O impacto da expansão do setor de mineração, metalurgia e de materiais no Espírito Santo na Academia
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- Davi Mendes Paiva
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1 1 O impacto da expansão do setor de mineração, metalurgia e de materiais no Espírito Santo na Academia Eng. Maristela Gomes da Silva, Dr. 1 Os objetivos desta primeira intervenção são apresentar a situação atual e a construção de um cenário projetando impactos da expansão do setor de mineração, metalurgia e de materiais no Espírito Santo. Ênfase será dada à área de Engenharia, mas é importante ressaltar que estes impactos atingem várias outras áreas de conhecimento (ensino-pesquisa-extensão). 1. Cenário atual São grandes as potencialidades com as quais o estado se defronta, como a disponibilidade de uma base logística de alta capacidade; segmentos econômicos de competitividade nacional e internacional (mineração, siderurgia, celulose, petróleo, agricultura em diversificação e arranjos produtivos locais); abundância de recursos minerais (petróleo e gás, rochas ornamentais); ativos ambientais de alto valor (lagoas de Linhares, Caparaó, Pedra Azul, entre outros); estrutura fundiária equilibrada, com milhares de pequenas propriedades produtivas; uma janela demográfica favorável; diversidade étnica e cultural; e posição geográfica favorável em face da dinâmica de globalização. Vocações Indústria metal mecânica Serviços de comércio exterior Serviços especializados Turismo Petróleo e Gás Atividade portuária Celulole Polo químico Polo moveleiro Vocações Transporte de carga Polo de confeccções Cerâmica vermelha Polo de rochas ornamentais Agroturismo Figura 1 As vocações do Espírito Santo (Plano de Desenvolvimento ES2025) 1 Engenheira Civil; Mestre e Doutora em Engenharia Civil; Professora Associada do Departamento de Engenharia Civil e do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da UFES; Diretora do Centro Tecnológico da Universidade Federal do Espírito Santo; Conselheira do Movimento Empresarial Espírito Santo em Ação; Conselheira da Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais margomes.silva@gmail.com.
2 2 Alguns fatores de risco precisam ser considerados. Os níveis de formação do capital humano estão aquém das necessidades do sistema produtivo; os sistemas de ciência, tecnologia e inovação ainda estão em fase de consolidação e a identidade estadual ainda não é bem marcante nacionalmente. Figura 2 O problema de quantidade e de qualidade do capital humano na área de Engenharia Figura 3 As profissões do futuro segundo especialistas Quadro 1 Principais empresas do setor de mineração, metalurgia e materiais instaladas no Espírito Santo Empresas Samarco ArcelorMittal CVRD
3 3 Quadro 2 Cursos de Graduação em Engenharia oferecidos em diferentes instituições de ensino diretamente relacionados com a expansão do setor de Mineração, metalurgia e materiais Instituição de Ensino UVV UCL FAESA CEFETES UFES Cursos de Graduação em Engenharia de Materiais e Metalúrgica, Engenharia de Produção, Engenharia de Segurança Engenharia de Automação e Controle, Engenharia de Produção em materiais e metalurgia; Engenharia Ambiental e Engenharia de Produção Engenharia Elétrica e Engenharia Metalúrgica Engenharia Mecânica, Engenharia de Produção, Engenharia Elétrica, Eng.Ambiental, Engenharia Química Quadro 3 Cursos de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) oferecidos relacionados com a expansão do setor de mineração, metalurgia e materiais Instituição de Ensino UFES Cursos de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) Engenharia Mecânica (mestrado), Engenharia Elétrica (mestrado e doutorado), Engenharia Ambiental (mestrado e doutorado). Há vários cursos de especialização, de extensão e de educação continuada oferecidos nas diferentes instituições de ensino (atualização profissional). Ensino Graduação Pós-Graduação Formação Graduação Pós-Graduação Pesquisa Extensão Desenvolvimento CT/UFES Transferência Figura 4 A relação ensino, pesquisa e extensão nas instituições de ensino
4 4 10% 4% 22% doutores 64% mestres especialistas graduados Figura 5 A importância da qualificação do quadro docente 2. Características do 3º ciclo de desenvolvimento do Espírito Santo Melhoria do capital social e da qualidade das instituições públicas; Desenvolvimento do capital humano; Redução crescente da pobreza e da desigualdade; Redução e controle da violência; Agregação de valor e diversificação da estrutura produtiva; Desenvolvimento econômico espacialmente equilibrado; Desenvolvimento da logística; Desenvolvimento econômico ambientalmente sustentável; Fortalecimento da imagem e melhoria da imagem capixaba; e Maior integração com os estados vizinhos. 3. Infra-estrutura para o crescimento competitivo: o desenvolvimento da logística O elevado crescimento econômico que o Espírito Santo experimentará nos próximos 20 anos está intimamente ligado à expansão e melhoria da infra-estrutura e das atividades portuárias. Com o desenvolvimento do Porto de Barra do Riacho, a adequação dos Portos de Ubu e Vitória e a consolidação de uma moderna infra-estrutura de cabotagem, o sistema portuário será o elemento propulsor dos segmentos de comércio internacional e de serviços logísticos. A adequação da infra-estrutura intermodal possibilitará a redução de custos e o surgimento de novas oportunidades para os arranjos produtivos, enquanto que a implantação e modernização do sistema viário por meio de eixos e conexões de alta capacidade com os estados vizinhos potencializará a captação e distribuição de cargas
5 5 em todo o estado. Paralelamente, a adequação da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), a implantação de novas ferrovias e o desenvolvimento das dutovias dará suporte primordial à expansão e adensamento das cadeias produtivas do óleo & gás e ferro & aço. Assim, combinando a ampliação e melhoria contínua dos serviços logísticos de transportes, armazenagem e distribuição às excelentes condições da infra-estrutura viária e, por fim, à sua posição geográfica privilegiada, o Espírito Santo estará entre os mais competitivos estados brasileiros em logística. 4. Construção de cenário futuro: impacto na Academia Há previsões de novas indústrias e de expansões de produção das atuais (cenário de grande atratividade). A chegada da Baosteel é um exemplo. Juntas, a CVRD e a Baosteel vão construir uma siderúrgica com capacidade de produzir cinco milhões de toneladas anuais de aço, com prognósticos para chegar aos dez milhões. A unidade produzirá, inicialmente, placas de aço que serão direcionadas tanto para o mercado doméstico, quanto para o exterior. A construção de um laminador não está prevista na primeira fase de operação da siderúrgica, mas não é descartada no futuro, já que o empreendimento na planta contempla expansão e até dobrar a capacidade. No projeto estão também incluídos a construção de ferrovia, orçada em US$ 400 milhões, e de terminal portuário, no Porto de Ubu, em torno de R$ 50 milhões. A Litorânea Sul, terá 150 quilômetros de extensão e será continuidade do corredor da malha ferroviária da Vitória-Minas. Já o terminal portuário será erguido em Ubu, com calado entre 23 metros e 25 metros, permitindo o carregamento de navios de grande porte. Haverá geração de energia igual a 400 MW, dos quais 200 MW serão consumidos pela siderúrgica, sendo o restante direcionado ao sistema. Novo cenário de ensino-pesquisa-extensão no Espírito Santo: Maior articulação com a indústria e com as próprias instituições; Fundação de Amparo a Pesquisa no Espírito Santo (FAPES);
6 6 Secretaria de Ciência e Tecnologia; Núcleo de Inovação Tecnológica do Espírito Santo (NITES); Criação do Parque Tecnológico; Expansão do ensino de Graduação e de Pós-Graduação (formação qualificada); Pesquisa, inovação e transferência de tecnologia.
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