METODOLOGIA PROGRAMA CEAPA/MG Central de Apoio e Acompanhamento às Penas e Medidas Alternativas de Minas Gerais. Introdução
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- Augusto Maranhão Marroquim
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1 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL SUPERINTENDÊNCIA DE PREVENÇÃO À CRIMINALIDADE DIRETORIA DE REINTEGRAÇÃO SOCIAL METODOLOGIA PROGRAMA CEAPA/MG Centra de Apoio e Acompanhamento às Penas e Medidas Aternativas de Minas Gerais Introdução Contextuaização das Penas Aternativas Penas Restritiva de Direitos são conhecidas como Penas e Medidas Aternativas, cuja sanção pena é de curta duração (0 a 4 anos de condenação), para crimes praticados sem vioência, nem grave ameaça, tais como: uso de drogas, acidentes de trânsito, vioência doméstica, abuso de autoridade, desacato à autoridade, esão corpora eve, furto simpes, esteionato, ameaça, injúria, caúnia, difamação, dentre outros previstos na egisação brasieira atua. As penas aternativas eram pouco apicadas no Brasi, embora previstas na Lei de Execução Pena (Lei 7.910, de 1984), devido à dificudade do Poder Púbico e do Ministério Púbico na fiscaização do seu cumprimento e a sensação de impunidade da Sociedade. A apicação das penas e medidas aternativas vota à pauta de discussões com a eaboração das Regras Mínimas das Nações Unidas para Eaboração de Medidas Não- Privativas de Liberdade, as chamadas Regras de Tóquio, recomendadas pea ONU a partir de 1990, com a finaidade de se instituírem meios mais eficazes de mehoria na prevenção da criminaidade de no tratamento dos deinquentes. Posteriormente, a Lei 9.099, de 1995 e a Lei , de 2001, que criaram os Juizados Especiais Cíveis e Criminais no âmbito da Justiça Estadua e Federa, respectivamente, abriram importante via aternativa de reparação consensua dos danos resutantes da infração. Da mesma forma a Lei 9.714, de 1998 que ampiou consideravemente o âmbito de apicação das penas aternativas, acançando até mesmo os condenados até quatro anos de prisão (excuídos os condenados por crimes vioentos) e instituindo dez sanções restritivas em substituição à penas de prisão. (Retirado do site do Ministério da Justiça Histórico do Programa de Penas e Medidas Aternativas)
2 A pena aternativa surge, então, no contexto mundia e brasieiro, como uma medida para modificar o sistema pena, a partir da percepção dos efeitos maéficos do cárcere e dos transtornos causados peo sistema prisiona. A partir da concepção do Direito Pena Mínimo, que estabeece o uso da pena privativa de iberdade apenas nos casos extremos, em que seja justificado o afastamento do indivíduo do convívio socia. As penas aternativas, desta forma, se coocam como uma aternativa às penas privativas de iberdade, adequando- se as formas de punir à gravidade dos deitos cometidos. A indicação das aternativas penais apresentam um avanço incontestáve na poítica crimina, pois os sujeitos, ivres do cárcere, têm sua dignidade preservada, aém da garantia da possibiidade de convívio socia e famiiar, podendo sustentar os víncuos empregatícios e de trabaho e, através de acompanhamento quaificado da execução pena, é evado a refetir sobre o ato infraciona, revertendo os benefícios a si próprio, bem como a toda sociedade.. A quem a Pena Aternativa pode ser apicada? Aos condenados a pena inferior a 4 (quatro) anos de prisão ou quaquer que seja a pena apicada se o crime for cuposo (não intenciona) Aos não reincidentes em crime dooso (intenciona) Nos casos em que a cupabiidade, os antecedentes, a conduta e as circunstâncias do crime indicarem que a pena aternativa deva ser apicada. Modaidades mais comuns de pena aternativa: Interdição Temporária de Direitos: a pessoa fica impedida durante determinado tempo de reaizar uma atividade. Ex: um motorista de caminhão que tem sua carteira apreendida, ficando por um período, impossibiitado de dirigir. PSC- Prestação de Serviços à Comunidade: a pessoa reaiza tarefas gratuitas em entidades púbicas ou privadas sem fins ucrativos de caráter socia: hospitais, escoas, creches, asios, abrigos, postos de saúde, etc. As atividades são desenvovidas de acordo com a aptidão da pessoa, bem como