PREFEITURA MUNICIPAL DE CANAÃ DOS CARAJÁS CONCURSO PÚBLICO. PROVA OBJETIVA: 13 de abril de 2014 PROFESSOR LICENCIADO PLENO EM HISTÓRIA

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1 PREFEITURA MUNICIPAL DE CANAÃ DOS CARAJÁS CONCURSO PÚBLICO PROVA OBJETIVA: 13 de abril de 2014 NÍVEL SUPERIOR PROFESSOR LICENCIADO PLENO EM HISTÓRIA Nome do Candidato: Nº de Inscrição: Assinatura INSTRUÇÕES AO CANDIDATO 1. Confira se a prova que você recebeu corresponde ao cargo/nível de escolaridade ao qual você está inscrito, conforme consta no seu cartão de inscrição e cartão-resposta. Caso contrário comunique imediatamente ao fiscal de sala. 2. Confira se, além deste BOLETIM DE QUESTÕES, você recebeu o CARTÃO-RESPOSTA, destinado à marcação das respostas das questões objetivas. 3. Este BOLETIM DE QUESTÕES contém 30 (trinta) questões objetivas, sendo 10 de Português, 05 de Conhecimentos sobre Canaã dos Carajás, 05 de Legislação e 10 de Conhecimento Específico. Caso exista alguma falha de impressão, comunique imediatamente ao fiscal de sala. Na prova há espaço reservado para rascunho. Esta prova terá duração de 04 (quatro) horas, tendo seu início às 8:00h e término às 12:00h (horário de Brasília). 4. Cada questão objetiva apresenta 04 (quatro) opções de resposta, identificadas com as letras (A), (B), (C) e (D). Apenas uma responde adequadamente à questão, considerando a numeração de 01 a Confira se seu nome, número de inscrição, cargo de opção e data de nascimento, consta na parte superior do CARTÃO-RESPOSTA que você recebeu. Caso exista algum erro de impressão, comunique imediatamente ao fiscal de sala, a fim de que o fiscal registre na Ata de Sala a devida correção. 6. O candidato deverá permanecer, obrigatoriamente, na sala de realização da prova por, no mínimo, uma hora após o início da prova. A inobservância acarretará a eliminação do concurso. 7. É obrigatório que você assine a LISTA DE PRESENÇA e o CARTÃO-RESPOSTA do mesmo modo como está assinado no seu documento de identificação. 8. A marcação do CARTÃO-RESPOSTA deve ser feita somente com caneta esferográfica de tinta preta ou azul, pois lápis não será considerado. 9. A maneira correta de marcar as respostas no CARTÃO-RESPOSTA é cobrir totalmente o espaço correspondente à letra a ser assinalada, conforme o exemplo constante no CARTÃO-RESPOSTA. 10. Em hipótese alguma haverá substituição do CARTÃO-RESPOSTA por erro do candidato. A substituição só será autorizada se for constatada falha de impressão. 11. O CARTÃO-RESPOSTA é o único documento válido para o processamento de suas respostas. 12. O candidato deverá devolver no final da prova, o BOLETIM DE QUESTÕES e o CARTÃO-RESPOSTA. 13. Será automaticamente eliminado do Concurso Público da Prefeitura Municipal de Canaã dos Carajás o candidato que durante a realização da prova descumprir os procedimentos definidos no Edital Nº 01/2014/PMCC do referido concurso. Boa Prova.

