OFICINA MUSICAL PARA EDUCADORES: A função da música no desenvolvimento de projetos sociais para crianças e adolescentes

Transcrição

1 OFICINA MUSICAL PARA EDUCADORES: A função da música no desenvolvimento de projetos sociais para crianças e adolescentes Educadores: Caroline Campache e Rodrigo Garcia 2012

2 Música é, antes de mais nada, movimento. É sentimento ou consciência do espaço-tempo. Ritmos; sons, silêncios e ruídos; estruturas que engendram formas vivas. Música é igualmente tensão e relaxamento, expectativa preenchida ou não, organização e liberdade de abolir uma ordem escolhida; controle e acaso. Uma nova maneira de sentir e de pensar. Algo assim como ouvir, ver, viver: ouviver a música, na expressão do poeta e comunicólogo Décio Pignatari. J.Jota de Moraes

3 Introdução Considerando que o homem é um ser social, a expressão e a comunicação tornam-se elementos fundamentais no processo evolutivo sócio-cultural do indivíduo. Por isso, o ser humano busca diversas formas de expressão, sendo a arte um campo fecundo para o desenvolvimento desse processo. Nesse contexto podemos considerar a música como um elemento de grande importância, já que ela comunica e transmite conhecimentos, sentimentos e emoções. J. Moraes ao descrever a relevância da expressão musical afirma: Uma das mais valiosas formas de expressão da humanidade, sem dúvida, é a música, ela sempre fez parte da vida do homem, seja nas danças, nos ritos, nos templos, nas igrejas ou nos teatros. E com o passar do tempo ela foi se transformando e evoluindo, vários elementos musicais e estéticos foram acrescentados e retirados nos vários períodos da história, mas em todos os períodos ela teve como objetivo comunicar algo, despertar sentimentos e emoções. (1983, pág. 57) Cada cultura tem uma forma diferente de se expressar pela música. Considerando que o Brasil é um país rico na sua musicalidade, especialmente no que se refere aos ritmos, como o samba, o baião, o maracatu e tantos outros, destaca-se a importância de se conhecer e difundir essa cultura. Nota-se que grande parte dos meios de comunicação não transmitem a importância da música como arte, pois o principal interesse da mídia é o aspecto comercial da música. Observa-se que o indivíduo tem acesso restrito à cultura musical, pois muitas vezes não participa de práticas musicais. Dessa forma, não desenvolvem adequadamente a sua percepção auditiva e nem obtém maior conhecimento sobre a sua própria cultura musical. O pedagogo Paulo Freire afirma a importância do indivíduo se inserir no mundo: Estar no mundo significa estar com o mundo e com os outros. Estar no mundo sem fazer história, sem por ela ser feito, sem fazer cultura, sem tratar a sua própria presença no mundo, sem sonhar, sem cantar, sem musicar, sem pintar, sem cuidar da terra, das águas, sem usar as mãos, sem esculpir, sem filosofar, sem pontos de vista sobre o mundo, sem fazer ciência ou tecnologia, sem assombro em face do mistério, sem aprender, sem ensinar, sem idéias de formação, sem politizar não é possível. (1996, pág.64)

4 Atualmente as crianças passam muito tempo no computador, em frente à televisão e jogando vídeo game. A oportunidade de realizar vivências musicais em grupo e tocar instrumentos é uma forma muito interessante de canalizar as energias da criança e do adolescente. Proposta de trabalho: Expor as atividades que são desenvolvidas no PIC Projeto Infanto Cidadão e demonstrar na prática como os alunos vivenciam as mesmas. Os professores inscritos na oficina participarão das atividades práticas que aplicamos no projeto. Objetivos: 1. Incentivar os professores a desenvolverem atividades musicais dinâmicas na sala de aula; 2. Transmitir aos professores maneiras de desenvolver a prática de vivências musicais com os seus alunos de acordo com a faixa etária dos mesmos. Recursos Materiais: Instrumentos de percussão, copos de plástico, aparelho de som, computador e projetor. Avaliação: Utilizaremos questionário para avaliar o grau de satisfação dos participantes e pertinência dos temas abordados na oficina.

5 Referências Bibliográficas ANDRADE, M. Dicionário Musical Brasileiro. Rio de Janeiro: Itatiaia, BARBOSA, Ana Mae. Arte-Educação: Leitura no subsolo. 4ª Ed. São Paulo: Cortez, BASTIAN, Hans Günther. Música na escola A contribuição do ensino da música no aprendizado e no convívio social da criança. São Paulo: Paulinas, BRÉSCIA, Vera Pessagno. Educação Musical Bases psicológicas e ação preventiva. São Paulo: Edições PNA, BRITO, A. Teca. Koellreuter Educador O humano como objetivo da educação musical. São Paulo: Peirópolis, FREIRE, Paulo: Pedagogia da Autonomia Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Ed. Paz e Terra: Coleção Leitura: 20ª Edição, 2006/ GOMES, S. Novos caminhos da bateria brasileira. São Paulo: Vitalle, GUERRA-PEIXE, C. Estudos de Folclore e Música Popular Urbana. Belo Horizonte: Ed. UFMG, KIEFER, B. Música e dança popular. Porto Alegre: Movimento, LIMA, R. Brazilian Rhythms. Paris: Aug. Zurfluh, LIMA, R. Ritmos do Brasil para Bateria. São Paulo: Trama, PENNA, M. Reavaliações e buscas da musicalização. São Paulo: Loyola, ROCCA, E. N. Ritmos brasileiros e seus instrumentos de percussão. São Paulo: EBM, SCHAFER, Murray. O ouvido pensante. Tradução de Mariza Trench de O. Fonterrada. São Paulo: UNESP, WILLEMS, Edgar. As bases psicológicas da educação musical. Bienne: Pro-Musica, s.d. WILLEMS, Edgar. El oído musical. Bienne: Pro-Musica, WILLEMS, Edgar. Caderno nº 0 A iniciação musical das crianças. Bienne: Pro- Musica, 1968.

6 WILLEMS, Edgar. Solfejo Curso Elementar. Tradução de Raquel Marques Simões. São Paulo: Fermata, 1979.