respeitando suas condições físicas, psicoógicas, oca de moradia e horários, de modo a não prejudicar a jornada norma de trabaho. PP- Pena Pecuniária: pode ser apicada convertida em cestas básicas de aimentos ou itens diversos como materiais de construção, remédios, úteis às entidades parceiras da CEAPA. Também pode ser vaor em em espécie. Estes vaores são doados à vítima ou a instituição determinada peo Juiz. Muta: apicada de acordo com as condições econômicas da pessoa e a gravidade do deito. Este vaor é destinado ao Fundo Penitenciário. LFS- Limitação de Fim de Semana: a pessoa obrigatoriamente deve permanecer, aos sábados e domingos, durante 5 (cinco) horas diárias em casa de abergado ou quaquer outra instituição adequada. Neste tempo, são reaizados cursos, paestras
3 dentre outras atividades sócio-educativas. OBS: A CEAPA/MG acompanha somente as Prestações de Serviço à Comunidade de as Penas Pecuniárias. Entidade: A quem as Penas Aternativas beneficiam? Recebe a coaboração do cumpridor de pena aternativa através dos serviços; prestados torna-se parceira da CEAPA; é vaorizada como agente de responsabiidade socia; participa ativamente da incusão socia da própria comunidade. Destinatário das Penas Aternativas Cumpre a pena fora do regime fechado; mantém os víncuos famiiares e sociais, e exercendo sua cidadania; trabaha a cidadania através do cumprimento de uma pena/medida educativa e refexiva; Acessa a rede de proteção socia parceira do Programa sempre onde haja necessidade; coopera com a instituição e a sociedade. Estado Mantém baixos custos na execução pena; promove uma aternativa ao sistema prisiona através da execução de uma poítica púbica de Penas Aternativas. Judiciário Garante maior agiidade no processo judicia; assegura maior efetividade no cumprimento da pena/medida; Efetiva menores índices de reincidência crimina. Sociedade Participa do processo de incusão socia; Percebe a diminuição dos índices de reincidência crimina; Vivencia a diminuição da vioência, que pode estar associada a aguns deitos;
4 1.0 Histórico CEAPA/MG O Programa CEAPA/MG foi iniciamente impantado em setembro de 2002 nos seguintes municípios mineiros: Contagem, Ribeirão das Neves e Juiz de Fora. À época, o Programa fazia parte da extinta Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Minas Gerais. Ainda em sua fase de impantação, a CEAPA recebia o apoio do Ministério da Justiça, através do DEPEN, para sua execução em parceria com o Estado. Já em 2003, o Estado, através da SEDS - Secretaria de Estado de Defesa Socia, assumiu integramente o Programa, que hoje é corpo integrante da Superintendência de Prevenção à Criminaidade SPEC. Em 2005 iniciou-se a expansão das Centrais para os municípios de Uberândia e Montes Caros, seguindo-se, em 2006, para Beo Horizonte, Santa Luzia, Betim, Ipatinga, Governador Vaadares e, em 2007, Uberaba. Assim, o Programa se encontra em funcionamento, atuamente, em 11 municípios no Estado de Minas Gerais. 1.1 Dispositivos egais que orientam e fundamentam o Programa CEAPA/MG - Lei Estadua Deegada n. 56, de 29 de janeiro de 2003, que dispõe sobre a Secretaria de Estado de Defesa Socia e dá outras providências; - Decreto Estadua n , de 29 de abri de 2003, que dispõe sobre a organização da Secretaria de Estado de Defesa Socia e dá outras providências; - Lei Estadua n , de 25 de janeiro de 1994, que institui a Lei Estadua de Execução Pena; - Lei Federa n , de 11 de juho de 1984, que institui a Lei de Execução Pena; Lei 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais; - Lei 9.714/98, de 25 de novembro de 1998, que dispõe sobre as Penas Aternativas. - Lei , de 12 de juho de 2001, que dispõe sobre a instituição dos Juizados Especiais Criminais no âmbito da Justiça Federa; - Decreto de 2004, que dispõe sobre o Programa Centra de Penas Aternativas do Estado de Minas Gerais, no âmbito da Secretaria de Estado de Defesa Socia. 2.0 Objetivo Gera do Programa: Promover eficazmente o acompanhamento às Penas e Medidas Aternativas, visando o acompanhamento da determinação Judicia e o resgate educativo da pena, contribuindo para a não-reincidência crimina e promovendo uma cutura de soidariedade e da não vioência.