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3 PORTUGUÊS A prova de Língua Portuguesa foi elaborada com base em dois excertos do texto Sem vergonha de errar, de Marcelo Moura. Sem vergonha de errar Uma nova corrente de escritores faz reviver uma velha frase: Não há nada a temer senão o próprio medo EXCERTO 1 QUESTÕES 01 A MARCELO MOURA (COM THAÍS LAZZERI E DANILO VENTICINQUE) Conheci a Marcela aos 9 anos. Aluna nova na escola, tanto quanto eu. Na lista de presença, era a 24ª a ser chamada. Eu, o 25º. Marcela tirava notas altas sem ser uma estudiosa chata. Jogava bola, colecionava figurinhas, fazia amizade com todo mundo. Apaixonei-me. Tinha de dizer isso a ela, mas não podia ser uma coisa malfeita. Precisava das palavras certas. E do momento certo. O presidente dos Estados Unidos Abraham Lincoln ( ), cuja biografia eu ainda levaria algum tempo na escola até conhecer, tornou célebre uma frase boa para ilustrar a situação: Me dê seis horas para derrubar uma árvore, e eu passarei as primeiras quatro afiando o machado. Com medo de não ser bom o bastante para ela, e de levar um fora, me esmerei na busca pelo machado perfeito. Passei dias, tardes e noites me preparando. Marcela deve ter se preparado também, porque, quando finalmente dei a machadada e a pedi em namoro, mais de um ano depois, sua resposta estava bem afiada: Não. Pensei que ficaria deprimido eu também já ensaiara essa parte. Na verdade, foi um alívio. Com medo de ser rejeitado, passei tanto tempo me preparando que o preparo perdeu o sentido. Afiar o machado antes de golpear o tronco, como propôs Lincoln, é um sábio conselho. Tentar afiar o machado até a perfeição, contudo, é uma péssima ideia. Pior até do que golpear a árvore sem nenhum critério. Em outras palavras, é o que diz a escritora Brené Brown em seu livro Coragem de ser imperfeito, recém-lançado pela editora Sextante. Com medo de expor suas fragilidades e de não parecer bom o bastante para a aceitação do outro, as pessoas se fecham, disse Brown a ÉPOCA. Fechadas, deixam de criar vínculos com outras pessoas. O custo do isolamento é maior que o de uma eventual rejeição. [...] Disponível em: < Acesso em: 12 mar No texto Sem medo de errar, Marcelo Moura (A) revela ter enfrentado com serenidade os desafios de sua época de escola. (B) diz acreditar que o ser humano deve ocultar suas fragilidades para conseguir criar vínculos com outras pessoas. (C) defende a ideia de que é preciso preparar-se bastante para enfrentar os desafios da vida de modo a evitar frustrações. (D) cita Abraham Lincoln para ilustrar a ideia de que a tendência de obstinar-se em fazer as coisas com extremo esmero pode ser perniciosa. 02. Quanto à organização textual, é falso afirmar que (A) o primeiro parágrafo do texto é uma narração demonstrativa, visto que o relato é um argumento a serviço de uma tese. (B) a organização expositiva predomina nos dois parágrafos do texto: ambos são estruturados em torno de informações e dados. (C) os dois parágrafos funcionam como uma introdução do assunto a ser tratado: o aparecimento de livros que defendem a ideia de que não se deve temer o erro. (D) a passagem Conheci a Marcela aos 9 anos. Aluna nova na escola, tanto quanto eu. [...] Jogava bola, colecionava figurinhas, fazia amizade com todo mundo (linhas 1 a 3) é predominantemente descritiva. 3

4 03. Em relação à coerência e coesão textual, é correta a seguinte afirmativa: (A) A expressão Em outras palavras (linha 17) introduz uma refutação a respeito do tema abordado. (B) A locução na verdade (linha 13) inicia uma argumentação em favor da importância da perfeição. (C) Haveria comprometimento da coerência textual se, no lugar da preposição com, colocássemos por, em Com medo de ser rejeitado... (linha 14). (D) O vocábulo o, em... que o de uma eventual rejeição (linha 21 e 22), poderia ser substituído por aquele, sem prejuízo para a correção e o sentido do texto, já que é uma referência a custo. 