DISCIPLINA: DIREITO DO TRABALHO II PROFESSOR: EMERSON SPIGOSSO AULA: FÉRIAS
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- Manuel Sabala Raminhos
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1 DISCIPLINA: DIREITO DO TRABALHO II PROFESSOR: EMERSON SPIGOSSO AULA: FÉRIAS CONCEITO: período do contrato de trabalho em que o empregado deixa de trabalhar para restaurar suas energias, mas aufere remuneração do empregador, após ter trabalhado por um período de doze meses para adquirir esse direito ao descanso, a fim de assegurar sua saúde física e mental. - direito irrenunciável. - empregador não pode exigir trabalho nesse período. - preocupação da ordem pública (Estado) com o bem-estar do trabalhador. O período de férias usufruídas pelo empregado representa autêntica hipótese de interrupção do contrato de trabalho, pois não há prestação do serviço, mas o salário é devido. A própria Constituição Federal de 1988, no art. 7.º, inciso XVII, assegura o direito de gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal. O art. 129 da CLT já assegurava que: Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração. Além disso, conforme o art. 130, 2.º, da CLT: O período das férias será computado, para todos os efeitos, como tempo de serviço.
2 CLASSIFICAÇÃO DAS FÉRIAS: As férias podem ser classificadas em individuais e coletivas. As férias individuais, como o próprio nome indica, são aquelas concedidas individualmente, a cada empregado em particular. As férias coletivas, por sua vez, conforme dispõe o art. 139 da CLT, podem ser concedidas a todos os empregados de uma empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores da empresa. As férias coletivas poderão ser gozadas em 2 (dois) períodos anuais, desde que nenhum deles seja inferior a 10 (dez) dias corridos ( 1.º do art. 139 da CLT). Para que as férias coletivas sejam concedidas, o empregador deve comunicar ao órgão local do Ministério do Trabalho, com a antecedência mínima de 15 (quinze) dias, as datas de início e fim das férias, precisando quais os estabelecimentos ou setores abrangidos pela medida ( 2.º do art. 139). Exemplo Férias coletivas superiores ao direito do empregado: Um empregado com 4 (quatro) meses de contrato de trabalho, tem direito a férias proporcionais de 10 (dez) dias. A empresa concede 15 (quinze) dias de férias coletivas. O empregado deverá receber das férias equivalentes a: (i) 10 (dez) dias de férias, acrescidos do terço constitucional; e (ii) 5 (cinco) dias de forma simples, a título de licença remunerada. Existe, ainda, a possibilidade do empregado regressar ao trabalho antes dos demais empregados não gozando, portanto, dos 5 (cinco) dias de licença remunerada caso haja expediente na empresa. No primeiro dia da concessão das férias coletivas iniciar-se-á novo período aquisitivo ao empregado.
3 PERÍODO AQUISITIVO: Para o empregado ter direito a férias há a necessidade de cumprir um período o qual se inicia com a admissão do empregado na empresa, e após 12 meses de vigência do contrato, o empregado terá direito às férias. DURAÇÃO DAS FÉRIAS: Art. 130, CLT - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção: I- 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes; II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas; III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas; IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas. Na constância da relação de trabalho, se o empregado comete excesso de faltas injustificadas, o empregador pode reduzir o período de descanso do empregado. Nesse sentido a CLT em seu art. 130 determinou um sistema de escalonamento: Até injustificadas Direito a Férias 5 faltas 30 De 6 a 14 faltas 24 De 15 a 23 faltas 18 De 24 a 32 faltas 12 Acima de 32 faltas 00 Se o empregado tiver mais de 32 faltas injustificadas, passa a não ter direito a férias. Durante as férias o contrato está interrompido e, deste modo, nenhuma das partes pode praticar qualquer ato tendente a rompê-lo (seja pedido de demissão, seja dispensa sem justa causa). Há que se aguardar o retorno para qualquer providência.
4 Quando o trabalhador voltar de férias, o empregado não tem estabilidade, ou seja, não há previsão de qualquer garantia no emprego, porém durante as férias o contrato está interrompido e, portanto, não pode haver dispensa. PERDA DO DIREITO AO GOZO DE FÉRIAS: Art Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de ) I - deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias subsequentes à sua saída; (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de ) II - permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 (trinta) dias; (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de ) III - deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (trinta) dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa; e (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de ) IV - tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de ) PERÍODO CONCESSIVO: Corresponde aos 12 meses subsequentes à aquisição do direito às férias. As férias serão gozadas em data fixada pelo empregador, segundo seus interesses (art. 136, CLT), mediante aviso escrito ao empregado com, pelo menos, 30 dias de antecedência, contra recibo (art. 135, CLT). O empregador deverá pagar em dobro a respectiva remuneração, caso não seja concedido férias ao empregado, no período devido. Art. 136 da CLT - A época da concessão das férias será a que melhor consulte os interesses do empregador.