5 2.1 Objetivos Específicos: Proporcionar meios para o cumprimento integra das penas e medidas aternativas, através de metodoogia quaificada de acohimento, encaminhamento e acompanhamento dos indivíduos que cumprem determinação judicia sob forma de penas restritivas de direito. Proporcionar meios de cumprimento da pena, resgatando seu caráter educativo e ressociaizador, através da criação, impantação e execução de projetos que trabahem a promoção da cidadania Diminuir a reincidência crimina através do resgate educativo da pena; Trabahar a promoção da cidadania de seus usuários através da minimização das vunerabiidades sociais (fatores de risco) pea promoção socia (fatores de proteção) sempre que houver necessidade 3.0 Púbico-Avo Pessoas encaminhadas peo Poder Judiciário em situação de cumprimento de pena restritiva de direitos nos 11 municípios onde atua o Programa: Beo Horizonte, Betim, Contagem, Governador Vaadares Ipatinga, Juiz de Fora, Montes Caros, Ribeirão das Neves, Santa Luzia, Uberaba e Uberândia Perfi do Púbico da CEAPA: Dos encaminhamentos que a CEAPA recebe da Justiça, podemos ter a eitura de um perfi dos usuários do Programa. Importante saientar, contudo, que este não é necessariamente o perfi de todos os infratores, mas daquees que efetivamente são encaminhados ao Programa. Estatisticamente, agumas características sobre o perfi do púbico estão eencadas abaixo: Homens: 86% Jovens (18 a 30 anos): 57% Baixa renda:(1 a 3 saários mínimos): 64% Escoaridade baixa (Ensino Fundamenta Incompeto): 48% Desempregados: 23% Soteiros: 49% Têm fihos: 62% (41% tem de 1 a 2 fihos) Negros e pardos: 59% Fazem uso ácoo: 32,64% Fazem 22,4% fazem uso outras uso abusivo drogas: de 37,94% ácoo e outras drogas 7,7% são assinaam dependência com o uso de ácoo e outras drogas Portadores de Sofrimento Psíquico: 1,57% Deitos mais freqüentes Uso Crimes drogas de Trânsito: (art. 28): 13,97% 36,95% Lesão Ameaça: corpora:11,31%: Desacato: 10,77 Furto: 7,26% 7,70% Desobediência: 4,76%
6 4. Metodoogia 4.1. Introdução A CEAPA/MG tem como objetivo a o acompanhamento da execução e monitoramento das penas e medidas aternativas no Estado, retomando o sentido educativo da pena e a construção de cidadania junto a seus usuários, prevenindo a reincidência crimina e despertando a participação cidadã da pessoa em cumprimento de pena aternativa, resgatando auto-estima, identidade, vaores pessoais e sociais. Hoje a CEAPA, segundo os parâmetros do Ministério da Justiça, é referência naciona, devido à execução de Projetos Temáticos para cumprimento de pena/medida, bem como por desenvovimento de ações de Poíticas Púbicas nas Penas Aternativas. Portanto, o Programa CEAPA, sendo parte da Poítica de Prevenção Socia da Criminaidade, não trabaha apenas com a execução das penas aternativas, mas com a incusão socia através de intervenções que visem à minimização das vunerabiidades sociais de seus usuários, através de ações que promovam a cidadania, e emancipação, a cidadania, emancipação e promoção de uma cutura de paz. Através da construção de instrumentos que retomem o caráter educativo da pena, e com o envovimento do usuário como sujeito do processo do cumprimento da pena/medida aternativa, estima-se a redução da reincidência crimina. Devido a grande parte do púbico usuário da CEAPA apresentar condições de vunerabiidade socia, como baixa escoaridade, pouco acesso a informações e direitos, abuso de substâncias entorpecentes, desemprego e subemprego, probemas de saúde física/psicoógica e outros tipos de vunerabiidade que podem reforçar a excusão socia e a estigmatização, são desenvovidas ações, em parceria com a rede de proteção socia, no sentido de acoher e intervir nestas diversas demandas sociais. Nesse sentido, a parceria com as entidades de saúde, assistência socia, educação, geração de trabaho, emprego e renda, dentre outras, é fundamenta. Aém disto, em reação ao acompanhamento da execução da pena, o Programa desenvove ações que envovem trabahos com temáticas que perpassam todo o tecido socia, como: vioência contra a muher e vioência infrafamiiar, uso de drogas, deitos de trânsito e deitos de meio ambiente, através de Projetos Temáticos. A CEAPA desenvove o acompanhamento não somente do cumprimento da determinação judicia, mas do SUJEITO que cumpre a determinação, entendendo que a partir do trabaho com a pessoa e a sociedade, permeado por ações refexivas, educativas e de inserção, a transformação se faz possíve. a) Acohimento O passo a passo