04. A reescrita proposta que não respeita o sentido original do trecho entre aspas é (A) assim como eu tanto quanto eu (linha 1). (B) e de receber uma recusa direta e de levar um fora (linha 9). (C) precisava me declarar a ela Tinha de dizer isso a ela (linha 4). (D) embora fosse uma estudiosa desagradável sem ser uma estudiosa chata (linhas 2 e 3). 05. O autor utiliza algumas marcas linguísticas que imprimem em seu texto uma certa informalidade. Uma dessas marcas é identificada em (A)... e de levar um fora (linha 9). (B) Pensei que ficaria deprimido (linha 12). (C) Marcela deve ter se preparado também (linha 10). (D)... eu também já ensaiara essa parte (linhas 12 e 13). EXCERTO 2 QUESTÕES 06 A Ninguém está livre do medo de errar, nem das consequências nocivas que esse medo traz. Tolerar críticas e ser alvo permanente de comentários é difícil. O mundo moderno impõe o perfeccionismo. Suas mudanças rápidas exigem respostas à altura, imediatas, nos mais diversos assuntos. [...] O medo de errar está ligado a nossos instintos primitivos de preservação. É como um remédio contra o fracasso. Devemos muito a ele. Em altas doses, porém, o medo envenena. Isso é comum entre vítimas de grandes traumas, como estupro e incesto. Muitos passam a vida sentindo-se indignos, uma dor mais duradoura que a própria violência original. Quanto maior a dor, menos falam. Quanto menos falam, mais sofrem. Perfeccionistas são outro grupo sujeito ao isolamento. A criança destinada a ser perfeccionista vê a perfeição como o único meio seguro de proteger-se de críticas, constrangimentos, raiva ou perda do amor de seus pais ou colegas, afirma Brené Brown. Incapazes de perceber que já afiaram o machado o suficiente, perfeccionistas acabam adotando como parâmetro seu próprio limite. Limite físico, limite mental, limite financeiro ou limite de tempo. Suas metas em qualquer tarefa são tão elevadas que ele mal consegue deixar de sentir-se preocupado e tenso. Quando alcança a excelência, raramente consegue desfrutar, diz. Ao pensar que sua aceitação depende de algo externo, como a beleza física, o sucesso profissional ou a riqueza financeira, o perfeccionista torna-se escravo. Para Brown, perfeccionismo é diferente de empenho no aperfeiçoamento. O empenho saudável está voltado para si mesmo: como posso melhorar? O perfeccionismo está voltado para os outros: o que eles pensarão? O perfeccionismo é autodestrutivo. Disponível em: < Acesso em 12 mar Continuando sua linha de raciocínio, Marcelo Moura recorre a uma estratégia concessiva na seguinte passagem do texto: (A) Muitos passam a vida sentindo-se indignos, uma dor mais duradoura que a própria violência original. (linhas 8 e 9). (B) O medo de errar está ligado a nossos instintos primitivos de preservação. É como um remédio contra o fracasso. Devemos muito a ele. (linhas 5 e 6). (C) Incapazes de perceber que já afiaram o machado o suficiente, perfeccionistas acabam adotando como parâmetro seu próprio limite. (linhas 14 e 15). (D) Ao pensar que sua aceitação depende de algo externo, como a beleza física, o sucesso profissional ou a riqueza financeira, o perfeccionista torna-se escravo (linhas 18 a 20). 4

5 07. Pode-se atribuir ao autor, ao citar as palavras de Brené Brown, a seguinte intenção: (A) questionar a visão pessimista da escritora. (B) instruir o leitor sobre os benefícios do empenho saudável. (C) apresentar as ideias da escritora a respeito do perfeccionismo. (D) contestar a oposição entre empenho saudável e perfeccionismo. 08. Em Quanto menos falam, mais sofrem (linhas 9 e 10), há, entre as ações, uma relação de (A) alternância entre fatos semelhantes. (B) sucessão de acontecimentos independentes. (C) simultaneidade de acontecimentos descoordenados. (D) correlação causal e proporcional entre fatos interdependentes. 