5 FRACIONAMENTO DE FÉRIAS A CLT permite, em casos excepcionais, o fracionamento das férias em dois períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 dias corridos. Excepcionam-se os menores de 18 anos e maiores de 50 anos de idade cujas férias serão sempre de uma só vez. "Art. 134: As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12 (doze) meses subseqüentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito. 1º - Somente em casos excepcionais serão as férias concedidas em 2 (dois) períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 (dez) dias corridos. 2º - Aos menores de 18 (dezoito) anos e aos maiores de 50 (cinquenta) anos de idade, as férias serão sempre concedidas de uma só vez". COMUNICAÇÃO DE FÉRIAS As férias devem ser comunicadas por escrito ao empregado. Não há a possiblidade de comunicação das férias de maneira verbal. Essa comunicação das férias deve ser feita com antecedência de, no mínimo, 30 dias. Dessa participação o empregado dará recibo. As férias deverão ser anotadas na CTPS do empregado, que não poderá entrar em seu gozo sem apresenta-la ao empregador, para a devida anotação. A concessão das férias será também anotada no livro ou na ficha de registro de empregados.
6 REMUNERAÇÃO DAS FÉRIAS O empregado deve receber, para usufruir das férias, a remuneração devida na época da concessão (art. 142 da CLT). Durante as férias o empregado perceberá a remuneração que lhe for devida na data da sua concessão, mais 1/3 incidente sobre o total da remuneração devida. Assim, os empregados que recebem salário fixo terão a remuneração das férias calculada sobre o salário que percebem no momento da sua concessão. Já os empregados que recebem comissões ou percentagem sobre vendas, a remuneração base para o cálculo das férias é a obtida pela média aritmética dos valores recebidos nos 12 (doze) meses anteriores à concessão das férias. Quando o empregado percebe salário fixo mais comissões, na média das comissões será adicionado o valor do salário. Os adicionais por trabalho extraordinário, noturno, insalubre ou perigoso serão computados no salário que servirá de base ao cálculo da remuneração de férias, aplicados sobre o salário do momento da concessão das férias. Se, no momento das férias, o empregado não estiver percebendo o mesmo adicional do período aquisitivo, ou quando o valor deste não tiver sido uniforme, será computada a média duodecimal (12 meses) recebida naquele período. 1/3 Constitucional Súmula 328 do TST. A Constituição Federal (art. 7º, XVII) assegura o gozo de férias anuais com, pelo menos, um terço a mais do salário normal (1/3 constitucional).
7 O pagamento das férias deverá ser feito até dois dias antes do inicio do período de gozo (art. 145 da CLT). ABONO PECUNIÁRIO DE FÉRIAS O empregado tem a faculdade de converter 1/3 (um terço) do período de férias em abono pecuniário. Para tanto, o abono de férias deverá ser requerido até 15 (quinze) dias antes do término do período aquisitivo. Após este prazo, caberá ao empregador aceitar ou não a solicitação do empregado de converter 1/3 do seu direito em abono pecuniário. FÉRIAS CONCEDIDAS APÓS O PERIODO CONCESSIVO Sempre que as férias forem concedidas após o período concessivo, o empregador deve efetuar em dobro o pagamento da remuneração devida. Suponhamos um empregado com direito a férias de 30 dias relativas ao período aquisitivo de a , as quais seriam concedidas no período de a Caso as férias sejam concedidas total ou parcialmente após , o valor devido a partir desta data terá de ser pago em dobro bem como 1/3 constitucional. No caso de ter havido solicitação de abono pecuniário, este também deverá ser pago em dobro. Trata-se de indenização, devida ao empregado, por não ter usufruído as férias no período devido. CESSAÇÃO DO CONTATO DE TRABALHO As férias que não forem concedidas na vigência do contrato de trabalho terão de ser pagas na rescisão. Neste caso, o empregado poderá ter direito a receber as férias vencidas e/ou proporcionais.
8 O Tribunal Superior do Trabalho TST, através do Enunciado 261, garante o pagamento de férias proporcionais, no caso de pedido de demissão de empregado com menos de um ano de serviço. No caso de férias proporcionais, o pagamento será devido em relação ao número de meses decorridos do início do último período aquisitivo até o término do contrato de trabalho, devendo ser observado o número de faltas no período. A remuneração será proporcional ao período apurado. Quando o trabalhador for demitido por justa causa este não tem direito a receber pelas férias proporcionais, ele perde este direito. O máximo que se pode cogitar será o pagamento de férias vencidas, na medida em que estas já se incorporaram ao patrimônio jurídico do trabalhador (art. 147 da CLT). Exemplo: se o empregado ficou 18 meses e não saiu de férias, ele receberá o dinheiro pelas férias, mas não terá direito ao proporcional pelo que trabalhou nos outros seis meses. PRESCRIÇÃO A prescrição do direito de reclamar a concessão das férias ou o pagamento da respectiva remuneração é contada a partir do término do período concessivo ou, se for o caso, da cessação do contrato de trabalho. A Constituição Federal de 1988 assegura aos trabalhadores urbanos e rurais, o direito de ação quanto a créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de 5 anos, até o limite de 2 anos após a extinção do contrato de trabalho. Observe-se que a prescrição é a perda, pelo decurso de prazo, da oportunidade de exigir o cumprimento de um direito. O direito adquirido não se extingue pela prescrição; portanto, se o empregador pagar
9 remuneração de férias prescritas, não significa que poderá pleitear a devolução de tais valores. Importante lembrar que contra os menores de 18 anos de idade não corre prazo prescricional, ou seja, somente após o empregado completar 18 anos é que o prazo prescricional começa a ser contado. Exemplos: A - Prescrição do direito de reclamar a não concessão de férias na vigência do contrato de trabalho. - Período aquisitivo de férias a 1º Período concessivo de férias a 1º Período em que persiste o direito de reclamar a concessão de férias (5 anos) a 1º Prescrição do direito de reclamar as férias...a partir de
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