7 A pessoa é encaminhada peo Judiciário à CEAPA, onde será acohida peo setor psicossocia e jurídico. A partir do acohimento, são avaiados aguns fatores para o encaminhamento do usuário às entidades parceiras ou aos projetos temáticos, tais como: situação física e psicoógica, deito cometido, oca de moradia, horário disponíve, habiidades, dentre outras questões. O acohimento é fundamenta, pois trata-se do primeiro contato que a pessoa tem com o Programa. Portanto, reaizar um acohimento em condições adequadas (oca, disponibiidade do técnico, ambiente, etc) é extremamente importante. Dai, pode-se iniciar um víncuo com aquee sujeito que chega. No acohimento, o técnico poderá perceber outras questões que estão para aém do deito cometido pea pessoa: seu estado emociona, físico e psicoógico, suas condições sociais e de reações interpessoais e famiiares, sua reação com o deito, dentre outras. O acohimento é apenas o primeiro contato com a pessoa. O técnico poderá agendar retornos sempre que necessário para ampiar a escuta de cada caso que jugar necessário. Por isto, os atendimentos também fazem parte da metodoogia do Programa. b) Discussão de Casos em Equipe Após os atendimentos, uma vez por semana, os técnicos da CEAPA, juntamente com os estagiários, se reúnem para discutir diversas questões sobre o trabaho e sobre os casos que atenderam naquea semana. Caso não seja possíve a discussão de todos os casos, terão preferência aquees que apresentam maior compexidade. Nestas discussões, os técnicos terão uma visão mais abrangente de cada caso e poderão definir estratégias e diretrizes para a continuidade do acompanhamento daquea pessoa, a partir dos outros atendimentos que se seguirão. A discussão de casos acontece também abarca a discussão doa casos que já são acompanhados peo Programa. Esta discussão em equipe é fundamenta, pois permite uma visão mais ampa, fazendo funcionar o saber transdiscipinar e visuaizar possibiidades de intervenção para cada caso, adequadamente. c) Encaminhamentos para Cumprimento da Pena/Medida Após estas discussões, o Serviço Socia reaiza os encaminhamentos dos usuários às instituições para cumprimento de pena/medida aternativa, baseado em todos os fatores observados no acohimento e na discussão em equipe. Todos os encaminhamentos são reaizados através de contatos com as entidades parceiras, tendo previamente acordado com estas, o início das atividades do usuário do Programa. Nenhum encaminhamento é reaizado sem o consentimento das entidades. Para ta, o Serviço Socia também faz a interseção do perfi da pessoa com o perfi da entidade, de modo a reaizar o encaminhamento mais adequado possíve, trazendo mais efetividade ao cumprimento da pena, maior envovimento da entidade com a pessoa e vive-versa, produzindo sentido ao cumprimento da pena. Quanto mais envovida a pessoa estiver na entidade e quanto mais a entidade estiver envovida no acompanhamento destas pessoas, maior será a contribuição do efeito da pena para o
8 sujeito e para a própria entidade. O trabaho constante junto à rede parceira é necessário para o bom andamento do Programa e o acance de seus objetivos. Todos os encaminhamentos são comunicados ao poder Judiciário, indicando para qua entidade a pessoa foi encaminhada e a data de início do cumprimento da pena/medida. c.1) Reencaminhamentos A CEAPA poderá reaizar a mudança de entidade para os usuários, quando houver necessidade, tanto da parte da entidade, como da parte do usuário. O usuário pode não se adaptar à entidade ou vice-versa. Porém, antes de efetuar o reencaminhamento, o técnico deverá anaisar os motivos e fatores envovidos em cada situação, para mehor agir em cada caso específico. Após o reencaminhamento, o técnico deverá monitorar esta mudança, avaiando constantemente o processo. Todos os reencaminhamentos são comunicados ao Poder Judiciário. d) Encaminhamentos para a Rede de Proteção Socia Estes encaminhamentos são reaizados peos técnicos de acordo com a demanda apresentada peos sujeitos, sempre com o consentimento destes. Como já citado, grande parte do púbico do Programa apresenta vunerabiidades sociais e os encaminhamentos para a rede parceira visam a