09. Analise os itens a seguir com base nos fatos da língua. I. A conjunção como (linhas 7 e 19) introduz, em suas duas ocorrências, uma comparação hipotética e irreal. II. O enunciado... que ele mal consegue deixar de sentir-se preocupado e tenso (linha 17) expressa uma consequência. III. Há incompletude sintática em raramente consegue desfrutar (linha 18), visto que o verbo desfrutar carece de complemento por ser transitivo. IV. Como o sujeito sintático em Quando alcança a excelência, raramente consegue desfrutar (linha 18) é perfeccionistas, os verbos deveriam ter sido flexionados no plural. Está correto o que se afirma em (A) I e III. (B) II e III. (C) II e IV. (D) I, III e IV. 10. Julgue os itens abaixo com base em aspectos semânticos e estilísticos. I. A expressão em altas doses (linha 6) expressa a ideia de exagero. II. Há linguagem metafórica em Incapazes de perceber que já afiaram o machado o suficiente (linha 14). III. A expressão respostas à altura (linhas 3 e 4) significa respostas nos mesmos termos, na mesma medida, ou seja, respostas rápidas. IV. O uso do pronome indefinido algo, em depende de algo externo (linha 19), gera ambiguidade e incompletude sintática dada sua indeterminação. Está correto o que se afirma em (A) I e IV. (B) II e IV. (C) I, II e III. (D) II, III e IV. 5

6 CONHECIMENTOS SOBRE CANAÃ DOS CARAJÁS 11. A maior das Unidades de Conservação correspondentes à bacia hidrográfica do rio Itacaiúnas, com mais de 390 mil hectares, corresponde à (A) Floresta Nacional de Carajás. (B) Floresta Nacional do Tapirapé-Aquiri. (C) Floresta Nacional de Itacaiúnas. (D) Área de Proteção Ambiental APA do Igarapé do Gelado. 12. Em 2011, o setor de maior representatividade em termos de emprego e renda (42,8%) no Município de Canaã dos Carajás (A) da administração pública. (B) do comércio. (C) dos serviços. (D) da construção civil. 13. Segundo o DATASUS, em 2009, o maior percentual de Internações no Município de Canaã dos Carajás, atingindo 25,5% da população internada, teve como grupo de causa (A) doenças infecciosas e parasitárias. (B) gravidez parto e puerpério. (C) doenças do aparelho respiratório. (D) lesões ou envenenamentos. 14. De acordo com o Estudo de Gestão Ambiental Territorial da Bacia do Rio Itacaiúnas (VALE, 2008), a região possui aproximadamente de seu território ocupado com áreas florestais (alteradas e não alteradas). A informação que preenche corretamente a lacuna é (A) 39%. (B) 48%. (C) 67%. (D) 86%. 15. A massa de ar muito atuante na região de Canaã dos Carajás, que vem da direção norte e é responsável pela elevada pluviosidade que comumente ocorre nesta área, é denominada (A) Sistema de Nordeste (NE) a Leste (L) do Anticiclone Tropical do Atlântico Sul ou do Anticiclone Subtropical dos Açores. (B) Sistema de Oeste (W) da Massa Equatorial Continental (mec) representado por linhas de Instabilidade Tropical (IT). (C) Sistema de Norte (N) da Convergência Intertropical (CIT). (D) Sistema de Sul (S) do Anticiclone Polar (Frente Polar - FP), com descontinuidade frontal. 6

7 LEGISLAÇÃO 16. Em seu artigo 9, a Lei n 282/12 estabelece que a investidura em cargo público ocorrerá com a, observados os demais requisitos para ingresso no, estabelecidos pela lei que disponha sobre o na Administração Pública Municipal. As informações que preenchem corretamente as lacunas são, respectivamente, (A) nomeação / emprego / plano de cargos. (B) aprovação / órgão / desempenho. (C) posse / serviço público / sistema de carreiras. (D) admissão / posto funcional / ingresso. 17. Preliminarmente ao ato da posse, quando convocado por edital, um dos documentos que o servidor nomeado é obrigado a apresentar é a (A) declaração de idoneidade moral e política. (B) comprovação de endereço próprio e familiar. (C) comprovação de que não tem outro emprego. (D) declaração de bens e valores que constituem o seu patrimônio. 18. O Planejamento Ambiental Municipal de Canaã dos Carajás tem como um de seus objetivos articular e compatibilizar os aspectos ambientais dos vários planos, programas e ações do Município, em especial os relacionados com (A) o desenvolvimento urbano. (B) a captação de recursos do governo federal. (C) o processo pedagógico das escolas. (D) a saúde e a previdência da população. 