em desacordo com o padrão foram menores que 50%. No parâmetro cor, os resultados foram muitos desfavoráveis: apenas as amostras da bacia de Paripe não ultrapassaram o limite máximo permitido. Na bacia da Barra 64,7% das amostras encontravam-se em desacordo com o padrão, na do Cobre 60,0%, Mangabeira 53,3%, Tripas 46,7%, Calafate 33,3%, Lobato, Médio Camarajipe 26,7%, Armação 15,0% e Periperi 14,3%. Quanto ao aspecto da água, 13,5 % das amostras estavam fora dos limites permitidos. As bacias que apresentaram maior número de amostras em desacordo com o padrão foram Mangabeira (40,0%) e Tripas (33,33%). Do exposto, pode-se concluir que para alguns parâmetros as amostras coletadas nas micro-áreas de estudo, no período de janeiro a julho do ano de 1998, estavam em desacordo com os limites permitidos pela Portaria N o. 36/90 do Mistério da Saúde, o que corresponde dizer que, neste período, a água distribuída não atendia aos padrões físico-químicos e organolépticos de potabilidade. De uma forma geral, as bacias que apresentaram as condições mais favoráveis foram as do Cobre, Paripe e Periperi. Nas bacias de Lobato, Tripas, Médio Camarajipe, Barra, Calafate Armação e Mangabeira os níveis de ferro, cor, turbidez e aspecto da água encontravam-se além do permitido. Certamente, a idade das tubulações de água e o grau de incrustação podem ter determinado o aumento dos níveis de ferro na água e, conseqüentemente a cor e a turbidez. Para verificação desta hipótese seria necessário outro tipo de investigação, como por exemplo, a determinação do coeficiente C de rugosidade das tubulações. Alguns fatores podem ter contribuindo para o comprometimento da qualidade da água na cidade do Salvador, tais como: Alteração da qualidade das águas dos mananciais pelo lançamento de resíduos líquidos e sólidos in natura. Precariedade no controle da qualidade das águas dos mananciais. Adequação das águas dos mananciais para fins de abastecimento público de água e às condições de tratamento de água. Obsolescência do sistema distribuidor da cidade do Salvador na época da pesquisa. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 14
15 Intermitência do abastecimento de água pelas manobras realizadas na rede de distribuição em função da obsolescência da rede de distribuição e falta de capacidade dos reservatórios em atender à demanda da população, gerando pressão negativa na rede e, conseqüentemente, entrada de águas poluídas. Baixa cobertura da população com esgotamento sanitário. Precariedade na manutenção da rede de distribuição. Plano de amostragem restrito para a devida monitorização da qualidade da água na rede de distribuição, em função da população, da área de cobertura e dos tipos de sistemas envolvidos; o que dificulta o reconhecimento de pontos críticos do sistema e os fatores de riscos envolvidos e, conseqüentemente, adoção de ações de controle. Deficiência nas ações de controle para correção de problemas detectados. Os resultados da monitorização da EMBASA, apresentados anteriormente, e da presente pesquisa, demonstram que, de uma forma geral, os mesmos seguem um padrão similar quanto aos níveis de contaminação bacteriológica da água, apesar da localização distinta dos pontos monitorados e do período também distinto da realização das coletas de água. Esperava-se, inclusive, que os resultados da EMBASA fossem mais favoráveis devido à localização dos pontos em áreas com melhor infra-estrutura (normalmente em vias principais). Neste ponto é importante ressaltar que tais fatores são reflexos da falta de uma política de saneamento e investimentos públicos para este setor. Quanto às características do manejo doméstico da água, as entrevistas realizadas junto aos moradores das casas amostradas para a coleta de água, trouxeram informações quanto à origem da água, freqüência do abastecimento, tipo do material do reservatório de água, existência de tampa, freqüência de limpeza, tratamento doméstico dado à água de beber, soluções dadas para o destino dos esgotos e a pavimentação das ruas. Estas informações foram levantadas visando realizar análises sobre os fatores determinantes da alteração da qualidade da água. Analisando-se as Tabelas de 10 a 14 a seguir percebe-se que 25% dos domicílios pesquisados tinham soluções inadequadas (a céu aberto ou canal) para o destino dos esgotos e 38% contavam com ruas pavimentadas. Quase que a totalidade (93,5 %) recebiam água da rede de distribuição da EMBASA e 6% realizavam ligações clandestinas na rede. O abastecimento era intermitente em 65% dos domicílios pesquisados. Cerca de 6% dos domicílios utilizavam reservatórios considerados inadequados (tonel e recipientes plásticos) e 84% dispunham de tampas. Quase a metade dos entrevistados informou que os reservatórios eram limpos em um período menor que três meses. Constatou-se que em 28% dos domicílios a água de beber provinha direto da torneira sem qualquer tipo de tratamento domiciliar ou acondicionamento, enquanto que cerca de 40% dos domicílios utilizavam algum tipo de tratamento domiciliar da água (ferve, filtra ou ozoniza). Do