minimização destas vunerabiidades, o que poderá vir a contribuir para a diminuição das desiguadades sociais e também da reincidência crimina. Para reaizar os encaminhamento, o técnico deve ter uma boa escuta do usuário, trabahando junto com ee as motivações para as mudanças e também ter um contato constante com a rede. Após todo encaminhamento para proteção socia, o técnico deverá acompanhar o andamento deste encaminhamento: se o usuário acessou ou não o serviço. Se não, por quê, se sim, como foi recebido. Caso seja um encaminhamento que envova acompanhamento continuado, como no caso da saúde e educação, por exempo, é importante que o técnico acompanhe a evoução do caso. e) Móduo de Quaificação em Grupo Após o acohimento e a discussão de casos, é reaizada uma reunião em grupo com as pessoas que irão iniciar o cumprimento da pena, denominada Móduo de Quaificação. Neste grupo, é reaizado novamente um acohimento, com o propósito de preparação para o início do cumprimento da pena. Por isto, as atividades desenvovidas devem contempar orientações jurídicas, informações acerca de Penas e Medidas Aternativas, sobre as entidades parceiras nas quais irão prestar serviços, direitos e deveres do do cumpridor de pena aternativa, aém de dinâmicas de grupo, que proporcionem refexão sobre o início do cumprimento da pena e visão de expectativas,
9 ansiedades, etc. Podem ser utiizadas diversas dinâmicas e recursos údicos para a reaização do trabaho em grupo, como fimes, teatro, júri simuado, coagens, música, etc. O importante é que se abra o diáogo e que as pessoas possam se expressar. Um dos objetivos do trabaho da CEAPA é promover a cidadania de seus usuários e ea começa quando a pessoa deixa de ser um objeto da pena e se torna um sujeito que cumpre a pena. Neste sentido, escutá-os e uns escutarem os outros é fundamenta. Durante o processo crimina desde a autuação da poícia até a audiência crimina- a pessoa muitas vezes não participa ativamente diaogando sobre o processo. Inicia-se assim, o cumprimento da pena ou medida, com acompanhamento constante por parte da CEAPA e entidades. Durante todo esse processo, o usuário recebe apoio psicossocia e jurídico sempre que necessário. A CEAPA também dá suporte às entidades parceiras do programa, através de contatos constantes, visitas, encontros e seminários. O tempo utiizado para esta atividade é de 01 a 02 horas, que são contabiizadas como horas de cumprimento de pena, com a anuência do Judiciário oca. f) Retornos/atendimentos Os usuários do Programa retornam mensamente à CEAPA para entregarem, pessoamente, sua foha de ponto, que é o documento que comprova o período e a carga horária que trabaharam na entidade. Esta foha de ponto é assinada por ee e pea entidade e carimbada. É este documento, acrescido de um ofício, reaizado peo advogado do Programa, que comprovará, para o Poder Judiciário, o andamento do cumprimento da pena/medida. No retorno para a entrega da foha de ponto, o técnico de referência daquea pessoa fará contato ea e, fará outro atendimento, se for a necessidade no momento. Nestes retornos, deve ser percebida a reação do sujeito com a pena e com a entidade, bem como outras questões reevantes intrínsecos ao sujeito que não foram percebidos no momento do acohimento e que são importantes para a continuidade do acompanhamento do caso. Sempre que houver demanda, o técnico deverá agendar novos retornos para atendimentos à pessoa. Como a CEAPA trabaha para aém da execução da pena, trabahar com o sujeito é uma condição sine qua non para o acance dos objetivos da prevenção socia à criminaidade. Desta forma, tanto a rede parceira como a sociedade devem estar constantemente envovidas neste processo. O diáogo entre - CEAPA Judiciário Rede Parceira Sociedade Usuário - deve se dar de forma ininterrupta. g) Monitoramento e Acompanhamento O trabaho de monitoramento está igado à execução da pena e o acompanhamento está igado à pessoa. Portanto, a CEAPA monitora o andamento do cumprimento das penas, ao mesmo tempo que faz o acompanhamento de cada sujeito. Estas duas ações, que acontecem paraeamente, contribuem tanto para a efetividade do cumprimento integra das penas, como promove o exercício de cidadania destas pessoas, pois através do acompanhamento, o sujeito pode dizer de sua história, demandas, desejos, sentimentos, etc.