19. O Código Municipal de Proteção ao Meio Ambiente do Município de Canaã dos Carajás, instituído pela Lei nº 132/2006, estabelece que o órgão ambiental, após o recebimento do EIA/RIMA, publicará no Diário Oficial do Município e em periódico local, com as custas pagas pelo empreendedor, a abertura de prazo, para solicitação de audiência pública, que será, no mínimo, de (A) 15 (quinze) dias. (B) 30 (trinta) dias. (C) 45 (quarenta e cinco) dias. (D) 60 (sessenta) dias. 20. O Município de Canaã dos Carajás, no exercício de sua competência, expedirá, para atividades artesanais ou empreendimentos de pequeno porte, de acordo com critérios fixados em regulamento (A) Autorização Ambiental. (B) Licença Prévia. (C) Licença de Instalação. (D) Licença de Operação. 7

8 CONHECIMENTO ESPECÍFICO 21. Entre os gregos, o trabalho era tido como a expressão da miséria humana, portanto, desprezado. Para pensadores como Aristóteles e Platão, o trabalho estava ligado ao campo da necessidade. Assim, a única atividade digna dos homens livres era o "ócio". Era preciso não trabalhar para exercer a plena cidadania em cidades estado como Atenas. Nesse sentido o mundo do trabalho na Atenas clássica era formado, majoritariamente, por moradores da zona rural, cujo perfil era de trabalhadores (A) livres pobres que eram obrigados a trabalhar no campo para se sustentar e estavam impedidos de exercer sua cidadania nas cidades. (B) escravos, normalmente estrangeiros, distribuídos em pequenos grupos e organizados pelas famílias dos senhores. (C) escravos de origem africana organizados em grandes fazendas (latifúndio), mantidas por senhores para a produção de vinho. (D) escravos gregos aprisionados em guerras entre as cidades estado e distribuídos entre os grandes proprietários atenienses e seus latifúndios. 22. Observe a gravura medieval abaixo e responda à questão proposta. Feudo medieval. Acessado em A gravura acima representa tarefas cotidianas presentes em um feudo medieval. Nela pode-se observar que existem personagens como o (A) trabalhador rural, formado por escravos comprados pelos senhores feudais para trabalharem ao redor de seu castelo medieval. (B) servo rural, que servia aos grandes senhores nos arredores das grandes cidades organizadas com castelos e catedrais medievais. (C) trabalhador livre, que recebia salário para trabalhar nas terras feudais delimitadas pelos muros dos castelos medievais. (D) camponês, que era o servo da gleba, preso à terra do feudo, organizado a partir da moradia senhorial, o castelo medieval. 8

9 23. A Cabanagem explodiu no antigo Grão-Pará entre 1835 e Nela se envolveu a maior parte do povo amazônico, desde a elite local (na sua maioria anti-cabana) até populações indígenas inteiras (como os Mura e os Munduruku) e quilombolas, ou ex-escravos fugidos e escondidos no interior dos rios e matas amazônicos. Essa imensa luta, na qual os cabanos tomaram a capital do Pará por duas vezes, foi uma revolução social que teve como causas principais a (A) falta de direitos trabalhistas e humanos junto aos escravos e trabalhadores livres pobres, que eram recrutados e trabalhavam muitas horas e sob duras condições de trabalho. (B) disparidade entre os ricos e proprietários e os pobres e escravizados trabalhadores amazônicos, que levou estes homens a lutarem por seus direitos constitucionais garantidos desde 1824 e desrespeitados pelos governantes paraenses. (C) desigualdade entre soldos e cargos destinados a brasileiros e portugueses mesmo depois da independência, assim como a imensa disparidade de riqueza entre os senhores e proprietários brancos e o restante da população interiorana e empobrecida. (D) clara distinção social e política entre, de um lado, proprietários e homens livres pobres e, de outro, povos indígenas, pois enquanto os primeiros estavam no poder e não pagavam impostos, os segundos eram escravizados e viviam sob pressão de dívidas. 