exposto, percebe-se que um percentual representativo dos domicílios pesquisados estava susceptível à contaminação da água tanto da rede como de beber. A descontinuidade no fornecimento de água, aliada as soluções inadequadas para o destino dos esgotos, expõem a rede de distribuição à contaminação devido às pressões negativas que succionam águas externas para o interior das tubulações. Nos domicílios, a falta de limpeza regular dos reservatórios, a própria suscetibilidade deste à contaminação, devido à ausência de tampas (em 15% dos domicílios os reservatórios não dispunham de tampas), favorecem a alteração da qualidade da água fornecida e consumida pela população. Realizando-se o teste exato de Fisher para analisar a associação entre a presença de coliformes na água de beber e variáveis que poderiam favorecer a sua existência, concluiu-se que: Não foi encontrada a associação esperada entre o tempo de limpeza do reservatório e a presença de coliformes totais e fecais em amostras da água de beber. Certamente, outros fatores intervenientes, não controlados, contribuíram para este fato. Foi verificada uma tendência de aumento dos níveis de contaminação entre água consumida direto da rede, a que sofreu algum tipo de tratamento domiciliar e a que passou por algum tipo de reservação. No entanto, as diferenças encontradas não foram estatisticamente significantes p>0,05. O tipo de material do reservatório interfere nos níveis de contaminação da água de beber. Em reservatórios de concreto, manilha, cimento amianto encontrou-se níveis de contaminação menores que os ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 15
16 improvisados (baldes, tonéis, etc). Certamente, este fato se explica pela melhor proteção que os primeiros oferecem. Para o parâmetro coliforme fecal a diferença entre os tipos de reservarão foi estatisticamente significante (p<0,05). A presença de tampa no reservatório domiciliar determinou baixos níveis de contaminação da água de beber, inferiores aos que tinham tampas inadequadas e aos que não tinham, diferença que foi estatisticamente significante (p<0,05). Tabela 10 - Tempo de limpeza do reservatório domiciliar e contaminação bacteriológica da água. Tempo de limpeza Total de Amostras com coliforme do reservatório domiciliar amostras coletadas Total Fecal < 15 dias > 15 dias tab colitbn limpeza3 if limpeza3<30, exact col limpeza3 colitbn Total Total Fisher's exact = sided Fisher's exact = tab colifbn limpeza3 if limpeza3<30, exact col limpeza3 colifbn Total Total Fisher's exact = sided Fisher's exact = ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 16
17 Tabela 11 - Proveniência da água de beber e contaminação bacteriológica da água. Proveniência Total de Amostras com coliforme da água de beber amostras coletadas Total Fecal Direto da rede de distribuição Da rede de distribuição seguida de tratamento domiciliar (ferver ou filtrar) Da rede de distribuição e reservatório Total 308. tab colitbn aguab4 if aguab4<400, exact col aguab4 colitbn Total Total Fisher's exact = tab colifbn aguab4 if aguab4<400, exact col aguab4 colifbn Total Total Fisher's exact = ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 17
18 Tabela 12 Proveniência da água de beber e contaminação bacteriológica da água. Proveniência Total de Amostras com coliforme da água de beber amostras coletadas Total Fecal N % N % Torneira (1) , ,6 Torneira/geladeira (2) , ,1 Torneira/ferve/geladeira (3) ,8 4 44,4 Torneira/filtro/geladeira (5) , ,6 Reservatório/torneira/filtro (7) , ,4 Reservatório/torneira (8) , ,8 Reservatório/torneira/geladeira (9) ,8 6 46,2 Torneira/ tonel /filtro (10) , ,0 Torneira/tonel ou balde/geladeira (11) ,0 1 25,0 Fonte/garrafa/filtro/geladeira (12) , ,0 Água mineral (13) ,0 1 25,0 Total , ,1 Tabela 13 - Tipo de material do reservatório e contaminação bacteriológica da água. Tipo de material do Total de Amostras com coliforme reservatório amostras coletadas Total Fecal Bloco, concreto, manilha de concreto e cimento amianto Tonel e plástico tab colitbn resert2 if resert2~=0 & resert2~=40, exact col resert2 colitbn Total Total Fisher's exact = sided Fisher's exact = tab colifbn resert2 if resert2~=0 & resert2~=40, exact col resert2 colifbn Total Total Fisher's exact = sided Fisher's exact = ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 18