10 O monitoramento da execução da pena se dá de diversas maneiras: visitas da equipe técnica às entidades onde a pessoa cumpre a pena/medida. Neste momento, o técnico poderá perceber qua tipo de reação é estabeecido entre usuário e entidade, bem como outros aspectos reacionados ao perfi da entidade, possibiidades de intervenções conjuntas, etc; contatos teefônicos com as entidades pea equipe técnica, que diaogará com o responsáve peo acompanhamento do usuário na entidade; acompanhamento mensa do usuário, onde o técnico irá perceber especificidades do andamento do processo; recebimento e conferência das fohas de ponto, que são entregues peos usuários mensamente. Quando o andamento do cumprimento da pena/medida está se desenvovendo de maneira reguar, sem interrupções ou maiores compexidades e o usuário termina o cumprimento da determinação judicia, o advogado da CEAPA eabora um ofício de cumprimento da determinação judicia, que é enviado do Poder Judiciário para certificar do término da execução pena. Quando o andamento do cumprimento da pena/medida é interrompido ou quando há compexidades no processo que impeçam ou dificutem este andamento,, o técnico da CEAPA intervém, escutando tanto (o) usuário como (a) entidade, buscando compreender os fatores que infuenciam ou causam as dificudades, e e traça aguns procedimentos que viabiizem o retorno ao cumprimento da determinação judicia e trabaha outros aspectos necessários. Assim, poderá haver reencaminhamento a outra entidade, mudança de atividade do usuário na entidade, encaminhamentos diversos do usuário para serviços púbicos do município). Caso a pessoa tenha que reaizar um tratamento de saúde, por exempo por tempo proongado, o Poder Judiciário poderá fazer a conversão da pena/medida para o tratamento ou poderá suspender a pena até que haja condições favoráveis para a retomada o retorno ao cumprimento. O acompanhamento, como já especificado no item f) retornos/atendimentos, se dá através do contato da equipe técnica com o usuário do Programa. Agumas vezes, o acompanhamento abrange a famíia ou pessoas de reações muito próximas ao usuário. Nestes casos, os atendimentos são estendidos a estas pessoas. Poderão haver também visitas domiciiares, que são feitas sempre com o consentimento do usuário. h) Projetos Temáticos As penas aternativas prevêm: prestação de serviço à comunidade, pena pecuniária, imitação de fim de semana, interdição temporária de direitos e perda de bens e vaores (art. 44 do CPB). A CEAPA/MG acompanha a prestação de serviços à comunidade e penas pecuniárias. As penas de Prestação de Serviços à Comunidade - PSC, quando bem encaminhadas e quaificadas, apresentam grande eficácia, pois através do trabaho
11 comunitário, pode haver aumento dos víncuos sociais e a pessoa se cooca como agente de transformação na sociedade. Porém, apesar de seu caráter positivo, a PSC nem sempre consegue favorecer o despertar de refexão para gerar refexão e mudança, principamente noas casos reacionados ao trânsito, vioência contra a muher, o uso de drogas e os deitos ambientais. Neste sentido, a CEAPA impantou uma nova maneira de trabahar, uma aternativa nas Penas Aternativas, denominada Projetos Temáticos. Estes visam ao cumprimento de pena ou medida aternativa vincuada ao tipo de deito cometido. O Programa CEAPA desenvove projetos temáticos nas seguintes áreas: vioência contra a muher e intrafamiiar, meio ambiente, drogas e trânsito. Os Projetos são desenvovidos em parceria com instituições parceiras do programa, que trabaham com os usuários, questões igadas às temáticas citadas. A CEAPA encaminha os usuários para os Projetos Temáticos que acontece com determinado número de oficinas e horas estipuadas e acordadas com Poder Judiciário, participam de atividades diversas de informação, orientação, údicas, reforçando o sentido educativo da pena e estimuando a refexão e a mudança, contribuindo para a nãoreincidência crimina. O monitoramento da execução da pena no caso dos Projetos Temáticos se dá através do acompanhamento dos grupos pea equipe técnica do Programa e também peas fohas de ponto que são preenchidas nos mesmos modes já especificados no caso da Prestação de Serviços à Comunidade. O acompanhamento dos usuários se dá pea entidade parceira que reaiza o projeto e peos técnicos da CEAPA. Assim, entidade e CEAPA devem ter encontros periódicos para permanente diáogo e discussão dos casos. i) Grupo de Finaização Esta atividade acontece mensamente no Programa e reúne aqueas pessoas que terminaram ou estão por terminar o cumprimento da pena/medida. Este encontro permite dar um contorno ao processo de intervenção da CEAPA em reação ao usuário e do usuário em reação ao Programa, marcando princípio, meio e fim. Aém disto, as atividades em grupo permitem avaiar as perspectivas para o futuro e ainda verificar outras demandas que ainda precisam ser trabahadas com as pessoas, ainda que a determinação judicia já tenha sido encerrada. Este grupo também tem a função de resgate e avaiação de todo o processo peo qua o usuário atravessou no Programa. Desta forma, o trabaho de CEAPA também é avaiado por ees, bem como a entidade e uma auto-avaiação. São utiizados diversos recursos metodoógicos e údicos, dinâmicas de grupo, fimes, discussões sobre temas, recortes, teatros, escrita, dentre outros. O tempo utiizado para esta atividade é de 01 a 02 horas, que são contabiizadas como cumprimento de pena, com anuência do Judiciário oca.