24. Leia atentamente o trecho do texto escrito pelo historiador José Maia Bezerra Neto e responda à questão proposta sobre o significado do abolicionismo no Brasil do final do século XIX. Sendo o abolicionismo ação política visando emancipar o Brasil da escravidão, embora movimento de forte apelo social, os emancipadores e abolicionistas construíram a imagem de sua nobre e filantrópica causa como herdeira das lutas dos que estiveram à frente do processo de emancipação política do Brasil. Assim, conferiam legitimidade ao movimento abolicionista, já que lutar pela libertação dos escravos seria completar a obra inacabada dos fundadores da pátria brasileira, emancipando o solo brasileiro da última herança do domínio colonial português (José Maia Bezerra Neto. A segunda independência. Emancipadores, Abolicionistas e as emancipações do Brasil. In Revista Almanack. Retirada do site da revista Acessado em ). O trecho acima anuncia uma junção feita pelos abolicionistas entre a sua causa e a dos homens da independência do Brasil de O que unia esses dois movimentos era a (A) crença na ideia de que abolicionistas e emancipadores do Brasil lutavam pela liberdade. Os abolicionistas pela liberdade escrava e os emancipadores pela liberdade política de Portugal. (B) fé na ideia de que somente uma luta política e libertária poderia trazer resultados importantes e mudanças no cenário brasileiro. Tanto emancipacionistas quanto abolicionistas acreditavam no poder da revolução e na necessidade de destituir governos para ganhar sua luta. (C) esperança em mudanças sociais maiores, já que tanto emancipacionista quanto abolicionistas acreditavam que o Brasil só melhoria depois de reformas de base, como reforma agrária e social. (D) expectativa de que a liberdade política gerava a liberdade social. Assim a independência teria libertado o Brasil da escravidão portuguesa e agora os escravos se libertariam, como abolicionistas que eram, de seus senhores. 9

10 25. Leia o trecho da reportagem abaixo e responda à questão proposta sobre as mudanças urbanísticas na cidade de Belém na época da Belle Époque. Os paraenses que não viajaram neste mês de férias, bem como os turistas interessados em descobrir fatos relacionados aos principais pontos turísticos da Capital do Pará terão a oportunidade de participar da programação especial do projeto Roteiro Geoturístico realizado pelo Grupo de Pesquisa de Geografia do Turismo da Universidade Federal do Pará (GGeotur/UFPA). (...) Na Era da Borracha ou Ciclo da Borracha, Belém vivenciou na Belle Époque momentos de luxo e glamour. A capital paraense, na época, era considerada uma das cidades brasileiras de maior desenvolvimento e umas das mais prósperas do mundo, pois possuía uma posição estratégica, no litoral, e sediava um grande número de residências de seringalistas, casas bancárias e outras importantes instituições. Beatriz Santos. Site UFPA. Acessado em O trecho acima fala de um roteiro turístico pela cidade de Belém inspirado em visitas a obras arquitetônicas e urbanísticas da época áurea da borracha amazônica, a Belle Époque. São características fundamentais dessas obras e reformas urbanas desse período: (A) nivelamento da ruas e seu asfaltamento, popularização das redes de água e de esgoto pelos bairros periféricos, edificações inspiradas em modelos europeus clássicos, sobretudo os alemães e italianos, como foi o caso do Teatro da Paz, de inspiração italiana. (B) popularização da rede de tratamento de águas e esgoto pública pela periferia, imposição de um padrão de higienização para a construção de casas, que deveriam ter amplas janelas e não ter alcovas, proibição de cortiços e expulsão das famílias pobres para a periferia (favelização). (C) criação de um código de polícia com regras rígidas de comportamento urbano e de construção de moradias, imposição de regras de trânsito para carros e motos, criação do corpo de bombeiros, do DETRAN e da polícia militar do Pará. (D) padronização das calçadas e das fachadas das casas, sanitarização da cidade em seu centro histórico, ampliação da urbe para bairros novos, como Batista Campos e Nazaré, e o planejamento do bairro do Marco, proliferação de prédios e palacetes de inspiração francesa (Art Nouveau). 