19 Tabela 14 Existência de tampa no reservatório domiciliar e contaminação bacteriológica da água. Existência de tampa no Total de Amostras com coliforme reservatório amostras coletadas Total Fecal Com tampa Com tampa inadequada Sem tampa Total 226. tab colifbn resertmn if resertmn<40, exact col resertmn colifbn Total Total Fisher's exact = tab colitbn resertmn if resertmn<40, exact col resertmn colitbn Total Total Fisher's exact = É importante ressaltar que todos estes fatores têm vínculos com a renda da população e com o nível de educação, questões que dizem respeito a tanto a adoção de políticas econômicas e sociais adequadas, como capacidade da população de garantir os seus direitos de cidadão. CONCLUSÃO Os resultados revelaram uma situação extremamente preocupante da qualidade da água distribuída e consumida pela população de Salvador na época do estudo. No período estudado, além da água fornecida pela concessionária estadual não ter atendido os padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria N o. 36/90 do Ministério da Saúde, a situação se agravava nos domicílios, indicando a importância da adoção de ações de controle e vigilância da qualidade da água, não só no sistema de abastecimento de água, como também nas instalações hidráulicas. Os resultados indicam também a necessidade de se realizar programas de educação sanitária sobre o manuseio doméstico da água. O estudo revelou que os níveis de contaminação da água eram maiores no Subúrbio Ferroviário, fato certamente relacionado a falta ou precariedade do esgotamento sanitário. Assim, as populações periféricas eram duplamente atingidas: se por um lado não contavam com serviços adequados de saneamento, por outro a falta destes contribuía para a deterioração da qualidade da água. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 19
20 Os resultados da monitorização da EMBASA em 1997 e os da presente pesquisa, demonstram que, de uma forma geral, os mesmos seguiram um padrão similar quanto aos níveis de contaminação bacteriológica da água, apesar da localização distinta dos pontos monitorados e do período também distinto da realização das coletas de água. Esperava-se, inclusive, que os resultados da EMBASA fossem mais favoráveis devido à localização dos pontos em áreas com melhor infra-estrutura (normalmente em vias principais). Por fim, é importante ressaltar que a melhoria da qualidade da água passa por diversas medidas que vão desde a proteção dos mananciais, passando por ações preventivas e corretivas nos sistemas de abastecimento de água (adutoras, linhas troncos, ETA s, reservatórios e redes), até as instalações domiciliares. Isto exige um planejamento integrado das atividades de controle, vigilância e de educação sanitária e ambiental que deve envolver não só os prestadores dos serviços e órgão de vigilância, como também os cidadãos e entidades da sociedade civil organizada. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BAHIA. Resultados de parâmetros do controle da qualidade da água. Salvador: Diário Oficial do Estado, p. 2. BAHIA. Resultados de parâmetros do controle da qualidade da água. Salvador: Diário Oficial do Estado, p. 3. BORJA, Patrícia C. et al. Avaliação das Condições Sanitárias de Micro-áreas da Cidade do Salvador/Ba. Salvador, ISC/UFBA, BRASIL. Portaria N o. 36, de 19 de janeiro de 1990, do Ministério da Saúde. Brasília: Diário Oficial da União, CARVALHO, Fernando M et al.diarréia aguda e contaminação da água. Revista Bio. Rio de Janeiro, p.45 47, jul./set CERQUEIRA, Daniel Adolpho, et al. Ocorrências de coliformes associadas a parâmetros do controle da qualidade da água distribuída em Belo Horizonte MG. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 19. Foz do Iguaçu, set Anais... Foz do Iguaçu: ABES, CERQUEIRA, Daniel & HORTA, Mário César de S. Coliformes Fecais não Existem. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 20. Rio de Janeiro, maio Anais... Rio de Janeiro: ABES, FARIAS, Edilene M. C. Qualidade da água de hospitais. Salvador: Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, (Monografia apresentada ao Curso Regionalizado de Especialização para Dirigentes de Vigilância Sanitária). 9. KIRKWOOD, Betty R. Essentials of Medical Statistics. London: Blackwell Scientific Publications, p. 10. LIMA, Edna M. D. et al. Avaliação da qualidade micro-biológica e físico-química da água de abastecimento público da cidade de Salvador-Ba durante o período de 1992 a In: CONGRESSO BAIANO DE MEIO AMBIENTE, I. Salvador, set Anais... Salvador: UFBA/UEFS/UESC/UNEB/UCSal/UESC/CRA/IBAMA/EXPOGEO, P LIMA, Edna M. D. et al. Monitoramento da qualidade da água tratada consumida nos hospitais da REDE PÚBLICA DE SALVADOR Ba, no período de janeiro de 96 a junho de Salvador: LACEN, (mimeo). 12. MORAES, L. R. S; BORJA, P. C.; TOSTA, C. S. Qualidade da água da rede de distribuição e de beber em assentamento periurbano: Estudo de caso. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 20, Rio de Janeiro/RJ, Anais. Rio de Janeiro/RJ: ABES, MORAES. Luiz Roberto S. Qualidade bacteriológica da água em nove comunidades pauperizadas de Salvador. Salvador: DHS/UFBA, (não publicado). 14. Revista BIO. Padrão de qualidade da água de novo na berlinda. Rio de Janeiro, Ano IX, N. 4, setdez., 39-41p, SCHEMBRI, Maria Cristina A.C. et al. Deterioração da qualidade da água distribuída: o caso de Belo Horizonte. CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 19. Foz do Iguaçu, set Anais... Foz do Iguaçu: ABES, ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 20
ABSTRACT 2. METODOLOGIA
AVALIAÇÃO DAS AÇÕES DE SANEAMENTO AMBIENTAL NA BAIXA DO CAMARAJIPE E SEU IMPACTO NA SAÚDE DA POPULAÇÃO MORAES, Luiz Roberto Santos (1); BORJA, Patrícia Campos (2); TOSTA, Cristiane Sandes (3); SANTOS,
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