12 4.3 Responsabiidades da CEAPA: Acoher, acompanhar e orientar seus usuários através dos serviços psicossocia e jurídico; Reaizar encaminhamentos adequados para o cumprimento da pena/medida observando as habiidades, aptidões, oca de moradia e horários disponíveis do usuário; Monitorar o cumprimento da pena aternativa através do contato com o usuário e a entidade; Apoiar o Judiciário garantindo o cumprimento efetivo das penas aternativas apicadas; Fazer cumprir a determinação judicia; Acompanhar o usuário observando as vunerabiidades sociais apresentadas, reaizando encaminhamentos adequados à rede de proteção socia; Participar do processo de incusão socia do indivíduo que apresenta vunerabiidades sociais que dificutam ou impedem o peno exercício de sua cidadania; Apoiar o usuário e seus famiiares durante o cumprimento da pena; Desenvover, executar e acompanhar projetos temáticos para cumprimento de pena/medida aternativa nas áreas de Uso de drogas, Trânsito, Vioência contra a Muher e Intrafamiiar, Meio Ambiente e outros; Desenvover, executar e acompanhar projetos institucionais que estejam igados à incusão socia e à temática das Penas Aternativas; Promover paestras, seminários e cursos sobre o trabaho desenvovido, a fim de discutir com a sociedade e diversos órgãos governamentais e não governamentais, o trabaho com as aternativas penais no Estado de Minas Gerais, diaogando também, com as práticas de outros estados brasieiros; Criar e manter rede parceira do Programa para encaminhamento de cumprimento de pena/medida, bem como rede de proteção socia do município e estado, que atendam às demandas sociais do púbico-avo do Programa; Dar apoio e suporte às entidades durante o cumprimento da penas; Desenvover encontros e seminários envovendo a rede parceira, mantendo diáogo constante; Contribuir com dados estatísticos quantitativos e quaitativos para estudos sobre as penas aternativas, bem como promover pesquisas na área; 4.4 Metodoogia para Impantação do Programa CEAPA - Fuxograma
13 Diagnóstico favoráve para impantação da CEAPA Apoio do município e Poder Judiciário Nº de penas/medidas aternativas apicadas no município que justifiquem a impantação do Programa Formação da Equipe Interdiscipinar Psicóogos, Assistentes Sociais, Advogados e estagiários destas áreas Parceria com Judiciário, Ministério Púbico e Defensoria Púbica Parceria com Poder Púbico Municipa Formação da Rede Parceira Entidades Púbicas ou privadas sem fins ucrativos, nas áreas de assistência socia, saúde, educação, incusão produtiva, etc a. Diagnóstico O primeiro passo para a impantação de uma Centra de Penas Aternativas em um município do Estado é conhecer a reaidade deste município e verificar o número de penas e medidas aternativas apicadas peo Poder Judiciário. Também é preciso avaiar a abertura e a disponibiidade do próprio município, bem como o interesse do Judiciário em reação ao Programa. A parceria com o Poder Púbico Municipa é fundamenta, pois o interesse do município em apoiar o Programa refete diretamente no desenvovimento peno das atividades e efetividade. b. A equipe A equipe que trabaha no Programa é composta por profissionais e estagiários das áreas de Direito, Psicoogia e Serviço Socia, aém do (a) gestor (a) do Núceo de Prevenção à Criminaidade.