26. Leia o trecho da reportagem abaixo e responda à questão proposta. Canudos é hoje uma cidadezinha pacata, com traçado planejado e ruas retas. Fica a 410 km de Salvador, junto ao açude Cocorobó, região Nordeste do estado. O município foi criado na década de 1980 e tem apenas habitantes. Mas sua história vem do final do século XIX, com acontecimentos que abalaram o país. Um dos pontos turísticos mais visitados do sertão da Bahia, o município e a região foram palco de um dos episódios mais marcantes da História da Bahia: a Guerra de Canudos. Site do governo da Bahia. Acessado em O trecho da reportagem acima faz referência à Guerra de Canudos, ocorrida na Bahia entre 1896 e Pequena quantidade de moradores, ruas retas e planejadas, criação estatal da cidade e índole pacata, hoje, são características da nova Canudos em oposição à antiga urbe, conhecida por Belo Monte. Criada por Antonio Conselheiro, a antiga urbe se caracterizava por (A) ter traçado irregular e se construir ao gosto e vontade de seus moradores, sem o aval governamental, ser governada por um clérigo anarquista que criara ali uma comunidade de caráter socialista, Belo Monte, por ser a região repleta de pequenas montanhas. (B) ser densamente povoada (mais de 25 mil pessoas), ter organização comandada internamente, por um líder messiânico que não aceitava ordens arbitrárias vindas de cima, posicionar-se contra o casamento civil e a cobrança exagerada de impostos. (C) ter traçado regular das povoadas ruas, traçado este pensado para abolir as diferenças sociais entre ricos e pobres, já que em Canudos era proibido a construção de grandes edifícios com exceção da igreja. (D) ser densamente povoada por sertanejos e imigrantes de muitas origens e nacionalidades e pensar a organização social sem hierarquias de comando e sem liderança formal: Antônio Conselheiro apenas aconselhava e não mandava. 10

11 27. Observe a pintura Abaporu, de Tarsila do Amaral, leia atentamente o trecho do texto sobre a mesma pintura e responda à questão proposta sobre o movimento modernista no Brasil de Abaporu - Este é o quadro mais importante já produzido no Brasil. Tarsila pintou um quadro para dar de presente para o escritor Oswald de Andrade, seu marido na época. Quando viu a tela, assustou-se e chamou seu amigo, o também escritor Raul Bopp. Ficaram olhando aquela figura estranha e acharam que ela representava algo de excepcional. Tarsila lembrou-se então de seu dicionário tupi-guarani e batizaram o quadro como Abaporu (o homem que come). Foi aí que Oswald escreveu o Manifesto Antropófago e criaram o Movimento Antropofágico, com a intenção de "deglutir" a cultura européia e transformá-la em algo bem brasileiro. Reitrado do sitehttp:// Acessado em Segundo os dois documentos acima o quadro Abaporu representa muito bem o movimento modernista no Brasil dos anos de 1920 porque (A) recupera a fauna e a flora tipicamente brasileiras, retratando um personagem folclórico (Abaporu) e o clima semiárido nordestino, representado pelo mandacaru (cacto nordestino). (B) exalta a figura masculina do Abaporu, brasileiro típico, aquele que seria forte nos pés, mas com a cabeça fraca e sem ideias ou inovação para transformar antropofagicamente o Brasil. (C) valoriza o trabalho braçal (corpo grande) e comparação com a mente (cabeça pequena), além da exaltação do chão e do homem brasileiro em oposição à cultura dita europeia e civilizada. (D) valorização das cores da bandeira brasileira em um movimento nacionalista de volta ao passado imperial e tipicamente centrado na cultura brasileira e não na europeia ou na norte-americana. 11