14 Os profissionais e estagiários são contratados pea OSCIP Instituto ELO através de processo seetivo, em parceria com a SPEC. Cada CEAPA conta com, no mínimo, um profissiona de Psicoogia, um de Direito e um de de Serviço Socia, aém dos estagiários de cada área. Os técnicos sempre estão em contato com a supervisão metodoógica e a direção do Programa, através de visitas mensais e reuniões quinzenais conjuntas e por área de atuação. Nestes encontros, são discutidas questões acerca da Temática das Penas Aternativas, envovendo discussões sobre metodoogia, estudos de casos e também estudos teórico-técnicos sobre diversas temáticas pertinentes ao trabaho desenvovido peo Programa. A Diretoria de Reintegração Socia investe na formação dos profissionais e estagiários, através de capacitações diversas que abordam temas como: Redes, Grupos, Famíias, Toxicomania, Vioência de Gênero, etc. Como a equipe é interdiscipinar, isto refete na prática do trabaho, que acontece de forma compartihada tanto nas refexões como nas ações, respeitando-se, contudo, as especificidades de cada área do saber. As equipes de cada CEAPA reaizam reuniões periódicas para discussão dos casos atendidos e outras questões administrativas do NPC. c. A parceria com o Judiciário Esta parceria é feita por meio de reuniões com Judiciário, Ministério Púbico e Defensoria Púbica atuantes na comarca, com o intuito de apresentar o Programa e sua metodoogia, bem como as ações da Poítica de Prevenção á Criminaidade, ressatando resutados positivos acançados em outros municípios, bem como benefícios para o Judiciário, o púbico atendido e sociedade. O setor Jurídico da CEAPA é responsáve, dentre outras atribuições, por manter este eo entre o Programa e o Judiciário. A parceria com o Poder Judiciário é fundamenta para a construção de um trabaho sóido, onde a visão de vários soma-se na construção de uma execução pena eficiente, justa e humanitária. Através do diáogo com os Juízes, corpo técnico psicossocia, Promotores, Defensores, podem ser pensadas propostas, projetos e intervenções conjuntas, potenciaizando as ações e quaificando o trabaho na execução pena. d. A Rede Para o Programa, é necessário, após o diagnóstico, investir na construção, formação e manutenção da Rede Parceira. A Rede da CEAPA é composta por diversas entidades púbicas e privadas sem fins ucrativos, que trabaham em parceria com o Programa em duas frentes:
15 Acohimento dos usuários do Programa para cumprimento de pena; Percepção das demandas de Proteção Socia (Saúde, Educação, Incusão Produtiva, etc) e encaminhamento para a rede parceira e posterior acompanhamento. Rede supõe reação entre pessoas, reação entre instituições, entidades e órgãos, e deve estar baseada no princípio da horizontaidade,soidariedade, comunicação fuida, com objetivos em comum, reaizando os acordos e decisões com base na negociação, fexibiidade, sempre mediados pea comunicação. Atuamente, o Programa CEAPA/MG conta com cerca de instituições parceiras nas diversas áreas de saúde, educação, assistência socia, geração de renda e incusão produtiva, etc, por meio de órgãos púbicos estaduais e municipais, Universidades e ONG s que trabaham com os Direitos Humanos e a promoção socia. A rede deve ser constantemente trabahada, escutada, capacitada e sensibiizada para as questões que envovem a poítica de execução pena aternativa, para que possa compreender seu pape socia junto ao indivíduo que tem uma determinação judicia a cumprir. Por isto, aém da captação a CEAPA trabaha com a manutenção desta Rede, através de Visitas de monitoramento nas entidades que recebem os beneficiários para cumprimento da pena/medida; Contatos periódicos via teefone; Participação em eventos e outras atividades promovidos pea Rede; Convites às instituições para os eventos da CEAPA e dos NPC s; Capacitação, Seminários e Encontros de rede periódicos com a equipe do Programa. A rede parceira da CEAPA deve ser protagonista, e não coadjuvante no processo de execução das penas e medidas aternativas. É nas entidades que o usuário do Programa convive, seja como cumpridor de PSC, seja como participante de um Projeto Temático. Portanto, esta rede deve compartihar da fiosofia do Programa e estar preparada para acompanhar o sujeito encaminhado para cumprimento de pena. Para isto, a rede deve ser escutada. É necessário promover reuniões periódicas, onde as pessoas que fazem parte das entidades possam dizer da experiência que vivenciam, no dia-a-dia, com o púbico encaminhado peo Programa. Neste sentido, encontros menos formais, onde o diáogo possa se dar de maneira aberta e participativa, são fundamentais para a construção deste trabaho, que é conjunto. 5.0 Fuxograma Metodoogia CEAPA/MG A) Judiciário apica a pena e encaminha a pessoa para a CEAPA CEAPA recebe as pessoas
16 B) Monitoramento da Pena / Medida Retorno mensa do beneficiário À CEAPA (foha de ponto) Visitas nas Instituições onde o beneficiário cumpre a pena Contatos teefônicos CEAPA/instituição Instituição/CEAPA
17 B.1) Cumprimento PSC satisfatório Fim da Pena Grupo Finaização Comunicado ao Juiz Ofício Cumprimento B.2) Cumprimento da PSC não satisfatório ou descumprimento Anáise das causas através De contatos com o usuário e/ou instituição Intervenções necessárias com o usuário e/ou Instituição. Ex: Mudança de entidade, encaminhamento do benef. p/ Rede Prot. Socia, etc Usuário retoma cumprimento PSC Usuário não Retoma cumprimento PSC Ofício de descumpriment o ao Judiciário
18 C) Encaminhamentos para Rede de Proteção Socia Saúd e Educaçã o Laze r Incusão Produtiv a Assist. Socia Assessori a Jurídica Projetos Temáticos Meio Ambiente Vioência de Gênero/Intrafamiia r Trânsit o Drogas (art. 28)
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