12 28. Leia o trecho da reportagem abaixo e responda à questão proposta sobre o nazismo. Nos anos 1930, órfãos eram escravizados em fazenda no interior de São Paulo por simpatizantes do nazismo. Entrevistando moradores antigos e revirando arquivos Brasil adentro, o pesquisador Aguilar Filho se deparou com um caso curioso: a escravização de 50 garotos órfãos, na maioria negros, numa propriedade rural. A Fazenda Santa Albertina e a Cruzeiro do Sul pertenciam à mesma família no passado: Rocha Miranda. Os proprietários também eram benfeitores de um orfanato masculino carioca, onde escolhiam as crianças e as retiravam para trabalhar em suas terras. Os meninos que não fugiram ou morreram permaneceram na localidade entre 1933 e Nunca receberam salário e, por vezes, eram submetidos a castigos corporais. Trabalhavam na lavoura junto aos adultos. Não tinham nomes, eram chamados por números, e permaneciam sob vigilância constante de um capataz. Este levava consigo instrumentos para castigar fisicamente os meninos e andava sempre acompanhado de dois cães pastores-alemães adestrados: Fiança e Veneno. O caso ilustra, na prática, o ideário eugênico relacionado principalmente à educação por meio do trabalho que permeava o país naquele momento. Alice Melo Revista de História da Biblioteca Nacional. Vol. 102, março de Ver site Acessado em O caso acima pode ser entendido historicamente no contexto internacional marcado pela (A) segunda grande guerra, quando o governo nazista usou teorias eugênicas (raciais) para prender e submeter a trabalhos forçados populações consideradas inferiores. (B) segunda guerra mundial, quando nazistas como Hitler utilizam as teorias étnicas contra negros para prender e torturar presos políticos, contrários ao regime autoritário. (C) guerra fria, momento em que americanos lutavam contra soviéticos e alemães comunistas que mantinham teses raciais contra os capitalistas, tidos como inferiores. (D) primeira guerra mundial, quando nazistas e fascistas criaram teorias raciais que marcavam judeus e africanos como povos inferiores e que deveriam ser destruídos. 12

13 29. Observe a placa comemorativa abaixo e responda à questão proposta sobre o desenvolvimentismo no Brasil dos anos de Placa de inauguração das obras da rodovia Transamazônica no Pará. Colunista Iara do Carmo. Acessado em A placa acima representa um plano desenvolvimentista do Governo Médici para a Amazônia, cujas características eram (A) derrubar a florestas para promover um crescimento sustentável das cidades, que seriam interligadas por estradas como a transamazônica, nascida para levar os produtos industriais sulistas e seus capitais até a região norte e nordeste. (B) promover o desenvolvimento sustentável da região com a política de integrar para não entregar a região ao capital estrangeiro, normalmente devastador e pouco ecológico. (C) forçar a integração da Amazônia ao resto do Brasil com uma política migratória e a construção de usinas hidrelétricas e de estradas. A ideia era ativar a economia para minimizar as tensões políticas da ditadura. (D) promover a integração econômica da Amazônia com o nordeste brasileiro, numa política de integrar as duas maiores regiões com zonas de pobrezas ao circuito internacional da produção agromineral. 13

14 30. Observe as duas imagens abaixo e responda à questão proposta sobre o Movimento dos Sem Terra no Brasil contemporâneo. Pesquisa mostra que mídia criminaliza MST. Retirado do site Focando na notícia. Acessado em Charge de J. Bosco sobre o MST e sua plantação de granada nos campos brasileiros. Acessado em As duas imagens acima mostram posições diferentes sobre o MST. Sobre elas e o Movimento dos Sem Terra no Brasil contemporâneo é correto afirmar que (A) o MST tanto luta por mais terras para os camponeses expropriados de suas terras pelos latifundiários, quanto luta pela militarização no campo, treinando guerrilheiros para a tomada deste campo à força. (B) o MST é um movimento armado que luta pela tomada do poder a partir da invasão de propriedades privadas produtivas no campo. Assim, por causa de seus objetivos belicosos, ele é não tem espaço na mídia capitalista. (C) por um lado o MST tem objetivos de guerra no campo, semeando discórdia entre os proprietários de grandes porções de terra e seus funcionários, por outro, ele se faz de vítima na imprensa esquerdista. (D) de um lado o MST luta pela terra no campo e é discriminado pela mídia, por outro, seus métodos mais diretos de ocupação de propriedades consideradas improdutivas podem gerar conflitos armados no campo. 14